quarta-feira, 4 de setembro de 2013

MT - Cuiabá Vest premiará vencedores de simulado com bolsas de graduação

Redação 24 Horas News

A Fundação Educacional de Cuiabá (Funec), que aplica o cursinho pré-vestibular Cuiabá Vest, abriu inscrições para o 2º Simuladão 2013. Pela primeira vez os cinco melhores colocados serão premiados com bolsas de estudo para graduação, em parceria com as Faculdades Afirmativo.
 
No total, dez bolsas de estudo serão distribuídas, sendo cinco bolsas integrais e cinco com 50% de desconto. Os cursos são de Fonoaudiologia, Direito, Administração, Turismo e Secretariado-executivo. O valor estimado da parceria com as Faculdades Afirmativo é de R$ 250 mil.
 
As inscrições já começaram e seguem até o dia 19 de setembro e podem ser feitas apenas pela internet, no site da Prefeitura de Cuiabá: www.cuiaba.mt.gov.br/simulado, e não há limite de vagas. A expectativa é de que pelo menos 1.500 pessoas se inscrevam.
 
Podem se inscrever para o 2º Simuladão os alunos do Cuiabá Vest e também qualquer pessoa que já tenha o segundo grau completo. As provas ocorrem nos dias 28 e 29 de setembro.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

“Qualquer um está predisposto a desenvolver a depressão”

Para psiquiatra Zanizor Rodrigues, essência do ser humano é bélica, agressiva e erótica

Isa Sousa/MidiaNews

Zanizor diz que ainda há muito preconceito em relação a doenças consideradas subjetivas






A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, em 2030, a depressão será o “mal do século” ou o mal mais prevalente do planeta, à frente do câncer e de algumas doenças infeccionas. De acordo com a entidade, atualmente, cerca de 121 milhões de pessoas têm a doença.

Para o médico psiquiatra Zanizor Rodrigues da Silva, 64 anos, não é que a doença se propagará, mas sim que as doenças consideradas “orgânicas” serão melhor tratadas.

“O que nos diferencia hoje é que temos mais acesso à informação e estão buscando mais assistência. Não aumentou e nem vai aumentar a quantidade de doenças mentais”, afirmou.

Formado há 38 anos pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ), professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), ex-servidor do Centro Integrado de Apoio Psicossocial (Ciaps) Adauto Botelho, psiquiatra forense, Zanizor é criterioso ao afirmar que o sistema de trabalho ocidental é opressor e desencadeador dos males da alma.

“A competitividade contribui para depressão, para ansiedade ou para as doenças que a pessoa tem predisposição, como diabetes, hipertensão, lúpus, alergias, doenças de pele”, disse.

Desconsiderando que somos uma sociedade doente, o médico, no entanto, afirmou que a predisposição a doenças que não se vê, mas que muito se sente, pode ocorrer com qualquer ser humano.

Confira os principais trechos da entrevista que Zanizor da Silva concedeu ao MidiaNews:

MidiaNews - Como ser humano, todos temos fraquezas. Entre os males considerados da alma, estão depressão, esquizofrenia, anorexia, bipolaridade, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno do pânico, a busca de drogas e álcool e transtornos de personalidades. Qualquer pessoa pode desenvolver um ou mais desses males?

Zanizor Rodrigues da Silva –
Qualquer um. Como psiquiatra forense, eu não me espanto muito com o que o ser humano faz, as grandes maldades, a violência, alguém esquartejar o outro, mesmo porque essas pessoas não têm uma anteninha, elas são desse planeta. O ser humano é complicado mesmo.

"A essência do ser humano é ser bélico, é ser agressivo e é ser erótico. São os dois deuses trabalhando em conjunto: Eros (personificação do amor) e Tânato (personificação da morte). "
A essência do ser humano é ser bélico, é ser agressivo e é ser erótico. São os dois deuses trabalhando em conjunto: Eros (personificação do amor) e Tânato (personificação da morte). O que nos diferencia hoje é temos mais acesso a informações e estão buscando mais assistência. Não aumentou e nem vai aumentar a quantidade de doenças mentais. Não é como um fumo, onde se existiu uma cultura de fumar e, consequentemente a isso, vem diversas doenças. Não, doença mental vai na mesma toada, na mesma quantidade.

MidiaNews - A OMS declarou, recentemente, que são 121 milhões de pessoas com depressão no mundo. Esse número pode ser considerado alto?

Zanizor –
As estatísticas não são muito exatas e é difícil em termos absolutos, mas a população de depressivos é muito grande sim. Além dela, temos algumas outras estatísticas como: 1% da população mundial é esquizofrênica, 1% tem retardo mental, 1% tem epilepsia, em torno de 2% tem transtorno bipolar e mais ou menos 10% tem transtorno afetivo, outros 30% tem transtornos variados, desde personalidade até afeto. Dependência química também encontra sua percentagem: 5% é dependente de álcool. Ou seja, não há uma estatística tão fidedigna em relação a depressão ou outros transtornos.

MidiaNews - O Brasil é o primeiro no ranking entre os países em desenvolvimento (66% da população já tiveram, ao menos, um sintoma e 18% têm ao longo da vida). O latino é conhecido por ser dramático e ter um perfil “mais aberto” do que o europeu, por exemplo. Por que, então, somos tão depressivos?

Zanizor
– Primeiro, porque somos humanos. Não somos de outro planeta. É natural que nós tenhamos passionalismos em relação à vida. A vida é toda passional. Viver é uma grande superação de tensões, de ansiedades, de estados de todos os teores. É preciso administrar a vida afetiva, financeira, social. Viver é uma grande demanda psíquica e não é muito incomum a depressão. Mas não é porque somos brasileiros, é o ser humano de modo geral. Não há sentimentos diversificados em um alemão e um brasileiro.

