sábado, 17 de janeiro de 2009

Currículo possível para uma escola necessária.

Iza Aparecida Saliés

No contexto social contemporâneo discute - se muito as questões sociais que permeiam a escolarização, questões estas, que passam a ser atribuições de competência da unidade escolar, e vão sendo incorporadas de forma lenta e sutil. Tais competências as quais a escola precisa saber lidar, não foram aprendidas ainda pelo conjunto da escola.



A sociedade atual, “do conhecimento”, exige da escola uma nova forma de lidar com o processo ensino aprendizagem. As transformações que ocorrem na sociedade refletem indiretamente nos meandros escolares, tais mudanças impetradas atribuições para a escola, que nem ela mesma está preparada para dar resposta imediata para a sociedade. Os temas socialmente relevantes demandam especificidades que a própria escola desconhece.


A escola precisa incorporar em seu currículo escolar questões que possam atender as demandas diferenciadas da sociedade e também dar conta da pressão da crescente diversidade que a escola vem sofrendo e de sua finalidade social.


Dentre os mais variados compromissos que a escola tem com a sociedade o que mais nos preocupa é erradicar as desigualdades sem promover a diferença, para isso faz-se necessário um currículo que de conta das diversidades, que respeite as fazes de desenvolvimento do aluno, sua capacidade cognitiva, seu tempo, seu ritmo, pois só dessa maneira podemos dizer que houve aprendizagem, quando o estudante estiver preparado para resolver problemas do cotidiano.


O currículo das escolas precisa exercer o papel de repassar o saber socialmente produzido (disciplinas) sem aprofundar as diferenciações sociais trazidas do contexto social e até mesmo excluir o cidadão do espaço escolar.


A mudança na concepção de currículo escolar possível, só acontecerá, quando, os professores( nós) conseguirmos romper os velhos paradigmas petrificados em nossa prática pedagógica e conseguir aceitar novas concepções epistemológicas de ensino, para que possamos de fato ser uma escola necessária.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O ensino que deve também, educar para a vida

Iza Aparecida Saliés

As escolas brasileiras estão passando por pressão da sociedade, de modo a provocar uma tremenda instabilidade dentro do seu espaço e também no seu entorno. A ela são cobradas quase todas as necessidades da Sociedade, pois a estrutura familiar não está preocupada com suas obrigações e sem tempo para cuidar, acompanhar e dar afeto a seus filhos.

Todas essas deficiências vão aparecer na escola em determinado momento, no comportamento, nas relações com o professor, e na dificuldade de aprendizagem.
A grande dificuldade hoje encontrada pela escola é aprender a lidar com esse diferencial que não é de competência dela. A escola é uma instituição onde a prática pedagógica e a avaliação ainda são ferramentas do professor para coibir comportamentos indesejados.

O aluno é o espectador do processo. A grande maioria das escolas brasileiras precisa estabelecer metas e ações pedagógicas (em seu projeto político) que possam romper esta prática, digamos, centenária de dar aula, para transformar o seu espaço em um lugar em que haja interação e que seja provocador de questionamentos, inquietudes e dúvidas.

Para que isso possa acontecer, precisamos de políticas públicas para a educação que tenham como princípio fundamental, a preocupação com o aluno, contando com professores habilitados e motivados, investimentos em estruturas, valorização do profissional, formação continuada seqüenciada, com o compromisso de fazer com que as coisas aconteçam, para que, então, possamos de fato ter uma escola de qualidade e que possa atrair o aluno para a sua presença e permanência em aula. O importante não é só o acesso e, sim e principalmente, a qualidade de ensino.

Outro fator bastante importante para a qualidade do ensino é a gestão escolar. As deficiências deste setor se refletem na gestão pedagógica (ensino – aprendizagem). A forma de gestão escolar que hoje está em uso, precisa ser revista em suas estruturas, pois, a fragilidade dos gestores pedagógicos e coordenadores (quanto ao conhecimento do currículo de capacitação ou até mesmo do conteúdo) tem dificultado, consideravelmente o monitoramento dos sistemas de ensino público.
As escolas públicas brasileiras, de fato, estão em condições não favoráveis, precisam passar por uma transformação. São muitos os aspectos que interferem na oferta de uma educação de qualidade.

Orientador: Corumbá Ernesto Guimarães.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Educação e Trabalho*


Iza Aparecida Saliés

A empresa precisa de trabalhador qualificado. Para tal, faz-se necessário que ele tenha formação básica e formação técnica. Um dificultador é que no Brasil o Ensino Médio ainda não é obrigatório.


O governo federal está começando a ampliar o acesso ao Curso Técnico de Nível Médio, com a implantação do “Programa Brasil Profissionalizado” no país. Este programa tem como finalidade oferecer o Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, tanto para alunos que estudam no diurno com os que são clientela da Educação de Jovens e Adultos (Eja? Proeja), o que vai sem dúvida contribuir para melhorar a qualificação dos trabalhadores.

