quinta-feira, 17 de maio de 2012

A História da Feijoada

Escola Kids



Um prato de sabor maravilhoso e que revela coisas interessantes do nosso passado


A história de um povo pode ser reconhecida de formas muito diversas e não tem a ver somente com a leitura de antigos livros e documentos empoeirados. O passado está presente nos locais mais incríveis de nosso cotidiano e não é preciso muito para reconhecer isso. Uma das maiores provas dessa afirmação está na cozinha, nos pratos que consumimos diariamente. O ato de comer não envolve uma simples questão de sobrevivência, mas também revela nossa história e um amplo conjunto de experiências vividas por nossos antepassados.


A feijoada é um exemplo bastante interessante disso, sendo rotineiramente consumida em diversas regiões do país e bastante identificada como um dos pratos que ainda definem a culinária brasileira. Para muitos, a feijoada é um prato que mostra uma parte dos desafios que os escravos enfrentavam para sobreviver. Afinal de contas, tendo sua força de trabalho explorada, teriam que buscar formas diversas para arranjar uma dieta que fosse capaz de recuperar sua condição física após uma desgastante rotina de trabalho.


É a partir dessa situação que muitos explicam a feijoada como uma estratégia de sobrevivência das populações negras do período escravocrata. Segundo essa tese, os donos de escravos consumiam carne de porco e descartavam os restos que consideravam de menor qualidade. Foi daí que, para incrementar sua própria dieta, os escravos recolhiam essas partes “ruins” para fazerem um cozido com as sobras do porco, feijão e alguns outros legumes que tivessem à disposição. Nascia então, desse modo, a deliciosa feijoada que hoje consumimos em vários lugares do país.


Contudo, existem outras questões que devem ser consideradas antes de falarmos que a feijoada é um simples ato criativo dos escravos. Em primeiro lugar, devemos considerar que o acesso à carne era algo nada simples em tempos coloniais. O consumo de carne fresca era restrito às famílias que tinham condições de criar ou adquirir animais próprios para o consumo. Desse modo, seria minimamente estranho que esses privilegiados se dessem ao luxo de desperdiçar algumas partes do animal que ainda garantissem uma mesa farta.


Ao mesmo tempo, devemos lembrar que essa combinação de carnes e legumes cozidos já existia na Europa. Já nos tempos do Império Romano temos relatos de que os povos latinos realizavam esse tipo de mistura para organizar suas refeições. Entre os franceses, o famoso cassoulet, composto por feijão e diferentes tipos de carne, é um evidente amigo da feijoada brasileira. Além desses exemplos, podemos citar que os espanhóis também, desde o começo da Idade Moderna, consumiam carne cozida junto com “fabas”, uma espécie de feijão branco.


De tal modo, podemos muito bem supor que a invenção da feijoada pode ter sido uma criação bem mais complexa do que a história que estamos acostumados a tomar como verdade. No processo de exploração da força de trabalho dos negros, devemos lembrar que os escravos domésticos acabavam incorporando tradições da culinária europeia dos seus proprietários. Sendo assim, a feijoada brasileira foi uma clara invenção que revela o diverso encontro de povos que origina a cultura e a mesa do nosso país.



Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Escola Kids
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG

Pedagogia

Pedagogia

Cheios de Razão

Identidade Pessoal e Interesses


Verdades e inverdades fazem parte do nosso dia a dia e, ao que parece, o estabelecimento de características únicas que possam nos identificar está se tornando cada vez mais difícil.

Por exemplo, diante do mau humor do chefe, somos compreensivos, pois ele, quem sabe, não está numa fase boa.

Ao recebermos uma bronca do nosso superior lá no trabalho, ficamos quietos, fingimos não ter sido conosco, deixamos passar.

Quando somos injustiçados pelo coordenador, falamos a ele com toda a educação e profissionalismo.

Se formos incompreendidos na empresa que estamos empregados, acabamos até desenvolvendo dores estomacais diante das pressões que nos sobrecarregam.

Contudo, diante de qualquer deslize de um vendedor, de um garçom ou de qualquer trabalhador que julgamos inferiores à nossa escala no Mercado de Trabalho, as coisas perdem totalmente essas características.

Assim como uma máscara que cai e demostra a face desnuda de quem se protegia atrás dela, mostramos importantes aspectos do nosso jeito de ser ali, diante de qualquer pessoa em situação de desvantagem ao nosso respeito, ainda temporariamente.

Algumas vezes, nem parecemos mais as mesmas pessoas, somos ousados e, cheio de razão e direitos, falamos como se fôssemos os donos da verdade sem nos atentar que estamos, infelizmente, agindo de uma forma que não gostaríamos de ser tratados.

Fechamos os olhos e não perdoamos, em hipótese alguma, o fato de o garçom ter demorado um pouco mais para nos atender, o fato de a vendedora de sapatos não sorrir enquanto nos atende, o fato de, por um acaso, a resposta de alguma atendente ter sido um pouco ríspida.

Fatos, é verdade, mas que não justificam nossa intolerância, uma vez que não somos assim com pessoas que ocupam graus mais elevados na escala social.

Se agimos assim, do que reclamamos quando não somos compreendidos pelos nossos superiores? Por que, então, nos queixamos de a vida e o nosso trabalho não pararem para conseguirmos, pelo menos, secar as lágrimas causadas por uma dolorosa perda?

Queremos, por um acaso, que a vida seja injusta a ponto de nos tratar bem quando nós tratamos de modo ríspido e intolerante alguém que fere qualquer direito que julgamos ter?

Por que será que não consideramos a dor que causamos num atendente ao o denunciarmos ao seu superior quando aquilo que nos feriu significa tão pouco?

Por que somos insensíveis a ponto de achar que o garçom não tem direito de estar num dia não muito bom quando, na verdade, queremos ser compreendidos em nossas dores?

Quem sabe seja porque gostamos mesmo é de ter nosso ego massageado, queremos ser tratados como reis e rainhas, afinal, trabalhamos duramente para isso.

Por isso, talvez, é que a vida tem sido tão dura para muitas pessoas, pois elas, muitas vezes, foram duras e insensíveis com tantas outras.

É hora de quebrar esse círculo de dor, de romper com hábitos impensados, de considerar os outros como queremos ser considerados.

Montaigne e a autonomia do pensamento

Jorge Antonio de Queiroz e Silva



“O sábio nada mais é do que o homem que sabe ser lógico consigo mesmo e que outra coisa não faz senão extrair todas as consequências da decisão de viver”. (Michel de Montaigne. Ensaios).

Sou uma pessoa que me contento com pouco: Alimentos saudáveis, caminhadas, boas amizades e a leitura diária.

Porém, quando estou em sala de aula, vivo uma experiência ímpar. A troca de conhecimentos com os adolescentes (turno diurno) e com os adultos (turno noturno) me faz crescer interiormente, por ser algo que supera as limitações humanas.

Fico pensativo quando escuto de um colega que não aguenta mais o trabalho em sala de aula. Por exemplo, na cidade do Recife-PE, numa palestra entre universitários, uma estudante me falou: as crianças não aceitam a minha opinião, não sei o que fazer.

Disse a ela: Talvez esteja aí o problema. Acredito que não devemos impor nossas ideias ou valores como verdades absolutas; a realidade do outro ou o parecer do outro deve sempre ser levado em conta. Indiquei a leitura do livro Grandes nomes da história intelectual, organizado por Marcos Antônio Lopes, editado pela Contexto, 2003. O livro, que possui 544 páginas, conduz o leitor a um passeio pelo pensamento intelectual ao longo do tempo. É uma leitura imperdível!

Entre as páginas 223 e 254, Plínio Junqueira Smith aborda Sobre o ceticismo de Montaigne. Já Newton Bignotto aborda Montaigne e o Renascimento. Estas duas leituras, com certeza, possibilitarão reflexões sobre conceitos do imaginário docente.

Para Montaigne, segundo Smith, o objetivo da educação é fazer com que a criança desenvolva sua capacidade de reflexão crítica e de julgamento. Os indivíduos não devem impor suas próprias opiniões. Quando a criança aceita as outras opiniões, depois de elas mesmas julgá-las, fará delas suas próprias ideias.

Montaigne, por várias vezes, mostra as inconveniências de se deixar levar pela voz comum e recomenda a autonomia do pensamento, a via da razão, conforme está explicitado na página 230: “Julgar de acordo com a voz comum é tudo o que a educação preconizada por Montaigne quer evitar. A criança deveria submeter toda matéria ao entendimento e ao exercício de suas capacidades racionais. Simplesmente admitir uma opinião, apenas porque seus pais ou preceptores lhe disseram, ou porque estão escritas em um livro, não é aprender, mas somente memorizar”.

Em Montaigne, o estímulo à liberdade de pensamento é mais intenso, se comparado com Nicolau de Cusa e Maquiavel, pois ele viveu plenamente o espírito do Renascimento. Conforme explica Bignotto, “Montaigne vê no mundo um campo infinito para seu desejo de saber. Longe de querer aprisioná-lo numa rede conceitual coerente e fixa, ele se deixa levar pela multiplicidade de cores e sabores das coisas, na esperança de que essa atenção produza subitamente uma nova compreensão dos objetos enfocados. Pouco importa que às vezes esse movimento fracasse, pois, nos limites de uma vida, sempre haverá algo de novo a interessar uma mente livre e destituída de preconceitos”.

Considerações - Estudar o pensamento de Montaigne é provocante. Ele impulsiona a realizar uma viagem pela essência do ser, estimula a procura da sabedoria. Montaigne, no livro Ensaios (iniciado em 1572 e concluído em 1588), diz:

“Nós podemos chegar a ser cultos com conhecimento de outros homens, mas nós não podemos ser sábios com sabedoria de outros homens”.

Ao contrário de seguir os padrões da sociedade, que impõe valores e conceitos, muitos deles contrários à consciência, Montaigne fala de uma filosofia da libertação do pensamento. Nesta, cada ser humano, em sua individualidade, se descobre e vive segundo sua consciência; não rotulado, mas livre.

P.S. Além de Montaigne, o livro Grandes nomes da história intelectual retrata Foucault, Montesquieu, Rousseau, Norbert Elias, Gilberto Freire, entre outros.



Jorge Antonio de Queiroz e Silva
queirozhistoria@uol.com.br
Historiador, palestrante e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

Estudantes de baixa renda farão exame de proficiência em inglês

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e representantes do British Council no Brasil anunciaram na manhã de ontem (14), em Brasília, uma parceria para dar a dois mil estudantes de baixa renda a chance de fazer exame de proficiência em língua inglesa, gratuitamente. O acordo faz parte do programa Ciência sem Fronteiras dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O British Council, organização do Reino Unido, atua internacionalmente para estreitar relações culturais e criar oportunidades educacionais. Com a parceria, os britânicos farão um investimento de aproximadamente R$ 1,6 milhão, que financiará, além dos exames de proficiência, quatro mil livros preparatórios e 40 mil exames de nivelamento.

Para essa parceria serão considerados de baixa renda os bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni); os beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do programa Bolsa-Família; estudantes com renda familiar inferior a seis salários mínimos (R$ 3.732); candidatos que cursaram o ensino médio em escola pública ou em instituições particulares na condição de bolsistas. Para concorrer à bolsa, os candidatos devem ser indicados pelos coordenadores do Ciência sem Fronteiras e disputar uma das vagas do programa para o Reino Unido.