MidiaNews - O que pode levar à depressão? Existe uma tendência a ser depressivo?

Zanizor –
É muito genérico falar o que pode levar à depressão. Não se pode dizer que existam grupos que sejam mais depressivos ou populações mais ou menos depressivas. A gente entende que se uma pessoa vive em uma área com mais contato com a natureza, em situações menos fechadas, onde há uma divisão do psiquismo com outros, de alguma forma consegue-se diminuir situações de conflitos. Tente imaginar: alguém que fica fechado, dentro de sua casa, convivendo apenas no núcleo familiar e não sai para nada, tende a ter situações mais depressivas.

Ainda assim, a depressão está relacionada com diversos fatores. Não há uma causa específica. Tem causas que são genéticas, a pessoa tem uma vida absolutamente normal e, devido a genética, desencadeia um quadro depressivo, outras causas são das demandas sociais em que pode estar relacionada com a autoestima e a cultura que ela está inserida, o que faz com que venha a ter depressão. Tem causas que são impessoais e imediatas. Há um somatório de fatos e não há uma única causa. Para ter a doença é quando esses fatores são muito prevalentes e a pessoa não dá conta de superar sozinha.

MidiaNews - Em 2030, a depressão será o mal mais prevalente do planeta, à frente do câncer e de algumas doenças infecciosas, segundo a OMS. O senhor a considera, realmente, o mal do século?

Zanizor –
Evidente que, a partir de um determinado momento em que essas doenças orgânicas vão tendo um processo de resolução, entendimento e controle maior, com a esperança de vida aumentando, sobra, obviamente, a área psíquica. E quais são as doenças? Ansiedade, depressão, transtornos de personalidade, entre outros, que acabam aflorando um pouco mais. Não quer dizer que o número de pessoas psiquicamente doentes vá aumentar, mas irá ser mais diagnosticado que os outros, que vão ter uma resolução mais adequada e rápida.

MidiaNews -Seria apocalíptico, então, afirmar que a depressão será o mal do século?

Zanizor -
Apocalíptico e muito simplório dizer que vá ser a doença do século. A depressão sempre existiu em uma constante.

MidiaNews - A depressão é a quarta principal causa de incapacitação em todo o mundo. Se por um lado vemos diagnósticos precoces, por outro, também vemos que o quadro depressivo nem sempre é levado a sério. Por quê?

Zanizor –
A depressão é totalmente deixada de lado e realmente não é levada a sério. O principal motivo é porque não se entende nada que seja subjetivo. Em realidade, tudo que é subjetivo não tem credibilidade. Eu já tive contato com perito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) falando que depressão não existe, que não tem como dimensionar e nem medir. De fato, nós trabalhamos com uma área subjetiva, nós temos a história do indivíduo.

"A depressão é totalmente deixada de lado e, realmente, não é levada a sério. O principal motivo é porque não se entende nada que seja subjetivo. Em realidade, tudo que é subjetivo não tem credibilidade. "
Às vezes, um transtorno começa de uma forma muito leve, onde é possível superar, e de repente ele entra em depressão profunda e com ideias suicidas. Como é subjetivo, ninguém leva em consideração, não se entende e é bastante incapacitante como as estatísticas mesmo mostram.

MidiaNews - Dessa forma, qual o prejuízo social, então?

Zanizor -
A partir do momento que não se entende, também não se diagnostica e não se busca tratamento adequado, o que acaba tornando a doença crônica, ou seja, pior. Tudo que se descobre inicialmente é mais fácil de tratamento. Se deixar à mercê da sorte, a doença evolui e pode até terminar em uma consequência muito grave.

MidiaNews – Então, o senhor acredita que somos preconceituosos com os males da alma?

Zanizor –
Completamente. E não só preconceituosos como também incompreensíveis. Não se entende a depressão. O que se entende é o documento, o papel, são os exames. A depressão, assim como outras doenças da alma, é uma área que depende de tempo, pesquisa e avaliação. Embora a própria psiquiatria esteja se aprimorado com testes, elaboração de escalas, estudos com áreas do cérebro que estariam mais influenciadas e ressonâncias específicas.

MidiaNews - O senhor acredita que somos uma sociedade doente e pouco compreendida?

Zanizor –
Não. Nós não somos uma sociedade doente. Somos uma sociedade em desenvolvimento, que é complexa, e com uma demanda cada vez maior. Agora, por exemplo, estamos em plena evolução tecnológica que mal dá para acompanhar e que ainda não temos total conhecimento do que significa e do que será daqui a 20 anos. As coisas acontecem muito rápido. Mas, mesmo assim, a sociedade não adoece por conta disso. Ao contrário, todos os indicadores de saúde mostram que estamos melhores do que estávamos há 20 anos.

Não vamos perder controle sobre nossa questão psíquica ou física. Evidentemente que nós vamos nos adaptar. Só que nós devemos entender que essas questões subjetivas vão ser mais estudadas. A esperança é os males da alma tenham uma explicação mais hábil e mais possível para a população, como o próprio Dráuzio Varela tem feito no Fantástico com a série Males da Alma.

MidiaNews - Existe cura para a depressão?

Zanizo –
Às vezes, tem melhora, em outros casos mais severos há o suicídio. A maior parte dos procedimentos tem assistência e melhoras.

MidiaNews - A imprensa tenta noticiar o menos possível a taxa ou casos de suicídio. Um dos princípios, que funciona quase como um pacto no jornalismo, é que, ao falar do assunto, pode-se corroborar com o aumento da taxa. Como a psiquiatria trata o suicídio ou como ele deve ser tratado, de maneira geral?

