sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Movimento reúne 4 mil trabalhadores e cobra implantação de piso salarial


Pau e Prosa

Cerca de 4 mil trabalhadores de dezenas de municípios de Mato Grosso participaram da 1º Marcha Estadual pelo Piso, Jornada, Carreira e Aplicação dos 35% na Educação. A atividade aconteceu na manhã desta quarta-feira (19) e os manifestantes cruzaram as principais vias públicas de Cuiabá. Enquanto um grupo caminhava sentido Porto - Praça Alencastro, outros marchavam sentido Praça Ulisses Guimarães – Praça Alencastro. O encontro dos manifestantes ocorreu na Avenida Getúlio Vargas, uma das principais vias de Cuiabá, e a abertura da luta foi registrada na Praça Alencastro, localizada em frente à sede da prefeitura da Capital.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Henrique Lopes do Nascimento, destaca que o governo estadual não tem cumprido com a legislação referente ao piso salarial para a educação. Atualmente, o valor garantido em lei é de R$ 1937,26, para uma jornada que compreende 30 horas semanais. “O problema é que isso não acontece em Mato Grosso. Não se respeita sequer a legislação”. O sindicalista detalha ainda que a aplicabilidade do piso é possível, principalmente, se o Executivo Estadual cumprir o compromisso de aplicar 35% da receita em educação pública.

Outros apontamentos feitos por Henrique Lopes fazem referência a não profissionalização dos novos concursados. Segundo ele, este é um fator que precisa ser cumprido pelos governantes, pois além de se tratar de uma obrigação legal, é também um compromisso moral. “É preciso exigir respeito para a educação. Até hoje, o governador Silval Barbosa não disse para o que veio governar. Se a Constituição do Estado estivesse sendo cumprida, professores não precisariam triplicar jornadas de trabalho para ter uma vida decente. Queremos respeito e vamos voltar para as ruas sempre que preciso”.

Além da movimentação pelo piso salarial, nesta quarta-feira, escolas estaduais de todos os municípios de Mato Grosso fecharam as portas em protesto. A intenção é reivindicar melhorias estruturais e pedagógicas para a categoria. De acordo com a secretária de Assuntos Jurídicos e Legislativos do Sintep/MT, Vânia Maria Rodrigues Miranda, a falta de ambientes climatizados, instituições de ensino sem internet e telefones, laboratórios sem equipamentos adequados, instalações elétricas prejudicadas são alguns dos problemas vivenciados diariamente por professores e alunos de Mato Grosso.

O presidente da subsede de Várzea Grande e secretário de Comunicação do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira, destaca que, além do abandono da cidade, a prefeitura também deixou de lado a educação. “O baixo número de professores contratados, déficit nos recursos, estruturas precárias são situações vistas frequentemente”. Ele também cita a insegurança nas escolas. Exemplo disso é a Escola Estadual Professora Elizabeth Maria Bastos Mineiro, que durante o 1º semestre deste ano foi alvo de assaltos seis vezes. “A situação se agrava a cada dia mais, mas parece que o poder público não percebe”.

A secretária-geral do Sintep/MT, Jocilene Barboza dos Santos também reforçou que o protesto realizado pelos trabalhadores da educação figura como forma de cobrança. De acordo com ela, é preciso mostrar à população tudo aquilo que o governo tem deixado de fazer pela educação. “Nos últimos anos, a educação em Mato Grosso tem sido precarizada. Não podemos deixar que isso continue dessa forma. É preciso manifestar e cobrar melhorias”.

Representantes do Sintep/MT nos municípios de Itanhangá, Cotriguaçu, Peixoto de Azevedo, Mirassol D’Oeste, Alto Paraguai e Nobres também informaram os problemas vivenciados nas instituições de ensino. Segundo os professores, as dificuldades em acesso a internet, estrutura física, assédio moral em relação aos profissionais da educação, falta de investimentos e pisos salariais com valores inferiores a R$ 700 são apenas algumas das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores da educação.

Professora em Campos de Júlio, Cristina Fernandes dos Santos, destaca que a falta de investimentos dificulta até mesmo no aprendizado dos alunos. “Temos que enfrentar inúmeros desafios para ministrar as aulas diariamente. O baixo piso salarial é a principal dificuldade e queremos que isso seja modificado”.

Outros pontos defendidos pela categoria são: pagamento de hora-extra para profissionais contratados; posse imediata dos aprovados no concurso público de 2010; aplicação dos diretos à aposentadoria, licença-prêmio e de saúde; além da equiparação salarial com demais carreiras estaduais.



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