Investimentos em educação e saúde continuam distante dos padrões internacionais, diz Ipea

Apesar de terem crescido nos últimos dez anos, os investimentos públicos nas áreas de saúde, infraestrutura e educação no país, ainda estão longe de alcançar os padrões internacionais, segundo levantamento apresentado hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o ano de 2010.

O estudo Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas destaca o papel que as áreas sociais desempenharam, na primeira década dos anos 2000, para sustentação e dinamização da economia.

Na educação, os investimentos públicos representaram 5% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Plano Nacional de Educação, o padrão internacional, que é de 7%, seria alcançado em 2020. Há dez anos, eram investidos cerca de 3% do PIB na educação. Na saúde, os investimentos somaram 3,77% do PIB. Em dez anos, houve crescimento de 1,27 pontos percentuais. “Seria necessário quase dobrar os investimentos para alcançar o padrão internacional de 7%”, explicou Aristides Monteiro Neto, coordenador do estudo.

Os recursos destinados ao setor de infraestrutura de transporte, por sua vez, representaram 0,7% do PIB, enquanto o padrão internacional é 3,4%. Há dez anos, o percentual era 0,2%. Os padrões têm como base os países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrupa os países mais industrializados do mundo.

“Temos um caminho ainda de construção de investimento na área social. O desafio é fazer isso sem comprometer as exigências do investimento em infraestrutura”, disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Um dos caminhos apontados pelo estudo é estimular investimentos pelo setor privado. De acordo com o estudo, o setor público atuou fortemente no estímulo a atividade produtiva nos últimos anos, mas a capacidade de investimentos já chega a um limite.

Para Monteiro Neto, diante da possibilidade de esgotamento das fontes de recursos, que não permitiria alcançar os patamares internacionais nas áreas sociais em médio prazo, é necessário ter foco na aplicação das políticas. “Países da América do Sul e Ásia que gastam 5% do PIB tem padrões educacionais melhores que o Brasil. Eles nos apontam que nem tudo é recurso financeiro. A melhor utilização do recurso existente pode gerar melhores resultados”.

O estudo mostra, ainda, um crescimento dos investimentos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, diminuindo a disparidade histórica com o Sul e o Sudeste. “Percebemos uma inflexão do ponto de vista da geografia do investimento. As regiões que eram menos dinâmicas foram as que mais cresceram. A região Centro-Oeste, por exemplo, é onde mais cresceu o setor industrial”, disse Pochmann. Da Agência Brasil.

Juventude e trabalho

Entendo que para a inserção integral do jovem no mercado de trabalho a educação tem papel fundamental. Por isso, insistimos na reivindicação da garantia de um ensino “universal, público, gratuito e de qualidade” e na ampliação da formação profissional


ANA FLÁVIA


"Há tempos são os jovens que adoecem" [Legião Urbana]

Em meio as comemorações do mês em que se festeja o "Dia Internacional do Trabalho", data instituída pela Internacional Socialista, em 1889, em homenagem aos trabalhadores assassinados pela polícia da cidade de Chicago (EUA), quando manifestavam em favor da redução da jornada e por melhores condições de trabalho, é importante uma reflexão sobre as atuais condições de trabalho, em especial da juventude, parcela que representa mais de 30% da População Economicamente Ativa (PEA).

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), em todo o mundo há 75 milhões de jovens sem emprego, sendo que a taxa de desemprego entre os jovens é o triplo da verificada entre os adultos. Além disso, eles representam quase 40% do total de pessoas sem ocupação.

Quanto ao ingresso dos jovens no mercado de trabalho, ele está intimamente relacionado com a condição social: os jovens que vem das camadas populares começam a trabalhar antes mesmo da idade permitida por lei (16 anos e de 14 a 15 na condição de aprendiz), sem mesmo ter completado o ensino fundamental. Já os de renda mais elevada, iniciam após os 18 anos, normalmente após já ter concluído o nível escolar médio. Além disso, os primeiros geralmente vão exercer os chamados “trabalhos não protegidos” (sem carteira assinada, com jornada de trabalho excessiva, em horário incompatível com os estudos, etc.).

Tal situação desfavorável também é vivenciada pelas jovens mulheres, por pessoas negras (de ambos os sexos), por pessoas portadoras de deficiência e pertencentes ao grupo LGBT.

Assim, infelizmente para a juventude, o mundo do trabalho ainda é muito desfavorável: somos cerca de 40% do total de desempregados; os primeiros a serem demitidos em momentos de crise; somos expostos à precarização e recebemos os piores salários. Também somos as principais vítimas dos assédios moral e sexual. Se negros, essas condições desfavoráveis são ainda mais intensas. Ainda sem experiência profissional, alcançar o primeiro emprego é algo muito complicado.

Outros fatores ligados ao “mundo” juvenil, tais como o linguajar, uso de piercing, tatuagens, corte e cor do cabelo, etc., também são fatores discriminatórios e que dificultam ao jovem alcançar um posto de trabalho.

Estudos têm mostrado que a falta de emprego gera uma série de transtornos para a juventude. Segundo Pesquisa realizada por Sarriera e Verdin (1996), jovens desempregados apresentam menor nível de bem-estar psicológico, devido a um sentimento de "vazio" e impotência frente às dificuldades de inserção no mercado de trabalho, que os desmotiva, privando-os de atitudes mais positivas e perseverantes na busca do mesmo.

Entendo que para a inserção integral do jovem no mercado de trabalho a educação tem papel fundamental. Por isso, insistimos na reivindicação da garantia de um ensino “universal, público, gratuito e de qualidade” e na ampliação da formação profissional e tecnológica.

A disponibilização de linhas de créditos para financiar empreendimentos específicos da juventude, seja individual ou cooperativo, é outra necessidade, visando garantir trabalho autônomo e renda.

Entretanto, talvez o maior desafio a ser perseguido é o de implementar políticas públicas que possibilitem ao jovem compatibilizar trabalho, estudo e vida social. Afinal, o trabalho não pode causar prejuízos que impeça a elevação da escolaridade e qualificação profissional da juventude.

(*) ANA FLÁVIA é estudante de Serviço Social da UFMT, presidente estadual da União da Juventude Socialista – UJS/MT, vice-presidente do PCdoB de Cuiabá, foi candidata de deputada federal em 2010, alcançando 23.718 votos.

MT- Unemat promove 2º Ciclo de palestras sobre pesquisa em literatura em Pontes e Lacerda

Redação 24 Horas News


A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) realiza o 2º Ciclo de palestras sobre pesquisa em Literatura no campus de Pontes e Lacerda. O evento será realizado nos dias 28 e 29 de maio no Clube Social Maria de Melo Silva, e os interessados em se inscrever já podem fazê-lo por meio eletrônico acessando: http://pesquisaemliteratura2012.blogspot.com.br

O objetivo do evento, que é coordenado pelas professoras Madalena Machado e Marinei Almeida, é socializar as pesquisas que estão sendo desenvolvidas sobre literatura de forma a fortalecer e preparar os interessados para ingressar em Programas de Pós-graduação ligados aos Estudos Literários, como o mestrado ofertado pela Unemat.

O ciclo de palestras é direcionado a pesquisadores, professores da rede pública e privada de Pontes e Lacerda e da região, e alunos do ensino médio e interessados em literatura de maneira geral. O valor da inscrição é de R$ 10,00.

Na programação estão previstas a conferência de abertura com o professor dr. Patrice Bougon, da França, além de conferências com professores da Unemat de Pontes e Lacerda, Alto Araguaia, Tangará da Serra, e mesas redondas com professores e egressos da instituição, além professores da rede pública de ensino.

Durante o evento também está previsto o lançamento dos livros: “A modernidade de Contos novos, um herói em formação”, da professora drª Madalena Machado e “A cidade feliz”, de autoria de Francesco Patrizi da Cherso, com a tradução do professor da Unemat, drº Helvio Moraes.

MT- Professores discutem formas de orientar os alunos sobre álcool, drogas e DSTs

Redação 24 Horas News


Professores, coordenadores pedagógicos e diretores das escolas municipais da rede de ensino da capital participam até a próxima sexta-feira (18-05) da formação Saúde e Prevenção Escolar, denominada “Prevenção ao álcool e outras drogas, e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)”.

A qualificação é promovida pela Secretaria Municipal de Educação (SME), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e subsidiada pelo MEC e Ministério da Saúde, com o objetivo de capacitar os docentes para atuarem como multiplicadores e sensibilizadores no processo de orientação dos estudantes.

Dividido em dois encontros de quatro horas cada, o curso acordará assuntos como sexualidade, papéis sexuais e sociais, prevenção ao álcool e drogas, gravidez na adolescência, DST, AIDS, hepatite e tuberculose.

Na avaliação do assessor pedagógico da SME, Marcos Godoi, temas como sexualidade e drogas estão presentes no cotidiano da escola e é preciso que os professores se preparem para debatê-los. “Essa é uma formação inicial e, nesse primeiro momento, refletiremos sobre os problemas e faremos apontamentos para enfrentá-los. O professor não dá conta sozinho. A responsabilidade é de todos; família, estado e escola. Para transformar essa realidade, temos que juntar forças”, observou.

Segundo a integrante da Equipe de Atenção Secundária da SMS, Bia Correa, o importante dessa formação é a sensibilização dos docentes para o trabalho com os alunos e a informação sobre os serviços de saúde oferecidos para essa clientela. “Ter informação é uma coisa. Usar é outra. Você tem que estar sensibilizado para que aplique essas informações na sua vida. Não temos uma receita para isso. Mas oferecemos subsídios na área de saúde e educação principalmente para ações preventivas”.

MT- Diretor executivo da Funec busca apoio da Fapemat para fomentar projetos

Redação 24 Horas News


O diretor-executivo da Funec, Alex Rufino da Silva, fez uma visita de cortesia ao novo presidente da Fapemat (Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso), Flávio Teles Carvalho da Silva. Alex pediu o apoio da Fapemat para a execução de vários projetos que a Funec pretende desenvolver este ano.

Flávio Teles fez uma explanação da importância acadêmica da Fapemat, no sentido de incentivar a pesquisa e a inovação tecnológica no nosso Estado. Disse ainda, que a Fapemat está pronta para ajudar entidades que tem foco na educação, ciência e tecnologia e, também na área de eventos.

Na oportunidade, o diretor-executivo da Funec, solicitou da instituição o apoio necessário para o 1º Ciclo de Palestras sobre o Enem, para debater junto a sociedade a importância do programa sócio-educacional, que vem ampliando as oportunidades de acesso as universidades.

O presidente da Fapemat avaliou como positiva as reivindicações da Funec e disse que vai se empenhar para conseguir os recursos necessários estabelecidos no Projeto, pois acredita na importância educacional deste evento.

Alex achou a reunião produtiva, pois o objetivo da Funec é fomentar parcerias com órgãos e instituições governamentais. Participou da visita o coordenador pedagógico da Funec, Dimas Antonio da Silva.

