sábado, 13 de agosto de 2011

ONU aprova resolução sobre direito à diversidade sexual

"Dia 17 de junho ficará registrado na história dos movimentos de minorias sexuais, pois a ONU deu seu sinal mais potente contra a homofobia e a transfobia”, comemora o Movimento de Integração e Liberação Homossexual (Movilh), do Chile. O Movimento festeja a aprovação da primeira resolução das Nações Unidas (ONU), através do Conselho de Direitos Humanos, sobre os direitos à diversidade sexual.

Intitulada "Direitos Humanos, Orientação Sexual e Identidade de Gênero”, a resolução foi aprovada durante a 17ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça), com uma votação acirrada de 23 votos a favor, 19 contra e 3 abstenções. No documento, apresentado pela África do Sul, recordou-se "a universalidade, interdependência, indivisibilidade e inter-relação dos direitos humanos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

O resultado da votação foi recebido com aclamação por parte dos representantes de organizações pelo direito à diversidade sexual que estavam presentes. "Em ocasiões anteriores, muitos países tinham unido declarações em favor dos nossos direitos, as quais foram somente lidas diante da ONU, sem votação. Agora estamos, pela primeira vez, diante de uma resolução”, explicou a ativista transexual do Movilh, Paula Dinamarca, no site do Movimento.

A resolução afirma que "todos os seres humanos nascem livres e iguais no que diz respeito a sua dignidade e seus direitos e que cada um pode se beneficiar do conjunto de direitos e liberdades (...) sem nenhuma distinção". O documento expressa também preocupação com os atos de violência e discriminação em razão da orientação sexual ou identidade de gênero.

O Conselho pactuou, ainda, uma solicitação ao Alto Comissionado de Direitos Humanos da ONU para que realize um estudo mundial sobre a legislação e as práticas anti-homofóbicas, além de identificar de que forma a legislação internacional pode atuar no combate a esse problema. Tal pesquisa, de acordo com a resolução, deve estar pronta até o final do ano, em dezembro. Também foi acordada a realização de painéis para discussão sobre o tema.

Segundo a organização Anistia Internacional, a resolução é coerente com a jurisprudência de outros organismos regionais e nacionais. Nesta semana, a Organização dos Estados Americanos (OEA), por exemplo, aprovou por consenso uma resolução que condena a violência e a discriminação por motivos de orientação sexual e identidade de gênero.

Antecedentes da votação

Durante anos, a oposição dos países da Organização da Conferência Islâmica freou qualquer avanço para aprovação de uma resolução como essa. Por outro lado, a aprovação de um documento sobre os direitos homossexuais e transexuais era promovida por vários estados ocidentais e apoiado por países da América Latina. Foi o respaldo dos países africanos que tornou a aprovação possível desta vez, ainda que por estreita margem de diferença.

A votação provocou um intenso debate entre o grupo de países africanos, presidido pela Nigéria, o qual era contrário ao documento. Um dos principais rechaços à aprovação veio do Paquistão que, seguido por outros países contrários, alegou que a orientação sexual e identidade de gênero se tratam de algo fora dos direitos humanos, o que foi refutado afirmando-se que a discriminação é um valor absoluto.

Na América Latina, Chile, Argentina, Brasil, Equador, Guatemala e México foram a favor da resolução. Além destes, membros da União Européia e Estados Unidos.

(Adital, com informações de Movilh, El Universal e Anistia Internacional)

A Criança e a Autoestima

"Série: Criando uma mente saudável"
Autor: Jon Talber[1]

Um processo autônomo, como o gesto de andar, depois correr, ou aprender a pegar, segurar alguma coisa, nada disso requer inteligência, uma vez que são processos involuntários, do mesmo modo que o são, o olhar, o sentir cheiro, o escutar sem direito a escolha. Já sabemos pegar nas coisas, de berço, e com o tempo, apenas vamos aperfeiçoando a técnica, depois aprendemos a dar nomes aos objetos que estamos segurando. E para nada disso é requerida a inteligência, pois trata-se de um mero gesto de repetição, imitação, assim como o faz um papagaio, que é capaz de imitar sons, mesmo sem saber o que significam.

Criatividade não significa estar apto a repetir, a imitar, a decorar pantomimas para depois praticá-las como se fossem habilidades. Podemos ter ideias, mas isso na verdade reflete apenas uma diferente forma de se ver algo já existente. Nesse caso, uma ideia anterior, segue modificada, com aparência de nova, assim como nosso comportamento, que se parece coisa nova, quando na verdade, apenas o veículo que é nosso corpo é novo, não os hábitos.

A insatisfação e satisfação, opostos de um mesmo estado, é a causa e efeito de toda ação humana. É o que determina o que devemos ou não desejar, procurar obter, evitar, criar nossos objetivos de vida. Também, a partir destes dois pontos, que são pontos equidistantes de uma mesma coisa, isto é, a busca por satisfação, todas as personalidades humanas são criadas.

E disso também resulta a maioria dos estados emocionais do homem. Tristezas e alegrias, melancolia e euforia, medo e coragem, falta de confiança e confiança em si mesmo. Também os motivos que causam cada um destes estados nos indivíduos, estão associados ao desejo de obter satisfação. Isso significa ser aceito, bem sucedido, bonito, capaz, idolatrado, desejado, ter poder.

Compreender porque desejamos sempre mais que nossas necessidades, liberta a mente da sede de poder. Assim, ainda na infância, as frustrações dos adultos, educadores involuntários das crianças, devem ser contidas diante destas. Uma frustração adulta, quando exortada diante de uma criança, sinaliza para a mesma, que aquele comportamento é natural, que deve ser imitado. E embora intelectualmente a mesma ainda seja incapaz de compreender o que está acontecendo, os efeitos emocionais, tais como ansiedade, inquietação, intolerância e irritabilidade, estes são de compreensão imediata.

Confiança em si mesmo, é quando conseguimos enfrentar nossos próprios medos. É o sentir-se capaz de superar obstáculos que se apresentam como grandes problemas. Isso se consegue quando se têm auto-motivação, que é um sentimento de certeza interior. Certeza de que os problemas podem ser superados, nunca pode existir no medroso, onde lhe falta a confiança em si mesmo. Essa qualidade não é inata, mas produto de aprendizado, com as pessoas que estão à nossa volta.

Uma criança que apenas aprendeu a ouvir lamentações, expressões de mágoas e ressentimentos, jamais terá forças para enfrentar seus dilemas pessoais. Terá sua motivação desviada para expressar os estados de apatia, frustrações, coisa própria daqueles que fazem do seu viver uma central para lamentações, que insistem em cultivar mágoas e ressentimentos.

Sentir-se-á incapaz de realizar qualquer coisa, inseguro por não se achar apto para nada, sequer para pensar com clareza, e acabará por repetir as lamentações que lhe serviram de lastro no passado. Desse modo, como a auto-piedade se torna seu mestre psicológico, não terá forças para reagir diante de problemas, e procurará para sempre, depender daqueles que resolvam tais coisas para si.

Do mesmo modo, quando se exige de uma criança a perfeição, acabamos por criar um individuo isolado do mundo, demasiado critico, medroso de ser repreendido, que mais se preocupará com a opinião alheia, do que com sua própria felicidade. Terá medo até dos próprios pensamentos, embora, na maioria dos casos, jamais descubra a causa de agir dessa forma.

Mostrar desde cedo, com gentileza, sem exigências de perfeição, que os problemas são questões que podem ser resolvidas, desde que encarados de frente, com coragem, determinação e conhecimento, ajudará a criança a preparar o seu emocional para tais situações. De que adianta mostramos para elas apenas o resultado emocional de um problema, através de nossas expressões de raiva, de angústia? Isso apenas servirá para que se tornem ansiosas, sem uma causa aparente, diante de qualquer situação, mesmo de uma surpresa, ou alegria, ou uma simples espera por qualquer coisa.

Do mesmo modo, fazê-las compreender que os erros, longe de ser demonstrações de fraqueza ou imperfeições, servem como guias para os acertos, capacitará todas elas para serem mais tolerantes, mais flexíveis em seus julgamentos e expectativas, diante de qualquer coisa.

E, finalmente, devemos nos lembrar de repreender uma falha com orientação, e um acerto com incentivo. Lembrando que na orientação, a paciência será fundamental para que ela apreenda o que está sendo dito. Do mesmo modo, um acerto não se incentiva com prendas ou elogios fáceis, mais com encorajamento, com apreciação verdadeira, com demonstração clara, inequívoca, de que aquilo tem algum valor.

Autor:
Jon Talber - jontalber@gmail.com

5 dicas para uma aula melhor

Brasílio Neto

1 - Incite, não informe
Uma boa aula não termina em silêncio ou com os alunos olhando para o relógio. Ela termina com ação concreta. Antes de preparar cada aula, pergunte-se:, o que você quer que seus alunos aprendam e façam e como você os convence disso?

Olhe em volta, descubra o que pessoas nas mais diferentes profissões, fazem para conseguir a atenção dos outros. Por exemplo, ao fazer um resumo de uma matéria, não coloque um “título”; imagine-se um repórter e coloque uma manchete. Como aquela matéria seria colocada em um jornal ou revista? Use o espírito das manchetes, não seja literal, nem tente ser um professor do tipo:

Folha: Números Primos encontrados no congresso. 68% dos outros algarismos são contra
IstoÉ: Denúncia: A conta secreta de Maurício de Nassau.
Fernando Henrique poderia estar envolvido, se já fosse nascido.
Zero Hora: O Mar Morto não fica no Rio Grande do Sul. Apesar disso, você precisa conhecê-lo.
Caras: Ferro diz que relacionamento com oxigênio está corroído: “Gás Nobre coisa nenhuma”.

2 - Conheça o ambiente
Você nunca vai conseguir a atenção de uma sala sem a conhecer. Onde moram os alunos e como eles vivem - quem vem de um bairro humilde de periferia não tem nada a ver com um morador de condomínio fechado, apesar de, geograficamente, serem vizinhos. Quais informações eles tiveram em classes anteriores, quais seus interesses. Mesmo nas primeiras séries, cada pessoa têm suas preferências e o grupo assume determinada personalidade.

3 - No final das contas (e no começo também)
As partes mais importantes de uma aula são os primeiros 30 e os últimos 15 segundos. Todo o resto, infelizmente, pode ser esquecido se você cometer um erro nesses momentos.

Os primeiros 30 segundos (principalmente das primeiras aulas do ano ou semestre) são um festival de conceituação e de cálculo dos discentes. Mesmo inconscientemente, eles respondem às seguintes questões:

- Quem é esse professor? Qual seu estilo?

- O que posso esperar dessa aula hoje e durante todo o ano?

- Quanto da minha atenção eu vou dedicar?

E isso, muitas vezes, sem que você tenha aberto a boca.

4 - Simplifique
Você certamente já presenciou esse fenômeno em algumas palestras: elas acabam meia hora antes do final. Ou seja, o apresentador fala o que tinha que falar e passa o resto do tempo enrolando. Ou então, pior, gasta metade da apresentação com piadas, truques de mágica, histórias pessoais que levam às lágrimas, “compre meu livro” e aparentados, e o assunto, em si, é só apresentado no final - se isso.

Por isso, uma das regras de ouro de uma boa aula é - simplifique, tanto na linguagem como na escrita. Caso real: reunião de condomínio na praia, uma senhora reclamava que sua TV não funcionava direito. Explicaram-lhe que era necessário sintonizar em UHF. Ela então perguntou para quê a diferença entre UHF e VHF. Um vizinho prestativo passou a discorrer sobre diferenças na recepção, como uma transmissão poderia interferir na outra, nas características geográficas... Ela continuava com aquela cara de quem não entendia nada. Até que um garoto resumiu a questão em cinco letras:

“AM e FM.”

“Ahhh, entendi.”

