Por Sílvia Gusmão Ramos
Recentes números do Ministério da Educação comprovam que o panorama da educação profissional no Brasil está melhorando. Entre os anos de 2002 e 2010, a quantidade de matrículas em cursos profissionalizantes chegou a 1,14 milhão, o que representa um aumento de 74,9%. A grande procura se concentra nos cursos técnicos de áreas que se destacam em todo o país, como informática, mecânica, administração, eletrotécnica e, sobretudo, aqueles relacionados com o setor de petróleo e gás, devido à descoberta do pré-sal. O cenário do ensino profissionalizante no Brasil nos próximos anos se revela promissor e deve ser impulsionado ainda mais com o lançamento do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec). O projeto, do Governo Federal, visa aumentar o acesso ao estudo técnico a partir da ampliação de bolsas de estudo e da vinculação do uso do seguro-desemprego a matrículas em instituições que oferecem essa modalidade de ensino.
Diante da escassez de mão de obra especializada no Brasil, os cursos técnicos se tornaram aliados das empresas. Isso não é mais novidade. Na verdade, o que se tem percebido de novo nos últimos anos, é uma mudança no comportamento dos estudantes que concluem o ensino médio: agora, eles estão começando a considerar não apenas a faculdade, mas também o curso profissionalizante como uma alternativa válida (e atrativa) para a sua formação profissional. Tanto que há casos de instituições de ensino técnico do país que começam a registrar em seus processos seletivos concorrências tão acirradas quanto aos vestibulares mais disputados das grandes universidades brasileiras.
Vários motivos podem explicar esse olhar diferente para o ensino técnico, que demonstra estar cada vez menos contaminado do preconceito de outrora, mas ainda existente. O principal deles é o alto índice de empregabilidade que os cursos profissionalizantes apresentam. De acordo com um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Instituto Votorantim feito no ano passado, em uma comparação com profissionais que encerraram a formação educacional no ensino médio, aqueles que concluem um curso técnico têm 48% a mais de chance de conseguir entrar no mercado de trabalho.
Pernambuco já conta, por exemplo, com um centro de capacitação profissional para a inserção de jovens no mercado de trabalho, cujo índice de êxito já supera os 80%: o Ponto Cidadão. Localizado no sítio histórico de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, esse centro viabiliza a formação educacional de jovens em situação de vulnerabilidade econômica e social visando ampliar sua condição de empregabilidade. Gerenciado voluntariamente por uma rede de empresas (Itamaracá Transportes, TGI, INTG e Ágilis) e contando com o apoio de parceiros (igualmente voluntários), a proposta tem dado certo. Para este ano, a expectativa é de que a taxa de ingresso no mercado atinja o patamar de 90%.
O contexto atual mostra que o fortalecimento e a valorização do ensino técnico nos âmbitos estadual e nacional revelam-se uma necessidade e um caminho natural diante da diversificação das indústrias, do crescimento da economia e da modernização dos setores de comércio e serviços. E os jovens não devem deixar passar essa chance de qualificação profissional na disputa por uma vaga no mercado de trabalho.
*As colunas assinadas não refletem, necessariamente, a opinião do NE10
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Jovens e educação profissional: uma relação cada vez mais séria
Twitaço promovido por professores de Pernambuco lidera ranking no Recife
O dia ainda não acabou e o twitaço promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) já conseguiu um feito significativo. Após a divulgação no site, em redes sociais e nos veículos de comunicação, a hastag #pisodosprofessores alcançou o topo do Trending Topics Recife.
A repercussão foi além da própria categoria e ganhou seguidores de toda a sociedade e até personalidades como a deputada Teresa leitão e o atual técnico de futebol do Icasa, Dado Cavalcanti. Essa é a primeira mobilização articulada pelo sindicato via twitter, por meio do perfil @sintepedigital.
O twitaço reforça a Campanha Salarial Educacional 2011 e a assembleia geral que acontece neste momento, no Teatro Boa Vista, onde os trabalhadores em educação irão conhecer a proposta do governo. Após três rodadas de negociação, onde o último encontro ocorreu ontem à tarde (24), na Secretaria de Administração, os representantes do governo detalharam suas intenções de reajuste para alcançar o Piso do Magistério de R$ 1.187 estabelecido pelo MEC. Entretanto, alguns pontos da proposta foram rebatidos pelo sindicato e uma nova rodada de negociação foi agendada para a tarde da próxima terça-feira (31).
O Sintepe também reforçou a cobrança pelo início da negociação sobre as questões não-financeiras, que tratam de condições de trabalho e gestão democrática, cobrados na pauta de reivindicações da entidade, já que o governo se comprometeu em debater os temas em reuniões específicas com a Secretaria de Educação.
A repercussão foi além da própria categoria e ganhou seguidores de toda a sociedade e até personalidades como a deputada Teresa leitão e o atual técnico de futebol do Icasa, Dado Cavalcanti. Essa é a primeira mobilização articulada pelo sindicato via twitter, por meio do perfil @sintepedigital.
O twitaço reforça a Campanha Salarial Educacional 2011 e a assembleia geral que acontece neste momento, no Teatro Boa Vista, onde os trabalhadores em educação irão conhecer a proposta do governo. Após três rodadas de negociação, onde o último encontro ocorreu ontem à tarde (24), na Secretaria de Administração, os representantes do governo detalharam suas intenções de reajuste para alcançar o Piso do Magistério de R$ 1.187 estabelecido pelo MEC. Entretanto, alguns pontos da proposta foram rebatidos pelo sindicato e uma nova rodada de negociação foi agendada para a tarde da próxima terça-feira (31).
O Sintepe também reforçou a cobrança pelo início da negociação sobre as questões não-financeiras, que tratam de condições de trabalho e gestão democrática, cobrados na pauta de reivindicações da entidade, já que o governo se comprometeu em debater os temas em reuniões específicas com a Secretaria de Educação.
Haiti cria fundo para diminuir analfabetismo e evasão escolar
Com mais de 55% da população analfabeta no Haiti e estudantes fora da sala de aula, o presidente haitiano, Michel Martelly, criou o Fundo Nacional para a Educação (FNE) com o objetivo de atender 2 milhões de pessoas em cinco anos. A prioridade, inicialmente, é atender crianças e adolescentes.
Segundo o presidente, o apoio para o projeto virá de um “consórcio de vários setores” que financiarão para a execução do programa. No Haiti, a maioria dos 4 milhões de crianças em idade escolar não frequenta salas de aula por falta de condições econômicas e 75% das crianças das zonas rurais não têm acesso à educação.
De acordo com Martelly, empresas de telecomunicações já se dispuseram a colaborar com o programa. O presidente do Haiti pretende arrecadar US$ 180 milhões, por meio de convocações internacionais.
De acordo com o presidente, o fundo será gerido por um comitê público e privado e as contas serão depositadas em uma empresa internacional independente. Martelly afirmou que pretende manter o gerenciamento dos recursos de forma "bem transparente", segundo uma nota da Presidência do Haiti.
Porém, o Haiti ainda vive problemas decorrentes da falta de infraestrutura. Na quarta-feira (25), três crianças morreram por causa de um deslizamento de terra e inundações em três bairros de Bel Air – uma das regiões mais pobres da capital, Porto Príncipe. No país, a maioria das pessoas ainda mora em barracas improvisadas desde o terremoto de 12 de janeiro de 2010.
Nos últimos dias, o Haiti está com alerta laranja por causa da chuva intensa que atingiu a maior parte do país. Foram registrados danos em várias cidades e os bairros ficaram alagados levando as autoridades a manter o alerta.
Fonte: Agência Brasil
Segundo o presidente, o apoio para o projeto virá de um “consórcio de vários setores” que financiarão para a execução do programa. No Haiti, a maioria dos 4 milhões de crianças em idade escolar não frequenta salas de aula por falta de condições econômicas e 75% das crianças das zonas rurais não têm acesso à educação.
De acordo com Martelly, empresas de telecomunicações já se dispuseram a colaborar com o programa. O presidente do Haiti pretende arrecadar US$ 180 milhões, por meio de convocações internacionais.
De acordo com o presidente, o fundo será gerido por um comitê público e privado e as contas serão depositadas em uma empresa internacional independente. Martelly afirmou que pretende manter o gerenciamento dos recursos de forma "bem transparente", segundo uma nota da Presidência do Haiti.
Porém, o Haiti ainda vive problemas decorrentes da falta de infraestrutura. Na quarta-feira (25), três crianças morreram por causa de um deslizamento de terra e inundações em três bairros de Bel Air – uma das regiões mais pobres da capital, Porto Príncipe. No país, a maioria das pessoas ainda mora em barracas improvisadas desde o terremoto de 12 de janeiro de 2010.
Nos últimos dias, o Haiti está com alerta laranja por causa da chuva intensa que atingiu a maior parte do país. Foram registrados danos em várias cidades e os bairros ficaram alagados levando as autoridades a manter o alerta.
Fonte: Agência Brasil
Curso para formação de professores oferecido pelo MEC tem baixa procura
O Ministério da Educação (MEC) estuda prorrogar o prazo para que professores da rede pública possam se inscrever em cursos de formação continuada oferecidos pelo governo federal em parceria com instituições públicas de ensino superior. O prazo termina domingo (29), mas até essa quinta (26) apenas 11% das 86 mil vagas ofertadas tinham sido solicitadas.
Lançado em 2009, o Plano Nacional de Formação de Professores tem como objetivo capacitar docentes que não têm a formação mínima exigida por lei – ou não fizeram o ensino superior ou cursaram graduação em áreas diferentes daquela que lecionam. Para os que já concluíram essa etapa, são ofertadas vagas em cursos de capacitação ou atualização – presenciais, semipresenciais ou a distância – em universidades públicas. Mas a demanda está aquém do que foi planejado pelo ministério.
“No caso da formação continuada, há um componente diferente porque o professor não sabe que curso fazer, a multiplicidade de cursos é muito grande e às vezes isso acaba sendo um entrave porque o professor não localiza o que gostaria de fazer”, acredita Helena de Freitas, assessora da Secretaria de Educação Básica do MEC.
A inscrição do professor deve ser feita pelo diretor da escola com base em um levantamento de qual é a demanda por formação daquela equipe. A lista dos cursos disponíveis, com informações sobre a duração e o conteúdo de cada um deles, está disponível na Plataforma Freire. É lá que o diretor da escola fará a inscrição de seus profissionais que deverão, posteriormente, confirmar o interesse em participar do curso.
No Amazonas e Distrito Federal, menos de 1% das vagas disponibilizadas tinham sido solicitadas pelas escolas até quinta-feira. Pernambuco Rio de Janeiro e Roraima também apresentavam percentuais inferiores a 3%. Sobram oportunidades em todos os estados: a maior procura está em São Paulo, onde 45% das vagas foram solicitadas pelas escolas.
Segundo Helena de Freitas, o ministério estuda se fará algumas mudanças na oferta. É preciso, em diálogo com os municípios, identificar se os cursos estão em sintonia com aquilo que a rede precisa e se os temas são de interesse do professor. As capacitações são variadas: há formação em áreas de conhecimento específicas, como história e geografia, ou em temas mais amplos como direitos humanos e educação ambiental.
“Estamos avaliando o que leva o professor a não procurar a formação continuada, pode ser que muitos estados já trabalhem com ações semelhantes. São muitas variáveis que estão interferindo, não acho que haja desinteresse, mas pode ser que não haja motivação do professor em relação a esses cursos”, afirma.
Outro fator que pode explicar a baixa procura é a carga horária do professor: o MEC incentiva que a Secretaria de Educação flexibilize os horários dos profissionais para que eles possam frequentar os cursos.
“É importante consolidar o sistema de formação, mas dentro de uma carreira. Enquanto o professor não tiver um plano de carreira, ele não vai ver uma perspectiva de desenvolvimento ao fazer um curso como esse. Ele pensa se vai abrir mão ou não do fim de semana para fazer essa capacitação”, aponta Helena.
Diretores e professores interessados nos cursos oferecidos devem acessar a Plataforma Freire para fazer a inscrição, que depois será validada pela Secretaria de Educação à qual estão vinculados.
Fonte: Agência Brasil
Lançado em 2009, o Plano Nacional de Formação de Professores tem como objetivo capacitar docentes que não têm a formação mínima exigida por lei – ou não fizeram o ensino superior ou cursaram graduação em áreas diferentes daquela que lecionam. Para os que já concluíram essa etapa, são ofertadas vagas em cursos de capacitação ou atualização – presenciais, semipresenciais ou a distância – em universidades públicas. Mas a demanda está aquém do que foi planejado pelo ministério.
“No caso da formação continuada, há um componente diferente porque o professor não sabe que curso fazer, a multiplicidade de cursos é muito grande e às vezes isso acaba sendo um entrave porque o professor não localiza o que gostaria de fazer”, acredita Helena de Freitas, assessora da Secretaria de Educação Básica do MEC.
A inscrição do professor deve ser feita pelo diretor da escola com base em um levantamento de qual é a demanda por formação daquela equipe. A lista dos cursos disponíveis, com informações sobre a duração e o conteúdo de cada um deles, está disponível na Plataforma Freire. É lá que o diretor da escola fará a inscrição de seus profissionais que deverão, posteriormente, confirmar o interesse em participar do curso.
No Amazonas e Distrito Federal, menos de 1% das vagas disponibilizadas tinham sido solicitadas pelas escolas até quinta-feira. Pernambuco Rio de Janeiro e Roraima também apresentavam percentuais inferiores a 3%. Sobram oportunidades em todos os estados: a maior procura está em São Paulo, onde 45% das vagas foram solicitadas pelas escolas.
Segundo Helena de Freitas, o ministério estuda se fará algumas mudanças na oferta. É preciso, em diálogo com os municípios, identificar se os cursos estão em sintonia com aquilo que a rede precisa e se os temas são de interesse do professor. As capacitações são variadas: há formação em áreas de conhecimento específicas, como história e geografia, ou em temas mais amplos como direitos humanos e educação ambiental.
“Estamos avaliando o que leva o professor a não procurar a formação continuada, pode ser que muitos estados já trabalhem com ações semelhantes. São muitas variáveis que estão interferindo, não acho que haja desinteresse, mas pode ser que não haja motivação do professor em relação a esses cursos”, afirma.
Outro fator que pode explicar a baixa procura é a carga horária do professor: o MEC incentiva que a Secretaria de Educação flexibilize os horários dos profissionais para que eles possam frequentar os cursos.
“É importante consolidar o sistema de formação, mas dentro de uma carreira. Enquanto o professor não tiver um plano de carreira, ele não vai ver uma perspectiva de desenvolvimento ao fazer um curso como esse. Ele pensa se vai abrir mão ou não do fim de semana para fazer essa capacitação”, aponta Helena.
Diretores e professores interessados nos cursos oferecidos devem acessar a Plataforma Freire para fazer a inscrição, que depois será validada pela Secretaria de Educação à qual estão vinculados.
Fonte: Agência Brasil
Enem oferece oportunidade para adulto concluir o ensino médio
A oportunidade de conseguir o certificado de conclusão do ensino médio, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é oferecida a quem não teve a oportunidade de concluir o curso na forma tradicional. Portanto, cidadãos com mais de 18 anos podem fazer o exame também para obter a certificação nessa etapa do ensino. Para isso, devem indicar, no momento da inscrição, que farão as provas especificamente para conseguir o certificado.
Para fazer o Enem com esse objetivo não é necessário ter frequentado escola regular ou a educação de jovens e adultos. Basta ter 18 anos completos, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. O candidato à certificação fará as mesmas provas dos estudantes que buscam vaga na educação superior pública.
Desde 2009, as médias do Enem podem ser usadas para obter o certificado de conclusão da escolarização básica. Desde então, foi extinta a aplicação do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) no Brasil para o nível médio.
A pontuação exigida para o candidato obter o documento será definida pelas instituições certificadoras — secretarias estaduais de educação, institutos federais de educação, ciência e tecnologia e centros federais de educação tecnológica (Cefets) — que firmaram acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Estão credenciadas mais de 350 instituições, com unidades em todas as 27 unidades da Federação.
A escolha da instituição certificadora, a critério do candidato, deve ser feita no momento da inscrição no Enem, pela internet. A indicação independe do local de residência. Para concluir a certificação, as instituições que firmaram o acordo de cooperação técnica devem publicar, no Diário Oficial da União, ou no do estado em que têm sede, a relação com os nomes e dados dos candidatos aprovados.
Em 2010, cerca de 110 mil pessoas com mais de 18 anos concluíram o ensino médio ao fazer o Enem.
Para fazer o Enem com esse objetivo não é necessário ter frequentado escola regular ou a educação de jovens e adultos. Basta ter 18 anos completos, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. O candidato à certificação fará as mesmas provas dos estudantes que buscam vaga na educação superior pública.
Desde 2009, as médias do Enem podem ser usadas para obter o certificado de conclusão da escolarização básica. Desde então, foi extinta a aplicação do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) no Brasil para o nível médio.
A pontuação exigida para o candidato obter o documento será definida pelas instituições certificadoras — secretarias estaduais de educação, institutos federais de educação, ciência e tecnologia e centros federais de educação tecnológica (Cefets) — que firmaram acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Estão credenciadas mais de 350 instituições, com unidades em todas as 27 unidades da Federação.
A escolha da instituição certificadora, a critério do candidato, deve ser feita no momento da inscrição no Enem, pela internet. A indicação independe do local de residência. Para concluir a certificação, as instituições que firmaram o acordo de cooperação técnica devem publicar, no Diário Oficial da União, ou no do estado em que têm sede, a relação com os nomes e dados dos candidatos aprovados.
