sábado, 1 de fevereiro de 2014

Resenha - Gestão Pedagógica: Gerindo escolas para a cidadania crítica


A WAK Editora lançou o livro "Gestão Pedagógica: Gerindo escolas para a cidadania crítica", de Wolmer Ricardo Tavares, que mostra que a educação não é para ser padronizada e, tampouco, deve ser limitada a um simples compêndio a ser traduzido em plano de ação sem uma visão holística.

Gestão Pedagógica: Gerindo escolas para a cidadania crítica é um livro que mostra que a educação não é para ser padronizada e, tampouco, deve ser limitada a um simples compêndio a ser traduzido em plano de ação sem uma visão holística. Essa visão se faz mediante uma gestão pedagógica e escolar.
Alguns gestores, por desconhecerem conceitos intrínsecos nesta obra, deixam de oferecer algo a mais para alavancar uma educação que leve o educando a um protagonismo, fazendo com que a criticidade seja um norte para interagir e mudar todo o redor no qual o educando se encontra inserido.
Para uma minoria elitizada, a educação não se limita apenas a um apanhado de conteúdos considerados essenciais para a vida do educando. Por isso, cabe ao gestor tanto escolar quanto pedagógico não só conhecer mas também aplicar conceitos, como teoria de Gestalt, inteligência emocional, letramento, crowdsourcing,sensemaking, educação social, socialização, gestão de pessoas, dentre outros, todos tão relevantes quanto os anteriores.
Diante desse novo conhecimento, os gestores poderão se sentir mais confiantes para direcionar seus educandos a uma educação para a vida. Esses conceitos são tão relevantes quanto os já citados.
Título: GESTÃO PEDAGÓGICA - GERINDO ESCOLAS PARA A CIDADANIA CRÍTICA
Autor: WOLMER RICARDO TAVARES
Formato: 14x21cm   -   196 páginas
ISBN/COD. BARRAS:  978-85-7854-078-4
Preço: R$ 28,00


www.wakeditora.com.br
(21) 3208-6113

Resenha - Educação e Competências - Pontos e contrapontos


Como o termo competência foi introduzido na educação? O ensino por competências representa um avanço em relação aos modelos educativos existentes? Como formar os profissionais da educação para esse modelo? Essas e outras questões são tratadas ao longo da obra, escrita pelo educador espanhol Joan Rué e pela educadora brasileira Maria Isabel de Almeida.

A qualidade do ensino brasileiro está bem abaixo da desejada. Mas a introdução do conceito de competências na educação pode ajudar a reverter esse quadro, pois se trata de uma oportunidade de refletir e aprofundar um processo de mudança necessário para melhorar o sistema vigente.
A introdução de um novo conceito, contudo, requer avaliação. Afinal, o ensino por competências representa ou não um avanço em relação aos modelos educativos existentes? Como formar os profissionais da educação para esse modelo de ensino? Como deve ser o sistema de avaliação nessa perspectiva? Essas e outras questões são abordadas no livro Educação e competências (168 p., R$ 37,80), lançamento da Summus Editorial.
Elaborado em três etapas diferentes e complementares, o livro integra a série Pontos e Contrapontos, cuja proposta é promover um debate acadêmico e científico sobre temas educacionais candentes. Ao longo da obra, o educador espanhol Joan Rué e a educadora brasileira Maria Isabel de Almeida estabelecem um diálogo que, além de defender uma visão sobre o conceito de competências na educação, tem como propósito lançar novas luzes sobre esse debate, permitindo vislumbrar perspectivas inovadoras para melhorar a qualidade do ensino brasileiro, favorecendo o pensamento complexo das próximas gerações.
A primeira parte é composta por artigos originais dos dois educadores, apresentando e sustentando seu ponto de vista sobre o tema da obra. Nessa etapa, o professor Joan, da Universidade de Barcelona, faz uma análise histórica do conceito de competência no campo educacional e conclui com uma síntese que orienta e encoraja os profissionais da educação a enveredar por esse modelo de ensino.
Já a professora Maria Isabel, da Universidade de São Paulo, discorre sobre os diversos significados e usos da noção de competência e os modos como as políticas educacionais a têm incorporado. Assim, faz uma análise cuidadosa de seu surgimento e de suas implicações no contexto atual. Para concluir, fala sobre a figura do professor competente, problematizando desde sua formação até suas ações.
Na segunda parte da obra, cada educador elabora quatro questões contemplando suas eventuais dúvidas e discordâncias a respeito das informações expostas pelo colega. O objetivo é pontuar suas ideias e contrapor as colocações de seu interlocutor.
A terceira e última parte é composta por questões elaboradas pela organizadora da coleção e mediadora do diálogo, Valéria Amorim Arantes, para retomar pontos convergentes e divergentes do diálogo estabelecido e acrescentar a ele novos conceitos. Nessa etapa, a organizadora retoma a problemática da formação de professores e solicita que os autores apresentem uma proposta para tal formação, visando um ensino por competências.
Os autores
Joan Rué é pedagogo, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Autônoma de Barcelona. Atualmente preside a RED-U, rede espanhola de profissionais da educação que promovem a qualidade da docência universitária. Coordenador e conferencista de inúmeros congressos científicos, dedica-se a pesquisas sobre qualidade docente e aprendizagem, além de ser consultor de revistas internacionais de educação. Participa de vários projetos em universidades europeias e de programas de mestrado e doutorado em instituições espanholas, latino-americanas e brasileiras. Entre suas publicações recentes estão: Enseñar en la universidad (Narcea, 2007) e El aprendizaje autónomo en la educación superior (Narcea, 2009). Também é autor de O que ensinar e por quê (Moderna, 2003) e de um capítulo do livro Aprendizagem baseada em problemas (Summus, 2008).
Maria Isabel de Almeida é formada em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), fez mestrado e doutorado em Didática pela Faculdade de Educação da mesma instituição e pós-doutorado pela Universidade Autônoma de Barcelona. Professora da Faculdade de Educação da USP, é uma das coordenadoras do Gepefe (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Formação de Educadores). Tem se dedicado também a pesquisas e orientações nas áreas de didática, formação de professores, políticas e reformas educacionais e ensino superior. Foi professora de História em escolas de educação básica durante quinze anos.
Título: Educação e competências – Pontos e contrapontos
Organizadora: Valéria Amorim Arantes
Autores: Joan Rué e Maria Isabel de Almeida
Editora: Summus Editorial
Preço: R$ 37,80
Páginas: 168
ISBN: 978-85-323-0650-0
Atendimento ao consumidor: 11-3865-9890
Site:
www.summus.com.br

Significado Social da Leitura


Salomão Larêdo

Através da leitura temos a chance de alargar nossos horizontes profissionais, culturais e pessoais, pois a leitura deve desempenhar múltiplas funções sociais.

Podemos dar como exemplo dessas múltiplas funções sociais, a leitura para a fruição, prazer ou deleite, aquisição de conhecimento e informação; leitura para pesquisa/trabalho; leitura para fins religiosos, auto-ajuda e o que acho hoje mais importante é que a leitura é  uma condição básica para  formar sujeitos capacitados de se inserir na sociedade e exercitar sua cidadania, participando crítica e ativamente da construção da história de seu povo, formulando seus próprios critérios para se questionar como sujeito no seu ato de pensar, sentir e atuar, ultrapassando a fronteira da cultura local a partir da abertura a outras proporções culturais.

Pois, o sujeito que lê, sabe, planeja, direciona e faz a sua evolução/revolução, sua ação, sua construção, sua história de homem livre ( ah, a liberdade, bem maior do ser humano) , emancipado, independente de explorações e opressões.

Quem lê sabe que uma biblioteca pública desempenha papel fundamental no acesso ao livro e na disseminação da leitura nas classes menos favorecidas e por isso vai reivindicar mais bibliotecas públicas nos bairros,clubes, embarcações,  nos ônibus e outros locais.

Quem lê  não acredita que o brasileiro não é leitor – o leitor existe  antes mesmo de sua entrada na escola porque sempre esteve exposto à literatura oral - , que somos um povo analfabeto, que não temos bibliotecas ( isso é verdade, porém, devemos explicar porque não as temos na quantidade necessária, etc.) e outros espaços para o livro e para a leitura ; quem lê sabe, que, quando se  fala em crise  da leitura, não se trata de  um problema com a leitura, mas, sobretudo, de um problema econômico da leitura ( é papel dos governos, ampliar o número de bibliotecas públicas, cuidar de seus acervos, aumentando, etc.).

Quem lê, incomoda. E como diz Roger Chartier ( in  a ordem dos livros) ,”... a leitura é, por definição, rebelde e vadia...”

