terça-feira, 17 de novembro de 2020

 

Segredos


A qualidade dos segredos é sempre diretamente proporcional ao grau de repressão de cada época. 


As mulheres, sempre muito mais reprimidas em todos os tempos, foram sempre as portadoras dos maiores sigilos, principalmente no âmbito pessoal. 


A hipocrisia imposta pela sociedade abarrota a humanidade de culpas, que a rigor não existem, pois foram ditadas por regras de conduta para que a nossa parte animal estivesse sempre sob controle.
As religiões tiveram um papel importante na imposição desses códigos, mitos e dogmas. 


Para as classes abastadas surgiram as terapias, sempre inacessíveis aos menos afortunados. Estes, sempre contaram com os médicos e com os líderes religiosos, tidos como fieis portadores de grandes segredos. 


O fato é que o ser humano tem necessidade de se livrar de suas “culpas”, o que geralmente só acontece quando consegue dividi-las com alguém de sua confiança. 


A igreja católica, muito sabiamente, estipulou as chamadas penitências, sempre proporcionais ao tamanho de cada “pecado”.
As penitências nada mais são do que medidas preventivas para não despertar o animal que habita em cada um de nós. Estamos a muitas léguas da perfeição de um verdadeiro ser humano pensante.
Passo a passo a humanidade vem se livrando de inúmeros preconceitos, fonte de muitas infelicidades. 


Um deles, o homossexualismo - atualmente relativamente bem aceito, até com legislação própria, mas já foi motivo de destruição de várias vidas através dos séculos. 


Ainda hoje, em pleno século XXI, dois segredos inconfessáveis ainda fazem parte de um grande número de mulheres: a admissão de violência doméstica e o da traição conjugal. 


Incrível que eles permaneçam numa época em que as mulheres atingiram a igualdade na divisão de trabalho com os homens e, portanto, os mesmos direitos. 


Os quatro séculos de submissão feminina deixaram marcas profundas, fazendo com que algumas mulheres ainda façam do casamento a sua mais segura fonte de renda. 


O confessar vida sexual prazerosa no passado era quase um crime, tal como é nos dias atuais admitir o contrário. 


A cultura atual é massacrante. Temos a obrigação de sermos belos, jovens, magros, felizes e sexualmente muito ativos. 


Dessa maneira, permanecem em nós muitos segredos inconfessáveis, apesar desse mundo glamoroso que se nos é imposto atualmente.
Os homens, mais permissivos, são bem mais abertos entre si, omitindo apenas o que mexe diretamente com a sua vaidade. 


Felizmente vivemos tempos de menos hipocrisias, em que temas pessoais ou coletivos, outrora os mais escusos, são discutidos de maneira mais transparente e cada vez mais desmistificados, até mesmo no meio familiar. 


Uma nova ordem começa a livrar o mundo de seus estigmas falso moralistas.

Gabriel Novis Neves

 

 

Memorial Crítico

                                                                        Iza Salies 

 

          A minha formação escolar teve uma trajetória muito bem cristalizada nas exigências das décadas de 60 e 70, ou seja, tempo das chamadas escolas tradicionais. Passei pelo antigo primário, curso de admissão, ginásio, magistério, licenciatura curta, plena e pós-graduação, toda essa caminhada contribuiu para uma carreira profissional sedimentada na ética e nos bons costumes.

          Esse percurso acadêmico fez o diferencial na minha profissão sim, sem dúvida, mas, não posso negar que o fato da minha mãe ser Professora Normalista, também influenciou consideravelmente para a consolidação da minha opção profissional para a carreira de professor.

          Percebo que as vivencias escolares foram constituídas por bons diretores, bons professores, ensino responsável, disciplinado, sendo em alguns momentos um pouco rígido, contudo, afirmo que esse modelo de escola serviu e ainda serve de referencial para as minhas atividades profissionais e da vida.   

Em 1978, quando estava cursando o segundo ano do magistério,fui convidada para dar aula na primeira série do primário, (na mesma escola onde fazia o magistério), fui trabalhar com a alfabetização, sem a mínima experiência, tive dificuldades de adaptação com a prática pedagógica e pouca orientação pedagógica da coordenação, tudo foi muito inesperado. No ano seguinte peguei uma turma de segundo ano, melhorou um pouco, e assim fui passando pelas diferentes etapas da Educação Básica, Ensino Superior e Pós – Graduação.

Com o termino do magistério precisava fazer um curso superior, mas como eu morava no interior do Estado, as possibilidades eram mínimas, era um sonho bastante distante. Só que em 1979 a Universidade Federal de Mato Grosso, estava interiorizando os cursos de licenciatura, sendo Nortelândia e Rosário Oeste os primeiros municípios a serem contemplados. Em Rosário Oeste foi oferecido o Curso de Letras e Estudos Sociais, e eu passei para o Curso de Licenciatura de 1º grau em Estudos Sociais, formando em 1982, o curso era modular, intensivo, estudávamos no período das férias escolares, com oito h/a diárias de aula, ou até mais.