Isa Sousa/MidiaNews
Para psiquiatra, o suicídio tem, pelo menos, três interpretações
Zanizor –
O suicídio tem muitas abordagens. Na abordagem médica ele é resultado de um desespero ou estado limite. A pessoa está em uma melancolia profunda, em que não vê solução, e acaba tirando a vida. Nós temos mecanismos de prevenir esse tipo de suicídio, tratando bem precocemente, dando importância as tentativas, que para nós é muito sério e serve como uma luz vermelha. Repito: qualquer tentativa de suicídio, por mais banal que seja, é séria. Nós podemos prevenir, fazendo tratamento, ter acompanhamento psicológico, observando a dinâmica da vida da pessoa.

Existe uma outra abordagem que é a filosófica. Nem todo suicídio é doença. Às vezes é uma resistência à vida. Ao mesmo tempo que eu tenho que pagar imposto, eu tenho que estar cheiroso, tenho que estar amando as pessoas, sou pai, sou provedor, sou profissional e sou diversas outras coisas. Assim, sou preso a essa sociedade e, sendo preso, a única coisa que me resta é essa vida. Então como resistência a essa prisão, eu posso dispor da minha vida e me mato.

Exemplo disso foi o ator Walmor Chagas, que não era depressivamente doente, porém se negou a ter uma velhice indigna e resolveu se suicidar. [O ator se matou em janeiro deste ano com um tiro na cabeça. Walmor, 82 anos, tinha diabetes e hipertensão e não queria depender de familiares e amigos.]

Outra questão é a cultural. Os índios Guaranis de Mato Grosso do Sul, por exemplo, se suicidam e não é nada indigno, amoral ou doloso. Por outro lado, existem os homens bomba do Oriente Médio, em que para eles, se matar é eticamente correto. O suicídio tem abordagens muito distintas e não apenas médica. De qualquer maneira não é fácil falar do tema por suas diversas interpretações.

MidiaNews – Atualmente, as crianças mais travessas têm TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com HiperatividadE) e as pessoas mais “sistemáticas” possuem TOC. Os diagnósticos, às vezes, são dados de forma muito precoce?

"A grande verdade é que hoje esses transtornos estão mais à tona. Antigamente, não se falava de déficit de atenção do modo que se fala hoje, e muito menos do TOC. "
Zanizor –
A grande verdade é que hoje esses transtornos estão mais à tona. Antigamente não se falava de déficit de atenção do modo que se fala hoje e muito menos do TOC. Ambos são transtornos por vezes impeditivos, em que a pessoa não consegue sair de um impasse, é uma situação dramática. A divulgação é positiva no sentido que mais se fala, se comenta e se descobre.

Não é que o diagnóstico é feito de forma precoce, porém tem que ser feito de forma multiprofissional. Isso quer dizer que tem que haver testes, outras abordagens e não apenas uma opinião.

MidiaNews - Os transtornos estão sendo banalizados e mal empregados?

Zanizor –
Toda questão de comportamento é muito banalizada. O ser humano é complexo e têm núcleos que são mais hiperativos, outros mais sistemáticos, tem gente que é minuciosa e, não necessariamente, todos tem patologia. Quando algo começa a incomodar e a pessoa repete as mesmas coisas, vai tomar um banho e demora três horas, se começa a ser de uma hiperatividade em que não consegue reter nada, isso tem que ser diagnosticado e tratado.

MidiaNews - Mas, essa observação começa de onde, de quem tem o problema ou das pessoas que estão em volta, familiares, amigos, escola?

Zanizor –
De maneira geral são os terceiros que vão observar. Tem que ser levado em consideração o convívio social, como aquela criança ou adulto é na escola, com os amigos, com seu grupo social, se o que não tem importância para os demais acaba tendo uma importância muito grande para quem desenvolveu a patologia. São dados importantes.

MidiaNews - Em relação às crianças e  aos adolescentes, os pais são um pouco cegos?

Zanizor –
Os pais estão em uma vida muito corrida atualmente. Eles praticamente abandonaram a educação dos filhos. Nesse sentido, cabe a escola todos os papéis: dar comida, ocupar o espaço livre, substituir família. O que acontece, no entanto, é que nem o de educar a escola dá conta 100% algumas vezes.

MidiaNews - Qual a opinião do senhor em relação ao uso de medicamentos tarja preta de forma contínua. Eles são mocinhos ou vilões?

Zanizor –
São mocinhos. Os medicamentos tarja preta, obviamente, devem ser usados quando há necessidade. Se houve pesquisa, avaliação e indicação, nós usamos. Com critérios, é claro.

MidiaNews - Mas, existe uma banalização dos antidepressivos?

Zanizor –
Sim. Há banalização porque quem receita antidepressivo são médicos, que nem sempre prescrevem de maneira indicada e não são especialistas naquela área. Usa-se às vezes de forma errada e depois temos que consertar. É muito complicado. O que é preciso, é que se busque especialistas. Medicamento deve ser bem indicado.

"Há banalização porque quem receita antidepressivo são médicos, que nem sempre prescrevem de maneira indicada e não são especialistas naquela área"
MidiaNews - Uma vez, ouviu-se falar que a geração que está aí posta não sabe muito bem como realmente crescer e acabasofrendo. Explico: são jovens que têm tudo de “mão beijada” e, quando precisam ir para o mercado de trabalho, percebem que o mundo não é tão fácil como os pais faziam parecer que era. O que esperar desses jovens?

Zanizor –
A vida de hoje é muito mais fácil que era anteriormente. Não tínhamos a tecnologia e qualidade de vida que temos hoje. Óbvio, as demandas que a indústria cultural martela na cabeça deles a indústria do consumo, que é uma verdadeira tortura em relação ao consumismo. O jovem vive nessa demanda, porém, ele se adapta, com o diferencial que estará em uma sociedade menos reprimida.