Escrever e falar da maneira mais simples possível não significa suavizar a matéria ou deixar de mencionar conceitos potencialmente “espinhosos”. Use e abuse de exemplos e analogias. Divida a informação em blocos curtos, para que seja melhor assimilada.

5 - Ponha emoção
Certo, você tem PhD naquela área, pesquisou o assunto por meses a fio, foi convidado para dar aulas em faculdades européias. Mesmo assim, seus alunos podem não prestar atenção em você. Segundo estudos, o impacto de uma aula é feito de:

- 55% estímulos visuais - como você se parece, anda e gesticula;

- 38% estímulos vocais - como você fala, sua entonação e timbre;

- e apenas 7% de conteúdo verbal - o assunto sobre o qual você fala.

Apoiar-se somente na matéria é uma forma garantida de falar para a parede, já que grande parte dos alunos estará prestando atenção em outra coisa. Treine seus gestos, conte histórias, movimente-se com naturalidade. Passe sua mensagem de forma interessante.

Para o bem e para o mal, você dá aula para a geração videoclipe. Pessoas que foram criadas em frente aos mais criativos comerciais, onde videogames mostram realidades fantásticas. Entretanto, a tecnologia deve ser encarada como aliada, e não inimiga - apresentações multimídia, aparelhos de som, videocassetes - tudo isso pode ser usado como apoio à sua aula.

Brasil vai mostrar modelo de merenda escolar para 5 países

Em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vai promover um curso para fortalecer as políticas e programas de alimentação escolar em cinco países da América Latina: Bolívia, Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Honduras.

Voltada para gestores e técnicos estrangeiros que trabalham com alimentação escolar, a capacitação terá um total de 200 horas, sendo 160 horas de estudo a distância e 40 horas de forma presencial.

Para ministrar os cursos, a FAO e o FNDE realizarão, de segunda-feira até quinta, em Brasília, uma capacitação para os coordenadores nacionais de cada um dos cinco países envolvidos. "A intenção é partir da experiência brasileira, que é um exemplo mundial de boa prática na alimentação escolar, refletir sobre as próprias políticas e apontar caminhos a seguir", afirma Juarez Calil, consultor do projeto FNDE/FAO.

Os cursos em cada país também começam na próxima semana, com atividades ligadas ao aprendizado da plataforma Moodle, de ensino a distância. No dia 25, os coordenadores nacionais formados em Brasília assumem a tutoria de seus cursos e vão multiplicar os ensinamentos recebidos na área de alimentação escolar em seus países.

Marketing Pessoal: valorize sua marca

13/12/2010
Lair Ribeiro


Certamente, você já ouviu falar em marketing pessoal, mas, não creio que tenha se convencido da importância de praticá-lo para ser bem-sucedido na vida. Por isso, apresentarei aqui alguns argumentos para você convencer-se da sua importância e dispor-se a praticá-lo imediatamente!

O primeiro passo consiste em mexer nos porões escuros da mente e jogar fora todas as suas crenças prejudiciais e destrutivas, como:
 Dinheiro é sujo.
 Não dá pra ter tudo na vida.
 Quanto mais alto se sobe, maior é o tombo.
 É melhor ser pobre e honesto do que rico e desonesto.
Essas crenças negativas foram adquiridas lingüisticamente e, portanto, podem ser removidas também lingüisticamente. Basta querer e acreditar que afirmações positivas, declaradas com autoridade, podem ser colocadas no lugar das suas crenças negativas.
O passo seguinte envolve autoconhecimento. Conhecendo-se, você identifica suas aptidões, talentos, fraquezas e medos, tornando-se consciente do seu ponto de partida. Nesse processo, seja realista. Olhe-se com o mesmo olhar crítico que você é capaz de lançar sobre outras pessoas. Olhe-se com isenção, sem ser muito duro nem muito complacente. Procure observar-se de fora, como se você fosse o outro.

Por fim, descubra o que os outros pensam e falam sobre você. Mas, prepare-se, pois existe um verdadeiro abismo entre a imagem que fazemos de nós mesmos e a que os outros têm a nosso respeito. Faça os ajustes necessários para estabelecer uma congruência entre a sua auto-imagem e aquela que você projeta. Jogue limpo. Se não souber o que a outra pessoa pensa sobre você, pergunte!

Feito isso, chegou a hora de traçar um plano de ação. Lembre-se: Marketing Pessoal é um processo de venda em que o “produto” é você. E para que os “clientes” o comprem, é preciso que você esteja comprometido consigo mesmo. Não basta uma boa embalagem. É preciso que o conteúdo seja autêntico! Você tem de acreditar em cada palavra que diz sobre si mesmo e sobre aquilo que diz que é capaz de fazer, pois se você não acreditar, dificilmente alguém acreditará.

Você sabe qual é o seu público-alvo? A quem interessa saber que você existe e que é bom em determinada atividade? Quem pagaria pela habilidade ou talento que você tem a oferecer?

De acordo com a sua área de atuação profissional, é possível determinar um público-alvo, que deve ser cadastrado e mantido atualizado para que você possa colocar em prática uma política de relacionamento. Mas, mais importante que isso são os contatos pessoais que você pode fazer em congressos, cursos e outras atividades pertinentes à sua área de atuação.
Quando se fala em cultivar relacionamentos, nunca é demais lembrar da Lei Paretto e concentrar-se nos 20% que poderão provocar uma melhora de 80% em sua vida!

Como um “produto”, você tem de conquistar clientes, e a interface mais importante de um produto com seus potenciais consumidores é a embalagem. No caso, sua embalagem é o seu modo de vestir-se, a sua postura pessoal e profissional, sua expressão corporal e o que você fala. Esse conjunto é a sua marca. Mantenha-se atento ao meio em que estiver inserido, procurando sempre estar adequado a ele, desenvolva suas habilidades de comunicação e mantenha-se sempre atualizado. Trabalhe para que a sua marca ocupe um lugar de destaque na mente daqueles com as quais você se relaciona, cuidando para que todo o conjunto seja harmonioso e, para que a embalagem e o conteúdo sejam congruentes! Caso contrário, o resultado pode ser devastador

Ensino religioso: Secretaria de Educação do Rio vai fazer pesquisa com os pais

A subsecretária de ensino da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Regina Helena Diniz Bomeny, afirmou que “todas as religiões serão contempladas” nas aulas de ensino religioso nas escolas públicas do municipal, caso o projeto de lei 862/2011 seja aprovado pela Câmara dos Vereadores.

Conforme previsto na Constituição, embora as aulas sejam obrigatória nas escolas, a frequência é facultativa. “Os pais vão determinar se os filhos vão participar ou não. Faremos uma pesquisa na rede inteira. Eles vão dizer se querem e em que credo querem que seus filhos tenham aulas de religião”, explicou Bomeny.

Em audiência pública na Câmara Municipal do Rio, a subsecretária apresentou uma pesquisa feita com seis mil pais de alunos da rede pública municipal, para saber “qual deveria ser o foco do ensino religioso nas escolas”. Segundo ela, 32% disseram ser “os valores das religiões”.
A subsecretária acrescentou que a pesquisa identificou que do total de entrevistados 43% se declararam católicos; 24% evangélicos; e de zero a 1%, integrantes de religiões de matrizes africanas, espíritas e judaicas.

Bomeny também explicou que a Secretaria Municipal de Educação pretende promover um encontro entre “todas as religiões”. “Elas vão certificar os professores e nós temos que garantir que todas as minorias sejam contempladas. Vamos falar de religião de maneira plural. Temos que ver se as religiões vão indicar seus representantes consensualmente e, de repente, fazer um currículo único”.

A subsecretária acrescentou que as crianças cujos pais determinarem que fiquem fora das aulas de ensino religioso não ficarão “à toa” nas escolas. “Vamos oferecer aulas de valores. Os alunos não serão dispensados”, falou, sem explicar o que seriam “aulas de valores”.

Professora de Português na rede estadual – que conta com aulas de ensino religioso desde 2004 – Vânia Cláudia Fernandes subiu na tribuna do plenário da Câmara Municipal para ler um manifesto. “Diante das carências na área da saúde, na educação, na segurança e na infraestrutura da maioria esmagadora dos municípios, fica difícil acreditar que há espaço para o projeto de lei 862/2011, que pretende instituir a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas municipais do Rio de Janeiro”.

Professora aposentada e ex-vereadora do Rio pelo PT (do qual se desfiliou), Florinda Lombardi defende a não aprovação da proposta. “A Constituição garante o exercício do credo religioso de qualquer cidadão. Garante a criação de igrejas e templos religiosos e, inclusive, isenta as igrejas de impostos. É antidemocrático instituir o ensino religioso na escola pública, que não tem o papel de disseminar a fé. Ela tem a obrigação de disseminar o conhecimento, a Ciência”, argumentou. “Se a família tem alguma orientação religiosa, para isso tem uma gama de opções como igrejas, templos, terreiros etc”.

Representante do Conselho Nacional de Educação (CNE) no Rio de Janeiro, Luiz Antônio Cunha, professor da UFRJ, afirma que existe “uma profunda anomia jurídica na matéria, bem como anomia pedagógica” ao lidar com o tema nas salas de aulas.

(IG)

Aprender e Imitar

Aprender e Imitar

"Nossa imaginação é capaz de criar nossos maiores problemas existenciais, mas incapaz de resolver mesmo o menor deles..."

Autor: Jon Talber[1]

Observar tudo aquilo que já foi construído, nos ajuda a refletir sobre aquilo que não nos serve, embora seja ainda prática comum Há sem dúvida, uma condição onde o homem possa finalmente transcender seus problemas existenciais. Não havendo essa condição, a vida como nós a conhecemos, perde completamente o sentido, uma vez que teremos que viver sem paz e em conflito enquanto existir sobre a terra o homem. Se de um lado existe um conhecimento capaz de organizar nossa vida material, por outro lado, nossos problemas de origem psicológica se perpetuam sem indicação alguma que possam ser erradicados a partir desse conhecimento, a qualquer tempo, agora ou num futuro incerto.

E temos diante de nós grandes problemas; a complexidade dos conflitos entre indivíduos, o sofrimento humano, a miséria em suas múltiplas formas, a ausência de uma transformação psicológica no homem, uma mutação em sua mentalidade, mesmo depois de passados tantos anos, desde sua primeira incursão sobre essa terra. Embora com o passar de tantas civilizações o homem tenha progredido ao lidar com a transformação do mundo concreto à sua volta, psicologicamente ele continua como era ao dar os seus primeiros passos; inseguro, temeroso do futuro, pleno de todas as formas de sofrimento e violência, incapaz de compartilhar por igual o mundo onde vive com o seu próximo.

É imaturo de nossa parte, quando imaginamos que o tempo, resolverá por si mesmo os nossos problemas existenciais. Basta olhar nosso passado. Basta retroceder no tempo, e teremos como resposta um homem que ciclicamente se repete, conservando assim seus conflitos, suas preocupações com a morte e a vida, sem conseguir se libertar de suas angústias mais primárias, como o medo de ficar só, suas ansiedades, e o medo de perder tudo. A raiz "Medo" continua a fazer parte dos seus dias, desde o tempo quando ainda era um animal, menos racional do que o é hoje em dia.

Então estamos diante de um quadro que se repete, porque nós somos o meio através do qual ele se recicla permanentemente, e desejamos saber por que esse homem, depois de tanto progresso científico obtido, ainda não consegue ser feliz, viver em paz e livre do todo o antagonismo que acompanha seus passos através das gerações.

Quando se observa o mundo atual, a relação entre as pessoas, logo questionamos o porquê de tanto conflito, especialmente quando isso de alguma forma nos afeta. E olhando mais de perto, vemos que os problemas são sempre os mesmos. Fazendo uma reflexão, perceberemos que quando chegamos ao mundo, os problemas já existiam; apenas vivenciados por outros que viveram antes de nós; as mesmas questões, repassadas de geração em geração, como uma herança genética, se podemos admitir que exista uma genética social capaz de se reciclar ao longo do tempo.