Na condição de leitor, nessa significação social da leitura, passo a ter subsídios para pensar e analisar quem devo eleger para os cargos de governo e representação popular, fiscalizar as ações dos governos, a atuação dos parlamentares, cobrando eficiência no serviço público, exigindo, manifestando, denunciando, reivindicando, indicando caminhos, alternativas, enfim, participando, porque a leitura me deu consciência social, política

Ler requer certa determinação, vontade, tirar tempo e claro, dá trabalho.

Mas, dá imenso e enorme prazer e aqui, já encerrando, quero inserir a expressão de Clarice Lispector utilizada por Maria Clara Machado em seu  livro “Ilhas no tempo”, de “... uma construção cultural deliciosa, uma aprendizagem do prazer...”

E como  na  vida social, também as  coisas se desenvolvem pelo exemplo e curiosidade, penso que podemos encaminhar a leitura por aí, pois entendo que é preferível associar leitura com prazer do que  permanecer na área da dominação e do poder, embora  a leitura  dê  poder, quem lê se torna poderoso pelo conhecimento que adquire.

Volto a repetir,  quem lê, incomoda.

Continuemos, então,   na construção deliciosa que é o aprendizado do prazer ( o texto pode dar prazer, entende Umberto Eco in lector in fabula) , o prazer de ler. Certamente que todos lemos, também, por necessidade e outros motivos.

Tomara que o livro se torne objeto do desejo – a leitura é um gesto afetivo e aciona nossos desejos  -.E o que está faltando para que  se efetive  a sedução do livro para  sempre entre nós ?


Salomão Larêdo é escritor e jornalista                                                                         
 Artigo publicado no jornal O Liberal / PA

O Big Brother brasileiro


Meirevaldo Paiva

Diferentes Países adotaram a idéia do “Big Brother” pela via comercial da TV. O produto oferecido, embora seu formato seja semelhante a todos, ao explorar tendências e subjetividades remete historicamente para os espetáculos gregos, romanos, medievais até chegar no século XXI com um público sempre disposto a ver sangue, terror, crueldade, maldade e jogo de paixões seja num filme, seja na dramatização de uma notícia sobre crimes e violências. Não fosse assim, nos Países supostamente mais civilizados, não imperaria a tendência por uma mídia investigadora e exploradora de escândalos sociais, financeiros, e sentimentais.

O conceito do “Big Brother” (Grande Irmão) deve-se ao escritor George Orwell que, no romance “1984”, profetizou o modus vivendi de um País massificado, sob a vigilância do totalitarismo ideológico. No romance, porém, o povo vive os horrores de uma vigilância permanente de seus gestos, de suas palavras, das alterações de suas feições, do controle de seus sentimentos e de seus olhares, uma tentativa de desocultar pensamentos dirigidos contra seus dominadores. “Big Brother” é a idéia de um Grande Irmão que a tudo vigia, espia, invade a privacidade do cidadão, acompanha diuturnamente o povo totalmente submetido a esse fatalismo fabricado pela ciência e pela tecnologia a serviço da dominação política, econômica, educacional e cultural.

A TV capitalista com muita competência em ampliar lucros se apropriou da idéia de montar o espetáculo de um laboratório de animais humanos sob o “vigiar e o punir” foucaultiano do Grande Irmão para que diferentes povos pudessem e possam se distrair, identificar-se com os protagonistas ou masoquistamente acompanhar a vida de pessoas pela disputa de um prêmio ao mesmo tempo em que exprimem suas máscaras, seus desejos sexuais reprimidos, suas intimidades numa arena em que os seres humanos são expostos publicamente para consumo de espectadores ávidos por um espetáculo de paixões encarceradas.

À parte as diferentes interpretações da mensagem orwelliana, o “Big Brother” encontrou terreno fértil para se desenvolver em sociedades que se massificaram pelo hiperconsumismo, pelo cotidiano em que tudo se transforma num espetáculo de imagens a ser digerido sem críticas, daí o consumo da vida de celebridades, de escândalos amorosos, do lixo humano das paixões, do desencontro das pessoas pela via da incomunicabilidade, das disputas e das concorrências em que prevalecem as fragilidades – vaidade, orgulho, egoísmo - do ser humano.

No Brasil, a idéia do Big Brother, uma casa fechada com os atores em disputas e concorrências, uma surda luta de interesses e de poderes, se estende por outros segmentos da sociedade, a começar pelo Congresso Nacional transformado num cenário de razões, de paixões, de sentimentos descontrolados, de escândalos, de alianças pelo domínio de poderes. Graças à mídia é possível acompanhar muitos desses atores que, inclusive, não honram seus papéis dentro do regime democrático.

No Brasil, o povo cada vez mais se vê vigiado em seus passos, politicamente controlado por contas bancárias, por planilhas de uso de energia elétrica, por declarações de imposto de rendas, por mecanismos de órgão de segurança, por escutas telefônicas, por um sistema de ensino que tenta impedir que o povo se capacite para ler e  entender o que os governantes deixam de fazer, já que o que fazem tem o rumo do domínio do poder.

No caso do ensino, a situação se agrava porque se constata que uma forma de enfraquecer um povo é vedar-lhe o acesso aos bens culturais do País e que tem como conseqüência direta a mediocridade da informação e do conhecimento  ora para conformar e submeter intelectualmente o povo ora para formar dirigentes  a serviço do sistema. Mas, com o Big Brother político em andamento, seus promotores esquecem que as mobilizações sociais também avançam para em nome da cidadania vigiar e controlar os poderes constitucionais sem olhos mágicos, sem vedações ideológicas que não sejam as da realidade política a ser transformada.

Meirevaldo Paiva é Educador
Artigo publicado no Jornal O Liberal

Brasil enfrentará falta de professores da Educação Básica, alerta secretário


Herman Jacobus lembrou que salários e condições adversas afastam jovens da carreira docente


Se não houver valorização do profissional, o Brasil sofrerá com a falta de professores da educação básica. O alerta é do secretário de Educação de São Paulo, Herman Jacobus Cornelis, um dos convidados da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) para discutir o processo de seleção de diretores escolares em audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (14).

O secretário lembrou que não apenas o salário, mas as condições adversas de trabalho afastam os jovens da carreira docente. Segundo ele, cerca de 10% dos professores da rede de ensino do Estado de São Paulo estão afastados por licença médica, o que reflete os problemas do setor.

No Plano Nacional de Educação (PNE) em análise no Senado, uma das metas destaca a efetivação da gestão democrática do nível básico ao superior e propõe que a escolha de diretores conjugue mérito e desempenho com a participação das comunidades escolares e acadêmicas (meta 19).
Apae

Após o debate, o presidente da CE, senador Cyro Miranda (PSDB-GO) e outros senadores receberam representantes da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que realizaram ato em frente ao Congresso Nacional, nesta quarta-feira, reivindicando a garantia da implantação de escolas específicas para alunos com necessidades especiais.

Fonte: R7

Em defesa das escolas especiais


Manifestantes dizem que deficientes são discriminados nas escolas regulares


Entidades que promovem os direitos das pessoas com deficiência fizeram ontem um protesto, na Esplanada dos Ministérios, contra a meta número 4 do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece a universalização do atendimento Escolar aos estudantes com algum tipo de incapacidade, na rede regular de Ensino, até 2016.

De acordo com os manifestantes, a proposta também prevê a suspensão do repasse de verbas governamentais para as Escolas especiais. O PNE já foi aprovado pela Câmara e, agora, tramita no Senado. A meta 4 é criticada por ser potencialmente prejudicial aos Alunos especiais e por colocar em risco a sobrevivência das instituições que os atendem.

Marineide Freire, 44, coordenadora financeira da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), defende que a falta de profissionais com formação específica para lidar com os Alunos especiais deveria ser resolvida antes da aprovação do PNE. Ela alerta ainda que da forma como o projeto chegou ao Senado, é grande a chance de que os Alunos deficientes sejam alvo de bullying. “Ficamos tristes ao ver que o governo quer acabar com as Apaes, que fazem tão bem às crianças e jovens deficientes”, lamenta.

“Eles querem a inclusão total, radical, mas sem condições, sem profissionais qualificados. As Apaes sempre incluíram os Alunos, mas com responsabilidade”, argumenta Daniela von Stein, diretora auxiliar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Londrina (PR), que atende 305 Alunos com deficiência intelectual ou múltipla, sendo 70 cadeirantes.

Carine Driele da Silva, de 26 anos, tem paralisia cerebral e frequenta a instituição há sete anos. Antes, chegou a cursar o Ensino regular, dos 8 aos 15 anos. “Ela foi tão exposta, tão rejeitada, que entrou em depressão por causa da Escola. A diretora disse que Carine não tinha condições de continuar, porque estava ficando adulta, e os colegas eram pequenos. Os pais também não queriam que os filhos estudassem com uma criança deficiente”, lembra Marlene Terezinha Ferreira, de 64 anos, mãe da jovem.