MidiaNews - Recentemente, uma blogueira, Dai Dornelles, que deixava claro que sofria de anorexia, morreu devido à doença. Mesmo se auto denunciando com o problema, as postagens dela sempre tinham muitas “curtidas”, como se as leitoras achassem bom ser magra. Desde que o mundo existe, os padrões são postos, mas o senhor considera que há um exagero na imposição dos padrões atualmente?

Zanizor –
Lógico. Há uma glamourização terrível que a indústria cultural impõe em termos de modelo de estética. Sempre terá desvios. A questão do uso de “bombas” e testoteronas aumentou, por exemplo. Hoje se nota um padrão de mulheres com coxas gigantes. O problema, no entanto, é quando se espelhar vira obsessão e, passando-se do limite, vira doença.

MidiaNews – Mas, nesse sentido, a internet corrobora?

Zanizor –
Sim, porque é um mecanismo imediato, mas também não significa que irá aumentar mais a quantidade dos desvios de personalidade.

MidiaNews - Segundo a OMS, 2% da população mundial sofrem de transtorno bipolar. A doença, no entanto, às vezes, é confundida ou mudanças de humor já são consideradas bipolaridade. O senhor acredita que há banalização?

Zanizor –
Na verdade, não. Quando alguém fala que fulano é bipolar, tem TDAH ou TOC, prefiro ver pelo lado positivo. Hoje temos muito mais informação que no passado e, a partir do momento que se busca entender ou começar a perceber alguns sintomas, procurar ajuda profissional para verificar se aquilo realmente é uma doença ficou menos difícil. Não acredito que seja negativo.

O transtorno bipolar é muito difícil de ser tratado. Quem convive com a doença ou com pessoas que a têm passam por situações muito dramáticas. A bipolaridade é incapacitante e desestrutura famílias. Ele tem uma parcela genética e grande parte dos pacientes já chega em uma fase bem limítrofe.

Isa Sousa/MidiaNews
Bipolaridade: transtorno causa impeditivos a quem tem e quem convive
Outro problema é que a própria adesão ao tratamento é difícil. Quando se cita a medicina americana, ela fala muito de espectro bipolar. Ou seja, existem pessoas que são ansiosas e têm um pé na bipolaridade, assim como pacientes que têm déficit de atenção ou hiperatividade é também têm um pé na bipolaridade. Ou seja, o transtorno é visto sob uma ótica maior. Quanto mais cedo diagnosticar o quadro, menos difícil poderá ser de tratá-lo.

MidiaNews - Por outro lado, temos o transtorno do pânico que pouco se sabe ou pouco se fala. Ele também é preocupante?

Zanizor -
O transtorno do pânico é muito comum. Qualquer classe social pode ser atingida e se caracteriza por dezenas de sintomas orgânicos, somatizações das mais diversas, que vem subitamente e essa é a principal questão.

O transtorno, no entanto, é fácil de ser diagnosticado. Às vezes você está muito bem e de repente começa a ficar com boca seca, mão gelada, formigamento, o coração dispara, sente falta de ar, tontura, começa a acredita que vai ter um AVC ou um infarto, corre ao médico e não há nada. Outro dia, a mesma coisa. Se não há nada orgânico, certamente é pânico. Tem tratamento, há fórmulas, terapias cognitivas ajudam bastantes e com medicamentos antidepressivos.

MidiaNews - O senhor é psiquiatra forense e uma vez li o senhor comentando sobre psicose em policiais militares, que vivem em um modelo de trabalho, por vezes, opressor. Além deles, quais outras profissões estão na berlinda?

Zanizor –
Hoje, há três profissões que mais constantes e gritantes que vemos nos consultórios e, veja bem, não são necessariamente psicoses e sim transtornos.

Os primeiros são os policiais militares mesmo, que não tem proteção sob o ponto de vista psicológico, não passam muitas vezes por preparo ou reciclagem e vivem em uma área de confronto constante. Neles, por exemplo, vemos uma grande quantidade de alcoólatras, usuários de drogas e quadros psicótico.

Em segundo lugar temos os professores, tão deixados de lado e que também estão sob muita pressão. Além disso, como falamos anteriormente, acabam substituindo os pais ausentes e sofrem pressão de alunos.

Em terceiro lugar estão os bancários. Nesse caso, a principal pressão é porque eles têm que vender dinheiro de qualquer maneira. Existem as metas e, superando-as, outras são impostas.

MidiaNews - Mas, nesse caso, a competitividade ajuda no aparecimento de transtornos, como o que falamos até agora?

"Os serviços públicos são péssimos na área de Saúde Mental e, realmente, houve uma total degradação."
Zanizor –
Lógico que ajuda. Você está sob pressão, tem que cobrir suas metas, pagar contas, cuidar da sua família e, ao mesmo tempo, viver sob uma ameaça constante de demissão, uma vez que não há nenhuma segurança nesse sentido. A competitividade contribui para depressão, para ansiedade ou para as doenças que a pessoa tem pré-disposição, como diabetes, hipertensão, a imunidade pode abaixar e causar lúpus, alergias, doenças de pele, etc.

MidiaNews - Mas, o mercado de trabalho, que é o causador, entende essas doenças?

Zanizor –
Acho que o mercado de trabalho ainda é muito agressivo, muito seletivo, tem que tirar o sangue dos trabalhadores de alguma forma e só os mais aptos, ou seja, os que produzem é que ficam no mercado. Se não der conta, pode sair. E as demandas da vida, como uma separação ou um quadro depressivo, não são aceitas. A não aceitação vem, principalmente, porque se você está doente não produz.

MidiaNews - O senhor disse que trabalhou, durante algum tempo, no Adauto Botelho. Recentemente, o MidiaNews fez uma reportagem sobre o fechamento do Pronto-Atendimento do hospital psiquiátrico porque não havia medicamentos e nem leitos. A psiquiatria pública está abandonada?

