sábado, 6 de abril de 2013

A fragilidade do amor moderno

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Olga Lustosa

   O amor líquido é um livro impactante, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que explora as relações humanas, quando as pessoas envolvidas num relacionamento enfrentam o dilema de precisar do outro, mas ao mesmo tempo temem que um relacionamento mais profundo possa deixá-los imobilizados em um mundo de movimento frenético, um mundo onde não há limites para a ilusão humana, para a futilidade dos sonhos. A sensível narração é mais que uma constatação do mundo líquido em que vivemos, da fragilidade dos laços que nos unem, e como esse homem sem vínculos, personagem do nosso tempo moderno, estabelece suas conexões e realiza suas ambições.
    Há reflexões por vezes conservadora, mas o tom é de angústia pelos sentimentos humanos, uma emoção confusa, despertada pela pressa de encontrar o par perfeito, mas contraditoriamente, viver relacionamentos com amplas portas de saída para novos encontros, porque a insatisfação está mais presente nos relacionamentos que a afetividade. São coisas muito diferentes, ter parceiro, trocar afeto e comprometer-se. É sobre esse universo marcado por laços que não permanecem, não se estreitam, a ausência de consistência, que derrete a estrutura do relacionamento e torna o amor um sentimento líquido, que escorre por entre os dedos, que Bauman está falando.

   É dentro desse contexto moderno que nossos laços, principalmente os antes duradouros, estão se desatando e nos condenando a viver numa sociedade sem raízes. As pessoas, nessa sociedade moderna e líquida não se vale nem mesmo dos laços de parentesco, preferem constituir laços de amizade ou relacionamento de amor provisórios, soltos o suficiente para não sufocar, mas firmes o suficiente para dar um certo consolo momentâneo, porém não confiável. Ao priorizarmos os relacionamentos artificiais , que podem ser tecidos ou deletados com igual facilidade, não conseguimos mais manter laços duradouros, o que afeta as relações amorosas e os vínculos familiares. Contudo, seria ingenuidade culpar as facilidades tecnológicas pelo recuo da proximidade contínua, do face a face nas relações humanas, que tornaram-se muito frouxas.

   Homens e mulheres movimentam-se em várias direções, entram e saem de casos amorosos, tentando acreditar que o próximo passo será o melhor, por isso nunca houve tanta procura em relacionar-se. O moderno mundo líquido é repleto de sinais confusos, frases abreviadas, que mudam muito rápido e de forma imprevisível e substitui a qualidade dos relacionamentos pela quantidade, o que é fatal para nossa capacidade de amar.

   Com mais de 80 anos, vivendo em Londres, Zygmunt Bauman é um dos mais respeitados sociólogos da atualidade, e declara não mais acreditar que possa existir algo como uma sociedade perfeita, diz que a vida é como um lençol curto, quando se cobre o nariz os pés ficam frios, e quando se cobrem os pés o nariz fica gelado.

   Olga Borges Lustosa é cerimonialista pública e acadêmica de Ciências Sociais pela UFMT e escreve exclusivamente neste blog toda terça-feira - olga@terra.com.br

O preço da autoestima...

Elga Figueiredo

   É comum ouvirmos histórias sobre chefes durões, estressados que curtem o clima de terror, e usam de ameaças no ambiente de trabalho. Com certeza você já viveu, ou sabe de alguém que viveu ou vive nesse terror. O abuso do poder diretivo no trabalho, decorrente de prática de situações vexatórias e humilhantes, além de pressão para o cumprimento de metas excessivas, podem caracterizar o assédio moral.
    O assédio moral pode ser definido como a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. Revela também discriminação, pois é especificamente dirigida e concentrada na pessoa daquele indivíduo determinado.

   É um absurdo, mas o assédio moral é mais comum do que se imagina. Chamar um funcionário de burro, incompetente, mocorongo, tartaruga, preguiçoso, entre tantas outras denominações, para impor autoridade, e o pior, perante outros colegas, é uma prática maldosa, porque faz com que o trabalhador competente se sinta como se não fosse apto para a função.

   Na maioria das vezes o objetivo do agressor é alcançado, levando a autoestima do ofendido a um processo de degradação. Com isso vem uma incessante pergunta: a quem recorrer? Primeiramente, deve-se tentar cessar o mal através de uma reclamação no RH da empresa, contudo, como geralmente tais comportamentos tem aquiescência do proprietário, posto que, se o dono não se indentifica com tal comportamento não permitiria essa crueldade. Acredito que o melhor é sair do emprego, receber os direitos trabalhistas e ingressar com Ação de Indenização por Danos Morais.

   É crescente o número de processos motivados por assédio moral no Brasil. O valor das indenizações tem variado de R$ 10 mil a R$ 2 milhões. Nas ações coletivas, o valor das condenações tem chegado a R$ 40 milhões. O mais importante é não ficar calado! Existem várias situações que se configuram assédio moral como: revista íntima, brincadeiras ofensivas, estratégias maçantes de vendas, exames de HIV/AIDS e BETA HCG (gravidez), rebaixamento profissional, isolamento profissional, entre outros.

   O assediado moralmente, na maioria das vezes, é escolhido por despertar no agressor o medo, a inveja e a insegurança. É preciso programas educacionais em que se ensinem sobre as normas devidas de uma boa convivência para ter um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências, já que o trabalho é nossa segunda casa.

  Elga Figueiredo é empresária e advogada, especialista em direito do consumidor e com o quadro Momento do Consumidor na rádio Mega FM em Cuiabá, e escreve exclusivamente neste Blog toda sexta-feira - e-mail: elgafigueiredo@hotmail.com

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Não entendo a briga contra direitos de homossexuais

Você, MULHER, que é CONTRA isso, deveria arrepender-se da sua pequenez: não tem 50 anos que você conquistou seus direitos de votar, de ter sua carreira profissional e ter a oportunidade de livrar-se da escravidão doméstica ...



FÁBIO ANDRÉ MARCHI
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Você, NEGRO, que é CONTRA isso, deveria envergonhar-se: há pouco mais de 100 anos você valia menos que um ANIMAL de carga, só porque uma outra raça achava-se "superior". Quem ia contra, queria DESTRUIR o sistema e a economia. O que ditava isso? Barbárie? Bem, a barbárie deu lugar ao humanismo.

Você, MULHER, que é CONTRA isso, deveria arrepender-se da sua pequenez: não tem 50 anos que você conquistou seus direitos de votar, de ter sua carreira profissional e ter a oportunidade de livrar-se da escravidão doméstica. Quem ia contra, queria DESTRUIR a família e incitar as mulheres a dominarem os homens. O que ditava isso? Tradição? Bem, a tradição deu lugar ao modernismo.

Agora, não querem deixar os HOMOSSEXUAIS ser felizes e conquistarem os seus DIREITOS por quê? Baseados no quê? Religião? Bem, a religião vai dar lugar ao racionalismo. Por quê? Porque somos RACIONAIS não somos e não devemos nos espelhar em uma tribo de nômades que viveram há milênios em algum lugar do Oriente Médio. Só por isso. Outro tempo, outro conhecimento, outra civilização, outras regras.