Em 2010, cerca de 110 mil pessoas com mais de 18 anos concluíram o ensino médio ao fazer o Enem.
MT- Câmara aprova distribuição de kits dentários no ensino fundamental
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na terça-feira (24), em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 3120/04, que obriga a distribuição de kits de saúde dentária aos alunos do ensino fundamental, nas escolas públicas. O kit - composto de escova de dente, fio dental e creme dental - será entregue aos alunos periodicamente em atividades voltadas à importância da higiene bucal.
De acordo com a Agência Câmara, o texto será enviado ao Senado, a não ser que seja apresentado recurso para votação em Plenário.
De autoria do deputado Edson Ezequiel (PMDB-RJ), o projeto foi aprovado com duas emendas. A primeira, da Comissão de Educação, determina que os kits sejam pagos com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta inicial previa que a iniciativa fosse custeada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e da Valorização do Magistério (Fundef). “A Constituição proíbe a utilização de receitas de impostos com programas complementares de saúde escolar”, explicou o relator na CCJ, deputado Valtenir Pereira (PSB-MT).
Pereira é autor da segunda emenda, que determina que a norma entre em vigor na data de publicação. A redação original determinava que o Executivo regulamentasse a lei em 90 dias, prazo retirado do texto pelo relator. “O projeto viola o princípio de separação dos poderes ao fixar prazo para que o Executivo regulamente a proposição”, justificou.
De acordo com a Agência Câmara, o texto será enviado ao Senado, a não ser que seja apresentado recurso para votação em Plenário.
De autoria do deputado Edson Ezequiel (PMDB-RJ), o projeto foi aprovado com duas emendas. A primeira, da Comissão de Educação, determina que os kits sejam pagos com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta inicial previa que a iniciativa fosse custeada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e da Valorização do Magistério (Fundef). “A Constituição proíbe a utilização de receitas de impostos com programas complementares de saúde escolar”, explicou o relator na CCJ, deputado Valtenir Pereira (PSB-MT).
Pereira é autor da segunda emenda, que determina que a norma entre em vigor na data de publicação. A redação original determinava que o Executivo regulamentasse a lei em 90 dias, prazo retirado do texto pelo relator. “O projeto viola o princípio de separação dos poderes ao fixar prazo para que o Executivo regulamente a proposição”, justificou.
MT- MPE firma TAC que garante bibliotecas em escolas
Da Redação - PV
A lei 12.244, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do país, completa esta semana um ano de existência. O prazo para as escolas se adequarem termina em 2020. Em Mato Grosso, conforme dados da Secretaria de Estado de Educação, 383 escolas não possuem biblioteca. Apenas 331 estabelecimentos de ensino do Estado contam com o referido espaço.
Nos municípios de Denise, Nova Olímpia e Porto Estrela, para assegurar a instalação das bibliotecas dentro do prazo estabelecido pela legislação, o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça da comarca de Barra do Bugres, firmou termos de ajustamento de conduta com as secretarias de Educação dos respectivos municípios. Nas três cidades, 15 escolas municipais não dispõem de bibliotecas.
De acordo com o promotor de Justiça que atua na comarca, Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo, o município de Barra do Bugres e o Estado não aceitaram assinar o Termo de Ajustamento de Conduta. Por conta disso, a Promotoria de Justiça da cidade ingressou com ação civil pública visando assegurar a instalação e adequação das bibliotecas nas escolas estaduais e do município. Na comarca de Barra do Bugres, cinco escolas estaduais estão sem biblioteca.
“A Lei tem como objetivo incentivar a produção de conhecimento, dando condições de desenvolvimento intelectual a todos educandos, a fim de construir uma sociedade mais livre, justa e igualitária”, destacou o promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo.
Segundo ele, a lei determina que todas as bibliotecas disponibilizem livros, vídeos e documentos com pelo menos um título por aluno. A conservação e manutenção do acervo serão responsabilidade de cada sistema de ensino. “Ler, escrever, comunicar e entender as informações, em todas as suas formas, podem ter e estão tendo cada vez mais, enormes impactos positivos, econômicos e sociais no Brasil, dessarte que com uma biblioteca em cada escola certamente eclodirá um avanço benéfico em todos os sentidos neste país”, ressaltou Rinaldo Segundo.
De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), as bibliotecas escolares devem funcionar no prédio da unidade, com espaço físico de no mínimo 48 metros quadrados para as unidades já construídas e de 96 metros quadrados para as novas e possuir um acervo de pelo menos 500 exemplares, direcionados prioritariamente para a clientela escolar. As informações são da assessoria do MPE/MT.
A lei 12.244, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do país, completa esta semana um ano de existência. O prazo para as escolas se adequarem termina em 2020. Em Mato Grosso, conforme dados da Secretaria de Estado de Educação, 383 escolas não possuem biblioteca. Apenas 331 estabelecimentos de ensino do Estado contam com o referido espaço.
Nos municípios de Denise, Nova Olímpia e Porto Estrela, para assegurar a instalação das bibliotecas dentro do prazo estabelecido pela legislação, o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça da comarca de Barra do Bugres, firmou termos de ajustamento de conduta com as secretarias de Educação dos respectivos municípios. Nas três cidades, 15 escolas municipais não dispõem de bibliotecas.
De acordo com o promotor de Justiça que atua na comarca, Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo, o município de Barra do Bugres e o Estado não aceitaram assinar o Termo de Ajustamento de Conduta. Por conta disso, a Promotoria de Justiça da cidade ingressou com ação civil pública visando assegurar a instalação e adequação das bibliotecas nas escolas estaduais e do município. Na comarca de Barra do Bugres, cinco escolas estaduais estão sem biblioteca.
“A Lei tem como objetivo incentivar a produção de conhecimento, dando condições de desenvolvimento intelectual a todos educandos, a fim de construir uma sociedade mais livre, justa e igualitária”, destacou o promotor de Justiça Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo.
Segundo ele, a lei determina que todas as bibliotecas disponibilizem livros, vídeos e documentos com pelo menos um título por aluno. A conservação e manutenção do acervo serão responsabilidade de cada sistema de ensino. “Ler, escrever, comunicar e entender as informações, em todas as suas formas, podem ter e estão tendo cada vez mais, enormes impactos positivos, econômicos e sociais no Brasil, dessarte que com uma biblioteca em cada escola certamente eclodirá um avanço benéfico em todos os sentidos neste país”, ressaltou Rinaldo Segundo.
De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), as bibliotecas escolares devem funcionar no prédio da unidade, com espaço físico de no mínimo 48 metros quadrados para as unidades já construídas e de 96 metros quadrados para as novas e possuir um acervo de pelo menos 500 exemplares, direcionados prioritariamente para a clientela escolar. As informações são da assessoria do MPE/MT.
Brasileiro é finalista de festival universitário de dança na Rússia
G1
O estudante brasileiro Danilo Prestes é bacharel em artes e atualmente faz mestrado na Universidade Russa da Amizade dos Povos, uma das mais prestigiadas instituições de ensino da Rússia. Além dos projetos que desenvolve sobre como a cultura pode ajudar na formação de crianças e jovens menos favorecidos, Danilo, de 24 anos, desenvolveu em Moscou seu talento como dançarino e coreógrafo. Uma criação sua que mostra elementos da dança tradicional russa é finalista de um festival cultural entre as universidades da Rússia. A final será nesta quinta-feira (26) em um hotel da capital russa.
A coreografia criada por Danilo mistura dança e teatro. O grupo é composto por dez pessoas, contando com ele. A trupe tem ainda outro brasileiro, russos, bielorrussos, panamenho e uma moça do Cazaquistão. A apresentação na fase classificatória arrancou aplausos. “Pegamos uma festa tradicional russa, como se fosse uma festa junina, e inserimos alguns jogos na coreografia, como brincadeiras com panquecas, uma simulação de uma boneca de papel que depois é queimada em uma fogueira de mentirinha”, conta.
Danilo estuda naquela universidade desde 2005. Ele fez o curso de graduação em artes e agora faz mestrado. “Sempre gostei de dança, mas não dava muita importância no Brasil. Quando cheguei à Rússia comecei a participar do grupo de dança na universidade, aprendi danças típicas e tradicionais de todos os países e ensinei os russos a dançar frevo e samba.”
A Universidade Russa da Amizade dos Povos recebe muitos estrangeiros e tem um curso intensivo de russo. Ele diz que atualmente 26 brasileiros estudam na universidade, alguns em jornalismo, medicina, relações internacionais e outros no curso de línguas para aprender russo. “Dá para aprender a falar ao final do primeiro ano”, diz Danilo.
Estudante é neto de Luiz Carlos Prestes
Sua ida à Rússia tem uma razão especial: Danilo nasceu em Moscou onde os pais moravam como exilados políticos do Brasil ainda na época da União Soviética. Quando ele tinha apenas um ano de idade, a família voltou para o Brasil e foi morar em Santos.
A mãe de Danilo, Mariana, é filha do segundo casamento de Luiz Carlos Prestes, o famoso político e líder comunista brasileiro que comandou o movimento chamado Coluna Prestes (1925-1927) e que morreu em 1990.
Danilo conviveu pouco com o avô. Ele tinha quatro anos quando Prestes morreu. “Minha mãe diz que eu conheci, mas era muito pequeno para lembrar. Mas tenho muito orgulho em dizer que sou neto do Luiz Carlos Prestes”, afirma. “Estudei muito sobre ele na escola, li livros sobre sua trajetória e acredito muito nos ideais dele. Mas sei que os tempos mudaram. Muita coisa mudou no Brasil, e também na Rússia. Hoje não posso dizer que se deva fazer o que ele buscou fazer.”
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O estudante brasileiro Danilo Prestes é bacharel em artes e atualmente faz mestrado na Universidade Russa da Amizade dos Povos, uma das mais prestigiadas instituições de ensino da Rússia. Além dos projetos que desenvolve sobre como a cultura pode ajudar na formação de crianças e jovens menos favorecidos, Danilo, de 24 anos, desenvolveu em Moscou seu talento como dançarino e coreógrafo. Uma criação sua que mostra elementos da dança tradicional russa é finalista de um festival cultural entre as universidades da Rússia. A final será nesta quinta-feira (26) em um hotel da capital russa.
A coreografia criada por Danilo mistura dança e teatro. O grupo é composto por dez pessoas, contando com ele. A trupe tem ainda outro brasileiro, russos, bielorrussos, panamenho e uma moça do Cazaquistão. A apresentação na fase classificatória arrancou aplausos. “Pegamos uma festa tradicional russa, como se fosse uma festa junina, e inserimos alguns jogos na coreografia, como brincadeiras com panquecas, uma simulação de uma boneca de papel que depois é queimada em uma fogueira de mentirinha”, conta.
Danilo estuda naquela universidade desde 2005. Ele fez o curso de graduação em artes e agora faz mestrado. “Sempre gostei de dança, mas não dava muita importância no Brasil. Quando cheguei à Rússia comecei a participar do grupo de dança na universidade, aprendi danças típicas e tradicionais de todos os países e ensinei os russos a dançar frevo e samba.”
A Universidade Russa da Amizade dos Povos recebe muitos estrangeiros e tem um curso intensivo de russo. Ele diz que atualmente 26 brasileiros estudam na universidade, alguns em jornalismo, medicina, relações internacionais e outros no curso de línguas para aprender russo. “Dá para aprender a falar ao final do primeiro ano”, diz Danilo.
Estudante é neto de Luiz Carlos Prestes
Sua ida à Rússia tem uma razão especial: Danilo nasceu em Moscou onde os pais moravam como exilados políticos do Brasil ainda na época da União Soviética. Quando ele tinha apenas um ano de idade, a família voltou para o Brasil e foi morar em Santos.
A mãe de Danilo, Mariana, é filha do segundo casamento de Luiz Carlos Prestes, o famoso político e líder comunista brasileiro que comandou o movimento chamado Coluna Prestes (1925-1927) e que morreu em 1990.
Danilo conviveu pouco com o avô. Ele tinha quatro anos quando Prestes morreu. “Minha mãe diz que eu conheci, mas era muito pequeno para lembrar. Mas tenho muito orgulho em dizer que sou neto do Luiz Carlos Prestes”, afirma. “Estudei muito sobre ele na escola, li livros sobre sua trajetória e acredito muito nos ideais dele. Mas sei que os tempos mudaram. Muita coisa mudou no Brasil, e também na Rússia. Hoje não posso dizer que se deva fazer o que ele buscou fazer.”
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Dilma diz que governo não deve fazer “propaganda de opções sexuais”
Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (25) que não concorda com o conteúdo do kit de combate à homofobia que seria distribuído nas escolas públicas de ensino médio por não atender ao objetivo de combater a discriminação contra homossexuais. Na avaliação de Dilma, o governo não deve fazer propaganda de opções sexuais.
“O governo defende a educação e a luta contra práticas homofóbicas, no entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais, nem podemos interferir na vida privada das pessoas. O governo pode, sim, ensinar que é necessário respeitar a diferença e que você não pode exercer práticas violentas contra os diferentes”, disse, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
Dilma relatou que assistiu apenas um trecho de um dos três vídeos produzidos para integrar o kit e que vazaram na internet. Ela reiterou que a questão será revisada pelo governo. “É uma questão que o governo vai revisar, não haverá autorização para esse tipo de política de defesa A, B ou C. Agora, lutamos contra a homofobia.”
Ontem (25), depois de reunião entre a bancada religiosa e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o governo informou que decidiu suspender todas as produções que estavam sendo editadas pelos ministérios da Saúde e da Educação sobre a questão da homofobia.
A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (25) que não concorda com o conteúdo do kit de combate à homofobia que seria distribuído nas escolas públicas de ensino médio por não atender ao objetivo de combater a discriminação contra homossexuais. Na avaliação de Dilma, o governo não deve fazer propaganda de opções sexuais.
“O governo defende a educação e a luta contra práticas homofóbicas, no entanto, não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais, nem podemos interferir na vida privada das pessoas. O governo pode, sim, ensinar que é necessário respeitar a diferença e que você não pode exercer práticas violentas contra os diferentes”, disse, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
Dilma relatou que assistiu apenas um trecho de um dos três vídeos produzidos para integrar o kit e que vazaram na internet. Ela reiterou que a questão será revisada pelo governo. “É uma questão que o governo vai revisar, não haverá autorização para esse tipo de política de defesa A, B ou C. Agora, lutamos contra a homofobia.”
Ontem (25), depois de reunião entre a bancada religiosa e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o governo informou que decidiu suspender todas as produções que estavam sendo editadas pelos ministérios da Saúde e da Educação sobre a questão da homofobia.
MEC cortou beijo em filme do kit anti-homofobia, diz coordenadora
G1
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), órgão ligado ao Ministério da Educação, solicitou a retirada de uma cena de um beijo entre duas jovens no vídeo “Torpedo”, durante a produção do kit que estava sendo preparado para o programa “Escola sem homofobia. A presidente Dilma Rousseff suspendeu a produção e distribuição do material que seria entregue nas escolas para ajudar o professor de turmas do ensino médio (a partir de 15 anos) na orientação sobre como lidar com situações em que se evidencia o preconceito contra homossexuais. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, os vídeos do kit anti-homofobia poderão ser integralmente refeitos.
“Todo o material foi submetido à análise da Secad. O beijo entre as meninas foi vetado no vídeo ‘Torpedo’. Tudo foi feito com muito cuidado e amplamente discutido”, afirmou a socióloga Sylvia Cavasin, fundadora da Ecos, responsável por desenvolver o material para o programa do MEC. O vídeo feito com sequência de fotos mostra duas estudantes adolescentes que se apaixonam e são discriminadas na escola. Elas se encontram no pátio e decidem assumir a relação na frente de todos os colegas. Elas se abraçam ao final. Não há beijo.
Os outros dois vídeos, “Probabilidade”, feito com desenhos para ilustrar a história de um estudante e a descoberta de sua bissexualidade, e “Encontrando Bianca”, sobre os conflitos de um aluno transexual sobre o uso do banheiro masculino ou feminino na escola, não sofreram grandes mudanças após a filmagem, segundo a socióloga. Os três filmes vazaram na internet.
O G1 teve acesso ao kit que foi preparado pela Ecos para o programa do MEC. Os três vídeos mencionados são reunidos em único DVD. Outros dois vídeos mais antigos, que já haviam sido produzidos anteriormente, fariam parte do kit do MEC: a animação “Medo de quê?” (2005) e o “Boneca na mochila” (1995). A orientação de como usar os vídeos nas propostas pedagógicas estão dentro do “Caderno do professor”, que acompanha o kit.O material está sob análise da Secad. Quem dá a palavra final, no entanto, é o Comitê de Publicação do MEC, que pode vetar ou sugerir novas alterações no vídeo.
O caderno foi distribuído a um grupo de multiplicadores no final do ano passado durante um processo de capacitação que faz parte do pacote do programa. O caderno está (ou estava) sob análise da Secad e, por não ter sido aprovado ainda, não tem nenhum logotipo que remeta ao MEC ou ao Governo Federal. Como não foi aprovado oficialmente, a direção da Ecos não permitiu ao G1 fazer fotos do caderno.
O caderno do professor tem poucas ilustrações e é dividido em três partes. A primeira fala sobre os conceitos de gênero, diversidade sexual, homofobia e a luta pela cidadania LGBT. A segunda trata de retratos da homofobia na escola, mostrando pesquisas sobre o tema, como enfrentar a homofobia e de que maneira o tema aparece no currículo escolar. A terceira parte fala sobre diversidade sexual na escola, mostra ao professor temas que podem ser expostos e debatidos em sala de aula e sugere um projeto de política pedagógica dentro da escola contra a homofobia.