Programa para alfabetizar alunos até os 8 anos vai investir em professores

Daniel Mello
São Bernardo do Campo


Deve entrar em funcionamento, no ano que vem, o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), do Ministério da Educação (MEC). Segundo o secretário de Educação Básica da pasta, Cesar Callegari, na próxima semana o ministério enviará uma correspondência a todos os prefeitos e governadores explicando os detalhes do programa, que pretende garantir a alfabetização de todos os alunos até os 8 anos de idade tendo como principal foco a melhora na formação dos professores que lecionam nos três primeiros anos do ensino fundamental.

“O Ministério da Educação está decidido a trabalhar de maneira colaborativa com cada um dos municípios e estados brasileiros para que nós possamos realizar essa tarefa, absolutamente indispensável para o sistema educacional brasileiro”, ressaltou Callegari para uma plateia composta de secretários municipais de todo país no Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação.

O foco da iniciativa é melhorar a formação dos 244 mil professores que lecionam no três primeiros anos do ensino fundamental. Entre as ações previstas está a distribuição de bolsas de incentivo para que os professores participem de cursos de capacitação fora do horário de trabalho.“É absolutamente indispensável valorizar esses profissionais. E a melhor maneira de valorizar esses profissionais é proporcionando um lugar de destaque na suas carreiras e um processo de formação continuada”, disse o secretário.

Callegari espera que todos os gestores municipais e estaduais enviem as demandas necessárias para a execução do programa até julho para que os recursos necessários sejam incluídos no orçamento de 2013.

MT- Mato Grosso está em 5º lugar em índice de reprovação de alunos

Redação 24 Horas News
e Só Noticias


Mato Grosso tem a quinta maior taxa de reprovação de estudantes no Ensino Médio. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), 18.2% dos estudantes do 1º ao 3º ano, tanto da rede pública quanto privada, não conseguiram passar de ano, em 2011. Este percentual equivale a 28 mil alunos.

De acordo com o Inep, Mato Grosso só perdeu para os estados do Rio Grande do Sul (20,7%), Rio de Janeiro (18,5%) e Distrito Federal (18,5%) e Espírito Santo (18,4%), onde a reprovação dos alunos é ainda maior.

De acordo com a Secretaria do Estado de Educação (Seduc), este índice é ainda maior nas escolas públicas, onde passa de 19%. Uma das principais problemáticas apontada pela pasta é a necessidade dos alunos dividirem o tempo com o trabalho, o que dificulta o aprendizado. A repetência é maior no 1º ano, onde cerca de 24% não conseguem aprovação. Este percentual vai caindo nos dois anos seguintes.

Porém, ainda é muito maior do que no Ensino Fundamental. Quando estão encerrando o 9º ano, 7% reprovam. Para reverter este quadro, uma série de medidas vem sendo adotadas tanto pelo Governo Federal quanto pelo Estado. Entre elas a implantação do programa Ensino Médio Inovador, que prevê a ampliação da carga horária e inclusão de capacitação tecnológica aos alunos. Este ano, 23 escolas passarão a trabalhar com o novo modelo.

Outra medida é o Pronatec, que vai abrir 20 mil vagas na rede. Por meio dele, o jovem do Ensino Médio estuda meio período e, no oposto, faz cursos profissionais. A meta é atingir em torno de 8% dos estudantes da rede neste ano.

MT- Aldo Rebelo fará palestra aos alunos do Cuiabá Vest na segunda-feira

Redação 24 Horas News

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, dará uma palestra para os alunos do Cuiabá Vest e para os jovens da capital na próxima segunda-feira, dia 21 de maio. O tema da palestra é “O Legado da Copa para a Juventude”. A palestra será às 08 horas, na sede do Cuiabá Vest Pólo Centro, junto a Igreja Santa Rita de Cássia.

Rebelo estará em Cuiabá na segunda-feira para visitar as obras da Arena Pantanal. A convite da Secretaria Especial da Juventude da Prefeitura de Cuiabá participará do encontro com os jovens. O evento está sendo organizado pela Secretaria em parceria com a FUNEC (Fundação Educacional de Cuiabá) responsável pelo Cuiabá Vest.

O objetivo é mostrar aos jovens a importância da Copa do Mundo para Cuiabá, especialmente na área profissionalizante e na geração de oportunidades de trabalho. Com o Mundial, inúmeras oportunidades de emprego estão sendo geradas em vários setores e os jovens devem estar atentos para estas oportunidades.

“Estão sendo oferecidos cursos de capacitação e profissionalização grátis, pelos governos municipal, estadual e federal, em áreas como construção civil, hotelaria, turismo, entre outras. É uma ótima oportunidade de muitos jovens encontrarem seu caminho profissional, porque passada a Copa o aprendizado e a qualificação ficam e sempre haverá trabalho para quem está qualificado”, ressalta a Secretaria Municipal de Juventude, Patrícia Nogueira.

Patrícia cita como exemplo os cursos de idiomas que estão sendo ofertados e que sempre geram excelentes chances de trabalho. “O jovem sempre terá um diferencial em seu currículo quando falar mais de um idioma. Aliás, hoje, isto é pré-requisito para muitas áreas”.

A palestra com o ministro, que vista estimular e incentivas os jovens, está inserida no objetivo da administração municipal, que é fazer com que a Copa do Mundo deixe um grande legado para a população. “Uma das determinações do prefeito Francisco Galindo e fazer a Copa acontecer para as pessoas. O trabalho da Secretaria é levar este propósito aos jovens”, completa Patrícia Nogueira.

A palestra será aberta. A capacidade da sede do Cuiabá Vest é de 250 lugares. Além dos alunos do Pólo Centro, a Secretaria da Juventude e a Funec estão organizando a participação de alunos de outros polos da capital, disponibilizando transporte gratuito.

MT- Escola retira símbolo religioso de uniforme de alunas evangélicas em Mato Grosso

De Barra do Garças - Francis Amorim, especial para o Olhar Direto


Por determinação da Defensoria Pública de Mato Grosso, a Escola Municipal São Miguel, localizada no município de Pontal do Araguaia, foi obrigada a retirar dos uniformes de duas alunas evangélicas, o símbolo da escola, uma imagem de São Jorge. O caso ganhou repercussão na cidade, mas teve um final feliz para ambas as partes.

Os estudantes são membros de uma igreja evangélica, que reprova o uso de símbolos religiosos. Acontece que a Escola Municipal São Jorge confeccionou o uniforme com a estampa da imagem do santo. Diante das crenças, os pais não permitiram que suas filhas utilizassem aquele uniforme, mas entre as regras da unidade escolar está o uso de vestimenta padrão.

Por maioria de votos, o Conselho de Classe, decidiu que as duas crianças deviam se submeter às regras do estabelecimento como todos os alunos. Revoltada com a decisão, a mãe das estudantes recorreu a Defensoria Pública.

O defensor Milton Martini acatou a denúncia e encaminhou ofício ao prefeito de Pontal do Araguaia, Gerson Rosa de Moraes, requisitando providências para que as crianças não perdessem o direito à educação. O pedido, feito ao poder municipal, foi para determinar à direção da unidade de ensino que admitisse normalmente as crianças com o uniforme padrão, porém sem o emblema mencionado.

A mãe das alunas chegou a propor à direção, mandar confeccionar as camisetas no padrão utilizado pela escola, contendo o nome do estabelecimento, porém, sem a imagem do santo, o que não foi aceito.

“O artigo 5º da Constituição Federal assegura a igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Inclusive garante a liberdade de consciência e de crença”, ressalta Milton Martine nas suas alegações. (Com informações da assessoria)

É tempo de resgatar a cultura afro-brasileira


entrevista com Isabel Aparecida dos Santos Mayeri, publicada na edição nº 422, novembro de 2011.

Isabel Aparecida dos Santos Mayer,Especialista em Pedagogia Social pela Universidade Salesiana de Roma. Atua no Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac), onde realiza formações para educadores.belsantos@uol.com.br


A chegada dos negros ao Brasil deu-se no cenário cruel da escravidão.
Mesmo assim, podemos dizer que a presença negra trouxe cor e alegria para a cultura brasileira. Nos últimos anos, através da ação do movimento negro e de conquistas na legislação, verificamos cada vez mais uma presença positiva dessa cultura no Brasil. É o que nos conta Isabel Aparecida dos Santos Mayer, Bel Santos, especialista em Pedagogia Social pela Universidade Salesiana de Roma. Ela atua no Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac), onde realiza formações para educadores incluírem na educação a história e a cultura da África e dos afro-brasileiros, conforme a Lei 10.639/03.
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Como se constitui a cultura africana no Brasil?
Teve um início muito cruel e dolorido, pelo sequestro de pessoas de outro continente, no modelo que foi a colonização. E, ao trazê-las para o nosso país, tentar o aculturamento, rebatizar, colocar novos nomes, tirar suas referências, impor outra religião, outra língua... Essa presença africana no Brasil teve que, de fato, ocupar os porões. A sala de visita ficou reservada para outra cultura. A cultura africana foi, então, encontrando brechas nas religiões, e aí a oralidade foi um elemento essencial para a sua permanência. O pouco também que conhecemos de pinturas feitas por africanos é um jeito de resistir, até na estética, no jeito de arrumar os cabelos, nos novos arranjos familiares, na dança, na musicalidade. Foi uma cultura que ficou muito marginalizada, ao ponto de a capoeira e os agrupamentos negros na rua serem criminalizados após a escravidão. Então, para essa cultura se sustentar, não foi nada suave.

Há alguma característica genuína da cultura africana?
Com esta pergunta me lembro de um amigo do Zaire. Como ele não tinha religião, dizia que ficava irritado quando citavam a espiritualidade como característica africana. Então, é sempre um perigo quando se fala das características genuinamente africanas, porque existe a questão de como é que os africanos se olham. Mas para nós, no Brasil, a referência tem sido de considerar uma cosmovisão africana que traz elementos que nos diferenciam dos outros referenciais, como os europeus. Alguns autores usam esse referencial até para explicar por que em algumas situações foi "possível" a escravização de homens e de mulheres.

Mesmo assim a cultura africana se mantém viva no Brasil?
Há aquela situação de tentar jogá-la num lugar exótico. Tem um segmento interessado em conhecer essa cultura, em fazer museus vivos, onde a cultura, a história e a presença atual dos negros esteja dentro dos espaços. Mas, por outro lado, há sempre uma tentativa de guetizar, de deixar no exótico, "olha como são estranhos!". Hoje a gente vê algumas ações que levam o jogo da capoeira para as aulas de Educação Física. Então essa intersecção é importante, quando você traz outros jeitos de ter desenvolvimento físico através do resgate de elementos de uma cultura excluída.

A regularização dos territórios quilombolas auxilia a manutenção da cultura negra?
A titulação e o reconhecimento das comunidades quilombolas foi importante porque puxou o fio da nossa história, assim como a questão da Amazônia despertou para a presença do índio. Em nível nacional, há uma compreensão de que os índios ainda existem. Com relação aos descendentes quilombolas, essa compreensão não existia antes dessa discussão que culminou com a Constituição de 1988. Visitei quilombolas no estado da Paraíba, e lá existem comunidades que têm uma história de pertencimento a grupos familiares, uma história do desenvolvimento agrícola, mas elas desconhecem a sua história de quilombolas. Elas estão no processo para serem reconhecidas, mas as famílias não têm essa compreensão. Até porque nas escolas, nesses lugares, a cultura negra e os heróis negros são invisíveis. Dentro das próprias comunidades quilombolas há um apagamento das suas histórias. Se formos olhar os programas federais desenvolvidos tanto pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), quanto pela Fundação Palmares, há várias ações voltadas exatamente para esse resgate da cultura quilombola. É uma oportunidade que não se pode perder.