Haverá mais gays depois dos direitos conquistados? Duvido muito. Haverá, sim, mais GAYS ASSUMIDOS - pois hoje em dia, a sociedade, hipócritamente os força, em boa parte, a viverem uma vida de clandestinidade. A mesma sociedade que não vive sem os serviços relegados à sua classe: cabelereiros, profissionais da moda, decoradores, esteticistas, bailarinos e tantas outras atividades relegadas, de forma preconceituosa para estas pessoas.

O mundo, meus caros, é de TODOS e PARA TODOS - muda a todo momento e mudará sempre.

A grande ironia disso tudo? Quem muda o Mundo é o próprio Homem, que, - religiosamente falando - é uma criatura de... Deus.

Carpe Diem.

(*) FÁBIO ANDRÉ MARCHI é web-designer em Rondonópolis.

Vinho: Herói ou Vilão?

O uso abusivo de álcool, onde quer que esteja dissolvido, aumenta o risco de câncer, de doenças do fígado, provoca acidentes, domésticos e de trânsito, e pode ter efeito devastador em indivíduos com histórico familiar de alcoolismo ...



JOSÉ ALMIR ADENA
Divulgação

Os efeitos na saúde humana do vinho e seus componentes têm sido estudados com atenção nas últimas décadas. Em parte porque muitas populações usam o vinho como componente da refeição diária. O vinho ajuda na digestão, provoca calor e alegria.


Em parte, porque a indústria produtora de vinhos cresce furiosamente e é conveniente ter boas razões para esse marketing.

Alheio a esses  debates, o vinho subsiste há milênios.

Há indícios de vinhas e de produção de vinho a 6.000 anos atrás, na Mesopotâmia.

Hipócrates o recomendava para: diarréia, partos difíceis, letargia, como desinfetante, digestivo, diurético e excipiente para outros fármacos. E o vinho branco para hidropsia.
Os Romanos em 1.000 a.C  fizeram a primeira classificação das variedades de uvas, as preferências por tipo de solo de cada cepa,  as técnicas de fertilização e de irrigação. Organizaram o plantio e a produção de uvas viníferas.
Desde os primórdios da ciência médica, com Galeno e Avicena, o vinho foi associado a curas e melhora de sintomas. Nos escritos de Galeno lê-se: “vinhos doces e escuros produzem muito  sangue e são apropriados para alimentar o corpo, vinhos leves e brancos produzem pouco sangue e são apropriados para  eliminar líquidos pela urina”.

Porém no início do século passado, levados pelo exagero dos Puritanos e pelo radicalismo de seitas religiosas, os Estados Unidos da América proibiram a produção e distribuição de qualquer bebida que contivesse álcool. Estava em voga a Lei Seca. E o vinho caiu em desgraça e em desuso.
O vinho, como qualquer bebida alcoólica, era associado a acidentes, doenças hepáticas, demência, neuropatias, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, doenças da pele e síndrome alcoólica-fetal. Entre outras.

Mesmo depois de revogada aquela lei inútil, o vinho permaneceu no limbo, como se fora um tabu associá-lo a qualquer bom resultado na saúde.
Até que um médico francês, neto de um vinhateiro de Bordeaux,  observou algo interessante. Embora os habitantes de Quebec, no Canadá, tivessem a mesma origem genética dos franceses, a incidência de infartos e AVCs era muito mais alta lá do que na França.
O Dr.Serge Renaud que era cardiologista e pesquisador, concluiu após estudos preliminares,  que a diferença estava nos hábitos alimentares das duas populações. E espantava-se de os canadenses não usarem vinho nas refeições.
Os franceses, apesar de sua cozinha ser muito rica em gordura animal, tinham incidência muito menor de eventos cardiovasculares ( infarto e AVC). O Dr Serge Renaud concluiu que a diferença fundamental estava no consumo diário de vinho, em doses baixas.

Seus estudos encontraram respaldo nas análises do estudo de Framingham, feitos pelo Dr. Curtis Ellison, de Harvard, nos Estados Unidos.

Em uma reportagem do programa americano de elevadíssima audiência “60 minutes” , esses resultados foram amplamente divulgados e ganharam o apelido de Paradoxo de Bordeaux. Ou seja, mesmo com uma dieta muito rica em gordura os franceses tinham menos problemas cardiovasculares que os canadenses e americanos e isso se atribuiu ao consumo diário de vinho, pelos franceses.

Essa reportagem histórica, levada ao ar em 1991 pode ser vista na íntegra em http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=njm1LkXP2sg

Em 1992 o periódico inglês Lancet, uma das mais prestigiadas revistas médicas, publicou os estudos do Dr. Renaud , ratificando a credibilidade científica necessária ao tema.


A partir de então, milhares de novos estudos surgiram e comprovaram os resultados desses estudos iniciais.

Qual o mecanismo atribuído a essa proteção?

São basicamente dois: ação anti-oxidante: se o LDL-colesterol não sofrer oxidação, não se inicia a cascata de eventos que desenvolvem a placa de ateroma;  ação anti-plaquetária- os componentes do vinho inibem a adesividade plaquetária, evitando a formação de trombos.

Os componentes do vinho mais importantes são: Resveratrol e flavonóides(quercitina, catequina, epicatequina, antocianina, activina)

Os flavonóides têm essencialmente ação antioxidante. O resveratrol , ação antioxidante potente e diminui a viscosidade do sangue.


Como conseqüência dos efeitos desses elementos, há elevação das HDLs, lipoproteínas de alto poder antioxidante, ditas protetoras, e redução dos níveis plasmáticos de LDLs, as lipoproteínas aterogênicas. E redução na adesividade das plaquetas, diminuindo a formação de trombos.


São descritos igualmente, aumento de prostaglandinas vasodilatadoras e de agentes antiinflamatórios.


Há estudos relatando que o consumo diário, moderado de vinho, confere proteção contra alguns tipos de câncer, melhora da resistência à insulina, diminuição de quedas em idosos, etc.


Que efeito o vinho tem na pressão arterial?


O efeito na pressão arterial obedece a uma curva denominada curva J, ou curva U. Ou seja, uma dose baixa diminui a incidência do evento analisado, mas à medida que a dose vai aumentando, a incidência desse efeito estudado aumenta em relação ao basal.  Por exemplo, se o evento analisado for a pressão arterial, um pouco diminui a pressão arterial em relação ao inicial, mas à medida que a dose vai aumentando, vai-se perdendo esse efeito diminuidor até que ocorre uma elevação em relação a como era no início.


Essa curva J se aplica a muitos mecanismos do tipo dose-efeito.


No caso do vinho, uma a duas doses (cada dose de vinho equivale a 100 ml) abaixam a pressão arterial. À medida que se aumenta a quantidade de doses ingeridas, a pressão arterial vai aumentando. Com conseqüências sérias a partir da quarta e quinta dose.
O mesmo se observa em relação à incidência de infartos e morte cardiovascular. Indivíduos que consomem até três doses por dias, têm incidência menor desses eventos, mas com o aumento de doses, perde-se o efeito protetor.
Portanto, o efeito protetor contra infartos fica entre uma e três doses diárias.

