quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Professor de biologia explica como acontece a fecundação de gêmeos


G1

O comportamento da sociedade moderna e a sua relação com o nascimento de gêmeos, cada vez mais comum no Brasil e no mundo, são abordados nesta quinta-feira (8), na reportagem de biologia do Projeto Educação. Mas antes de analisar como isso acontece, é preciso entender o que são gêmeos e como eles se formam.

Gêmeos são irmãos que nasceram de uma mesma gestação e que podem ser idênticos ou não. "Pode ser o gêmeo monozigótico e o dizigótico. Quando é formado apenas um zigoto, é o monozigótico. A mulher libera um óvulo e o espermatozóide penetra neste óvulo, são os gêmeos idênticos. Mas tem aqueles gêmeos que é menino e menina ou dois meninos não parecidos; é o gêmeo dizigótico, quando a mulher libera mais de um óvulo durante aquela ovulação. Se a mulher liberou dois óvulos e houver duas fecundações, vão se formar dois zigotos", explica o professor Fernando Beltrão.

É importante saber que uma gravidez só acontece quando um óvulo recebe um espermatozóide. "Vários espermatozóides no mesmo óvulo não formam bebês, formariam um ser anômalo, triplóide, que não desenvolve. Quando acontece o gêmeo é o que a gente chama de poliembrionia, não poliespermia. Poliembrionia é quando eu tenho mais de um embrião, a partir de um zigoto. O gêmeo monozigótico chamamos de poliembrionia", diz o professor.

Podemos dizer que um gêmeo é clone do outro. "Um gêmeo monozigótico é clone do outro, clone perfeito, natural. Essa história de que o homem aprendeu a fazer clone do outro, aprendeu... Mas a natureza sempre fez e fará. O clone natural é o gêmeo monozigótico ou univitelino", comenta Fernando Beltrão.

Afinal, porque esse tipo de gravidez é cada vez mais comum? "A fertilidade diminui a partir de certa idade e esse aumento na infertilidade faz com que muitos casais só resolvam ter filhos quando a mulher já tem mais de 30, 35, 40 anos, e isso dificulta. Às vezes vem o caso da reprodução assistida, que é quando o médico entra para dar uma mãozinha", conta o professor.

A reprodução assistida pode ser feita de três formas: coito programado, a inseminação intra-uterina e a fertilização in vitro, o famoso bebê de proveta. "Pode ser desde ajudar implantando espermatozóide no útero para promover a fecundação natural, estimulando a ovulação através de medicação. Mas também tem o caso do bebê de proveta, que é pegar o espermatozóide do marido, pegar o óvulo da mulher, tirar o óvulo do ovário e no laboratório juntar os dois", informa Beltrão.

"Fertilização in vitro já é um procedimento de alta complexidade. Ela induz também com medicações diferentes e os folículos são aspirados com ultrassom. Pegamos o óvulo, levamos para o laboratório e aí a fecundação ocorre no laboratório, in vitro. Aí depois transferimos os embriões para o útero", acrescenta a médica Gabriella Collier.

A busca cada vez maior por esses métodos de fertilização faz com que o número de nascimentos de gêmeos aumente. "Como vai ser implantado, existe uma possibilidade de não vingar, de não desenvolver dentro do útero, ser rejeitado e sair. Normalmente, implanta dois fica um, implanta três fica um, mas podem ficar dois, podem ficar três. É possível haver gravidez gemelar nesse caso de gêmeos dizigóticos, é bem mais comum isso, por múltipla implantação", conta o professor de biologia.

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