Zanizor –
Completamente. Os serviços públicos são péssimos na área de saúde mental e realmente houve uma total degradação. Em relação a assistência de psicóticos, é só fazer um levantamento de quantos psiquiatras estão no serviço de assistência, são pouquíssimos. Primeiro, se a população tem necessidade, ou ela não tem atendimento ou é atendida por clínicos.

Segundo, se há necessidade de uma assistência de emergência, vamos imaginar que o paciente está no limite, vai hoje lá no pronto-atendimento do Adauto Botelho: as portas estarão fechadas. Onde ele será atendido? De alguma forma desorganizaram o serviço de referência que existia. Nós não conseguimos internar um paciente atualmente.

Na área de assistência a álcool e drogas, é uma outra situação de abandono feita pelo Governo. Hoje temos um erviço perto do Detran, chama de Unidade 3 do Adauto Botelho, onde a internação é conseguida por meio de ordem judicial. A grande maioria, em torno de 500 pessoas, fica internadas em unidades terapêuticas, que não tem nenhuma assistência médica, nenhuma assistência técnica de qualidade e que são comandadas pelo setor privado ou por pessoas leigas evangélicas, espiritas, católicas ou de outro cunho social e essa é a única alternativa que existe para a população.


Relatório alarmante sobre condições dos povos indígenas no país

O relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, referente ao ano de 2010, produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo vinculado à CNBB, que trata da causa indígena no país, trouxe dados alarmantes sobre a realidade dos povos indígenas no país.

O presidente do Cimi e bispo da Prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Krautler, destacou o triste cenário em que vivem os indígenas no Brasil. Segundo o bispo, só no Mato Grosso (MT), de 100 nascimentos de crianças indígenas, 60 morrem antes de completar um ano de vida. E a causa dessas mortes são, em sua totalidade, doenças curáveis e "até mesmo banais", como diarreia, subnutrição ou doenças respiratórias. "O que mais choca é a falta de comprometimento e de interesse dos governantes, que, entra ano, sai ano, não tomam nenhuma atitude para amenizar o sofrimento dos índios. Crianças morrem por falta de medicamentos básicos. Os idosos nem atendimento conseguem nos postos de saúde. Cadê os Direitos Humanos, que o Brasil teima em dizer que faz parte?", questionou.

A antropóloga e coordenadora da pesquisa, Lúcia Helena Rangel, apresentou os números referentes a 2010. Ela afirma que os dados são assustadores. No ano passado, 60 indígenas foram assassinados (dado que se repete pelo 3º ano consecutivo) e outros 152 ameaçados de morte. Foram registrados 33 casos de invasões possessórias e exploração ilegal de recursos naturais disponíveis em terras indígenas.

"O Mato Grosso do Sul é campeão, com 34 casos, o que representa 56% do total. O estado possui a segunda maior população indígena do país", disse a antropóloga.

Ainda de acordo com o relatório do Cimi, os índices de mortalidade infantil aumentaram 513% se comparados a 2009, quando foram registrados 15 casos, com 15 vítimas. Dados revelam que de 11 anos para cá, 210 crianças menores de 10 anos morreram no Vale do Javari (AM). Uma proporção de mais de 100 mortes para cada mil nascidos vivos, índice cinco vezes maior que a média nacional, que não chega a 23.

Nos estados do Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) foi constatado pela pesquisa do Cimi que há populações indígenas vivendo em beira de estrada, de rodovias há pelo menos 10 anos, sem que haja alguma modificação, por parte dos estados, da forma de vida desses povos. "Os agricultores, por sua vez, pressionam esses indígenas de beira de estrada. O poder policial também, então o número de conflitos com essas comunidades tradicionais é diário, causando um número assustador de suicídio, de assassinatos e de prisões de índios no sul", explicou Lúcia.

Ela sublinhou ainda como "gravíssima" a situação do Mato Grosso, considerado por ela o estado que mais derruba áreas de floresta, com uma "explosão" nos números referentes ao desmatamento ambiental, afetando 100 áreas indígenas e 20 áreas de proteção. E no Maranhão, que, como quase não há mais áreas de florestas, as únicas estão em bolsões demarcados indígenas, então o conflito por terras, madeiras e recursos naturais são corriqueiros.

"Quase 100% das construções de hidrelétricas no Brasil, as áreas alagadas ou alagáveis, caso de Belo Monte, atingem áreas de reservas indígenas. Este é um dado. O outro dado é que, com o debate sobre o novo Código Florestal, que tramita no Congresso Nacional, madeireiros de Mato Grosso, em busca da tal anistia prometida pelo governo aos infratores, aumentou em 200% o número de hectares derrubados no estado, algo que considero dantesco e lastimável", disse a antropóloga.

Informações sobre o relatório estão disponíveis no site do Conselho Indigenista Missionário, no endereço www.cimi.org.br/
Adital, por Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - 04/07/2011.

Estudar ou viver, eis a questão...

O adolescente tem vários sentimentos: a sensação de onipotência, em que nada de mal pode acontecer com ele (somente com os outros), ou a baixa autoestima ou o excesso de autoconfiança, assim como o imediatismo (a satisfação das necessidades no momento em que se apresentam). Neste quadro turbulento e nesta urgência de viver “tudo ao mesmo tempo agora” entra a escola.
O que a maioria das escolas oferece aos adolescentes? A primeira reflexão é que num momento em que a afirmação da identidade é prioridade na vida do adolescente, muitos professores não conhecem nem o nome dos seus alunos, tratando-os pelos números de chamada. Quer dizer, onde ele mais precisa de acolhimento, encontra sucessivas vezes a indiferença.