Como o curso era de Estudos Sociais, tínhamos disciplinas da Área das Ciências Humanas, a organização curricular era composta por disciplinas do Curso de História e Geografia, para fazer a complementação poderíamos optar por uma ou outra das licenciaturas, assim sendo, fiz opção pelo Curso de História.

A habilitação em História ampliou as minhas possibilidades profissionais, pude pleitear trabalhos técnicos e pedagógicos no trabalho, mas, por outro lado às exigências também foram maiores, as tarefas demandavam mais estudo e aprofundamento teórico para fazer a interface com a prática, trabalhar na área técnica requer o domínio de conhecimentos específicos da área da educação.

Não satisfeita com uma graduação senti necessidade de fazer um outro curso, então, escolhi Pedagogia por estar envolvida em ações pedagógicas, por situações vividas no desempenho das minhas funções laborais e por gostar das questões que discutem o ensino, a aprendizagem, metodologias, avaliação e práticas pedagógicas.

Tive a oportunidade de trabalhar na Pro sol, como Coordenadora Pedagógica das Creches de Cuiabá, cuja atribuição era fazer a interlocução da Seduc com essa Secretaria, nessa função, fiquei pouco tempo, sendo designada para retornar para a Seduc, assim sendo, fui trabalhar na Equipe de Ensino Médio em 1997, onde permaneci até setembro de 2009.

Recentemente recebi o convite para trabalhar na Superintendência de Formação da Seduc, ao aceitar tive que conhecer os documentos produzidos pela equipe, primeiro precisou ler o Regimento Interno do setor, li também a Política de Formação de Professores, o Projeto Sala de Professor e o Decreto que institui os Cefapros e outras normativas pertinentes.

Pelo fato de trabalhar na Superintendência de Educação Básica e discutir o Currículo de Ensino facilitou o olhar para a formação de professores uma vez que a implantação das Orientações Curriculares da Educação Básica de Mato Grosso passa necessariamente pela formação de professores da rede estadual de ensino e as possíveis demandas de formação que poderão surgir.

Apesar de reconhecer que meus conhecimentos são parcos quanto às especificidades da formação de professores, mesmo assim, ao ler os documentos percebi que há necessidade de rever a Política de Formação de Professores, mas precisamente no que diz respeito à formação de formadores, pois, entendo que quanto à estruturação dos Cefapros, rede física e logística de formação, estes, está bem, havendo necessidade de pensar a formação de formadores.

Posso estar equivocada, mas neste momento vejo uma forte preocupação do órgão em fortalecer os Cefapros o que não deixa de ser preciso, porém o ponto fundamental da Política de Formação de Professores está no papel da Seduc frente à Formação de Formadores.

Cumpri ressaltar, que o meu referencial de formação continuada que construí ao longo desse período de trabalho com formação de professores da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino, percebo que os professores que atuam nessa etapa de ensino, encontram dificuldade em conciliar a teoria com a prática, como também de trabalhar as inovações pedagógicas postas pela reforma do governo federal e as implantas pelo Estado.

Essa é uma preocupação que angustia os profissionais que lidam com a formação, sinto que estamos num eterno redemoinho que dificulta reverter essa situação.

As nossas proposituras de cursos quando programadas estão sempre direcionadas para a implantação e ou implementação de Projetos ou Programas do Mec, da Seduc e os da própria escola, deixando a desejar quanto ao aprofundamento da discussão sobre as questões mais específicas da prática escolar, ou seja, pedagógica do professor, quanto ao Currículo de Ensino, Projeto Pedagógico ou (Político), Ensino, Avaliação da Aprendizagem, Metodologias, Concepções de Aprendizagem, inovações pedagógicas, seleção de conteúdos e outros, tudo isso é de fundamental importância para que possamos orientar às escolas e atender as demandas de formação de formadores.    

Apesar de transitar em todas as etapas da educação básica como professora, confesso que só após trabalhar com formação de professores é que senti de fato que a minha profissão é ser professora, não só pelo aspecto social em que está inserida, como em reação à ciência do ensino e da aprendizagem.

Não posso negar que os cursos que fiz ao longo da minha formação continuada em serviço ou não, foram de fundamental importância para a consolidação de uma trajetória profissional madura, com clareza das limitações impostas pelo sistema, que nos faz muitas vezes impotentes profissionalmente, mesmo assim, ainda sonho com a educação, arrepio, tenho utopias, incertezas, desejos de mudança, vontade de transformar a realidade dos jovens de classes sociais economicamente menos favorecidas, por condições desconhecidas que só possuem a escola pública como caminho para uma formação humanística, integral capaz de progredir na vida, no trabalho, ser cidadão e ter uma vida digna.   

Participei de vários projetos da Seduc e também com parcerias com outros órgãos, sempre com o compromisso de articular interesses comuns, na intenção de fazer a integração da educação com a sociedade, ou melhor, desenvolver projetos cujos temas sejam socialmente relevantes e que precisam ser abordados no Currículo da Educação Básica e que possam contribuir com a formação de professores.