E então?  O médico deve recomendar vinho a seu paciente, em doses moderadas, como efeito protetor contra infartos e doenças cardiovasculares?


Não. Isso não é ato médico. O lema primordial do ato médico é: “Primum non nocere” ou seja, em primeiro lugar: não provocar danos.


As entidades médicas são unânimes em desaconselhar essa conduta.  Aos indivíduos que fazem uso de vinho como tradição alimentar, ou que o usam moderadamente, não há porque desaconselhá-los de usar. Mas não é ético prescrever uma substância que contém algo tóxico, como o álcool, como medicamento.


O uso abusivo de álcool, onde quer que esteja dissolvido, aumenta o risco de câncer, de doenças do fígado, provoca acidentes, domésticos e de trânsito, e pode ter efeito devastador em indivíduos com histórico familiar de alcoolismo.


Mas consumido com moderação e responsabilidade, traz alegria à alma, traz comunhão entre amigos, traz paixão aos amantes e saúde ao coração. 


(*) JOSÉ ALMIR ADENA é médico-cardiologeriatra e um dos fundadores do departamento de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia(SBC).

MT - Ceja Vera Pereira apresenta pesquisa sobre a profissional feminina no bairro

Ceja Vera Pereira apresenta pesquisa sobre a profissional feminina no bairro
O mercado de trabalho da mulher, as composições familiares, a escolaridade feminina, foram alvos da pesquisa “O Impacto Profissional da Mulher no Bairro Grande Terceiro”, executada por cerca de 90 estudantes do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Vera Pereira. Nesta quinta-feira (04.04), o  resultado do trabalho será apresentado a comunidade e socializado com os demais estudantes durante uma Feira Cultural. 

“Esse tipo de atividade é um estímulo para nosso público”, comenta a coordenadora de áreas do Ceja, Emiliane Garcia. Ela ainda cita que os resultados obtidos com a atividade serve para análise de aspectos socioeconômicos e culturais. 

Como a organização curricular do Ceja é diferenciada, no primeiro trimestre do ano o tema escolhido foi ‘Mulher’. Cada área do conhecimento tópicos específicos e os alunos de Ciências da Natureza e Matemática delimitaram como objeto de trabalho a pesquisa, que teve a supervisão de três professores e dois estagiários.

No total, 180 pessoas foram ouvidas durante o primeiro trimestre de 2013. A coleta de dados foi realizada no período noturno, o mesmo de matrícula dos participantes da proposta pedagógica. 

Cada moradora respondeu a um questionário contendo cinco perguntas, sendo apenas uma descritiva (qual a sua profissão?).  “A pesquisa nos revelou que o  número de mulheres que ajudam na renda familiar é muito grande. Outro dado interessante revelado é quanto ao abandono escolar”, explica. 

Música, poesia, o teatro e realidade brasileira farão parte das apresentações previstas para a quinta-feira. “Teremos ainda um desfile das profissões que apareceram com mais frequência em nossa pesquisa”, finaliza a coordenadora. No total, o Ceja Vera Pereira atende a cerca de 600 alunos.

PATRÍCIA NEVESAssessoria Seduc-MT

MT - Seduc terá programa Amor Exigente

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) contará nos próximos dias com um programa de prevenção e qualidade de vida ‘Amor Exigente’, que tem como foco a prevenção social e reestruturação familiar (conflitos comportamentais). 

A proposta foi apresentada nessa semana ao secretário Ságuas Moraes que reconheceu como extremamente propositiva a adoção da medida. As ações serão acompanhadas pela Coordenadoria de Projetos Educativos e Coordenadoria de Aplicação, Desenvolvimento e Qualidade de Vida.  Na oportunidade,  a coordenadora da Regional Oeste do Amor Exigente, Maria Elizena Noronha, esmiuçou a proposta de trabalho.

Semanalmente, por duas horas, servidores da sede poderão participar das discussões de auto e mútua ajuda, proposta pelo programa. As reuniões serão realizadas no mini-auditório, em período matutino. A comunidade também poderá participar das reuniões, basta que tenha disponibilidade para poder acompanhar os encontros.

A coordenadora do programa pela Seduc, psicóloga Orozina  Cândida Freitas, pontua que  a segunda fase da ação se dará com a implantação do ‘Amor Exigente para Educadores’ em um colégio da capital.  As experiências propositivas do Amor Exigente já são executadas em parceria com outros Estados, como  Goiás, Minas Gerais, Piauí, Paraná, entre outros. Para a implantação do grupo na Seduc, os profissionais das duas Coordenadorias envolvidas participaram de capacitações no interior de São Paulo, no ano de 2012. 

“Entendemos a necessidade do trabalho preventivo, considerando que a escola é uma caixa de ressonância”, cita Marli Gouvêa. 

Para a psicóloga da Coordenadoria de Qualidade de Vida, Mariza Marcelo Carvalho, “estamos trabalhando preventivamente a questão da violência, não restringindo-se a dependência química. O Amor Exigente já atua há 29 anos e tem excelentes resultados”.

PATRÍCIA NEVES
Assessoria Seduc-MT

MT - Estudantes de escolas públicas são premiadas em concurso internacional de poesia

A estudante Luciane do Nascimento e a professora Raquel Machado Santana, ambas de escolas de campo da rede estadual, tiveram poesias classificadas no Concurso de Poesia Internacional pela Paz, promovido pela El Rowad American College, Cairo-Egito, com embaixadores no país e em Mato Grosso.  Ao todo, três representantes do Estado, uma delas estudante da rede municipal de Várzea Grande, foram destaque no concurso divulgado no início de abril pela organização.

Luciene é estudante do Ensino Médio da Escola Estadual Paulo Freire, uma das quatro escolas estaduais do assentamento Antonio Conselheiro, em Barra do Bugres. A adolescente, de 15 anos, ficou com o segundo lugar, entre os 1.500 estudantes inscritos dos mais de 40 países participantes. “Gosto de ler poesias, quando tenho tempo escrevo poemas”, destaca a garota que planeja estudar  Medicina ou Enfermagem, no curso superior. 

A rotina dos estudos de gramática e leitura da escola incentiva os estudantes a buscarem na escrita uma ferramenta de mudanças sociais.  A escola é uma das quatro existentes na área, de mil famílias assentadas, o maior assentamento da América Latina. A falta de área de lazer e espaços culturais faz com que os jovens busquem na leitura e escrita uma fonte de distração. Dezenove estudantes se inscreveram, o que representa 20% dos alunos da escola, mas desta vez foi Luciene com o poema “Paz” quem ficou com a melhor colocação. 

Na Agrovila Bojuí, em Diamantino,  a  professora Raquel Santana é a responsável pelas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, da Escola Estadual  Maria Tissiane de Oliveira. O poema inscrito por ela, ganhou  mensão honrosa e tradução para o francês.  Com o poema protesto  “Só queremos, meus amigos, sermos iguais, por favor”, ela  relata o quanto rico culturalmente são os estudantes do campo e o pouco que são respeitados.