Não inventamos a forma da relação humana, nem o modo de vida, nem as normas, regras e padrões da tradição, nem os dogmas e conceitos filosóficos que já existiam antes de nascermos. Assim, quando chegamos, nos transformamos então numa espécie de via de retransmissão de todos esses caracteres. Não temos escolha, assim como também não tiverem nossos pais, e aqueles antes destes, pois uma criança de berço, não pode escolher, e acima de tudo, possui uma mente que já foi concebida para imitar tudo que acontece dentro do espectro dos seus sentidos. É um processo involuntário esse condicionamento primário, e dele só podemos nos dar conta, passados muitos anos depois.

O fato é que psicologicamente fomos inteiramente construídos pelos conceitos existentes nesse mundo, somos enfim, uma réplica viva dessas idéias e ideais, das crenças e desejos que fazem parte da vida dessa humanidade. Tanto nossos desejos são comuns, que há a possibilidade de sermos atendidos, e isso evidentemente só é possível, se outros antes de nós, já possuíam desejos semelhantes. Não há desejo novo, nem idéia nova, mas apenas um veículo novo expressando as mesmas coisas de antes. Muda-se o tom das palavras, criam-se palavras novas para designar coisas antigas, e o indivíduo novo que repete os velhos modelos, imagina estar criando coisa nova.

Confunde-se a capacidade cerebral, o poder de adaptação do nosso cérebro ao meio onde vivemos, com aprendizado e inteligência. Viver de conformidade com os padrões já definidos como postura individual, requer apenas saber imitar, e isso nosso cérebro sabe fazer como ninguém, afinal, imitar é sua função. É uma extraordinária máquina de imitar, a mais perfeita jamais existente. Não só imita, como também memoriza tudo que se presta a imitar. Na verdade o processo seletivo, a ilusão de que podemos escolher conforme sejam nossas preferências, ocorre muito depois do processo de memorização involuntária, onde imitamos mesmo sem saber o porquê, uma vez que se trata de um simples mecanismo de sobrevivência do animal que somos.

Imitamos inicialmente para sobreviver ao mundo, e depois, construída uma base sólida de memórias, o que reflete toda nossa experiência de vida, achamos que já podemos escolher conforme sejam nossas preferências, esquecendo-nos, porém, que todo o lastro que constitui a base de onde podemos elaborar nossas preferências e opiniões, foi construída pelo mundo e repassada para nós. Não há nada de novo, nada que verdadeiramente seja nosso, nos pertença, de nossa autoria, é tudo imitação, adequação, ou meios de adaptação. O mundo nos construiu, e todo o nosso trabalho tem sido até então, apenas levá-lo adiante, como ele é, com suas distorções e incapacidade de transformar-nos como seres humanos. Somos enfim, a expressão viva desse mundo, o meio através do qual ele ganha vida, se perpetua, como se fosse um imenso organismo vivo.

Um animal é domesticado através do hábito de imitar, e isso requer uma mente simples. Será também esse nosso destino inflexível? Se objetivamente formos capazes de perceber essa realidade, o fato de que, nem o mundo, nem o tempo é capaz de transformar psicologicamente o homem, de modo que ele seja capaz de, por si mesmo, livrar-se da prisão do sofrimento, resta-nos refletir qual a ação necessária para que isso seja possível. Se esperarmos pelo tempo, não teremos a possibilidade de ver mudança alguma, uma vez que os milhares de anos que já passaram sem que a mudança ocorresse, não apontam nessa direção. Todas as reformas possíveis, sociais e religiosas já foram tentadas, e no máximo, isso apenas muda as características materiais das sociedades, enquanto que o homem psicológico permanece no mesmo ponto; medroso, angustiado, à espera de uma segurança, de um milagre que nunca encontra.

Se nos conformarmos em apenas seguir e imitar aquilo que já existe, aquilo que atravessa os séculos condicionando todos os homens, sem contudo resolver seu problema existencial, não resta esperança alguma para nós. Nosso destino já está selado no berço, embora não saibamos disso. Nem a criatividade, nem o conhecimento, nem a melhor imaginação humana foi capaz de por a termo seu sofrimento e angústias mais simples, como por exemplo, o medo. Isso ocorre simplesmente porque só somos capazes de reproduzir o que já existe, e toda nossa criatividade reside em modificarmos a aparência externa de uma ou outra coisa existente, e isso, definitivamente não é mudança.

Se nunca aprendemos a lidar com nossas angústias primárias, estados emocionais que nos afetam internamente, deve ser porque tudo que sabemos a nosso respeito é superficial e falso. Se de fato nos conhecêssemos, já teríamos resolvido a questão. Sabemos sobre nós, o que dizem que somos; mas o que dizem que somos, nossa estética externa, representa apenas um personagem de momento, dos muitos que somos, criados conforme sejam as circunstâncias, exigências, do mundo. Somos tantas coisas, a depender da influência do dia, e ao mesmo tempo, nenhuma delas. Logo o que aparentamos ser, que é a base de onde os outros nos analisam, não reflete uma verdade. Assim, somos o que nos dizem para ser; aceitamos, e assim seguimos em frente, sem identidade, sem vontade própria, sem originalidade.

Se refletirmos sobre tudo isso, resta-nos então descobrirmos o que somos, mas não sem antes, esquecermos tudo que já foi dito sobre nós; essa coisa de personalidade. Trata-se de uma descoberta pessoal, ou não é descoberta. Se não descobrirmos por nós mesmos, nunca descobriremos, estaremos apenas copiando, imitando, aceitando a opinião de outros. Se nós não nos conhecemos, imagine aceitar que outros sejam capazes de fazer isso por nós. É infantil e absurdo, pois apenas nós temos essa possibilidade, e no máximo, de fora, apenas podemos ter a conscientização de que esse é um caminho possível, nada mais. Conhecer a si mesmo é uma jornada nova, já que estamos a descobrir o novo, o ser oculto e desconhecido que somos nós mesmos.

Autor: Jon Talber
Veja mais detalhes sobre o autor nas notas abaixo.
email: jontalber@gmail.com

DIFICULDADES EM MATEMÁTICA

Sandra Schaffer Simões e Eunice Barros Ferreira Bertoso

Sumário
Dificuldades em matemática: o apoio dos pais na visão do psicopedagogo

RESUMO

Compreendendo a importância do aprendizado da Matemática por alunos do ensino médio, no presente trabalho tem-se a meta de detectar as dificuldades de aprendizagem que eles possam apresentar, tanto no contexto situacional como no interpessoal. Considerando que e escola e a família, cada uma com sua função, são instituições presentes e determinantes na vida de uma criança, estuda-se aqui a responsabilidade de ambas na missão de educar. Há algum tempo, era comum atribuir à criança toda a culpa por seu fracasso escolar. Hoje, professores, educadores, pedagogos e psicopedagogos estudam novas metodologias de ensino que despertem a atenção e o interesse desses alunos para uma formação acadêmica diferenciada. A relação escola-família na aprendizagem de Matemática pode e deve ser fortalecida em benefício do aluno, mesmo nas atividades corriqueiras do seu cotidiano, para lhe demonstrar que a Matemática, longe de ser apenas distante teoria, faz parte da realidade de cada um. Os métodos adotados neste trabalho são hipotético-dedutivos, pois nele utilizaram-se pesquisas, fontes teóricas de uma revisão bibliográfica e, a partir destas, obtiveram-se as conclusões.

Palavras-chave: Matemática – Dificuldades - Aprendizagem – Apoio pais.

1INTRODUÇÃO

Antigamente costumava-se atribuir à criança toda a culpa por seu fracasso escolar. Hoje, porém, já se reconhece que as dificuldades em aprendizagem não se dão no vazio, e sim em contextos, tanto situacionais, quanto interpessoais. Não se pode falar de dificuldades tendo somente a criança como ponto de referência: o "contexto" em que a criança se encontra precisa ser considerado. Assim, tanto a família como a escola podem ser grandes responsáveis pela determinação dos distúrbios de aprendizagem.

A escola e a família são instituições presentes na vida da criança, cada uma com função distinta. A família com a missão de educar e a escola com a missão de transformar o conhecimento comum em conhecimento científico elaborado. Essas missões jamais devem ser confundidas ou negligenciadas.
Segundo MENEZES (2004), a Matemática, tanto quanto a Biologia, a Física e a Química, às quais ele ainda acrescenta a Astronomia e a Geologia, constituem um ilimitado conjunto de conhecimentos que, aprendidas na escola do ensino Médio, podem contribuir para as metas formativas gerais.

É tarefa difícil encontrar crianças e adolescentes que gostem de Matemática. Para despertar o interesse desses alunos, professores estão apostando em uma formação acadêmica diferenciada e em novas metodologias de ensino, apesar de admitirem que ainda não é o suficiente. (MURILLO, 2010, p.2).

No entanto, a relação escola-família na aprendizagem de Matemática pode ser fortalecida em benefício do aluno se, mesmo nas pequenas atividades familiares do cotidiano, for introduzido um pouco de Matemática de modo a mostrar a ele que a Matemática não é uma atividade desligada da realidade.

Para a realização deste trabalho foram levantadas as seguintes hipóteses: a abstração dos conceitos implica uma limitação do aluno no estabelecimento de relações com o real; os atributos de um conceito são todos necessários: implica uma limitação do aluno na sua apropriação; a simbologia é única e unívoca: implica uma exclusão da expressão pessoal do aluno na representação e descrição; a linguagem é fechada e distinta: implica uma limitação do aluno na relação com outras disciplinas; a comunicação é baseada em caracteres e na oralidade: implica a limitação da percepção do aluno.

2-OBJETIVOS

2.1-OBJETIVO GERAL
Investigar, por meio de revisão bibliográfica, como os psicopedagogos percebem o apoio dos pais perante as dificuldades dos filhos na aprendizagem da Matemática.

2.2-OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar as contribuições dos pais diante das dificuldades dos filhos na aprendizagem; e,
Identificar os recursos/estratégias utilizados pelos pais no apoio aos filhos com dificuldades em Matemática.

3-METODOLOGIA
Os métodos adotados neste trabalho foram hipotético-dedutivos, pois nele utilizaram-se pesquisas, fontes teóricas de uma revisão bibliográfica e, a partir destas, obtiveram-se as conclusões.

A partir de pesquisa bibliográfica de renomados autores especializados no tema, busca-se aqui explicar o problema de aprendizado estudando e analisando as contribuições culturais e científicas já experimentadas e publicadas. A pesquisa documental é um procedimento que faz uso de métodos e técnicas para a apreensão, compreensão e análise de documentos dos mais variados tipos.

Este artigo científico foi elaborado sob a ótica clínica, com base nos fundamentos da Psicopedagogia vivenciados na clínica, e, com o que se depreendeu deste estudo, pretende contribuir para o estabelecimento de uma prática, procurando sugerir possíveis formas de intervenção no tratamento dos problemas de aprendizagem escolar.

Nesta pesquisa, foram necessários estudo de métodos e técnicas que levem criteriosamente a resolver problemas. É importante também que a pesquisa esteja alicerçada pelo método, o que equivale a elucidar a capacidade de observar, selecionar e organizar cientificamente as vias que devem ser percorridas para a concretização da investigação. (GAIO, CARVALHO e SIMÕES, 2008, p.148).

MINAYO (2008), ao discutir o conceito e o papel da metodologia nas pesquisas, afirma: “a metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a apreensão da realidade e também o potencial criativo do pesquisador” (MINAYO, 2008, p. 22).
Acumular conhecimentos nesta área não é o único objetivo ao se buscar o referencial teórico em pesquisa bibliográfica. Antes disto, se presta a identificar o estágio atual do conhecimento sobre o tema e, assim, nortear os estudiosos na definição dos problemas de pesquisa e nas suas possíveis soluções.