Considerando a longa trajetória percorrida com professora e tendo em vista o interesse de pesquisar as condições em que se encontram a Formação de Formadores da Seduc, pretendo desenvolver durante a pesquisa de mestrado, caso seja aprovada, o tema proposto, na certeza de poder contribuir para retomar e fortalecer as discussões sobre a formação de formadores enquanto uma ação que está sob o olhar dos próprios Cefapros.

O ponto fundamental do estudo desta proposta está respaldado na indagação: como estão sendo formados os formadores dos Cefapros, havendo necessidade questionar quanto à falta de uma ação afirmativa por parte da Seduc que direcione ou apresente proposições que possam fortalecer essa ação, pois ainda continuamos com deficiências na pratica pedagógica do professor, pouca fundamentação teórica de concepções pedagógicas e dificuldades de romper com práticas seculares de dar aula.

  Cabe neste momento afirmar que essas preocupações surgiram ao longo do desenvolvimento do meu trabalho com o currículo de ensino, com formação de professores e também porque pretendo ampliar, aprofundar os meus conhecimentos acadêmicos, por considerar que um profissional da educação precisa estar atualizado e preparado para o desempenho de suas funções de professor e ou de formador de formadores de professores, pois a sociedade exige profissionais competentes, capazes de contextualizar saberes com a vida, com o mundo do trabalho e em especial na profissão.

  Esta propositura tem a intenção de contribuir com a pesquisa na área educacional, não só pelas experiências que aconteceram durante a minha carreira, mas também, pela vontade de transpor desafios que surgem durante os trabalhos, que superados, com base em estudos profundos que demanda aportes teóricos da academia para ajudar a entender as demandas que a sociedade requer e a escola precisa atender com qualidade.

Para tanto precisamos investigar as causas do hiato que há entre a Seduc, enquanto responsável pela formação de formadores e os Cefapros que são responsáveis pela formação de professores.

Pensando assim, pergunto Como a Seduc definiu a formação de formadores na Política de Formação de Professores da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino? ? E a formação dos formadores como está sendo desenvolvida atualmente? A formação de formadores é feita pela Seduc, pelos Cefapros ou por instituições formadoras conveniadas pelo órgão?Há um programa de formação para os formadores por parte da Seduc? Ou dos Cefapros? Onde está garantida essa formação?

Ao finalizar, quero aqui expressar a minha preocupação com essas questões, que hoje estão obscuras tanto para mim como para a Seduc e que requer investigação científica, endossados por uma academia para validação como política de formação para este órgão, são questionamentos que precisam de respostas urgentes, rápidas e eficazes.

Temos pressa, precisamos fazer uma Educação Básica de qualidade, e para tal, faz-se necessário pontuar considerações sobre a Gestão da Formação dos Formadores de Professores para fomentar a discussão sobre a formação de formadores como resposta da Seduc que urge por ações contundentes que possa fazer parte da Política de Formação de Professores e contribua no diferencial da qualidade da prática do professor.   

 

 

                                                   Cuiabá, 23 de outubro de 2009.

 

                                                   _________________________

                                                          Iza Aparecida Saliés

 

sábado, 14 de novembro de 2020

OS CONTEÚDOS CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS EM CORRELAÇÃO COM OS EIXOS TEMÁTICOS DO PCN

 

Vamilson Souza D`Espindola²

RESUMO: Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram criados em dezembro de 1996, através do Ministério da Educação, com a intenção de nortear e garantir a formação básica comum. Buscam unificar os Currículos Escolares para que nenhum individuo tenha uma educação deficitária Os conteúdos são assumidos como portadores de três características distintas: temos, assim, os conteúdos conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Os conteúdos conceituais são o inicio: é através deles que o aluno entra em contato com os fatos e princípios. Assim, são responsáveis por toda construção da aprendizagem, pois são detentores das informações: são as bases para assimilação e organização dos fatos da realidade. Inconscientemente, o ser humano guarda e atenta a tudo que vê, mas não entende. Como uma reação em cadeia, os fatos passam a compreensão.


INTRODUÇÃO

O propósito dos PCN é apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.
Os PCN servem de referencial a para o trabalho do professor respeitando a concepção pedagógica própria e a pluralidade cultural brasileira. São abertos e flexíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada região.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam os conteúdos das matérias em eixos temáticos para que não sejam tratados como assuntos isolados. Os eixos temáticos indicam perspectivas de abordagem e dão organização aos conteúdos de importância local e fazer conexão entre conteúdos dos diferentes eixos, das demais áreas inclusive dos temas transversais.