O poema entrou no concurso inesperadamente. A partir da inscrição em setembro de 2012, uma solicitação de documentos feita pela comissão organizadora  acabou por levar a professora a encaminhar uma reivindicação em forma de poema na ficha de inscrição dos estudantes.  “Foi  uma surpresa.  Uma notícia que fortalece a prática educativa que trabalho da escola e uma forma de validar mundialmente o estudantes do campo”, conclui. 

ROSELI RIECHELMANN
Assessoria/Seduc-MT

MT - Projeto de Leitura de escola do Campo revela diferencial no aprendizado dos estudantes


“Ler é sonhar”. Partindo dessa perspectiva, a Escola Estadual do Campo Ana Maria

Projeto de Leitura de escola do Campo revela diferencial no aprendizado dos estudantes
Tissiani de Oliveira, Agrovila de Bojuí, em Diamantino, desenvolve o projeto pedagógico ‘Contos, Cantos e Encantos’.
A ação envolve 220 estudantes matriculados no 1º, 2º e 3º Ciclo de Formação Humana e também do Ensino Médio. O projeto possibilita sensíveis melhorias na gramática e no conhecimento de obras e autores, promovendo crescimento pessoal e valorização do espaço em que estão inseridos.
“Esperamos desenvolver nestes alunos o comportamento leitor, fazendo com que os mesmos tenham interesse em buscar nos livros a leitura para estudar, se informar e se divertir dentro das possibilidades e do contexto sóciocultural”, justifica a professora de Gramática e Literatura,  Raquel Machado Santana.

Três vezes por semana (as segundas,  quartas e sextas-feiras) a escola dedica um

Projeto de Leitura de escola do Campo revela diferencial no aprendizado dos estudantes
tempo exclusivo para o desenvolvimento de atividades como ‘Momento da História’ (onde o aluno leitor lê de forma dramatizada) e  o ‘Intercâmbio da Leitura’ (onde os alunos envolvidos no projeto lêem para os alunos de outras salas), leitura com agrupamento, oficinas de leitura, entre outras estratégias empregadas.
Além do espaço da sala de aula, o projeto possibilita a leitura, a socialização das obras ao ar livre e  também no espaço da biblioteca.  
 
Reconhecimento

O hábito da leitura e o prazer de lecionar em uma escola do campo, renderam a professora Raquel uma menção honrosa no ‘Concurso Internacional de Poesias pela Paz -2013’, que contou com mais de 500 poemas inscritos.  O poema, que enfatiza a liberdade do homem do campo e o preconceito vigente àqueles que vivem da terra,  foi traduzido pelo poeta contemporâneo Athanase Vantchev de Thracy, um dos maiores poetas contemporâneos da França.

PATRÍCIA NEVES
Assessoria Seduc-MT

MT - Escolas do pólo de Juara debatem sobre práticas e teorias educativas

As Orientações Curriculares foram à base do seminário formativo realizado pelo
Divulgação
Escolas do pólo de Juara debatem sobre práticas e teorias educativas
Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro) de Juara.  Durante três  dias  (03 a 05 de abril) mais 300 participantes de escolas do polo  realizaram uma reflexão sobre a relação teoria e prática no processo de ensino aprendizagem.
Segundo a diretora do Cefapro, Rosana Maria Christofolo da Silva, o contato dos profissionais com as Orientações Curriculares, tem acontecido desde o processo de elaboração, seja nos momentos de estudos nas unidades escolares, em eventos formativos realizados pelo Cefapro e no planejamento das aulas.  “Entendermos que o tema ainda não se esgotou, pois a implementação da proposta deve ser um trabalho contínuo”, disse.

Intitulado II Seminário das orientações curriculares para a educação básica d
Divulgação
Escolas do pólo de Juara debatem sobre práticas e teorias educativas
o Estado de Mato Grosso, o encontro reuniu representantes da Secretaria de Estado de Educação e o presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Agnaldo Garrido, a equipe do Cefapro Juára e de Juína, com participação do diretor Marcos Morandi.
Estiveram presentes ainda, representantes das escolas nos municípios de Novo Horizonte do Norte, Dom Aquino Correa, Distrito de Águas Claras, do Distrito de Paranorte, Jaú e Juara,
Assessoria/Seduc-MT

MT - Profuncionário realiza aula neste sábado

NOT
A Coordenação do Programa Profuncionário, em parceria com Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro), de Cuiabá, comunica que no dia 06 de abril, sábado, das 08h às 12h, realizará o 2º Encontro do Programa Profuncionario, em seis locais de Cuiabá e Várzea Grande.


Confira:
Várzea Grande:
Escola Estadual  Fernando Leite- Curso: Alimentação Escolar - 5 salas
Escola Estadual Elmas Gattaz – Curso: Secretaria Escolar - 3 salas
Escola Estadual Licínio Monteiro – Curso de Infraestrutura Escolar - 8 salas

Cuiabá:
Escola Estadual  Nilo Povoas - Curso: Alimentação Escolar - 9 salas
Escola Estadual José de Mesquita – Curso de Infraestrutura Escolar - 15 salas
Cefapro de Cuiabá - Secretaria Escolar / Multimeios Didáticos


Outras informações com a coordenadora do Programa, na Seduc, professora Izolda Maria Marques, telefone 
(65) 3613-6451

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Estudo revela experiências de escolas de tempo integral

Ainda raridade nas redes públicas, o número de escolas de tempo integral tem crescido após o Plano Nacional de Educação – em trâmite no Congresso – prever que, até 2020, metade das escolas amplie a jornada escolar diária para o mínimo de sete horas. Mas, em muitos casos, o aumento da carga horária é o único ponto que une essas experiências dispersas pelo Brasil. O currículo, a divisão do horário e até o espaço onde as atividades são realizadas variam muito de município para município e até de escola para escola.

É o que mostra a publicação apresentada na terça-feira (02) pela Fundação Itaú Social, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Em destaque, 20 experiências que podem ser referência tanto na organização do tempo e do espaço como na formação dos profissionais e no monitoramento e avaliação do programa.

Achados

Em Piraí (RJ), os alunos do 5.º ao 9.º ano do fundamental passaram a ter aulas de duas horas antes e depois do intervalo, o que permitiu outro ritmo de aprendizagem, com mais tempo para a mesma disciplina.
Em Betim (MG), o destaque é o trabalho integrado de 12 secretarias municipais. A de Planejamento, por exemplo, computa em seu orçamento gastos com locação de espaços para atividades externas dos alunos. A de Esportes contemplava em seu quadro os profissionais para atuar em oficinas nas escolas ou centros conveniados.

Em Santos, o destaque é o trabalho de monitoramento e avaliação do programa de educação integral. No município do litoral paulista, a avaliação é feita três vezes ao ano por elas próprias, pelos professores e monitores.