Segundo a Ecos, a ideia central, nessa parte, é a de mobilizar a comunidade escolar para que a diversidade seja contemplada com as devidas extensão e responsabilidade nos currículos e nas práticas escolares, enfrentando os desafios cotidianos relacionados à orientação sexual e à identidade de gênero de estudantes, professores e toda a comunidade escolar. “Só com esta proposta a escola legitima o tema”, diz Sylvia. “Não adianta a iniciativa ficar só com o professor, é fundamental que a instituição assuma o projeto.”
Ela destaca ainda que, em vez de silenciar sobre práticas que acontecem nas escolas, é preciso trazer a discussão em sala de aula para as situações vividas no cotidiano escolar. Diante da suspensão do kit pela presidente Dilma, e da possibilidade de se refazer os vídeos criados sob a supervisão da Secad/MEC, a Ecos aguarda uma posição do MEC para saber o que fazer com todo o material produzido em três anos de trabalho.
DEM quer cobrar ressarcimento das despesas do MEC com o kit
O presidente nacional do DEM, senador José Agripino declarou nesta quinta-feira (26), na reunião da Executiva Nacional, que o partido vai propor ações judiciais com o objetivo de devolver à União os gastos correspondentes à elaboração e distribuição do kit anti-homofobia do Ministério da Educação. "Vamos acionar o Ministério para que sejam devolvidos aos cofres públicos todo dinheiro gasto com material que a própria presidente Dilma mandou recolher por impropriedade", anunciou o senador.
O kit anti-homofobia é uma parte de um projeto do MEC que teve o orçamento total de R$ 1,8 milhão aprovado por uma emenda parlamentar que inclui ainda a realização de seminários, capacitação de educadores e pesquisa sobre homofobia nas escolas.
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), órgão ligado ao Ministério da Educação, solicitou a retirada de uma cena de um beijo entre duas jovens no vídeo “Torpedo”, durante a produção do kit que estava sendo preparado para o programa “Escola sem homofobia. A presidente Dilma Rousseff suspendeu a produção e distribuição do material que seria entregue nas escolas para ajudar o professor de turmas do ensino médio (a partir de 15 anos) na orientação sobre como lidar com situações em que se evidencia o preconceito contra homossexuais. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, os vídeos do kit anti-homofobia poderão ser integralmente refeitos.
“Todo o material foi submetido à análise da Secad. O beijo entre as meninas foi vetado no vídeo ‘Torpedo’. Tudo foi feito com muito cuidado e amplamente discutido”, afirmou a socióloga Sylvia Cavasin, fundadora da Ecos, responsável por desenvolver o material para o programa do MEC. O vídeo feito com sequência de fotos mostra duas estudantes adolescentes que se apaixonam e são discriminadas na escola. Elas se encontram no pátio e decidem assumir a relação na frente de todos os colegas. Elas se abraçam ao final. Não há beijo.
Os outros dois vídeos, “Probabilidade”, feito com desenhos para ilustrar a história de um estudante e a descoberta de sua bissexualidade, e “Encontrando Bianca”, sobre os conflitos de um aluno transexual sobre o uso do banheiro masculino ou feminino na escola, não sofreram grandes mudanças após a filmagem, segundo a socióloga. Os três filmes vazaram na internet.
O G1 teve acesso ao kit que foi preparado pela Ecos para o programa do MEC. Os três vídeos mencionados são reunidos em único DVD. Outros dois vídeos mais antigos, que já haviam sido produzidos anteriormente, fariam parte do kit do MEC: a animação “Medo de quê?” (2005) e o “Boneca na mochila” (1995). A orientação de como usar os vídeos nas propostas pedagógicas estão dentro do “Caderno do professor”, que acompanha o kit.O material está sob análise da Secad. Quem dá a palavra final, no entanto, é o Comitê de Publicação do MEC, que pode vetar ou sugerir novas alterações no vídeo.
O caderno foi distribuído a um grupo de multiplicadores no final do ano passado durante um processo de capacitação que faz parte do pacote do programa. O caderno está (ou estava) sob análise da Secad e, por não ter sido aprovado ainda, não tem nenhum logotipo que remeta ao MEC ou ao Governo Federal. Como não foi aprovado oficialmente, a direção da Ecos não permitiu ao G1 fazer fotos do caderno.
O caderno do professor tem poucas ilustrações e é dividido em três partes. A primeira fala sobre os conceitos de gênero, diversidade sexual, homofobia e a luta pela cidadania LGBT. A segunda trata de retratos da homofobia na escola, mostrando pesquisas sobre o tema, como enfrentar a homofobia e de que maneira o tema aparece no currículo escolar. A terceira parte fala sobre diversidade sexual na escola, mostra ao professor temas que podem ser expostos e debatidos em sala de aula e sugere um projeto de política pedagógica dentro da escola contra a homofobia.
Segundo a Ecos, a ideia central, nessa parte, é a de mobilizar a comunidade escolar para que a diversidade seja contemplada com as devidas extensão e responsabilidade nos currículos e nas práticas escolares, enfrentando os desafios cotidianos relacionados à orientação sexual e à identidade de gênero de estudantes, professores e toda a comunidade escolar. “Só com esta proposta a escola legitima o tema”, diz Sylvia. “Não adianta a iniciativa ficar só com o professor, é fundamental que a instituição assuma o projeto.”
Ela destaca ainda que, em vez de silenciar sobre práticas que acontecem nas escolas, é preciso trazer a discussão em sala de aula para as situações vividas no cotidiano escolar. Diante da suspensão do kit pela presidente Dilma, e da possibilidade de se refazer os vídeos criados sob a supervisão da Secad/MEC, a Ecos aguarda uma posição do MEC para saber o que fazer com todo o material produzido em três anos de trabalho.
DEM quer cobrar ressarcimento das despesas do MEC com o kit
O presidente nacional do DEM, senador José Agripino declarou nesta quinta-feira (26), na reunião da Executiva Nacional, que o partido vai propor ações judiciais com o objetivo de devolver à União os gastos correspondentes à elaboração e distribuição do kit anti-homofobia do Ministério da Educação. "Vamos acionar o Ministério para que sejam devolvidos aos cofres públicos todo dinheiro gasto com material que a própria presidente Dilma mandou recolher por impropriedade", anunciou o senador.
O kit anti-homofobia é uma parte de um projeto do MEC que teve o orçamento total de R$ 1,8 milhão aprovado por uma emenda parlamentar que inclui ainda a realização de seminários, capacitação de educadores e pesquisa sobre homofobia nas escolas.
Ferramentas para o ensino digital
O professor que evita a tecnologia entra em uma relação perde-perde: se convencer a classe que o computador e a internet não prestam, terá criado analfabetos digitais, despreparados para viver em um mundo de conexões.
Artigo de Luli Radfahrer
Por Luli Radfahrer
Não gosto muito de escrever artigos-listas, como este que você está para ler. Porém, movido pela enorme discussão que minha última coluna causou, achei que seria melhor, só dessa vez, deixar de lado as especulações e questionamentos e partir direto para os exemplos.
Naquele texto defendi que a maioria das escolas não prepara seus alunos para exercer as profissões do século XXI. Minha intenção não foi crucificar as instituições de ensino, mas mostrar que elas não são perfeitas nem estão imune à inovação.
Entre aquela coluna e esta tive a oportunidade de assistir ao excepcional documentário Waiting for Superman, que, ao mostrar as deficiências do sistema educacional público no país líder em inovação e tecnologias digitais, me fez ver como o problema das escolas está distante de ser exclusividade de países desprovidos de recursos.
Ao redor do mundo, o aluno que não gosta da escola muitas vezes é porque não vê nela conexão com a realidade. Até um congestionamento de trânsito tem mais opções e estímulos do que um ambientes de ensino monótono, entediante, silencioso e autoritário.
O professor que evita a tecnologia entra em uma relação perde-perde: se convencer a classe que o computador e a internet não prestam, terá criado analfabetos digitais, despreparados para viver em um mundo de conexões. Se fracassar nessa tentativa, poderá gerar um sentimento que a escola não presta para nada, e que tudo pode ser aprendido em tutoriais na rede. Não sei qual cenário é pior.
Mas sou otimista. Muito otimista. Acredito sinceramente que a maioria das tecnologias que nos tornam nerds podem ser usadas, sem muito esforço, para construir a escola do futuro. Apresento a seguir 40 ferramentas, a maioria gratuitas, que podem ser usadas para incrementar a qualidade das aulas, sem demérito do professor. Não é preciso conhecimento técnico para operá-las.
Blogs - Transformam o professor em material didático de referência. Podem conter o programa das aulas, bibliografia, exemplos e tarefas, abrir espaço nos comentários para que os alunos publiquem suas dúvidas e criar um ambiente de contato extraclasse. As principais ferramentas para se construir um Blog são Wordpress, Blogger, MovableType e TypePad.
Microblogs - Se a informação for curta e menos estruturada, com pequenos conteúdos dispostos em periodicidade aleatória (como exemplos de aplicações práticas do que foi ensinado em classe), talvez seja melhor usar formas simplificadas de Blogs, também chamados de microblogs. O Tumblr é a ferramenta mais conhecida para essa tarefa, mas, Posterous, Presently e Xanga também dão conta da função.
CMS - Para sistemas maiores e informações mais complexas, com várias funções integradas, talvez seja melhor usar administradores de conteúdo, sistemas dinâmicos de publicação como Joomla, Plone, TextPattern ou Drupal --este último é usado, por exemplo, pelo governo dos EUA em uma tentativa de aumentar a transparência de seus dados.
Sites - Se o que se precisa é um site simples, estático, com algumas informações estáticas ou que mudam pouco (como endereços ou telefones, por exemplo), o mais fácil é usar um construtor de sites, ferramenta que automatiza sua criação sem precisar de uma linha de código. Os principais portais do país têm essas ferramentas, como o UOL, Terra e iG. Meu predileto é o WebFácil.
Redes sociais - Se não dá para ignorar o Facebook, possível replicá-lo e criar, em aula, um pequeno sistema de relacionamento. Escolas, afinal, sempre foram redes sociais. Digitalizar as discussões em sala de aula pode aumentar o contato do aluno com a disciplina. As melhores ferramentas para essa tarefa são SocialGo, Elgg, Lovdbyless e CommunityEngine.
Ambientes - Até mesmo sistemas completos de ensino à distância podem ser criados por um professor qualquer, em uma sala de aula de qualquer lugar do mundo, desde que ele tenha um computador mediano e um acesso à rede. Serviços como o Moodle, Engrade, Atutor e Manhattan têm comunidades fortíssimas que servem como boas redes de apoio para qualquer dúvida técnica ou de aplicação.
Referências - Há muito material científico compilado das bibliotecas digitalizadas pelo Google Acadêmico. O Projeto Gutenberg compila vários livros de acesso público e gratuito. Sites como o Scribd são boas alternativas para a busca de conteúdo. E se você tem medo que seus alunos copiem o material da rede, pode desmascará-los com o CopyScape.
Fóruns e debates -As precursoras da Internet eram quase só compostas por sistemas de mensagens e grupos de discussão. Mesmo hoje, ferramentas que estimulam a troca de idéias são bastante populares e fáceis de usar. Nelas o professor pode criar um tópico e deixar que os alunos discutam suas aplicações. Não se preocupe se os alunos terão alguma dificuldade em operá-los: boa parte dos repositórios de pirataria tem esse formato, eles devem estar habituados. Boas ferramentas para a criação de fóruns são PHPbb, IP Board, SimpleMachines e Bbpress --este feito pelos mesmos criadores da ferramenta de blogs Wordpress, e tão fácil de usar quanto ele.
Wikis - Os trabalhos de alunos não precisam mais ser impressos. Eles podem ser transformados em verbetes de uma Wiki, um sistema de produção de conteúdo colaborativo como se fosse sua versão própria da Wikipédia. O sistema usado pela enciclopédia mundial é o MediaWiki, mas o Twiki e o WikiSpaces também são muito bons. . Existem muitos serviços parecidos, que podem ser comparados no site WikiMatrix.
Podcasts - Para encerrar a lista, podcasts, ou arquivos em áudio transmitidos pela rede. Já que boa parte dos alunos têm celulares e que passam o tempo todo com eles, nada melhor do que gravar as aulas ou conteúdos associados e torná-las portáteis. Audacity é uma ótima ferramenta para gravar e editar som, SoundCloud é muito boa para levar o som para as redes, LiveMocha para aprender e ensinar línguas e TreinaTOM para criar web-aulas.
Essas são só algumas ferramentas. Não seria difícil listar serviços gratuitos para gerar formulários de pesquisa, compartilhar documentos, mostrar vídeos educativos, criar e-Books, organizar projetos coletivos, fazer listas de tarefas, estruturar mapas conceituais, mostrar frisas do tempo, promover eventos, compartilhar websites, textos e planilhas com contribuição remota... a lista não tem fim.
Até mesmo quem não quer ou não pode lidar com as ferramentas novas pode usar as redes conhecidas para gerar conteúdo de qualidade. Twitter pode ser usado pelos alunos para matar dúvidas ou para coordenar equipes, como mostra esta professora do Texas. Grupos privados no Orkut ou Facebook respondem melhor e mais rápido às mensagens que seus equivalentes por e-mail (além de serem muito mais fáceis de configurar). O YouTube pode ser o melhor recurso para expandir os horizontes de salas de aulas com poucos recursos. Por ele se pode mostrar Paris, uma gráfica ou movimentos de ginástica olímpica. Só não se pode ignorá-lo.
A Internet, enfim, não é o inimigo. A resistência ao progresso e a recusa em aprender é que o são.
Luli Radfahrer é Ph.D. em Comunicação Digital pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, onde é professor há 18 anos. Trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país. Hoje é consultor em inovação digital, com clientes no Brasil, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Mantém um blog com seu nome www.luli.com.br, em que discute e analisa as principais tendências da tecnologia. Escreve quinzenalmente no caderno Tec da Folha e na Folha.com.
Fonte: Folha.Com 11/05/2011
Artigo de Luli Radfahrer
Por Luli Radfahrer
Não gosto muito de escrever artigos-listas, como este que você está para ler. Porém, movido pela enorme discussão que minha última coluna causou, achei que seria melhor, só dessa vez, deixar de lado as especulações e questionamentos e partir direto para os exemplos.
Naquele texto defendi que a maioria das escolas não prepara seus alunos para exercer as profissões do século XXI. Minha intenção não foi crucificar as instituições de ensino, mas mostrar que elas não são perfeitas nem estão imune à inovação.
Entre aquela coluna e esta tive a oportunidade de assistir ao excepcional documentário Waiting for Superman, que, ao mostrar as deficiências do sistema educacional público no país líder em inovação e tecnologias digitais, me fez ver como o problema das escolas está distante de ser exclusividade de países desprovidos de recursos.
Ao redor do mundo, o aluno que não gosta da escola muitas vezes é porque não vê nela conexão com a realidade. Até um congestionamento de trânsito tem mais opções e estímulos do que um ambientes de ensino monótono, entediante, silencioso e autoritário.
O professor que evita a tecnologia entra em uma relação perde-perde: se convencer a classe que o computador e a internet não prestam, terá criado analfabetos digitais, despreparados para viver em um mundo de conexões. Se fracassar nessa tentativa, poderá gerar um sentimento que a escola não presta para nada, e que tudo pode ser aprendido em tutoriais na rede. Não sei qual cenário é pior.
Mas sou otimista. Muito otimista. Acredito sinceramente que a maioria das tecnologias que nos tornam nerds podem ser usadas, sem muito esforço, para construir a escola do futuro. Apresento a seguir 40 ferramentas, a maioria gratuitas, que podem ser usadas para incrementar a qualidade das aulas, sem demérito do professor. Não é preciso conhecimento técnico para operá-las.
Blogs - Transformam o professor em material didático de referência. Podem conter o programa das aulas, bibliografia, exemplos e tarefas, abrir espaço nos comentários para que os alunos publiquem suas dúvidas e criar um ambiente de contato extraclasse. As principais ferramentas para se construir um Blog são Wordpress, Blogger, MovableType e TypePad.
Microblogs - Se a informação for curta e menos estruturada, com pequenos conteúdos dispostos em periodicidade aleatória (como exemplos de aplicações práticas do que foi ensinado em classe), talvez seja melhor usar formas simplificadas de Blogs, também chamados de microblogs. O Tumblr é a ferramenta mais conhecida para essa tarefa, mas, Posterous, Presently e Xanga também dão conta da função.
CMS - Para sistemas maiores e informações mais complexas, com várias funções integradas, talvez seja melhor usar administradores de conteúdo, sistemas dinâmicos de publicação como Joomla, Plone, TextPattern ou Drupal --este último é usado, por exemplo, pelo governo dos EUA em uma tentativa de aumentar a transparência de seus dados.
Sites - Se o que se precisa é um site simples, estático, com algumas informações estáticas ou que mudam pouco (como endereços ou telefones, por exemplo), o mais fácil é usar um construtor de sites, ferramenta que automatiza sua criação sem precisar de uma linha de código. Os principais portais do país têm essas ferramentas, como o UOL, Terra e iG. Meu predileto é o WebFácil.
Redes sociais - Se não dá para ignorar o Facebook, possível replicá-lo e criar, em aula, um pequeno sistema de relacionamento. Escolas, afinal, sempre foram redes sociais. Digitalizar as discussões em sala de aula pode aumentar o contato do aluno com a disciplina. As melhores ferramentas para essa tarefa são SocialGo, Elgg, Lovdbyless e CommunityEngine.
