sábado, 13 de junho de 2015

Faça do espelho seu melhor amigo

Lair Ribeiro

  A aparência influencia no sucesso e na empregabilidade de um executivo. Não basta ter um rostinho bonito para ser bem-sucedido profissionalmente, mas isso é uma condição que pode influenciar em muito no sucesso da sua carreira profissional.


Não estamos falando de beleza, mas de aparência, do modo como você se apresenta à sociedade, que engloba desde os cuidados básicos com higiene pessoal (unhas limpas e bem cortadas, barba feita, cabelos bem cortados e saudáveis, maquiagem discreta, etc.), passando pelo modo como você se veste (usando roupas adequadas ao seu tipo físico e cargo, sapatos em excelente estado, acessórios sem extravagância, entre outros itens), até o seu comportamento dentro e fora do local de trabalho (etiqueta profissional), sem esquecer da sua comunicação. E quando o assunto é aparência, estar em paz com a balança é fundamental. Pesquisas revelam que obesidade é fator de rejeição para 65% dos 31 mil executivos pesquisados pelo Grupo Catho (empresa de recolocação profissional), em um estudo realizado em 2005.


Hoje, ser magro não é apenas sinal de beleza, mas também de agilidade, auto-estima elevada, segurança, credibilidade e profissionalismo. Ser obeso, por sua vez, passa a mensagem de cansaço, de baixa auto-estima, de problemas de saúde, como pressão alta, diabetes ou problemas cardíacos, e tudo isso pode ser resumido à idéia de “não dar conta do recado”. A verdade, sem entrar no mérito dessa questão, é que pessoas obesas são discriminadas no mercado de trabalho.


A aparência é tão importante na contratação de profissionais porque é a primeira qualidade que o selecionador pode avaliar nos candidatos. É, literalmente, a primeira impressão, que, como se sabe, é a que fica!


Sua carreira profissional se beneficiará em muito a partir do momento em que você começar a cuidar mais da sua aparência. E cuidando da sua aparência você também cuida da sua saúde física e emocional.


Com o peso em dia você se torna mais saudável, com menos risco de desenvolver várias, passa a sentir-se de bem com a vida, torna-se mais produtivo e isso se irradia na sua aparência. E os outros percebem isso facilmente, tanto que seu fator de empregabilidade aumenta.


Se você estiver desempregado ou em busca de promoção, não precisa fazer greve de fome. Para sua energia — e seu peso — se equilibrarem, basta optar por uma alimentação saudável, balanceada e de acordo com as suas necessidades nutricionais, que variam conforme sua idade, altura, sexo e nível de atividade física.


Aliás, dedicar-se a uma atividade física regular é altamente aconselhável, não apenas porque acelera o metabolismo e intensifica o processo de emagrecimento, como também porque ajuda a descarregar as tensões do dia-a-dia, restabelecendo a energia e mantendo afastados o nervosismo, o estresse e a ansiedade!


E não se esqueça: Todo esse cuidado não deve ser interrompido após conquistada a vaga ou a promoção. Ao contrário, devem ser mantidos por toda a vida. Sua carreira e a sua saúde agradecem!

Lair Ribeiro é Palestrante internacional, ex-diretor da Merck Sharp & Dohme e da Ciba-Geigy Corporation, nos Estados Unidos,

A sociedade e o Estado


Autor: Emanuel Pinheiro


A função do Estado é servir ao próximo e não atender a si mesmo. O Estado deve trabalhar em prol do cidadão e não vice-versa. O Estado é uma parte da sociedade. É uma estrutura política e organizacional que se sobrepõe à sociedade ao mesmo tempo em que dela faz parte.

Talvez a frase do ex-governador Eduardo Campos seja capaz de exprimir isso que estamos falando. “Não podemos fazer a sociedade pensar que é ela que trabalha para o Estado, por conta da carga tributária, ela tem que sentir que é o Estado que trabalha para ela”.

Em um país de extremos contrastes, encontramos sociedades mergulhadas em sombrios sentimentos de ausência de cidadania, de inoperância do poder público, assim podemos falar das péssimas condições de saúde pública. Enfim, a falta de respeito ao próximo e destruição do elo sadio que deveria ligar estas sociedades.