Qual a contribuição da miscigenação para a cultura brasileira?
A questão da miscigenação também foi um processo muito dolorido em nosso país. Ela aconteceu em algumas situações de estupro, de abuso sobre o corpo, tornando-se uma mistura forçada, feita com dor. Mas depois é possível traduzir isso de uma forma muito boa. Então o que o país está fazendo hoje, com um marco legal, criando leis que obrigam a trazer essa presença africana para os currículos, para a mídia, para as várias produções é garantir que essa miscigenação não seja o que foi ao longo da história. Dom Pedro Casaldáliga dizia que "na história da América Latina, muitas vezes se teve um pai branco, uma mãe negra ou indígena". E daí ele perguntava: "Optar pelo pai ou pela mãe"? É que a história optou pelo pai e esqueceu que a mãe existia. Então essa mistura é a nossa oportunidade de trazer o pai, a mãe, os filhos, os irmãos e perceber que a nossa história é de muitos povos e de muitas histórias que começam até antes da presença negra no Brasil.

O resgate da cultura africana também se dá na música, na literatura, na moda?
Quando eu era adolescente, nos meios de comunicação de massa, não tinha nenhum referencial estético negro, não existia nada. O único jeito de usar o cabelo era um jeito padronizado que trazia a ideia de cabelo liso como sinônimo de cabelo bonito, o chamado "cabelo bom". Quem não nascia com o cabelo liso tinha que fazer o cabelo ser "bom". Mas hoje existem revistas, como Raça, que foi muito criticada porque poderia promover o racismo no nosso país; ao contrário, ela trouxe para o cenário uma nova estética de cabelo, novas cores para a moda. Ela foi ao mesmo tempo resgatando e inaugurando outro olhar. A revista Estilo também traz sempre uma página "étnica", mas aí entra a coisa do lugar do exótico: étnico é o outro, e os brancos, são o quê?

É importante termos políticas públicas para a superação do racismo e do preconceito?
O marco legal é muito importante por esta obrigatoriedade que traz de travar debates, de se começar a produzir materiais, mesmo que a lei seja insuficiente para provocar mudanças. Parafraseando Martin Luther King: "A lei pode proibir que o outro me mate, mas não pode obrigá-lo a me amar". As mudanças das relações precisam de outro suporte, e a lei faz com que se criem políticas de ações afirmativas. Você pode ter ações, provocações e resistências individuais: um indivíduo com uma camiseta de 100% negro, com seu black power, sua trança... Mas como você rompe com o racismo institucional? Como você, dentro da instituição pública, quebra com a postura naturalmente racista de não ter recurso para atividades culturais que tragam a referência africana, de não ter recursos para escolas de qualidade nas comunidades quilombolas? Se há desigualdade, e queremos acabar com ela, tratemos os desiguais de jeitos diferentes, porque se continuarmos tratando os desiguais de forma igual, vamos perpetuar as desigualdades.

Você tem observado alguma iniciativa interessante na aplicação da Lei 10.639/03?
Em Guarulhos, SP, por exemplo, tem sido destaque a implementação da Lei 10.639/03, a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. Eles perceberam que não pode ser uma iniciativa somente do educador. O município investiu em cursos, como um de "metodologias de enfrentamento do racismo e de promoção da igualdade racial", que discute as práticas, desde as situações que acontecem na sala de aula, para você pensar: como é que alguém vai colocar isso no currículo sem ter conhecimento da história africana ou afro-brasileira? Então se trata de ter um professor que, além de desenvolver atividades na Semana da Consciência Negra, vai pensar uma forma de trazer o referencial africano para a Geografia, a História, a Literatura etc. Esses educadores produzem artigos que são publicados na revista Ashanti, que é distribuída para toda a Rede Municipal. O município tem ainda o Prêmio Akoni de promoção da igualdade racial, que é para fotografia, ilustração em quadrinhos e slogans São os alunos construindo campanhas de promoção da igualdade racial. Existem outras experiências: capacitação de educadores, educação a distância (UERJ), na comunicação (Canal Futura)... Então, estou bem otimista porque vejo mais avanços do que retrocessos com a regulamentação dessa Lei. Mas o professor precisa ir atrás dos materiais e compartilhar experiências entre educadores.

Como lidar com alunos que demonstram desinteresse pelos assuntos relacionados à cultura africana?
O jeito de lidar tem que ser o de não trazer a presença africana só no currículo na disciplina de História. Isso tem que estar nos painéis dentro da escola. Os caminhos são esses: colocar mais melanina, mais pigmentação no currículo como um todo, na estética da escola e trazer para o currículo a diversidade do povo brasileiro. A Alemanha, por exemplo, tem uma estratégia curricular: recontar a história para não esquecer e para não repetir os erros. As crianças estudam a Segunda Guerra, o Holocausto, visitam campos de concentração. Deveríamos, no Brasil, ter um museu que recontasse o que foi a escravidão e destacasse a presença negra no país. No entanto a nossa metodologia aqui tem sido a do "abafa o caso" e parar de falar para ver se esquece.



Por que dizer 100% negro?

Muitos perguntam se isso também não é racismo. Mas se pararmos na frente das lojas, das bancas de jornais, elas já eram 100% brancas. Então quando as organizações começaram a dizer 100% negro era exatamente para provocar esse debate, mostrar que vivíamos numa sociedade que se sentia 100% branca, mesmo sem estar escrito numa camiseta: todos os manequins brancos, todas as capas de revistas com pessoas brancas. Na verdade não somos 50% um e 50% outro, somos um monte de coisas.

Mas é importante trabalhar com esse desafio da diversidade, da humanidade e da identidade, que estão o tempo todo juntas. A minha humanidade garante que sou igual a todos; a diversidade, que sou igual a alguns e diferente de outros; e a identidade, que sou diferente de todo mundo. Então você não consegue pegar um grupo e dizer que é 100% alguma coisa. Mas quando optamos por destacar uma diversidade de algum grupo, é exatamente para quebrar a hegemonia que finge e inviabiliza essa diversidade. Seria, por exemplo, como discutir o “dia do homem”, porque existe o dia da mulher. Porque vivemos num país que ainda é machista, é importante que haja um dia para discutir a identidade da mulher. A mesma coisa quando foi se discutir o 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), pois temos um povo que adora feriado, e pela primeira vez vimos as pessoas reclamando de um feriado, por achar injusto ter um dia para discutir a questão racial. Nesse sentido, acho válido o debate que a camiseta provoca, de ter um grupo que não ac ita a sociedade 100% branca e quer trazer a sua identidade.

O meio ambiente no interior da escola.


Sérgio José Both

O primeiro passo para trabalhar bem a educação ambiental é criar na escola um ambiente capaz de envolver todos os professores e também a comunidade. O meio ambiente vai além das dimensões biofísicas, como vegetação, recursos hídricos, fauna, solos, atmosfera... Envolve as configurações dos conhecimentos, das técnicas, das estruturas e das relações sociais.

A educação é um ato político e que, para ser identificada como um ato educativo na perspectiva ambiental, necessita mais de uma mudança qualitativa da escola do que de informações eficientes. Isto será possível com uma maior ênfase nos aspectos éticos e políticos da questão ambiental.

O planejamento do trabalho de desenvolvimento dos profissionais da educação no interior da escola pressupõe uma reflexão e uma discussão coletiva da escola - em particular, suas condições objetivas, considerando dois eixos de análise: a história da própria escola e os reflexos da história e do atual contexto educacional e social brasileiro sobre o cotidiano escolar.

O projeto de escola

A partir de uma análise assim realizada, é possível que, com mais segurança, os profissionais da escola, de comum acordo, estabeleçam as estratégias mais valiosas e viáveis que possam trilhar na busca de seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento do processo educativo de que participam.

Pensar o trabalho de desenvolvimento do pessoal da escola é, em primeiro lugar, diagnosticar as condições objetivas de cada escola e situá-la no contexto do movimento educacional e social mais amplo pelo qual passa a sociedade.

Confrontar os determinantes sociais gerais com os locais, procurando equacionar os pontos de estrangulamento, é a melhor forma de se iniciar o trabalho na escola. Todo diagnóstico deve ter como referência um padrão a se alcançar, um parâmetro em função do qual a análise será feita. É aqui que se apresenta como fundamental que os agentes pedagógicos explicitem seu projeto de escola.

O meio ambiente no interior da escola tem por finalidade auxiliar na formação e na qualificação dos alunos e professores, com base nos princípios e na metodologia que envolve a comunidade. Este auxílio na qualificação visa também a promover um maior conhecimento sobre novos processos de preservação e conservação, adequação às formas de regulamentação, bem como criar condições que facilitem a difusão da informação científica.

O processo

Para obter um meio ambiente no interior da escola deve-se:

• Promover uma conscientização de todos os atores da escola;
• Elaborar metas e missões a serem atingidos;
• Conservar o ambiente da escola em constante organização;
• Criar uma cultura ambiental dos professores e alunos em relação à preservação;
• Limpar e retirar tudo que impede a promover a questão ambiental;
• Organizar ações de limpeza e conservação com os alunos todos os dias;
• Plantar árvores, flores e grama nos espaços da escola;
• Orientar os alunos para a reprodução das ações ambientais em suas casas;
• Plantar, com os alunos, árvores e flores, dialogando sobre o cuidado para com cada planta.
• Elaborar textos e trabalhos em sala de aula sobre as atividades realizadas no pátio;

• Reciclar e reutilizar os lixos da escola;
• Criar caixas para guardar o lixo reciclado;
• Trabalhar em sala de aula, a questão ambiental junto com os aspectos sociais, como saúde e qualidade de vida.

O meio ambiente, compreendido como construção contínua, no interior da escola proporciona:

• Um ambiente sadio onde professores e alunos se sentem naturais;
• Um espaço de leitura e de estudo harmônico;
• Árvores bem preservadas ajudam e melhoram o bem-estar do ser humano;
• A descoberta de que a educação ambiental ajuda a compreender como se constrói o pensamento.
Em suma, educação ambiental para o desenvolvimento sustentável é uma vida ampla e longa que sustente com inteligência cada desafio individual, das instituições e das sociedades que visualizem o amanhã com uma diferença que pertença a todos nós, ou não pertença a ninguém.
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Sérgio José Both Professor de História no Ensino Fundamental e de Metodologia Científica na União das Faculdades Integradas de Tangará da Serra, MT.both@vsp.com.br

Artigo publicado na edição nº 393, jornal Mundo Jovem, fevereiro de 2009, página 16.


Questões para Debate

1 - O que já existe em sua escola e o que ainda falta para implantar uma efetiva educação ambiental?
2 - Em que medida a educação ambiental interfere em todo processo educacional da escola?
3 - Qual é a importância do trabalho ambiental da escola para a sociedade e para o futuro?
4 - Que tal organizar um mutirão de educação ambiental na escola onde seria possível envolver alunos, professores e pais em ações de limpeza, plantio de árvores e plantas, organização dos jardins, pinturas de muros, espaços para separação de lixo?