Ambientes - Até mesmo sistemas completos de ensino à distância podem ser criados por um professor qualquer, em uma sala de aula de qualquer lugar do mundo, desde que ele tenha um computador mediano e um acesso à rede. Serviços como o Moodle, Engrade, Atutor e Manhattan têm comunidades fortíssimas que servem como boas redes de apoio para qualquer dúvida técnica ou de aplicação.
Referências - Há muito material científico compilado das bibliotecas digitalizadas pelo Google Acadêmico. O Projeto Gutenberg compila vários livros de acesso público e gratuito. Sites como o Scribd são boas alternativas para a busca de conteúdo. E se você tem medo que seus alunos copiem o material da rede, pode desmascará-los com o CopyScape.
Fóruns e debates -As precursoras da Internet eram quase só compostas por sistemas de mensagens e grupos de discussão. Mesmo hoje, ferramentas que estimulam a troca de idéias são bastante populares e fáceis de usar. Nelas o professor pode criar um tópico e deixar que os alunos discutam suas aplicações. Não se preocupe se os alunos terão alguma dificuldade em operá-los: boa parte dos repositórios de pirataria tem esse formato, eles devem estar habituados. Boas ferramentas para a criação de fóruns são PHPbb, IP Board, SimpleMachines e Bbpress --este feito pelos mesmos criadores da ferramenta de blogs Wordpress, e tão fácil de usar quanto ele.
Wikis - Os trabalhos de alunos não precisam mais ser impressos. Eles podem ser transformados em verbetes de uma Wiki, um sistema de produção de conteúdo colaborativo como se fosse sua versão própria da Wikipédia. O sistema usado pela enciclopédia mundial é o MediaWiki, mas o Twiki e o WikiSpaces também são muito bons. . Existem muitos serviços parecidos, que podem ser comparados no site WikiMatrix.
Podcasts - Para encerrar a lista, podcasts, ou arquivos em áudio transmitidos pela rede. Já que boa parte dos alunos têm celulares e que passam o tempo todo com eles, nada melhor do que gravar as aulas ou conteúdos associados e torná-las portáteis. Audacity é uma ótima ferramenta para gravar e editar som, SoundCloud é muito boa para levar o som para as redes, LiveMocha para aprender e ensinar línguas e TreinaTOM para criar web-aulas.
Essas são só algumas ferramentas. Não seria difícil listar serviços gratuitos para gerar formulários de pesquisa, compartilhar documentos, mostrar vídeos educativos, criar e-Books, organizar projetos coletivos, fazer listas de tarefas, estruturar mapas conceituais, mostrar frisas do tempo, promover eventos, compartilhar websites, textos e planilhas com contribuição remota... a lista não tem fim.
Até mesmo quem não quer ou não pode lidar com as ferramentas novas pode usar as redes conhecidas para gerar conteúdo de qualidade. Twitter pode ser usado pelos alunos para matar dúvidas ou para coordenar equipes, como mostra esta professora do Texas. Grupos privados no Orkut ou Facebook respondem melhor e mais rápido às mensagens que seus equivalentes por e-mail (além de serem muito mais fáceis de configurar). O YouTube pode ser o melhor recurso para expandir os horizontes de salas de aulas com poucos recursos. Por ele se pode mostrar Paris, uma gráfica ou movimentos de ginástica olímpica. Só não se pode ignorá-lo.
A Internet, enfim, não é o inimigo. A resistência ao progresso e a recusa em aprender é que o são.
Luli Radfahrer é Ph.D. em Comunicação Digital pela ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, onde é professor há 18 anos. Trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país. Hoje é consultor em inovação digital, com clientes no Brasil, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Mantém um blog com seu nome www.luli.com.br, em que discute e analisa as principais tendências da tecnologia. Escreve quinzenalmente no caderno Tec da Folha e na Folha.com.
Fonte: Folha.Com 11/05/2011
A importância do conceito de transferência na relação professor-aluno
Por: Andreia Freitas
A Transferência não é um termo da psicanálise. É um vocábulo utilizado em diversos campos, denota-se, sempre uma idéia de transporte, de deslocamento, de substituição de um lugar para o outro. Freud aponta-o como um fenômeno psíquico que se encontra presente em todos os âmbitos das relações com nossos semelhantes. Ele reconheceu a possibilidade de que a transferência acontecia na relação professor-aluno. Na relação professor-aluno, está implicada uma relação de amor, uma relação afetiva. Uma relação de confiança de valorização do conhecimento, da revelação das habilidades e potencialidades do outro, só é possível através da afetividade. Com o afeto a criança se redescobre, se percebe, se valoriza, aprende a se amar transferindo este afeto em suas vivências e consequentemente na aprendizagem escolar. A noção de transferência pode contribuir para entender esta relação que envolve interesses e intenções, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros das espécies humanas.
Becker, (1997,111-112), afirma que na transferência, constituir uma identificação simbólica é uma forma de desenvolver ao adolescente sua posição discursiva. Verificar-se, que o aluno precisa admitir estar numa relação transferencial com o professor que não estar ali só para transferir informações, mais para considerar cada aluno singularmente. O sujeito do qual ocupa a psicanálise é o sujeito do inconsciente enquanto manifestação única e singular. Para o aluno ser tomado como sujeito é necessário que o educador também o seja, que envolva sua prática com aquilo que lhe é peculiar, o estilo. Logo a relação professor-aluno depende fundamentalmente do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles.
Do Ponto de vista da psicanalista Melaine Klein (1.926), as crianças desenvolvem a transferência de suas mais intensas fantasias, ansiedades e defesas em casa, na creche, na escola, nos diferentes momentos do dia, no convívio escolar e durante as aulas. O educador deve estar atento às manifestações da criança, ele precisa envolver-se com esta criança e procurar levá-la a se perceber, estimular a manifestar, encorajá-la, a tentar experimentar, elogiar suas primeiras tentativas, permitindo-lhe a personificação de papéis sociais presentes em sua realidade, estimulando a criar situações e reproduzi-las a brincar. O educador sendo o mediador fora de sua convivência familiar torna-se um grande interventor para o desenvolvimento emocional e cognitivo dos alunos.
Quando é possível ver o afeto nas ações dos alunos diante das propostas dos educadores, constata-se que houve transferência positiva à aprendizagem, há possibilidades de superação dos conflitos internos, será possível aprender e crescer. Conforme Melaine Klein(1926), só o contato direto da criança com a sua realidade psíquica – impulsos, dores, fantasias inconscientes – poderia ajudá-la a encontrar melhores formas de aceitação da realidade e a renunciar a determinadas defesas contra as angustias.A psicopedagoga Leila Sarah Chamat (1997), afirma que um bloqueio na afetividade impede um vínculo saudável ou afetivo entre o ser que ensina e o ser que aprende, seja na família ou escola. Com o trabalho centrado no vínculo pode-se trabalhar os medos, desejos e ansiedades, auxiliados pela transferência de papéis quando a criança pode desenvolver e “buscar sua comidinha”, ou seja, o vínculo com a mãe.
Seria bom, se todos os professores conhecessem o conceito de transferência, para melhor entender a sua relação com o aluno. Pois ele pode ser um suporte dos investimentos de seu aluno, porque é objeto de uma transferência. Privilegiar a singularidade do aluno é um aspecto que deve merecer atenção central.
Bibliografia
KPFER, MARIA CRISTINA MACHADO. (2000) Educação para o futuro: Psicanálise e Educação. São Paulo: Escuta 162p
KPFER, M. C. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo. Scipione, 1989
CHAMAT, Leila Sarah. Relações Vinculares e Aprendizagem:Um enfoque Psicopedagógico. Editora Vetor. São Paulo. 1997.
SEGAL,Hanna. Melanie Klein: Amor, Culpa e Reparação. Editora Imago. Rio de Janeiro.1996
BECKER, F. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem em J.piaget e Paulo Freire. Rio de Janeiro: DPIA Editora Palmarinca, 1997
A Transferência não é um termo da psicanálise. É um vocábulo utilizado em diversos campos, denota-se, sempre uma idéia de transporte, de deslocamento, de substituição de um lugar para o outro. Freud aponta-o como um fenômeno psíquico que se encontra presente em todos os âmbitos das relações com nossos semelhantes. Ele reconheceu a possibilidade de que a transferência acontecia na relação professor-aluno. Na relação professor-aluno, está implicada uma relação de amor, uma relação afetiva. Uma relação de confiança de valorização do conhecimento, da revelação das habilidades e potencialidades do outro, só é possível através da afetividade. Com o afeto a criança se redescobre, se percebe, se valoriza, aprende a se amar transferindo este afeto em suas vivências e consequentemente na aprendizagem escolar. A noção de transferência pode contribuir para entender esta relação que envolve interesses e intenções, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregação de valores nos membros das espécies humanas.
Becker, (1997,111-112), afirma que na transferência, constituir uma identificação simbólica é uma forma de desenvolver ao adolescente sua posição discursiva. Verificar-se, que o aluno precisa admitir estar numa relação transferencial com o professor que não estar ali só para transferir informações, mais para considerar cada aluno singularmente. O sujeito do qual ocupa a psicanálise é o sujeito do inconsciente enquanto manifestação única e singular. Para o aluno ser tomado como sujeito é necessário que o educador também o seja, que envolva sua prática com aquilo que lhe é peculiar, o estilo. Logo a relação professor-aluno depende fundamentalmente do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles.
Do Ponto de vista da psicanalista Melaine Klein (1.926), as crianças desenvolvem a transferência de suas mais intensas fantasias, ansiedades e defesas em casa, na creche, na escola, nos diferentes momentos do dia, no convívio escolar e durante as aulas. O educador deve estar atento às manifestações da criança, ele precisa envolver-se com esta criança e procurar levá-la a se perceber, estimular a manifestar, encorajá-la, a tentar experimentar, elogiar suas primeiras tentativas, permitindo-lhe a personificação de papéis sociais presentes em sua realidade, estimulando a criar situações e reproduzi-las a brincar. O educador sendo o mediador fora de sua convivência familiar torna-se um grande interventor para o desenvolvimento emocional e cognitivo dos alunos.
Quando é possível ver o afeto nas ações dos alunos diante das propostas dos educadores, constata-se que houve transferência positiva à aprendizagem, há possibilidades de superação dos conflitos internos, será possível aprender e crescer. Conforme Melaine Klein(1926), só o contato direto da criança com a sua realidade psíquica – impulsos, dores, fantasias inconscientes – poderia ajudá-la a encontrar melhores formas de aceitação da realidade e a renunciar a determinadas defesas contra as angustias.A psicopedagoga Leila Sarah Chamat (1997), afirma que um bloqueio na afetividade impede um vínculo saudável ou afetivo entre o ser que ensina e o ser que aprende, seja na família ou escola. Com o trabalho centrado no vínculo pode-se trabalhar os medos, desejos e ansiedades, auxiliados pela transferência de papéis quando a criança pode desenvolver e “buscar sua comidinha”, ou seja, o vínculo com a mãe.
Seria bom, se todos os professores conhecessem o conceito de transferência, para melhor entender a sua relação com o aluno. Pois ele pode ser um suporte dos investimentos de seu aluno, porque é objeto de uma transferência. Privilegiar a singularidade do aluno é um aspecto que deve merecer atenção central.
Bibliografia
KPFER, MARIA CRISTINA MACHADO. (2000) Educação para o futuro: Psicanálise e Educação. São Paulo: Escuta 162p
KPFER, M. C. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo. Scipione, 1989
CHAMAT, Leila Sarah. Relações Vinculares e Aprendizagem:Um enfoque Psicopedagógico. Editora Vetor. São Paulo. 1997.
SEGAL,Hanna. Melanie Klein: Amor, Culpa e Reparação. Editora Imago. Rio de Janeiro.1996
BECKER, F. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem em J.piaget e Paulo Freire. Rio de Janeiro: DPIA Editora Palmarinca, 1997
MT- Agenda 21 é praticada em escola de VG
Patrícia Neves/Seduc-MT
Agenda 21, alunos em atividades
Ações construídas e executadas de maneira integrada garantem a implantação de uma Agenda 21, na Escola Estadual José Leite de Moraes, em Várzea Grande. A Escola Estadual atende a 1,8 mil estudantes na região do Grande Cristo Rei. A Agenda 21 tem como objetivo executar ações e sensibilizar toda a comunidades escolar propiciando uma nova perspectiva de desenvolvimento, sob a ótica da sustentabilidade e respeito ambiental.
Oficinas de reciclagem (jornais e garrafas), jardinagem e arborização, confecção de uma horta suspensa, instalação de um parque infantil e de bancos com emprego de madeira oriunda de apreensões efetuadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema/MT) são algumas das ações em fase de implantação.
Conscientização quanto à necessidade de preservação do ambiente escolar limpo e de economia de energia elétrica são ações que também já funcionam de maneira integrada na unidade.
“Mais do que transformar o ambiente, a proposta de trabalho é atuar mudando comportamentos. O trabalho é feito de maneira gradativa, já que atuar contra um processo histórico de formação requer tempo”. A explicação é da coordenadora pedagógica da unidade Maria Sebastiana da Silva.
Dentro da proposta da Agenda 21, os agentes administrativos, professores e os alunos líderes de turmas, trabalham ‘fiscalizando os ambientes e sensibilizando as turmas sobre a necessidade de mudança de conceitos. Na prática, ajudam a monitorar e a recolher o lixo de corredores e salas e incentivam a extensão das ações para fora do ambiente escolar. Verificam ainda se as luzes foram devidamente apagadas e se há conservação da limpeza e pinturas das paredes e muros está sendo feita diariamente.
Na sala de aula aprendem, de maneira interdisciplinar, sobre os prejuízos da poluição ao meio ambiente, da degradação de rios e florestas e sobre as conseqüências desse processo de destruição. “Eu gosto das aulas. Nessa semana aprendemos sobre a importância de cada animal, do que representam no meio ambiente”, cita Marcos Daniel, 11 anos, aluno da 1ª fase do 3º Ciclo. Todo o processo de construção de uma Escola Sustentável é acompanhado pela Gerência de Educação Ambiental da Secretaria Estadual de Educação (Seduc/MT).
Dinâmicas diferenciadas são empregadas para o processo de educação ambiental. Visitas in loco a áreas devastadas ou em situação de risco, como nascentes de rios, são utilizadas para o processo ensino-aprendizagem. Também foram espalhadas, por toda a escola, lixeiras para a coleta seletiva dos resíduos produzidos diariamente.
A implantação de uma usina de compostagem, que irá aproveitar os detritos recolhidos na unidade (sobras da merenda escolar) é uma outra proposta a ser implementada pela gestão da unidade.
Formação
Do quadro de servidores da unidade, 28 já participaram de curso de formação em Escola Sustentável realizado por meio de convênio entre a Seduc, Universidade Federal de Mato Grosso e Universidade Aberta (MEC). A esses profissionais cabe auxiliar na busca pelo objetivo de se criar um espaço que mantenha uma relação cuidadosa com o meio ambiente.
Valdiney Vieira da Silva, da Gerência de Educação Ambiental da Seduc, explica que para Escola Sustentável considera-se a necessidade de articular três eixos: espaço, gestão e currículo. “A escola está trabalhando para alcançar esse objetivo”. Ele explica ainda que os projetos de gestãosocioambiental são construídos seguindo as Orientações Curriculares e o Plano Estadual de Educação (PEE).
PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT
Agenda 21, alunos em atividades
Ações construídas e executadas de maneira integrada garantem a implantação de uma Agenda 21, na Escola Estadual José Leite de Moraes, em Várzea Grande. A Escola Estadual atende a 1,8 mil estudantes na região do Grande Cristo Rei. A Agenda 21 tem como objetivo executar ações e sensibilizar toda a comunidades escolar propiciando uma nova perspectiva de desenvolvimento, sob a ótica da sustentabilidade e respeito ambiental.
Oficinas de reciclagem (jornais e garrafas), jardinagem e arborização, confecção de uma horta suspensa, instalação de um parque infantil e de bancos com emprego de madeira oriunda de apreensões efetuadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema/MT) são algumas das ações em fase de implantação.
Conscientização quanto à necessidade de preservação do ambiente escolar limpo e de economia de energia elétrica são ações que também já funcionam de maneira integrada na unidade.
“Mais do que transformar o ambiente, a proposta de trabalho é atuar mudando comportamentos. O trabalho é feito de maneira gradativa, já que atuar contra um processo histórico de formação requer tempo”. A explicação é da coordenadora pedagógica da unidade Maria Sebastiana da Silva.
Dentro da proposta da Agenda 21, os agentes administrativos, professores e os alunos líderes de turmas, trabalham ‘fiscalizando os ambientes e sensibilizando as turmas sobre a necessidade de mudança de conceitos. Na prática, ajudam a monitorar e a recolher o lixo de corredores e salas e incentivam a extensão das ações para fora do ambiente escolar. Verificam ainda se as luzes foram devidamente apagadas e se há conservação da limpeza e pinturas das paredes e muros está sendo feita diariamente.
Na sala de aula aprendem, de maneira interdisciplinar, sobre os prejuízos da poluição ao meio ambiente, da degradação de rios e florestas e sobre as conseqüências desse processo de destruição. “Eu gosto das aulas. Nessa semana aprendemos sobre a importância de cada animal, do que representam no meio ambiente”, cita Marcos Daniel, 11 anos, aluno da 1ª fase do 3º Ciclo. Todo o processo de construção de uma Escola Sustentável é acompanhado pela Gerência de Educação Ambiental da Secretaria Estadual de Educação (Seduc/MT).