Vivemos em uma época marcada pela extrema violência, quando achamos que já vivenciamos as atrocidades, surge uma que supera a outra, e assim segue. É passada à hora de atendermos as cobranças e a expectativa da população. Devemos ater sobre o que está faltando, e, além do mais, agirmos para diminuir a má qualidade dos serviços públicos em nosso Estado.

Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dão conta que cerca de 70% da população de Mato Grosso dependem do Serviço Único de Saúde (SUS). Em contrapartida, o setor amarga investimentos abaixo dos índices constitucionais. É o que revelou o relatório de contas apresentado pelo governo equivalente ao 1º quadrimestre de 2015.

Não posso deixar de registrar que, dentro da minha atuação, tenho buscado o bem-estar e a paz social. Sou parceiro da sociedade e não do governo, assim costumo dizer. Prova disso é a destinação das minhas emendas parlamentares. As minhas ações são focadas na melhoria das cidades. É um aporte financeiro que vai desde a reforma da escola até a pavimentação asfaltica do município.

Nos últimos dias contrapus sobre os sucessivos aumentos da Unidade Padrão Fiscal de Mato Grosso (UPF-MT). Como forma de reparar o dano causado, tenho articulado na Assembleia para que o governo faça a restituição daquilo que foi pago a mais pelo contribuinte. O papel do Poder Legislativo é justamente o de fiscalizar as ações do governo e corrigir atos arbitrários que afrontam os direitos da população.

Nota-se, assim, que o Estado e seu papel na sociedade foram mudando de acordo com a mudança dos anseios sociais. A meu ver o Estado moderno exige não só competência gerencial, mas também transparência e ética na condução dos negócios públicos. Em minha opinião, o Estado precisa sempre se adequar as necessidades momentâneas de uma sociedade e responder aos anseios desta.

A melhoria social passa, exclusivamente, pela mudança da mentalidade da própria sociedade. Enquanto cidadão não notar que ele é o Estado, e este é reflexo do tipo de sociedade que almejamos, estaremos fadados a vivenciarmos uma sociedade, na qual prevalecerão os interesses pessoais, propagando assim a cultura do conformismo.

Ora, a sociedade é, acima de tudo, um sistema único que integraliza as relações humanas, dirigido à satisfação de suas necessidades. Afinal, o que estamos fazendo para uma sociedade melhor?

Emanuel Pinheiro é deputado estadual pelo Partido da República

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Prática frequente no ensino, bullying marca vida de estudantes


Psicóloga afirma que a prática ultrapassa os muros escolares e que apoio da família é fundamental

Bruno Cidade/MidiaNews



Adolescentes confessam baixa autoestima e tentativa de suicídio após serem alvos de chacotas dos colegas
VINÍCIUS LEMOS
DA REDAÇÃO


Tornar-se motivo de chacota dos colegas, ouvir apelidos maldosos e ter de lidar com a rejeição são alguns dos fatores enfrentados por quem sofre 'bullying' - atos de violência física ou psicológica praticados de forma intencional e repetitivos.

Seja na infância, adolescência ou mesmo na vida adulta, as palavras vexatórias fazem parte da rotina de muitas pessoas e, segundo especialistas, podem acarretar em problemas sérios, como a depressão.

Entre os alvos principais de quem pratica bullying estão aquelas pessoas que não se encaixam em determinados padrões estéticos. É o caso da estudante Ana*, de 17 anos, aluna de uma escola pública tradicional de Cuiabá.

Ela disse sofrer sempre que relembra os momentos de humilhação que passa na escola, onde cursa o terceiro ano do ensino médio.

"Desde criança, eu sou assim e sempre fui chamada de gorda, baleia, entre outros apelidos. Neste ano, me colocaram o apelido de Peppa Pig [personagem infantil]"
O motivo das ofensas, de acordo com a adolescente, é por ser considerada gorda pelos colegas.

Segundo ela, o sobrepeso a acompanhou durante toda a vida, assim como as palavras maldosas dos companheiros de classe.

“Desde criança, eu sou assim e sempre fui chamada de gorda, baleia, entre outros apelidos. Neste ano, me colocaram o apelido de Peppa Pig [personagem infantil]”, lembrou.

