terça-feira, 15 de março de 2011

Notícia do MEC

Após preparação que durou quase três anos, MEC coloca em prática reforço em municípios com piores rendimentos

Priscilla Borges, iG Brasília
Assegurar a aprendizagem das crianças e dos adolescentes brasileiros no tempo certo ainda é um desafio para o Brasil. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que a repetência e o abandono fazem parte da realidade de milhares de estudantes. Desde cedo.
Para tentar mudar essa realidade, de atrasos de pelo menos dois anos na trajetória escolar das crianças do ensino fundamental, o Ministério da Educação colocou em prática projetos de aulas de reforço para as crianças que não aprenderam a ler, escrever e fazer contas corretamente mesmo em séries mais avançadas. Há um mês, as primeiras atividades de programas de aceleração da aprendizagem contratados pelo MEC começaram em 646 municípios.
As discussões e a preparação para colocar as propostas de correção de fluxo escolar em prática iniciaram há quase três anos. Em 2007, o MEC criou o Plano de Ações Articuladas, pacto feito com os municípios que obtiveram os piores rendimentos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), avaliação que mede a qualidade de ensino da rede escolar do País. Em troca de recursos financeiros e apoio técnico oferecidos pelo governo federal, os dirigentes municipais teriam de elaborar ações para garantir qualidade de ensino.
À época, mais de 700 municípios pediram ajuda para corrigir o fluxo escolar. Queriam recursos pedagógicos que os auxiliassem a acelerar os estudos das crianças que não aprenderam na idade correta. O MEC avaliou programas de aceleração de aprendizagem de institutos ligados à educação e contratou três para fornecer capacitação e material aos municípios que mais precisam (os 1.242 com os resultados mais baixos no Ideb).
O Instituto Ayrton Senna, o Instituto Alfa e Beto e a organização não-governamental Geempa foram os escolhidos. Os projetos deles fazem parte do que o MEC chama de Guia de Tecnologias Educacionais, publicação que indica ferramentas avaliadas pelo ministério para solucionar problemas em diferentes tópicos educacionais como alfabetização, educação inclusiva, gestão escolar.
Nos últimos dois anos, os municípios escolheram as ferramentas, assinaram termos de compromisso com o MEC e prepararam professores para trabalhar com os alunos em sala de aula. Inicialmente, 1.149 cidades de 26 Estados manifestaram interesse em receber capacitação e material didático de uma das tecnologias. Ao todo, 830 mil estudantes seriam beneficiados.

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