Dinâmicas diferenciadas são empregadas para o processo de educação ambiental. Visitas in loco a áreas devastadas ou em situação de risco, como nascentes de rios, são utilizadas para o processo ensino-aprendizagem. Também foram espalhadas, por toda a escola, lixeiras para a coleta seletiva dos resíduos produzidos diariamente.
A implantação de uma usina de compostagem, que irá aproveitar os detritos recolhidos na unidade (sobras da merenda escolar) é uma outra proposta a ser implementada pela gestão da unidade.
Formação
Do quadro de servidores da unidade, 28 já participaram de curso de formação em Escola Sustentável realizado por meio de convênio entre a Seduc, Universidade Federal de Mato Grosso e Universidade Aberta (MEC). A esses profissionais cabe auxiliar na busca pelo objetivo de se criar um espaço que mantenha uma relação cuidadosa com o meio ambiente.
Valdiney Vieira da Silva, da Gerência de Educação Ambiental da Seduc, explica que para Escola Sustentável considera-se a necessidade de articular três eixos: espaço, gestão e currículo. “A escola está trabalhando para alcançar esse objetivo”. Ele explica ainda que os projetos de gestãosocioambiental são construídos seguindo as Orientações Curriculares e o Plano Estadual de Educação (PEE).
PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT
Seduc/MT realiza reunião formativa sobre Ciclo
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) promoveu nesta quinta-feira (26.05) reunião formativa para os profissionais da Secretaria Adjunta de Políticas Educacionais, servidores do órgão, bem como educadores do Centro de Atualização de Professores (Cefapro), sobre Ciclo de Formação Humana.
A atividade ocorreu no auditório da Secretaria e reuniu mais de 50 pessoas. O tema principal do encontro, o ciclo de formação humana teve a condução da professora Doutora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Andrea Rosana Fetzner.
Conforme a coordenadora do Ensino Fundamental, ligada a Superintendência de Educação Básica da Secretaria, Criseida Zambotto de Lima, a atividade integra a programação de formações internas propostas pela coordenadoria. “Nosso objetivo é fortalecer a política de educação por ciclos”, disse.
Ela conta que os profissionais da educação que trabalham na Seduc compreendem essa metodologia de ensino implantada pelo Estado, contudo “essas formações contribuem para o fortalecimento da escola ciclada que está sendo implantada de forma gradativa nas escolas estudais, desde 1996”.
A dinâmica do encontro incluiu trabalho em grupo para análise dos principais questionamentos e dúvidas a cerca dos ciclos, além da palestra proferida pela professora fluminense. Com o tema “A prática Educativa em Ciclos: polêmicas em torno do desenvolvimento escolar” ela abordou a história de implantação da escola ciclada no país e os pontos positivos dessa prática pedagógica.
“Os ciclos constituem uma das experiências pedagógicas mais importantes do país. A escola de ciclos proporciona atendimento às necessidades dos alunos. A aprovação não fica sendo de responsabilidade do aluno e sim da escola. Para isso há temáticas que envolvem os estudantes e os conteúdos são trabalhados para o cotidiano, voltado para as realidades atuais. Eles recebem acompanhamento no dia-a-dia do aprendizado”, destacou.
Dificuldades
A coordenadora do Cefapro de Cuiabá, Diman dos Santos Pereira ressaltou que muitas escolas da região são resistentes a implantação dos ciclos. Entretanto, “com essas atividades formativas feitas pela Seduc, com as ações desenvolvidas pelo próprio Cefapro buscamos demonstrar os avanços trazidos por essa prática pedagógica”, disse.
“Temos dificuldades porque nossos educadores foram formados em escolas seriadas. Esse modelo de repasse do conhecimento de forma fragmentada não faz muita diferença na vida dos nossos alunos. Por outro lado, a escola ciclada promove a formação integrada, com conteúdos interdisciplinares que buscam a formação integral”, defendeu Diman.
A secretária Adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, professora Fátima Resende citou que outra resistência enfrentada, trata-se da “inturmação” dos alunos. Ela também comenta que devido à formação seriada dos professores falta entendimento quanto à necessidade dos estudantes se organizarem por idade nas salas de aula.
“As crianças devem cursar o 1º ciclo, os pré-adolescentes o 2º e os adolescentes o 3º ciclo. Se um estudante de 13 anos tem dificuldade de aprendizado ele não pode ficar retido no clico inicial ele precisa acompanhar os alunos de sua idade e ter um trabalho específico de acompanhamento do professor (a), para superação dessa dificuldade”, exemplificou.
Além do trabalho formativo, Fátima Resende ressalta que a Seduc está empenhada em ofertar estrutura física e pedagógica para melhoria da qualidade do ensino em ciclo em Mato Grosso. Atualmente as 609 escolas do Estado ofertam a educação por ciclo.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
A atividade ocorreu no auditório da Secretaria e reuniu mais de 50 pessoas. O tema principal do encontro, o ciclo de formação humana teve a condução da professora Doutora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Andrea Rosana Fetzner.
Conforme a coordenadora do Ensino Fundamental, ligada a Superintendência de Educação Básica da Secretaria, Criseida Zambotto de Lima, a atividade integra a programação de formações internas propostas pela coordenadoria. “Nosso objetivo é fortalecer a política de educação por ciclos”, disse.
Ela conta que os profissionais da educação que trabalham na Seduc compreendem essa metodologia de ensino implantada pelo Estado, contudo “essas formações contribuem para o fortalecimento da escola ciclada que está sendo implantada de forma gradativa nas escolas estudais, desde 1996”.
A dinâmica do encontro incluiu trabalho em grupo para análise dos principais questionamentos e dúvidas a cerca dos ciclos, além da palestra proferida pela professora fluminense. Com o tema “A prática Educativa em Ciclos: polêmicas em torno do desenvolvimento escolar” ela abordou a história de implantação da escola ciclada no país e os pontos positivos dessa prática pedagógica.
“Os ciclos constituem uma das experiências pedagógicas mais importantes do país. A escola de ciclos proporciona atendimento às necessidades dos alunos. A aprovação não fica sendo de responsabilidade do aluno e sim da escola. Para isso há temáticas que envolvem os estudantes e os conteúdos são trabalhados para o cotidiano, voltado para as realidades atuais. Eles recebem acompanhamento no dia-a-dia do aprendizado”, destacou.
Dificuldades
A coordenadora do Cefapro de Cuiabá, Diman dos Santos Pereira ressaltou que muitas escolas da região são resistentes a implantação dos ciclos. Entretanto, “com essas atividades formativas feitas pela Seduc, com as ações desenvolvidas pelo próprio Cefapro buscamos demonstrar os avanços trazidos por essa prática pedagógica”, disse.
“Temos dificuldades porque nossos educadores foram formados em escolas seriadas. Esse modelo de repasse do conhecimento de forma fragmentada não faz muita diferença na vida dos nossos alunos. Por outro lado, a escola ciclada promove a formação integrada, com conteúdos interdisciplinares que buscam a formação integral”, defendeu Diman.
A secretária Adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, professora Fátima Resende citou que outra resistência enfrentada, trata-se da “inturmação” dos alunos. Ela também comenta que devido à formação seriada dos professores falta entendimento quanto à necessidade dos estudantes se organizarem por idade nas salas de aula.
“As crianças devem cursar o 1º ciclo, os pré-adolescentes o 2º e os adolescentes o 3º ciclo. Se um estudante de 13 anos tem dificuldade de aprendizado ele não pode ficar retido no clico inicial ele precisa acompanhar os alunos de sua idade e ter um trabalho específico de acompanhamento do professor (a), para superação dessa dificuldade”, exemplificou.
Além do trabalho formativo, Fátima Resende ressalta que a Seduc está empenhada em ofertar estrutura física e pedagógica para melhoria da qualidade do ensino em ciclo em Mato Grosso. Atualmente as 609 escolas do Estado ofertam a educação por ciclo.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
Sintep-Cuiabá lidera movimento por greve e detona secretária do PT
Flávia Borges
Secretária estadual de Educação, Rosa Neide Sandes, é chamada de incompetente em reunião da categoria
O conselho dos representantes das escolas estaduais em Cuiabá não só deliberou pela greve geral, como detonou a secretária de Educação Rosa Neide Sandes, indicada pelo PT. Ela é da corrente ligada ao seu antecessor, o deputado federal Ságuas Moraes, do ex-parlamentar Carlos Abicalil e do suplente na Assembleia, Alexandre Cesar.
Na reunião realizada nesta quinta (26) na sede na Capital, os profissionais da Educação chamaram Rosa de incompetente e que não faz o mínimo esforço para atender o pleito da categoria. A reação de se opor à administração da petista é um sinal de que a categoria não está mais tão afinada.
A greve se estende ainda aos profissionais de Rondonópolis, Sinop e Alta Floresta. Eles discordam do reajuste oferecido pelo governo de 10%. Caso seja realmente aprovada, a greve deve atingir pelo menos 40 mil alunos.
A presidente do Sintep-Cuiabá, Maria Helena Bortolo, garante que os profissionais da rede em pública da Capital já rejeitam as propostas e exigem a imediata implantação do piso salarial de R$ 1.321. Segundo ela, os professores estão insatisfeitos com a infraestrutura das escolas e com a falta de qualidade nas reformas.
A secretária é alvo de inúmeras denúncias envolvendo a pasta. Para Rosa Neide, as suspeitas que surgem a respeito de sua administração ocorrem devido ao tamanho da pasta. Hoje a Seduc possui mais de 20 mil servidores e tem um orçamento que corresponde a cerca de 25% de toda a verba do Paiaguás.
Secretária estadual de Educação, Rosa Neide Sandes, é chamada de incompetente em reunião da categoria
O conselho dos representantes das escolas estaduais em Cuiabá não só deliberou pela greve geral, como detonou a secretária de Educação Rosa Neide Sandes, indicada pelo PT. Ela é da corrente ligada ao seu antecessor, o deputado federal Ságuas Moraes, do ex-parlamentar Carlos Abicalil e do suplente na Assembleia, Alexandre Cesar.
Na reunião realizada nesta quinta (26) na sede na Capital, os profissionais da Educação chamaram Rosa de incompetente e que não faz o mínimo esforço para atender o pleito da categoria. A reação de se opor à administração da petista é um sinal de que a categoria não está mais tão afinada.
A greve se estende ainda aos profissionais de Rondonópolis, Sinop e Alta Floresta. Eles discordam do reajuste oferecido pelo governo de 10%. Caso seja realmente aprovada, a greve deve atingir pelo menos 40 mil alunos.
A presidente do Sintep-Cuiabá, Maria Helena Bortolo, garante que os profissionais da rede em pública da Capital já rejeitam as propostas e exigem a imediata implantação do piso salarial de R$ 1.321. Segundo ela, os professores estão insatisfeitos com a infraestrutura das escolas e com a falta de qualidade nas reformas.
A secretária é alvo de inúmeras denúncias envolvendo a pasta. Para Rosa Neide, as suspeitas que surgem a respeito de sua administração ocorrem devido ao tamanho da pasta. Hoje a Seduc possui mais de 20 mil servidores e tem um orçamento que corresponde a cerca de 25% de toda a verba do Paiaguás.
Haddad diz que kit anti-homofobia poderá ser inteiro refeito
Haddad diz que kit anti-homofobia poderá ser inteiro refeito
De acordo com o ministro, material será analisado por uma comissão do MEC e outra da Secretaria de Comunicação da Presidente da República
Ministro Fernando Haddad sinaliza que MEC vai refazer todo material do kit gay
ESTADÃO
Os vídeos do kit anti-homofobia, que foram suspensos por determinação da presidente Dilma Rousseff, poderão ser integralmente refeitos, disse nesta quinta-feira o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Segundo o ministro, Dilma entendeu que o material da forma como está não combate a homofobia. "A presidente entendeu que ele não foi desenhado de maneira apropriada para promover aquilo que pretende, que é o combate à violência, à humilhação dessas pessoas na escola, à evasão desse público", comentou o ministro.
O kit de combate à homofobia seria composto por três vídeos e um guia de orientação aos professores. Os vídeos, com duração de cinco minutos, enfocariam transexualidade, bissexualidade e a relação entre duas meninas homossexuais. O material seria enviado a seis mil escolas de ensino médio no segundo semestre deste ano.
"Houve muita confusão a respeito. Quando uma discussão deixa de ser técnica e passa a ser política você tem muita dificuldade de organizar um debate racional sobre o assunto. Cheguei a ver (no Congresso) um material voltado para profissionais do sexo nas mãos de um deputado que dizia que o MEC ia distribuir aquilo para crianças de seis anos. Até isso eu vi", afirmou Haddad.
"Num contexto desses, em que as pessoas deixaram de lado a racionalidade e passaram a colocar a política no pior sentido do termo em primeiro lugar, é difícil fazer uma avaliação técnica. (...) Por isso que a presidente, com razão, à luz desse cenário, criou no âmbito da Secretaria de Comunicação uma comissão que vai dar a última palavra sobre esse assunto.
Dentro do MEC já havia pessoas que compartilhavam da opinião da presidente, de que o material não estava desenhado de maneira a produzir aquilo para o qual foi elaborado".
De acordo com o ministro, por determinação da presidente, os materiais que tratam de "costumes" serão analisados por comissão do próprio ministério e por uma outra, da Secretaria de Comunicação da Presidente da República.
"Elas (as comissões) vão fazer os apontamentos necessários para uma reformulação. (Os vídeos) Poderão ser integralmente refeitos", observou Haddad. "O problema não é o mérito (o combate à homofobia), é o caso concreto".
De acordo com o ministro, material será analisado por uma comissão do MEC e outra da Secretaria de Comunicação da Presidente da República
Ministro Fernando Haddad sinaliza que MEC vai refazer todo material do kit gay
ESTADÃO
Os vídeos do kit anti-homofobia, que foram suspensos por determinação da presidente Dilma Rousseff, poderão ser integralmente refeitos, disse nesta quinta-feira o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Segundo o ministro, Dilma entendeu que o material da forma como está não combate a homofobia. "A presidente entendeu que ele não foi desenhado de maneira apropriada para promover aquilo que pretende, que é o combate à violência, à humilhação dessas pessoas na escola, à evasão desse público", comentou o ministro.
O kit de combate à homofobia seria composto por três vídeos e um guia de orientação aos professores. Os vídeos, com duração de cinco minutos, enfocariam transexualidade, bissexualidade e a relação entre duas meninas homossexuais. O material seria enviado a seis mil escolas de ensino médio no segundo semestre deste ano.
"Houve muita confusão a respeito. Quando uma discussão deixa de ser técnica e passa a ser política você tem muita dificuldade de organizar um debate racional sobre o assunto. Cheguei a ver (no Congresso) um material voltado para profissionais do sexo nas mãos de um deputado que dizia que o MEC ia distribuir aquilo para crianças de seis anos. Até isso eu vi", afirmou Haddad.
"Num contexto desses, em que as pessoas deixaram de lado a racionalidade e passaram a colocar a política no pior sentido do termo em primeiro lugar, é difícil fazer uma avaliação técnica. (...) Por isso que a presidente, com razão, à luz desse cenário, criou no âmbito da Secretaria de Comunicação uma comissão que vai dar a última palavra sobre esse assunto.
Dentro do MEC já havia pessoas que compartilhavam da opinião da presidente, de que o material não estava desenhado de maneira a produzir aquilo para o qual foi elaborado".
De acordo com o ministro, por determinação da presidente, os materiais que tratam de "costumes" serão analisados por comissão do próprio ministério e por uma outra, da Secretaria de Comunicação da Presidente da República.
"Elas (as comissões) vão fazer os apontamentos necessários para uma reformulação. (Os vídeos) Poderão ser integralmente refeitos", observou Haddad. "O problema não é o mérito (o combate à homofobia), é o caso concreto".
Professora transexual diz que alunos sabem lidar com a diversidade
Paulo Guilherme
em São Paulo
Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.
De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.
No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.
“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”
Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”
Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.
Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas...”
Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”
em São Paulo
Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.
De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.
No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.
“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”
Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”
Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.
Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas...”
Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”
Professora e a surpresa de ter menores assistidos pela Justiça
Rosângela Cadidé
Faltando quatro meses para encerrar o ano letivo de uma determinada escola pública, uma professora foi convidada por uma colega de profissão para substituir uma licença médica no período noturno. Ela topou. Seria uma renda extra, afinal, já estava próximo ao final do ano. Foi à escola para conversar com a diretora a respeito dessas aulas. A diretora disse que ela teria uma sala com alguns menores assistidos pela Justiça. Em princípio, estranhou e perguntou: “O que era isso?”. A diretora resumiu respondendo que se tratavam de menores que praticaram crimes, como roubo, assalto, tráfico de drogas e, inclusive, mataram e estavam inseridos na escola com os demais alunos.
Ela perguntou a diretora se os professores que trabalhavam com essa turma tinham capacitação e acompanhamento diferenciados para trabalhar com os menores assistidos. A diretora respondeu que não e ainda acrescentou que o papel da escola é a inclusão e não a exclusão. A professora chegou a pensar que estava agindo com discriminação. Aceitou o trabalho. Quando a diretora foi falar os nomes desses menores para que ela ficasse atenta, rapidamente disse que não queria saber quem eram, usando uma das falas anteriormente dita pela diretora: “Não é para incluí-los!”. No dia seguinte, com muito receio, foi trabalhar. Nunca tinha passado por essa situação. Ficou sabendo que com ela era a sétima professora a atuar com aquela turma e que a professora titular da sala estava com problemas de saúde decorrentes da profissão, principalmente em razão da tensão vivida em sala de aula.