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1 - Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia na disciplina de Metodologia e Conteúdos Básicos de Ciências Naturais no ano de 2009.
2- Graduado em Educação Física pela Universidade do Sul de Santa Catarina no ano de 2008.
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Em cada eixo temático, são apontados conceitos, procedimentos e atitudes para a compreensão da temática em foco
Seguindo uma linha de posse dos conteúdos conceituais, o aluno detém os fatos, mas não pode lidar com eles. Os conteúdos procedimentais visam o saber fazer, atingindo uma meta através das ações. Ao contrario do que ocorre na maioria das vezes, é necessária a intervenção do professor, pois este não é um processo individual. Saber resolver não implica na compreensão do conteúdo, uma aprendizagem mecânica não é o objetivo da atual educação, mas sim fornecer instrumentos para que o aluno possa resolver diferentes questões.
Por sua vez, os conteúdos atitudinais estão presentes em todo conhecimento escolar, estão enredados no dia a dia e proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem. Detentores dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha uma postura perante eles. É na escola onde se forma grande parte do indivíduo, por isto a escolha deste conteúdo é complexa: sobre o estudante, devem ser levados em consideração o lado emocional e o grupo a que pertence, além das questões serem tratadas de maneira imparcial pelo educador, formando assim verdadeiros cidadãos.

CONTEÚDOS CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS E ATITUDINAIS

Os conteúdos conceituais são mais abstratos, eles demandam compreensão, reflexão, analise comparação. As condições necessárias para a aprendizagem dos conteúdos conceituais demandam atividades que desencadeiem um processo de construção pessoal, que privilegie atividades experimentais que acionem os conhecimentos prévios dos alunos promovendo atividade mental. Para tanto, as aulas meramente expositivas que lance mão apenas da memorização, não darão conta.
Já, os conteúdos procedimentais envolvem ações ordenadas com um fim, ou seja, direcionadas para realização de um objetivo, aquilo que se aprende a fazer, fazendo, como: saltar, escrever com letra cursiva, desenhar, cozinhar, dirigir, podem ser chamados de regras, técnicas métodos, destrezas ou habilidades.
Os conteúdos atitudinais podem ser agrupados em: valores, atitudes ou normas. Dentre esses conteúdos podemos destacar a título de exemplo: a cooperação, solidariedade, trabalho em grupo, gosto pela leitura, respeito, ética. Vale ainda salientar que esses conteúdos estão impregnados nas relações afetivas e de conivência que de forma alguma podem ser desconsiderados pela escola como conteúdos importantes de serem trabalhados.

Assim, Coll (1997) propõe que os conteúdos:

 Factuais e Conceituais - que correspondem ao compromisso científico da escola: transmitir o conhecimento socialmente produzido.
 Atitudinais - (normas e valores)- que correspondem ao compromisso filosófico da escola: promover aspectos que nos completam como seres humanos, que dão uma dimensão maior, que dão razão e sentido para o conhecimento científico.
 Procedimentais - que são os objetivos, resultados e meios para alcançá-los, articulados por ações, passos ou procedimentos a serem implementados e aprendidos.

A escola deve, portanto, coordenar (Filosofia) e conhecimento científico (Ciência) para instrumentalizar-se teórica e praticamente.

CORRELAÇÕES AOS EIXOS TEMÁTICOS DO PCN

O propósito dos PCN é apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.
Os PCN servem de referencial a para o trabalho do professor respeitando a concepção pedagógica própria e a pluralidade cultural brasileira. São abertos e flexíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada região.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam os conteúdos das matérias em eixos temáticos para que não sejam tratados como assuntos isolados. Os eixos temáticos indicam perspectivas de abordagem e dão organização aos conteúdos de importância local e fazer conexão entre conteúdos dos diferentes eixos, das demais áreas inclusive dos temas transversais.
Em cada eixo temático, são apontados conceitos, procedimentos e atitudes para a compreensão da temática em foco.

CONCLUSÃO

Re-significar a compreensão dos professores acerca dos conteúdos é fundamental quando se pretende empreender práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem dos alunos. Se diferentes conteúdos se aprendem de diferentes formas, não podemos organizar uma rotina pedagógica que desconsidere tal diferenciação.
O planejamento das rotinas de sala de aula deve considerar as exigências sociais do contexto atual e suas demandas como também promover um ensino significativo para os alunos articulando os conteúdos factuais, procedimentais, conceituais e atitudinais de maneira eficiente abandonando a dimensão informativa, a fim de alcançar um espaço verdadeiramente formativo.
Não poderemos tornar uma atividade significativa se não considerarmos os conteúdos que pretendemos ensinar, para que a prática educativa seja realmente significativa para os alunos caberá ao professor conhecer respeitar os saberes que os alunos já tem, ter clareza do que se pretende ensinar, considerar a diversidade de saberes existentes na sala de aula, conhecer diferentes estratégias de ensino com planejamento de intervenções pontuais para que seus alunos avancem em suas aprendizagens , como apontava Vygotsky (1979) caberá ao professor atuar na zona de desenvolvimento proximal, contribuindo para que o aluno supere os desafios propostos, avançando sempre.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.
COLL, C et al. O construtivismo na sala de aula. 3o ed. São Paulo: Ática, 1997.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Lisboa: Edições Antídoto, 1979.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

DICIONÁRIO CUIABANO

 


Ah! Uuum 
- Expressão que indica indignação, concordância ou não. É aplicada dependendo da situação E a entonação da voz muda.

Ex: ‘Ah! Uuum. Pára cô isso.”