O jovem brasileiro, aquele que precisa de escolarização para ser incluído no mundo do trabalho, por precisar sobreviver às diversidades da vida e por ser vulnerável econômica e socialmente, é forçado a abandonar a escola por necessidade de trabalho. Sem opção, ao abandonar a escola, fica sem qualificação.

O mundo produtivo exige trabalhador competente, com habilidade para resolver problemas complexos, saber lidar com situações difíceis, trabalhar com o inesperado, isso é o que o mercado precisa tudo e passa fundamentalmente pela escolarização.

Desta forma, fica realmente impossível uma empresa prosperar com quadro de pessoal sem qualificação para o trabalho e sem escolarização básica, sem dúvida está fadada à falência.


*Artigo publicado no Blog do Corumbá, dia 17/12/2008

Currículo organizado em Ciclo de Formação Humana*

Iza Aparecida Saliés


O currículo escolar organizado em ciclos de formação humana, possibilita ao aluno desenvolver sua capacidade cognitiva de modo que seja respeitado seu tempo e condição de aprendizagem.
Se durante o ano (o que corresponde a uma fase do ciclo) o aluno aprendeu, que pela lógica da escola ele deveria ser retido, nesse caso o aluno vai para a fase seguinte, com acompanhamento pedagógico (das disciplinas que tem dificuldade) sem necessidade de ser retido.

A escola deve constituir uma rede de apoio pedagógico para o aluno que tiver dificuldade de aprendizagem, porque o seu desenvolvimento cognitivo pode acontecer durante o ciclo, o seja durante os três anos que corresponde a um ciclo.

Aqui no Brasil também é assim, o aluno tem um acompanhamento pedagógico, (Projeto de Apoio Pedagógico), que é realizado no outro turno de estudo dele, é feito pelo professor articulador, e este, deve estar em constante diálogo, com o professor da fase ou ano que aluno esta fazendo.

No Brasil, quem não aprende só vai ser identificado no final do ciclo. Aí talvez seja tarde demais.
É inadmissível, a escola deve retomar o processo ensino aprendizagem do aluno que não consegui aprender, utilizando diferentes metodologias, recursos pedagógicos, readequação de conteúdos, de modo a sanar as falhas pedagógicas o corridas durante a trajetória.

Isso não significa que estamos empurrando o problema de aprendizagem do aluno para o fim do ciclo, ele tem o período estabelecido pela organização do ciclo, o tempo, o modo e a forma própria para aprender, e deve ser respeitada. A reprovação só ocorre quando o caso chega ao extremo. Depois que a escola utilizou todas as intervenções pedagógicas possíveis.

É fundamental que a escola entenda melhor o desenvolvimento humano e cognitivo do aluno, seu processo de socialização, seu jeito de aprender e respeite seu tempo, posto que, a finalidade maior da educação básica é a formação integral do aluno.


* Texto publicado na coluna comentários do Blog do Corumbá, dia 15/12/2008.
Blog, uma nova ferramenta pedagógica para uso do professor[1].Iza Aparecida Saliés

O uso desse aporte tecnológico (blog) na educação contribui sobremaneira para o processo ensino aprendizagem, pois quando o aluno participa de espaços de debates, onde há necessidade de utilizar uma linguagem diferenciada da usual, o ser incluído significa, nesse universo da NET, saber lidar com esse novo letramento.

Quando o professor possibilita aos alunos escolher temas e significativos para eles, e ainda mais, com possibilidade de discutir em grupos, ou seja, num blog, desta forma, os alunos estarão mobilizando saberes específicos das disciplinas pertinentes ao assunto e que serão contextualizados na construção do texto, cuja produção é do autor/aluno.

Pedagogicamente falando quando os alunos utilizam o blog, eles estão produzindo textos fundamentados em argumentos próprios, fazem critica, analisam, refletem, com isso, o aluno vai desenvolvendo diferentes habilidades e construindo competências, não só na área da linguagem, como nas demais áreas de conhecimento.

Com a utilização das linguagens tecnológicas, na escola e fora dela, cabe ao professor assegurar os conteúdos necessários para resguardar a norma culta e garantir o conhecimento científico, frente a esse novo desafio para o ensino.

O professor precisa diversificar sua aula, utilizando diferentes possibilidades metodológicas, e o blog é uma delas que pode ser usada na sala de aula. Pode parecer, a priori, que é difícil, porém com o tempo, você professor, vai perceber os benefícios que serão agregados ao processo ensino aprendizagem do aluno.


[1] Texto publicado no Blog do Corumbá ,dia 31/12/2008