Didática apropriada

A maioria das escolas trabalha no fim do Ensino Fundamental e início do Ensino Médio apenas com o livro didático. Muitas vezes as aulas se resumem a ler, fazer exercícios e corrigi-los, tornando a aprendizagem monótona e desinteressante. Enquanto isso, o mundo lá fora oferece mil aventuras e emoções diferentes. A escola, na adolescência, na maioria das vezes deixa de ser só um local de aprendizagem. É também o local de reunir a turma, namorar e para servir como desculpa para sair de casa. Outro problema é o fato de que a aprendizagem no final do Ensino Fundamental e no Ensino Médio tem uma organização curricular que entende que o jovem tem condições de abstração e pensamento complexo, compatíveis com o período operatório formal estudado por Jean Piaget. Pesquisas realizadas no Brasil comprovam que a maioria dos adolescentes não chega a este estágio de desenvolvimento cognitivo, ficando no período operatório concreto. Isto significa que, para aprender, não bastam exercícios do livro e teorizações, mas são necessárias experiências concretas de aprendizagem.

Tarefa coletiva

A solução para muitas dificuldades passa principalmente pela formação de professores. É crucial o entendimento de que os adolescentes são um público diferenciado que exige uma motivação para a aprendizagem. Trazer materiais inovadores, assuntos do interesse do jovem, a possibilidade dele se manifestar em sala (com debates, júris simulados,...) são estratégias que podem manter o jovem na escola e fazê-lo interessar-se pelos assuntos abordados. O próprio debate sobre a adolescência é pertinente em diversas disciplinas. Algumas escolas utilizam como estratégia horários de Relações Humanas ou de Psicologia para que haja um trabalho de reflexão/ação, ajudando nas escolhas pessoais e profissionais do jovem, que se apresentam nesta fase. A forma como a família valoriza o estudo e estimula ou desestimula o jovem tem repercussão na continuidade e sucesso nos estudos. Além disso, os programas de governo existentes hoje para jovens em vulnerabilidade proporcionam a inserção no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que exigem o aproveitamento nos estudos, realizando o sonho da maioria dos jovens de uma certa independência econômica. Atualmente, as opções para que o jovem permaneça na escola com motivação para aprender se traduzem em várias experiências bem-sucedidas em escolas de diferentes classes sociais. Como todas as situações, não há receita pronta, é conhecendo o perfil do jovem que frequenta a escola e entendendo suas necessidades que se constroem estratégias adequadas para a motivação e o sucesso da aprendizagem nesta fase. É possível, sim, estudar e vivenciar todas as experiências ímpares e importantes da adolescência, desde que não haja um abismo entre a escola e a vida. Cabe aos educadores e pais a tarefa de aproximação e consolidação de estratégias para que o jovem e a escola deixem de ser incompatíveis.
Cynthia Castiel Menda psicóloga escolar e clínica, mestre em Educação, professora convidada na Faccat e tutora em EAD na UFRGS, Porto Alegre, RS.

  Publicado no jornal Mundo Jovem, edição 420 - agosto 2012 - p.11

Educador dá dicas de como falar sobre sexo com as crianças

RAFAEL BALAGO
DE SÃO PAULO


Como falar sobre sexo com as crianças em cada fase da infância? Quais termos evitar? Veja as respostas para essas e outras dúvidas quando o assunto é sexo e o público é infantil, segundo César Nunes, 54, presidente da Associação Brasileira de Educação Sexual.

Sãopaulo - Como falar sobre sexo com as crianças em cada fase da infância?

César Nunes - Por volta dos quatro anos, as crianças começam a se perguntar de onde vieram. Quando meu filho tinha essa idade, contei que a mãe dele e eu juntamos o melhor de cada um para criá-lo. O pensamento nessa idade é fantasioso e egocêntrico, o que desperta interesse por histórias mágicas e que mostram o quanto a criança é querida.

E nas fases seguintes?

Perto dos oito anos, a criança já começa a prestar atenção no sexo oposto. A conversa pode ir um passo além e contar que o pênis e a vagina são usados para gerar os bebês. Quando chegar à adolescência e surgirem questões como a primeira menstruação, já terá sido trilhado um caminho desde a infância. Os adolescentes geralmente evitam falar sobre sexo. Para eles, livros podem ser um meio mais interessante.

Divulgação
Peça do museu interativo Catavento
Quais termos evitar?

Meu pai dizia que crianças más tinham sido deixadas pela cegonha em um bambuzal. Coisas assim são retrógradas. A criança precisa sentir que sua chegada foi um momento especial e também, entender, desde pequena, que seu valor vai muito além das questões de gênero.

E o papel da escola?

Cabe aos pais as primeiras lições de educação sexual. Às vezes, terceiriza-se para a escola a formação moral e ética. Na sala de aula, há um discurso médico-científico, que aborda o funcionamento biológico e a prevenção, mas não gera referências para o comportamento.

Como abordar a homossexualidade?

É importante mostrar que há vários modelos possíveis de família além do que há em casa e deixar claro que se trata de algo diferente dos estereótipos que aparecem na TV.

Como lidar com o erotismo na TV?

A criança não deve ser exposta a situações de sexualidade que ainda não consiga assimilar. Caso isso ocorra, os pais precisam abrir espaço para conversar sobre o que foi visto.


MT - Sem proposta do governo, greve da Educação continua. Haverá nova reunião na terça-feira

Jonas Jozino
Da Redação

Fracassou a tentativa de acordo entre o governo do Estado e os professores da rede estadual de ensino em greve desde 16 de agosto. O encontro entre o Sindicato dos Trabalhadores de Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) e o governador Silval Barbosa na tarde desta segunda-feira. Foram quase três horas de negociação, sem acordo. Nesta terça-feira, acompanhados dos deputados que integram a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, os professores terão nova rodada de negociação, agora na Secretaria de Educação, com o o secretário Ságuas Moraes.A greve dos professores e servidores educacionais já atinge 90% das escolas estaduais.
 