“As avaliações mostram que os que mais se beneficiam da educação integral são os de piores condições socioeconômicas. Logo, ela é fundamental para a equidade. E, a equidade, com a garantia de que todos estão aprendendo, é condição para o desenvolvimento do País”, resume Isabel Santana, gerente de Educação e Avaliação da Fundação Itaú Social. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Uol Educação

Educação lidera consulta da ONU sobre prioridades para o mundo pós-2015

A Organização das Nações Unidas (ONU) está fazendo consultas em todo o Brasil para saber quais são as principais mudanças necessárias para melhorar o País e o mundo. A educação aparece como prioridade em todos os segmentos consultados até agora.

Entre as sugestões apresentadas para melhorar a qualidade do ensino no Brasil está a fiscalização orçamentária; a valorização da educação básica; capacitação de professores, aliada ao aumento de salário e redução de carga horária; escola de período integral e gratuita para todos; campanhas de incentivo à leitura; preservação da diversidade linguística e de identidades culturais no currículo escolar; implementação de ações de segurança e defesa civil nas escolas; e fortalecimento da gestão participativa, entre outras medidas.

As pesquisas foram feitas durante encontros regionais em todo o País. Mas ainda há tempo participar, já que a ONU também está ouvindo as pessoas por meio da internet. Na pesquisa online, de 16 assuntos sugeridos, cada pessoa pode escolher seis prioridades.

De acordo com a consulta, além da melhoria no ensino, os brasileiros querem governo honesto e atuante, melhoria dos serviços de saúde, acesso a alimentos de qualidade, proteção contra o crime e a violência, além do acesso à água potável e ao saneamento.

Pela internet, o Brasil é o segundo no ranking de participação na pesquisa, com quase 12 mil votos. O primeiro lugar está com a Nigéria, onde quase 150 mil pessoas deram sua opinião até agora. No levantamento global, a educação também aparece como prioridade.

Segundo a ONU, todas as sugestões serão compartilhadas com os líderes mundiais que definirão a agenda de desenvolvimento global pós-2015, que por sua vez ampliará os resultados dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e enfrentará as desigualdades que ainda persistirem e os novos desafios que afetam o planeta.

Fonte: Terra Educação

Coluna 10 - Jornal Nota 10

A vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem as que se tem.

Josh Billings

Teste ortográfico é tema de pesquisa

Uma das ferramentas mais observadas por gestores em processos seletivos, o teste ortográfico, foi tema de uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios – Nube. Realizado durante todo o ano de 2012, com 7.219 participantes, o estudo reuniu informações e estatísticas importantes quanto ao desempenho dos jovens de diferentes segmentos, áreas de atuação e de ensino. O teste foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano, como “seiscentos”, “escassez”, “artificial”, “sucesso”, “licença” e “censura”. Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros. Exatos 2.081 candidatos (28,8%) não obtiveram êxito na etapa da seleção e foram eliminados. As mulheres se saíram melhor. Apenas 26,6% não passaram. Já entre os homens, o número foi maior, 32%. Seguindo a linha estatística, um dado chamou a atenção: os mais novos, com idade entre 14 e 18 anos, apresentaram melhor desempenho, com 75% de sucesso, superando outras faixas como a de 19 a 25 anos (68,9%), 26 a 30 anos (69,2%) e acima de 30 anos (71,2%). “Impressiona o fato de os jovens na fase da universidade, registrarem erros graves na grafia. Apenas 25% dos brasileiros mantém o hábito da leitura. Com isso, o reflexo é percebido antes até de ingressarem no mercado de trabalho. Muitos ficam pelo caminho e são excluídos das chances de construírem uma carreira, por terem pouca intimidade com as palavras”, analisa o supervisor de seleção, Erick Sperduti.

Escolas integrais 

Realidade cada vez mais presente na educação brasileira, as escolas em tempo integral crescem não apenas na rede pública de ensino mas também entre as unidades particulares. Em Pernambuco, 130 mil estudantes dos cerca de um milhão da rede estadual permanecem nas escolas durante os dois turnos no ensino médio. Escolas privadas do Recife começam a oferecer ou intensificar esse serviço.

Correção de provas

Não basta planejar aulas ou fazer relatórios. É preciso - a cada fim de bimestre ou semestre - corrigir as dezenas de provas dos alunos. Quantos professores já não sonharam, como em um passe de mágica, terem suas avaliações corrigidas? Essa é a solução que a startup Pod (Plataforma Otimizadora de Correção de Provas) entrega aos educadores. Criada há um ano por jovens engenheiros da Poli/USP, ela já vem sendo usada como projeto piloto em quatro instituições - de ensino médio e superior - em São Paulo.

Aprimoramento de professores

O governador Geraldo Alckmin anunciou na terça-feira (2), o programa “Melhor Gestão, Melhor Ensino”, voltado ao aprimoramento de 65 mil educadores da rede estadual paulista, que beneficiará cerca de 1,7 milhão de alunos dos anos finais (6.º ao 9.º ano) do Ensino Fundamental. A iniciativa, desenvolvida por meio da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa Souza” (Efap) e da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB), tem foco na gestão escolar e no processo de ensino e de aprendizagem de língua portuguesa e de matemática. O objetivo é aprimorar a formação dos gestores e professores para melhorar o desempenho dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental nessas duas áreas do conhecimento, que são a base para a aprendizagem das demais disciplinas.

Trabalho em cruzeiros 

O Grupo Costa lança uma nova ferramenta de apoio ao recrutamento de brasileiros dispostos a trabalhar em cruzeiros a bordo de um navio. O portal nasce com a missão de fornecer conteúdo, prestar assessoria para a captação de profissionais e facilitar a comunicação com a empresa na Itália. O site reúne informações completas sobre a vida de quem trabalha a bordo e enumera as vantagens para quem quer começar sua carreira profissional no Grupo Costa. O site explica passo a passo as etapas que o candidato terá de seguir para conquistar sua vaga a bordo. Ele tem acesso a todos os postos disponíveis, separados em 11 categorias: Bar; Crew (Limpeza de cabines e áreas comuns da tripulação); Entertainment (Diversão, esporte e lazer), Galley (Cozinha), Guest Service (Relacionamento direto com o hóspede), Hotel, Housekeeping (Limpeza de cabines e áreas comuns aos passageiros), Photo (Produção de fotos e vídeos), Restaurant, Store (Manuseio de materiais a bordo) e Tours (Excursões).
Um erro de uma funcionária da Escola Estadual Mario de Andrade, na região do Campo Belo, zona sul de São Paulo, fez com que um aluno de 6 anos do 1.º ano do Ensino Fundamental ficasse sem poder estudar. O filho de Sandra Regina de Oliveira Francelino foi transferido da escola por engano e acabou sem colégio.
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o Estatuto da Juventude, com a ampliação do número de jovens que terão direito à meia-entrada em eventos culturais e esportivos. Além dos estudantes, que já têm direito ao benefício, o projeto prevê que jovens com renda familiar até dois salários mínimos paguem a metade do valor dos ingressos.

