sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Iniciativa inédita terá o segundo docente como um assistente para alunos com dificuldades

Rede estadual de ensino de São Paulo terá dois professores por sala


Mariana Mandelli

SÃO PAULO - A partir deste ano, as escolas estaduais de São Paulo vão contar com dois professores em sala de aula, tanto no ensino fundamental quanto no médio. Eles serão chamados de professores auxiliares e terão de dar suporte aos titulares na assistência a alunos com dificuldades de aprendizagem. Não serão vagas para estagiários, mas para quem já é formado e leciona na rede como efetivo, estável ou a candidato à contratação temporária.

A ideia, que faz parte de um novo sistema de recuperação pedagógica da Secretaria Estadual de Educação, é que os alunos que estejam com dificuldades sejam recuperados no momento em que os problemas de aprendizado apareçam, sem esperar o fim do ano e do ciclo escolar.

A ação recebeu o nome de recuperação contínua. Além dela, haverá outra modalidade: a recuperação intensiva.

O professor auxiliar poderá atuar em classes do ciclo 1 do ensino fundamental com mais de 25 alunos. Em cada turma, esse professor poderá auxiliar em até dez aulas por semana.

Já no ciclo 2, apenas as turmas com mais 30 estudantes terão esse docente. No ensino médio, o auxílio será para as salas com mais de 40 alunos. Em ambos os casos, o professor auxiliar atuará em até três horas-aula por semana, distribuídas em até três disciplinas. O número de professores auxiliares será definido após a atribuição de aulas e início do ano letivo.

Escolha. As escolas terão autonomia para aderir ao projeto e para definir como lidarão com a proposta e em quais disciplinas esse professor atuará. Na prática, o professor auxiliar poderá ajudar em todas as atividades, desde o planejamento escolar até dar aula em conjunto com o docente titular.

De acordo com a secretaria, é a primeira vez que dois professores habilitados são colocados em sala de aula.

Hoje, o projeto Bolsa Alfabetização, vinculado ao programa Ler e Escrever e do qual muitas escolas participam, oferece universitários que cursam Letras ou Pedagogia, chamados de "alunos-pesquisadores", para atuar junto com o docente titular nos primeiros anos do fundamental.

"Independentemente desse aluno bolsista, vamos colocar outro docente, já formado, para trabalhar em parceria com o docente titular", afirma o secretário adjunto João Cardoso Palma Filho.

Ele admite que pode faltar professores para algumas disciplinas, especialmente no ensino médio, onde já existe dificuldade para encontrar docentes de física e química, por exemplo. "Nesse caso, se não houver professor, a recuperação não acontece", diz Palma. "Mas isso pode ser minimizado se esses professores completarem suas jornadas atuando como auxiliares."

A secretaria ainda vai implementar avaliações semestrais para alunos dos 6.º e 7.º anos do fundamental e 1.º e 2.º do médio. A ação, denominada Avaliação da Aprendizagem em Processo, visa a diagnosticar a situação dos alunos e promover a melhoria do aprendizado durante o mesmo semestre.

A resolução que regulamenta o novo modelo de recuperação e de avaliação deve ser publicada nesta sexta no Diário Oficial do Estado.

Rede estadual terá dois professores por aula


Iniciativa inédita está sendo chamada de 'recuperação contínua', pois o 2º docente dará assistência aos alunos com dificuldades de aprendizagem

A partir deste ano, as escolas estaduais de São Paulo vão contar com dois professores em sala de aula, tanto no ensino fundamental quanto no médio. Eles serão chamados de professores auxiliares e terão de dar suporte aos titulares na assistência a alunos com dificuldades de aprendizagem. Não serão vagas para estagiários, mas para quem já é formado e leciona na rede como efetivo, estável ou a candidato à contratação temporária.

A ideia, que faz parte de um novo sistema de recuperação pedagógica da Secretaria Estadual de Educação, é que os alunos que estejam com dificuldades sejam recuperados no momento em que os problemas de aprendizado apareçam, sem esperar o fim do ano e do ciclo escolar.

A ação recebeu o nome de recuperação contínua. Além dela, haverá outra modalidade: a recuperação intensiva (mais informações nesta página).

O professor auxiliar poderá atuar em classes do ciclo 1 do ensino fundamental com mais de 25 alunos. Em cada turma, esse professor poderá auxiliar em até dez aulas por semana.

Já no ciclo 2, apenas as turmas com mais 30 estudantes terão esse docente. No ensino médio, o auxílio será para as salas com mais de 40 alunos. Em ambos os casos, o professor auxiliar atuará em até três horas-aula por semana, distribuídas em até três disciplinas. O número de professores auxiliares será definido após a atribuição de aulas e início do ano letivo.

Escolha. As escolas terão autonomia para aderir ao projeto e para definir como lidarão com a proposta e em quais disciplinas esse professor atuará. Na prática, o professor auxiliar poderá ajudar em todas as atividades, desde o planejamento escolar até dar aula em conjunto com o docente titular.

De acordo com a secretaria, é a primeira vez que dois professores habilitados são colocados em sala de aula.

Hoje, o projeto Bolsa Alfabetização, vinculado ao programa Ler e Escrever e do qual muitas escolas participam, oferece universitários que cursam Letras ou Pedagogia, chamados de "alunos-pesquisadores", para atuar junto com o docente titular nos primeiros anos do fundamental.

"Independentemente desse aluno bolsista, vamos colocar outro docente, já formado, para trabalhar em parceria com o docente titular", afirma o secretário adjunto João Cardoso Palma Filho.

Ele admite que pode faltar professores para algumas disciplinas, especialmente no ensino médio, onde já existe dificuldade para encontrar docentes de física e química, por exemplo. "Nesse caso, se não houver professor, a recuperação não acontece", diz Palma. "Mas isso pode ser minimizado se esses professores completarem suas jornadas atuando como auxiliares."

A secretaria ainda vai implementar avaliações semestrais para alunos dos 6.º e 7.º anos do fundamental e 1.º e 2.º do médio. A ação, denominada Avaliação da Aprendizagem em Processo, visa a diagnosticar a situação dos alunos e promover a melhoria do aprendizado durante o mesmo semestre.

A resolução que regulamenta o novo modelo de recuperação e de avaliação deve ser publicada hoje no Diário Oficial do Estado.

Matemática, uma ciência sinistra?

A Matemática é uma ciência sisuda, sinistra, lúgubre, abstrata e tem cara de poucos amigos - pensam muitos que por ela foram humilhados. No entanto, sendo a Matemática a rainha e serva de todas as ciências, uma das joias da coroa de Sua Majestade é lúdica, bem-humorada, hilária e se apresenta na forma de quebra-cabeças, passatempos, sudokus, diversos games, causos e galhofas. Divertem e são bálsamos para as horas de tédio ou quando falta companhia. Ademais, ensejam a têmpera racional da mente. Merecidamente, o mercado de trabalho valoriza o profissional com senso de humor, leitor e dotado de raciocínio lógico.

Os quebra-cabeças são desafios estimulantes. Dos milhares existentes, escolho dois:

1)Três gatos comem três ratos em três minutos. Cem gatos comem cem ratos em quantos minutos?; 2) Numa lagoa, há dois patos na frente de dois patos, dois patos no meio de dois patos e dois patos atrás de dois patos. Quantos patos há na lagoa? Após muitas sinapses, chegamos às respostas: 3 minutos e 4 patos.

Há também anedotas. Um casal de matemáticos cujo marido se chamava Roberto tinha três filhos: zero-roberto, um-berto, dois-berto. Outro matemático, ao contar a história para a filha, assim começava: era uma vez uma floresta F, onde havia três porquinhos P¹, P² e P³, sendo P¹>P²>P³...

A filosofia popular é recorrente desde os para-choques dos caminhões: “A minha vida é como a Matemática, cheia de problemas”, até as cavilosas piadas do Joãozinho. O professor se esmera em explicar que o logaritmo de 2 é 0,30103. Na aula seguinte, quando o mestre pergunta qual o logaritmo de 2, Joãozinho debocha: o lugar-íntimo de dois é ¼.

Atualmente, a relação entre aluno e professor é amistosa, diferentemente do passado. Nas décadas de 1970 e 1980, as provas de Álgebra Linear e Geometria Analítica para os alunos das engenharias da UFPR eram feitas aos sábados, às sete horas da manhã, na chamada “câmara de gás” do Centro Politécnico. Nós, em cinco professores, sob o comando do lendário Leo Barsotti, mais parecíamos um pelotão de fuzilamento.

Participavam cerca de 700 alunos. “Quem não cola não sai da escola” era a filosofia dos estudantes. Boa parte deles passava a noite em claro, preparando-se para aquele inferno de Dante. Às quatro da manhã do dia da prova, toca o telefone na minha residência.

Obviamente, acordo sobressaltado:
- Alô...
- O Napoleão está?
- Aqui não tem nenhum Napoleão!
- Mas por que o cavalo dele está dormindo aí?

Histórias pitorescas sempre têm um pouco de fantasia, principalmente quando se reportam a homens bem-sucedidos. Conta-se que na Universidade de Harvard havia um professor de Cálculo Integral extremamente rigoroso. Na última avaliação do ano, elaborou uma prova muito difícil e lançou um desafio a seus alunos: "se um de vocês tirar nota 10 nesta prova, peço demissão da Universidade e serei seu assessor". Era seu aluno um fedelho de 17 anos, no entanto brilhante nessa disciplina. Obteve nota 9,5.

Até hoje, o nosso caro professor lamenta ter sido tão exigente. Perdeu a oportunidade de se tornar um dos homens mais ricos do planeta. Em tempo: o aluno se chamava Bill Gates.

Enfim, a Matemática tem seus encantos, apesar do rigor e de sua linguagem fria e sincopada. Contemplando as leis físicas e universais, a harmonia e a beleza do Universo, já se disse que a mente de Deus é matemática. E em valorização ao cômico e divertido, não é difícil anuir com Umberto Eco: “O riso aproxima o homem de Deus.”


Jacir José Venturi
jacirventuri@hotmail.com
Foi professor da UFPR e da PUCPR. Autor dos livros: Álgebra Vetorial e Geometria Analítica (9.ª ed.); Cônicas e Quádricas (5.ª ed.) e Da Sabedoria Clássica à Popular.





Liderando com visão e energia

"Não caminhe atrás de mim; eu posso não liderar. Não caminhe na minha frente; eu posso não seguir. Simplesmente caminhe ao meu lado e seja meu amigo."
(Albert Camus)

Robert Cooper é um especialista em inteligência emocional e neurociência da liderança, autor da interessante obra "Get out of your own way", ou seja, "Caia fora de seu próprio caminho", numa tradução livre, na qual ele apresenta cinco chaves para exceder expectativas.

A estas cinco chaves, acrescentei outras duas, totalizando sete aspectos essenciais no processo de liderança. Vamos a eles:

Chave 1 - Lidere pelo exemplo

Uma meta é resultado de inteligência integrada aplicada. Suas decisões devem decorrer de união de três cérebros localizados na cabeça, no coração e nas vísceras. Liderar só com a cabeça limita a criatividade. Você deve ouvir seu coração, mas também dar atenção ao seu feeling - aquele frio na barriga que sentimos por ocasião de algumas ações.

Chave 2 - Administre a direção, não o movimento

As estatísticas apresentadas anualmente pelas revistas que relacionam as maiores empresas globais comprovam que a inovação aplicada gera lucro. Tanto que as companhias mais inovadoras conseguem auferir ganhos superiores a cada novo exercício.

A ciência para ativar este processo de inovação não está no autocontrole, através do qual a motivação torna-se efêmera e o comprometimento se esvai diante da agitação ou do estresse. O êxito está na autorregulação, um processo de vincular metas ao melhor resultado emocional possível.

Um ótimo mecanismo de liderança consiste em comprimir o tempo destinado a uma determinada tarefa ou meta. Assim, relacione suas metas programadas para o período de um ano, por exemplo. Em seguida, estude como realizá-las não em 12 meses, mas em apenas um semestre, um trimestre ou mesmo um único mês.

Lembre-se de que nosso cérebro adora jogar com a segurança. Por isso é tão confortável falar em metas para cinco, dez ou mais anos, pois nada será feito de imediato. Assim, desafie-se! Torne possível o que, à primeira vista, possa parecer impossível.