Agora quãndo!? – Interjeição de duvida.
Ex: ‘Maria teve três namorado… hummm.. agora quando!?”

Agora o quequeesse! – Espanto
Ex: ‘Agora o quequeesse, mas que cabelo mais tchum tchum…”

Aguacêro – Bastante chuva, poças de água.
Ex: ‘Não deu pra ir lá, tava o maior aguacero na estrada.”

Arroz-de-festa – Denominação de quem não perde nenhuma festa . Está sempre em festa. Ex: ‘Ele vai em casamento, batizado, 1a comunhão, crisma, formatura,.. . é um arroz de festa.”

Atarracado (a) – Abraçado, juntos.
Ex: ‘Os dois tão atarracado ali no escuro.”

Até na orêia – Repleto, cheio, demais.
Ex: ‘Zé Bico comeu tanto peixe, que tá até na orêia.”

Bejô, bejô, quem não bejô, não beja mais – Fim da festa.
Ex: ‘Acabou o baile… bejô, bejô, quem não bejô, não beja mais.”

Bocó de fivela – Pessoa boba, burra, ignorante.
Ex: ‘Por mais que ocê explica, ela não entende, é uma bocó de fivela.”

Bonito prô cê - Expressão que indica quando a atitude tomada, não foi boa.
Ex: ‘Chegô em casa bêbado, bonito prô cê.”

Catcho – Namoro, paquera, amante.
Ex: ‘Aquele cara tá de catcho cô Maria.”

Cânháem – Latido de cachorro. Expressão usada para discordar.
Ex: ‘Você namora Maria Taquara? Canháem.”

Cêpo – Bom, ótimo, grande, admirável.
Ex: ‘O atlético Mato-Grossense era um cêpo de time.’

Chialá – Espia lá – Olhe lá.
Ex.: Maria, tchialá Mané, cêpo de burro veio fazeno quiném criancinha!

Coloiado (a) – Junto, próximo em grupo.
Ex: ‘Saldanha Derzi tá coloiado cô Garcia Neto.”

Cordero (a) – Denominação de quem gosta de dar corda nas pessoas.
Ex: ‘Não vai no papo dele, ele é cordero.”

Corre Duro – Andar mais rapido
Ex: ‘Vamos chegar atrasado vamos, corre duro.”

Cotxá – Relação sexual.
Ex: ‘Os dos devem ta cotxando, ta demorano demas.”

Tchá por Deus – Expressão de espanto, admiração, dúvida.
Ex: Chá por Deus, esse ônibus tá muito cheio. ‘

De jápa – Grátis, o que vem a mais.
Ex: Quando se compra uma dúzia de bananas, e recebe treze unidades. ‘Esse adicional é a de jápa.’

Digoreste – Ótimo, bom, exímio.
Ex: ‘O guri é digoreste pá pega manga.’

Ê aaah! – Indagação.
Ex: ‘Oia o tamanho do short? Ê aaah!’

Espia lá – Olha lá, veja.
Ex: ‘Espia lá, uma batida de carro.”

Futxicaiada – Muito fuxico. Excesso Excesso de mixirico.
Ex: ‘O ambiente ali não tá bom, é só futxicaiada. ”

Festá – Festar, participar de festa.
Ex: ‘Maria foi festá.”

Foló – Folgado, largo.
Ex: ‘Maciel usa calça foló.”

Garrô – Pegou, começou, realizou.
Ex: ‘Ele garrô cedo no trabaio.”

Grocotchó – Pessoa mole, doente, desanimado.
Ex: ‘Tchico tá grocotchó.”

Jururú – Triste, quieto.
Ex: Padre Luiz Ghisoni tá jururú na porta da igreja de Várzea Grande.’

Leva-e-tráz – fofoqueiro.
Ex: ‘Kitú é um grande leva-e-tráz.”

Londjura – Distância. Longe, muito distante.
Ex: ‘Nessa lonjura não dá pá ir a pé.”

Malemá – Popular de ‘mal e mal’. Mais ou menos.
Ex: ‘E aí cumpadre como vai? Vou indo malemá tenteano.”

Mea orêa – Minha orelha. Expressão usada para indicar quem está sem lado, sem falar o nome da pessoa.
Ex: ‘Mea orêa aqui, tá a fim do cê.’

Micaje – Ato de fazer imitação de alguém, fazer caretas.
Ex: ‘Ela faz micaje de todo mundo que passa por aqui.”

Moage – Frescura. Enrolação.
Ex: ‘Você não quer ir com a gente? Larga de moage!”

Na txintxa – Levar uma ação com seriedade. Sob controle.
Ex: ‘Professora leva a turma na txintxa.”

Não tá nem aí pá paçoca – Não liga para nada. Não quer saber das conseqüências.
Ex: Tchá Bina, não ta nem aí pá paçoca. ‘

Nariz furado – Veio na vontade, veio na certeza.
Ex: ‘Chegou de nariz furado, certo que iria ganhar na conversa.’

Negatófi – Negativo. Não, nunca.
Ex: ‘Negatófi, hodje não tem televisão.’