4-DESENVOLVIMENTO

4.1-CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Estudos concluem que as causas dos problemas de aprendizagem podem ser de ordem física, sensorial, neurológica, emocional, intelectual ou cognitiva, educacional e socioeconômica. A família contribui em grande parte para a determinação desses problemas. Os pais, principalmente, podem, de diversas maneiras, favorecer ou prejudicar o processo de aprendizagem de seus filhos. Ao ingressarem na escola, as crianças, muitas vezes, demonstram dificuldades de adaptação que podem ser consequência de conflitos e crises de um sistema familiar ineficiente.

MORENO & CUBERO (1995, p.18) atribuem à família garantia de sobrevivência física de seus membros e ressaltam que é dentro dela que se realizam as experiências básicas que serão imprescindíveis para o desenvolvimento autônomo dentro da sociedade (aprendizagem do sistema de valores, da linguagem, do controle de impulsividade, etc.). Referem-se ao modelamento psicológico da criança, citando os meios para tal: recompensas, castigo, observação. Consideram o poder da família, não absoluto, nem infinito, visto que, quando a criança nasce, certas características podem ao menos estar parcialmente definidas, como sua saúde e temperamento infantil; outros contextos socializadores, como escola e colegas, influem sobre a criança, paralelamente à ação dos pais, em maior ou menor grau; a família é influenciada por uma série de fatores determinantes de seu funcionamento, por exemplo, situação socioeconômica dos pais. Os referidos autores discorrem sobre diferentes estilos de comportamento dos pais e consequentes efeitos sobre o desenvolvimento social e da personalidade da criança.

Classificam os pais nas seguintes categorias: pais autoritários - manifestam altos níveis de controle, de exigências de amadurecimento, porém baixos níveis de comunicação e afeto explícito. Os filhos tendem a ser obedientes, ordeiros e pouco agressivos, porém tímidos e pouco persistentes no momento de perseguir metas; apresentam baixa auto-estima e dependência (não se sentem seguros, nem capazes para realizar atividades por si mesmos); filhos pouco alegres, mas coléricos, apreensivos, infelizes, facilmente irritáveis e vulneráveis às tensões, devido à falta de comunicação desses pais; pais permissivos - pouco controle e exigências de amadurecimento, mas muita comunicação e afeto; costumam consultar os filhos por ocasião de tomada de decisões que envolvem a família, porém não exigem dos filhos responsabilidade e ordem; estes tendem a ter problemas no controle de impulsos, dificuldade no momento de assumir responsabilidade; são imaturos, têm baixa auto-estima, porém são mais alegres e vivos que os filhos de pais autoritários; e pais democráticos - níveis altos tanto de comunicação e afeto, como de controle e exigência de amadurecimento; são pais afetuosos, reforçam com frequência o comportamento da criança e tentam evitar o castigo; correspondem às solicitações de atenção da criança; esta tende a ter níveis altos de autocontrole e auto-estima, maior capacidade para enfrentar situações novas e persistência nas tarefas que iniciam; geralmente são interativos, independentes e carinhosos; costumam ser crianças com valores morais interiorizados (julgam os atos, não em função das consequências que advêm deles, mas, sim, pelos propósitos que os inspiram).

4.2-CONCEITUAÇÃO DAS DIFICULDADES NO APRENDIZADO E DO APOIO DA FAMÍLIA
BOSSA (1998, p. 23) ressalta que, mais do que responsáveis pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus filhos. Nascendo numa condição de incompleto total, o ser humano depende inteiramente dos adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou daqueles que exercem função paterna e materna. Embora trazendo uma carga genética que também interfere no seu destino, o fator genético será menos influente quanto mais influente for a educação.

A autora supracitada ressalta que a aprendizagem se inicia já nos primeiros instantes de vida do bebê, quando este aprende o que é necessário para garantir a sua sobrevivência, como mamar, andar, falar, pensar. Para a autora “a aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos na espécie humana” e a aprendizagem escolar também deve ser assim. Caso contrário, alguma coisa deve estar errada.

Segundo PIAGET (1976, p. 35), “o conhecimento é construído através da ação, quando o sujeito estabelece, desde o seu nascimento, uma relação de interação com o meio, e é essa relação da criança com o mundo físico e social que promove seu desenvolvimento cognitivo”.

Avalia-se que a vida em família é onde se inicia a aprendizagem emocional. Nesse caldeirão íntimo aprende-se como se sentir em relação a si mesmo e como os outros vão reagir a isto; aprende-se como avaliar os sentimentos e como reagir a eles; aprende-se como interpretar e manifestar as próprias expectativas e temores. Aprende-se tudo isso não somente por meio do que os pais fazem e do que dizem, mas também pelo modelo que oferecem quando lidam, individualmente, com os seus próprios sentimentos e com aqueles sentimentos que se passam na vida conjugal.

Aprende-se que ter pais emocionalmente inteligentes é, em si, de enorme proveito para a criança. Observa-se que a maneira como um casal lida com os seus sentimentos, além do trato direto com a criança, transmite sábias lições para seus filhos, que são aprendizes espertos, ligados com os mais leves sinais emocionais na família.

Segundo afirma WHITE (1996, p. 32):
“é no lar que a educação da criança deve iniciar-se. Ali está sua primeira escola, tendo seus pais como instrutores, onde a criança irá aprender as lições que a guiarão por toda vida – lições de respeito, obediência, reverência, domínio próprio. Sobre os pais repousa o dever de proporcionar instruções física, mental e espiritual, tendo como objetivo alcançar para seu filho um caráter equilibrado e simétrico”.

É sabido que o sucesso escolar depende, em grande maioria, de características emocionais que foram cultivadas nos anos que antecedem a entrada da criança na escola. A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da inteligência emocional se dá nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a formar-se durante todo o período escolar. Depreende-se que crianças com transtorno de déficit de atenção são capazes de obter ótimos resultados escolares, desde que seus pais estimulem a sua inteligência emocional para a aprendizagem escolar.

SELVA & CAMARGO (2009, p. 14) afirmam que o ambiente familiar pode não potenciar o sucesso a Matemática. A família é a base da educação de uma criança e a escola não consegue aceder e moldar a família. Algumas características familiares mais determinantes para o (in) sucesso do aluno são a escolaridade dos pais, o nível de expectativas gerado na criança, a qualidade dos diálogos familiares, a quantidade de tempo de observação de TV, o tipo de programas de TV observados, o tipo de revistas e jornais adquiridos, o tipo de férias escolares.

A maior causa do insucesso é atribuída às características da Matemática. Não é difícil encontrar alguém que não goste desta matéria; alguns ainda admitem francamente detestá-la. Segundo MURILLO (2010, p. 2), é o que ocorre com os estudantes que têm algum tipo de dificuldade em assimilar os conceitos e, por esta razão, são incapazes de ver sentido nos conteúdos, que vão se tornando cada vez mais incompreensíveis para eles. Como uma forma de contornar o problema, estão sendo realizadas correções em vários sentidos, iniciando pela formação acadêmica dos licenciados nessa disciplina. O mesmo autor indica que, quando não existe associação de conteúdos com elementos mais próximos dos aprendizes, o entendimento do que está sendo ministrado acaba por ser prejudicado. “A Matemática fica muito abstrata. Aí o aluno vai ver equações algébricas, resolver questões do segundo grau e não vê sentido, porque não está associado ao cotidiano”, afirma.

Já Ribeiro (in: MURILLO, 2010, p. 2), assegura que os esforços acadêmicos de hoje se dão no sentido de promover alternativas para um ensino que desperte o interesse, ou pela associação da Matemática e sua história, ou do ponto de vista das tecnologias, entre outras formas.

Pesquisas indicam que os pais com filhos na escola avaliam positivamente as suas atitudes em relação à educação destes. Os resultados obtidos na pesquisa “A participação dos pais na educação dos filhos” realizada pelo programa Todos pela Educação (In: Práticas comuns e dificuldades em acompanhar os filhos, http://www.pluricom.com.br/clientes/grupo-sm/noticias/2009/10/a-participacao-dos-pais-na-educacao-dos-filhos) apontam que prevalece o discurso do zelo e do rigor no acompanhamento dos estudos.

Segundo a mesma pesquisa, 80% dos pais declaram estar sempre atentos à freqüência dos filhos às aulas e acompanham as suas notas. No entanto, apenas 53% afirmam estabelecer e respeitar horários para os estudos. Surpreende também a constatação de que apenas 2 em cada 10 alunos possuem conhecimento adequado à sua série em Matemática.

“É imprescindível que os pais estejam cientes de que os seus filhos têm baixa aprendizagem. Temos tido baixo desempenho em leitura, matemática e ciências, tanto no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), quanto nas avaliações nacionais, como na Prova Brasil/Saeb. Assegurar esses conhecimentos básicos é fundamental para combater a nossa desigualdade social e os impactos negativos que isso traz na competitividade do Brasil no mundo globalizado. O cenário atual exige gente informada e qualificada, o que significa dizer alunos aprendendo.”(MOZART, In: MURILLO, 2010, p. 13).

As maiores dificuldades que os pais alegam encontrar para acompanhar a Educação dos filhos são a falta de tempo e o despreparo para auxiliá-los quando surgem dúvidas sobre os conteúdos. Tais dificuldades são atribuídas muito mais aos pais e aos alunos do que em relação aos professores e à estrutura geral.

O baixo nível cultural e social do agregado familiar, ao não proporcionarem os meios, estímulos, motivações, condições de estudo e aprendizagem aos seus educandos, tornam-se obstáculos ao normal funcionamento da aprendizagem e estão na origem de insucesso escolar.

Para MARTINS e CABRITA (1991, p. 2), o nível econômico, cultural e escolar das famílias de que são oriundos os alunos constituem causas dominantes do insucesso escolar, acrescentando ainda outros aspectos, como a distância de casa à escola e a zona de residência.

5- PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Cabe à escola se empenhar no desenvolvimento de habilidades para fazer o aluno pensar, fornecer-lhe conhecimento consistente, pois assim criam as próprias habilidades a partir do contexto sociocultural, físico e intelectual, como por exemplo: habilidades motoras, habilidades operatórias, habilidades artísticas. A habilidade, também chamada de talento, instinto, múltiplas formas de inteligência, virtude, é uma dádiva da Natureza. Desta forma, habilidades e competências devem estar ligadas ao indivíduo.

Antes de qualquer medida, porém, aconselha-se que o professor esteja atento ao aluno, verificando se ele apresenta algum sinal de que o seu organismo não vai bem, se tem cuidados com a alimentação, sono e higiene, devendo ser aconselhado neste sentido.

No aprendizado da Matemática, especialmente, para dominar os seus conceitos básicos, LIMA (2009, p. 17), afirma que: “se deve iniciar com o pensamento concreto, trabalhando a criança com coisas que lhe sejam concretas, que ela possa pegar, sentir, olhar, perceber – até mesmo as diferenças – seriar, classificar, incluir, direcionar, intercalar, posicionar quanto à lateralidade, tempo, espaço e ritmo, tudo isto fundamentado nas próprias experiências. O aluno terá melhores condições para compreender e resolver o problema quanto mais real este for para ele”.

Uma iniciativa prioritária para tentar resolver o problema da dificuldade de aprendizagem é apontada por MURILLO (2010, p. 2), que prevê a sensibilização dos professores de Matemática no sentido de colher e dar informações relativas a esse processo e delinear estratégias de envolvimento do corpo docente em futuros trabalhos de colaboração escola-família.

Mesmo quando os pais têm dificuldade com a Matemática, o autor aconselha que estes sejam pacientes ao orientar seus filhos, dando-lhes toda a atenção e nunca reforçando que o problema é realmente difícil; neste caso, os pais sempre podem recorrer ao professor. A família agirá construtivamente para corrigir deficiências que deixaram de ser sanadas no momento certo, pois, se não for feito um trabalho de recuperação, ou ninguém detectou o problema na criança, ela poderá arrastá-lo por diversas recuperações.