Mesmo falando com dificuldades, Carine é firme em seus argumentos, o que a levou ao posto de autodefensora dos Alunos da Apae de Londrina. “As Escolas regulares não recebem a gente bem. Na minha Escola (Apae), eles acreditam que podemos conseguir os objetivos da gente”, compara. A jovem afirma que seria difícil voltar a estudar em uma instituição regular de Ensino, e que, se o fizesse, seria contra a própria vontade. Carine tem planos bem definidos para o futuro: “Quero ser artista, e também ajudar as pessoas que nem eu, com dificuldades”.

Em nota, o Ministério da Educação garantiu que tem investido em salas de recursos multifuncionais e na capacitação de Professores, ambos voltados aos Alunos deficientes, e que as Apaes não deixarão de existir.

“O modelo de Educação inclusiva defendida pelo MEC é apoiado também por entidades especializadas no atendimento de pessoas com deficiência”, afirma o texto. O ministério cita o Censo da Educação básica como prova dos investimentos recentes. Em 2012, o total de 820.433 estudantes com deficiência estavam matriculados na Educação básica (Ensino fundamental e médio), número 2,4 vezes maior que em 1998 (337.326). Já no Ensino superior, os Alunos especiais matriculados passaram de 5.078, em 2003, para 23.250, em 2011.

“O MEC entende que é fundamental para o Aluno com deficiência acessar as Escolas regulares para ter experiência e convivência Escolar com outros estudantes. É importante também que os estudantes que não possuem deficiências aprendam a lidar e respeitar as diferenças. Isso faz parte do processo de socialização, que se inicia na Escola”, ressalta a nota.

Fonte: Correio Braziliense 

Brasil deve ter 60 mil escolas públicas com aulas em período integral até 2014, segundo Dilma


Atualmente, país tem 49,3 mil escolas públicas dentro deste perfil


Mais de 49,3 mil escolas públicas em todo o país têm atividades em período integral. A expectativa é que até o ano que vem sejam 60 mil. No turno complementar, além de acompanhamento pedagógico obrigatório com aulas de reforço escolar em matemática, português, ciências e uma língua estrangeira, os alunos podem praticar esportes e participar de atividades culturais, que ajudam a melhorar a disciplina e a concentração.

- Nossa prioridade tem sido as escolas onde estão as crianças mais pobres, que são aquelas que recebem o Bolsa Família - disse nesta segunda-feira a presidente (29) Dilma Rousseff, durante o programa “Café com a Presidenta”.

Segundo ela, a educação em dois turnos é importante para o aluno, para a família do aluno e para todo o país, pois o modelo ajuda no aprendizado de crianças e adolescentes.

- Nenhum país do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola, nos colégios - ressaltou.

Estudantes de 19,7 mil escolas rurais também participam do programa de ensino em dois turnos. Nessas escolas, além das atividades oferecidas nas demais escolas, os alunos ainda têm aulas ligadas à realidade do campo e da agricultura.

Só este ano, o governo federal já investiu R$ 1,8 bilhão no programa de educação integral. A maior parte dos recursos é repassada diretamente para a escola contratar monitores e professores, comprar material e preparar os espaços para receber as crianças nas atividades do chamado contraturno. O Ministério da Educação também repassa às prefeituras recursos para garantir alimentação de quem fica o dia todo na escola.

Fonte: O Globo 29/07/2013

Escolha de livros didáticos, o que considerar?

Danielle Barriquello - imprensa@marista.org.br
Psicóloga, com especialização em Psicanálise pela Faculdade Dom Bosco, Assessora Educacional da Rede de Colégios do Grupo Marista.



A composição da lista de livros didáticos para o próximo ano letivo é movida, muitas vezes, por algumas ações do professor vividas cotidianamente com este material didático: observa, avalia, acompanha, assume, relaciona, persevera, transgride, reformula, transpõe, aprofunda, aponta, compara, apoia, atrapalha, subutiliza, inclui, dialoga, confirma, constata, teoriza, fixa, exercita, diversifica, extrapola, reclama, suporta, cria, problematiza... Quanto mais volta a ação para reclamações constantes sobre o livro didático, maior a tendência para mudança. Mas será que este incômodo é motivo para mudar de material didático? Quem fez e por que fez essa escolha?

O que pode contribuir para a seleção cada vez mais refinada do livro didático é ter na escola a possibilidade de reflexão sobre o sentido pedagógico da escolha que foi realizada anteriormente. Quando se escolhe um material de apoio que irá colaborar na condução das aulas, reafirma-se um posicionamento sobre a concepção de aprendizagem assumida pela escola. E quando se abre espaço para discutir formas de ensinar e formas de aprender, um livro didático, com mais possibilidades de interlocução ligadas a essas intencionalidades, passa a ser o escolhido ou o reeleito para o próximo ano letivo.

O trabalho com pautas de observação para análise do livro didático envolvendo a relação do material com as concepções metodológicas da escola, com o plano de ensino e com a trajetória anterior da escolha realizada, pode ser um caminho para escolhas mais estratégicas e principalmente documentadas. Esta pauta como memória e organizadora de intencionalidades, deve ser um registro sempre revisitado ao longo do ano letivo pelos professores, evitando as angústias e incertezas vividas na véspera de se entregar uma listagem de livros didáticos à coordenação pedagógica da escola. A lista de livros didáticos encaminhada passa a ser a “lista” de valores pedagógicos assumida por uma equipe de professores!

É importante analisar o livro didático observando as características pedagógicas de cada obra, seus pontos fortes e suas limitações. Se a forma de abordagem e das linguagens dos textos, imagens, atividades e sugestões, revela a concepção de aprendizagem da escola. Se há utilização de estratégias que promovam reflexões e abertura para discussões, além de verificar se a linguagem é clara, precisa e problematiza o conhecimento e o cotidiano.

O livro didático deve ocupar um lugar de coadjuvante na atuação do professor para promoção das aprendizagens, mesmo que neste período escolar queira se colocar como protagonista, em virtude do investimento de tempo que se faz na escola sobre a escolha dos materiais para o próximo ano letivo.
Que o protagonismo da relação dos sujeitos professor e aluno com o conhecimento encontre no livro didático algumas cenas de apoio para a vivência de aprendizagens mais significativas! 

Adolescente e Repetência: refazer um ano letivo ou fazer diferente!

Adriana Fóz - adriana@adrianafoz.com.br
Educadora (USP), pós-graduada em Psicologia da Educação (USP), especialista em Psicopedagogia (Instituto Sede Sapientiae) e Neuropsicologia (CDN-Unifesp). Pesquisadora CNPq em Neurociências na Educação. Consultora e autora de livros.



Mais um ano letivo chegou ao fim. Muitos alunos foram aprovados e outros enfrentam a repetência.

Para a maioria é um período de satisfação, de comemoração de mais um ano conquistado, mas para os que não obtiveram notas e comportamento suficientes é um período de decepção, tristeza, desafio...e oportunidade.

A princípio a reprovação não deve ser um castigo desde que seja contextualizada, trabalhada e transformada em aprendizado.

Para tanto algumas condutas devem ser estabelecidas:

1 - Conduta de reflexão

- Entrar em contato com o desempenho ao longo do ano;
- Onde e o que fiz ou não fiz para não alcançar a aprovação;
- A atual escola é a mais adequada ao meu perfil? Verificar junto aos pais e também especialistas;
- Solicitar ao adolescente que ele escreva seu balanço com responsabilidade;
- O que quero para minha vida no próximo ano, daqui a cinco anos e daqui a 10 anos? Escreva e guarde.

2 - Conduta de escolhas

- Como quero e posso cursar o próximo ano?
- Não podemos ter tudo, por exemplo, muitas baladas e estudos para provas. Como posso a partir de hoje exercitar minha mudança de atitude;
- Ajudar a mãe em tarefas domésticas, ajudar o pai em seu trabalho, ou ter mais responsabilidade em alimentar e cuidar do seu animal de estimação, por exemplo;
- Estudar só na véspera é sinônimo de risco alto de não dar certo;
- Estudar um pouco todos os dias é o caminho mais seguro e educativo;
- Escolher mudar algumas condutas e substituir por condutas positivas, desde de já. Escreva. Crie símbolos. Espalhe por onde passa (quarto, cozinha, sala de tv/vídeo game);
- Escolher durante as férias atividades saudáveis e culturais para se envolver;
- Planejar e escolher desenvolver um trabalho voluntário.