Ensino às traças e desempenho pífio em MT

Ser um aluno da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) parece um sonho distante demais para os alunos do ensino médio da Escola Estadual Maria Macedo, no bairro Mapim, em Várzea Grande. Não é por falta de vontade, nem pela capacidade profissional dos educadores, mas devido à falta de condições de concorrer em igualdade pela falta de estrutura física imposta pelo poder público.
 
Em todo o Estado, alunos estudam em escolas sem ar-condicionado – num calor absurdo – em que pese a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) ter adquirido 2 mil equipamentos que não foram instalados por precariedade da rede elétrica das unidades.
 
São fatores que colocam o Estado com desempenho pífio no Enem. Em 2011, das 20 escolas que obtiveram as melhores médias, 18 são particulares e duas são federais. Enquanto isso, milhões são distribuídos em incentivos fiscais para empresas que apresentam número irrisório de empregos gerados e a Assembleia Legislativa consome R$300 milhões por ano dos cofres públicos.
 
O senador Pedro Taques (PDT) e o secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes (PT), vivem um embate sobre o assunto. Taques criticou, no Senado Federal, a qualidade do ensino público de Mato Grosso. Segundo o senador, os elevados índices de analfabetismo, evasão escolar e a baixa qualidade do ensino, que acabam tendo reflexos desanimadores no Enem, são resultado da falta de planejamento e má gestão dos recursos públicos. 
 
“Senhor governador Silval Barbosa: não é possível ingressar num ciclo de desenvolvimento social e econômico sustentável quando se possui os piores resultados nos indicadores de educação do país. Os erros da gestão estão deixando rastros cada vez mais difíceis de serem escondidos e marcas profundas de desrespeito em uma geração inteira de mato-grossenses”, afirmou Pedro Taques, na tribuna do Senado.
 
O custo médio anual de um aluno da rede estadual em 2011 foi de R$ 2.632,00. Para o mesmo período, o custo médio de um reeducando foi de R$ 9.652,20. “Não é possível falar de futuro quando se investe o quádruplo de recursos em um reeducando do sistema penitenciário daquilo que se investe em um aluno da rede estadual de ensino. Estamos acolhendo mais detentos nas prisões do que alunos nas escolas”, contestou.
 
Conforme relatou o senador, os resultados “vergonhosos” são piores quando o ensino médio é avaliado. O abandono no ensino médio é 11,5 vezes maior que no ensino fundamental. Em 2008, por exemplo, a taxa de reprovação no ensino médio era de 5,3% e explodiu para 18,2%. A taxa de abandono, por sua vez, aumentou em mais de 4,3%, com pico de quase 50% em 2009.
 
Alunos estudam na área ou sob árvores
 
Os 830 alunos da Escola Estadual Maria Macedo, em Várzea Grande – a segunda maior cidade do Estado, separada apenas por uma ponte de Cuiabá – se revezam em estudar sob a sombra das árvores, algumas turmas ficam sem aula, outras estudam em uma área e outros se juntam mesmo sendo de séries diferentes. Este foi o jeito encontrado pela direção para não prejudicar ainda mais os estudantes.
 
Apesar de estar em uma área grande, suficiente para receber investimentos em mais salas de aula, laboratórios e quadra coberta, o local não recebeu nenhuma atenção da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) desde que a unidade foi construída. O local foi construído na década de 80 como uma creche para atender crianças do bairro.
 
Em junho de 1990, o local deixou de ser creche e passou a ser Escola Estadual. Apenas no passado, a Seduc escriturou a área, que em todo esse tempo não foi contemplada com reforma e ampliação.
 
Em fevereiro deste ano, um temporal colocou a estrutura da escola à prova e um bloco inteiro foi interditado, deixando quatro salas de aula sem funcionar. O telhado cedeu e antes que desabasse na cabeça de algum estudante ou professor, a direção da escola pediu um recurso emergencial à Seduc de R$16 mil para reformar o local. Para não ficar esperando a burocracia da máquina estatal, o diretor da unidade decidiu comprar os materiais de construção fiado e espera o recurso cair na conta da escola para pagar os fornecedores.
 
“Tivemos que fazer alguma coisa para agilizar a obra da reforma do telhado, para que os estudantes possam voltar para a sala de aula. A forma mais rápida foi comprar fiado, mas e se não fizesse isso?”, questiona uma das coordenadoras da escola, Vera Luiza da Silva Costa.

MT - Projeto de Escola de Juína ganha destaque internacional

Pela segunda vez, um projeto pedagógico desenvolvido na Escola Estadual Ana Néri, de Juína, será apresentado durante o 14º Encontro de Geógrafos da América Latina (EGAL), na cidade de Lima, Peru, no período de 8 a 12 de abril. O grupo de pesquisa científica da unidade apresentará o trabalho “A Importância de Projetos de Pesquisa no Ensino da geografia: Experiências Vividas em Escola Pública do Interior do Estado de Mato Grosso, Brasil”.,

A ação pedagógica, idealizada pela professora Denise Peralta, mestre em Geografia,  agrega estudantes do Ensino Fundamental em pesquisas sobre os aspectos físicos, socioambientais e econômicos da região. Dentre elas, visita de campo em área de exploração do garimpo, levantamento de dados sobre o planejamento familiar e outro com base em dados coletados no posto de Programa Saúde da Família (PSF) sobre o não uso de métodos contraceptivos por meninos e um elevado índice de gestação precoce.

O grupo de pesquisa é formado por 55 alunos, dos quais 20 participam das atividades na parte da manhã e 35 à tarde. A participação é voluntária e as atividades foram implementadas desde o ano de 2011. “A cada ano que passa o número de alunos integrantes do projeto aumenta, pois a iniciativa vem dando certo”, cita.
Segundo a professora, o projeto científico é um grande estímulo aos estudantes e conta com apoio de bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Faculdade do Vale do Juruena (AJES), que são parceiros e colaboradores durante as atividades.

PATRÍCIA NEVES
 Assessoria/Seduc-MT

Fale agora ou cale-se para sempre

Para um educador nada é mais gratificante do que saber que o futuro do país está em suas mãos. Esse é o sentimento inicial que temos quando optamos por uma licenciatura, contamos ponto para contrato ou quando fazemos um concurso público para trabalharmos



JELDER POMPEO


Para um educador nada é mais gratificante do que saber que o futuro do país está em suas mãos. Esse é o sentimento inicial que temos quando optamos por uma licenciatura, contamos ponto para contrato ou quando fazemos um concurso público, para trabalharmos nas mais diversas funções nas escolas e nas creches de nossa cidade.


No entanto, esse sentimento é liquidado assim que nos deparamos com a realidade das unidades escolares e com as políticas educacionais que nos estão sendo impostas.

Os fatores que tem levado o ensino público à decadência são inúmeros, mas raros, são os que fogem da responsabilidade do Estado.

A priori, quando falamos em educação pública e no seu desprestígio, muitos apontarão de imediato, dois segmentos como principais responsáveis pela baixa qualidade no ensino. O primeiro seria os educadores - que por algum motivo – seja pela falta de vontade, acomodação, despreparo, não estariam ensinando adequadamente os estudantes. O segundo seria os próprios estudantes que não estariam dando atenção adequada aos estudos, se comportando ou prestando atenção nas aulas, etc.