Em entrevista ao MidiaNews, a adolescente chorou ao comentar sobre o bullying que sofre diariamente por parte dos colegas de classe e confessou ter baixa autoestima e o emocional fragilizado desde que passou a ser alvo das palavras de desprezo na escola.

Segundo a jovem, ela procurou a ajuda dos pais e relatou o tratamento que recebia. Como resposta, eles a aconselharam a ignorar as ofensas, o que, segundo Ana, não resolveu o problema.

“A situação só melhorou quando fui procurei a coordenação da escola, mas ainda assim sofro bullying, pelo mesmo garoto. Ele sempre fala que vai parar, mas continua fazendo piadinhas”, lamentou.

Sexualidade


Além da aparência, questões referentes a sexualidade também são motivos para bullying. Desde que assumiu sua homossexualidade, Lucas*, 17 anos, sofre com os comentários e piadas dos colegas na escola.

“Desde que entrei na escola, sofro preconceito. Me xingam de 'bichinha' e várias outras coisas que acham que possa me ofender”, relatou.

Lucas afirmou que, em meio às ofensas, acabou perdendo a paciência e chegou a agredir um colega de classe.

Ele afirmou, ainda, que já chegou a ser internado num hospital, após tentar o suicídio em razão dos apelidos jocosos. Hoje mais forte, ele diz que os xingamentos continuam, porém, não o incomodam mais.

“Teve uma época em que eu cheguei a cortar os pulsos porque não aguentava mais os apelidos, mas isso não me incomoda mais. A minha mãe é homossexual também e sempre me ensinou que isso não é pecado. Ela só tem medo, diz que é perigoso brigar por causa disso”, afirmou.

A coordenação da escola, conforme Lucas, é omissa aos casos de bullying e não costuma resolvê-los.

Também em razão da sua orientação sexual, a adolescente Juliana*, 17, contou que já foi alvo de bullying na escola por diversas vezes.

Ela e a namorada costumam andar de mãos dadas pela escola onde estudam e, conforme relato, sempre são alvos de olhares preconceituosos.

Nem a coordenação da escola, de acordo com a adolescente, escapa de ações preconceituosas.


“A minha namorada me pediu em namoro no pátio da escola e, por causa disso, a inspetora nos levou para a diretoria. Ela nos disse que a gente estava desrespeitando a escola”, afirmou.

Juliana contou sofrer com a rejeição também dentro de casa, onde os pais não aceitam a sua orientação sexual. Segundo a jovem, eles chegaram a querer tirá-la da instituição, para que ela não pudesse mais ver a namorada.

“Os meus pais nunca apoiaram o meu namoro, mas também sofro bullying dos coordenadores da escola. As pessoas são preconceituosas em todo o lugar. Uma coordenadora me disse uma vez que o mundo era heterossexual e eu estava errada”, falou.

Apoio é fundamental


Conforme a psicóloga Estelita Rodrigues, o culto à aparência na atualidade fez com que o bullying se tornasse mais recorrente.

Rodrigues explica que o bullying é uma atitude social e a busca por um padrão estético ideal acaba fazendo com que aqueles que não correspondem à expectativa tornem-se motivos para chacotas e exclusão.

"A estrutura familiar é muito importante para quem sofre bullying, pois isso evita que a vítima sofra grandes abalos emocionais. Atualmente, há isolamento social dentro da própria casa"
“A vida inteira, desde que as pessoas passaram a viver em grupo, os apelidos existem. Porém, não havia essa supervalorização da aparência. Atualmente, qualquer coisa que tire do padrão social, tende a ser considerada ofensa”, disse.

A profissional afirmou que o bullying ultrapassa os muros da escola, quando os jovens vítimas de tais atos não contam com o apoio dos pais ou familiares, apontado por ela como fundamental para evitar possíveis traumas.

“A estrutura familiar é muito importante para quem sofre bullying, pois isso evita que a vítima sofra grandes abalos emocionais. Atualmente, há isolamento social dentro da própria casa”, explicou.

Segundo a psicóloga, o bullying pode ocorrer em outras situações, como na faculdade ou em ambientes de trabalho, não sendo um problema exclusivo das escolas.