Fiquei curiosa e perguntei a ela como havia conseguido terminar o ano letivo naquela escola. Demonstrando sinceridade, ela me respondeu que teve muita sorte e também porque não quis saber nomes dos menores para não motivá-la a tratá-los com diferença. Disse que até se adaptar com aquela situação teve muito medo, mas acabou o desafio, fazendo amizade com a turma. Contatou que sempre percebia professores amedrontados com ameaças verbais constantes e com algumas atitudes de represália, como carros e motos riscados e com pneus furados.
Perguntei a ela como ficou sabendo depois quem eram esses menores. Ela me respondeu que aos poucos eles iam se aproximando e contando as suas histórias e que achava que conseguiu conquistar a confiança deles. Assim ficava sabendo de situações que iriam acontecer, como, quantidade de drogas que iam ser trazidas para comercializar na escola, o que lucravam e até quando iam armados (quase sempre). Disse também que conseguiu evitar algumas tragédias, conversando com eles e que pensou várias vezes em denunciar, mas acabava desistindo.
Ao analisar a situação, via que estaria “colocando a sua cabeça a prêmio”. Na convivência escolar, os menores se comportavam como se não tivessem praticado crimes no dia anterior. Ela relatou que a cada dia que passava se espantava com ela mesma, porque o convívio com aquela situação estava fazendo com que enxergasse tudo o que ocorria com normalidade e vivia se sentindo culpada por não denunciar, dizendo que estava sendo cúmplice.
Perguntei se era apenas ela que sabia que alunos estavam indo para escola armados... traficavam... usavam drogas... Responde que não e que vários colegas falavam em desistir da profissão. Quando conversávamos, falava para ela que procurasse não ficar assustada com ela mesma, pois, enquanto educadores, sempre procuramos esperar o melhor das pessoas por piores que sejam os seus atos e que ela não estava sendo cúmplice de nada. Era mais uma vítima que estava tentando sobreviver.
Rosângela Fernandes Cadidé é professora há 10 anos da rede pública, formada em Letras com Especialização em Recreação e Lazer pela Universidade Federação de Mato Grosso
Faltando quatro meses para encerrar o ano letivo de uma determinada escola pública, uma professora foi convidada por uma colega de profissão para substituir uma licença médica no período noturno. Ela topou. Seria uma renda extra, afinal, já estava próximo ao final do ano. Foi à escola para conversar com a diretora a respeito dessas aulas. A diretora disse que ela teria uma sala com alguns menores assistidos pela Justiça. Em princípio, estranhou e perguntou: “O que era isso?”. A diretora resumiu respondendo que se tratavam de menores que praticaram crimes, como roubo, assalto, tráfico de drogas e, inclusive, mataram e estavam inseridos na escola com os demais alunos.
Ela perguntou a diretora se os professores que trabalhavam com essa turma tinham capacitação e acompanhamento diferenciados para trabalhar com os menores assistidos. A diretora respondeu que não e ainda acrescentou que o papel da escola é a inclusão e não a exclusão. A professora chegou a pensar que estava agindo com discriminação. Aceitou o trabalho. Quando a diretora foi falar os nomes desses menores para que ela ficasse atenta, rapidamente disse que não queria saber quem eram, usando uma das falas anteriormente dita pela diretora: “Não é para incluí-los!”. No dia seguinte, com muito receio, foi trabalhar. Nunca tinha passado por essa situação. Ficou sabendo que com ela era a sétima professora a atuar com aquela turma e que a professora titular da sala estava com problemas de saúde decorrentes da profissão, principalmente em razão da tensão vivida em sala de aula.
Fiquei curiosa e perguntei a ela como havia conseguido terminar o ano letivo naquela escola. Demonstrando sinceridade, ela me respondeu que teve muita sorte e também porque não quis saber nomes dos menores para não motivá-la a tratá-los com diferença. Disse que até se adaptar com aquela situação teve muito medo, mas acabou o desafio, fazendo amizade com a turma. Contatou que sempre percebia professores amedrontados com ameaças verbais constantes e com algumas atitudes de represália, como carros e motos riscados e com pneus furados.
Perguntei a ela como ficou sabendo depois quem eram esses menores. Ela me respondeu que aos poucos eles iam se aproximando e contando as suas histórias e que achava que conseguiu conquistar a confiança deles. Assim ficava sabendo de situações que iriam acontecer, como, quantidade de drogas que iam ser trazidas para comercializar na escola, o que lucravam e até quando iam armados (quase sempre). Disse também que conseguiu evitar algumas tragédias, conversando com eles e que pensou várias vezes em denunciar, mas acabava desistindo.
Ao analisar a situação, via que estaria “colocando a sua cabeça a prêmio”. Na convivência escolar, os menores se comportavam como se não tivessem praticado crimes no dia anterior. Ela relatou que a cada dia que passava se espantava com ela mesma, porque o convívio com aquela situação estava fazendo com que enxergasse tudo o que ocorria com normalidade e vivia se sentindo culpada por não denunciar, dizendo que estava sendo cúmplice.
Perguntei se era apenas ela que sabia que alunos estavam indo para escola armados... traficavam... usavam drogas... Responde que não e que vários colegas falavam em desistir da profissão. Quando conversávamos, falava para ela que procurasse não ficar assustada com ela mesma, pois, enquanto educadores, sempre procuramos esperar o melhor das pessoas por piores que sejam os seus atos e que ela não estava sendo cúmplice de nada. Era mais uma vítima que estava tentando sobreviver.
Rosângela Fernandes Cadidé é professora há 10 anos da rede pública, formada em Letras com Especialização em Recreação e Lazer pela Universidade Federação de Mato Grosso
Consumo: a lógica que rege a sociedade
Ao pensarmos em consumo, lembramonos do ato de comprar, de despender dinheiro para algo. Mas consumir vai muito além das compras. Estas representam apenas uma etapa do processo que engloba a decisão do que consumir, as razões, o modo e origem do produto ou serviço. Só após essa primeira etapa tem-se a compra e, ainda, o uso. No caso de bens perecíveis, também envolve o descarte.
Como podemos perceber, consumir não é um ato simplista, que se encerra em comprar algo. O consumo faz parte da sociedade contemporânea e se apresenta de maneira tal que nem sempre percebemos quando o fazemos. Ao estarmos numa sala de aula, por exemplo, consumimos a eletricidade que move os aparelhos elétricos, as cadeiras em que sentamos, a lousa que o professor usa etc. A diversidade de consumo nos acompanha da hora que acordamos ao momento em que dormimos.
Marcas do capitalismo
Existe uma lógica que rege a sociedade pautada no consumismo. E poucas pessoas refletem sobre os impulsos que conduzem suas atividades. À medida que a economia passa a girar em torno da acumulação do capital e o trabalho passa a ser dirigido para a produção de mercadorias, a sociedade caminha por valores que a induzem ao consumo de produtos, produzidos no intuito de manter o ciclo de reprodução do capital.
A acumulação do capital só se processa a partir da venda da mercadoria, que a transforma em um capital maior do que foi investido na sua produção. Esse ciclo só é possível se houver consumidores que garantam o consumo do que foi produzido. Por isso, numa análise um pouco mais aprofundada, chegaremos à ideologia do sistema produtivo em vigor que será disseminada pelos capitalistas: a ideologia do consumo. Ela é a base de sustentação do lucro das vendas. Quanto mais se consome, mais rápido e em maior quantidade o capital gira e é produzido.
Nesse aspecto, interessa ao capital que um produto seja consumido o mais rápido possível, para que seja substituído por outro com a mesma peculiaridade. É a obsolescência programada. Na fase atual do capitalismo, não interessa a produção de bens duráveis, pois freiam a rápida substituição, tornando o ciclo do capital mais lento e longo. Os avanços tecnológicos, então, tornam-se os principais aliados do processo produtivo, fornecendo-lhe inovações que permitem a constante produção de bens inovadores. É preciso considerar que, sob os moldes pelos quais se processam o referido sistema, há implicação sobre nós, a sociedade e a natureza.
O papel de cada um
O nosso comportamento e os nossos valores são direcionados por uma lógica maior, na qual estamos inseridos. Constantemente somos induzidos através das propagandas em massa a adquirir os produtos disponíveis no mercado para atender a necessidades criadas para tal. E, ao mesmo tempo, somos convencidos da obsolescência dos produtos que possuímos. O necessário é algo efêmero e que está sendo constantemente reinventado. Além disso, tudo tem um dono, tudo tem um valor. Subsistir não nos basta. É preciso ser dono para também valer. Somos impelidos a ser individuais e o outro se torna indiferente para nós - a menos que nos valha para algo.
Os impactos sobre a natureza são irremissíveis, afinal, é ela que nos fornece as matérias-primas de que necessitamos para produzir as mercadorias que consumimos. E o caótico quadro ambiental que vivenciamos reside no fato da desproporcionalidade da disposição dos recursos em relação à sua exploração. Retiramos do ambiente as matérias que produzem os bens para a nossa insaciável sede de consumo, múltiplas vezes mais do que ele é capaz de repor, deixando a natureza sempre com um déficit.
Já que não podemos fugir do consumo, reflitamos sobre a lógica que nos mantém consumidores e sobre as posturas que podemos adotar frente ao sistema que nos move. Compreender os reflexos e os impactos desse consumo diz respeito a um consumidor consciente. É preciso pensar nas possibilidades de adotar uma atitude de consciência frente aos nossos atos, visando a minimizar os efeitos nocivos na natureza que se revertem em males ao próprio ser humano. Convido, também, a repensar os nossos valores enquanto humanos, dotados de sentimentos e emoções que não podem ser contabilizados.
Atividade Mapa de consumo Objetivo:
Contribuir para a reflexão de que é possível nos comprometermos com o ato de consumir conscientemente.
Atividade:
Dividir os jovens em grupo e sugerir que construam um mapa, identificando quais são os bens de consumo que mais adquiriram no último mês. É impor tante que sejam registrados bens de consumo alimentar, eletrônico, vestuário etc.
Após o registro, o grupo pode debater: O que compramos era realmente necessário? Por que escolhemos estes bens e não outros? Qual a origem dos produtos? Quem são os trabalhadores que os produziram? Em que condições de trabalho? Onde descar tamos o que consumimos?
As conclusões do grupo podem ser apresentadas a par tir da perspectiva do consumo consciente, indicando o que é possível mudar na nossa sociedade, em nossa vida e na natureza.
Sugestão de Leitura:
BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. O sociólogo Zygmunt Bauman dá uma interessante e coerente contribuição no sentido de desvelar essa lógica do consumo que dirige a sociedade da economia de mercado.
Edilene Alves Rodrigues,
geógrafa, docente de Geografia da Rede Pública de Ensino,
com especialização em Análise do Espaço Geográfico,
Vitória da Conquista, BA.
Endereço eletrônico: geo_edilene@hotmail.com
Artigo da edição nº 412, jornal Mundo Jovem, novembro de 2010, página 9.
Como podemos perceber, consumir não é um ato simplista, que se encerra em comprar algo. O consumo faz parte da sociedade contemporânea e se apresenta de maneira tal que nem sempre percebemos quando o fazemos. Ao estarmos numa sala de aula, por exemplo, consumimos a eletricidade que move os aparelhos elétricos, as cadeiras em que sentamos, a lousa que o professor usa etc. A diversidade de consumo nos acompanha da hora que acordamos ao momento em que dormimos.
Marcas do capitalismo
Existe uma lógica que rege a sociedade pautada no consumismo. E poucas pessoas refletem sobre os impulsos que conduzem suas atividades. À medida que a economia passa a girar em torno da acumulação do capital e o trabalho passa a ser dirigido para a produção de mercadorias, a sociedade caminha por valores que a induzem ao consumo de produtos, produzidos no intuito de manter o ciclo de reprodução do capital.
A acumulação do capital só se processa a partir da venda da mercadoria, que a transforma em um capital maior do que foi investido na sua produção. Esse ciclo só é possível se houver consumidores que garantam o consumo do que foi produzido. Por isso, numa análise um pouco mais aprofundada, chegaremos à ideologia do sistema produtivo em vigor que será disseminada pelos capitalistas: a ideologia do consumo. Ela é a base de sustentação do lucro das vendas. Quanto mais se consome, mais rápido e em maior quantidade o capital gira e é produzido.
Nesse aspecto, interessa ao capital que um produto seja consumido o mais rápido possível, para que seja substituído por outro com a mesma peculiaridade. É a obsolescência programada. Na fase atual do capitalismo, não interessa a produção de bens duráveis, pois freiam a rápida substituição, tornando o ciclo do capital mais lento e longo. Os avanços tecnológicos, então, tornam-se os principais aliados do processo produtivo, fornecendo-lhe inovações que permitem a constante produção de bens inovadores. É preciso considerar que, sob os moldes pelos quais se processam o referido sistema, há implicação sobre nós, a sociedade e a natureza.
O papel de cada um
O nosso comportamento e os nossos valores são direcionados por uma lógica maior, na qual estamos inseridos. Constantemente somos induzidos através das propagandas em massa a adquirir os produtos disponíveis no mercado para atender a necessidades criadas para tal. E, ao mesmo tempo, somos convencidos da obsolescência dos produtos que possuímos. O necessário é algo efêmero e que está sendo constantemente reinventado. Além disso, tudo tem um dono, tudo tem um valor. Subsistir não nos basta. É preciso ser dono para também valer. Somos impelidos a ser individuais e o outro se torna indiferente para nós - a menos que nos valha para algo.
Os impactos sobre a natureza são irremissíveis, afinal, é ela que nos fornece as matérias-primas de que necessitamos para produzir as mercadorias que consumimos. E o caótico quadro ambiental que vivenciamos reside no fato da desproporcionalidade da disposição dos recursos em relação à sua exploração. Retiramos do ambiente as matérias que produzem os bens para a nossa insaciável sede de consumo, múltiplas vezes mais do que ele é capaz de repor, deixando a natureza sempre com um déficit.
Já que não podemos fugir do consumo, reflitamos sobre a lógica que nos mantém consumidores e sobre as posturas que podemos adotar frente ao sistema que nos move. Compreender os reflexos e os impactos desse consumo diz respeito a um consumidor consciente. É preciso pensar nas possibilidades de adotar uma atitude de consciência frente aos nossos atos, visando a minimizar os efeitos nocivos na natureza que se revertem em males ao próprio ser humano. Convido, também, a repensar os nossos valores enquanto humanos, dotados de sentimentos e emoções que não podem ser contabilizados.
Atividade Mapa de consumo Objetivo:
Contribuir para a reflexão de que é possível nos comprometermos com o ato de consumir conscientemente.
Atividade:
Dividir os jovens em grupo e sugerir que construam um mapa, identificando quais são os bens de consumo que mais adquiriram no último mês. É impor tante que sejam registrados bens de consumo alimentar, eletrônico, vestuário etc.
Após o registro, o grupo pode debater: O que compramos era realmente necessário? Por que escolhemos estes bens e não outros? Qual a origem dos produtos? Quem são os trabalhadores que os produziram? Em que condições de trabalho? Onde descar tamos o que consumimos?
As conclusões do grupo podem ser apresentadas a par tir da perspectiva do consumo consciente, indicando o que é possível mudar na nossa sociedade, em nossa vida e na natureza.
Sugestão de Leitura:
BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. O sociólogo Zygmunt Bauman dá uma interessante e coerente contribuição no sentido de desvelar essa lógica do consumo que dirige a sociedade da economia de mercado.
Edilene Alves Rodrigues,
geógrafa, docente de Geografia da Rede Pública de Ensino,
com especialização em Análise do Espaço Geográfico,
Vitória da Conquista, BA.
Endereço eletrônico: geo_edilene@hotmail.com
Artigo da edição nº 412, jornal Mundo Jovem, novembro de 2010, página 9.
Educar para proteger
Janete Riva
Jornal a Gazeta
Nestes dois últimos anos, em que viemos trabalhando no combate aos abusos sexuais e outras violências contra a criança e o adolescente, aprendemos muito mais do que ensinamos. Mas este contato diário com pessoas violentadas e abusadas, com famílias que já enfrentaram esse drama inenarrável, e com os agentes do enfrentamento, nos leva a pensar sempre em soluções definitivas para o problema. É impossível nos manter indiferente diante de tanto sofrimento e tantas violações dos direitos da pessoa, dos Direitos Humanos.
Quando abraçamos a causa, já tínhamos percebido que o melhor caminho para o combate era a informação. Porque o outro caminho, o da punição, o do cumprimento das leis, já estava - e está - bem cuidado pela Justiça, que vimos estar avançando, diariamente, no sentido de punir com rigor os abusadores sexuais.
Sabemos que os abusos e a exploração sexual estão relacionados a fatores que foram construídos pela própria sociedade, através de elementos culturais - vivemos ainda numa sociedade que possui frágeis conceitos sobre os Direitos Humanos -, elementos político-administrativos - quando nos deparamos com poderes ou autoridades omissas e/ou incapazes - elementos psicológicos - quando nos deparamos com abusadores portadores de doenças mentais ou emocionais - e econômicos - a desigualdade social é tão gritante, que as relações que ela provoca são sempre danosas para aqueles que pertencem a classes sociais inferiores, afastando-os das oportunidades de trabalho, educação, saúde, e consequentemente, da boa qualidade de vida.
Essa consciência nos fez, então, levar informação e um pouco de conhecimento a centenas de adolescentes e adultos deste Estado, através de nossas palestras e também de Seminários e Audiências Públicas que despertassem, em todos, a necessidade de proteger nossas crianças. Também em parceria com o Ministério Público de Mato Grosso, participamos de um projeto na Unirondon e no ICE que capacitou mais de 800 alunos/agentes multiplicadores de informação. E nunca deixamos de reproduzir a todos uma pergunta do Senador Magno Malta: que país será este, se continuar a ser formado por adultos doentes e mau tratados? Para que tenhamos um futuro melhor, é preciso que nossas crianças se tornem adultos saudáveis, e cidadãos.