Chave 3 - Administre a concentração, não apenas o tempo

A neurociência confirma que somos maus administradores de nosso tempo. E, mais do que isso, sofremos forte tendência a perder o foco.

Algumas provocações para sua reflexão:

* Em suas reuniões regulares, como você poderia reduzir em 50% ou mais o tempo gasto, mantendo ou melhorando os resultados?

* Suas reuniões são agendadas para o início do expediente, por volta das 9h, ou logo após o almoço, às 14h, prolongando-se por todo aquele meio turno de trabalho? O que aconteceria se você iniciasse os encontros às 11h ou 17h?

* Quanto tempo você desperdiça diariamente em decorrência de interrupções, distrações, desorganização ou falta de planejamento?

* Estabeleça uma hora por dia sem interrupções para você e neste intervalo trabalhe concentradamente em três objetivos específicos, reservando 20 minutos para cada um deles;

* Um feedback é importante, mas ele atua sobre um evento passado, aprisionando o cérebro e colocando-o na defensiva. Trabalhe com feedforward, ou seja, um impulso emocional positivo para influenciar e mudar de agora em diante.


Chave 4 - Administre a energia, não o esforço

Faça pausas estratégicas de apenas 30 segundos a cada meia hora, e pausas essenciais de dois a cinco minutos no meio da manhã e no período da tarde para aumentar sua energia e concentração.

Você pode fazê-lo realinhando sua postura, respirando profundamente, bebendo água gelada, movimentando-se em direção a uma luz mais forte, entrando em contato com paisagens naturais, situações bem humoradas e expondo-se a mudanças visuais ou mentais. Estas ações podem garantir um incremento de até 50% no seu nível de energia, elevando a produtividade em até 10%. Seja rápido sem se apressar. Mantenha a flexibilidade.

Além disso, administre a transição de seu ambiente profissional para o familiar. Assim, ao chegar em casa, estabeleça uma zona intermediária de até 15 minutos, período no qual deverá apenas cumprimentar carinhosamente seus familiares com no máximo 25 palavras. Procure desacelerar. Tome um banho, troque suas roupas, beba algo. Está comprovado que situações de conflito e argumentos prejudiciais começam ou se intensificam nos primeiros minutos após o regresso ao lar.

Chave 5 - Administre o impacto, não as intenções

O objetivo é reduzir o tempo pela metade e dobrar os resultados. No processo de monitoramento, faça medições semanais - elas aumentam significativamente a iniciativa e a responsabilidade pessoais no cumprimento das metas estabelecidas.

Procure avaliar como andam os níveis de energia e concentração da equipe. Observe as economias de tempo e reduções de custo possíveis, onde foram obtidas e qual sua magnitude. Acompanhe a evolução da eficácia da equipe e o redirecionamento das metas com base no critério da prioridade.

Chave 6 - Compartilhe o propósito

Não são apenas as metas que precisam ser apresentadas à equipe. É fundamental compartilhar missão, visão e valores. As pessoas necessitam de um senso de finalidade para seu trabalho, compreendendo sua real contribuição para a organização.

Contudo, o fato é que muitos sequer sabem qual o produto ou serviço que oferecem ao mercado, quem são seus concorrentes, o que o consumidor espera da corporação e qual a posição estratégica que esta espera ocupar no mercado.

Chave 7 - Lidere com base nas três óticas

Há um objetivo fundamental que é de caráter corporativo. Independentemente de se tratar de uma empresa pública ou privada, os esforços de todos os profissionais devem estar a serviço de um resultado positivo capaz de apoiar, sustentar e conferir reconhecimento à organização.

Porém, para alcançar este resultado, o líder deve centrar foco na equipe, pois é o trabalho conjunto e multidisciplinar o instrumento catalizador do alto desempenho. Um líder deve questionar sua equipe sobre seu aprendizado buscando contribuição e não julgamento.

Mas equipes são formadas por pessoas e este é o último e essencial ponto de vista: o elemento humano. O desafio é conhecer, compreender e auxiliar cada colaborador a alcançar seus objetivos pessoais, enxergando-os como projetos de vida individuais.

Todos os dias os melhores líderes desistem de tudo o que conquistaram para se reinventar na busca pela excelência. Deve-se jogar para ganhar. Ir até onde for possível usando todos os recursos de que se dispõe. Porém, liderança é um jogo de estilo. Não é o que você faz que conta, mas como você faz.

Tom Coelho
tomcoelho@tomcoelho.com.br
Consultor, professor universitário, escritor e palestrante.

O real objetivo da palmada

Breno Rosostolato


O projeto de lei N.º 2654 /2003, da deputada Maria do Rosário, prevê impedir o castigo físico em crianças e adolescentes e está em tramitação no Congresso. A lei já é controversa e polêmica porque suscita discussões e dúvidas entre pais, cuidadores e educadores. Qual o limite para se dar uma palmada? O pai que der uma palmada no filho é criminoso? Existirão delegacias próprias para receber denúncias das crianças? Como será feita a fiscalização?

Não cabe a nós responder tais perguntas. Deixaremos estas questões para nossos parlamentares, mas, enquanto sociedade, devemos discutir a palmada. Considero importante a iniciativa da lei partindo da premissa que a reflexão sobre a violência infantil é o ponto primordial desta lei, uma vez que temos inúmeros casos de maus tratos às crianças.

A palmada não deve ser punitiva e sim educativa, esta reflexão é fundamental para esclarecermos alguns equívocos. A palmada serve para sinalizar à criança a informação mais importante das relações interpessoais, o "não", informação tão necessária para que não se torne um adulto frustrado e que aprenda a reconhecer a impossibilidade de fazer certas coisas. O ensinamento acontece mediante a associação da palavra com a palmada. A palmada muitas vezes complementa a palavra que não é assimilada pela criança. A palmada com explicação é eficaz, revelando ao filho que existe um não, e assim, instrumento de educação utilizado em momentos pontuais: birra, teimosia, etc. Sou enfático em afirmar que o diálogo deve ser considerado o principal vínculo entre pais e filhos. A palmada não é e não deve ser unânime para se educar uma criança.

A prerrogativa de que uma criança que recebe uma palmada se tornará um adultoviolento, me parece pouco consistente, pois não conheço criança violenta por causa de uma palmada, mas sim porque era espancada e apanhava violentamente, e é neste ponto que paira a distorção desta lei. Pais que não sabem diferenciar um espancamento de uma palmada devem no mínimo, repensar sua condição de cuidadores e rever suas condições de orientadores. Além disso, a lei da palmada é insuficiente porque se limita a discutir as violências físicas e ignora as violências verbais e que comprometem emocionalmente da criança. Este tipo de agressão possui efeitos nocivos à constituição da personalidade da criança.

Parece-me evidente a intervenção do Estado Moderno a coparticipação na educação dos filhos com imposições de leis como estas, todavia, a família que deveria ser o cerne das transformações na educação desta criança é desqualificada, diminuindo sua importância e participação. Proibir uma conduta deve implicar em demonstrar outras maneiras de agir e neste aspecto, vivemos a perda da autonomia na família, assim como a maternidade e a paternidade são questionadas e colocadas à prova.

A política de tolerância zero visa transformar a animalidade em humanidade, o que é louvável, mas imediatista no que diz respeito a rediscutir este momento dasrelações familiares e deste novo momento das crianças e adolescentes. O afeto e o respeito são salvadores, o que de fato estamos perdendo cada vez mais no mundo e crime é não resgatarmos estes sentimentos.

Breno Rosostolato
breno.rosostolato@fasm.edu.br
Psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina.

Há muitas formas de destruir e matar pessoas

Fazer sofrer intencionalmente, enganar, mentir, trair e roubar são maneiras de destruir o semelhante. É hipócrita quem chora e lamenta a morte de parente, familiar, amigo ou outra pessoa que ele próprio ajudou vitimar. Os matadores campeões no Brasil são as mentiras, os tabus, o silêncio, a falta de planejamento familiar, as drogas, o conservadorismo, a ignorância, a violência, a corrupção, as religiões de mercado. O discurso religioso e político em favor dos pobres sempre foi demagógico, mas é ótimo recurso para conquistar simpatia e desviar o foco das atenções.

O cidadão honesto tem sofrido demais por conta da imoralidade, turbulências, falta de patriotismo de políticos e gestão desintegrada da esfera pública. A crescente depredação de valores éticos, morais e espirituais tem contribuído fortemente na destruição da família. Sem amor no coração, educação transformadora, meios de comunicação críticos e participação cívica, o ser humano se desequilibra e se desumaniza rapidamente.

Faltam instituições a serviço do lar, oficinas de família, núcleos de emergência familiar, pastoral familiar, movimentos missionários habilitados para humanizar a sexualidade e os relacionamentos conjugais e familiares, aprimorar a convivência interpessoal, tornar as pessoas felizes dentro do contexto global em transformação. Família sólida e bem constituída é fruto de planejamento consistente e maduro. Sob todos os aspectos, traição do homem ou da mulher é cotovelada na alma e na inteligência. Quem trai não é só infiel, é covarde.

Ontem, hoje e sempre, os pais são os pilares da formação do caráter, da personalidade e da moral dos filhos. É lamentável que escolas, entidades representativas, Estado e igreja estejam cada vez menos envolvidos e integrados na construção de relações familiares estáveis. Valores invertidos e corrompidos podem desvirtuar condutas, gerar seqüelas imprevisíveis e causar enfermidades dolorosas para pais e filhos. Falta de diálogo, intolerância e maus exemplos de lideranças confundem e desorientam o cidadão.

Ninguém contesta que a liberdade é direito sagrado inviolável do ser humano, porém o mau uso da liberdade é perigoso; pode até se tornar permissividade. Crianças e jovens precisam ser conscientizados sobre deformação de linguagem; prevenidos sobre a priorização do quociente intelectual, que representa domínio de conhecimentos, e a pouca importância dada para o quociente emocional e o quociente moral; alertados sobre utopias abstratas e pluralismo questionável de normas ético-sociais; orientados sobre direitos civis e frouxidão de deveres cívicos.

Escolas de todos os níveis, independente serem públicas ou privadas, laicas ou mantidas por instituições religiosas, precisam repensar seus currículos e levar em conta que formação integral abrange também a ética, a espiritualidade e a cidadania. A partir de 2000, toda educação foi direcionada para alunos e profissionais serem competitivos, e não para crescerem, se realizarem e serem felizes.


Pedro Antônio Bernardi
pedro.professor@gmail.com
Jornalista, economista e professor.

Ensinar a ler: há vários métodos para juntar as letras

Sara R. Oliveira
Sintéticos, analítico-sintéticos, globais. Os professores têm várias ferramentas para que as crianças aprendam a ler e os pais não devem ficar de fora deste processo. Da palavra à letra, da letra à palavra, passando pelas sílabas, os pré-requisitos são fundamentais.

Aprender a ler é um passo importante. Há vários métodos para ensinar a juntar as letras e reproduzir os sons e os professores têm a tarefa de escolher um ou mais para que a aprendizagem aconteça. Os pais têm também um papel importante e brincar ajuda a valorizar o processo. Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, referentes aos Censos de 2001, enquanto os números recolhidos este ano ainda não são conhecidos, cerca de 9% da população portuguesa é analfabeta.

A UNESCO, organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, revela que cerca de 16% da população adulta mundial não sabe ler nem escrever, dois terços são mulheres. O Dia Internacional da Alfabetização foi assinalado a 8 de setembro. No nosso país, há sinais de melhorias: 52,4% dos jovens dos 15 aos 24 anos afirmam que a leitura é muito importante para a vida pessoal num inquérito feito em março deste ano, no âmbito da avaliação externa do Plano Nacional de Leitura (PNL). Em 2007, a percentagem era de 30,6%. Em cinco anos de existência, o PNL "ajudou a reforçar as competências de leitura" e agora quase 99% dos professores garantem que os seus alunos leem mais.