Namoro, compromisso de quem? De quê?


Maria do Horto Palma Moraes


Fala-se tão pouco em namoro nos dias de hoje! Por outro lado, é um desejo de todos os jovens ter um namorado ou namorada. Ninguém quer ficar sozinho. O que mais se ouve falar é em “ficar”. Essa relação não traz nenhum suporte para o conhecimento mútuo e muito menos para um “vínculo afetivo”.

Somos seres humanos, necessitamos de vínculos afetivos. Vínculo com a mãe, com o pai, irmãos, irmãs, amigos e principalmente com um parceiro ou parceira. É sofrido viver sozinho neste mundo. Diria que quase impossível!

Para sermos aceitos pelo mundo, precisamos ser aceitos por alguém. E quando adultos, precisamos ser aceitos por “alguém em especial”. Não somos ninguém sem “um alguém”. Sempre foi assim. A forma de buscar esse alguém mudou de uns tempos para cá: primeiro “ficar”, depois namorar.

Se por um lado “ficar” faz parte da liberdade de relacionamento do jovem de hoje, por outro, se não houver expectativa e fantasias exageradas, pode ser o primeiro passo do namoro.Namoro, no entanto, é compromisso. Compromisso de quem? De quê? De se propor a conhecer melhor alguém que você está “encarando” como especial, que mexe com seus sentimentos, dá vontade de ficar junto, que lhe dá ânimo para viver seu dia-a-dia, energia para fazer o que tem que ser feito e ser aceito pelo mundo, além de uma forte atração sexual, natural entre um homem e uma mulher.

O namoro tem fases que os namorados vivenciam de uma forma inconsciente. Essas fases se perpassam ou predominam em momentos diferentes. Por isso há tantos rompimentos, tantas frustrações e dificuldades com os vínculos.

A primeira fase é extasiante, porque nela só se vêem os “its”, as qualidades do outro, aquilo que nos harmoniza, que nos dá afinidade com aquela pessoa. É complementar.

A segunda fase é onde se dão os rompimentos, pois nela percebemos os defeitos do outro, “vão caindo as fichas”, vão se percebendo os pontos de discordância, as diferenças individuais, os opostos entre ambos.A terceira fase é a que se chama de “afinação”. Assim como se afina um instrumento para emitir um som harmônico, precisa-se afinar nossa relação com o outro para ela se tornar harmônica e recíproca. É aí que acontece o contato de ressonância, a verdadeira relação amorosa.

A quarta fase é a da “tentativa de posse um do outro”. É o momento de descobrirmos os “mecanismos de defesa” que usamos para ter um alguém, principalmente, a fixação e a rejeição. Se nos fixamos, somos apegados, isso não é amor. Se somos rejeitados, a tendência é rejeitar também, isso é aversão.

Também podemos desejar ser amados, mas não retribuir, na mesma intensidade, e até sermos indiferentes com o parceiro ou parceira, porque aí o importante é ser amado e não amar. Nesta fase se dá a explosão, o amor acontece - quando um consegue viver, conviver e amar o outro com as suas diferenças e afinidades. Conscientizando os mecanismos que usamos, poderemos construir vínculos amorosos saudáveis.

A relação amorosa, para ser satisfatório, tem que ser “complementar e oposta”, tanto que geralmente escolhemos “alguém” com temperamento oposto ao nosso. Quando o “oposto e o complementar” pulsam, acontece a outra fase.

A quinta fase é a de “comunhão a dois”, onde se descobre o “comum” entre os dois: desejos, metas, objetivos, sonhos. Percebe-se então as possibilidades, o valor e o prazer de crescer e viver juntos com o apoio, o respeito e o amor de um pelo oposto complementar, que é o outro. “Buscar um alguém” e “ser um alguém” não é um capricho ou espírito de aventura. Buscamos um alguém, porque é impulso da energia - princípio de vida - que existe em nós, que é expansivo e dirigido para o outro.

A pessoa amada, porém, é o símbolo, uma parcela do que realmente buscamos: o ser total, a globalidade, a plenitude, a vida mais sublime e infinita, a experiência de identificação, fusão e paz no todo. Amar é a essência do nosso viver. Namorar é a possibilidade de realização dessa essência.
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Maria do Horto Palma Moraes psicóloga clínica. mhpmoraes@terra.com.br

Artigo publicado no Jornal Mundo Jovem - edição 317 - junho 2001.

MT- Trabalho de estudante mato-grossense é premiado em feira internacional

Mato Grosso foi destaque durante a primeira Feira Latino-americana de Empreendimentos Produtivos, Ciência e Tecnologia (Exposicion Latinoamericana de Empreendimentos Productivos, Ciência y Tecnologia) realizada na cidade de Ambato, no Equador, no final de abril. O projeto científico - “a Quina no tratamento dos esporões calcâneos” - oriundo do Estado conquistou a primeira colocação e deverá ser apresentado em Londres, Inglaterra, em 2013.

O trabalho vitorioso é sobre farmacologia. Trata-se de um produto farmacêutico (óleo) capaz de eliminar os esporões calcâneos (joanetes), que afligem muitas pessoas. O autor do projeto é ex-aluno da Escola Estadual Querência, localizada no município de mesmo nome. Guilherme Weber, de 17 anos, explica que “a essência da fórmula é baseada na quina, uma planta muito comum no cerrado mato-grossense.

Segundo Weber, com base na substância extraída da folha da quina ele e os professores Ricardo Rodrigues de França e Egon Weber criaram uma substância que “quando aplicada sobre a pele onde está o esporão é capaz de dissolvê-lo”. Ele conta que produziram e adicionaram outras misturas a substância da quina, mas que ainda não podem ser divulgadas, porque o produto final ainda não foi patenteado.

O estudante que concluiu o ensino médio no ano passado e pretende cursar Medicina explica que “a aplicação do produto tem que ser feita uma vez por dia e com isolamento do local com saco plástico. Isso facilita a dilatação dos poros e entrada da substância de maneira concentrada que irá eliminar a inflamação e recuperar a pele”, disse. Com o sucesso da criação, Weber e os professores já pensam em desenvolver o produto em escala comercial.

Prêmios

Além do convite para participar em Londres, do Fórum Internacional de Ciência voltado para a juventude o London International Youth Science Fórum, a vitória na Feira Latinoamericana rendeu ao estudante 1.500 dólares, duas câmeras filmadoras, um troféu, livros científicos e presentes típicos do Equador.

Para participar da Feira, o projeto do mato-grossense ficou bem colocado nas feiras de Ciências realizadas em âmbito estadual e nacional. “Ficamos nas primeiras colocações na Feira de Ciências da nossa Escola, em Querência, realizado no início do ano passado, depois fomos classificados na Feira Municipal, fomos para a V Mostra Estadual de Ciências que ocorreu em Cuiabá, em seguida para a Semana Nacional de Ciências, que também aconteceu na capital do Estado”, disse.

Guilherme Weber conta que por último participaram da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ocorreu entre os dias 13 a 15 de março, deste ano, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). “Na ocasião ganhamos o prêmio de destaque nacional pela revista Segmento e fomos convidados para irmos para o Equador, e participar de feiras em outros Estados”, finalizou



VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

MT- Ação Social traz família para a Escola

A Escola Estadual Professora Renilda Silva, de Rondonópolis, realizou a 3ª edição do projeto Dia da Família na Escola, com a participação de aproximadamente mil pessoas. O evento reunindo representantes de diferentes segmentos sociais ofertou serviços e entretenimento ao público promovendo a interação entre família e comunidade escolar.

Conforme a professora Lindaura Rodrigues Vieira Masson, uma das organizadoras do evento, os projetos para fortalecerem a presença dos pais na escola têm promovido bons resultados. O Dia da Escola teve a primeira edição em 2009, ainda na gestão anterior, e foi fortalecido com o projeto Pai Presente Aluno Contente, já na gestão da professora Maria Clélia Lempke. Nesse, os pais recebem uma carteirinha de presença nas reuniões. “Esse acompanhamento tem promovido melhorias no acompanhamento dos estudos dos filhos e melhorias no desempenho dos estudantes”, diz.

Ação Social

A atividade, realizada sábado (12.05), véspera do Dia das Mães, promoveu uma confraternização entre a comunidade escolar, familiares e sociedade. Durante todo o período vespertino foram realizadas diferentes ações com segmentos da sociedade.

Foram ofertados serviços de beleza com cortes de cabelo e manicure, em parceri


a com a Escola de Cabeleireiros e Senac; biblioteca ambulante com acervo do Sesc. A gerência regional da Superintendência Regional do Trabalho promoveu a emissão de Carteira de Trabalho à comunidade; a Secretária Municipal de Saúde realizou vacinação contra gripe para os idosos, crianças até 2 anos e gestante, bem como aferição de pressão arterial e confecção de carteirinha do SUS.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública realizou a elaboração de RGs, e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) também atuou com profissionais capacitados, promovendo esclarecimento ao público. Uma palestra com o tema Família foi ministrada por uma psicóloga convidada. Na ocasião foram sorteadas cestas básicas e outros brindes, em virtude ao Dia da Mães.

A programação contou com um feirão, denominado bazar da pechincha, que arrecadou R$2 mil, que serão utilizados em dois projetos desenvolvidos pela escola (Projeto Presépio e Feira Cultural, que este ano trará como tema Meio Ambiente). Finalizando as atividades apresentação do coral de vozes e de libras e peças teatrais. (colaboração da Escola)

ROSELI RIECHELMANN
Assessoria/Seduc-MT



MT- Seduc entrega instrumentos e planeja ampliação das fanfarras

Helenice Stela / Assessoria Seduc-MT

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realizou na tarde de hoje (15.05) o ato de entrega de 648 instrumentos para composição de 18 fanfarras de escolas estaduais situadas em 12 cidades distintas. “Nossa proposta é de conseguir aumentar ainda mais a distribuição. Uma fanfarra com 36 instrumentos pode atingir, muito fácil, o dobro de estudantes. Nossa orientação pedagógica é que a escola sempre promova atividades de inserção da comunidade e, a música, possibilita essa ação”, avalia o secretário de Educação Ságuas Moraes.

A história, a arte, a matemática, a educação física são algumas das disciplinas contempladas com a formação das fanfarras que associam atividades na formação do Corpo Coreográfico (CORE) e dos balizadores, empregando conceitos e noções de diversas áreas do conhecimento.

Além de promover a disciplina e incentivar o processo de ensino aprendizagem, a Helenice Stela / Assessoria Seduc-MT

Seduc entrega instrumentos e planeja ampliação das fanfarras
fanfarra possibilita a aproximação com a comunidade. “Percebemos que muitos pais acompanham os ensaios. Querem saber o que acontece. Tornam-se mais participativos. Entendem os benefícios da música e sabem que ela pode ser uma profissão”, explica o regente e músico profissional Ualei Wilker Souza Santos. Ele desenvolve atividades junto a fanfarra da Escola Estadual Nadir de Oliveira, em Várzea Grande.

A opinião do regente é compartilhada pelo diretor da Escola Estadual Dom Franco Dalla Valle, de Aripuanã ( a 1,3 mil km de Cuiabá, distrito de Conselvan), Luciano Denazzi. “Sabemos da importância que um projeto como esse carrega. Aproxima a comunidade das atividades da escola”, diz.