O ECA, no seu artigo 245, estabelece que médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino (escolas, creches) que não comunicar à autoridade competente os casos de abuso sexual que tenha conhecimento, deverá pagar uma multa de 3 a 20 salários mínimos - ou o dobro, em caso de reincidência. Ou seja, o ECA pune a omissão! Mas, será que todos os profissionais sabem ler os sinais que a criança envia? Será que eles saem com tal formação da universidade? Quantas crianças salvaríamos de anos de abuso e violência sexual se nossos profissionais tivessem condição de reconhecê-las como vítimas de tal agressão?
Tanto para acudir nossos meninos e meninas logo que o crime contra eles acontece, quanto para prevenir tal crime, só há um caminho: a educação. E para educar nossas crianças, desde o início de sua vida escolar, só temos um caminho: pais bem informados, e professores completamente cientes de que o papel que eles precisam exercer nas escolas é fundamental para o combate aos crimes contras seus alunos.
Se a escola é, historicamente, um espaço de orientação, reflexão e questionamento, porque não fazer dentro dela, o questionamento necessário sobre relacionamentos e comportamento sexual? Ali se pode abordar temas como posturas, comportamento e até tabus sem que tais assuntos percam sua seriedade. Na escola, o debate fica sério sem que se perca a liberdade de opinar. É o debate e o conhecimento que criam, moldam, a conscientização dos fatos.
Precisamos, portanto, concretizar a inclusão da Educação Sexual, como disciplina, nas escolas públicas. Deixá-la existir apenas com o recorte da transversalidade, e de maneira opcional, não leva a termo a necessidade de toda uma sociedade.
Deixo aqui nossa provocação aos políticos deste Estado: por que não incluirmos, já, na Universidade do Estado de Mato Grosso, uma disciplina que ensine nossos futuros professores a lidar com a educação sexual e consequente criação de redes de proteção social, partindo da família do educando? Por que esperar que esses profissionais se formem com a vivência futura, se o futuro é agora? A primeira pessoa a ter contato com a mudança de comportamento da vítima, é o professor - antes mesmo que a família, para quem o abusado sente medo de contar o que está acontecendo por estar, normalmente, sendo coagido. Pensem nisso! Vamos dizer NÃO ao abuso sexual contra a criança e o adolescente. Definitivamente!
Janete Riva é coordenadora da Sala da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso
Jornal a Gazeta
Nestes dois últimos anos, em que viemos trabalhando no combate aos abusos sexuais e outras violências contra a criança e o adolescente, aprendemos muito mais do que ensinamos. Mas este contato diário com pessoas violentadas e abusadas, com famílias que já enfrentaram esse drama inenarrável, e com os agentes do enfrentamento, nos leva a pensar sempre em soluções definitivas para o problema. É impossível nos manter indiferente diante de tanto sofrimento e tantas violações dos direitos da pessoa, dos Direitos Humanos.
Quando abraçamos a causa, já tínhamos percebido que o melhor caminho para o combate era a informação. Porque o outro caminho, o da punição, o do cumprimento das leis, já estava - e está - bem cuidado pela Justiça, que vimos estar avançando, diariamente, no sentido de punir com rigor os abusadores sexuais.
Sabemos que os abusos e a exploração sexual estão relacionados a fatores que foram construídos pela própria sociedade, através de elementos culturais - vivemos ainda numa sociedade que possui frágeis conceitos sobre os Direitos Humanos -, elementos político-administrativos - quando nos deparamos com poderes ou autoridades omissas e/ou incapazes - elementos psicológicos - quando nos deparamos com abusadores portadores de doenças mentais ou emocionais - e econômicos - a desigualdade social é tão gritante, que as relações que ela provoca são sempre danosas para aqueles que pertencem a classes sociais inferiores, afastando-os das oportunidades de trabalho, educação, saúde, e consequentemente, da boa qualidade de vida.
Essa consciência nos fez, então, levar informação e um pouco de conhecimento a centenas de adolescentes e adultos deste Estado, através de nossas palestras e também de Seminários e Audiências Públicas que despertassem, em todos, a necessidade de proteger nossas crianças. Também em parceria com o Ministério Público de Mato Grosso, participamos de um projeto na Unirondon e no ICE que capacitou mais de 800 alunos/agentes multiplicadores de informação. E nunca deixamos de reproduzir a todos uma pergunta do Senador Magno Malta: que país será este, se continuar a ser formado por adultos doentes e mau tratados? Para que tenhamos um futuro melhor, é preciso que nossas crianças se tornem adultos saudáveis, e cidadãos.
O ECA, no seu artigo 245, estabelece que médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino (escolas, creches) que não comunicar à autoridade competente os casos de abuso sexual que tenha conhecimento, deverá pagar uma multa de 3 a 20 salários mínimos - ou o dobro, em caso de reincidência. Ou seja, o ECA pune a omissão! Mas, será que todos os profissionais sabem ler os sinais que a criança envia? Será que eles saem com tal formação da universidade? Quantas crianças salvaríamos de anos de abuso e violência sexual se nossos profissionais tivessem condição de reconhecê-las como vítimas de tal agressão?
Tanto para acudir nossos meninos e meninas logo que o crime contra eles acontece, quanto para prevenir tal crime, só há um caminho: a educação. E para educar nossas crianças, desde o início de sua vida escolar, só temos um caminho: pais bem informados, e professores completamente cientes de que o papel que eles precisam exercer nas escolas é fundamental para o combate aos crimes contras seus alunos.
Se a escola é, historicamente, um espaço de orientação, reflexão e questionamento, porque não fazer dentro dela, o questionamento necessário sobre relacionamentos e comportamento sexual? Ali se pode abordar temas como posturas, comportamento e até tabus sem que tais assuntos percam sua seriedade. Na escola, o debate fica sério sem que se perca a liberdade de opinar. É o debate e o conhecimento que criam, moldam, a conscientização dos fatos.
Precisamos, portanto, concretizar a inclusão da Educação Sexual, como disciplina, nas escolas públicas. Deixá-la existir apenas com o recorte da transversalidade, e de maneira opcional, não leva a termo a necessidade de toda uma sociedade.
Deixo aqui nossa provocação aos políticos deste Estado: por que não incluirmos, já, na Universidade do Estado de Mato Grosso, uma disciplina que ensine nossos futuros professores a lidar com a educação sexual e consequente criação de redes de proteção social, partindo da família do educando? Por que esperar que esses profissionais se formem com a vivência futura, se o futuro é agora? A primeira pessoa a ter contato com a mudança de comportamento da vítima, é o professor - antes mesmo que a família, para quem o abusado sente medo de contar o que está acontecendo por estar, normalmente, sendo coagido. Pensem nisso! Vamos dizer NÃO ao abuso sexual contra a criança e o adolescente. Definitivamente!
Janete Riva é coordenadora da Sala da Mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Editorial - Crianças, o futuro do Brasil
Quinta, 26 de maio de 2011, 03h00
Fonte: Jornal a Gazeta/MT
É triste ver todos os dias no noticiário casos de violência contra a criança. Agressões físicas e psicológicas que deixam marcas para o resto da vida e muitas vezes são responsáveis por mudanças no comportamento dessas pequenas vítimas na vida adulta. Dados da Polícia Judiciária Civil apontam que nos primeiros 4 meses deste ano foram registradas 354 ocorrências de agressões em Mato Grosso. Deste total, 135 foram de violência sexual, envolvendo meninos e meninas, cujos casos estão concentrados em Cuiabá e Várzea Grande. Além do número absurdo o mais grave não é o registro, e sim o silêncio. Estima-se que para cada caso denunciado outros 20 não chegam ao conhecimento das autoridades policiais. Especialistas afirmam que a situação é ainda mais difícil de ser combatida e denunciada porque a maioria dos casos de violência contra criança e adolescente acontece no ambiente familiar, correspondendo a até 90% das ocorrências.
Muitas vezes, as denúncias não são formalizadas porque os agressores ameaçam os menores e as respectivas famílias. Assim, as vítimas sofrem caladas e carregam traumas que afetam no relacionamento com outras pessoas, com o trabalho e consigo mesmas. Para combater a violência contra adolescentes e crianças, o governo criou o Disque 100. As denúncias podem ser feitas anonimamente. Milhares de ligações são recebidas diariamente, aumentando as estatísticas. Não se trata de um aumento na violência, mas sim do crescimento na quantidade de pessoas encorajadas em acabar com este sofrimento vivenciado por muitos brasileirinhos.
Mas não são apenas as agressões físicas e psicológicas as que são caracterizadas como violência. Tirar a criança da escola para que ela trabalhe também é um ato violento, pois retira da criança o direito à infância, educação e formação profissional. Uma agressão que não causa dor física, mas que a faz agir e pensar precocemente os problemas dos adultos, limita o seu desenvolvimento e a possibilidade de ter um futuro promissor.
E é para combater as atividades desenvolvidas pelas crianças antes do tempo que a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego realiza fiscalização em todo o Estado. Nos primeiros 4 meses deste ano foram resgatadas 137 menores em condições degradantes de trabalho. Três delas tinham menos de 4 anos, o que causa ainda mais indignação. Os flagrantes vão desde atividades em feiras livres de Cuiabá, passando por empresas de lavagem de carros, até lavouras no interior. O número de vítimas resgatadas no Estado foi o maior realizado no período em toda Amazônia Legal, região que compreende 7 estados do Norte do país mais o Maranhão e Mato Grosso.
Todas essas ações negativas contra crianças só trarão efeitos ruins. Para que o Brasil cresça e se desenvolva é preciso criar condições para que esses menores sejam aproveitados de maneira eficiente e que tragam benefícios ao país e para si mesmos. Por isso, as autoridades públicas devem arregaçar as mangas e trabalhar em ações que realmente gerem resultado.
Fonte: Jornal a Gazeta/MT
É triste ver todos os dias no noticiário casos de violência contra a criança. Agressões físicas e psicológicas que deixam marcas para o resto da vida e muitas vezes são responsáveis por mudanças no comportamento dessas pequenas vítimas na vida adulta. Dados da Polícia Judiciária Civil apontam que nos primeiros 4 meses deste ano foram registradas 354 ocorrências de agressões em Mato Grosso. Deste total, 135 foram de violência sexual, envolvendo meninos e meninas, cujos casos estão concentrados em Cuiabá e Várzea Grande. Além do número absurdo o mais grave não é o registro, e sim o silêncio. Estima-se que para cada caso denunciado outros 20 não chegam ao conhecimento das autoridades policiais. Especialistas afirmam que a situação é ainda mais difícil de ser combatida e denunciada porque a maioria dos casos de violência contra criança e adolescente acontece no ambiente familiar, correspondendo a até 90% das ocorrências.
Muitas vezes, as denúncias não são formalizadas porque os agressores ameaçam os menores e as respectivas famílias. Assim, as vítimas sofrem caladas e carregam traumas que afetam no relacionamento com outras pessoas, com o trabalho e consigo mesmas. Para combater a violência contra adolescentes e crianças, o governo criou o Disque 100. As denúncias podem ser feitas anonimamente. Milhares de ligações são recebidas diariamente, aumentando as estatísticas. Não se trata de um aumento na violência, mas sim do crescimento na quantidade de pessoas encorajadas em acabar com este sofrimento vivenciado por muitos brasileirinhos.
Mas não são apenas as agressões físicas e psicológicas as que são caracterizadas como violência. Tirar a criança da escola para que ela trabalhe também é um ato violento, pois retira da criança o direito à infância, educação e formação profissional. Uma agressão que não causa dor física, mas que a faz agir e pensar precocemente os problemas dos adultos, limita o seu desenvolvimento e a possibilidade de ter um futuro promissor.
E é para combater as atividades desenvolvidas pelas crianças antes do tempo que a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego realiza fiscalização em todo o Estado. Nos primeiros 4 meses deste ano foram resgatadas 137 menores em condições degradantes de trabalho. Três delas tinham menos de 4 anos, o que causa ainda mais indignação. Os flagrantes vão desde atividades em feiras livres de Cuiabá, passando por empresas de lavagem de carros, até lavouras no interior. O número de vítimas resgatadas no Estado foi o maior realizado no período em toda Amazônia Legal, região que compreende 7 estados do Norte do país mais o Maranhão e Mato Grosso.
Todas essas ações negativas contra crianças só trarão efeitos ruins. Para que o Brasil cresça e se desenvolva é preciso criar condições para que esses menores sejam aproveitados de maneira eficiente e que tragam benefícios ao país e para si mesmos. Por isso, as autoridades públicas devem arregaçar as mangas e trabalhar em ações que realmente gerem resultado.
MT - Escola de Matupá premia estudantes empenhados
Atividades de lazer e kits escolares são alguns dos prêmios entregues pelo projeto “Aluno Nota 10” promovido pela Escola Estadual Bairro União, de Matupá (700 km da capital), aos estudantes do 1º e 2º ciclo do Ensino Fundamental. A premiação é realizada pelos professores e entregue aos estudantes que obtiverem melhor comportamento em sala de aula e demonstrarem maior interesse pelos estudos.
O programa consiste em resgatar valores de cunho educativo em sala de aula. Os estudantes são considerados exemplo em sala, caso respeitem o professor, os colegas e demais funcionários da escola. Devem se comportar de forma adequada, realizar as tarefas de casa e atividades em sala de aula. Porém, o critério analisado com maior pontuação pelos professores se destaca mais pelo empenho em conseguir boas notas do que em realmente obtê-las.
“O que será levado em conta é o esforço do aluno e o interesse em aprender os conteúdos. Pois, apesar de muitos demonstrarem vontade em aprender, muitas vezes não conseguem adquirir uma boa nota”, afirma a diretora Elizângela Bazoni que defende a ideia de premiar, principalmente, os estudantes esforçados.
As premiações são realizadas no final de cada bimestre e os estudantes premiados participam das atividades comemorativas enquanto os demais permanecem em sala de aula. Ao término do primeiro bimestre de 2011, 162 estudantes participaram de um bingo valendo 1 kit de material escolar, além de gincanas e brincadeiras em pula-pula. Nas edições do ano passado, os estudantes selecionados tomaram uma ducha de caminhão pipa.
A segunda premiação deste ano será realizada na primeira semana de julho e segundo a diretora, os estudantes serão selecionados pelo desempenho que obtiveram durante esse bimestre. “Já avisamos aqueles que participaram da primeira premiação do ano que a vaga deles não está garantida para essa segunda etapa, por isso, devem continuar sendo bons alunos para participarem novamente”, declara.
Assessoria/Seduc-MT
O programa consiste em resgatar valores de cunho educativo em sala de aula. Os estudantes são considerados exemplo em sala, caso respeitem o professor, os colegas e demais funcionários da escola. Devem se comportar de forma adequada, realizar as tarefas de casa e atividades em sala de aula. Porém, o critério analisado com maior pontuação pelos professores se destaca mais pelo empenho em conseguir boas notas do que em realmente obtê-las.
“O que será levado em conta é o esforço do aluno e o interesse em aprender os conteúdos. Pois, apesar de muitos demonstrarem vontade em aprender, muitas vezes não conseguem adquirir uma boa nota”, afirma a diretora Elizângela Bazoni que defende a ideia de premiar, principalmente, os estudantes esforçados.
As premiações são realizadas no final de cada bimestre e os estudantes premiados participam das atividades comemorativas enquanto os demais permanecem em sala de aula. Ao término do primeiro bimestre de 2011, 162 estudantes participaram de um bingo valendo 1 kit de material escolar, além de gincanas e brincadeiras em pula-pula. Nas edições do ano passado, os estudantes selecionados tomaram uma ducha de caminhão pipa.
A segunda premiação deste ano será realizada na primeira semana de julho e segundo a diretora, os estudantes serão selecionados pelo desempenho que obtiveram durante esse bimestre. “Já avisamos aqueles que participaram da primeira premiação do ano que a vaga deles não está garantida para essa segunda etapa, por isso, devem continuar sendo bons alunos para participarem novamente”, declara.
Assessoria/Seduc-MT
MT- Barra realiza 1º debate entre candidatos a Assessores Pedagógicos
A Comissão Eleitoral de Barra do Garças promoveu na terça-feira (24/05) um debate entre os quatro candidatos as três vagas de assessor pedagógico da região, para o triênio 2011 a 2013. O evento foi realizado na subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), nos períodos: matutino e vespertino.
Cerca de 200 profissionais da educação acompanharam as discussões que foram registradas por quatro veículos de comunicação da cidade, sendo duas rádios e duas Televisões. Conforme o presidente da Comissão Eleitoral, professor Otamiro Araújo Fernandes, o debate teve como objetivo dar oportunidade aos candidatos de apresentarem suas propostas.
“Nossa assessoria é responsável por 21 escolas, sendo 19 em Barra, uma em Pontal do Araguaia e outra em Araguaiana. E como os candidatos não terão tempo de visitar todas elas, pois são apenas três dias de campanha (23, 24 e 25 de maio) decidimos realizar o debate que foi muito produtivo”, contou.
O debate foi mediado pela diretora do Centro de Formação e Atualização de Professores (CEFAPRO) de Barra do Garças, professora Claudia Rocha Lima. Na ocasião, profissionais da educação e de imprensa tiveram a oportunidade de indagar dos concorrentes quais suas propostas de trabalho e as políticas educacionais que eles pretendem implementar caso sejam eleitos.