O quá – Duvidar, não acreditar.
Ex: ‘Ele vem aqui? O quá!’

Pá terra – cair.
Ex: “Ele vinha correndo, e pá terra”! ‘

Podre de chique – Bonito, elegante, bem vestido.
Ex: ‘Jejé tá podre de chique.”

Pongó - Bobo, tolo, idiota.
Ex: ‘Gente Pongó não serve.’

Por essa luz que me alomea – ‘Por essa luz que me ilumina’ Pra dizer que está falando sério, que não está mentindo.
Ex: ‘Por essa luz que me lomea, ele tá falando a verdade.’

Quinco – Denominação carinhosa de Joaquim.
Ex: ‘Quinco Lobo era vereador em Cuiabá.’

Que, que esse? – O que é isso.
Ex: ‘Que, que esse? Como você apareceu aqui?’

Quá! – Expressão de espanto, indignação.
Ex: ‘Quá! Pode esquecer ele não volta mais.”

Quebra-torto – Comer no desjejum comida reforçada como carne com arroz farofa, etc…
Ex: ‘No sítio de manhã, sem quebra-torto é impossível.’

Rufar – Bater.
Ex: ‘Se aparecer aqui , o povo rufa ele.’

Refestelá – Sorrir, rir.
Ex: ‘Nico Padero é bom pra refestelá.’

Ribuça – Cobrir o corpo com lençol ou cobertor.
Ex:’Tá esfriando, rebuça menino.’

Rebuça e Chuça – Baile.
Ex: ‘Na guarita vai tê hoje uma chuça e rebuça.’

Rino no tchá cara – Rindo na presença de alguém.
Ex: ‘Ocê fala, ele fica rino no tchá cara.’ (rindo na sua cara)

Sucedeu - Aconteceu.
Ex: ‘Quando sucedeu isso?’

Tá de tchico – Está menstruada.
Ex: ‘Hoje ela não pode tá de tchico.”

Tchá mãe - Expressão características para xingar alguém.
Ex: ‘Tchá mãe, rapaz, vá tomá na tampa.’

Tóma corno(a) – Expressão usada quando alguma coisa não acontece de forma correta.
Ex: ‘Toma, corno. Marimbondo pegô na cara dele.”

Verte água – Urinar (educadamente) .
Ex: ‘Vidona foi verte água.’

Fonte: Prefeitura de Cuiabá - MT  

Grupo Escolar Senador Azeredo -Cuiabá/ Mato Grosso

 


AZEREDO (Antônio Francisco de).

Escritor, jornalista e notável político. (Cuiabá-MT, 22/08/1861 – Rio de Janeiro-RJ, 08/03/1936).
Nascido em berço humilde, formou-se em Direito em 1895, no Rio de Janeiro. Atuou de forma magnífica no jornalismo brasileiro, sendo colega de José do Patrocínio, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Benjamim Constant, Laudo Sodré e Euclides da Cunha. Na República elegeu-se deputado federal por Mato Grosso, e, em seguida foi senador, por mais de quarenta anos. Foi chefe da Política Nacional por mais de quinze anos, pois assumiu a presidência do Senado em 1915, deixando-a somente em 1930. Com a Revolução de 1930 e a dissolução do Congresso foi instalado o regime ditatorial no país, nesta fase o senador Azeredo exilou-se na Europa, voltando ao Brasil em 1933, já envelhecido, com a saúde abalada e sem prestígio político. No entanto viveu apenas três anos após seu regresso à pátria, sua doença maior foi a depressão, em função do poder político perdido e do prestígio arranhado. No período em que esteve na Europa recebeu condecorações na França, Itália, Bélgica, Portugal. Publicou vários livros, a exemplo de A Situação de Mato-Grosso, e outros que ilustram a bibliografia brasileira e matogrossense, deixando transparecer o grande homem público que foi. Ainda é, nos dias de hoje, diante da grandeza política que vivenciou, um matogrossense pouco valorizado em sua terra natal. Não fosse uma instituição de ensino localizada no bairro do Porto, em Cuiabá, que leva seu nome, pouquíssimas pessoas iriam se lembrar de seu nome, quanto mais de seus feitos em benefício de nossa terra.
Fonte: Portal Mato Grosso
Disponível em: Portalmatogrosso.com.br
(acessando em 22 de outubro)

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Totalmente destrambelhada!!!!



                                                            Iza Salies

 

Sinto assim!!!

Não consigo controlar meu ser biológico!!!

Está tudo destrambelhado em mim !!!!

Totalmente sem rumo!!!

Sou vítima de um metabolismo lento!!!

Querem que eu seja refém do tempo verão!!!

Não sou, não consigo!!!!

Nem vou ser !!!

Tempo verão destrambelhar minha vida !!!

Briga com o meu próprio organismo!!!

Quer acelerar o meu biológico!!!!

Quando nem penso em relógio!!!

Para acompanhar o tempo verão !!!

Que tempo verão e esse, que destrambelha tudo em mim?

Ah !!!! Eu não dou conta !!!