Afirma ainda MURILLO (2010, p.3), que as relações entre escola e família são complexas, principalmente porque a Matemática que se aprende em casa e aquela que se aprende na escola se relacionam de forma assimétrica, pois a da escola tem um padrão bem mais elevado. Não obstante, o conhecimento informal da Matemática que se aprende em família pode ser um elemento facilitador para o que se aprende na escola. (BROWN, In: MURILLO, 2010, p. 3).

É opinião de vários educadores matemáticos que os pais precisam ser informados sobre os progressos de seus filhos, e os professores desempenharão melhor o seu papel se ouvirem os pais.

O conhecido psiquiatra, escritor e conferencista IÇAMI TIBA, assegura que uma das maneiras habituais de os pais acompanharem os estudos do filho é perguntar se ele já fez sua lição de casa. Tal cobrança indica que o dever sempre precede o prazer, afirma. Na educação hodierna, o dever foi trocado pelo prazer, pela idéia de que o filho tem de ser feliz, o que alega ter sido confundido com “prazer e vontades satisfeitas a qualquer custo”. Os aprendizes não estudam porque não sentem vontade nem prazer de estudar.

No entanto, o aprender nunca foi tão importante quanto atualmente, pois os indivíduos que permanecem como estão tornam-se obsoletos pelo enorme e ágil avanço tecnológico e comportamental. “Estudar é um dos mais importantes recursos para alguém aprender a aprender”. (TIBA, 2010, p. 12). Afirma ainda que quem ensina – pais e professores - pode perguntar ao aluno “O que você aprendeu hoje?”, o que seria uma forma de tornarem-se “aprendentes” de seus filhos e alunos. O mesmo autor conclui dizendo que:

É dessa forma que se cria um fórum diário de troca de conhecimentos recém-adquiridos a cada aula dos filhos, a cada aprendizado dos pais. Desde que o mundo é mundo e as pessoas aprenderam a se relacionar entre si, o interesse pelo outro passou a existir. Esse interesse se transforma em riqueza quando a troca é de conhecimentos, e não simplesmente de ordem e de cobranças. Esse aprender não tira férias. (TIBA, 2010, p. 12).

Projetos no âmbito da relação escola-família com o objetivo de ajudar os pais no apoio que podem vir a dar a seus filhos, principalmente na Matemática, têm sido implementados em vários países. Algumas questões se impõem neste sentido: Como pode a família participar nas aprendizagens escolares dos alunos se a Matemática que os pais e os avós aprenderam parece tão diferente da de hoje? Os jogos e brinquedos que se compram hoje para os filhos e contêm Matemática serão úteis para que as crianças sejam melhores alunos nessa matéria? Projetos e trabalhos de investigação no âmbito da colaboração da família nas aprendizagens de Matemática têm revelado que o apoio da família está relacionado com o sucesso dos alunos.

Nisto, não são o nível social e econômico da família os determinantes, mas sim o ambiente em casa, que deverá ser favorável. As expectativas positivas dos pais e o envolvimento na educação da criança tanto na escola como na comunidade, o interesse pelo desenrolar dos acontecimentos na sala de aula e na escola, são considerados fundamentais. (HENDERSON e BERLA, 1994 In: Manual Escolar 2.0, 2010, p. 2).

6- CONCLUSÃO
Um dos questionamentos mais comuns utilizados pelos alunos quando lhes dizem que devem estudar Matemática é a pergunta de quando vão usá-la na vida real. No entanto, pais e mestres, em vez de se deixarem intimidar por esse argumento, devem desenvolver e estudar estratégias que demontrem que a Matemática é uma presença constante no cotidiano de qualquer pessoa, em praticamente todas as situações. É justamente por essa razão que se devem usar ações da vida diária para ensinar-lhes essa matéria, e de uma forma tão natural que eles nem vão perceber que estão aprendendo.

Para trabalhar as dificuldades apontadas pelo educando, pais e educadores devem unir-se com o objetivo de sanar as deficiências apontadas pela criança. Neste sentido, professores e pais têm responsabilidades e ações a tomar.

Cabe aos professores: estimular o potencial motor e intelectual do aluno, por intermédio de estratégias que proporcionem a recuperação do conteúdo escolar; desenvolver responsabilidades próprias, mormente em relação às obrigações escolares; adotar práticas educativas combinadas com afeto positivo e controle; definir regras claras e consistentes; incentivar a participação ativa da criança; prover experiências variadas, significativas e interessantes; proporcionar reciprocidade na interação, senibilidade e diponibilidade; motivar o aluno constantemente, o que o tornará capaz de enfrentar qualquer desafio ou dificuldade; promover ambiente com regras, limites, compreensão, confiança e valorização do potencial do aluno; trabalhar aspectos emocionais internos, com vistas a minimizar a ansiedade e a insegurança, principalmente diante de situações inesperadas; oferecer recursos que enriqueçam o processo educativo; melhorar a comunicação afetiva social na relação profesor-aluno; proporcionar reforço paralelo e contínuo.

Aos pais igualmente competem algumas tarefas, como: ler para o filho e ouvi-lo ler; demonstrar prazer estando em sua companhia; disponibilizar materiais educativos vairados e adequados à faixa etária do filho; envolver-se nas questões escolares; perguntar sobre a escola, a aula, e o que fez nela; estimular a conversação e o diálogo; servir de mediador, interagir; favorecer um ambiente calmo no lar; promover ambiente com regras, limites, compreensão, confiança, valorização do potencial; rever as atitudes em relação ao filho; não criar expectativas em relação ao desempenho escolar da criança; estimulá-la positivamente valorizando suas conquistas por menores que sejam; proporcionar oportunidades para que possa expressar suas ideias e opiniões; dosar o tempo diante da TV ou do computador; olhá-lo como uma pessoa, e não apenas como cirança.

A proposta Psicopedagógica tem o objetivo de trabalhar em parceria com a escola, oferecendo um olhar diferenciado ao aluno, da mesma forma como deve proceder com relação ao seu desempenho, potencialidades e dificuldades.
Busca-se, por meio do contato com a família e com profissionais ligados à educação, entender melhor a criança que apresenta dificuldades no processo de ensino e aprendizagem para, com maior eficiência, articular, redirecionar e sanar seus transtornos. Neste contexto, entende-se que o psicopedagogo é o interlocutor entre as partes, pais e escola, e que, por intermédio de encontros, relatórios e devolutivas, a escola, num trabalho de parceria, passa a participar ativamente no movimento de intervenção. Inserido neste trabalho de parceria, o empenho da escola, dos pais, assim como do psicopedagogo será mais bem compreendido pelas crianças e/ou jovens e os levará a um melhor posicionamento na escola, na família e na sociedade.

Bibliografia
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/707-4.pdf. Acesso em 20 nov 2010.
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GAIO, R.; CARVALHO, R.B.; SIMÕES, R. Métodos e técnicas de pesquisa: a metodologia em questão. In: GAIO, R. (org.). Metodologia de pesquisa e produção de conhecimento. Petrópolis, Vozes, 2008.
HENDERSON, Anne e BERLA, Nancy, 1994 In: Manual Escolar 2.0, 2010. http://catiaosorio.wordpress.com/2010/02/16/relacao-escola-familia-na-aprendizagem-da-matematica/ Manual Escolar 2.0 da Sebenta. Acesso em 20 set 2010.
LIMA, Lúcia da Silva e EUNICE, B. F. B.. Dificuldades de aprendizagem: um estudo de caso. Relato de pesquisa. Psicopedagogia OnLine Portal da Educação e Saúde Mental. São Paulo, 2010.
LIMA, Sueli Maria de e EUNICE, B. F. B.. O psicopedagogo e as intervenções nas dificuldades de aprendizagem. Artigo científico. Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP 2009.
MARTINS, António Maria e CABRITA, Isabel, (1991). A Problemática do insucesso escolar. Aveiro: Universidade de Aveiro, Portugal, 2007.
MEDEIROS, de Faria Lima,Cleily; BERTOSO, Eunice B. F. O Papel do Psicopedagogo diante das Dificuldades, Distúrbios e Transtornos de Aprendizagem. Artigo (2009) www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp
MENEZES, Luis Carlos de. A ciência como linguagem: prioridades no currículo do ensino médio. In: O currículo na escola média: desafios e perspectivas. São Paulo: SEE; Brasília: MEC, 2004.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza, O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11a ed. São Paulo, Hucitec, 2008.
MORENO, M.C. & CUBERO, R. Relações sociais nos anos pré-escolares em Desenvolvimento Psicológico e Educação, Vol. 1. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, 190-202p.
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PIAGET, Jean. Equilibração das estruturas cognitivas: problema central ao desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
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SELVA, Kelly Regina.& CAMARGO, Mariza, O Jogo Matemático como Recurso para a Construção do Conhecimento, (2009).
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WHITE, Ellen G., Orientação da Criança, Casa Publicadora Brasileira – Tatuí, SP, 1996.
http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name=News&file=print&sid=9050 Acesso em 12 set 2010.
Publicado em 18/07/2011 15:49:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Sandra Schaffer Simões e Eunice Barros Ferreira Bertoso - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Sandra Schaffer Simões: discente, Psicopedagogia, UNASP/SP
Eunice Barros Ferreira Bertoso: Pedagoga, Psicopedagoga, Mestre, Docente, orientadora do UNASP/SP (Centro Universitário Adventista de São Paulo). Associada a ABPp, seção São Paulo.
e-mail: euni_barros@yahoo.com.br

A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

Daiane do Prado Rodrigues

Resumo:

Este texto se propõe a explanar sobre o processo de alfabetização de crianças com Síndrome de Down, incluídas em escolas comuns. A alfabetização tem um importante papel, pois permiti ao aluno sentir-se seguro e encontrar uma funcionalidade em ir e estar na escola.

A escola tem uma função reguladora e formativa na vida dos alunos, ela é, em grande parte, responsável pela passagem do aluno para o nível social. Acima de tudo, a escola tem o dever de ensinar o aluno a trocar ideias e ideais, de conviver com as diferenças, lidar com suas emoções e discutir.
A escola regular ou comum tem o dever de introduzir o aluno em um mundo crítico, cultural e diversificado e toda a criança tem o direito de fazer parte desta escola.

A aquisição da língua escrita pela criança é um dos requisitos fundamentais para que ela possa ser bem sucedida em sua trajetória escolar, uma vez que todo saber formal, veiculado pela escola, é realizado primordialmente, através da leitura e da escrita.

É natural que a escola regular tenha dificuldades para lidar com a subjetividade da criança com Síndrome de Down (SD). Este fato já aponta e demonstra a necessidade de existir um espaço para este fim, que não seja eminentemente clínico e que resguarde uma característica tipicamente educacional.

O aluno com SD tem uma maneira própria de encarar o saber, que, invariavelmente, não condiz com os ideais da escola regular. Não corresponder ao esperado pode ocorrer com todo e qualquer aluno, mas a criança de inclusão denuncia estas dificuldades de forma latente.

A criança com SD tem dificuldade de construir o saber com os demais alunos, principalmente quando inserido em escolas tradicionais. A criança incluída na escola regular encontra muitas barreiras para assimilar as coisas mais simples como, por exemplo, as características diretas de um objeto. Já para uma criança com desenvolvimento típico, construir conceitos, por exemplo, caracteriza-se por uma tarefa fácil.

Por isso, para as crianças com dificuldades de aprendizagem, o que inclui a SD, é muito importante o acompanhamento junto ao profissional de Psicopedagogia. É este profissional que irá avaliar as possibilidades de aprendizagem e a melhor forma de encaminhar estas crianças dentro do contexto escolar. Para que o atendimento psicopedagógico, dentro da escola regular, ocorra de forma adequada é preciso uma visão consistente do que é educação especial.

O aluno com SD pode e deve compartilhar o atendimento com colegas de desenvolvimento típico, para que tenha a possibilidade de outros tipos de acesso ao conhecimento. O trabalho especializado dentro da escola deve permitir ao aluno formular suas idéias para que ele não fique alienado diante de qualquer saber.