"O processo de aprendizagem é complexo. O aluno tem de perceber que as letras reproduzem os sons da fala. Hoje, pede-se ao aluno que analise os sons que produz, a língua oral, antes e em paralelo com a aprendizagem da escrita." Ana Rodrigues, professora do 1.º ciclo do Ensino Básico, explica o caminho. Há vários métodos de aprendizagem da leitura e da escrita que se situam entre os sintéticos, analítico-sintéticos e os globais. Mas esta aprendizagem requer alguns pré-requisitos linguísticos, cognitivos e até emocionais.

Ana Rodrigues aproveita o que considera oportuno de cada método para que os seus alunos aprendam a ler. O importante é que os mais pequenos tenham já algumas ferramentas como, por exemplo, uma boa discriminação fonológica. E os professores têm a tarefa de trabalhar os pré-requisitos com os alunos. "Por onde tenho passado, os métodos mais utilizados pelos professores são aqueles que se dizem sintéticos ou analítico-sintéticos", refere. E porque existem diferentes métodos? "Diria que se deve a uma busca pelo método ideal. A pedagogia, a psicologia, a linguística, entre outras, vão sofrendo evoluções e os processos baseados nessas disciplinas, como a aprendizagem da leitura, também", responde.

Ana Rodrigues não reteve uma imagem do momento em que aprendeu a ler. "Não me ficou nenhuma recordação", diz. Mas tem um episódio curioso para contar. Há quatro anos, numa turma mista do 1.º e 4.º anos de escolaridade, constatou que, ao contrário do que seria de esperar, foram os alunos do 4.º ano que mostraram interesse pelas matérias e conteúdos da primeira classe. "Não esperava ver os alunos do 4.º ano completamente fascinados com o processo de aprendizagem da leitura e escrita dos do 1.º ano." "Falámos sobre isso e eles, apesar de terem efetuado a aprendizagem da leitura há pouco tempo, não tinham memória, consciência, do desenrolar desse processo", lembra.

Manuela Sousa, professora do 1.º ciclo, refere que o método mais utilizado para ensinar a ler é aquele que acompanha os manuais, ou seja, o sintético. "É evidente, quer seja este método utilizado ou outro, ele nunca estará a ser utilizado de forma exclusiva", avisa. O professor tem a liberdade de misturar métodos. Para a professora, mais importante do que isso são as estratégias utilizadas.

"É necessário haver estratégia, gestão e todo um conjunto de criatividade que permitam ao aluno aprender." A estratégia não pode caminhar em apenas um sentido e os conhecimentos que o aluno tem são importantíssimos para juntar as letras e começar a ler. "Acredito que antes de iniciar qualquer tipo de aprendizagem na leitura e escrita de palavras, frases, textos, há que insistir na parte fonológica. Porque o ‘a' não tem sempre o mesmo som", explica. Para Manuela Sousa, não há uma melhor maneira de as crianças aprenderem a ler. "Há um professor, um orientador".

Neste momento, a articulação entre o pré-escolar e o 1.º ciclo acaba por espicaçar a curiosidade dos mais pequenos que têm ao dispor livros do Plano Nacional da Leitura e que se habituam à presença das letras cada vez mais cedo. Joaquina Quintas, professora do 1.º ciclo, também refere que há vários métodos para ensinar a ler e a escrever. Da palavra à letra, ou da letra à sílaba e depois à palavra, ou das histórias que conduzem à letra, há de tudo um pouco para abrir as portas ao mundo das letras. "Não há um método rígido".

"Normalmente, acaba por haver uma fusão de métodos para uma melhor aprendizagem da leitura e da escrita." Os professores podem escolher e adaptar o que acharem mais conveniente ao grupo que encontram pela frente. Este ano, com o plano de leitura da Língua Portuguesa, os docentes acabam por ter mais formação na área. E se há um aluno que se atrasa? "O professor pode usar outras maneiras de estar no grupo, outro método."

Joaquina Quintas aprendeu a ler da maneira tradicional, da letra à palavra, pela memorização. Há mais de 30 anos no ensino, a experiência mostra-lhe que hoje as crianças aprendem a ler mais cedo e com menos dificuldades. "Têm contacto direto com os livros a partir do pré-escolar, dos três anos, e há muitos jogos didáticos magnéticos, para construírem palavras." Há mais contacto com a TV e com os computadores. A professora do 1.º ciclo chegou a ter alunos que aprenderam a ler com o antigo programa da RTP "Rua Sésamo". Há uma nova maneira de estar que naturalmente se reflete quando os mais pequenos dão os primeiros passos na escola.

Aprender a brincar
Maria José Araújo, professora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, adianta que as crianças aprendem cada vez mais cedo a ler e a escrever ao observar e ao interagir com os adultos e amigos "em aprendizagens focadas em rotinas, histórias e atividades sociais diferenciadas". "Há uma diferença entre colocar crianças a memorizar letras e números, a fazer fichas estandardizadas sem significado social, e o uso de diferentes formas de grafismo e registo que permitem às crianças a possibilidade de usufruir de uma aprendizagem pela descoberta", sustenta.

Literacia é uma prática social. As crianças devem perceber o interesse e a importância do ato de ler e escrever para que se sintam estimuladas por esse processo enquanto atividade social. Maria José Araújo revela que "há diversos estudos que mostram que os aspetos criativos e lúdicos de introdução e valorização regular da atividade de leitura e escrita, facilitando a consciencialização do que está a ser aprendido - mensagens escritas, etiquetagem de cabides e materiais pessoais, ilustrações, vocabulário visual, desenhos, recados, jogos, coleções de objetos, embalagens, etc. -, são especialmente adequados para incentivar as crianças ao desenvolvimento da linguagem escrita".

Os interesses são diferentes, os níveis e conhecimentos acerca da literacia variam, cada família e cada instituição têm diferentes formas e recursos para incentivar as aprendizagens. As crianças aprendem muito ao brincar, ao jogar, ao imaginar e fantasiar. E os mais velhos têm um papel importante nesse processo. "As crianças vão ao supermercado, ao hospital e a outras instituições onde exercitam constantemente a sua capacidade de leitura. É muito importante pensar no papel do adulto nesta forma de as crianças brincarem, pois é uma vantagem muito grande para a aprendizagem da leitura como prática de cidadania", refere.

Os pais sabem que brincar é fundamental, mas no correr do quotidiano e nas rotinas, esse ato acaba muitas vezes por ser desvalorizado. Ao brincar, os pais podem ajudar os filhos na prática da leitura e na escrita formal. "As consequências para as crianças que não aprendem a ler e escrever são muito grandes, quer a nível pessoal e psicológico, quer a nível social, com implicações a longo prazo", repara. De forma a prevenir essas dificuldades, as investigações sobre o assunto não param. Brincar surge como uma vantagem neste processo. "Muitos professores argumentam que as crianças que têm mais facilidade de aprendizagem dos conteúdos, que exigem desenvolvimento cognitivo na escola, são aquelas que mais brincaram".

Quando o revisor de textos é um bode expiatório

Postado por Valdeir Almeida em 8 de janeiro de 2012

A história apresentada abaixo é real (apenas o nome João é fictício para preservar a verdadeira identidade do profissional).

João é revisor de texto e copidesque de competência e experiência reconhecidas no mercado editorial. Certa vez, ele recebeu uma proposta que sempre recusara, mas, naquele momento, aceitou por ter vindo de uma pessoa com quem nutria certa relação de amizade: o gerente da gráfica que – sem pensar nas consequências, mas apenas no lucro – queria que João analisasse o livro de um cliente da empresa. O problema estava no prazo muito reduzido que essas duas pessoas impunham a João para analisar e corrigir o material de elevado número de páginas.

O resultado do trabalho foi como o previsto: João colocou em prática todo seu rico conhecimento dos recursos da língua, sua habilidade de diagnosticar erros linguísticos e sua experiência notável como copidesque e revisor de livros. Contudo, como precisou correr contra o tempo, deixou passar desapercebidamente alguns erros cometidos pelo escritor da obra em questão.

Após a publicação do livro, tais erros foram notados por alguns leitores e pelo próprio autor. Este se queixou com o gerente da gráfica dizendo que o dinheiro gasto com a revisão foi mal-empregado. O autor, como visto, não levou em conta o prazo exíguo que estabeleceu a João para revisar o livro; nem considerou que o revisor corrigiu os erros mais graves e que, se não o houvesse feito, iria, indubitavelmente, prejudicar a imagem deste escritor.

Essa história (real, frise-se) ilustra o risco de revisar um livro “em cima da hora”. A maioria dos escritores tem consciência de que é inviável avaliar um material extenso em prazo tão curto. Por outro lado, infelizmente, há os que – talvez por desconhecerem a complexidade da modalidade escrita da língua – exigem que seu livro seja analisado “à velocidade da luz”.

E é por sempre honrarmos nossos compromissos e primarmos pela qualidade dos nossos serviços que recusamos propostas como as relatadas acima.

Felizmente, a maior parte de quem solicita nossos serviços compreende que a revisão de texto exige, além de habilidade, um período de tempo peculiar. Tais pessoas são assim, conscientes, por serem escritores no real sentido da palavra, ou seja, valorizam cada profissional envolvido na feitura do livro: do diagramador ao revisor, do ilustrador ao operador do maquinário. Além disso, tais escritores têm o hábito de estabelecer cronogramas para a perfeita execução de sua obra, a fim de que cada passo seja dado sem pressa nem imprevistos.

Texto escrito por Valdeir Almeida – Respeite os Direitos Autorais.

Breves considerações sobre o Estatuto da Juventude

José Patrocínio

Em tramitação no Senado Federal o projeto de lei propondo a instituição do Estatuto da Juventude, estabelecendo diretrizes básicas para implementar políticas públicas voltadas para as pessoas consideradas jovens, consoante requer o artigo 227, § 8º, da Constituição Federal. A proposta é abrangente e objetiva regular plenamente os direitos do jovens garantindo a cidadania e criando mecanismos para ofertar condições mediante incentivos, com destaque para a educação, cultura e política de profissionalização, trabalho e renda.

O Estatuto é de importância fundamental para estas pessoas que se encontram em um período crítico ainda em fase de formação intelectual, física, social e cultural, ainda em processo de transição da condição de dependência para a independência econômica familiar, por isso necessário políticas sérias e concretas para quem logo mais adiante - na condição de adulto -, arcará com tarefas e responsabilidades para o seu sustento, sua prole e com muita consciência social respondera pela defesa de seu país e da sua gente.

Por ser específico, o Estatuto para a juventude brasileira compreenderá garantias qualificando o jovem para caminhar de forma segura para desenvolver suas potencialidades, assim é crível que se privilegiará o incremento de implantação de bibliotecas irradiando luz aos nossos jovens e também se espera com o advento do estatuto - ainda a ser aprovado -, um tratamento mais enfático aos programas de inserção profissional, não só voltado ao primeiro emprego, mas também garantido ao jovem empresário ou de profissão liberal, a oportunidade de criar a sua primeira empresa ou o seu primeiro escritório, clínica ou consultório.

No bojo das propostas realizadas merece destacar ainda a garantia de meias-entradas para acesso aos eventos de natureza artístico-cultural, de entretenimento e lazer, a meia passagem nos transportes públicos assegurando o direito da mobilidade, a obrigação das emissoras de rádio e televisão abrirem espaços com programas destinados a realidade social do jovem, de caráter informativo e educativo.

O que parece soar estranho, motivo sim ainda de muito debate e discussão é a definição como jovens das pessoas com idade compreendida entre 15 e 29 anos, no entanto devemos considerar que justamente na faixa etária dos 24 a 29 anos é que na grande maioria os jovens necessitam de incentivos para completar a sua formação e adquirir a plena independência econômica, podendo alçar novos vôos, sonhar, consolidar projetos e retribuir consciente e de forma solidária à sociedade aquilo que lhe foi concedido por esta mesma sociedade, típico da relação humanitária ganha-ganha.

José Patrocínio de Brito Júnior é advogado, professor universitário e escreve exclusivamente para este blog às quintas-feiras - jpbj.adv@uol.com.br

Faça do espelho seu melhor amigo

Lair Ribeiro


A aparência influencia no sucesso e na empregabilidade de um executivo. Não basta ter um rostinho bonito para ser bem-sucedido profissionalmente, mas isso é uma condição que pode influenciar em muito no sucesso da sua carreira profissional.