3 - Conduta de atitudes

- Escolher e fazer um esporte: desenvolve o foco, saúde e disciplina;
- Adotar seriamente uma agenda;
- Organizar previamente o material. Mudar e reorganizar o quarto ou ambiente de estudo se for necessário e produtivo;
- Uma semana antes de começarem as aulas, resgatar conteúdos do ano anterior e fazer novamente lista de novas condutas. Confirmar ou adequar aquelas escritas anteriormente;
- Desde o primeiro dia de aula, estabelecer bom contato com os professores, principalmente os das matérias mais vulneráveis.
- Toda lição de casa deverá ser realizada. É proibido dizer a si mesmo: isso não precisa; eu já fiz e sei que darei conta, etc..
- Regular o sono, a alimentação desde uma semana antes das aulas iniciarem
- Pedir auxílio e orientação aos pais para a realização das tarefas de organização
- Fazer balanços das atitudes e desempenho a cada 15 dias
- Procurar manter contato com a orientadora para certificar-se de sua conduta e exercitar sua postura de aluno.
A adolescência é um período muito rico de exercício de escolhas, averiguações entre causa e efeito, entre tempo e ação. Criação de métodos próprios de organização, atenção e foco. Confirmação de auto-estima, desenvolvimento da consciência e autoconhecimento.

Áreas cerebrais responsáveis por estas ações estão em pleno processo de lapidação e aperfeiçoamento. Neste sentido refazer um ano (para fazê-lo diferente), uma vez que foi o resultado alcançado, pode ser um período de crescimento, amadurecimento e fortalecimento do bom, correto e saudável. Desde que haja o desenvolvimento e fortalecimento de circuitarias cerebrais competentes e promissoras que certamente serão alcançadas por meio das mudanças de atitudes, da maior responsabilidade e exercício de competências e habilidades. 

Rolezinhos

Célio Pezza - books@cpezza.com
Escritor desde 1999, mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas.

Chegamos ao Ano da Copa! Também teremos eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Como conhecemos a politica brasileira, sabemos que nesta reta final vale tudo. Vale superfaturar tudo que não foi feito até agora para viabilizar esta famigerada Copa, com a costumeira alegação de que agora o tempo acabou e precisa ser feito, custe o que custar. Afinal, é a tradição do futebol brasileiro que está em jogo.

Vamos escancarar as torneiras, pois abertas elas já se encontram há muito tempo, já que os eventos da Copa não podem atrasar.

Os hospitais, escolas e estradas que se danem, mas os estádios, carinhosamente chamados de arenas, têm que estar perfeitos. Quanto aos aeroportos, a presidenta afirmou durante um seminário empresarial na França, em dezembro de 2012, que iria criar 800 (oitocentos) novos aeroportos, para fortalecer a aviação regional no país. Alguém sabe onde estão esses novos aeroportos? Agora, perto da Copa, já vale até fazer “puxadinhos”, pois os aeroportos existentes estão caóticos.

A ANAC já informou que vai liberar mais 1.500 novos voos para as cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo, mas de que adianta liberar novos voos se não temos condições de suportar nem os atuais?Bem, vamos aguardar até junho, quando veremos a realidade. Também neste início de ano apareceram palavras novas na mídia, como “rolezinhos”, que o governo insiste em dar uma conotação de movimentos sociais dos excluídos.

A Ministra da Igualdade Racial, Luiza Barros, chegou ao cúmulo de dizer que uma parcela da sociedade branca se incomoda com a presença de jovens negros nos shoppings. Essa tese não resiste à mínima observação direta, onde vemos negros e brancos conviverem pacífica e democraticamente. Ninguém, independente da cor, gosta de bagunça em shoppings e sempre que há uma multidão, há risco de bagunça. Isso não tem nada a ver com racismo ou luta de classes.

Quando o governo diz que há discriminação de classes e racial, está mentindo, e quando busca jogar uma classe contra a outra está praticando a doutrina do sociólogo comunista Karl Marx, para quem a luta de classes é a força motriz por trás das revoluções. Movimentos orquestrados do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), da Uneafro, Movimento Periferia Urbana e outros para fazer “rolezão popular” deixam clara a intenção política de se promover a bagunça. Lembrem-se de que durante a Copa das Confederações ocorreram movimentos contra a FIFA e a Copa do Mundo, mas os manifestantes foram barrados pelo governo bem longe dos estádios. Este mesmo governo que hoje defende os “rolezinhos”.

Na época, as barreiras em volta dos estádios eram necessárias para preservar a ordem, mas, agora, essa mesma preservação da ordem significa discriminação racial. Ora, façam o favor de contar essas histórias para outros. Os “rolezinhos” orquestrados são uma variação urbana dos movimentos que o MST fez no meio rural. Resta saber como vai se comportar a população que não tolera mais a desordem e já identificou essa clara tentativa de se promover uma luta de classes.

Por que é importante inserir educação financeira nas escolas?


Reinaldo Domingos - reinaldo@disop.com.br

Educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e Editora DSOP.


Está mais do que provado que, para garantir uma sociedade mais consciente e sustentável no futuro, é imprescindível investir em Educação. Uma das maneiras de começar é inserindo Educação Financeira na grade curricular de escolas públicas e privadas de todo o país, do Ensino Infantil ao Médio.

Saber lidar com o dinheiro da forma correta passa por um processo comportamental de aprendizado, o que explica a necessidade de acrescentar o assunto como disciplina já para as crianças. Assim, elas terão muito mais chances de crescer e ter bons hábitos com relação ao uso dos recursos, sabendo realizar um planejamento financeiro.

Em sala de aula, o tema esclarece a importância de se priorizar os sonhos ao invés das despesas, ensinando os pequenos a terem o costume de anotar os gastos diários, saber qual o valor desses sonhos, quanto conseguirão guardar por mês e, claro, como poupar para realizá-los.

Mas o grande diferencial de inserir Educação Financeira nas escolas – ambiente que promove constantemente o aprendizado – é conseguir, de uma só vez, abranger alunos, família, corpo docente e comunidade em geral. Além disso, os estudantes se embasam em materiais didáticos e paradidáticos, com conteúdos e planos de aula desenvolvidos especialmente para cada faixa etária, o que melhora a compreensão das questões abordadas.

Os professores também são beneficiados, já que são capacitados para transmitir o conhecimento e, com isso, têm a oportunidade de adotar essa nova postura em sua vida pessoal. Os pais e parentes mais próximos das crianças que possuem essa disciplina no colégio também acabam adquirindo certo conhecimento sobre o assunto, uma vez que auxiliam os filhos nas atividades diárias.

Há outros dois bons motivos para falar de Educação Financeira nas escolas: a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), implementada pelo governo federal, com base na proposta de ensino de instituições financeiras nacionais e do Banco Mundial; e o projeto de Lei 171/09, que estabelece a obrigatoriedade da educação financeira em escolas públicas e privadas.

Sendo assim, não restam dúvidas da urgência do tema ser discutido em instituições de ensino. É só pensarmos: que sociedade queremos formar? 

Inscrições para o Inglês sem Fronteiras começam hoje

Agência Brasil 


As inscrições para concorrer as 9.225 vagas do Programa Inglês sem Fronteiras já estão abertas e podem ser feitas pela internet. O prazo termina às 23h59 do dia 13 de fevereiro. Os cursos presenciais de língua inglesa serão ministrados em universidades federais e terão prioridade os estudantes que podem participar do Programa Ciência sem Fronteiras.

A inscrição será confirmada por e-mail até 17 de fevereiro. As aulas começam no dia 20 de fevereiro e os cursos terão a duração mínima de 30 dias e máxima de 120 dias. A carga horária presencial é quatro aulas de uma hora, distribuídas em pelo menos dois encontros semanais, em locais e horários definidos pela universidade credenciada.

De acordo com edital publicado no Diário Oficial da União do último dia 24, podem se inscrever no processo seletivo estudantes que atendam cumulativamente aos seguintes critérios: ser aluno de graduação, mestrado ou doutorado, com matrículas ativas nas universidades federais credenciadas como Núcleo de Línguas (NucLi); participantes e ativos no curso My English Online, cujas inscrições tenham sido validadas com até 48 horas de antecedência à inscrição junto ao NucLi; e alunos que tenham concluído até 90% do total de créditos da carga horária de seu curso.

Para efeito de classificação, terão prioridade os candidatos que sejam alunos de graduação de cursos pertencentes às áreas do Programa Ciência sem Fronteiras, que tenham feito a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010 com média superior a 600 pontos, incluindo a redação, e que tenham concluído até 80% da carga horária do curso. Outros critérios de prioridade são o maior índice de rendimento acadêmico e ser bolsista ou ex-bolsista do Programa Jovens Talentos para a Ciência de qualquer curso de graduação. 