Contemplada pela primeira vez com o projeto de fanfarra, a coordenação da Escola Estadual Marechal Rondon, da cidade de Rosário Oeste, deve iniciar as aulas ainda no primeiro semestre. “Temos um número expressivo de alunos interessados e, nossa proposta é a de incentivar o estudo. Poderão participar aqueles que apresentarem frequência e bom desempenho escolar. Os alunos estão muito entusiasmados. Nossa ideia é a de participar, agora no mês de junho, da apresentação no aniversário de 30 anos da cidade”, diz a coordenadora pedagógica da escola, Gislaine de Oliveira.

Expansão
A coordenadora de Projetos Educativos da Seduc, Janaína Monteiro, pontuou que a Seduc vem trabalhando para desenvolver e fomentar propostas que contemplem fanfarras nas unidades. “Queremos que ela seja inserida na proposta curricular, que faça parte do Projeto Político Pedagógico”.

Pautada nessa premissa, a Seduc desenvolveu um questionário que foi encaminhado (online) para todas as unidades do Estado. A ideia é a de possibilitar um retrato fiel sobre músicas e as propostas já executadas pelas unidades escolares.

Mato Grosso possui hoje um total de 133 fanfarras distribuídas em unidades escolares de 56 municípios.

PATRICIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT


MT- Professores de Espanhol participam de curso no CRDE

Professores de língua espanhola participaram no último fim de semana do curso de formação continuada ‘Una mirada a la cultura española a através de las artes plásticas’, promovido pelo Centro de Recursos Didático de Espanhol (CRDE), em parceria com a Superintendência de Formação e Atualização dos Profissionais, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). As aulas foram realizadas no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais de Cuiabá (Cefapro).

Ao longo de três dias de estudos, ministrados pelo professor José Suárez-Inclán García de la Peña (Assessor Linguístico da Consejería de Educação da Espanha em Brasília), os professores socializaram experiências vivenciadas em sala de aula, assim como aprenderam a analisar, interpretar e definir o que são obras de artes plásticas, qual sua importância dentro e fora do seu contexto.

No encerramento da atividade, o CRDE foi presenteado com um livro “A mala de fugir” e um documentário sobre “Vila Bela da Santíssima Trindade”, ambos, do escritor cuiabano Luis Carlos Ribeiro. Ao término das atividades foram feitas as entregas dos certificados, sorteios de livros em espanhol e português, camisetas da Consejería de Educación.

O Centro de Recursos Didáticos de Língua Espanhola (CRDE) de Cuiabá é o resultado de Convênio assinado, 26 de junho de 2006 pelo Ministério de educação da Espanha, representado em Brasil pela Consejería de Educação em Brasília, e da Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso (Seduc/MT). O mesmo está localizo na Avenida Barão de Melgaço, Nº: 945 - Bairro: Porto, (anexo a Escola Estadual José de Mesquita).

Assessoria/Seduc-MT


mt- Semana do Meio Ambiente e Rio + 20 são temas na Videoconferência

A mobilização das Escolas Estaduais para a semana do Meio Ambiente e o incentivo Volney Albano / Assessoria Seduc-MT

A participação das discussões na Conferência Internacional Rio + 20 foram temas do Encontro entre Educadores especial, realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), nesta terça-feira (15.05). O debate contou com as participações da Superintendente de Diversidades Educacionais, Débora Mansilla, e da gerente de Educação Ambiental, Giselly Gomes.

Na ocasião, a superintendente fez um balanço dos projetos de Educação Ambiental desenvolvidos pela Educação Estadual. Ela lembrou o Projeto de Educação Ambiental (PREA) e os kits sobre a temática preparados pela Seduc e enviados para as unidades de ensino, visando a elaboração de propostas ambientais comunitárias. Ela destacou ainda que as Escolas que desenvolvem projetos ambientais devem enviar sugestões para a Conferência.

Giselly Gomes ressaltou que a Rio + 20 ocorrerá entre os dias 13 a 22 de junho na cidade do Rio de Janeiro e as contribuições da sociedade civil serão debatidas durante a Cúpula dos Povos, um evento paralelo à Conferência Oficial que é voltada apenas para chefes de Estado e autoridades. “As unidades devem participar fazendo a discussão coletiva e elaborando propostas de sustentabilidade para apresentação na Cúpula”, disse.

Débora Mansilla destacou que a educação ambiental não se trata mais de um tema transversal nas Escolas e sim um campo de discussão que deve estar presente no cotidiano das unidades de ensino. “Cada Escola deve discutir com a comunidade projetos de Escolas Sustentáveis, colocar essas propostas no Projeto Político Pedagógico (PPP), debatê-las nas reuniões da Sala do Educador e promoverem a aplicação”, disse.

Ela cita que na Semana do Meio Ambiente que ocorrerá de 03 a 08 do próximo mês, as unidades precisam discutir sobre sustentabilidade. “Nessas discussões devemos refletir sobre tudo que se relaciona ao ambiente. Tanto a natureza em sim, como nossos ambientes das cidades, os ambientes econômicos”, entre outros.

Durante a interação com diversos educadores que acompanharam o debate por intermédio dos equipamentos de transmissão do MT Preparatório, ficou estabelecida a necessidade das Escolas serem protagonistas na construção de uma sociedade mais solidária e sustentável. “Por isso, a necessidade de utilizarmos esses instrumentos como a Rio + 20 que apesar de não ser um fórum de decisão tem o desafio de propor mudanças rumo a construção de um planeta mais sustentável”

Mais informações sobre como participar da Cúpula podem ser obtidos no www.cupuladospovos.org.br e na Gerência de Educação Ambiental pelo fone: 3613-6383.

VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT



MT- Gestão Escolar e CDCEs serão debatidos em videoconferência


“O Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE) e a Gestão Escolar” é o tema que reunirá dois assuntos na edição desta semana do Programa Diálogo com Educadores. Esse será o segundo programa realizado na semana, que teve uma edição especial sobre Meio Ambiente. A transmissão será na quinta-feira (17.05), das 14h30 às 15h45, para todos os pontos de recepção do MT Preparatório instalados nas escolas estaduais. O projeto, em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec), é realizado no estúdio do MT Preparatório instalado na sede do órgão.

A mediação das discussões será realizada pelo técnico da Coordenadoria de Ensino Médio, Jorge Rodrigues. Os comunicadores serão Júlio Monteiro Filho, Solange de Lima Lula Marques, Maria de Lourdes Silva Duarte, integrantes à Superintendência de Gestão Escolar. A programação contará com a apresentação do vídeo “Participar do dia-a-dia da escola faz a educação melhorar”.

O Programa Diálogo entre Educadores teve início em 2011 numa iniciativa da Secretaria-Adjunta de Políticas Educacionais (SAPE). As videoconferências servem como estratégia de fortalecimento do fazer pedagógico desde o ano passado.


PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT


quarta-feira, 16 de maio de 2012

MT- Curso de Zootecnia da Unemat é destaque em Congresso Internacional

Redação 24 Horas News

O curso de Zootecnia da Universidade do Estado de Mato Grosso ofertado no campus de Pontes e Lacerda é destaque no XXII Congresso Nacional de Zootecnia e XIV Congresso Internacional de Zootecnia – ZOOTEC 2012, que está ocorrendo nesta semana em Cuiabá.

Na abertura dos congressos, dois acadêmicos da Unemat foram premiados, com o melhor trabalho inscrito, pelo acadêmico Geovane Rosa de Oliveira, e com o prêmio “Zootechine-Formando” concedido ao acadêmico Lucien Bissi de Freiria. O professor doutor e coordenador do curso da Unemat, professor Alexandre Agostinho Mexia, também foi agraciado com o prêmio “Zootenchine-Educador”, sendo considerado o melhor educador na área de Zootecnia no ano de 2012 em todo o território nacional.

Segundo Alexandre, os prêmios Zootechine, são concedidos pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia que por meio da comissão de ensino avaliam as produções. Outro destaque para o curso da Unemat, é a participação expressiva de acadêmicos nos congressos, com 80 alunos, sendo a maior delegação.

Os alunos participantes também escreveram muitos trabalhos, ao todo foram 50 resumos expandidos que estão sendo divulgados no ZOOTEC pelos alunos e professores da Universidade do Estado de Mato Grosso.

O ZOOTEC 2012 acontece de 13 a 18 maio e tem cerca de 2 mil profissionais e acadêmicos da área inscritos.

Professores são omissos em casos de homofobia, diz ONG

AGENCIA BRASIL


A Câmara dos Deputados sediou nesta terça-feira o 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), organizado pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; e de Educação e Cultura. No evento, a coordenadora do Projeto Escola Sem Homofobia, Lena Franco, apresentou alguns depoimentos de estudantes que mostram o preconceito dentro das escolas. Alguns dos relatos apontam a omissão dos professores em casos de homofobia. "Os professores passam um pano grosso para esconder o assunto. Não brigam com o aluno, mas também não ficam do lado do estudante agredido, ficam em cima do muro", conta um dos alunos.

Lena apontou, ainda, que a homofobia está presente em todas as 44 escolas pesquisadas, entre 2010 e 2011, pela ONG Instituto Ecos - Comunicação e Sexualidade. "A percepção da homofobia é maior entre os alunos do que entre as autoridades e os educadores", ressalta a coordenadora.

De acordo com Lena, os depoimentos revelam ainda que as consequências da homofobia para a vítima podem ser depressão, violência e até suicídio.

Kit homofobia
Lena também lembrou o kit sobre homofobia que foi produzido para ser entregue às escolas de todo o País pelo Ministério da Educação, mas teve sua distribuição cancelada. "Esse material foi criado para municiar educadores, trabalhar a homofobia na escola e em seu entorno. Contribuir para alterar concepções e rotinas que alimentam o preconceito na escola", sustenta.

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) faz críticas ao governo federal por não ter levado adiante o Programa Escola Sem Homofobia, que previa, entre outros pontos, a distribuição do kit. "A politica foi suspensa devido à pressão de forças políticas aqui dentro do Congresso. Infelizmente, a presidente Dilma cedeu. A mídia também abraçou os argumentos fundamentalistas. Primeiro, criticaram a estética do material, depois questionaram a necessidade de algo específico sobre a homofobia. Ora, porque essa prática é mais comum nas escolas do que outras formas de discriminação, como mostram as pesquisas", argumenta Wyllys.

Desempenho escolar


O coordenador-adjunto do Projeto Diversidade Sexual na Escola da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ, Alexandre Bortolini, relata que as escolas onde há maior incidência de práticas homofóbicas tendem a ter piores resultados. Segundo ele, uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe-USP), em parceria com o Ministério da Educação, mostrou que há uma relação direta entre a homofobia no ambiente escolar e o resultado na Prova Brasil. "O estudo revelou altos índices de discriminação em todas as escolas, em todas as séries. Isso ia diminuindo à medida que evoluía as séries. Não estamos falando só de algo que tem a ver com relações interpessoais, mas que prejudica o desempenho de todos na escola", afirma.

Bortolini ressalta que não há uma receita pronta para trabalhar a sexualidade e a questão de gênero dentro da escola. Na opinião dele, esses assuntos precisam ser descobertos ao longo do tempo. Ele destaca também que muitos professores acabam reproduzindo no dia a dia escolar práticas preconceituosas.