Não estamos falando de beleza, mas de aparência, do modo como você se apresenta à sociedade, que engloba desde os cuidados básicos com higiene pessoal (unhas limpas e bem cortadas, barba feita, cabelos bem cortados e saudáveis, maquiagem discreta, etc.), passando pelo modo como você se veste (usando roupas adequadas ao seu tipo físico e cargo, sapatos em excelente estado, acessórios sem extravagância, entre outros itens), até o seu comportamento dentro e fora do local de trabalho (etiqueta profissional), sem esquecer da sua comunicação. E quando o assunto é aparência, estar em paz com a balança é fundamental. Pesquisas revelam que obesidade é fator de rejeição para 65% dos 31 mil executivos pesquisados pelo Grupo Catho (empresa de recolocação profissional), em um estudo realizado em 2005.

Hoje, ser magro não é apenas sinal de beleza, mas também de agilidade, auto-estima elevada, segurança, credibilidade e profissionalismo. Ser obeso, por sua vez, passa a mensagem de cansaço, de baixa auto-estima, de problemas de saúde, como pressão alta, diabetes ou problemas cardíacos, e tudo isso pode ser resumido à idéia de “não dar conta do recado”. A verdade, sem entrar no mérito dessa questão, é que pessoas obesas são discriminadas no mercado de trabalho.

A aparência é tão importante na contratação de profissionais porque é a primeira qualidade que o selecionador pode avaliar nos candidatos. É, literalmente, a primeira impressão, que, como se sabe, é a que fica!

Sua carreira profissional se beneficiará em muito a partir do momento em que você começar a cuidar mais da sua aparência. E cuidando da sua aparência você também cuida da sua saúde física e emocional. Com o peso em dia você se torna mais saudável, com menos risco de desenvolver várias, passa a sentir-se de bem com a vida, torna-se mais produtivo e isso se irradia na sua aparência. E os outros percebem isso facilmente, tanto que seu fator de empregabilidade aumenta.

Se você estiver desempregado ou em busca de promoção, não precisa fazer greve de fome. Para sua energia — e seu peso — se equilibrarem, basta optar por uma alimentação saudável, balanceada e de acordo com as suas necessidades nutricionais, que variam conforme sua idade, altura, sexo e nível de atividade física. Aliás, dedicar-se a uma atividade física regular é altamente aconselhável, não apenas porque acelera o metabolismo e intensifica o processo de emagrecimento, como também porque ajuda a descarregar as tensões do dia-a-dia, restabelecendo a energia e mantendo afastados o nervosismo, o estresse e a ansiedade!

E não se esqueça: Todo esse cuidado não deve ser interrompido após conquistada a vaga ou a promoção. Ao contrário, devem ser mantidos por toda a vida. Sua carreira e a sua saúde agradecem!

Publicado por Lair Ribeiro - 28/11/2011 - 09:58

Na repetência escolar, quem deve ser reprovado: o aluno ou o colégio?

A palavra reprovação escolar está vinculada à ideia de condenação, incapacidade e insucesso. Trata-se de uma questão que aflige todos os envolvidos no processo: os estudantes, os pais e os educadores, além de trazer no seu bojo um conjunto de mitos que necessitam ser esclarecidos, principalmente aos pais.

Acredito que a reprovação não deveria existir no ensino fundamental, pois, tratando-se de escolaridade obrigatória, é esperado que seja oferecida para que todos obtenham sucesso ? compreendido na maior pluralidade possível ? no percurso escolar que lhes é imposto por força da lei. Melhor dizendo, os meninos e meninas não escolheram estudar, mas são obrigados a frequentar a escola porque a sociedade brasileira assim decidiu, com o que concordo.

Ora, se a sociedade decidiu pela escolaridade obrigatória entre os seis e os 14 anos de idade, então que se mobilize para que ela seja eficaz para todos. Isso porque todos são capazes de aprender, desde que sejam respeitados seus sentidos, ritmos, cultura e condições cognitivas.

Partindo desse pressuposto, podemos nos perguntar: por que, então, existe a reprovação? Explico: a reprovação existe porque não sabemos fazer uma escola que trabalhe com as diferenças. Nosso olhar “educador-míope” concebe um aluno-padrão e elabora práticas pedagógicas com base nele. Assim, quem não se enquadra no padrão ? não por ser pior, mas por ser diferente ? acaba sendo reprovado.

Outra hipocrisia da pedagogia da reprovação localiza-se no fato de reprovar apenas o aluno, desconsiderando questões fundamentais do complexo processo escolar. O aluno, aquele que deveria ser resguardado, acaba sendo o culpado pelo seu próprio não saber.

Ora, mas a escola não existe para ensinar? O aluno não vai à escola para aprender? Caso ele não aprenda, quem deve ser reprovado: ele ou a escola?

Contudo, apesar do exposto, se você ainda viver um momento de reprovação escolar, pode tirar dele um pequeno potencial pedagógico. É preciso reconstruir o termo, já que reprovar é um verbo cujo significado pode ser “provar de novo”, como o refazer significa, também, “fazer de novo”.

Confesso que não acredito muito nisso, mas, para acalentar pais angustiados, talvez eles possam dizer aos filhos que, se tivermos que provar um saber num determinado momento e não conseguirmos, resta-nos uma segunda chance. Então poderemos provar de novo aquilo que sabemos, só que em outro tempo.

É importante sabermos ensaiar o discurso para dizer a nossos filhos que reprovar pode ser um novo momento de provar e que, para isso, é preciso revisitar alguns saberes. Seria jogo de palavras? Penso que sim, mas vale tudo para recuperar a esperança e a autoestima de quem é o sujeito do existir escolar.


Francisca Romana Giacometti Paris

frgparis@editorasaraiva.com.br

Diretora pedagógica do Agora Sistema de Ensino, pedagoga e mestra em educação e ex-secretária de Educação de Ribeirão Preto (SP).

Ministério libera 3 milhões de exemplares da última remessa de livros didáticos

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) liberou nesta semana a quarta e última remessa de livros didáticos para o ano letivo de 2012. São 3 milhões de exemplares, que serão entregues pelos correios. Até o início das aulas, em fevereiro, todas as escolas públicas do Brasil terão recebido, no total, 162,4 milhões de livros, que serão usados por alunos do ensino médio e fundamental.

Para 2012, houve acréscimo de livros para as disciplinas de filosofia, sociologia e língua estrangeira (inglês e espanhol) do ensino médio. Cada exemplar do ensino fundamental custou R$ 5,45; do ensino médio, R$ 7,80. O valor total dos livros didáticos distribuídos para a rede pública foi de R$ 1,1 bilhão.

“Se cada aluno do ensino médio recebe 11 livros, o custo do acervo didático por aluno é de R$ 85,80. Este é o valor, em média, de um livro no mercado”, explica Sonia Schwartz, coordenadora geral do programa do livro didático do FNDE. Segundo ela, o grande volume de livros adquiridos pelo MEC permite negociar e reduzir o preço com as editoras.

“Os programas executados pelo FNDE são de grande proporção, são cerca de 150 mil escolas, 33 milhões de alunos”, observa a coordenadora. “É uma logística operacional muito grande. “Cada escola recebe o livro que o professor escolhe, e por isso o programa nacional de livro didático é reconhecido pela grandiosidade dessa sistemática democrática.”

As escolas públicas também receberão este ano, até o primeiro semestre, 12,3 milhões de livros de literatura para alunos das séries iniciais do ensino fundamental e da educação infantil e 15,1 milhões de periódicos – 11 revistas de cunho pedagógico e de gestão – para uso dos professores.

Edição extra do Enem em abril não está garantida para este ano, diz Haddad

Apesar de já estar prevista em edital a realização de duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por ano, a partir de 2012, a aplicação da prova nos dias 28 e 29 de abril ainda está em discussão pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Segundo o ministro Fernando Haddad, a decisão deve ser tomada no máximo até o início de fevereiro.

“A ideia original é essa [ter duas edições do Enem em 2012]. Nós estamos tratando desse assunto com o consórcio [Cespe/Cesgranrio, responsável pela aplicação do exame]”, disse o ministro. De acordo com Haddad, o problema continua sendo o de “dobrar o esforço da realização de uma prova de 5 milhões de pessoas”.

O ministro informou que o Inep está discutindo a questão com os outros parceiros envolvidos na aplicação do Enem, como o consórcio, os Correios, a gráfica e até mesmo as polícias militares nos estados. Não seria necessário fazer um novo contrato com o Cespe e a Cesgranrio, porque o que firmado no ano passado já previa a aplicação de duas provas em 2012.

Também participa das negociações a empresa de gestão de risco contratada no ano passado para oferecer suporte de logística e certificar todas as etapas do exame. De acordo com Haddad, o problema não é orçamentário.

Desde que o MEC deu início ao projeto de substituir o Enem pelos vestibulares tradicionais das instituições públicas, em 2009, a intenção era que o exame fosse aplicado uma vez por semestre. O projeto foi adiado em 2010 e 2011. No ano passado, porém, o Inep anunciou que em 2012 a prova seria aplicada em abril e em outubro. Da Agência Brasil.

MPF pede à Justiça que todos os candidatos do Enem possam ter acesso à redação corrigida

O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) apresentou requerimento à Justiça Federal pedindo que todos os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tenham o direito de vista à prova de redação e possam pedir revisão da nota obtida.

Segundo a Agência Brasil, mais de 70 participantes já conseguiram por meio de ação judicial ter acesso à correção da prova e 28 passaram por processo de revisão, mas apenas um estudante teve a pontuação alterada.

O edital do Enem não prevê a possibilidade de o estudante recorrer da nota obtida. Cada texto é corrigido por dois corretores e caso haja discrepância superior a 300 pontos nas notas atribuídas, um terceiro corretor é chamado para avaliar e dar a pontuação final. O MEC considera que esse procedimento funciona como um recurso. Em função do grande número de participantes - em 2011 foram mais de 5 milhões de inscritos – o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) argumenta que é inviável oferecer a todos a possibilidade de revisão das notas.

O procurador Oscar Costa Filho, autor de várias ações relacionadas ao exame, defende que a extensão das liminares obtidas individualmente por alguns candidatos é “a única via idônea para preservar os direitos violados dos estudantes”.

A nota do Enem pode ser usada para pleitear vagas em universidades públicas brasileiras por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Para o primeiro semestre de 2012 estão disponíveis 108 mil vagas. As inscrições do SiSU começaram à meia-noite de sexta-feira (6) e terminam na quinta-feira (12).

Conhecer a proposta pedagógica da escola do filho é fundamental

Rosângela Cadidé

Sou professora e mãe. É uma mistura um pouco complicada, porque sei que minha profissão vai influir na posição de mãe diante da escola de meu filho. É mais ou menos, assim: imagina um médico que leva o filho ao pediatra. Só o modo de examinar a criança, já mostra ao especialista como é aquele profissional. Para nós professores não é muito diferente.

Sei que essa relação casa e escola é bem complicada. Os nossos filhos ficam bastante tempo na escola, que acaba sendo uma segunda casa. E, de diversas maneiras, tem me chegado dúvidas de pais sobre esse assunto: Como se dá essa relação? Até que ponto eu ( pai ou mãe ) posso ir? O que posso ajudar sem interferir? Assim, escrevo o que acho numa mistura das duas visões: de mãe e de professora. Vamos lá?

Nós, pais, temos que participar da vida escolar dos filhos. Isso é um denominador comum. No entanto, devemos estabelecer limites desta participação. Até onde posso ir? Enquanto, nós, professores, temos que entender o que acontece na vida familiar do aluno para compreender o comportamento do menino em sala de aula. Mas também tem que haver limites. Até onde ir?

A vida escolar e familiar são as duas faces de uma mesma moeda. Porém, na maioria das vezes é complicado ver os limites que existem aqui e ali. Dessa forma, estamos - pais e professores -, na linha fina entre pecar por omissão ou por intromissão. Já vi muitos pais querendo dar sugestões, que nem sempre são bem recebidas nas escolas. Também, já observei muitos pais que diziam não terem tempo para a vida escolar do filho. Para esses últimos, alerto que tenham cuidado. Por vezes, não há necessidade da presença física na escola. Uma boa conversa perguntando como foi na sua escola, o que fez, o que aprendeu,… ajuda nesta participação. Dependendo da resposta, para quem conhece bem o filho, pode-se ver que algo está errado!