No encontro desta segunda-feira, os professores esperavam que o governador Silval Barbosa, que aceitou se reunir com a categoria após um pedido da Assembleia Legislativa apresentasse uma proposta. Nada aconteceu após quase três horas de conversações. O que o governo apresentou, segundo informou o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes foi pedir o encerramento da greve para estudar as reivindicações da categoria. Pedido que não foi aceito.
 
Os professores voltam a se reunir nesta terça-feira, às 9h, com deputados e Ságuas Moraes, na Secretaria de Educação. Logo depois que os professores deixaram o gabinete do governador, Ságuas permaneceu mais um tempo na sala e ao sair disse que nesta terça-feira apresentará uma nova proposta, que segundo ele, seja viável
 
no exercício orçamentário de 2014.
 
Enquanto isso, a greve continua e atinge 90% dos mais de 38 mil servidores da Educação.
 
Os professores reivindicam reposição salarial de 10%, acima da inflação, além de dobrar o poder aquisitivo da classe, entre outras questões, como realização de concurso público e convocação dos aprovados no último concurso. São reivindicados também o pagamento da hora-atividade para professores interinos, melhoria na infraestrutura das escolas, aplicação dos 35% dos recursos na educação como prevê a Constituição Estadual e autonomia da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) nos recursos devidos na área.
 
Henrique Lopes destacou que o governo não apresentou proposta, mas que já sabe das reivindicações da categoria, sendo que apenas agora, após três semanas, estudarão a viabilidade de atendê-las. “Não tem nada por escrito que nos assegure que irão cumprir, não há proposta. O grupo de deputados irá se reunir através desta Comissão, para que chegue em uma proposta”, explicou.
 
Henrique Lopes disse ainda que a categoria está unida e que para suspender a greve, é preciso que haja um documento do governo do Estado, que efetive as propostas e contemple a categoria.
 
O deputado Alexandre César (PT), que participou do encontro com o governador Silval Barbosa explicou que a Comissão irá se reunir para concretizar uma proposta de recomposição contínua. “A Comissão irá se dedicar para fazer uma proposta, que possa ampliar os recursos da Educação, para que haja uma programação contínua de recursos para a pasta, que visem melhorar a reposição”, analisou.
 
No entanto, Alexandre César destacou que não há como cumprir os 35% da Constituição Estadual para educação, e que o governo segue o que preceitua a Constituição Federal, que destina 25% de investimentos para o setor.


MT - Inscrição para cursos do Pronatec pode ser feita em bairros

Redação 24 Horas News

A Prefeitura de Cuiabá intensificará as ações do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Profissional (Pronatec) a partir deste mês, com o objetivo de profissionalizar o maior número de pessoas possível, retirando-as da situação de baixa renda em que se encontram.
 
Através do Programa Cuiabá Sem Miséria, lançado pela Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano em 20 de agosto, foram lançadas hoje (02) ações itinerantes para realização de matrículas para os cursos do Pronatec.
 
Os cursos são nas áreas de construção civil, gestão e negócios, inglês, espanhol, tecnologia da informação, produção alimentícia, turismo e hotelaria. Serão realizadas ações de inscrição nas zonas urbana e rural até o dia 30 de setembro.
 
Também teve início hoje as ações com o ônibus da Assistência Social, uma unidade volante que servirá para o desenvolvimento de ações para concretizar as inscrições do Pronatec.
 
Esse ano já foram registradas mais de 4 mil matrículas no Pronatec, sendo que o total de vagas para 2013 é de 12.560.
 
Nesta terça e quarta-feira (03 e 04) as inscrições serão realizadas, na ação itinerante, no Terminal de ônibus do CPA III. Na quinta e sexta-feira (05 e 06), as ações ocorrem no CRAS Getúlio Vargas, CRAS Planalto e CRAS Jardim Imperial.
 
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (65) 3645-6820.

IFMT oferta 10 vagas no Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Redação 24 Horas News

As inscrições para o Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (Mestrado) do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) estarão abertas no período de 03 de setembro a 04 de outubro, com oferta de 10 vagas para ingresso no ano de 2014. As linhas de pesquisa são "Qualidade dos Alimentos" e "Desenvolvimento de Produtos e Processos".
 
O processo seletivo será composto por três fases: prova de proficiência em língua estrangeira, de caráter eliminatório; prova de conhecimentos, de caráter eliminatório; e última fase composta por análise de currículo e análise de anteprojeto de pesquisa.
 
As inscrições deverão ser realizadas no período de 03 de setembro à 04 de outubro de 2013, na Secretaria da Pós-graduação do Campus Bela Vista (Av. Juliano Costa Marques, s/n, Bairro Bela Vista – Cuiabá-MT - CEP 78050-560).
 
A Prova de proficiência em Língua Estrangeira está programada para a data de 14 de outubro. A prova de conhecimentos será realizada no dia 28 de outubro. A última fase, de análise de currículo e análise de anteprojeto de pesquisa, está programada para iniciar no dia 07 de novembro de 2013.
 
No edital do processo seletivo constam todas as informações necessárias aos candidatos, incluindo dados sobre isenção das taxas de inscrição, cronograma, conteúdo programático para as provas, modelo de carta de recomendação e outros. 
 
PROPES: Divulgada uma vaga de bolsa de estágio pós-doutoral no Mestrado em Alimentos do IFMT
 
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PROPES) torna pública a divulgação de uma (01) vaga de estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Alimentos do IFMT. A oferta da vaga de estágio faz parte do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD) da CAPES que foi criado com objetivo de reforçar Grupos de Pesquisas Nacionais e Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu recomendados pela CAPES.
 