O tempo verão passa e eu, destrambelhada!!!

Durmo sem sono!!!! Acordo sonolenta!!!

Rolo na cama!!!

Zumbi é meu companheiro!!!

Tempo verão sem pedir licença, busca abrigo!!!

Tipo pé de pano!!!! Sem barulho!!!!

Ao meu lado tenta deitar!!!

De fininho, ele apossa da minha razão

Em total dominação!!!!

 

Cuiabá , 30 de Janeiro de 2019.

 

     

Eu quero!!!

 Seu olhar!!! Seu beijar!!!

Seu pecado!! Seu dobrado!!! 

Seu poder!!! Seu quere!!!

Seu ar!! Seu mar!! Seu par!!!

Seu guia!!! Seu consolo!!!   

Seu sonho!!! Seu banho!!! Seu ganho!!!

Seu caso!! Seu abraço!!! Seu amaço!!!  

Seu calor!!! Seu fervor!!! Seu vapor!!!

 

Brincadeira dançante!!!


                                                        Iza Salies

Brincadeira dançante, coisa da gente!!!

Na casa de Carmelita, e ela, toda bonita!!!

Oferecia sua casa, e a festa só que arrasta!!!

Dona Ester, sondando nós, e nós dançando!!!

 

Brincadeira dançante, e o garçom ambulante!!!

Carmelita tinha prazer, ela tinha poder!!!

A brincadeira era boa para a besteira!!! 

Sua sala virava salão, e nós, parecendo um botão!!!     

 

As mães espiando, e a moçada andando!!!

Todos cuidando, e a rapaziada espiando!!! 

 

Calçada lotada, e gente afobada!!!

Moçada chegando, e o som esquentando!!!

Moçada desfilando e rapaziada observando!!!

Musica lenta na vitrola, vovó de estola!!!

Salão lotado, e eu, esperando o namorado!!!

 

As paquerinhas rolando e o povo aproveitando!!!

As meninas recepcionando e s meninos esperando!!!

 

Dança dança moçada, e a sapatilha molhada!!!  

Balança as cadeiras mulata, menina abestada!!!

Sapateia com ninguém, e outras, ficam aquém!!!

 

Moçada que dança, e os quartos que balança!!! 

Dançava e paquerava!!! E a brincadeira não acabava!!!

A vitrola tocando!!! E eu esperando!!!

A música lenta!!! E o corpo que não aguenta!!!

Era bom demais!!! Logo vinham atrás!!!

 

Servíamos o ponche, dia de frio usava poncho!!! 

Penumbra no salão, beijo com batom!!!

Dançando lento, beijando Bento!!!    

Desfile de sapatos, cabelos arrumados!!!

Mamãe que sonda, e Zé que apronta!!!

 

Desfiles de mocinhos, desejos de carinhos!!!

Piscadinhas e olhos, previsões de namoro!!

Paquera que agrada!!! Beijo que estala!!!

Moçada apavorada, paquera revelada!!!

 

Moreninha do Porto, lindeza de broto!!!

Recadinho para a Belinha, vestidinho de linha!!!   

Conquista que rima, beijo da minha prima!!!!  

Dança decente!!! Salão quente!!!!! 

Ponche que serve, fui breve!!!

 

 Corre-corre de regateiras, amor para a besteira!!!

Arrocho de amor!!!! E Elisa como flor!!!

Namorado que brota, amiga que importa!!!

 

Anos insubistituíveis!!! Lembranças insquecíveis!!! 

Saudade dobrada!!! O tempo não atrapalha!!!

Simininas do Porto!!! Amizade que nem broto!!!  


   

Sou Cuiabá...

 


 

                               Iza Salies

 

Sou calor, sou flor!!!

Sou verde, sou cor!!!

Sou caminho, sou cantinho!!

Sou ninho, sou quentinho!!!  


Sou grande, sou forte!!!

Sou manjedoura, sou acolhedora!!! 

Sou calmaria, sou colo, sou solo!!!

Sou pé d’água, sou broa, sou atoa!!!

 

Sou paixão, sou fervor, sou calor!!!

Sou abrigo, sou contigo!!!

Sou braço, sou abraço!!!sou compasso!!!

Sou simples, sou encanto!!!

 

Sou calada, sou amada!!!

Sou cuiabana, sou xomano!!! 

Sou moage, sou tiragem!!!

Sou sorriso, sou coragem!!!  

 

Sou doce, sou manga!!!

Sou angu, sou caju!!!

Sou mangueira, sou pedreira!!!

Sou pitomba, sou fronteira!!!

 

Sou Porto, sou Cidade!!!

Sou pequena, sou grande!!!

Sou festeira, sou alegria!!!

Sou graciosa, sou brejeira!!!

 

Sou fervor, sou calor!!!

Sou amiga, sou querida!!!

Sou lugar, sou popular!!!

Sou amada, sou chamada!!!

Sou quente, sou calor!!!

Sou gente, sou caliente!!!  

  

Sou dança, sou siriri!!!

Sou peixe, sou lambari!!! 

Sou melado, sou assado!!!