Se você é um pai responsável, ansioso por participar mais e dar um pouco de si para ajudar na vida escolar do filho, vá em frente ! Participe! Porém, voltemos a nossa pergunta inicial: Até onde eu, pai ou mãe, posso ir nas sugestões? Primeiramente, deve conhecer, de fato, a proposta pedagógica da escola do filho. Acredite, não é difícil de entender! Se você colocou o filho em uma escola com a linha tradicional; não vá dar ideias muito alternativas. Mas se a escola é mais liberal; não leve sugestões tradicionais.

Lembre-se: quando você conhece a proposta pedagógica da escola terá certeza de que colocou o filho naquela escola por acreditar naquele modelo de aprendizagem. Por isso, nunca tente remodelar a proposta. Por exemplo: se a proposta é ler 3 livros por bimestre, nunca peça para o filho ler 2. Essa é a proposta, tem algum objetivo por trás dela! Pergunte qual é esse objetivo, mas não mude a linha pedagógica. Assim, você irá somar e ser parceiro da escola do filho.

Rosângela Fernandes Cadidé é professora há 11 anos das redes pública e particular, formada em Letras com Especialização em Recreação e Lazer pela Universidade Federação de MT, coordena o Centro de Estudos às Forças Armadas(CEAM) e escreve neste blog às sextas - rosangelacadide@hotmail.com

Estão abertas inscrições para o Programa Brasil Alfabetizado

Redação 24 Horas News


Está aberto o cadastramento para as pessoas que desejam aprender a ler e escrever pelo Programa Brasil Alfabetizado. A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) comunica que as inscrições podem ser feitas até 17 de fevereiro. O cadastro atenderá os interessados em retomar os estudos a partir da alfabetização, bem como, os professores que queiram ocupar a vaga de alfabetizadores e coordenadores, ambos responsáveis pela formação de turmas do programa.

O Programa Brasil Alfabetizado (PBA) é oferecido pelo Ministério da Educação (MEC) desde 2003, e tem como objetivo a alfabetização de jovens, adultos e idosos. Em Mato Grosso, o PBA é realizado desde 2004 e, até 2009, alfabetizou 82.534 pessoas (dados da Seduc com alguns municípios).

O programa nacional é desenvolvido em parceria entre Secretarias de Estado e Municipais, com auxílio de instituições públicas e privadas e sociedade civil organizada. A estimativa é de que existam 230 mil pessoas analfabetas no Estado, desse montante, 30 mil devem participar do programa em 2012.

Dados da Seduc apontam que nos últimos dois anos (2010 e 2011) 27 mil pessoas foram cadastradas no programa, sendo que em 2011 houve um recorde de inscrições. “Com base no ano anterior prevíamos pouco mais de 11 mil inscrições, e chegamos a 16 mil”, relata o coordenador do PBA, na Seduc, Antonio Marcos Mattos.

Segundo Mattos, é importante destacar que o aumento no número de analfabetos no Estado, em 2011, foi fortalecido pela elevação na taxa de migração de pessoas de outros locais do País.

O PBA é formado por turmas de alfabetização com no mínimo 15 pessoas. Eles estudam em espaços alternativos (escolas públicas, espaço comunitários, igrejas). O curso tem duração de oito meses e as aulas são distribuídas entre duas ou duas horas e meia, diárias, conforme acordado entre o grupo. A exigência é que tenham 10 horas aulas semanais.

Os alfabetizadores e os coordenadores de turmas devem ser, preferencialmente, efetivos da rede pública, ou ter no mínimo o Ensino Médio completo com disponibilidade para dar as aulas nos horários estabelecidos com os alunos, além de participar das reuniões semanais com o coordenador. É importante que o alfabetizador tenha habilidade com Educação de Jovens e Adultos.

O coordenador de turma terá de mobilizar e montar com os alfabetizadores de 07 a 15 turmas na zona urbana e, de 05 a 13 turmas na zona rural. Ele será responsável por organizar as ações do Programa com alfabetizadores, visitar as turmas semanalmente, participar de reuniões pedagógicas mensais e Formação oferecida pela Seduc.

Outras informações sobre o PBA podem ser obtidas pelos telefones 0800.647.6325 ou (65) 3613.6325. E ainda, contatos pelos endereços eletrônicos dos professores Elaine Cardoso (elaine.cardoso@seduc.mt.gov.br), Lucila Vargas (lucila.vargas@seduc.mt.gov.br), Marilza Martins (marilza.martins@seduc.mt.gov.br), Antonio Marcos (antonio.mattos@seduc.mt.gov.br) e Benedito Xavier (benedito.xavier@seduc.mt.gov.br).

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

MEC - Estudantes descobrem riqueza histórica e cultural dos povos

Em pesquisas na internet, os estudantes da escola catarinense Gertrudes Milbratz conheceram costumes e tradições de indígenas brasileiros, como os arauetés, do Pará (foto: blogdoiav.wordpress.com)

No ano letivo de 2011, duas professoras que não se conhecem e moram em cidades distantes decidiram desenvolver projetos pedagógicos sobre os indígenas do Brasil. Tanto Cassiana Neta Damaceno, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Garça Branca, em Guiratinga (MT), quanto Kátia Cristiani Borges, a professora de história na Escola Gertrudes Milbratz, em Jaraguá do Sul (SC), ficaram surpresas com o entusiasmo dos alunos em pesquisar e descobrir a história e a cultura de povos tão diferentes.

“O projeto Revendo a Questão Indígena no Brasil foi importante porque muitas pessoas falam coisas que não são verdadeiras”, diz Cassiana. “Acham que os índios são preguiçosos, mas ignoram que esses povos têm cultura própria e outro ritmo de vida.”

Na escola de Kátia, os alunos do sexto ano recorreram a uma página na internet indicada pela professora para escolher um grupo indígena a ser pesquisado. No total, foram realizados trabalhos sobre 18 grupos étnicos de diferentes regiões do país.

Nas duas escolas, professores e alunos descobriram como os indígenas influenciaram e ajudaram a moldar a sociedade brasileira e como herdamos deles palavras, costumes e culinária. “Eles perceberam que os índios atuais são descendentes daqueles que estavam aqui em 1500, na época da chegada dos portugueses”, diz Kátia. “Os alunos viram que somos todos iguais, nativos da mesma terra.”

Situada a 180 quilômetros de Florianópolis, Jaraguá do Sul é uma cidade de 143 mil habitantes, com fortes heranças da colonização alemã. As diferentes culturas que os alunos descobriram na internet parecem, num primeiro momento, uma realidade distante. Mas a influência indígena está no próprio nome da cidade. Jaraguá, na língua tupi-guarani, significa senhor do vale. É como os índios chamavam o Morro da Boa Vista, um dos mais imponentes da cidade.

Na região de Santa Catarina, os tupis-guaranis predominavam no litoral. No interior, vales, encostas e planaltos viviam os xoclengues e caingangues.

Festa — O município de Guiratinga, a 320 quilômetros de Cuiabá, tem 14 mil habitantes. O nome da cidade tem origem no tupi-guarani e significa garça branca. O projeto sobre os indígenas culminou com uma festa de fim do ano letivo da escola. Tanto os alunos do ensino fundamental regular quanto os das classes de educação de jovens e adultos recontaram lendas e participaram de encenações.

Zildo Oliveira Campos, 45 anos, concluiu o ensino fundamental pela educação de jovens e adultos em 2011. “Acho que sou meio índio, mas antes do projeto não tinha noção de como é a vida deles, como é a comida”, diz. Ele foi o pajé na encenação. “Contei a lenda de como surgiu o pé de guaraná.”

Pesquisa — Em Jaraguá do Sul, o desafio dos estudantes da Escola Gertrudes Milbratz era descobrir os costumes e as particularidades dos indígenas brasileiros. Divididos em duplas, eles pesquisaram na internet sobre 18 tribos indígenas. Das mais populares, como os ianomâmis, os pataxós e os xavantes, até os grupos mais desconhecidos — aicanãs, mundurucus e xetás. “Apenas indiquei uma página sobre o tema na internet e os orientei a observar alguns grupos para escolherem um”, diz a professora Kátia. Todos os alunos elaboram textos e prepararam cartazes para apresentação do trabalho em sala de aula.

Alexandre Gnewuch, Gabrieli Borchard e Amanda Costa Sanches, todos de 12 anos, colegas de classe, gostaram de fazer a pesquisa. “Os aicanãs vivem na região Norte e estão quase extintos”, diz Alexandre. Amanda estudou sobre uma tribo mais numerosa, os guaranis-caiouás, que se concentram em Mato Grosso do Sul e na fronteira com o Paraguai. “São mais de 77 mil índios dessa tribo”, ressalta a estudante.

O trabalho de Gabrieli abordou os arauetés, que vivem na margem direita do alto Xingu, no Pará. “Eles acreditam que vivem num mundo entre dois céus e o mundo dos brancos. O mundo deles é o que já foi habitado pelos deuses”, conta. Ou seja, o melhor dos mundos é o deles, o mundo indígena.

Rovênia Amorim

MEC

Confira o blog da Escola Garça Branca

Confira a página Povos Indígenas no Brasil







O que faz a diferença


Lair Ribeiro

O objetivo deste artigo não é modificar o seu estilo de vida, mas mostrar-lhe pequenas coisas que, se feitas constantemente, podem fazer enorme diferença no seu viver.

É a constância, e não o tamanho da mudança, o que faz a diferença. Pequenos ajustes, periódicos e freqüentes, são fundamentais. Às vezes, uma pequena diferença no desempenho provoca uma enorme diferença no resultado.

Veja um atleta que nas Olimpíadas bateu o recorde dos 100 metros rasos. Por muito tempo, o mundo inteiro só fala dele. O segundo colocado pode ter che¬gado apenas alguns milésimos de segundo atrás, também teria sido o recordista, mas ninguém fala dele. Na Fórmula 1, no futebol, em tudo é assim: uma pequena diferença no desempenho faz uma pessoa, e não outra, ficar famosa.

Seu Cérebro: uma Máquina Fantástica

• Pense na sua vida e na vida das pessoas de quem você gosta.

• Pense nas pessoas bem-sucedidas e famosas que você admira.

• Encontre cinco motivos para justificar a sua admiração por elas.

Agora, pense em você: se você acha que não pode “chegar lá”, é porque alguma coisa dentro de você está se recusando a isso. A única ferramenta que leva as pessoas ao sucesso, você também tem: é o cérebro. Então, que tal aprender a usar melhor esse seu super-computador humano?

Quem sabe, vai mais longe!

Para dirigir melhor o seu carro, você precisa saber como ele funciona. Na vida é a mesma coisa: para pensar melhor e ter mais sucesso, é preciso entender como o cérebro funciona.

Qualquer pessoa precisa de duas pernas em perfeitas condições para andar e correr. Se uma delas estiver atrofiada, a pessoa vai mancar. Com o cérebro também acontece isso. O cérebro é composto de dois hemisférios: o esquerdo e o direito. De modo geral, a educação que recebemos na escola privilegia o desenvolvimento do hemisfério esquerdo, que é a parte lógica e analítica do nosso cérebro. O desenvolvimento do hemisfério direito, em que fica a intuição e a criatividade, costuma ser deixado em segundo plano.

O resultado disso? As pessoas aprendem a pensar apenas com um lado do cérebro, desperdiçando a capacidade do computador mais poderoso do mundo.

Os hemisférios esquerdo e direito de nosso cérebro têm funções totalmente diferentes, mas são complementares. É importante não se esquecer disso. Para alguém ser bem-sucedido, seus dois hemisférios cerebrais precisam trabalhar em equilíbrio e harmonia.


Publicado por Lair Ribeiro - 02/01/2012 



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Carta deixada de herança revela falta de dinheiro de Beethoven


Uma carta rara escrita à mão pelo compositor alemão Ludwig van Beethoven, reclamando de doença e de falta de dinheiro, apareceu em um instituto no norte da Alemanha como parte de uma herança, provocando excitação entre os amantes do gênio musical.