A partir de minha prática como psicopedagoga entendo que este trabalho não pode ser ordenado de forma rígida, nem planejado sistematicamente, é algo que surge de dentro para fora, ou seja, não deve visar à promoção escolar e, sim, às aprendizagens de vida e socialização da criança.

Referências
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Alves, J.M.(1987) Estudo sobre a relação entre a extensão falada/escrita de palavras por crianças portadoras de Síndrome de Down. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos.
Bibas, J.M. ; Valente, M.I. (2009) A alfabetização na Síndrome de Down. Reviver Down. In: http//WWW.reviverdown.org.br/pagina_aprendiz_alfabetiza.htm
Brasil. (2001) Ministério da educação: Diretrizes nacionais para a educação especial na educação inclusiva. Brasília:Mec/ SEESP.
Bucley, S. ; Bird, G.; Sacks, B. ;Archer, T. (2006) A comparison of mainstream and special education for teenagers with Down syndrome: implications for parents and teachers Downs. Syndrome Res Ptact. 9(3), 54-67.
Correa, J.; Maclean, M.(1999) Aprendendo a ler e a escrever: A narrativa das crianças sobre a alfabetização. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12(2), 273-286.
Publicado em 18/07/2011 15:58:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Daiane do Prado Rodrigues - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) -
Psicopedagoga, Esp. em Transtornos do Desenvolvimento, Bacharel em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Psicopedagoga)- UNILASALLE- Canoas, Especialista em Transtornos do Desenvolvimento – UFRGS

IV Serex recebe inscrições de trabalhos até segunda-feira

Redação 24 Horas News

O IV Seminário de Extensão Universitária da Região Centro-Oeste (IV Serex-CO) está aberto para inscrições de resumos até a próxima segunda-feira (15), as áreas de Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção e Trabalho. O evento será realizado na Universidade de Brasília (UnB), no período de 4 a 7 de outubro. A atividade faz parte da Semana Universitária UnB-2011 que tem como temática "90 anos de Paulo Freira: Um marco para a reflexão sobre os rumos da universidade brasileira".

O objetivo do IV Serex é promover a difusão, a ampliação e a análise das práticas de extensão universitária desenvolvidas nas universidades públicas da região Centro-Oeste. Serão realizados minicursos, curso, oficina, feira, fórum, seminário e mesa-redonda.

Podem inscrever trabalhos docentes, técnicos-administrativos e alunos que estejam vinculados a programas e/ou projetos e atividades de extensão institucionalizadas na Pró-reitoria de Extensão da universidade. Os trabalhos aprovados poderão ser apresentados na forma de comunicação oral ou de pôsteres. A UnB disponibilizará 200 vagas para alojamento gratuito aos participantes que se inscreverem com apresentação de trabalho aprovado por sua instituição de ensino superior (IES).

Cada instituição de ensino superior deve encaminhar a documentação relativa às inscrições (formulários preenchidos) à UnB, por e-mail eletrônico: serex2011@unb.br e por correio, no endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro, Prédio da Reitoria, 2º Pavimento, sala B1-42, CEP - 70910-900, Brasília-DF.

Mais informações no site www.semanauniversitaria.unb.br ou pelo endereço eletrônico serex2011@unb.br.

MT- Ações contra o bullying ganham reforço com prevenção nas escolas


No próximo mês de outubro, as escolas públicas em funcionamento no Estado poderão contar com um mecanismo a mais contra a prática do bullying entre estudantes. O Projeto de Lei nº 420/2011, que começou a tramitar na Assembleia Legislativa, cria a Semana dos Amigos da Escola, a ser realizada anualmente na semana em que se comemora o Dia da Criança (12).

Para a ocasião, as instituições de ensino deverão criar espaços de reflexão, convidando os pais dos alunos e membros da comunidade para discutir assuntos que envolvam respeito, tolerância, equilíbrio, sensatez, benevolência e as consequências do bullying. Essa prática já é considerada um problema crescente no mundo inteiro, resultante da falta de amizade entre as pessoas, em especial entre as crianças e adolescentes em fase escolar.

Para o autor do projeto, o vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Wagner Ramos (PR), ações pontuais como conversas, bilhetes em agendas e telefonemas aos pais vêm se mostrando recursos insuficientes para sanar brigas, ameaças e agressões, até mesmo quando ocorrem entre as crianças dos primeiros anos do Ensino Fundamental.

“Apenas uma parceria eficaz entre escola e família será importante nesses casos. Essas instituições têm em comum a formação humana e só alcançarão melhorias no comportamento dos educandos caminhando juntas”, alertou o parlamentar.

Como mecanismos importantes para as primeiras melhorias e conscientização sobre o bullying, ele citou as reuniões, rodas de conversas, trabalhos em grupos, debates reflexivos, aulas expositivas, entrega de materiais sobre o bullying para os docentes, palestra e principalmente o estreitamento das relações escola-família.

O bullying escolar é reconhecido como ato de violência física ou psicológica, intencional ou recorrente, praticado por um indivíduo ou grupo destes contra uma ou mais pessoas no ambiente escolar, seja por intimidação, agressão ou discriminação. Para a Semana dos Amigos da Criança, a escolha dos conteúdos a serem discutidos deverá priorizar temas que criem ou aumentem os níveis de amizade entre o aluno, a família e a comunidade.

Divulgado edital do PET Educação Física da UFMT

Redação 24 Horas News

A Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgou edital de abertura de inscrições para o processo de seleção de estudantes bolsistas para o Programa de Educação Tutorial (PET) para o grupo PET Física, campus de Cuiabá.

As inscrições deverão ser realizadas no período de 11 a 18 de setembro, na sala 6, no ginásio de esportes, campus de Cuiabá, munidos dos seguintes documentos: fotocópia da identidade e do CPF, comprovante de matrícula e planilha de notas ou histórico escolar. Os candidatos devem comprometer-se a dedicar, no mínimo, 20 horas às atividades do programa; não estar recebendo outro tipo de bolsa; e estar cursando do segundo ao quarto semestre do curso de graduação em Educação Física.

O processo de seleção será realizado no dia 22 de setembro, às 14 horas, por meio de entrevista, na sala do PET, no ginásio de esportes.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (65) 3615 8830.

MT- Seduc confirma ter dado posse a todos os professores aprovados em concurso

Redação 24 Horas News


O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), cumpriu com o compromisso e nomeou 100% dos professores aprovados no concurso público 004/2009. Na segunda-feira (08.08), a Secretaria de Estado de Administração (SAD) efetivou a nomeação de mais 377 professores. Essa lista estendeu as chamadas para os classificados.

Com essas nomeações, publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) os convocados terão até 30 dias para tomarem posse do cargo. Todos devem ficar atentos às documentações e exames necessários que deverão ser apresentados tanto na Perícia Médica como na Coordenadoria de Provimento da SAD.

Ao todo, o Estado disponibilizou 3.001 vagas para o cargo de professor do ensino básico, 500 para Técnico Administrativo Escolar (TAE) e 2.000 para Apoio Administrativo Escolar (AEE). Com as novas nomeações, o Governo cumpriu o acordo firmado com os educadores de Mato Grosso de nomeação de todos os professores aprovados, até mês de agosto.

De acordo com o secretário adjunto de Gestão de Políticas Institucionais de Pessoal, Uirá Escobar, até o próximo dia 25 serão nomeados os técnicos e apoios restantes, que foram aprovados.

Nomeações

Do total de 3.001 vagas disponibilizadas para professores, 2.858 já foram nomeados, entrando na lista alguns classificados. Dos 500 técnicos, houve 492 nomeações e das 2.000 vagas para apoio, 1.565 já tiveram seus atos de nomeação publicados.

Uirá Escobar explica que alguns classificados foram nomeados em função da ausência dos aprovados. “A Lei estadual complementar 50 determina que os nomeados possuem 30 dias para tomar posse e mais 30 para entrarem em exercício. Alguns aprovados nomeados perderam esses prazos, por isso alguns classificados foram nomeados”, disse.

O secretário adjunto informou ainda que a Seduc está empenhada junto à SAD para promover a nomeação de mais classificados até o final de 2011. “Após a nomeação e posse de todos os aprovados dos três cargos vamos fazer um levantamento de quantos entraram em exercício e do total de remoção, para verificarmos a necessidade de vagas. De acordo com a demanda solicitaremos as nomeações”, finalizou.

MT- Passeata em Araputanga denuncia reforma de escola parada há seis meses

Redação 24 Horas News

Iniciada há dois anos, a reforma da Escola Estadual João Sato, em Araputanga, a 371 km de Cuiabá, está totalmente estagnada. Por esse motivo, profissionais da educação, estudantes e representantes da sociedade civil organizada fizeram uma passeata, ontem (11). Eles percorreram diversas ruas do município, também em celebração ao Dia do Estudante, comemorado em 11 de agosto.

A maioria dos jovens presentes na passeata era da Escola João Sato. “Todos estamos indignados com esta situação, mas os alunos que frenquentam esta unidade estão ainda mais descontentes e ansiosos”, ressaltou a presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Rosalina da Paixão Rosa. As aulas aos cerca de 700 estudantes estão sendo ministradas na sede da instituição filantrópica Arco Íris.

De acordo com a sindicalista, o governo do Estado destina aproximadamente R$ 20 mil por mês à entidade para cobrir despesas como aluguel, energia elétrica, água, etc. “A nossa insatisfação é que além de a reforma estar parada, esses recursos que estão sendo gastos em um outro espaço poderiam ser investidos na própria obra e melhores condições de ensino”, acrescentou. A justificativa é que falta a aprovação de um aditivo, pois o montante destinado para a reforma não foi suficiente.

Em julho deste ano, fez dois anos que os reparos na Escola João Sato começaram. Apesar de a escola pertencer à rede estadual, a prefeitura municipal de Araputanga é quem administra as obras. Com a passeata, os manifestantes esperam que os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo deem a devida atenção ao problema. “Este ato cobra providências para a retomada da reforma, mas também expõe essa situação a toda a sociedade, para que a população saiba a realidade vivida pela Educação”, finalizou a presidente da subsede do Sintep/MT.

Aulas são suspensas no IFMT por falta de água

Assessoria

Devido ao não abastecimento pela Sanecap, nesta quinta-feira, dia 11 de agosto de 2011, faltou água no Instituto Federal de Mato grosso (IFMT) Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva e as aulas dos períodos vespertino e noturno foram suspensas. A instituição está localizada na região central de Cuiabá.

Nesta sexta-feira, dia 12 de agosto, havia a expectativa de que as aulas voltassem ao normal devido aos 20 mil litros de água enviados pela Sanecap na tarde de ontem por dois caminhões-pipa, mas a quantidade não atendeu às necessidades da escola, por onde circulam diariamente cerca de 5 mil pessoas. Sendo assim, hoje, as aulas foram suspensas novamente durante todo o dia, já que os freqüentadores do campus não podem utilizar sequer os bebedouros para hidratação.

Segundo o Diretor Geral do IFMT Campus Cuiabá, Ali Veggi Atala, desde a semana passada a unidade não recebe água pelo encanamento. “Todos os dias temos que solicitar dois caminhões-pipa para tentar fazer com que as atividades do Campus Cuiabá não parem. No entanto, essa é uma medida paliativa que não está mais adiantando”, ressalta.


MT-Todos os professores aprovados no concurso do Estado foram chamados

O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), cumpriu com o compromisso e nomeou 100% dos professores aprovados no concurso público 004/2009. Na segunda-feira (08.08), a Secretaria de Estado de Administração (SAD) efetivou a nomeação de mais 377 professores.