Adesão ao Programa Atleta na Escola começa em fevereiro


Começa em fevereiro o período de adesão de escolas da educação básica, públicas e particulares, ao programa Atleta na Escola. Ação de difusão e formação esportiva escolar de iniciativa conjunta dos ministérios da Educação, do Esporte e da Defesa, o programa será ampliado em 2014 tanto no número de municípios, como de escolas, estudantes e modalidades esportivas.

Renausto Amanajas, membro da diretoria de formação e conteúdos educacionais da Secretaria de Educação Básica do MEC e coordenador do Atleta na Escola, informa que o objetivo é levar o programa a 100% dos municípios e 40 mil escolas que tenham registrado no censo escolar de 2013 alunos na faixa de 12 a 17 anos.

Arremesso de peso, judô e voleibol são as novas modalidades que começam este ano, que se somam às praticadas em 2013 – corrida de velocidade, com provas de 75 metros e de 100 metros; corrida de resistência, de mil metros e de 3 mil metros, e provas de salto em distância. Segundo Renausto, para oferecer aulas de judô em 2014 as escolas precisam provar que os estudantes têm experiência na modalidade. Nesse item estão incluídas escolas que participam do programa Mais Educação e aquelas que registraram a modalidade no último censo escolar.

No caso do voleibol, a orientação é que, na etapa escolar, cada unidade monte diversas equipes e selecione os melhores jogadores, por faixa etária e gênero, para representá-la na fase seguinte.

Já o esporte paraolímpico terá este ano as modalidades: atletismo, bocha, goalball, judô, natação, tênis de mesa, tênis em cadeira de roda, voleibol sentado, futebol de 5 (DV) e futebol de 7 (PC), definidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, na faixa de 12 a 17 anos, feminino e masculino. Renausto explica que o Atleta na Escola apoiará a fase estadual nas modalidades paraolímpicas.

Para aderir ao programa, as escolas devem acessar o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE interativo), que será aberto em fevereiro, e informar as modalidades esportivas que vão desenvolver e o número de alunos. O período de adesão das secretarias estaduais e municipais de educação está aberto. As redes fazem a adesão no Plano de Ações Articuladas (PAR

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MT - Duas vias que se demarcam pela vida: Estevão e Rubens de Mendonça desbravadores da história de Mato Grosso

Da Redação - Marianna Marimon


Duas vias que levam para uma vida. O espelho de um é o reflexo do outro. Desbravadores de um Mato Grosso esquecido no coração do Brasil. Desbravadores das letras, das histórias, das peculiaridades. Desbravadores da terra do ouro, do garimpo, do rio que corre solto. Desbravadores de si. Hoje não falaremos de um ícone, mas de um pai e um filho. Estevão e Rubens de Mendonça fizeram a história se tornar história no papel, com uma paixão avassaladora pela vida, por Mato Grosso e Cuiabá, pelas letras.

Estevão de Mendonça (1869-1949) foi topógrafo, professor, advogado, historiador e escritor. Autodidata, não se formou em nenhuma academia. A sua academia foi a própria vida e a fome pelo conhecimento. Sua neta, filha única de Rubens, Adélia conta que o avô era tão apaixonado pelas letras, que ao trabalhar na loja de um tio, sempre perdia as vendas, de tão compenetrado que era em suas leituras.

Sob o olhar da neta, que não chegou a conhecer o avô, Estevão de Mendonça era aquilo que o pai pintava: um homem sisudo, fechado, mas que também reservou surpresas. Adélia descobriu que o avô era poeta, e fazia versos com rimas em uma caderneta que até hoje, tem guardada em sua casa. É ela própria quem diz que a missão dos ‘desbravadores de Mato Grosso’ era realizar um registro da história do Estado. Memória, história, livros, obras, cadernos, e até um tinteiro que usava para escrever. Tudo Adélia guarda.

Um dos seus maiores feitos foi a publicação do livro Datas Matogrossenses cuja primeira edição saiu em 1919. Mas, não foram apenas livros que marcaram Estevão, que também se arriscou nas páginas dos principais jornais da época em Cuiabá. Além disso, não era dado a esta vida política. Recusou ser deputado, interventor e até presidente de Mato Grosso.

Monteiro Lobato quando veio à Mato Grosso, ficou impressionada com a grafia de Estevão e o descreveu como um ‘diamante’ descoberto lá no coração do Brasil. Dizem que a maior diferença entre Estevão e seu filho Rubens (1915-1983), que também foi historiador, jornalista, escritor e poeta, reside justamente aí: na poesia. Mas, Rubens seguiu os passos do pai e também fez poesia com a história e através da história.

No jornalismo, Rubens era combativo. Adélia conta que para o pai ‘jornalismo se fazia nem que fosse na marra’ . Foi através da revista “Pindorama” fundada em 1939, que Rubens buscava divulgar o que acontecia em Mato Grosso para todo o país. Foi um dos fundadores do Movimento Graça Aranha. E fundou, dirigiu e atuou em vários jornais do Estado.

É um dos membros da Academia Mato-grossense de Letras, assim como o pai, que por incrível que pareça, não votou no filho quando se candidatou à acadêmico. Isto porque Estevão não era tão chegado a essa coisa de ‘poesia’ (mas em seus cadernos, deixava que os poemas ganhassem vida). Rubens também era do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.

E Rubens, descrevia o cotidiano como ninguém. Era um romântico incurável. Encheu de poemas a sua bela e amada Ivone. Foram mais de 38 obras feitas em toda a sua vida. Mas, um dos amigos da época em que lutavam pelas letras em Cuiabá, Wlademir Dias-Pino, um dos maiores poetas visuais do mundo, cobrou a recuperação do seu acervo, esquecido nos porões da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). E para isso, Wlademir citou o pai Estevão, que dizia que quem morre em Mato Grosso, morre duas vezes. O esquecimento famigerado do Estado com relação àqueles que deram o sangue e a vida para elevar seu nome ao país.

Do que sobrou, a filha de Rubens é responsável por preservar a memória da família. Mas, lamenta que mesmo com todo o reconhecimento, as pessoas só conhecem Estevão e Rubens, por serem nomes de rua e avenida, respectivamente. Estevão de Mendonça também leva o nome da maior biblioteca do Estado.

Destas duas vias que carregam a história dos que fizeram a história de Mato Grosso, poucos sabem que as letras e a poesia, foram a força motriz para o engajamento apaixonado de recuperar aquilo que poderia se perder. Os registros ficam. A memória também. E pelas duas vias que recebem os seus nomes passam milhares de pessoas, que sequer sabem o que representaram os Mendonças, para o Estado de Mato Grosso.

MT - Mais de 200 professores da rede estadual realizam protestos no centro político administrativo

Da Redação - Priscilla Silva



Cerca de 200 trabalhadores da educação compareceram ao ato “Ocupa Seduc”, nesta sexta-feira (31). A paralisação aconteceu durante todo o dia de hoje com concentração em frente a Secretaria de Educação do Estado. Em seguida, o grupo percorreu o centro político administrativo com paradas em frente ao palácio do Governo e Tribunal de Justiça do Estado.

A professora Maria do Carmo Silva, de 40 anos, 11 anos deles dedicados à profissão atualmente tem jornada dupla, atuando em duas escolas, uma da rede estadual e outra municipal no município de Cáceres. Ela compareceu à manifestação desta tarde e questionou o tratamento desigual dado aos professores contratados.

“Fala-se tanto em acessibilidade e direitos iguais, mas não estão tratando os interinos da mesma forma que os contratados. Posso não ser contratada, mas estudei durante 14 anos por essa profissão”, reclamou Maria do Carmo.

A desigualdade mencionada pela professora está relacionada ao fato de os professores concursados estarem recebendo enquanto os interinos estão sem perspectiva de salário no mês de janeiro.

Entretanto, a Seduc rebate a leitura do sindicato e explica que “a categoria dos profissionais da educação é uma só, mas conforme os vínculos empregatícios seguem leis diferentes. Os professores contratados seguem as normas estabelecidas nos contratos. E os professores concursados, efetivo, seguem o estatuto do servidor público. As regras são do Estado, não é uma questão de governo. Elas sempre foram assim, em todas as greves pelas quais o Estado passou”.

Esta é a segunda paralisação realizada neste ano depois do fim da maior greve da Educação já vista no estado, 67 dias de paralisação. A principal reivindicação da classe é quanto ao pagamento dos salários dos professores contratados referente ao mês de janeiro.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Henrique Lopes, o trabalho sem remuneração tem alusão ao trabalho escravo, mas o governo do Estado se nega a pagar o mês de janeiro.

Já a Seduc, afirma que o governo cumpre a lei 7783/89, Lei de Greve. Tanto interinos como efetivos tiveram os salários pagos durante o período de greve, conforme acordado com a categoria.

“A lei determina a suspensão dos salários durante o período de greve. Porém, o governo não suspendeu o pagamento de salários, agora cabe aos profissionais da educação cumprir a parte que lhes cabe que é a reposição das aulas suspensas”.