O Instituto Brahms na cidade de Luebeck, no norte do país, disse que a carta de seis páginas que traz a assinatura do compositor e o selo original era, em resumo, uma tentativa de vender sua conhecida missa "Missa solemnis", que ele completou em 1823.

Na carta, Beethoven pede ao harpista e compositor Franz Anton Stockhausen que o ajude a encontrar compradores para a missa.

O mais surpreendente são os detalhes sobre sua situação pessoal, como suas preocupações financeiras, uma doença ocular e uma tentativa de encontrar um dentista amante de música que havia escrito para ele, disse Stefan Weymar, pesquisador musical do instituto.

"Meu salário baixo e minha doença exigem esforços para fazer melhor fortuna", escreveu Beethoven na carta, que ficou amarelada com o tempo e precisa ser armazenada em condições especiais e tocada com luvas.

Beethoven, que tinha 53 anos quando escreveu a carta, continua dizendo que a educação de seu sobrinho era dispendiosa e que o garoto precisaria de apoio após sua morte. A escrita, que se inclina para a direita, dá a impressão de bagunçada e está repleta de correções e rabiscos.

"Beethoven não era um compositor com uma letra bonita. É espontâneo e ele escreveu coisas, então as rabiscou, seus pensamentos mudaram conforme escrevia, e é essa a impressão deixada pela carta", disse à Reuters Weymar.

No final, ele escreve: "todas as cartas a mim não precisam de nada além de 'para L. v. Beethoven em Viena', onde eu recebo tudo".

A missiva terminou nas mãos da professora de música Renate Wirth, descendente do destinatário.
"O legado é de um valor histórico extraordinário - uma sorte para o Instituto Brahms. A carta de Beethoven está avaliada em mais de 100.000 euros (127.400 dólares)", disse o chefe do instituto, Wolfgang Sandberger.

Nascido na cidade alemã de Bonn em 1770, Beethoven mudou-se para Viena ainda jovem e se tornou um dos compositores mais célebres de todos os tempos, abrangendo as eras clássica e romântica. Sua surdez no fim da vida tornam suas realizações musicais ainda mais surpreendentes.

Beethoven morreu em 1827, quatro anos depois de escrever a carta, e foi enterrado em Viena.

Sua Sonata ao Luar para piano e as quatro notas de abertura de sua Quinta Sinfonia estão entre as obras de música clássica mais conhecidas já escritas. Sua Ode à Alegria, parte da Nona Sinfonia, foi adotada como o Hino da Europa da União Europeia.

"O apelo de uma carta escrita à mão por Beethoven é certamente muito grande", disse à Reuters Michael Ladenburger, chefe do museu Beethoven House, em Bonn.

Esse apelo está refletido nos leilões - uma lista de compras com apenas seis palavras foi leiloada por 60.000 euros no ano passado.

"As cartas dele eram raras e a extensão desta, com a compreensão que fornece de sua vida pessoal, torna-a de fato muito interessante", disse Ladenburger.

O Instituto Brahms exibirá a carta a partir da próxima semana.





Justiça dá 5 dias para Inep responder sobre acesso à redação do Enem



MPF quer que todos os candidatos vejam a cópia da redação e a correção do exame


SÃO PAULO - A Justiça Federal no Ceará deu cinco dias para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), braço do Ministério da Educação responsável pelo Enem, se pronuncie sobre pedido do Ministério Público Federal para que o órgão mostre a todos os alunos a cópia da redação e a correção do exame. Até agora, 71 alunos já tiveram acesso à prova por meio de ações judiciais.

A mesma decisão impõe 5 dias para que o Inep explique quais foram os critérios para atribuição da nota da prova objetiva dos alunos do Colégio Christus, de Fortaleza. Ao todo, 1.139 alunos do colégio e curso pré-vestibular tiveram 14 questões anuladas porque, segundo investigações, tiveram acesso antecipado a questões. O MEC defende que, mesmo com número desigual de questões analisadas, é possível manter equilíbrio na nota em função da Teoria de Resposta ao Item (TRI), modelo de correção adotado no Enem.

O MEC afirma ter analisado a revisão de notas em 27 casos. Só no caso de um estudante de São Paulo a nota foi alterada.

Além do MPF no Ceará, a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro também pediu acesso à redação para todos os participantes do Enem. A Defensoria ainda pede na ação civil pública que seja aberto, após a vista da prova, prazo de 10 dias para recurso. Além disso, que seja prorrogado o prazo de inscrições no Sistema de Seleção Unificado (Sisu).

Prefeituras – Gastos com educação continuam desigual por regiões do País


Autor: Eliomar de Lima

“Entre 2009 e 2010, os gastos municipais com educação cresceram 10,7%, chegando a um investimento total de R$ 80,92 bilhões. Os dados foram divulgados pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e incluem, na conta, repasses da União e dos estados aplicados na área, pelas prefeituras. O aumento dos recursos é consideravelmente superior ao verificado em 2009, quando a crise econômica impactou negativamente na arrecadação fiscal. Naquele ano, os investimentos na área cresceram apenas 2,8%.

Por determinação constitucional, os municípios são obrigados a aplicar pelo menos 25% da arrecadação de impostos e transferências em educação. O aumento nos investimentos, combinado a uma diminuição da população em idade escolar e, consequentemente da matrícula nas redes municipais, fez crescer o gasto médio anual por aluno – que, em 2010, chegou a R$ 3.411,31 ao ano. No ano anterior, esse valor tinha sido R$ 3.005,27, o que significa um crescimento de 13,5%.

Apesar do aumento, há grandes desigualdades regionais nos gastos por matrícula. Um aluno de uma escola pública do Sudeste, por exemplo, recebe o dobro de investimento municipal do que um estudante do Nordeste: R$ 4.722,46 contra R$ 2.309,60, respectivamente. No Norte, o gasto por aluno é R$ 2.381,75 anuais, no Centro-Oeste R$ 3.622,28 e no Sul R$ 4.185,25.

Para Maria do Carmo Lara, prefeita de Betim (MG) e vice-presidente para Assuntos de Educação da FNP, as diferenças salariais dos professores de cada região têm grande impacto nessa conta. Isso porque, em geral, os professores do Sudeste ganham mais do que os do Norte ou Nordeste. “Também tem a questão do investimento em educação de tempo integral. No Sudeste, tem muito mais escolas que já oferecem essa modalidade e o impacto nos investimentos é grande”, explica. A FNP defende uma maior participação da União nos gastos com educação, especialmente nos estados que têm menor arrecadação.

A maior parte dos municípios (42,3%) gasta em média de R$ 3 mil a R$ 5 mil por aluno ao ano. Cerca de 28% investem de R$ 2 mil a R$ 3 mil, 17,6% de R$ 5 mil a R$ 10 mil e 1,4% gastam mais de R$ 10 mil. Uma em cada dez prefeituras investe menos do que R$ 2 mil por aluno anualmente.

A prefeita de Betim avalia que os gastos em educação cresceram não apenas porque há um aumento na arrecadação e, consequentemente, no percentual de recursos aplicados. Para Maria do Carmo, o fato é que as prefeituras estão mais interessadas em investir na área e “vários” municípios já aplicam mais do que os 25% da arrecadação obrigatórios pela Constituição.

“Hoje, você tem as avaliações e o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, indicador que mede a qualidade do ensino], que ajudam as escolas e os municípios a estarem mais bem colocados em relação a outros. Isso faz com que os municípios se organizem para melhorar a rede. O investimento em formação de professores aumentou muito”, diz Maria do Carmo.

Analisando o total dos investimentos, o levantamento mostra que houve crescimento das despesas com educação em todas as regiões. O Norte e o Nordeste registraram crescimento acima da média nacional em 2010: 15,3% e 11,8%, respectivamente. No Sul, o aumento dos investimentos foi 8%, no Centro-Oeste, 9,6% e no Sudeste, 10,4%. Os municípios da Região Sudeste respondem por um terço das matrículas municipais e por 46,7% do total de recursos aplicados pelas prefeituras em educação. O Nordeste responde por 26,1% dos investimentos, o Sul por 13,5%, o Norte por 7,9% e o Centro-Oeste por 5,8%.”


(Agência Brasil)

TCE manda Secretaria da Educação suspender contratação de temporários

Autor: Eliomar de Lima

Em sessão realizada nesta terça-feira, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou, por unanimidade de votos, a suspensão do Edital nº 01/2011, da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), que tinha como objetivo a seleção para formação de banco de recursos humanos composto por docentes a serem contratados por tempo determinando para as escolas da rede pública estadual de Fortaleza. A suspensão havia sido aplicada cautelarmente na última quinta-feira (1º de dezembro), por meio de despacho proferido pelo relator, conselheiro substituto Paulo César de Souza.

A medida foi adotada em processo de Representação formulado pela 5ª Inspetoria de Controle Externo (5ª ICE), que ao realizar acompanhamento sistemático de publicações realizadas pelos órgãos da administração pública estadual, constatou a publicação do Edital e seu desacordo com a Lei Complementar nº 22/2000, que regula a contratação de professores em regime temporário.

Ao acolher os argumentos apresentados pela Inspetoria, o relator entendeu estar presente no Edital afronta ao artigo 4º da Lei Complementar 22/2000; determinando sua suspensão, bem como prazo de 5 (cinco) dias para que secretária da Educação do Estado, Izolda Cela, apresente os esclarecimentos e informações. Também foi determinado que, no prazo de 15 (quinze) dias, a titular da Seduc disponibilize ao Tribunal todas as seleções realizadas para contratações de professores temporários a partir de 22 de março último.Acompanharam o voto do relator os conselheiros Alexandre Figueiredo, Edilberto Pontes e Soraia Victor, bem como o conselheiro substituto Itacir Todero.


(Com TCE)

Fernando Haddad terá que se explicar sobre suposta empresa de fachada


Autor: Eliomar de Lima

“A Mesa Diretora do Senado aprovou na terça-feira um pedido de informações ao ministro da Educação, Fernando Haddad, para que ele se explique por escrito sobre a suposta contratação de uma empresa de fachada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

O ministro terá 30 dias para esclarecer a contratação da Jeta Soluções e Serviços em Tecnologia da Informação Ltda, suspeita de ser uma empresa fictícia, em um processo de licitação para serviços de segurança na internet.

De acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense , o Inep teria contratado para prestar serviços de segurança da informação na internet uma empresa registrada em nome de músicos sertanejos.”


(Portal Terra)

Alunos voltam às aulas e negociação é retomada nesta segunda-feira



Valor do mínimo a ser aplicado por aluno da escola pública cresce 21% em 2012


Autor: Eliomar de Lima



“O investimento anual mínimo por aluno da rede pública para 2012 foi fixado em R$ 2.096, 68 pelo Ministério da Educação (MEC). O valor se refere aos estudantes dos primeiros anos do ensino fundamental (1° ao 5° ano) e serve como base para calcular quanto as redes de ensino (municipal e estadual) irão aplicar para custear as matrículas de cada etapa da educação básica – creche, pré-escola, ensino fundamental e médio.

O patamar definido pelo ministério em portaria publicada na última semana é 21,75% maior do que o referente a 2011 (R$1.722,05). Ele é calculado com base na estimativa de arrecadação dos impostos e contribuições que compõem o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Os estados que não atingem o valor mínimo por aluno recebem complementação da União. Segundo o MEC, em 2012, nove unidades da Federação receberão os recursos do governo federal: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí.

De acordo com as estimativas calculadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do MEC responsável pelo Fundeb, o estado que terá em 2012 o maior investimento por aluno será Roraima: R$ 3.531,27 – considerando o valor que será aplicado para estudantes das séries inicias do ensino fundamental de escolas urbanas. Em seguida aparecem São Paulo (R$ 3.192, 81), Rio Grande do Sul (R$ 2.913,05), Amapá (R$ 2.871,54) e Espírito Santo (R$ 2.831,67). Os patamares de investimento variam de acordo com cada etapa. O valor a ser aplicado por aluno é maior na creche e nas escolas que oferecem ensino em tempo integral”.

(Agência Brasil)

Secretaria Municipal da Educação manda nota para Blog informando estar realizando um “reordenamento” no sistema

Secretaria Municipal da Educação manda nota para Blog informando estar realizando um “reordenamento” no sistema

A Ética, a Moral e o Costume.