Família
A representante do grupo Mães pela Igualdade, Maria Cláudia Cabral, falou de sua experiência de ser mãe de uma filha homossexual. Ela ressalta que há diferentes modelos de famílias, já reconhecidas pela sociedade, mas que isso não aparece no material escolar. "A Isabela filha desde pequena não gostava de bonecas, de vestidos. Mas, por alguma razão que não sei qual, para mim isso nunca foi um problema. Aquela era a minha filha, como ela é", conta.

Maria Cláudia sustentou que a questão de gênero deve ser trabalhada desde a infância, como defende a Unesco. Ela lembrou, no entanto, que o assunto é mais complexo do que se pode imaginar. "A sociedade cria limite do azul e do rosa, do carrinho e da boneca. E, assim, a cultura e a sociedade vão criando um modelo único, e tudo que for diferente está à margem", declara.

MT- MEC confirma construção de creches em várias cidades do Nortão


Só Notícias



Prefeitos de 16 municípios mato-grossenses assinaram, nesta semana, termos de compromisso com o Ministério da Educação para construção de 37 creches e pré-escolas, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), por meio da ação Brasil Carinhoso, lançado pela presidente Dilma Rousseff. No país, foram definidas construções de 1,5 mil unidades de educação infantil.

Conforme a planilha divulgada pelo MEC, 12 unidades serão instaladas em Cuiabá e outras 8 em Várzea Grande. Para as cidades de Cáceres, Colniza e Confresa foram garantidas mais duas unidades em cada. Para Alta Floresta, Alto Paraguai, Campo Verde, Feliz Natal, Juína, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Pontes e Lacerda, Santo Antônio do Leverger, Tangará da Serra e Vila Bela da Santíssima Trindade foram assinados termos de compromissos para uma unidade em cada.

Para a execução do programa, o governo federal libera recursos de forma progressiva, com 30% no momento da licitação, mais 50% no início da obra. Quando 80% dos trabalhos estiverem concluídos, serão destinados os recursos para a aquisição do mobiliário. À prefeitura, cabe oferecer o terreno.

A partir da assinatura do termo de compromisso, as prefeituras têm levado em média seis meses para licitar a obra e mais dois anos para construir. Para diminuir os prazos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) pretende realizar licitações para registro nacional de preços. Com a racionalização dos processos construtivos e a inovação no uso de materiais e componentes, espera-se construir uma creche em até seis meses. Assim estados, Distrito Federal e municípios estariam dispensados de promover licitações e haveria mais controle de qualidade, informa assessoria do governo federal.

Recusar cargo de liderança pode ser uma decisão acertada

por Roberto Santos

Surgiu uma vaga de liderança, recusei e me arrependi. Não sei o que quero ainda, mas sou bem-sucedido em vendas. Como descobrir?

Sentimento de líder: 1º lider de fato e 2º lider de direito
"Descobre-se que estamos preparados e motivados para uma posição de liderança, mesmo sem ocupá-la, ao percebemos que nossos colegas nos veem como líderes — vêm pedir nossos conselhos e orientações, tirar suas dúvidas sobre seu trabalho e sua carreira — e isso nos dá mais realização do que nosso trabalho propriamente dito" Resposta: O convite para ocupar uma posição de liderança pode sempre ser encarado como um reconhecimento por um trabalho bem feito. No seu caso, pode ter sido um reconhecimento por seu sucesso em suas vendas. Sua recusa, contudo, não deve necessariamente ser encarada como uma decisão errada que mereça arrependimento.

Refrão corporativo

Um refrão no mundo corporativo, muito repetido principalmente pelo pessoal de recursos humanos é que em algumas promoções precipitadas para uma vaga de supervisão "perde-se um excelente vendedor e ganha-se um péssimo líder". Isso se deve pelo fato de que um bom trabalho como vendedor, ou como técnico, não garante um desempenho de sucesso como gestor, pois as exigências e competências desse último cargo são muito diferentes.

Obviamente, todo mundo se empolga com a ideia de ser chefe por imaginar estar entrando no portal do Paraíso: altos salários, benefícios invejáveis, status, poder e tudo mais. Entretanto, junto com o "bônus" vem o "ônus" de se responsabilizar pelo desempenho de outras pessoas, com tudo que elas trazem de bom e de dores de cabeça.

Depender da realização de seu trabalho por seus próprios meios, habilidades e recursos é uma coisa. Quando seu sucesso depende da disposição e motivação de outras pessoas quererem seguir suas diretrizes e objetivos é outra coisa bem diferente. Descobre-se que estamos preparados e motivados para uma posição de liderança, mesmo sem ocupá-la, ao percebemos que nossos colegas nos veem como líderes — vêm pedir nossos conselhos e orientações, tirar suas dúvidas sobre seu trabalho e sua carreira — e isso nos dá mais realização do que nosso trabalho propriamente dito.

Não se sentir ainda nesse ponto, é totalmente aceitável e por isso recusar uma promoção pode ser a decisão mais sábia. Uma vez que se atravessa aquele portal, ficará difícil voltar atrás com uma sensação de fracasso, que terá um gosto infernal do que aquele falso Éden do poder. Espere um pouco mais e procure refletir se o que você gosta mais é de vender ou de ajudar outras pessoas a venderem. Aí você poderá encontrar sua resposta e sentir que chegou seu momento, e se não chegar, continue sendo um vendedor de sucesso!

Boa sorte!


terça-feira, 15 de maio de 2012

Conheça a avaliação das 20 metas do Plano Nacional da Educação


Em algumas delas, especialistas veem avanços. Em outras, criticam a falta de ousadia. Investimentos em educação é a mais polêmica

Priscilla Borges, iG Brasília


A opinião entre quem pensa e discute educação é unânime: o novo Plano Nacional de Educação, que traça as metas para o setor nos próximos dez anos, avançou em relação ao que está em vigor. Porém, ficou aquém do esperado. O motivo de maior descontentamento, sem dúvida, é com a previsão de investimentos na área. As entidades educacionais esperavam que a proposta de destinar 10% do PIB à área fosse mantida. Ou, pelo menos, que os 7% determinados no texto fossem programados para menos tempo: em quatro anos.

“O plano é um piso e representa o que foi possível de ser alcançado até agora, mas precisamos avançar no Congresso Nacional. Calculamos que, com base no custo-aluno qualidade, seria preciso destinar pelo menos 8% do PIB à educação”, afirma Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Ele explica que, dentro dos cálculos feitos para o mínimo de investimentos necessários por aluno para que as escolas ofereçam ensino de qualidade, 80% seriam destinados a pagamentos de profissionais da educação.

Por isso, nesse aspecto, Cara acredita que o Ministério da Educação acertou ao colocar a valorização dos docentes e profissionais das escolas como prioridade no plano. Porém, ele também ressalta que a colaboração efetiva entre municípios, Estados e União na divisão dos investimentos deveria estar mais clara. “As estratégias sobre como se dará o regime de colaboração estão frágeis. Era preciso apontar o que e como cada um tem de colaborar para que as metas sejam cumpridas”, destaca o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Carlos Sanches.

Cleyton Gontijo, professor do Departamento de Planejamento e Administração da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, acredita que o plano possui metas possíveis de serem atingidas. “O grande desafio, na minha avaliação, é cumprir a Emenda Constitucional 59, que tornou obrigatória a oferta de educação para estudantes de 4 a 17 anos até 2016. Mas me questiono se os recursos serão suficientes”, pondera. Gontijo afirma que o plano também precisava definir metas intermediárias para facilitar o acompanhamento delas.


Confira as 20 metas do novo PNE

Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.

O atendimento das crianças de 0 a 3 anos de idade voltou a ser meta do plano de 2011 a 2020. Desde o projeto antigo, a ideia era que 50% das crianças estivessem matriculadas em creches. A Conae queria que o prazo dessa inclusão fosse mais curto: até 2012. Até 2016, deveria haver a universalização do acesso. Para Haddad, mesmo repetida, essa é a meta mais ousada do pacote. A universalização das matrículas para as crianças de 4 aos 17 anos foi definida em 2009, pela Emenda Constitucional 59. “Para nós, o financiamento dessa inclusão não está claro e não conseguiremos cumpri-la sem dinheiro novo”, afirma Carlos Sanches.

Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos.

A partir deste ano, isso já deveria ter ocorrido. O objetivo foi quase cumprido, mas o ministro Fernando Haddad admite ainda há crianças fora da escola. “Há 2% dos estudantes brasileiros nessa faixa etária fora da escola. E eles já foram alfabetizados, nós sabemos disso. Precisamos trazê-los de volta, por isso a meta está aí”, afirmou. Para o presidente da Undime, a inclusão dessa meta foi “um cuidado positivo do MEC”.

Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.

Pela Emenda Constitucional 59, todos terão mesmo de ser incluídos. Mas o desafio de garantir a permanência desses alunos na escola é grande. Em 2009, a taxa de escolarização líquida nessa faixa etária foi de apenas 50,9%. Para tentar mantê-los estudando, o novo PNE aposta na diversificação curricular, investimento na formação de professores, em equipamentos e laboratórios e a criação de programas de correção de fluxo. Aumentar as matrículas do ensino médio integrado ao profissionalizante e colocar o Enem como seleção de vagas para o ensino superior também são estratégias propostas. "É uma demanda estudantil, inclusive", justifica o ministro.

Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.

Sanches avalia que esse público foi bem representado no plano. A proposta prevê o repasse de recursos suplementares para atender esses estudantes, a implantação de salas de recursos multifuncionais para atender necessidades específicas desses alunos e fomentar ações que promovam a inclusão deles. “Um aluno não pode deixar de estudar porque tem uma deficiência. Temos de adaptar uma escola para ele”, destaca o ministro Haddad.

Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos.

Para isso, o plano define a estruturação do ensino fundamental de nove anos com um ciclo de alfabetização de três anos. Orientação do Conselho Nacional de Educação, a proposta é que os estudantes não sejam reprovados durante esse ciclo. Eles ganhariam mais tempo para aprender a ler e a escrever, mas nenhum poderia ser deixado para trás. O PNE também prevê a aplicação de exames específicos para avaliar a alfabetização dos alunos, o que já acontece com a Provinha Brasil, aplicada aos alunos do 2º ano do ensino fundamental.

Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica.

Essa também não será uma meta simples de ser cumprida. Há 197 mil escolas de educação básica no País. Não há um dado preciso sobre quantas escolas funcionam em regime integral no País. Financiadas por recursos do MEC, são apenas 10 mil escolas, que atendem quase R$ 3 milhões de alunos. O ministro acredita que uma saída será buscar parcerias com entidades como o Sesc e Senai para garantir nessas entidades atividades no contraturno para os alunos.

Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB:

IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos iniciais do ensino fundamental 4,6 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0
Anos finais do ensino fundamental 3,9 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5
Ensino médio 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2
Fonte: Ministério da Educação

As metas de qualidade não faziam parte do plano anterior. Por enquanto, o Brasil está cumprindo os objetivos previstos para cada etapa. O repasse de mais recursos para os municípios com pior rendimento e que tenham conselhos escolares ativos é bem visto pelas entidades ligadas ao setor. A proposta agora é incluir uma avaliação de ciências na Prova Brasil – exame de português e matemática feito por alunos da educação básica cujos resultados compõem o Ideb – e incorporar o Enem ao sistema de avaliação da educação básica. Não há prazos para isso e o ministro admite que o tema terá de ser discutido com representantes de governos estaduais e municipais, já que o Enem é não é feito por todos os alunos.

Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.

A proposta é aumentar a escolaridade dos trabalhadores brasileiros. Dados analisados pela Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que somente 37,9% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos tinham 11 anos de estudo em 2009. E são poucos os que continuam frequentando a escola: apenas 5,4%. A formação profissional e técnica é considerada essencial para o cumprimento dessa meta.

Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

Esse é um dos desafios antigos, que já fazia parte do plano decenal anterior. O Brasil ainda possui 14,1 milhões de analfabetos com mais de 15 anos. Fazer com que os brasileiros adultos não-alfabetizados voltem à escola, para especialistas, é o grande empecilho para erradicar o analfabetismo. Haddad acredita que, primeiro, outros áreas – saúde e assistência social – precisarão se unir para encarar a tarefa. Além de oferecer algum tipo de benefício para que o adulto se escolarize, o ministro acredita que a falta de saúde visual impede muitos brasileiros de continuar estudando. Na opinião da Undime, as estratégias para erradicação do analfabetismo foram bem definidas.

Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

Tornar a escola mais atraente e manter o aluno estudando até o fim é um desafio também para cumprir a meta 8, que trata da escolarização dos jovens adultos. O plano prevê a criação de uma ação nacional para reestruturação e aquisição de equipamentos para as escolas públicas que atuam com educação de jovens e adultos (o antigo supletivo).

Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.

A proposta não atende exatamente o que propunha a Conae, que queria o número de vagas da educação profissional triplicado até 2015. O plano fala da duplicação durante a década. Haddad afirmou que as metas foram calculadas revendo o investimento de 7% do PIB nos próximos dez anos. Se os deputados decidirem ampliar as vagas na rede profissional, terão de mexer na previsão de recursos. O tema promete voltar aos debates no Congresso.

Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.

A definição de metas específicas para que as universidades adotem medidas para aumentar a quantidade de formandos não haviam aparecido no plano anterior, que contemplava somente metas de maior acesso às vagas. A proposta é que as instituições públicas formem 90% de seus alunos (a evasão em alguns cursos chega a 50%) e ofereçam um terço das vagas em cursos noturnos. O PNE também quer mudanças nos currículos: 10% do total de créditos curriculares devem ser destinado a programas e projetos de extensão. As cotas raciais, aprovadas na Conae, foram excluídas do plano.

Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores.

O investimento na formação dos professores é considerado um avanço pelos especialistas. Para eles, de fato, a qualidade de ensino oferecida aos estudantes só melhora a partir do momento que os professores são capacitados. Nessa meta, um item promete novos debates no Congresso: o MEC propõe a substituição do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) aplicado aos calouros pelo Enem. Como a avaliação do ensino médio é voluntária, não há definições sobre como essa substituição poderia ocorrer.

Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.

Os especialistas também apóiam a decisão de estimular a expansão da pós-graduação. Hoje, cerca de 30 mil mestres e doutores são formados por ano no País. Para isso, a expectativa é a de que o financiamento de cursos seja ampliado pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

O ministro da Educação disse que essa precisa ser a “década de valorização dos professores”. Os especialistas concordam que esse deve ser um ponto central do plano e elogiam a iniciativa de criar uma política nacional de formação e valorização dos profissionais da educação em um ano. Porém, criticam a falta de clareza sobre como será a parceria entre Estados, municípios e União. “A maioria dos municípios consegue pagar o piso, mas não oferece uma carreira atraente. Falta dinheiro. Precisaremos de 20% a mais de profissionais em quatro anos e não temos como resolver”, diz o presidente da Undime.

Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.

Gontijo considera a formação dos professores essencial para o cumprimento das metas nos próximos anos, por isso defende a proposta. Para ele, considerando o universo de docentes brasileiros, a ambição é ousada. “É necessário qualificarmos melhor os professores para garantir educação de qualidade, acho que as metas do Ideb passam por isso. Essa é uma meta muito interessante, mas audaciosa”, afirma.

Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.

Os especialistas elogiaram a criação de um fórum que acompanhe essa atualização dos salários. Mas se preocupam em quem pagará essa conta, já que há municípios e Estados que alegam não ter adotado o piso salarial, hoje em R$ 1.024, por falta de recursos. Haddad não descartou a possibilidade de as mesas de negociação incluírem a participação do governo federal para que a meta se consolide.

Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.

A prova nacional de admissão de docentes para contratação de professores, hoje já feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A meta é chegar a 90% de servidores nomeados em cargos efetivos durante o plano.

Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.

Os gestores que não utilizarem critérios claros para a escolha de diretores nas escolas públicas poderão ser punidos. A nomeação de gestores escolares pelas secretarias de educação não é aprovada pelas entidades e ainda ocorre em muitos municípios. O MEC sugere a criação de uma prova nacional específica para diretores, que poderia ser utilizada para ajudar a adoção de critérios técnicos e de mérito nessa tarefa.

Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do país.

Essa é a meta que mais provoca discussões e preocupações entre os especialistas. Durante a Conae, apontou-se a vontade de que esse percentual de investimentos fosse atingido em 2011 e chegasse a 10% em 2014. Para eles, os recursos definidos no PNE não serão suficientes. “Essa era a parte que deveria ser a mais forte, mas inexplicavelmente é a mais fraca. Em 2001 o parlamento propôs que esse (7% do PIB) fosse o gasto em 2010. Estamos prorrogando por mais dez anos a meta não alcançada”, critica o consultor educacional Luiz Araújo. Daniel Cara acredita que é preciso fortalecer também o papel do custo-aluno qualidade, que define padrões mínimos de investimento por estudante. O tema promete ser muito debatido no Congresso ainda.

UNE faz manifestação em defesa do Plano Nacional de Educação

Plano com diretrizes e metas para a educação no País está há um ano e meio atrasado e deve ser votado na Câmara somente em junho

iG São Paulo

Um ato público realizado nesta quarta-feira (9) em Brasília pede urgência na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita em comissão especial no Congresso. Trata-se da campanha PNE Já! – 10% do PIB em Educação e 50% dos Royalties e do Fundo Social do Pré-Sal para Educação, Ciência e Tecnologia.

Os estudantes pretendem entregar um documento ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) exigindo que 10% do PIB sejam destinados à Educação. De manhã, os manifestantes escreveram com cal no gramado em frente ao Congresso Nacional a sigla PNE. O ato foi organizado pela UNE com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Física, entre outras entidades.
Foto: AEManifestantes escrevem com cal a sigla PNE no gramado em frente ao Congresso Nacional

Na Câmara dos Deputados os parlamentares que integram a comissão especial criada para avaliar a proposição começaram a discutir a última versão do substitutivo do relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) na terça-feira (8). A análise deve se estender por esta semana e a expectativa é que a votação seja concluída até 23 de junho.

O PNE estabelece 20 metas educacionais que o País deverá alcançar no prazo de dez anos – entre elas o aumento do atendimento em creche, a melhoria da qualidade da educação e o crescimento do percentual da população com ensino superior. Como o plano vale para o período de 2011 a 2020, a lei está atrasada há um ano e meio.

PIB para a Educação

O ponto mais polêmico do PNE continua sendo a meta de investimento na área. O relatório de Vanhoni propõe que o País amplie o gasto público em educação dos atuais 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 7,5%. Mas entidades da área e parte dos membros da comissão pressionam para que esse patamar seja de 10%.

“Há estudos que mostram que é possível aumentar o investimento desde que se priorize a educação”, defendeu a deputada Dorinha Rezende (DEM-TO). A proposta do governo é que seja mantido o índice apresentado pelo relator. Membros da comissão acreditam que haverá orientação para que os deputados da base não votem por um patamar superior.

“Acho que podemos avançar aqui mesmo na comissão a proposta dos 10%. Mas se a comissão achar que não é possível vamos a plenário”, defendeu o Deputado Izalci (PR-DF). Caso haja um pedido de requerimento com a assinatura de pelo menos 53 deputados, o relatório poderá ser levado para votação a plenário. Senão o projeto segue direto para o Senado.

Vanhoni avaliou que é difícil iniciar a votação na próxima semana. Ele pretende utilizar os próximos dias para negociar possíveis mudanças no texto com os parlamentares que apresentaram os destaques. Amanhã a comissão volta a se reunir para continuar a discussão sobre o relatório.

* Com informações da Agência Brasil

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DEPOIMENTO: Domenico de Masi: "A curiosidade intelectual é muito importante"


Domenico de Masi: "A curiosidade intelectual é muito importante"
O sociólogo fala sobre as transformações por que passou ao longo de toda uma vida dedicada à Educação

Domenico de Masi é apaixonado pela cultura grega
A Educação começa no momento em que se nasce. Não lembro exatamente como ela mudou a minha vida quando eu tinha um dia, um mês ou um ano, mas certamente mudou muito a minha vida. Foi com certeza a maior mudança que tive.

Eu lembro a mudança por que passei durante o Ensino Fundamental. Tive a sorte de ter alguns professores muito bons e muito atentos ao meu crescimento. Isso me deu um sentimento de segurança e também um senso de questionamento. Ou seja, em todas as coisas eu via problemas, e não dados. Isso me dava curiosidade e fazia com que o meu aprendizado fosse muito mais prazeroso. A curiosidade intelectual é muito importante. Diz [Gastón] Bachelard: "A fome de cada dia nos dai hoje". Hoje há muito alimento intelectual. Há muitos livros, muitos discos, muitos filmes.

E depois, no Ensino Médio, a grande transformação se deu em função da cultura grega. Sou muito apaixonado pela filosofia grega, pela literatura grega, pela tragédia grega. E essa paixão me provocou muitas mudanças, pois me fez entender que o importante não é ter muitas coisas, mas valorizar muito as coisas que se tem. Se as coisas têm sentido, elas passam a ser fundamentais. Não é preciso acumular, acumular, mas sim valorizar as coisas que temos.

A universidade me deu o senso de liberdade. Depois fiz especialização em Paris, onde tive como professores pessoas como Sartre, Camus e Tourenne. Tive a sorte de ter grandes mestres. E isso, naturalmente, abriu a minha mente.

Depois comecei a me interessar pela organização do trabalho. E isso me pôs em contato com a classe operária. Entendi que há uma diferença enorme entre quem comanda e quem deve obedecer. Entendi a importância da luta de classe. Entendi que não se consegue nada sem luta. Entendi o que é a manipulação e como a manipulação é quase pior do que o constrangimento.

É claro que também aprendi com os meus alunos, mas não muito. Não sou daqueles professores que dizem que se aprende muito com os alunos. Acredito que meus alunos aprenderam muito mais de mim do que eu deles. Mas eles me ensinaram a ser sempre verde, sempre incompleto, sempre experimental, como diz Gilberto Freyre.
Domenico de Masi é um sociólogo italiano. É autor de "Desenvolvimento sem Trabalho", "A Emoção e a Regra", "O Ócio Criativo" e "O Futuro do Trabalho". Atualmente é professor da Universidade La Sapienza de Roma.