Os Períodos Filosóficos

Antes, de mais nada façamos um breve esclarecimento histórico.
Durante muitos séculos aquilo que chamamos de Grécia não era um país como nós entendemos hoje, mas sim várias cidades-estado, independentes e autônomas entre si. Uniam-se ou se separavam de acordo com as circunstâncias e conveniências.

Essas cidades-estado possuíam culturas e características diferentes com alguns elementos em comum. Várias delas possuíam poder central e, em alguns casos, algumas colônias. A parte circulada, no mapa, representa a Grécia (região continental e insular). Os demais pontos em destaque verdes eram as colônias ou as regiões com as quais os gregos mantinham relações comerciais.

Todas essas regiões receberam influência e influenciaram o mundo grego. Esse contato interativo possibilitou aos gregos as comparações entre os elementos culturais que fizeram nascer a filosofia.
Mas isso se fez lentamente, obedecendo alguns períodos. Podemos até dizer que a forma de fazer filosofia evoluiu ao longo dos séculos. Como vimos anteriormente, houve um longo processo para que a capacidade reflexiva do homem chegasse ao ponto de ser chamada de Filosofia. E isso só aconteceu na Grécia, por volta do século VII. O pensar, antes desse período, ainda era envolto em mitos e religiosidade que dificultava a racionalidade específica da filosofia.

Ao nascer, a filosofia grega tinha um objetivo: explicar racional e coerentemente o mundo. Com o transcorrer dos anos esse objetivo foi se aprimorando e novas temáticas foram sendo incorporadas à reflexão filosófica. Hoje podemos estudar a história da filosofia tanto pela sua evolução cronológica como pelas abordagens temáticas. E mais ainda: a história da filosofia não se faz da mesmaforma que a história geral da humanidade. A história da Filosofia é a história de como e porque o pensamento filosófico assumiu determinadas característica, em cada época.

Período Pré-Socrático

Este período é assim chamado porque desenvolveu temáticas diferentes daquelas inaugurada pela "mosca de Atenas". É também é chamado de período Cosmológico. Os pensadores deste período são de várias cidades ou das colônias gregas. Nenhum era de Atenas.

A preocupação dos pensadores deste período é encontrar uma explicação racional e sistemática (uma cosmologia) para o mundo (o cosmo), que substituísse a antiga cosmogonia (explicação mítica).
E um dos primeiros pensadores de que se tem registro é da cidade de Mileto. Daí seu nome: Tales de Mileto (623/546 aC). Foram seus concidadãos e contemporâneos: Anaximandro (610/547 aC) e Anaxímenes (588/524 aC). Para estes pensadores o mundo era constituído a partir de determinados elementos.

O que sabemos de Tales vem principalmente de Aristóteles, que diz: "a maior parte dos filósofos antigos concebia somente princípios materiais como origem de todas as coisas. (...). Tales, o criador de semelhante filosofia, diz que a água é o princípio de todas as coisas" (Aristóteles, apud, Bornheim, [198?], p. 23 ) Tales, além de ser considerado Pai da Filosofia, deixou valiosas contribuições para o desenvolvimento da matemática e da geometria.

Anaximandro, discípulos de Tales, afirmava que o princípio (Arché) de tudo era o ÁPEIRON (ilimitado). "Todas as coisas se dissipam onde tiveram sua gênese; pois pagam umas às outras castigo e espiação pela injustiça, conforme a determinação do tempo" (apud Bornheim, [198?], p. 24).

Anaxímenes, seu sucessor, discordava, dizendo que a origem de todas as coisas é o ar: "assim como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, da mesma maneira o vento envolve todo o mundo" (apud Bornheim, [198?], p. 28).

Outros pré-socráticos foram: Pitágoras (570/490 aC) que nasceu na ilha de Samos e afirmava que as coisas são constituídas de Números. A esse pensador se devem importantes contribuições à matemática e geometria. É indiscutível a atualidade de seu teorema, afirmando que a "soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa"

Por sua vez Heráclito de Éfeso (504aC) dizia que tudo está em movimento e as realidades se manifestam pelos seus contrários. "O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco úmido". "A doença torna a saúde agradável; o mal, o bem; a fome, a saciedade; a fadiga, o repouso". "Não se entra duas vezes no mesmo rio. Dispersa-se e reúne-se; avança e se retira"

Parmênides de Eléa (500 aC?) irá fazer uma afirmação exatamente oposta e dirá que o ser é eterno, dirá que o "ser é e o não ser não é". Mostra os "únicos caminhos de investigação cabíveis. O primeiro diz que o ser é e o não-ser não é; este é o caminho da convicção, pois conduz à verdade.[...]. Pois não podes conhecer aquilo que não é  isto é impossível , nem expressa-lo em palavras" Com isso inaugura o princípio lógico da "não contradição" que foi desenvolvido mais tarde por Aristóteles.

Demócrito foi o criador da teoria Atomista, segundo a qual o mundo é composto de partículas indivisíveis, os átomos que se misturam ao acaso, dando origem a cada uma das realidades. Afirma a inacessibilidade à verdade ao dizer que "no entanto, ver-se-á bem que não se pode chegar a saber o que cada coisa realmente é". Afirma também que "o homem é um microcosmo".

Conhece-se, além desses, outros pensadores, também chamados de pré-socráticos. É o caso de Zenão de Eléia para discutir o problema do conhecimento e do movimento, propõe vários paradoxos como o da tartaruga, do arqueiro. Ele diz que "o que se move está sempre no mesmo agora". Já Empédocles falava de quatro elementos: ar, fogo, terra, água e que o princípio de todas as coisas é a luta dos contrários (amor x ódio). Leucipo diz que "nada deriva do acaso, mas tudo de uma razão e sob a necessidade". Cada um desses pensadores deu sua contribuição para o desenvolvimento humano. Hoje seu pensamento pode nos parecer ultrapassado ou coisa corriqueira. Entretanto, não importa como os vejamos, ultrapassado ou simplórios, o fato é que muito do que temos devemos a eles. Seu mérito é, em tempos remotíssimos, ter dado o pontapé inicial.

Período Socrático

Por volta do século V aC. começa o que podemos considerar como um novo período na história da filosofia, ao qual podemos chamar de período Socrático ou ANTROPOLÓGICO. Esse também é chamado deperíodo clássico da filosofia.

Podemos marcar o início desse período com a atuação dos Sofistas que estavam preocupados mais com a linguagem e a erudição do que com a explicação do mundo. Para os sofistas o importante era o bem falar e a arte de convencer o interlocutor.
As contendas políticas e os conflitos de opiniões favoreceram a ação desses professores ambulantes que consideravam não haver uma verdade única. Alguns comentadores da história da filosofia viram com maus olhos a atuação dos sofistas, principalmente devido a escritos de Platão que os considerava não filósofos, mas manipuladores do raciocínio sem amor pela verdade. Essa visão, entretanto, começa a ser revista, pois se percebe que os sofistas não eram os aproveitadores mencionados em alguns manuais, mas pessoas que se utilizaram, de forma pragmática, da filosofia.

O fato é que o centro das atenções tanto dos sofistas como de Sócrates, Platão e Aristóteles (e dos posteriores) volta-se para o homem e suas relações. Protágoras, um sofista dirá que "o homem é a medida de todas as coisas; daquelas que são enquanto são; daquelas que não são, enquanto não são". E Górgias, outro sofista, preocupado com o discurso, fará a seguinte afirmação: "o bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa".
A postura dos sofistas, demonstrando pouca preocupação com a verdade e muito mais com o argumento, levou Platão a colocar na boca de Sócrates a afirmação de que "Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei". Vê-se, portanto que a preocupação dos sofistas é a argumentação e a de Sócrates/Platão é a verdade daquilo que se sabe ou do que se pode saber.

O período antropológico que também é chamado o período Clássico da Filosofia recebe essa denominação por que nessa época floresceu não só a filosofia como também as artes e o começo da organização de todo o saber. Principalmente pela atuação de Aristóteles e seus discípulos do Liceu (nome de sua escola, em homenagem ao deus Apolo Lício) floresceu o processo de aquisição e sistematização de vários saberes. A filosofia chegou ao seu apogeu com esses três pensadores que foram uma das maiores marcas da história do saber.

