quarta-feira, 6 de junho de 2012

Escolas impõem normas para namoro entre estudantes

Maria Garcia

Entre beijos e abraços, o aluno Lucas Gardoggini, 17, passa o intervalo com a namorada, no Colégio Portinari. Ele, que cursa o 3º ano do ensino médio, e ela, o 2º, estão quase sempre sob vigilância de seguranças e auxiliares de corredor, que não permitem que tais atos afetivos ocorram dentro da instituição.

“Eles estão sempre circulando, então, não são todos os momentos em que ficam olhando para a gente. Mas qualquer coisa, seja um beijo ou cafuné, é motivo para chamarem a nossa atenção. Sempre dizem que são pelas crianças (alunos das 5ª e 6ª séries), que o lugar é impróprio para isso. Acho que algumas atitudes repreensivas que a escola adota são meio desnecessárias”, desabafa Lucas.

O namoro, principalmente na adolescência, é um momento de novidade e de descoberta da sexualidade. Do ensino fundamental ao médio, cada vez mais os jovens alunos experimentam esse momento com mais intensidade, tanto dentro como fora do ambiente escolar.

Regras

Assim como na relação entre pais e filhos, no colégio também há regras de comportamento para os casais, que normalmente são fiscalizados por funcionários. No entanto, qual o limite? Como os colégios lidam com a situação? Isso dependerá de cada instituição de ensino. Em colégios maiores, quando comparado com os de menor estrutura, por exemplo, as normas são mais rígidas. No entanto, estes informam as regras de comportamento previamente aos futuros alunos.

A estudante Pollyana Giffone, 17, sentiu isso quando se mudou do Colégio Marisol, em Pau da Lima, para o Colégio Villa Lobos, onde cursa o 3º ano. “Informar previamente é bem legal, pois evita constrangimentos. Nenhum aluno pode dizer que não sabia como o colégio procede”. O colégio de Pollyana, Villa Lobos, possui uma regra clara: não pode namorar dentro das dependências da escola.

De acordo com a orientadora do 9º ao 2º ano do ensino médio do colégio, Maria Andrade, isso não significa que os alunos não podem ser namorados. “Quem delibera sobre o namoro é a família. Não nos responsabilizamos por isso. O que não é permitido dentro do colégio é qualquer conduta afetiva que esteja além dos limites, tanto em relação ao namoro quanto em outras relações mais íntimas”.

Segundo a orientadora, dentro do colégio os casais não são punidos, mas entram em um processo de diálogo com os coordenadores pedagógicos. “Dizemos o que está certo e errado nessa situação. Também projetamos suas atitudes para a vida adulta, fazendo-os refletir sobre a conduta que eles devem ter no trabalho futuramente e como o reflexo disso deveria estar nesse ambiente. Nós, funcionários, também regulamos o nosso comportamento para dar o exemplo”, garante Andrade.

Pais

A mãe de Lucas, Andreia Gardoggini, acredita que as regras devem ser estabelecidas e os comportamentos devem ser limitados. “O jovem tende a querer extrapolar as demonstrações de afeto. Acho importante essa orientação. No entanto, sem inibição ou constrangimento”, opina.

De acordo com Andreia, o colégio de Lucas, no entanto, nunca conversou com ela sobre a relação do seu filho com a namorada. Também não houve conversa com os pais sobre sexualidade e regras sobre namoro na instituição.

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