Tanto um, como noutro caso, o peso da responsabilidade cai sobre indivíduos, mesmo quando se atribui a responsabilidade aos dois segmentos conjuntamente.

Se a responsabilidade sobre a qualidade do ensino público paira apenas sobre esses dois segmentos, por que esse fato ocorre, de maneira generalizada, nos diversos bairros e nas mais diversas regiões do país?

Seria, então, o caso de uma “epidemia” de falta de interesse, despreparo, desrespeito?  Talvez seja. Mas como teria se alastrado essa “epidemia”?

Como não punimos esses “culpados” por termos uma educação pública que tem ido “de mal a pior”? São muitas as perguntas, porém, uma mesma resposta. Se a educação pública chegou ao nível em que esta, em toda parte do país, quer dizer que, não foi algo deliberado pelos segmentos aqui apontados.

Antes disso, foi um efeito de uma série de políticas educacionais, econômicas e sociais, que nos trouxeram ao patamar em quem estamos.

A começar pelos estudantes. Muitos não têm sequer um referencial educacional em casa. Na maioria das vezes, suas famílias são desestruturadas, os pais não tem estudo e quando tem, não tem tempo para ajudar e acompanhar o estudo do filho.

Na maioria dos casos o referencial cultural da família é uma TV, livro (quando tem, no máximo é de autoajuda). Dessa forma, não podemos esperar uma iniciativa educacional e cultural satisfatória desse aluno.

A localidade em que essa criança ou adolescente mora, muitas vezes, não contribui para um ambiente adequado para o aprendizado.

Já no caso dos educadores, além de enfrentar a dura realidade dos alunos, estes, ainda enfrentam seus problemas pessoais, tentando não transparecê-los nas aulas (isso mesmo, educador também é gente, e também tem problemas pessoais). Além dos problemas privados, eles têm que lidar com estruturas escolares precárias, total desvalorização da profissão e do profissional, políticas educacionais problemáticas, sobrecarga de trabalho, tendo em vista que, com os salários baixos, muitos são obrigados a desempenhar até mesmo dois empregos para complementar o salário e poder sustentar sua família, entre outros problemas do gênero.

Levando em conta todos os fatores mencionados, ou seja, econômicos, sociais, culturais e educacionais, podemos ter uma maior clareza sobre alguns motivos da precariedade do ensino público do país.

Além disso, com uma análise mais ampla e abrangente, temos a possibilidade de verificar que, os problemas da educação não residem apenas nela mesma. Podemos ainda constatar que a manutenção da educação, tal como está, tem colaborado com outros problemas como a violência, gravidez na adolescência, mas principalmente, estamos criando uma população acrítica, que não se levanta contra os mandos e desmandos dos governantes.

Portanto, não podemos esperar uma mudança dos que mais se beneficiam com essa realidade para mudá-la. Ou nos organizamos na sociedade civil e mudamos isso, ou esperamos que a ignorância reine, logo, não teremos mais a capacidade de análise, crítica e formulação. Assim, seremos contentes ignorantes e os que estão no poder, estarão livres de qualquer questionamento e manifestação.

(*) JELDER POMPEO DE CERQUEIRA é Cientista Social, formado pela UFMT, Técnico Administrativo Educacional, Ex-Técnico em Nutrição Escolar (merendeiro) no município de Cuiabá, e Militante da INTERSINDICAL.

Federalização do ensino básico é a solução?

A qualidade na educação é, sem dúvida, um assunto preocupante, principalmente pela constatação do baixo nível em que se encontra o ensino no Brasil e isso leva a discussões apaixonadas, porém, inócuas do ponto de vista prático ....



WALDIR SERAFIM


O senador Cristóvão Buarque veio a Cuiabá, recentemente, defender sua proposta de federalizar o ensino básico, projeto esse, aliás, que foi a principal, senão a única, plataforma de sua candidatura à presidência da República em 2006. Propõe ainda o senador a criação de um Ministério da Educação Básica, o 40º Ministério.

A qualidade na educação é, sem dúvida, um assunto preocupante, principalmente pela constatação do baixo nível em que se encontra o ensino no Brasil e isso leva a discussões apaixonadas, porém, inócuas do ponto de vista prático.

É verdade, que a qualidade da educação é uma preocupação crescente no mundo, e que tem gerado a criação de mecanismos de estímulo e cobranças, com vistas a buscar uma melhoria no sistema educacional, mas em nenhum caso existe uma proposta tão radical de centralização do sistema, como propõe o senador.

Existem experiências de centralização do ensino em países totalitários, e não federativos, e com população e número de escolas reduzidas, que nem de longe se assemelha ao caso brasileiro. Nos países assemelhados ao nosso, de ordenamento democrático e federativo, prevalece o sistema descentralizado, com maior ou menor coordenação por parte do governo central.

No Brasil, com a sua superlativa dimensão territorial, onde existem 5.564 municípios, em regiões diferentes, com características próprias, as dificuldades seriam igualmente superlativas e, conhecendo como funcionam as instituições nacionais, acredito ser impossível gerir com competência e qualidade o sistema gigantesco a ser constituído, e o prejuízo seria maior para a qualidade da educação.

Ademais, um projeto dessa magnitude não pode, ou não deve, ser discutido sem abranger um novo pacto federativo.

No Brasil, desde a Lei 9394/96 - LDBN (Lei de Diretrizes e Bases Nacional), lei que inova, mas respeita a tradição democrática e federativa das constituições anteriores, vigora os princípios da responsabilidade compartilhada na gestão do sistema educacional entre as instâncias federativas, cabendo aos municípios e estados a responsabilidade pela educação básica, que compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e tem duração de 18 anos, e o ensino superior à União. Determina ainda que a União deve gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público (art. 69).

Por seu lado, o texto constitucional vigente define a distribuição das receitas tributárias e, da mesma forma, a responsabilidade pela prestação dos serviços públicos entre os entes da federação.

Aí, cabe uma pergunta de natureza política: transferindo o ensino básico para a competência da União, essa teria acesso aos recursos orçamentários correspondentes, que hoje fazem parte dos orçamentos dos estados e municípios?

Uma segunda questão prática: como ficariam os milhares de professores e demais profissionais da educação, que são hoje servidores dos estados e municípios? Passariam eles também para a União? A norma vigente permite essa transferência de titularidade?

Essas são apenas algumas das questões que, a meu juízo, são fundamentais e que, por envolverem múltiplos interesses, não só financeiros, mas também políticos ferem de morte a proposta do senador.

A proposta é meritória, até mesmo pela oportunidade de instigar o debate, sobre assunto tão importante, mas creio que devemos aprofundar a discussão visando melhorar o modelo atual, sem nos aventurarmos em mudanças radicais, do tipo centralizador, conforme proposta, pois isso levaria inexoravelmente ao fracasso.