Essa lista estendeu as chamadas para os classificados. Com essas nomeações, publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) os convocados terão até 30 dias para tomarem posse do cargo. Todos devem ficar atentos às documentações e exames necessários que deverão ser apresentados tanto na Perícia Médica como na Coordenadoria de Provimento da SAD. Ao todo, o Estado disponibilizou 3.001 vagas para o cargo de professor do ensino básico, 500 para Técnico Administrativo Escolar (TAE) e 2.000 para Apoio Administrativo Escolar (AEE). Com as novas nomeações, o Governo cumpriu o acordo firmado com os educadores de Mato Grosso de nomeação de todos os professores aprovados, até mês de agosto. De acordo com o secretário adjunto de Gestão de Políticas Institucionais de Pessoal, Uirá Escobar, até o próximo dia 25 serão nomeados os técnicos e apoios restantes, que foram aprovados. Nomeações Do total de 3.001 vagas disponibilizadas para professores, 2.858 já foram nomeados, entrando na lista alguns classificados. Dos 500 técnicos, houve 492 nomeações e das 2.000 vagas para apoio, 1.565 já tiveram seus atos de nomeação publicados. Uirá Escobar explica que alguns classificados foram nomeados em função da ausência dos aprovados. “A Lei estadual complementar 50 determina que os nomeados possuem 30 dias para tomar posse e mais 30 para entrarem em exercício.

Alguns aprovados nomeados perderam esses prazos, por isso alguns classificados foram nomeados”, disse. O secretário adjunto informou ainda que a Seduc está empenhada junto à SAD para promover a nomeação de mais classificados até o final de 2011. “Após a nomeação e posse de todos os aprovados dos três cargos vamos fazer um levantamento de quantos entraram em exercício e do total de remoção, para verificarmos a necessidade de vagas. De acordo com a demanda solicitaremos as nomeações”, finalizou.

VOLNEY ALBANO Assessoria/Seduc-MT

MT- Estado apresenta tecnologia educacional inovadora

O governador Silval Barbosa (PMDB) e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Eliene Lima, apresentam, na próxima terça (16) às 10h, a nova tecnologia educacional adquirida no valor de R$ 15 milhões, que promete revolucionar a aprendizagem no Estado.

A apresentação será em Cuiabá e transmitida via satélite aos 141 municípios do Estado. O evento, que será todo realizado de dentro de um estúdio de televisão montado na sede da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Secitec), contará com a presença da secretária de Educação, Rosa Neide e do presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP). De um estúdio televisivo, Silval e Eliene apresentarão toda a funcionalidade do programa ‘MT Preparatório’ ao conversarem ao vivo com 12 prefeitos, que estarão nos seus municípios de origem.

Esses prefeitos terão a oportunidade de fazer o uso da palavra brevemente para comentar a ação do Estado em oferecer gratuitamente aulas preparatórias para Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Vestibular e concurso público. O evento será transmitido ao vivo para 184 escolas estaduais onde foram instalados os equipamentos (antena VSAT bidirecional, roteador-receptor de satélite, microcomputador, webcam com microfone embutido e TV LCD 42 polegadas) capazes de receber as imagens geradas dentro do estúdio.

MT PREPARATÓRIO

O programa ‘MT Preparatório’ está em 2011 em seu primeiro ano de execução. A ação organizada pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia irá fornecer a 23 mil pessoas - entre alunos do 3º ano da rede pública estadual, reeducandos das unidades prisionais do Estado e concluintes do Ensino Médio - aulas preparatórias para exames seletivos (Enem, Vestibular e concurso público). De 15 de agosto, quando as aulas começam em todo o Estado, até dezembro os matriculados no programa terão aulas de 13 disciplinas. Ao total serão 18 professores, que irão ministrar as aulas de dentro do estúdio de TV da Secitec.

As imagens serão retransmitidas via satélite aos 193 pontos espalhados por Mato Grosso. Nesses pontos receptores de imagens, a maioria instalada em escolas estaduais, os mais de 23 mil participantes do programa assistirão através de uma TV de 42 polegadas à aula que o professor estará ministrando do estúdio televisivo em Cuiabá.

ESTÚDIO DE TV

O estúdio de TV é composto por três câmeras PTZ robotizadas eletromagnéticas e um quadro interativo ‘Smart Board’. Nesse último item tecnológico o educador utilizará nas suas aulas um grande monitor de TV de 52 polegadas, de onde é possível escrever notas, fazer desenhos, abrir fotos ou até mesmo vídeos. Nesse monitor há uma série de sensores que mapeiam alterações na superfície da tela, permitindo que o professor possa interagir com conteúdo multimídia e escrever anotações em tinta digital.

O estúdio televisivo contém ainda ‘TriCaster’, com funções de ‘switch digital’, que captura e edita imagens, e ainda gera caracteres em tempo real. Com essa tecnologia será possível a utilização do Chroma key, que através de um fundo verde, o professor poderá inserir imagens, vídeos, animações 2D e 3D para melhor contextualizar o conteúdo aos alunos. O estúdio é ainda todo revestido com manta de rocha e sonex, para deixar o ambiente acústico e anti-chamas.

AULAS

As aulas do ‘MT Preparatório’ serão realizadas em dois horários: manhã e a noite. Serão três aulas por dia, de segunda a sexta, com intervalo de 15 minutos. No período matutino o horário de início dos estudos será das 7h10 às 11h15, e no noturno das 19 às 22h15. Os alunos irão receber todo o material didático - livros encadernados e coloridos -, e mais um DVD contendo cem vídeos-aulas.

AULAS NAS UNIDADES PRISIONAIS

Cerca de 250 reeducandos abrigados nas unidades prisionais de Mato Grosso terão acesso às aulas do programa ‘MT Preparatório’. A ação educacional será realizada através de uma parceria entre a Secitec e a Fundação Nova Chance (Funac). Serão atendidos os detentos da Cadeia Pública de Santo Antônio do Leverger, os dos presídios ‘Major Eldo Correa’ (Mata Grande/Rondonópolis), ‘Osvaldo Florentino Ferreira’ (Ferrugem/Sinop), ‘Major PM do Zuzi Alves da Silva’ (Água Boa) e as reeducandas da Penitenciária Feminina ‘Ana Maria do Couto May (Cuiabá). Nessas unidades as aulas não serão exibidas ao vivo.

O conteúdo será gravado e disponibilizado aos detentos em horários a serem definidos pela Funac. E assim como os demais atendidos, os cerca de 250 reeducandos também receberão material didático.


Da assessoria

MT- Educação discute proposta salarial na segunda

Na próxima segunda (15), a partir das 15h, os trabalhadores da Educação da rede municipal de Cuiabá, participam de assembleia geral. O objetivo é discutir a proposta de reajuste salarial apresenta pelo prefeito Francisco Galindo (PTB).

A presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep/Cuiabá), professora Helena Maria Bortolo, disse que diversas audiências foram realizadas com o gestor municipal e secretário de Educação Permínio Pinto para construir uma proposta de reajuste salarial. A categoria reivindica aumento de 15% nos salários, mas conseguiu apenas 13%, que ainda depende do aval da Assembleia Legislativa.

“O mês de julho é a data-base dos trabalhadores da rede pública do município e gostaríamos que Galindo repusesse a inflação do período de 2010 e 2011 e assegurasse ganho real de salário, mas até o momento isso não foi formalizado”, lamentou.

Bortolo revela que a perda inflacionária do período da categoria conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 6,71% e a proposta oficial de ganho real de salário foi de 6,29%, sendo 8% em julho, 2% em outubro e 3% em fevereiro de 2012.

Além da questão salarial, trabalhadores das 96 escolas e 47 creches cobram o cumprimento da Lei Orgânica do Município no que se refere à concessão de aposentadorias, de licenças-prêmio e evolução de nível.


Regina Botelho – Da Redação

Censo Escolar:Termina neste domingo o prazo para o envio dos dado

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta às prefeituras que o prazo para o preenchimento do Censo Escolar da Educação Básica de 2011 termina neste domingo, 14 de agosto. Os dados devem ser informados pela internet, no sistema Educacenso.
Os gestores municipais devem estar atentos para que os diretores das escolas preencham e enviem as informações solicitadas.

A entidade explica que devem ser cadastrados no Censo Escolar 2011, os alunos matriculados e com frequência regular à escola até o dia 25 de maio deste ano, além de informações sobre as turmas e professores.

Para a CNM, é importante que os gestores acompanhem o preenchimento do Censo Escolar, pois, além das informações serem utilizadas para realizar um diagnóstico da educação, os dados servem como referência para a formulação de políticas educacionais; para a determinação dos coeficientes de distribuição dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e para implementação e distribuição de recursos dos programas federais como Merenda e Transporte Escolar, por exemplo.

De acordo com o cronograma do Censo Escolar para este ano, no mês de setembro deverá ser publicado o resultado preliminar do levantamento, para que os gestores municipais e estaduais façam a conferência dos dados divulgados.

A CNM explica que os Municípios que não informarem os dados, podem ser prejudicados, como por exemplo, ficar sem receber recursos dos programas federais o que dificulta os investimentos e a manutenção do ensino público.


Fonte: CNM

Programa Escola Segura inicia ações na segunda (15), em 27 escolas de MT

As ações do programa Escola Segura de combate e prevenção à violência escolar começam a partir de segunda-feira (15.08).
Uma dentre as 27 unidades de ensino do Estado que registram alto grau de vulnerabilidade social no ambiente escolar vai receber entre um ou mais policiais aposentados apaisana e desarmados. Eles atuarão durante os três turnos de aula, em parceria com a direção da escola na prevenção a atos de violência.

Após reunião realizada sexta-feira (12.08), na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), com os diretores dessas escolas, a secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, informou que a quantidade de policiais que serão encaminhados para cada unidade será definido pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Durante o encontro ela ressaltou que os diretores devem fazer um levantamento sobre os estudantes que apresentam problemas de socialização.

Segundo ela, os estudantes serão observados pelos policiais. “Muitos desses alunos são egressos do sistema socieducativo. Outros cumprem medidas em regime aberto, e precisam desse acompanhamento. Eles precisam ainda mais da Seduc e estamos buscando desenvolver ações nesse sentido”, disse a secretária.

Rosa Neide anunciou que a Seduc deverá firmar parceria com a Superintendência do Trabalho em Mato Grosso, para ofertar 2.600 vagas em cursos de qualificação profissional para esses estudantes. “A ideia é que eles façam os cursos no contraturno escolar”, citou.

Rede Solidária

A secretária também destacou que a partir das ações do Escola Segura, Seduc e direções escolares atuarão no desenvolvimento de uma rede solidária de apoio a todos estudantes. “Temos casos de alunos que tem problemas na família e isso atrapalha seu desempenho na escola. Temos de apoiá-los e ajudá-los a resolver esses problemas. Outros têm problemas com drogas. Nesses casos podemos pedir apoio dos gestores de Saúde Pública”, afirmou.

Ainda no encontro, o gerente da Coordenadoria de Projetos Educativos da Seduc, Allan Benitiz, citou as ações que Seduc e Governo Federal desenvolvem nas escolas com foco na participação da comunidade. Entre os programas já implementados estão o Escola Aberta e o Mais Educação. Segundo ele, essas ações também têm como objetivo promover uma cultura de paz nas escolas.

Ações positivas

Para o diretor da Escola Estadual de Ensino Médio André Avelino Ribeiro, localizada no bairro CPA I, em Cuiabá, Munir Kassen Fares, o programa Escola Segura e as ações que a Seduc têm implementado são positivas e deverão contribuir para dar mais segurança ao ambiente escolar. “Na nossa escola temos problemas principalmente no entorno. Acredito que o programa pode evitar que as situações de vulnerabilidade, que ocorrem do lado de fora, sejam praticadas dentro da unidade”, disse.

O diretor conta que essa foi a segunda reunião que participou na Seduc, para discutir soluções para as situações de violência escolar. Conforme informou Rosa Neide, a Secretaria irá convocar os diretores para reuniões quinzenais com o intuito de discutir o andamento do programa e a implementação de novas ações.