Durante a vida acadêmica, conforme a especialista, campanhas devem ser feitas para garantir a boa formação das vítimas, a fim de que elas não sofram consequências de tais atos de agressão no futuro.

“É importante que haja a promoção de relacionamentos sadios, a escola deve promover campanhas de aceitação. Em casa, é importantes os pais reforçarem os laços e incentivarem a vítima de bullying a se aceitar do modo que é”.

O ambiente escolar, conforme a psicóloga, deve incentivar os alunos a promover a inclusão de gêneros, raças e culturas, principalmente na adolescência, que é uma das fases mais complicadas para a formação pessoal.

“A adolescência é uma criação social que ocorre no período da puberdade. É uma fase crítica, onde qualquer arranhão na autoimagem mexe com a pessoa, por isso é fundamental acompanhamento familiar”, explicou.


Lei anti-bullying

Em 2012, o Governo de Mato Grosso sancionou a Lei Nº 9.724, sobre prevenção e combate ao bullying. O documento incentiva as escolas públicas e particulares a desenvolverem projetos pedagógicos de medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate ao bullying escolar.

A lei define o bullying como prática de atos de violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de constranger, intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.

O decreto propõe a instituição da “Semana de Combate e Prevenção ao Assédio Escolar bullying no Estado de Mato Grosso”. O evento deve ser realizado anualmente, sempre na primeira semana de abril.

Paz na Escola


Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), além da lei estadual, o Governo conta com o projeto “Paz na Escola”, desenvolvido pela pasta, que possui o objetivo de coibir atos de violência no ambiente escolar. De acordo com a coordenadora da ação, Ana Carolina Costa, o bullying é um dos itens do projeto.

Costa afirmou que muitas das agressões ocorridas dentro de instituições de ensino são motivadas pelo bullying.

“Quanto maior a vulnerabilidade, maior a violência. A maioria dos casos de violência em escola estão ligados a questões comportamentais ou a problemas familiares”, disse.

*Os nomes dos adolescentes entrevistados na reportagem foram alterados para que suas identidades sejam preservadas.

MT - Seduc se posiciona contra redução da maioridade penal e leva debate para comunidade escolar



Da Redação - Laíse Lucatelli

Secretaria de Educação discute tema com comunidade escolar

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) é mais uma entidade que aderiu à carta aberta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que propõe reduzir maioridade penal de 18 para 16 anos no Brasil. A informação é da assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Para a coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), entidade vinculada à pasta, Edna Sampaio, a participação da Seduc nesse processo é fundamental.

“Nós temos escolas estaduais nos 141 municípios do estado, e quando vamos verificar o problema dos menores infratores, percebemos que eles já evadiram da escola muito antes de cometerem a infração. Percebemos também que eles já sofreram muitas violações dos direitos humanos que poderiam ter sido evitados se nós tivéssemos uma articulação maior das outras áreas de políticas públicas com a área da educação”, disse Edna.

Segundo a assessoria, o CRDH esteve reunido com dirigentes da Seduc na última semana para discutir ações conjuntas contra a redução da maioridade penal. O encontro, que contou com a participação do secretário adjunto de Políticas Educacionais, Gilberto Fraga, permitiu alinhar estratégias que ampliam a discussão do tema com a comunidade escolar.

Até o momento, dois seminários foram realizados com o objetivo de discutir a proposta em tramitação no Congresso Nacional. O primeiro, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), reuniu centenas de alunos, sociedade civil e representantes de entidades não-governamentais. O segundo, no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), campus Cuiabá, mais de 700 pessoas lotaram a quadra de esportes da instituição para debater o assunto.

A previsão é que até o final do mês de maio seja realizado um terceiro seminário com gestores da área da educação de Cuiabá e Várzea Grande. Segundo Paulo Santana Júnior, integrante da Coordenação de Projetos Educativos da Seduc, as discussões servirão para subsidiar as etapas seguintes que acontecerão nas escolas de todo estado. “A Seduc é signatária da Carta Aberta à sociedade, caminharemos juntos nessa mobilização”, disse ele.

Está agendada para o próximo mês uma audiência pública na Assembleia Legislativa, que deverá dialogar com uma parcela maior da sociedade sobre a redução da maioridade penal e a defesa do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).