Algumas curiosidades: Sócrates ensinava na praça de Atenas, dialogando com seus discípulos e interlocutores. Usava a maieutica e a ironia, como instrumentos metodológicos. Em virtude de sua postura filosófica foi chamado de "inseto", comparado com uma mosca: a mosca de Atenas. Um de seus principais discípulos foi Platão. Esse criou uma escola, a Academia, onde se reunia com seus discípulos e onde ditou os textos de seus diálogos em que Sócrates é o personagem principal. Um dos principais ensinamentos de Platão é a teoria do Mundo das idéias e a da Reminiscência da Alma. Na porta de sua academia estava escrito: "não entre aqui quem não for amante da matemática". Aristóteles discípulo de Platão, também fundou uma escola, o Liceu, mas não lecionava dentro de uma sala e sim andando pelos corredores. Daí vem a denominação de escola peripatética (andar ao redor). Aristóteles foi o grande sistematizador da filosofia (dos conhecimentos da época), classificando em várias áreas. Fez, através de uma grande rede de discípulos, estudos de Botânica, Zoologia, Química, Psicologia etc. A esses estudos denominou Física. Aos estudos sobre o Ser, o conhecimento, entre outros, chamou de Metafícia (depois da física).

Ainda hoje a cultura e o saber ocidental são tributários à mentalidade e à filosofia grega, do período clássico: quando falamos em corpo-alma estamos nos referindo a conceitos originários de Platão. Quando pretendemos maior clareza de nosso interlocutor, e para isso lhe fazemos uma série de questionamentos, estamos nos reportando a Sócrates. Quando falamos em lógica, organização e sistematização de conhecimentos, estamos aplicando uma metodologia aristotélica.

Outra conseqüência da ação desses três pilares da filosofia grega foi o fato de, após suas mortes, a filosofia ter entrado em um período de declínio. Não por ter perdido qualidade ou preocupação com o saber, mas pelo fato de, por um longo período, não terem aparecido grandes nomes, propondo novos sistemas.

Helenismo
Com isso chegamos ao período do HELENISMO. A partir do século III aC. inicia-se a decadência político-militar da Grécia. Trata-se de uma época em a sociedade e os valores entraram em decadência.Conseqüentemente, para ocupar o vácuo do poder grego ascenderam os macedônios que assimilam a cultura grega, através de Alexandre, discípulo de Aristóteles. O Helenismo se caracteriza pelo sincretismo de elementos culturais provindos dos povos do oriente, conquistados por Alexandre e a cultura grega. A filosofia desse período é, ao mesmo tempo, continuação dos ensinamentos de Platão e Aristóteles, mantidos pelos seus discípulos e uma reelaboração desses ensinamentos filosóficos.

As preocupações da filosofia no período Helenista, entretanto, mudam de curso. Deixa de estar centrada no homem social, político e na compreensão da natureza. Ou seja, a preocupação deixa de ser em relação a "explicação dos mistérios do universo"(MONDIN, p. 1982, p. 107) para se voltar para problemas éticos. A filosofia começa a tratar não do coletivo, mas da vida interior do homem. Essa preocupação ética permaneceu durante todo o período Helenista, passou pelo Império Romano e continuou com a chegada do Cristianismo, quando começou uma nova etapa da história da filosofia.

No período Helenista desenvolveram-se várias escolas filosóficas. Podemos destacar:

CINISMO: esta escola pode ser apresentada como aquela que caracteriza a decadência moral da sociedade grega e macedônica. Pode-se dizer que o personagem que melhor caracteriza essa escola é Diógenes que em pleno meio dia, com uma vela acesa andava pelas ruas dizendo: "procuro o homem". Cinismo vem de Cão (xýon) o que se justifica, pois o pensador afirmava: "faço festa aos que me dão alguma coisa, lato contra os que não me dão nada e mordo os celerados" (Diógenes, Apud, REALE; ANTISERI, 1990, p. 233). Num banquete, ao lhe atirarem osso ele teria urinado em cima, como fazem os cães. "Diogenes tomava sol quando Alexandre, o homem mais poderoso da terra se aproximou e lhe disse: 'pede-me o que quiseres'; ao que Diógenes respondeu: 'afasta-te do meu sol'" (ibidem, 1990, p. 233). A partir disso já podemos ter uma idéia do que essa escola pregava: desprezo àquilo que a sociedade dominante considera valor e valorização da simplicidade do viver. Foi uma escola que atravessou os séculos e podemos dizer que a postura socrática esteve sempre muito próxima do ideário cínico. Aliás, se levarmos em conta a afirmação de Gaarder podemos dizer que foi com Sócrates que nasceu o cinismo: diz o autor: "Conta-se que, um dia, Sócrates parou diante de uma tenda do mercado em que estavam expostas diversas mercadorias. Depois de algum tempo, ele exclamou: 'Vejam quantas coisas o ateniense precisa para viver!'. Naturalmente ele queria dizer com isto que ele próprio não precisava de nada daquilo.

Esta postura de Sócrates foi o ponto de partida para a filosofia cínica, fundada em Atenas por Antístenes um discípulo de Sócrates -, por volta de 400 a.C." (Gaarder, 1998, p. 147, grifo no original)
ESTOICISMO: esta escola caracteriza-se pelo espírito de completa austeridade física e moral. Ou seja, o Homem deve suportar os sofrimentos, fugir dos prazeres fáceis e afastar-se das permissividades e licenciosidades. A sabedoria consiste em manter uma vida austera. A pratica da virtude "consiste na apatia (apátheia), isto é, na anulação das paixões" (MONDIN, 1982, p. 112) Essa corrente filosófica influenciou profundamente o cristianismo, marcando-o até nossos dias, como, por exemplo, a prática da penitência.

EPICURISMO: é a escola que pode ser colocada no extremo oposto ao estoicismo. Ela se caracteriza pela idéia de que o homem deve buscar o prazer, entendido como "ausência da dor e não como satisfação das paixões" (Mondin, 1982, p. 114). Desfrutar do prazer é virtude, portanto é um bem, enquanto a dor é um mal. O supremo prazer é o saber que pode ser obtido quando se superam as paixões que são a causa da degradação social. Diz Epicuro "Quando dizemos que o prazer é o bem supremo não queremos referir-nos aos prazeres do homem corrompido, que pensa só em comer, em beber e nas mulheres" (Epicuro, apud, Mondin, 1982, p. 115).

CETICISMO: Nesse mesmo contexto histórico formou-se o ceticismo. O Ceticismo se caracteriza pela postura de constante busca do conhecimento. Para os céticos a sabedoria não "não é o conhecimento da verdade, mas sua procura" (Mondin, 1982, p. 116). Pirro, fundador dessa escola, teria dito que as coisas "são igualmente sem diferença, sem estabilidade, indiscriminadas; logo nem nossas sensações nem nossas opiniõessão verdadeiras ou falsas" (REALE; ANTISERI, 1990, p. 268). Assim sendo, o homem deve se concentrar em desfrutar do que as aparências proporcionam, visto ser impossível chegar a um saber completo e universal; é impossível ao homem, saber se as coisas são, de fato, o que parecem ser. Como não há certeza, não existe avanço nos conhecimentos. O progresso, portanto fica impossibilitado de acontecer.

ECLÉTISMO: Esta escola desenvolve-se em oposição aos céticos. Afirmavam os ecléticos que a verdade não se limita a um sistema filosófico e, portanto, deve ser complementada por elementos das diversas escolas. A base de sua reflexão é assim sintetizada pela padre B Mondin: "para eles, o desacordo dos filósofos deve-se ao fato de que, não podendo a fraca ente humana abarcar toda a verdade com um só olhar, um filósofo limita a sua investigação a um aspecto e outro filósofo a outro aspecto. Assim, estudando aspectos diferentes da realidade é natural que cheguem a conclusões diferentes. Por isso, para se chegar a uma compreensão adequada das coisas, não se deve confiar em um só filósofo, mas é necessário reunir as conclusões das pesquisas dos melhores entre eles" (MONDIN, 1982, p. 118). A postura eclética pode ser apresentada como um dos elementos centrais da cultura romana. Seu exército se fez poderoso por que foi capaz de, entre outras coisas, assimilar valores dos povos e exércitos vencidos.

Os ecléticos, como todos os outros pensadores do período helenista não foram criadores de sistemas, mas assimiladores, releitores e divulgadores do pensamento grego, com algumas variantes e acréscimos.

O Cristianismo

Além dessas correntes filosóficas e dentro desse mesmo período nasceu o cristianismo. E várias das correntes helenistas influenciaram no desenvolvimento dessa nova mística. Em base disso é que podemos dizer que o cristianismo, nasceu não de Jesus Cristo e do grupo inicial de discípulos, mas a partir do sincretismo de elementos helênicos, judeus, orientais e romanos. O cristianismo, portanto é uma religião que se fez por ecletismo. O grande criador-divulgador do cristianismo foi Paulo de Tarso que após sua conversão levou os ensinamentos de Jesus para além do mundo judeu. O cristianismo demorou a ser aceito por alguns judeus, mas se desenvolveu rapidamente entre os chamados gentios. O que teria sido a proposta de Jesus Cristo, passa a ser reinterpretada de acordo com categorias greco-romanas. Isso, entretanto, só foi possível devido à crescente decadência do Império Romano e à releitura de Platão, feita principalmente por Plotino e os demais Neoplatônicos. Para percebermos a influência grega sobre o cristianismo primitivo podemos ler as cartas de Paulo, um primor de argumentação e retórica grega. Emblemática, sobre isso, também, o chamado um discurso de Paulo aos Atenienses, que o ouvem embevecidos, embora não se convertam por considerarem absurda a pregação sobre a Ressurreição.