Fonte: VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Leitura como Terapia Existencial

Gabriel Perissé
perisse@uol.com.br
Mestre em Literatura Brasileira pela USP
Professor do Inst. Paulista de Ensino e Pesquisa
e da Universidade de Santo Amaro
Criador do Projeto Literário Mosaico - Escola de Escritores


Dos problemas psíquicos que afligem o ser humano deste século a depressão é o mais freqüentemente citado e o mais difundido. Dados disponíveis indicam que, hoje, 15% da população mundial sofre de depressão, e há suposições de que 30% de todos os habitantes do planeta têm ou terão pelo menos uma vez na vida um período depressivo.

Afora os casos comprovadamente biológicos e até hereditários, nem todos os deprimidos o são por esses motivos. A depressão seria, para muitas pessoas saudáveis, um problema filosófico, ético e estético, um cansaço de ser si mesmo, um cansaço de estar vivo. Não é uma hipótese de todo absurda que o fenômeno depressivo deva-se muitas vezes a frustrações existenciais mal assimiladas, como a de não conseguir comprar um carro, ter sido reprovado num exame, perder o emprego, perder os pais, perder a capacidade de fazer amigos, carregar culpas anos a fio etc.

A solidão, o desamor, a ignorância, a desconfiança, o medo, o ressentimento são poderosos causadores de depressão, "doença", nestes casos, que nenhum antidepressivo pode curar. Numa sociedade regida pelo individualismo de massa, em que todos se sentem coletivamente sozinhos, amontoados nos prédios, elevadores, ônibus, ruas e shoppings, nada mais lógico do que cair na depressão, deixar de ver a beleza da vida, cansar-se de si mesmo, da humanidade, de tudo.

Sem subestimar as razões estritamente físico-químicas que atuam sobre nossos corpos e almas, muitas das nossas patologias psíquicas nascem da pura insuficiência de humanidade. Do puro desinteresse por valores humanizadores. O remédio, aqui, não é químico, é metafísico. E literário.

A anedonia existencial, essa indiferença perante tudo, é um dos sintomas típicos da depressão. Nada desperta o prazer de viver para quem viver é um desprazer, nem mesmo os mais requintados convites do hedonismo consumista que orienta hoje a mentalidade ocidental. A propósito, o hedonista é um sério candidato à anedonia, uma vez que a busca obcecada, ávida e insaciável de prazeres acaba por insensibilizá-lo para os pequenos e saudáveis prazeres do dia-a-dia. O hedonista quer conquistar o mare magnum, em que, afinal, morre afogado. A expressão "morrer de rir" revela aqui o seu lado trágico.

A insônia e a hipersônia são outros dois sintomas do mesmo problema depressivo, e muitas vezes mal interpretados como simples ansiedade ou mera preguiça. Não conseguir dormir ou dormir demais denunciam uma só realidade. O sono, momento em que "morremos" parcialmente para "ressuscitar" no dia seguinte, torna-se problemático. Ou não aceitamos "morrer" ou, por outro lado, não queremos "ressuscitar". Uma e outra atitude se encontram na incapacidade de acolher o ritmo da vida. A noite perde seu caráter de repouso: não dormimos. O dia perde seu caráter de luta: ficamos dormindo.

A irritabilidade é outro desses sintomas depressivos que os médicos por vezes interpretam mal, atribuindo-lhe causas de ordem puramente orgânica. Aborrecimentos sistemáticos, mau humor crônico, reações de raiva desproporcionais, enfim, trata-se de um quadro de enfezamento que, estando certa a etimologia, remete a um acúmulo interno de matéria podre, de "fezes espirituais" que não foram naturalmente expelidas e provocam um estado de ânimo e, a longo prazo, de desânimo, sobretudo para a própria pessoa que não sabe eliminar de sua vida o que deve ser eliminado. Falta-lhe aquele discernimento para assimilar as proteínas e expulsar as toxinas, assimilar a sabedoria, os valores, os símbolos, e expulsar os desgostos, as decepções e os equívocos.

Estar deprimido é estar comprimido por uma visão desumana de si mesmo e dos outros. Faltam-nos reservas de liberdade e de criatividade para não apenas suportar a vida, mas recriá-la; não apenas suportar-nos a nós mesmos, mas superar-nos. Neste sentido, o grande Prozac da vida (mesmo que precisemos tomá-lo, sob receita médica) é o abrir-se para a vida mesma, no que ela tem de mais estimulante. O ser humano é, na sua constituição íntima, um excêntrico, um ser que se realiza quando foge do seu centro, na sua obsessão por ser si mesmo, e se projeta amorosa e inteligentemente para o mundo. O narcisismo poderia ajudar a entender alguns diagnósticos de supostas depressões.

A escritora Lígia Fagundes Teles disse certa vez, numa de suas entrevistas, que se no Brasil houvesse mais livrarias haveria menos farmácias. Esta hipérbole tem algo, ou muito, de verdade. No Brasil e no mundo, se incentivássemos mais a reflexão ética, a sensibilidade poética, a compreensão filosófica, talvez precisássemos menos de remédios. Talvez usufruíssemos de uma excelente saúde, digamos, anímica.

A leitura lenta (mas não sonolenta) dos melhores autores, dos verdadeiros líderes da humanidade (poetas e filósofos sobretudo), pode atuar como terapia existencial. Atua, sim, como poderoso antídoto para uma vida envenenada pelo tédio que, em tempos de crise econômica, se acentua, já que o dinheiro, queiramos ou não, adia o momento do encontro entre o comprador de bugigangas e a vida tal como ela é.

Sócrates, por exemplo, sempre foi um grande "médico" existencial, cujas palavras e atitudes, mesmo que "fantasiadas", ou, se preferirmos, "teatralizadas" por seu genial discípulo, Platão, curaram muitas mentes. A leitura de seus diálogos provoca lucidez, caminho de uma clarificação dos problemas decorrentes de estar vivo, e clarificação — o que é decisivo — das soluções criativas que estes problemas demandam. A morte — problema-raiz de todas as nossas angústias — recebe de Sócrates um tratamento inteligente, surpreendente, que, para muitos pós-cristãos já destituídos da esperança pós-túmulo, fascina, aproximando-os de uma compreensão realista e mística do destino humano. É mais do que comovedor, é terapêutico ouvir Sócrates dialogando com os que o condenam. Pois se os juízes arrogantes lhe dizem: "Sócrates, você foi condenado à morte", o réu, sereno, responde: "Vocês também!"

A ironia socrática não tinha por base o ódio ou o despeito. Nascia de uma visão realista do mundo. O bom-humor autêntico é a capacidade de transcender o lado angustiante dos problemas e ter uma ampla visão do jogo. Esta ironia não-amarga, não-agressiva, liberta. Liberta-nos da ânsia de vencer, da vontade sem freios de ter, do desejo absurdo de dominar. A única maneira de não perder a sanidade mental quando perdemos o controle das coisas, é sorrir, característica de quem pratica o fair-play existencial.

Mas para sorrir, superando o desespero, é preciso ser criativo.

O pensador espanhol Alfonso López Quintás tem escrito diversos livros e artigos sobre a crise cultural e espiritual do homem contemporâneo, e como é preciso ser criativo para superar essa crise. A solidão e o gregarismo, a rotina profissional esgotante e a sensação de inutilidade, a nostalgia de um passado "melhor" e o sonho de um futuro irrealizável, o descontrole emotivo e a apatia, a evasão pelas drogas ou pelo entretenimento vulgar são alguns dos elementos que, aos poucos, configuram um quadro de agitação inútil e fadiga insuportável. Somente uma vida criativa pode curar-nos (sem aspas!). Se falta a uma pessoa esse impulso criador, ela "se entrega a cada una de las acciones que vienen exigidas por diversos momentos de la vida sin cuidarse de sobrevolarlas a fin de conferirles un sentido profundo".[1]

Sobrevoar a si mesmo, poder ver-se do alto. O realismo não é a constatação crua e pessimista das coisas mas uma compreensão altaneira (jamais altiva) de quem somos e do que nos cerca.

Ler e entender uma obra literária, um grande ensaio filosófico, as páginas de um diário escritas com sangue, enfim, entrar em contato com a linguagem humana em sua clave mais lúcida eleva o nosso olhar. E é com essa visão distanciada que se enxergam os contornos, os limites, a profundidade e a espessura das coisas.

Ler um livro é uma metáfora para a leitura da vida. Quando Guimarães Rosa se referia aos "analfabetos para as entrelinhas" referia-se, sem dúvida, àqueles leitores cegos para o sentido profundo do texto, embora cientes do significado das palavras. Significado é aquilo que as palavras (e os fatos) representam dentro das convenções humanas. Sentido é aquela verdade que emerge e requer uma abertura intelectual inusitada, entusiasmante.

A poeta norte-americana Emily Dickinson no seu poema I`m Nobody! expressa de um modo ímpar a liberdade de ser:

Eu não sou Ninguém! E tu, quem és?
Tu és Ninguém Também?
Então formamos um par? Mas... cuidado!
Não fales, porque se souberem... Que estrago!

Como é chato ser Alguém!
Ser tão famoso como um Sapo
Que passa o mês de junho todo a coaxar seu próprio nome
Diante de um embasbacado Charco![2]

A compreensão realista de nada valeria se não fosse a linguagem certeira, irônica, humilde, simples e profunda. O significado das palavras "ninguém", "alguém", "sapo", "charco" são apenas um primeiro degrau que, para os que realmente sabem ler, leva a novos sentidos. Ser Alguém, aqui, é não ser ninguém. Ser Ninguém é ter consciência da real situação do ser humano neste Charco onde o Sapo "canta" seu nome com uma cega exaltação de si mesmo. A rima Frog-Bog é o momento maior do poema, relacionando som (desagradável) e sentido (inusitado). A reprodução sonora do coaxar do personagem tão importante, tão inchado, denuncia, com um sorriso compassivo, livre das depressões, a inglória soberba humana.

MT- Escola implanta projeto piloto para captação de água

Jornal MT - Norte
A água da chuva será captada do telhado da escola e vai direto para a cisterna

Adriana Hartwig/Assessoria Prefeitura de Alta Floresta

Preocupados com a falta de água no período de estiagem, alunos e professores da Escola Municipal Professor Benjamin Pádoa, no município de Alta Floresta, desenvolveram um projeto modelo de preservação, captação e reutilização de água da chuva.

A instituição é a primeira escola no Estado a implantar um projeto pedagógico voltado à utilização sustentável dos recursos hídricos. “A água da chuva será captada do telhado da escola e vai direto para a cisterna que tem capacidade de armazenar 30 mil litros. A água será bombeada e distribuída para descarga dos banheiros, limpeza da escola e irrigação do sistema agro florestal que já desenvolvemos na escola desde 2003”, explicou Carmelia Santana, uma das coordenadoras da escola.

O sistema pode representar uma economia de 70% no consumo e abastecer a unidade escolar durante oito meses do ano. Com a construção da cisterna os alunos vão aprender na prática que é possível usar a água de forma sustentável.

“As crianças estão vivenciando o processo e podem expandir esse exemplo para casa, para a sociedade”, disse a coordenadora.

A ideia de buscar uma alternativa sustentável para a utilização dos recursos hídricos nasceu em 2010, quando 700 alunos ficaram sem estudar por duas semanas por falta de água na instituição.

A cisterna foi construída através de doações. Através do projeto foi realizada uma oficina de bioconstrução aberta à população. Os próprios alunos da oficina construíram a cisterna. O material utilizado foi financiado pela Fundação Avina, Fundação Ecológica Cristalino e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

A Prefeita de Alta Floresta, Maria Izaura, pretende expandir a idéia com a construção de cisternas em outras escolas e órgãos públicos do município.

A iniciativa também chegou à zona rural. “O custo de uma cisterna é muito barato e pode ser utilizado para irrigar plantações e até para o gado. Alguns produtores já estão vindo à escola para copiar o modelo”, informou a secretária de Meio Ambiente do município, Irene Duarte.