Autor: Djalma Wilson J. Franco


Ética é uma palavra de origem grega com, provavelmente, duas origens. A primeira é a palavra éthos, com "e" curto, que pode ser traduzida por costume; a segunda, com "e" longo, que significa propriedade do caráter. A primeira é a que serviu de base para a tradução latina "MORAL" enquanto que a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a palavra Ética. Enfim, é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais e do costume. Não deve ser confundida com lei, embora a lei tenha como base princípios éticos e como fonte os costumes.

A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, filosófica, moral e praticamente, as ações de um grupo em particular, ou é o estudo sistemático de, sobre como nós devemos agir. Realmente, os termos "ética" e "moral" são particularmente apropriados para nos orientarmos. Então, a ética não deve ser confundida com dúvida, embora com muita frequência ela se apresente como um dilema, que não é um sinonimo, á rigor.

Exemplos não faltam, o caso do policial que se vê ante a contingência de torturar um adolescente para arrancar a confissão de seu pai um criminoso que mantém cinco reféns ameaçados de morte; a prática da eutanásia; ou ainda a emblemática e conhecidíssima escolha de Sofia; o dilema de ter que sacrificar uma gêmea siamesa para salvar a outra; temos também o caso dos esportistas peruanos do acidente nos Andes que se alimentaram dos colegas mortos. São todos exemplos de dilemas, que na sua esmagadora maioria tem anterioridade suspensiva sobre as quais muitas vezes não temos dúvidas.

Indubitavelmente, todos os agrupamentos sociais carregam características heterogêneas onde se pode encontrar de tudo, sejam médicos, advogados, mineiros, lixeiros, políticos, enfim todos; como também sempre existirão bons, magros, ruins, gordos, ricos, éticos, pobres, não éticos, enfim todos também.

Todavia, é particularmente sensível a freqüência com que se constata a maior concentração de falta de ética e de retidão de caráter do que entre os políticos e autoridades de todos os matizes. E esta não é uma acusação motivada apenas pela alta freqüência de corrupção não, é muito mais pela mais absoluta certeza da impunidade penal que os acusados tem, inclusive por conta de um judiciário e um sistema de leis, organizados de maneira a impedir, na prática, que os corruptos recebam qualquer punição efetiva e verdadeira.

Exemplos, importantes até, não faltam. Em 2008 o, na época presidente Lula, supremo mandatário do País, numa certa oportunidade, afirmou com todas as letras que o Sarney não poderia ser julgado como uma pessoa comum. Absurdos á parte, esta declaração talvez motivada até pela ignorância e falta de berço, referia-se a um senador com o maior tempo de atividade política do país. Há mais de 57 anos este senhor representa um estado cuja situação política, econômica e social é a uma das mais calamitosas da nação, tendo sido talvez um dos mais incompetentes dos presidentes, é sim merecedor de julgado igual a qualquer cidadão brasileiro. Até o seu voto tem o mesmíssimo valor. Também serve como exemplo lapidar de nossa história recente, a queda de seis ministros acusados de corrupção, advindos da herança maldita recebida pela presidente Dilma.

Curiosa e desafortunadamente, a perplexidade e a indignação, sempre irão ficar por conta da nossa incompetência enquanto eleitores, em eleger gente que não recebeu educação em casa enquanto pequeno e hoje falhas de caráter, e que pensa que pode fazer na vida, com a coisa pública o que faz na privada. Desculpem-me o trocadilho que certamente foi deselegante mas, ao par de ser uma verdade, foi irresistível.



Djalma Wilson J. Franco é economista e gerente da CDL em Sinop

Como diminuir os períodos longos

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Educação - Metade dos jovens brasileiros de 14 anos já superou escolaridade de suas mães

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Educação - Crianças que frequentam creche e pré-escola têm mais sucesso escolar

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Educação - Crianças negras com atraso na escola são o dobro das brancas

Educação - Crianças negras com atraso na escola são o dobro das brancas

Artigo - Políticas publicas na educação

Na educação escolar é necessário que ocorra uma responsabilidade e compromisso com a discussão em relação às questões ambientais. A educação ambiental é um elo necessário na busca de uma sociedade ambientalmente sustentável e deve ser considerada um instrumento ou área de conhecimento que surgiu da necessidade de se discutir o modelo de desenvolvimento insustentável que a sociedade ocidental usava e ainda usa, e que se aumentou após a revolução industrial.

A problemática da questão ambiental envolve todos de uma forma global, perpassando várias matizes de importância, dependendo de grande informação, sensibilização,condição sócio-econômica e cultural, entre outros fatores envolvidos. O surgimento de movimentos político-sociais, em diferentes culturas e sociedades, provém da necessidade de mudanças, da quebra com modelos que não condizem mais com as aspirações ou necessidades das pessoas e do ambiente de um modo geral.

O que ainda impede o acontecimento efetivo da educação ambiental em nosso país? Pode ser a falta de conhecimento ou de interesses próprios do poder público? Além disso, qual é a expectativa real em relação a resoluções? Algumas dessas indagações não possuem respostas ou têm um cunho bastante subjetivo, contudo, algumas considerações serão feitas. O primeiro objetivo ambiental que o Brasil tem que cumprir é eliminar a pobreza, onde coincidentemente estão as condições ambientalmente piores.

Não existe pior poluição comparada à falta de dignidade que a extrema escassez de recursos materiais possam trazer ao indivíduo. É necessário produzir, entretanto, da forma mais racional possível, com propostas tecnológicas inovadoras e “limpas”. Neste sentido e procurando alcançar objetivos talvez incalculáveis, tamanha magnitude, a educação não só ambiental, mas de forma global e dignificante, na qual o indivíduo se respeite mais e passe a respeitar mais os elementos de seu “meio ambiente”, é imprescindível, urgente.

O grande problema da educação ambiental, e talvez o motivo de tantas críticas e contradições, está na forma como ela vem sendo feita. E assim também como muitos outros instrumentos que políticos ambientais assumem como caráter puramente técnico ou natural ao extremo.

“Dificilmente as soluções puramente técnicas possibilitarão a tomada de decisões efetivamente justas e racionais”. Por isso devem pensar como ser humano sensível, prático e concreto, sem delimitar poderes para que haja soluções dos problemas levantados na sociedade, onde todos trabalham por uma causa justa e comum.



Samira Borges de Oliveira, Professora, Graduada em história e Pedagogia,Especialista em Arte e Educação e Educação Ambiental,
Mestranda em Ciências da Educação.

“Para construíres o teu futuro, estuda o passado”

Sandra Porto Ferreira 


Ser professor hoje é mostrar aos alunos um ponto de vista do mundo que eles ainda não viram, com dedicação com amor e acima de tudo com esperança de dias melhores.

A educação é um instrumento de transformação do ser humano, pois torna-o capaz de pensar, sentir e agir de forma consciente e plena.

De acordo com Gadotti, "Aprender não é acumular conhecimentos. Aprendemos história não para acumular conhecimentos, datas, informações, mas para saber como os seres humanos fizeram a história para fazermos a história. O importante é aprender a pensar (a realidade, não pensamentos), aprender a aprender".

No decorrer dos tempos, a educação tem evoluído cada vez mais. Com o advento da globalização, o conhecimento - até então restrito - vem sendo socializado, através dos sistemas de informação.

Mas não adianta ter acesso a esse conhecimento sem pensamento crítico e reflexivo. Atualmente estamos passando por profundas transformações na educação, tendo em vista que a informação se propaga extraordinariamente através dos meios de comunicação. Antes, a mesma era pautada em apenas transferir conhecimento - o professor detinha o saber - hoje coloca-se o aluno como centro de aprendizagem. Segundo Gadotti "O Professor é muito mais um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação.

O aluno precisa de construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz". As chamadas TIC colocam o aluno frente a frente com o saber. Cabe ao professor mediar este processo de aprendizagem de forma que o aluno venha ser capaz de "aprender a aprender" e "aprender a fazer", sendo estes os grandes pilares da Educação.

Segundo Gadotti, "diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de um mundo em constante mudança, seu papel vem mudando, senão na essencial tarefa de educar, pelo menos na tarefa de ensinar, de conduzir a aprendizagem e na sua própria formação que se tornou permanentemente necessária". Há a necessidade de uma nova mudança no papel da educação, passando de apenas transmissão de conhecimentos para colocar em primeiro lugar o "aluno", havendo, desta forma, uma troca de saberes, de experiências, motivações para que o "aluno" seja capaz de "um dia" intervir e de se relacionar com a sociedade/realidade em que se depara, a partir desse conhecimento.

Os desafios educativos colocados pela sociedade atual e pelo trabalho docente são cada vez mais exigentes e em constante mutação. Nos últimos trinta anos, assistiram-se a profundas mudanças sociais que se repercutiram nos comportamentos, estilos de vida, atitudes e valores, com elevado impacto na vida e na profissão dos profissionais da educação (Barros, 2005). É num contexto de incerteza face às mudanças educativas constantes que os professores da "escola de hoje" trabalham tentando, mesmo assim, responder positivamente àquilo que a atualidade escolar exige.

Ser professor hoje é mostrar aos alunos um ponto de vista do mundo que eles ainda não viram, com dedicação, com amor e acima de tudo com esperança de dias melhores.

Concordo com Rubem Alves quando ele menciona: "Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O Professor assim não morre jamais...". É através das nossas atitudes e ações que podemos transformar a educação refundindo num lugar onde todos possam ser incluídos podendo dividir as mesmas oportunidades.

Podemos afirmar que se cada um fizer a sua parte, juntando a sua parte com a dos outros, podemos mudar a realidade atual e, desta forma, olhando o passado perspetivamos o futuro.
Augusto Cury refere: "Educar sempre foi uma arte que dá prazer, mas atualmente passou a ser um canteiro de ansiedade (...), uma semente foi plantada e talvez (...) talvez germine".

Discípulos e Mestres

Albano Estrela

Professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação), nasceu no Porto em 1933. Autor de variadíssimos trabalhos na área das Ciências da Educação, tem-se dedicado, nos últimos anos, à literatura de ficção, nomeadamente ao conto e à crónica ("O Mapa dos Sabores", "Crónicas de Um Portuense Arrependido", "As Memórias que Salazar Não Escreveu", "E Se o Mal Existisse Mesmo?", entre outros).


'...no Oriente, na Índia, não é a relação funcional entre duas pessoas que determina a mestria - esta, na verdade, só pode ser conferida pelo discípulo. O mestre, só o é, se for reconhecido como tal pelo seu discípulo. A relação mestre-discípulo insere-se na aceitação da supremacia do outro, enquanto fonte de saber e farol de espiritualidade.'

Dizia-me uma amiga - que tem dedicado parte da vida à prática e à reflexão yoga -, que, em Portugal, não há uma autêntica vivência yoga. E quanto mais o yoga se desenvolve, menos ele existe, entre nós. Para ela, a razão era clara: não temos uma mentalidade oriental. Como exemplo, referiu-me a relação mestre-discípulo. Quando alguém completa a sua formação, passa a formar outros, a quem considera 'discípulos'. E, por via disso, passa a ser o seu 'mestre'. Ora, no Oriente, na Índia, não é a relação funcional entre duas pessoas que determina a mestria - esta, na verdade, só pode ser conferida pelo discípulo. O mestre, só o é, se for reconhecido como tal pelo seu discípulo. A relação mestre-discípulo insere-se na aceitação da supremacia do outro, enquanto fonte de saber e farol de espiritualidade. É uma relação mágica. Não assim em Portugal, com 'mestres' reduzidos a instrutores e 'discípulos' a instruendos, enredados, todos eles, nas malhas que as práticas físicas do yoga tecem à volta daqueles que prescindem da vivência dos princípios que lhes subjazem - e são a sua razão última de ser (e a sua essência).

Eu, a pensar no que tenho visto e vivido, quis saber mais, se o mestre também o era mesmo quando o não queria ser. Ou seja: o que acontecia se ele não aceitasse que o discípulo o considerasse como tal? A resposta foi perentória: esse modo de pôr a questão nada tem a ver com o verdadeiro yoga. A 'mestria' é uma dádiva e o seu reconhecimento, a sua outorgação, está no coração do discípulo; não depende, pois, da vontade de quem a recebe, mas de quem a dá. Se assim é, e por que estamos perante um outro paradigma, que cessem as minhas interrogações e que eu me reduza à minha condição de pequeno bárbaro, na orla da Europa Ocidental acocorado....