O Programa concede bolsa no valor de R$ 4.100,00 (Quatro mil e cem reais), destinada a doutores com ou sem vínculo. O período de concessão é de até doze meses, para doutores com vínculo e de até sessenta meses para doutores sem vínculo. O Programa disponibiliza ainda recurso no valor de R$ 12.000,00 para custeio de pesquisa, a partir de 2014.
 
O IFMT fará a seleção por análise de currículo, o qual deverá ser protocolado ou encaminhado por SEDEX à PROPES/IFMT no período entre 04 e 12 de setembro de 2013. Demais Informações poderão ser obtidas no regulamento pelo site http://www.capes.gov.br/bolsas/bolsas-no-pais/pnpd-capesou pelo telefone da PROPES/IFMT (65) 3616-4112.
 
Saiba mais sobre o PNPD/Capes
 
O Programa Nacional de Pós Doutorado da CAPES, é um programa de concessão institucional que financia estágios pós-doutorais em Programas de Pós-Graduação (PPG) stricto sensu acadêmicos recomendados pela CAPES.
 
O número de cotas de bolsas oferecido varia de acordo com critérios definidos pela CAPES, que podem levar em conta o desempenho do PPG na avaliação trienal, as áreas de apoio estratégico, a região em que se situa a IES, entre outros. Os PPGs contemplados são responsáveis pela seleção e acompanhamento dos bolsistas, assim como pela definição de seus objetivos e atividades.
 

Tabagismo na idade escolar


José de Paiva Netto

 
     Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos fumantes tiveram o primeiro contato com o tabaco em idade escolar, na faixa etária entre 5 e 19 anos. O programa “Educação em Debate”, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, abordou esse grave tema, procurando demonstrar a enorme responsabilidade dos educadores, bem como da família, na busca de mecanismos que previnam a aproximação com o fumo, porta de entrada para drogas mais pesadas.
     
     Em entrevista concedida à pedagoga Suelí Periotto, a dra. Mônica Andreis, mestre em psicologia clínica pela USP, vice-diretora da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), destacou o papel da escola na prevenção desse vício: “É a oportunidade que o educando tem de aprender um pouco mais sobre o tabagismo e, com isso, ter mais consciência da importância de não começar a fumar. A escola pode contribuir bastante não só enfocando a questão da saúde, mas ir além, com a discussão sobre por que as pessoas fumam, o papel da propaganda, o quanto isso afeta não só a saúde, mas o meio ambiente em que se vive. Os estabelecimentos de ensino podem abordar o assunto sob diferentes ângulos.
     
     O acúmulo de bitucas, por exemplo, é uma das coisas que mais poluem as praias brasileiras, que matam animais marinhos, porque se engasgam com aquilo; muitas florestas acabam sendo devastadas para a produção de cigarro, pois se usa lenha, se usa papel. E essas informações são muito importantes. Os alunos podem levar esse conhecimento para casa e partilhar com seus pais, familiares ou a própria comunidade.
     
     A escola pode organizar uma feira de ciências, e esse pode ser um tópico a ser discutido; apresentar um filme, chamar a família para participar e depois fazer um debate. Temos várias maneiras de explorar o assunto, e os educadores têm um papel fundamental na prevenção do tabagismo”.
     
     Lei antifumo
     Segundo a dra. Mônica, a lei antifumo contribui de fato para o desinteresse da criança pelo cigarro: “Hoje, esse impedimento é um desestímulo para que ela comece a fumar, porque as pessoas não estão mais fumando em todos os lugares como se fazia antigamente.
     
     Isso, aliado a uma abordagem da escola sobre o tema, de uma forma constante, acaba favorecendo para que não se comece a fumar na adolescência”.
     
     O poder da influência
     Indagada a respeito dos aspectos emocionais que podem influenciar a criança e o jovem com relação ao tabagismo, a dra. Mônica esclareceu ainda: “Alguns fatores acabam favorecendo para que elas experimentem ou comecem a fumar.
     
     A gente sabe que filhos de pais fumantes têm maior tendência de se tornar fumantes no futuro. Muitas crianças começam a fumar por causa desse modelo que elas têm em casa, ou mesmo na escola, daquele professor que admiram e que fuma. Daí a necessidade dessa consciência por parte dos familiares e dos professores, do poder de influência que possuem sobre a vida de uma criança.
     
     Além disso, na adolescência, a gente passa por uma série de modificações. É natural que a insegurança apareça e, às vezes, o cigarro é a válvula de escape na busca de um prazer instantâneo. É importante que a criança tenha essa percepção de que fumar não irá lhe trazer sustentabilidade ou lhe garantir sucesso na vida.
     
     O cigarro é uma droga e, uma vez que a criança o experimente, pode se tornar facilmente uma dependente química. Então, se ela tiver essa consciência, consegue, naturalmente, dizer não”.
     
     Morte evitável
     Em suas considerações finais, a psicóloga Mônica Andreis enfatizou que “o fumo passivo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a primeira causa de mortes potencialmente evitável. É uma dimensão muito grande.
     
     Na verdade, como a gente tinha antes toda uma avaliação cultural de que o tabagismo não era um problema tão grave assim, as pessoas negligenciavam um pouco isso. Hoje temos informações e a clareza do malefício do tabaco para a saúde. É importante também que a escola possa valorizar isso e, de fato, implantar atividades para auxiliar os jovens no conhecimento e na prevenção”.
     
     Grato, dra. Mônica. Nas escolas da Legião da Boa Vontade e nos seus programas socioeducacionais, o assunto é tratado com a seriedade devida. É o nosso contributo a fim de alertar principalmente as futuras gerações quanto ao efeito destruidor do tabagismo.


José de Paiva Netto é Jornalista, radialista e escritor.