Sou mistura, sou juntado!!!

 

Sou do Bosque, sou do Quilombo!!!

Sou do Despraiado, sou do São Gonçalo!!!

Sou do Terceiro, sou do pesqueiro!!!

Sou do Barcelos, sou elos!!!

 

Sou ribeirinha, sou prainha!!!

Sou quebra torto, sou Porto!!!

Sou largo, sou poço!!!  

Sou de praça, sou de rua !!!

 

Sou guri, sou do Pari!!! 

Sou do Campo Velho, sou Buriti!!!

Sou Pico do amor, sou flor!!!

Sou do Mundéu, sou céu!!!

Sou do Dom Aquino, sou sol à pino!!!

 

Sou carne picadinha, sou revirado!!!

Sou macarrão, sou quiabo!!!

Sou carne com arroz, sou suculenta!!!

Sou frango com arroz, sou pimenta!!!  

  

Sou tuiuiú, sou gambá!!!

Sou brejo, sou Aguaçú!!!

Sou do rio, sou bagre!!!

Sou peixinho, sou lambari!!!

 

Sou poema, sou tema!!!

Sou banana, sou cana!!!

Sou piranha, sou pantanal!!! 

Sou pássaro, sou liberal!!! 

 

Sou picolé, sou Zé Petete!!!

Sou Jeje, sou capilé!!!

Sou rapadura, sou pura!!!

Sou furrundum, sou queimado!!!

Sou raspada, sou caramelada!!!

 

Sou reboliço, sou suspiro!!!

Sou estreita, sou perfeita !!!

Sou simplicidade, sou caridade!!!

Sou gostosa, sou teimosa!!!

Sou ternura, sou doçura!!!

 

Sou solidária, sou Santa Amália!!!

Sou agregadora, sou Auxiliadora!!!

Sou Taquara, sou amarra!!! 

Sou Bonifácia, sou falácia!!! 

 

 

Domingo cuiabano ......

 

Iza Salies

 

Gente chegando, casa enchendo!!

Barulho musicando e povo falando!!

Junta!!!Junta de gente!!! E a panela quente!!!!

Verdadeira romaria !!E mocada só que ria

Gente sem quantia, demais iguaria!!

Casa de mamãe, corredor de correria!!

Povo falando, eu, espiando!!

  

Café quente no bule, muito povo, muita gente!!!

Fogo que queima, fofoca que reina!!!

Desfile de recitas, menu das estrelas!!!

Família que junta, domingo com pergunta!!!

Pratos quentes, farofa da gente!!!  

Ensopado gostoso, pirão cabuloso!!!

Ensopado suculento, guri barulhento!! 

Muitas iguarias macarrão da Maria!!!!

Com frango ao molhos!!! Picadinho de repolho!!!

Arroz de forno na travessa!!! E Seo Zico com pressa!!!

 

Feijão empamonado, e as meninas visita o namorado!!!

Farofa saborosa, aniversário da sogra!!!

Menu generoso, duvida na gente!!!     

Loucas na pia, disputa arrepia!!!

Mesa de iguarias, amor sem quantia!!!

Costumes cuiabano, coisas da gente!!!

Cultura do agregado amor vazado!!!  

Muita gente, povo contente!!!

Amor gotoso, amor quente. Amor da gente!!!!  

Sol que frita, luz aflita!!! 

Balsamo que cura, amor com mistura!!

Trânsito desajustado, costumes enrolados!!!

 

   

 

 

 

Dia cuiabano !!!

 

Iza Salies

 

Frango assado na panela, e vovó na janela!!!

Papai chamando e mamãe chorando!!!

O cachorro latindo e Jose rindo!!!

O menino no quintal e Mariquinha de avental!!! Titia conversando e a lua recitando!!!

Meu amor brincando e o sol esquentando!!!

Tomates na horta e Judite que não comporta!!!

O arroz pipocando e o vovô cochilando!!!

O chinelo no lugar e seu Zico `a procurar!!!

Cadeira de balanço na varanda, e no quarto cheiro da lavanda!!!

Nilza varrendo o quintal e papai lendo jornal!!

Comida quente na mesa, Janete só que mente!!!

A vizinha está ai e Judite tá ali!!!   

Abotoado na frigideira e Elza falando besteira!!!

Quero café, quero com fé!!!

Café gostoso, fruta sem caroço!!!

Colo gostoso, almoço saboroso!!!

Casa de moca bonita, carro que apita!!!

Sondando a paquera, hora que espera!!!

Carro que passa, coração que dispara!!!

Disputa do broto, moca sem garoto!!!

Volta no jardim, passeio sem fim!!!

Confusão que apronta, meninas que contam!!!

Papo de rapaz, só é capaz!!!

O perfumado passa e a admiração repassando!!!

Ajeitando a roupa, beijando a boca!!

Menina brejeira, beleza regateira!!!

Morena bonitas, gosta de fazer fita!!!

Cabelos escuros, meninos seguros!!!

Fazendo trote, engano que dá morte!!! Atendendo telefone, música no fone!!!