Mas no caminho que nos conduzia à Lisboa das nossas misérias, enquanto ela falava e eu seguia os movimentos dos faróis dos automóveis que connosco se cruzavam, fui-me lembrando dos dois grandes professores de Filosofia que tive, na Universidade de Coimbra, nos idos anos de cinquenta - Joaquim de Carvalho e Miranda Barbosa. E das discussões homéricas que as suas 'mestrias' em nós suscitavam, dividindo-nos em partidários de um ou do outro.

Joaquim de Carvalho, muito mais velho, era uma figura patriarcal da Cultura e da Universidade Portuguesas. O homem do saber filosófico, vertido nas suas dimensões históricas - de escolas, de correntes, de pensadores - enfim, do que se ia sucedendo ao longo dos tempos, no mundo da Filosofia. E, talvez por via disso, Joaquim de Carvalho, que amava os filósofos, era Descartes, quando dele falava, era Spinosa, quando expunha o seu pensamento. Para nós, Joaquim de Carvalho era a História Viva da Filosofia. E um expoente da Cultura do Portugal Contemporâneo - impulsionador e diretor da Imprensa da Universidade de Coimbra, estudioso das modernidades lusas e brasileiras, republicano e democrata e, acima de tudo, cultor de um modo de estar na Universidade, raro, na época. As suas aulas continuavam-se na conversa do corredor, a extravasar para a rua. Descia-se com ele até aos Arcos, onde ia apanhar o elétrico. Às vezes, continuava-se no elétrico, até à porta de sua casa, ou, se ele convidasse a entrar, no interior da sua sala-escritório, onde trabalhava, emoldurado de livros. Nunca ninguém pensou em contradizê-lo: ouvia-se e absorvia-se o que ele dizia. Um sábio e um santo - o saber feito generosidade e grandeza.

Miranda Barbosa: baixinho, gordinho, bem vestido e penteadinho. Bem cheiroso. O melhor automóvel da Faculdade de Letras. Homem da sociedade, distante, sempre uma pressa no andar. Um dos caudilhos da Causa Monárquica. Tudo menos uma figura emblemática da Academia. Conversas com ele, nem pensar, só no gabinete, com marcação, por vezes, conseguida apenas à terceira tentativa. O seu saber era o discurso - feito de rigor e luminosidade - com que enchia as nossas aulas. No entanto, nunca ninguém de bom senso pensou tomar como boas as suas ideias sobre Lógica, nunca ninguém se debruçou sobre o poço da sua sabedoria, a perscrutar a profundidade das águas... Mas todos sucumbiram ao brilho da sua inteligência, todos se empolgaram perante o fulgor da sua palavra, faísca a acender o fogo que vivia no fundo de cada um de nós, filósofos em aprendizagem. E também muitos, por vezes, os mesmos, se irritaram com as suas posições intelectuais, eivadas de ideologia que não era a do nosso tempo. Se poucos se lhe opuseram, pela desigualdade das armas de que dispunham, todos, sem exceção, desejaram possuir a sua capacidade de síntese, fruir da maquinaria poderosa que era o seu método de análise do conhecimento filosófico. Enfim, todos se prepararam para virem a utilizar as suas armas, talvez ao serviço de outras abordagens, de outros ideais... Por via de isso, não fez discípulos, fez de nós mestres (ou aspirantes a mestres) - ensinou-nos a pensar, 'mostrando-nos' como ele pensava.

Quando Joaquim de Carvalho morreu, eu fui ao enterro. Triste, entre muitos outros - os discípulos. Quando Miranda Barbosa morreu, não fui ao enterro. Fui para o café, só, a reler um opúsculo seu. E a espantar-me como inteligência tão prodigiosa, quanto a sua, pôde ter estado ao serviço de causas tão estranhas. E a refletir: se fosse eu... - eu, mestre-pensante entre mestres, graças a ele.

Enfim, histórias, histórias pequenas de discípulos e mestres, na orla da ocidental praia lusitana acocorados...

Estilos de Aprendizagem


Albano Estrela

'Quando se encara a educação como uma das prioridades nacionais, vale a pena, refletir um pouco sobre o sentido da arte de ensinar, sobre o sortilégio do ato de aprender...'

Quando se encara a educação como uma das prioridades nacionais, vale a pena, refletir um pouco sobre o sentido da arte de ensinar, sobre o sortilégio do ato de aprender, enfim sobre o que é ou deve ser a prática de ensino-aprendizagem nas nossas escolas.

O importante, em todos os casos, é que tanto professores como alunos, nas sucessivas etapas da sua relação, estejam bem conscientes do papel que a uns e a outros cabe no trabalho conjunto que realizam.

Certo é que aos professores cabe a responsabilidade maior desta reflexão possível sobre o envolvimento mútuo nas atividades a desenvolver; mas é bom que os próprios alunos, à medida da sua evolução etária e escolar, vão tomando consciência, também do que lhe cabe fazer.

Em todo o momento de educação, o professor aparece como portador de conhecimentos a transmitir, de valores a sugerir ou, ainda, de perspetivas de comportamento a assumir.

Simplesmente, tanto os conhecimentos, como os valores e os comportamentos sugeridos destinam-se a ser refletidos por alunos ativos que fazem do seu contacto com eles um autêntico ato de criação.

De algum modo, como o corpo se vai desenvolvendo com os alimentos que recebe, a inteligência se constrói e desenvolve com os dados e os estímulos que lhe vão sendo oferecidos.

Ora este desenvolvimento da inteligência dos alunos é favorecido pela atitude dos professores quando, aqui e ali, a ela fazem apelo ou, diríamos mesmo, a provocam.

Todos recordam que, no decurso dos seus trabalhos, os professores citam exemplos, invocam analogias, recorrem a imagens, elaboram esquemas... E não o fazem para que os alunos, simplesmente, retenham os exemplos, decorem as imagens ou copiem os esquemas. O que pretendem, isso sim, é que as imagens abram clareiras e os esquemas funcionem como referenciais metodológicos, ajudando os alunos a saltar para dentro do universo que inclui os novos conhecimentos e os novos valores que desejam apresentar.

Quando os alunos, levados por esses apoios chegam à realidade e descobrem a intimidade das coisas, os esquemas são muletas que podem dispensar-se e as imagens luzes que a sombra pode encobrir.

Mas como condutores de desenvolvimento da inteligência, esses apoios são importantes; e a sua escolha, bem como a utilização, são parte significativa da verdadeira arte de ensinar.

Reconheça-se, no entanto, que o papel dos alunos é essencial, pois são eles os verdadeiros sujeitos da própria educação.

Das suas condições, das suas capacidades, da sua vontade, é que, dominantemente, depende o sucesso do processo educativo em que estão envolvidos.

O papel do professor traduz-se no apoio e na ajuda que proporciona aos alunos, para que estes, com maior facilidade e segurança, consigam despertar e aprimorar as virtualidades e as competências que têm dentro de si.

Mas são os alunos, eles próprios, que dão vida a essas virtualidades e aplicam essas competências, fazendo um esforço constante de crescimento e amadurecimento que consiste em colocar em plena atuação o que, anteriormente, era potencialidade.

É nesse esforço individual que cada aluno concreto afirma a sua identidade, única e irrepetível, crescendo no corpo e no espírito, mas guardando permanente fidelidade à sua matriz original.

Daí que a cada um só sirva um estilo próprio para efeitos educativos, feito de um modo de ser pessoal e de um ritmo adequado de aprendizagem.

E, assim sendo, não tem sentido qualquer tentativa de uniformizar processos de ensino ou praticar modelos gerais de técnicas de aprendizagem.

A escola pública e o Estado democrático

João Ruivo

Os professores são intelectuais livres. É certo. Mas num aparelho de Estado centralizador, como é o nosso, também são chamados a serem dóceis funcionários executores de medidas de política educativa, das quais por vezes discordam e para as quais só episodicamente são chamados a opinar.

A democracia parlamentar e a escola de massas, que convergiu na escola pública, constituíram-se como dois dos grandes mitos ideológicos forjados no seio das mais avançadas sociedades industriais do século passado.

À primeira era conferida a missão de criar uma sociedade fraterna, totalmente baseada na igualdade dos cidadãos. À segunda foi pedido que também ela se democratizasse, abrindo as suas portas a todas as crianças e jovens que a quisessem frequentar.

São, ainda hoje, dois projetos de uma generosidade indiscutível e que, apesar das fragilidades com que muitas vezes se defrontam, não encontraram ainda melhor alternativa, no respeito pela liberdade de escolha e no pleno exercício da cidadania.

Porém, temos que admitir que a democracia parlamentar não impediu que a riqueza se concentrasse em cada vez menos mãos e que o fosso entre os mais ricos e os pobres fosse cada vez maior. Como não conseguiu erradicar a maior das chagas sociais que nos envergonha: a da exclusão social, que engrossa a fileira dos que têm fome, dos que não têm abrigo, dos que não têm direito à saúde e dos que viram negado o direito a um trabalho.

E também temos que reconhecer que a escola de massas, a verdadeira escola pública, ainda não conseguiu que a igualdade do acesso se transformasse numa igualdade de sucesso; assim como tarda a que a escolaridade seja por todos vista como um valor de promoção social e de meritocracia.

O professor, que é simultaneamente cidadão e educador, vê-se confrontado, nesta segunda década do século XXI, com esse duplo dilema: o de ajudar a construir uma sociedade mais justa e o de erguer uma escola gratificante para quantos nela trabalham e nela se reveem: alunos, docentes, funcionários, pais e membros da comunidade local.

Confrontados entre o desejo de realizar cada vez mais e a míngua dos resultados alcançados, sentem-se frustrados e menorizados na sua profissionalidade. Sentem-se assim, não por incúria, mas porque são profissionais responsáveis e de dedicação para lá dos limites do imaginável.

Mas sentem-se assim também porque tardam em perceber que o seu desencanto é a medida resultante de uma indireta e subjetiva avaliação das políticas educativas e dos responsáveis da educação que as protagonizaram.

Os professores são intelectuais livres. É certo. Mas num aparelho de Estado centralizador, como é o nosso, também são chamados a serem dóceis funcionários executores de medidas de política educativa, das quais por vezes discordam e para as quais só episodicamente são chamados a opinar.

Daí resulta um estranho equívoco: muitos docentes assumem como derrota profissional a falência desta ou daquela medida de governo. Entendem que foram o problema, quando, de facto, os normativos burocrático-administrativos não os deixaram ir em busca da solução.

Se querem que os professores assumam, em plenitude, toda a responsabilidade do que ocorre na escola, então revela-se indispensável que eles a si chamem a gestão integral dos destinos das instituições educativas. Não há responsabilidade total sem completa autonomia. Não deve ser exigida a prestação de contas a quem não foi autor dos objetivos a contratualizar e da missão a cumprir.

Por isso, antes de se julgar e avaliar os professores, antes de julgar e divulgar o ranking das escolas, urge avaliar e classificar as medidas educativas que estes e aquelas foram obrigados a protagonizar, muita das vezes contranatura.

O Estado e as famílias demitem-se todos os dias de objetivos educativos que só a eles deviam ser remetidos e dos quais contratual e socialmente se responsabilizaram.

Alguns jovens são levados a acreditar que a escola é terra de ninguém. Onde a ética e a deontologia fica à porta da sala de aula e onde todo o individualismo exacerbado pode substituir o trabalho honesto e colaborativo.

Muitos professores são apanhados em curvas mais apertadas da sua profissão porque são induzidos a julgar que foram formados para serem exclusivamente gestores de conflitos numa arena que, em algumas escolas, resvala o limite do bom senso e da decência.

O Estado e as famílias pedem à escola que os substituam. E apontam o dedo acusador quando a máquina falha por excesso de carga profissional, emocional ou administrativa.

Assim não! É que mais cedo do que a razão aconselharia talvez haja muitos professores que já tenham percebido que mais vale pronto recusar que falso prometer.