Num primeiro momento o cristianismo se apresenta como Patrística (do séc I ao V, aproximadamente), e depois como Escolástica, até o fim da Idade Média. Um dos grandes nomes da Patrística foi Santo Agostinho e da Escolástica foi Santo Tomás de Aquino.
Durante a patrística os ensinamentos sobre Jesus podem ser agrupados em dois blocos: os textos dos apologistas e os textos contra as heresias. As apologias surgiram por que os cristãos precisavam mostrar às autoridades romanas uma defesa de sua fé. Entre os cristãos também aparecem algumas distorções sobre como entender os ensinamentos de Jesus ou como falar sobre sua divindade. Contra essas distorções são formulados os textos para "corrigi-las", uma vez que são consideradas Heresias.

Nos dois casos o trabalho precisa ser desenvolvido através de uma boa argumentação, que tenha por base os ensinamentos de Jesus, a tradição Judaica e seja apresentado de forma clara, para que a argumentação seja convincente. Isso foi feito utilizando-se de elementos e argumentação lógico-formal da filosofia grega. Nesse meio é que se desenvolveu o Neoplatonismo e se cristalizou, cada vez mais a visão platônica de que este mundo é onde reside o pecado e a maldade. Por isso devem ser evitados todos os vícios (estoicismo) para se chegar à pureza do céu (mundo das idéias, de Platão). Graça a isso é que a partir do século III o cristianismo passou a exercer domínio não só sobre o pensamento, mas também sobre o mundo político dos romanos. A influencia do cristianismo se tornou cada vez maior e permaneceu até o fim da Idade Média. Com o Renascimento, com o advento da Reforma Protestante e o desenvolvimento das bases do capitalismo, o cristianismo católico perdeu espaço quando desenvolveu-se os tempos modernos com um vasto leque de correntes filosóficas e políticas.

O segundo momento do cristianismo, a ESCOLÁSTICA, já se confunde com a Idade Média quando os ensinamentos e valores cristãos são claramente travestidos de elementos gregos provindos, principalmente, de Aristóteles.

O pensamento cristão, durante a Idade Média, aos poucos, foi deixando de se fundamentar em Platão para assumir as categorias aristotélicas. Isso se deve ao fato de a filosofia grega ter, em grande, parte se perdido no mundo ocidental. Permanecia só a vertente neoplatônica. Mas a partir do nascimento do Islamismo de sua Guerra Santa e de seu avanço religioso, militar, econômico e político, sobre a Europa, afogando os domínios dos monarcas católicos surge a necessidade de uma postura de defesa. O comércio passou a ser assimilado positivamente: os dois lados estavam ganhando. Com isso o perigo militar também estava contido e as instituições políticas. Mas permanecia o perigo religioso: o islamismo crescia sobre o cristianismo. E uma das características que permitiam a fácil assimilação dos valores religiosos islâmicos era a sua lógica e sua apresentação a partir dos conceitos de Aristóteles, que os europeus e o cristianismo desconheciam.

Para conter o avanço da religião islâmica os cristãos se viram obrigados a rever seus conceitos e fundamentos de base platônica. Passou-se a ler Aristóteles, suas categorias filosóficas e "científicas". Ao mesmo tempo elementos cristãos embebidos na filosofia Aristotélica começavam a ser ensinadas nas escolas das catedrais e nos mosteiros. Nascia a Escolástica.

Nesse momento da história da filosofia quando há aliança do poder temporal com o espiritual, a filosofia esteve a serviço da teologia que estava serviço da igreja que pretendia sempre manter o domínio sobre reis, reinos e povos.

Pode-se dizer que o cristianismo desenvolveu-se, inicialmente, ao desvincular-se do judaísmo assumindo uma conotação greco-romana, ao se expandir dentro do Império Romano influenciando rumos dentro do Império. Depois, com uma estrutura romana e com roupagens gregas, durante a Idade Média, o cristianismo, já como instituição forte, assumiu o aristotelismo como instrumento de manutenção do poder. Ou seja, o cristianismo sobreviveu ao saber trocar de "roupa" em momentos determinantes da história, sabendo fazer a releitura da proposta de Jesus Cristo dentro de cada contexto. Um dos grandes nomes desse processo de adaptação do cristianismo aos conceitos aristotélicos fundamentando a escolástica foi Santo Tomás de Aquino.

O coroamento da Idade Média, com os avanços e tropeços desses mil anos de história, foi o processo do RENASCIMENTO e a inauguração dos TEMPOS MODERNOS. Ou seja, a passagem da patrística para a escolástica e todo o processo de reinauguração do pensamento preparou um novo momento histórico que recebeu o nome de renascimento

Os valores e as referências do mundo medieval (escolástica) era a religião. Por isso se chama essa épocade Teocêntrica. A partir do Renascimento ocorreu uma reviravolta e os valores e referências passam a ser o Homem (antropocentrismo). Em todas as áreas, desde as artes, a filosofia (nascem as ciências), a teologia, a economia, a política e todo o desenvolvimento teve o homem como referência.

arte sacra com motivos religiosos cede lugar à arte centrada no homem, no corpo que é evidenciado e mostrado em sua beleza física. Exemplo disso é a pintura de L. da Vinci e a escultura de Michelangelo. 

filosofia escolástica deixa espaço para o Racionalismo, o Humanismo e o Empirismo, privilegiando a razão, o homem e o conhecimento advindo da experiência. Com Galileu a ciência ganha um método experimental e juntamente com outros pensadores vão se estruturando as várias áreas da ciência. A teologia, antes dominada pelos dogmas católicos começa a ser contestada pelos reformadores, onde se destaca a ação de Lutero e todo o movimento reformador. Em oposição à Idade Média em que praticamente inexistem relações comerciais os tempos modernos assistem às intensas viagens marítimas, caracterizando uma transformação geográfica, que são expressão do desenvolvimento do comércio (está nascendo o capitalismo). Na política medieval o poder estava nas mãos dos senhores feudais que pagam tributo aos monarcas. Essa prática permitiu aos monarcas acumulem riquezas que serviram para financiar as inovações tecnológicas e comerciais, que aceleraram a queda do poderio feudal e, paradoxalmente, são as raízes da Revolução Francesa quando a burguesia faz as mais diferentes alianças para derrubar definitivamente o poder dos senhores feudais e de toda a nobreza, inclusive tomando o poder dos monarcas.

Nos TEMPOS ATUAIS, a partir do Iluminismo, que sustentou a Revolução Francesa, a filosofia deixa de ser a única via de interpretação do Real. O desenvolvimento das ciências fez com que a filosofia deixasse de se ocupar com a explicação do mundo e dos fenômenos passando a dedicar-se a temas específicos. Atualmente, ao mesmo tempo que a filosofia é um complemento à ciência, apresenta-lhe questionamentos ou questiona-lhe os resultados. A ciência nasce da filosofia e desenvolve-se a partir dos questionamentos que ela levanta. Por isso podemos dizer que não há ciência sem filosofia.

Os resultados da ciência aparecem a partir dos questionamentos que são originários da filosofia. Ou seja, a Filosofia levanta os problemas e a ciência se encarrega de fazer as investigações. Diante desses resultados a filosofia coloca novas indagações e problemas.

Isso não significa, entretanto, que não se tenham desenvolvido correntes e sistemas de pensamento, depois do nascimento das ciências. Várias correntes merecem um estudo particular: o empirismo, o iluminismo, o idealismo, o pragmatismo, o positivismo, a fenomenologia, o marxismo, o existencialismo. Além de campos específicos onde se faz filosofia: filosofia da ciência, filosofia política, filosofia da linguagem, filosofia da educação, filosofia do direito, entre outras.

Essas são só algumas das adaptações que o pensar filosófico fez para adaptar-se e continuar interpretando o mundo.

REFERÊNCIAS
BORNHEIM, Gerd A. (org) Os filósofos pré-socráticos São Paulo: Cultrix. [198?]
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Cia. das Letras, 1998
MONDIN. Batista. Curso de Filosofia (v 1). São Paulo: Paulinas, 1982
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. (v 1) São Paulo: Paulinas, 1990
Neri de Paula Carneiro Mestre em Educação
Filósofo, Teólogo, Historiador