(*) WALDIR SERAFIM é economista em Mato Grosso

Cuiabá - MT Quadrilha faz reféns e rouba 2500 tablets da Prefeitura

Oito homens armados invadiram almoxarifado localizado no Boa Esperança e amarram sete servidores

Professores com os tablets iguais aos roubados, durante ato de entrega simbólica
ISA SOUSA
DA REDAÇÃO

Uma quadrilha formada por oito homens invadiu o Almoxarifado Central da Secretaria Municipal de Educação, localizado no bairro Boa Esperança, em Cuiabá, na tarde desta quarta-feira (3), e roubou 2.500 tablets.

De acordo com informações, os bandidos estavam fortemente armados, amarram sete funcionários, prenderam todos em uma mesma sala e foram diretamente onde estavam os equipamentos.

A suspeita é de que os bandidos tinham conhecimento da localização e da quantidade de tablets, já que não levaram nenhum outro objeto.

Após a saída da quadrilha, os funcionários conseguiram se soltar, acionaram a Polícia e prestaram queixa. Nenhum suspeito foi localizado até o momento.

Os equipamentos foram adquiridos ainda sob a gestão do ex-prefeito Chico Galindo (PTB).

À época, foram 5, 7 mil aparelhos adquiridos a um custo de R$ 2,6 milhões, que serviriam para o projeto “Tablet, o Mundo em Suas Mãos”.

O objetivo do Município era que os equipamentos fossem entregues a 16 escolas da rede municipal, para incluir novas tecnologias no cotidiano.

O projeto de Galindo, no entanto, foi motivo de polêmica. Entregues de forma simbólica em dezembro passado, os tablets ficaram encaixotados até o mês passado. O motivo seria a falta de capacitação de professores e alunos.

O prefeito Mauro Mendes (PSB) determinou cursos para funcionários da rede. Os mesmos seriam finalizados nesta semana.

MT - Acadêmicos da Unic protestam contra falta de professores

Alunos também alegam que salas de aulas estão com superlotação

Estudantes fizeram protesto na Unic por melhores condições de ensino
KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

Acadêmicos do curso de Engenharia Civil da Universidade de Cuiabá (Unic), do campus da Rua Barão de Melgaço, iniciaram uma greve na segunda-feira (1º). O movimento deve durar a até a próxima sexta-feira (5).

Os estudantes alegam que o curso está com falta de professores em algumas disciplinas, como é o caso “Estruturas de Madeira”, que, segundo eles, ainda não iniciaram as aulas.

Os manifestantes dizem ainda que algumas disciplinas estão com professores substitutos, que não são especialistas na área, situação que estaria ocasionando a queda na qualidade do ensino.

A superlotação das salas de aula é outra reclamação. Os acadêmicos sustentam que algumas turmas possuem cerca de 70 alunos.
"Contratamos um serviço de educação de qualidade e isso não é fornecido"
“É um absurdo essa situação que a Unic submete os alunos. Calouros têm que pagar uma mensalidade de R$ 1,3 mil, veteranos pagam quase a mesma coisa. O preço é alto para esse tipo de serviço. Contratamos um serviço de educação de qualidade e isso não é fornecido”, disse ao MidiaNews o acadêmico Rodrigo Lima.

Diante da situação, na quinta-feira (25) passada, os alunos se reuniram com membros da direção e coordenação da Universidade para expor as insatisfações.

Os estudantes sustentam que ficou acordado que novos professores seriam contratados, promessa que foi descumprida, segundo eles.

“Disseram que iriam resolver o problema da falta de professores e que também iriam dividir as turmas. Isso não aconteceu. Por isso, iniciamos a greve. No momento, esse é o nosso protesto, mas estudamos ainda outras formas de resolver essa situação”, informou Rodrigo.

Na semana passada um protesto na frente da Unic, campus Barão de Melgaço, reuniu cerca de 500 alunos, que empunhavam cartazes exigindo educação de qualidade e valorização dos professores.

Manifesto na rede

Os estudantes criaram um grupo na rede social Facebook para divulgar as ações do protesto estudantil.
O grupo é intitulado “Protesto da Engenharia Civil Unic – Grupo Kroton”, e os alunos sugerem, inclusive, fazer um boicote geral e não pagar mensalidades.

Outros cursos também usam o espaço para dar apoio a causa dos acadêmicos de Engenharia Civil, como é o caso do curso de Engenharia Sanitária.

Outro lado 
Por meio de assessoria, a  Unic informou que se reuniu com a comissão de alunos do curso de Engenharia Civil e ressaltou que as aulas estão acontecendo normalmente, de acordo com o calendário acadêmico, com exceção da disciplina Estrutura de Madeiras, em processo de contratação.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ensino ...


Cresce número de alunos da rede estadual com baixo conhecimento


FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO 

O número de estudantes da rede estadual com conhecimento insuficiente no ensino fundamental aumentou em 2012, aponta avaliação do próprio governo. Já no ensino médio caiu. 

Os dados foram divulgados pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) ontem à noite. A base é o Saresp, avaliação do governo que prevê provas de português e de matemática. 

Segundo o levantamento, a proporção de alunos "abaixo do básico" em matemática no 5º ano do fundamental aumentou 7% em um ano. Agora, são 27,9% no patamar mais baixo da escala. Nele, diz o governo, o estudante demonstra "domínio insuficiente" dos conteúdos para a série em que se encontra. 

No patamar mais alto, o "avançado", a proporção foi de 9,6% para 9,7%.
Já no ensino médio, a proporção de alunos com conhecimento abaixo do esperado caiu de 58,4% para 55,8% em matemática. A variação em português foi similar, ainda que com intensidade menor. 


A Secretaria Estadual da Educação, em nota, afirma que investigará as causas das quedas, para então "intensificar as ações pedagógicas". A pasta disse ainda esperar que os indicadores melhorem com a ampliação das avaliações que ajudam a determinar quais estudantes passarão por recuperação. 

Até 2012, a ferramenta era utilizada no 6º e 7º anos do fundamental e nos dois primeiros anos do ensino médio. Agora, será usada em todas as séries a partir do 6º ano. "No geral, vemos um cenário de estabilização. Num patamar baixo", diz o pesquisador Ocimar Alavarse, da USP. 

"O Estado fez mudanças, implementou apostilas, e o resultado não está aparecendo. Ao que parece, é preciso repensar todas as políticas." 

A variação da qualidade da educação no Estado diverge do que é visto no restante do país, onde o ensino médio está estagnado e o fundamental, melhorando. As metodologias, porém, são diferentes. 

EXIGÊNCIA MENOR
 
A exigência do governo estadual para definir se o aluno tem conhecimento suficiente é menor do que a fixada por pesquisadores da área. 

Numa escala de 0 a 500 pontos, o Estado entende que o aluno já tem conhecimentos suficientes a partir do 175, em matemática no 5º ano do ensino fundamental. 

Para a ONG Todos pela Educação, que reúne pesquisadores, gestores e empresários, o esperado é que o aluno tenha 225 pontos. Se adotada essa lógica, a proporção com conhecimento insuficiente subiria dos 27,9% para 63,3%. No ensino médio, iria a 95,2%.