A eleição para as 96 assessorias pedagógicas de Mato Grosso ocorre na próxima sexta-feira (27/05). Conforme Otamiro Fernandes, a Comissão Eleitoral do município, que é composta por cinco integrantes dentre profissionais da educação, Conselho Deliberativo e alunos tem a expectativa de divulgar o resultado da região, no período noturno do mesmo dia.
Candidatos
Os candidatos a assessor pedagógico de Barra são: Herculano da Silva Melo, Maria Lucilene Gehm, Maria Auxiliadora Garção e Sergio da Rocha Barrientos.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
Cerca de 200 profissionais da educação acompanharam as discussões que foram registradas por quatro veículos de comunicação da cidade, sendo duas rádios e duas Televisões. Conforme o presidente da Comissão Eleitoral, professor Otamiro Araújo Fernandes, o debate teve como objetivo dar oportunidade aos candidatos de apresentarem suas propostas.
“Nossa assessoria é responsável por 21 escolas, sendo 19 em Barra, uma em Pontal do Araguaia e outra em Araguaiana. E como os candidatos não terão tempo de visitar todas elas, pois são apenas três dias de campanha (23, 24 e 25 de maio) decidimos realizar o debate que foi muito produtivo”, contou.
O debate foi mediado pela diretora do Centro de Formação e Atualização de Professores (CEFAPRO) de Barra do Garças, professora Claudia Rocha Lima. Na ocasião, profissionais da educação e de imprensa tiveram a oportunidade de indagar dos concorrentes quais suas propostas de trabalho e as políticas educacionais que eles pretendem implementar caso sejam eleitos.
A eleição para as 96 assessorias pedagógicas de Mato Grosso ocorre na próxima sexta-feira (27/05). Conforme Otamiro Fernandes, a Comissão Eleitoral do município, que é composta por cinco integrantes dentre profissionais da educação, Conselho Deliberativo e alunos tem a expectativa de divulgar o resultado da região, no período noturno do mesmo dia.
Candidatos
Os candidatos a assessor pedagógico de Barra são: Herculano da Silva Melo, Maria Lucilene Gehm, Maria Auxiliadora Garção e Sergio da Rocha Barrientos.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
Educação : Depoimento de Marina Silva:
"É fundamental a junção entre Educação informal e formal"A ambientalista fala sobre a importância de uma Educação não-formal rica e valorosa
Mesmo com acesso tardio aos estudos, Marina Silva conseguiu chegar à universidade A Educação envolve um processo amplo, uma integração entre o que se aprende na família, com os amigos, na comunidade e nos diversos meios de informação e o que se aprende na escola, nos livros, com professores, de forma sistematizada. E é fundamental essa junção entre Educação informal e formal.
Tive o privilégio de ter uma Educação não-formal extremamente rica e valorosa. Quando isso ocorre, quando se é adequadamente estimulado desde o princípio da vida, com certeza haverá uma boa relação com a Educação formal. Quando não se tem acesso a um letramento, a um conhecimento sistematizado, não significa que você não tenha conhecimento. Mas num mundo letrado, quem não passa pela Educação formal acaba ouvindo e percebendo o mundo pela metade. E uma das coisas que a Educação fez por mim foi ajudar a ampliar o meu olhar e a minha escuta. Aguçou em mim o desejo de aprender e o prazer de ensinar.
Mesmo com o acesso tardio aos estudos e com um aprendizado precário na educação básica, consegui entrar em uma universidade, onde encontrei bons professores. Já fiz duas pós-graduações e pretendo continuar estudando. Foi pela Educação formal que consegui sair de um situação de pobreza e de falta de oportunidades, para chegar a servir ao país em cargos como o de Senadora da República e Ministra de Estado.
Marina Silva é formada em História e pós-graduada em Psicopedagogia. Foi senadora e ministra do Meio Ambiente. Foi candidata à Presidência da República nas eleições de 2010
Mesmo com acesso tardio aos estudos, Marina Silva conseguiu chegar à universidade A Educação envolve um processo amplo, uma integração entre o que se aprende na família, com os amigos, na comunidade e nos diversos meios de informação e o que se aprende na escola, nos livros, com professores, de forma sistematizada. E é fundamental essa junção entre Educação informal e formal.
Tive o privilégio de ter uma Educação não-formal extremamente rica e valorosa. Quando isso ocorre, quando se é adequadamente estimulado desde o princípio da vida, com certeza haverá uma boa relação com a Educação formal. Quando não se tem acesso a um letramento, a um conhecimento sistematizado, não significa que você não tenha conhecimento. Mas num mundo letrado, quem não passa pela Educação formal acaba ouvindo e percebendo o mundo pela metade. E uma das coisas que a Educação fez por mim foi ajudar a ampliar o meu olhar e a minha escuta. Aguçou em mim o desejo de aprender e o prazer de ensinar.
Mesmo com o acesso tardio aos estudos e com um aprendizado precário na educação básica, consegui entrar em uma universidade, onde encontrei bons professores. Já fiz duas pós-graduações e pretendo continuar estudando. Foi pela Educação formal que consegui sair de um situação de pobreza e de falta de oportunidades, para chegar a servir ao país em cargos como o de Senadora da República e Ministra de Estado.
Marina Silva é formada em História e pós-graduada em Psicopedagogia. Foi senadora e ministra do Meio Ambiente. Foi candidata à Presidência da República nas eleições de 2010
Como lidar com a morte na escola
Apesar de ser um assunto delicado, falar da morte é importante. Saiba como professores e educadores devem agir quando ela atinge diretamente a escola
Texto Marina Azaredo
No Colégio Dom Bosco de Americana, as crianças são estimuladas a expressar os sentimentos Crianças morrem. Por mais que isso desafie a lógica da vida. Pode ser uma doença grave, um acidente, um episódio de violência urbana. E, se a morte é traumática para todas as idades, quando acontece com crianças, é ainda mais difícil de ser entendida e, principalmente, explicada para as outras crianças. "Quando bem pequenas, as crianças acreditam que a morte é reversível. Depois, percebem que não é, mas muitas vezes acham que apenas os velhos morrem. Por isso, quando há uma morte na escola, o assunto precisa ser tratado de forma muito delicada", afirma Aline Fávaro Dias, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Dom Bosco de Americana (SP).
Mas nem todas as escolas estão preparadas para lidar com situações que envolvem a morte de um aluno. Para a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano, o mais importante é falar do assunto e jamais agir como se nada tivesse acontecido. "A criança tem curiosidade, sofrimentos, dúvidas. Elas têm necessidade de conversar para elaborar o sentimento de luto e, assim, superar o trauma", afirma. De acordo com Ana Cássia, as crianças precisam de um momento para chorar a morte tanto quanto os adultos. Dentro desse processo de elaboração do luto, não é só o diálogo que é importante. Dependendo da reação dos alunos da escola, pode-se organizar uma homenagem ao aluno morto. E um acompanhamento psicológico é indispensável, principalmente quando a morte - ou as mortes - está em um contexto de tragédia, como em casos de desastres naturais.
Em casa, os pais também devem abordar o assunto, mas sempre observando as necessidades da criança. "Se ela demonstrar curiosidade, fizer perguntas, os pais não devem tentar mudar de assunto ou deixar de respondê-las", recomenda Ana Cássia. Mas ela lembra que é melhor evitar expor o filho ao noticiário se a morte tiver ocorrido em uma tragédia ou em um acidente de trânsito, por exemplo. "A criança não precisa saber de todos os detalhes das circunstâncias da morte", diz ela.
Veja a seguir como a escola deve lidar com a morte:
1. Falar do assunto é importante. Crianças têm dúvidas, curiosidades, querem entender o que aconteceu. Professores e educadores devem ouvir e responder a esses questionamentos.
2. Não usar expressões do tipo "ele virou estrela" ou "foi para o céu". Elas não ajudam a criança a compreender o real significado da morte.
3. Ajudar a criança a elaborar o sentimento de luto. É normal que as perdas tragam dor, e o luto é importante para superá-la.
4. Em casos de tragédias, oferecer acompanhamento psicológico. E não apenas para as crianças. Muitas vezes, professores e pais também precisam desse tipo de acompanhamento, até para saber como lidar com as crianças.
5. Abrir espaço para que os pais também tragam as suas contribuições e digam, por exemplo, como a criança tem se comportado em casa. O diálogo família-escola é essencial nessas situações.
6. Organizar uma cerimônia de homenagem é uma maneira de dar a oportunidade para que toda a comunidade escolar possa se despedir da criança que morreu.
7. Entender e saber lidar com possíveis alterações de comportamento ou uma queda de rendimento dos alunos. A morte de alguém próximo é sempre um trauma e isso pode se refletir no desempenho escolar das crianças.
8. Jamais abolir os mortos da vida das crianças. Eles estarão sempre nas lembranças, na memória, nas fotografias. As crianças não precisam - e não devem! - esquecê-los.
Texto Marina Azaredo
No Colégio Dom Bosco de Americana, as crianças são estimuladas a expressar os sentimentos Crianças morrem. Por mais que isso desafie a lógica da vida. Pode ser uma doença grave, um acidente, um episódio de violência urbana. E, se a morte é traumática para todas as idades, quando acontece com crianças, é ainda mais difícil de ser entendida e, principalmente, explicada para as outras crianças. "Quando bem pequenas, as crianças acreditam que a morte é reversível. Depois, percebem que não é, mas muitas vezes acham que apenas os velhos morrem. Por isso, quando há uma morte na escola, o assunto precisa ser tratado de forma muito delicada", afirma Aline Fávaro Dias, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Dom Bosco de Americana (SP).
Mas nem todas as escolas estão preparadas para lidar com situações que envolvem a morte de um aluno. Para a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano, o mais importante é falar do assunto e jamais agir como se nada tivesse acontecido. "A criança tem curiosidade, sofrimentos, dúvidas. Elas têm necessidade de conversar para elaborar o sentimento de luto e, assim, superar o trauma", afirma. De acordo com Ana Cássia, as crianças precisam de um momento para chorar a morte tanto quanto os adultos. Dentro desse processo de elaboração do luto, não é só o diálogo que é importante. Dependendo da reação dos alunos da escola, pode-se organizar uma homenagem ao aluno morto. E um acompanhamento psicológico é indispensável, principalmente quando a morte - ou as mortes - está em um contexto de tragédia, como em casos de desastres naturais.
Em casa, os pais também devem abordar o assunto, mas sempre observando as necessidades da criança. "Se ela demonstrar curiosidade, fizer perguntas, os pais não devem tentar mudar de assunto ou deixar de respondê-las", recomenda Ana Cássia. Mas ela lembra que é melhor evitar expor o filho ao noticiário se a morte tiver ocorrido em uma tragédia ou em um acidente de trânsito, por exemplo. "A criança não precisa saber de todos os detalhes das circunstâncias da morte", diz ela.
Veja a seguir como a escola deve lidar com a morte:
1. Falar do assunto é importante. Crianças têm dúvidas, curiosidades, querem entender o que aconteceu. Professores e educadores devem ouvir e responder a esses questionamentos.
2. Não usar expressões do tipo "ele virou estrela" ou "foi para o céu". Elas não ajudam a criança a compreender o real significado da morte.
3. Ajudar a criança a elaborar o sentimento de luto. É normal que as perdas tragam dor, e o luto é importante para superá-la.
4. Em casos de tragédias, oferecer acompanhamento psicológico. E não apenas para as crianças. Muitas vezes, professores e pais também precisam desse tipo de acompanhamento, até para saber como lidar com as crianças.
5. Abrir espaço para que os pais também tragam as suas contribuições e digam, por exemplo, como a criança tem se comportado em casa. O diálogo família-escola é essencial nessas situações.
6. Organizar uma cerimônia de homenagem é uma maneira de dar a oportunidade para que toda a comunidade escolar possa se despedir da criança que morreu.
7. Entender e saber lidar com possíveis alterações de comportamento ou uma queda de rendimento dos alunos. A morte de alguém próximo é sempre um trauma e isso pode se refletir no desempenho escolar das crianças.
8. Jamais abolir os mortos da vida das crianças. Eles estarão sempre nas lembranças, na memória, nas fotografias. As crianças não precisam - e não devem! - esquecê-los.
10 respostas sobre a avaliação de seu filho
Por que é importante avaliar as crianças? É preciso mesmo atribuir notas? Especialistas tiram as dúvidas sobre este tema
Texto Marina Pastore
A avaliação não é apenas um meio de dar nota ao aluno: ela também ajuda no aprendizado e detecta problemas no sistema de ensino Seu filho vai ser avaliado. Não importa qual seja a série, a escola ou o sistema de ensino: ele receberá uma nota - nem sempre boa - por seu desempenho. Mas isso é mesmo necessário? Sim, dizem os especialistas, a avaliação é a melhor maneira de medir o rendimento do aluno. Mas ela é mais do que isso: também pode revelar ao professor se o método de ensino que ele está utilizando é eficiente.
Agora, atenção: avaliação não é igual a prova. Há muitas maneiras de ver se o conteúdo foi aprendido que não passam necessariamente pelos exames, chamadas orais e outros "cabeludos" que tanto assustam os estudantes. Alguns exemplos: atividades em sala, trabalhos em grupo e individuais, pesquisas, lição de casa. E provas, claro.
Tire suas dúvidas sobre o assunto clicando nos itens a seguir:
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Para que serve a avaliação?
2. Como a avaliação deve ser feita?3. Como a nota deve ser estabelecida?
4. A partir de que idade a criança deve começar a ser avaliada?5. A avaliação pode gerar competitividade entre as crianças?
6. Quais as diferenças entre os processos de avaliação nas diversas séries?
7. Um teste pode ajudar no processo de aprendizagem?8. Por que é importante que os pais acompanhem o boletim escolar?
9. E para que servem os sistemas nacionais de avaliação?
10. O que fazer quando as notas são baixas?
Texto Marina Pastore
A avaliação não é apenas um meio de dar nota ao aluno: ela também ajuda no aprendizado e detecta problemas no sistema de ensino Seu filho vai ser avaliado. Não importa qual seja a série, a escola ou o sistema de ensino: ele receberá uma nota - nem sempre boa - por seu desempenho. Mas isso é mesmo necessário? Sim, dizem os especialistas, a avaliação é a melhor maneira de medir o rendimento do aluno. Mas ela é mais do que isso: também pode revelar ao professor se o método de ensino que ele está utilizando é eficiente.
Agora, atenção: avaliação não é igual a prova. Há muitas maneiras de ver se o conteúdo foi aprendido que não passam necessariamente pelos exames, chamadas orais e outros "cabeludos" que tanto assustam os estudantes. Alguns exemplos: atividades em sala, trabalhos em grupo e individuais, pesquisas, lição de casa. E provas, claro.
Tire suas dúvidas sobre o assunto clicando nos itens a seguir:
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Para que serve a avaliação?
2. Como a avaliação deve ser feita?3. Como a nota deve ser estabelecida?
4. A partir de que idade a criança deve começar a ser avaliada?5. A avaliação pode gerar competitividade entre as crianças?
6. Quais as diferenças entre os processos de avaliação nas diversas séries?
7. Um teste pode ajudar no processo de aprendizagem?8. Por que é importante que os pais acompanhem o boletim escolar?
9. E para que servem os sistemas nacionais de avaliação?
10. O que fazer quando as notas são baixas?
Aula- As sesmarias
As implicações históricas e culturais ligadas ao emprego das sesmarias.Durante os primeiros anos da colonização brasileira, notamos que o governo de Portugal não teve condições necessárias para empreender ações que viabilizassem a exploração econômica do espaço colonial. Por conta deste impasse, o sistema de capitanias hereditárias foi adotado como um sistema de administração indireta em que a Coroa abria mão de várias obrigações e gastos com a colonização, repassando-as para a responsabilidade de particulares.
O donatário, recebedor da capitania hereditária, tinha entre outros direitos, realizar a doação de sesmarias para os demais colonizadores. O termo “sesmaria” era empregado para todo aquele terreno pertencente à Coroa Portuguesa onde não era observado o desenvolvimento de atividades econômicas ou a ocupação do espaço colonial. Tendo em vista as grandes dimensões do espaço colonial brasileiro, a possibilidade de realizar a doação de sesmarias era bem relevante.
A doação de sesmarias é um hábito político antigo de Portugal, tendo sido inicialmente empregado no século XIV. Nessa época, os constantes problemas gerados pela falta de alimentos motivaram o governo português a realizar a distribuição de sesmarias como um meio de incrementar a produção agrícola do país. No entanto, repassado para o contexto da colônia brasileira, o sistema sesmarial teria outras características e objetivos.
Intimamente ligadas à lógica mercantilista, as sesmarias brasileiras deveriam ser utilizadas para a formação de atividades agrícolas que atendiam às demandas do mercado europeu. Notamos que a exploração da cana-de-açúcar foi uma das primeiras ações econômicas ligadas às sesmarias. Desse modo, os donos das sesmarias (também chamados de “sesmeiros”) transformavam-se em peça-chave no desenho da colonização do Brasil, realizando a junção entre os interesses públicos e privados.
Ao longo da colonização, os proprietários das sesmarias tornaram-se os grandes proprietários de terra que compunham a elite colonial. Ocupando o topo da hierarquia social, não só concentravam terras, mas também abriam caminho para a conquista de vários outros direitos restritos aos seus semelhantes. Não raro, os sesmeiros ocupavam importantes cargos públicos, integravam os altos postos das instituições militares e garantiam seus interesses em desfavor da maioria da população.
Nas últimas décadas, as intensas discussões e conflitos envolvendo a questão do acesso à terra no Brasil, evocam com grande destaque a utilização do sistema de sesmarias. Por meio das funções políticas e sociais que tiveram, vemos que as sesmarias explicam a origem do problema de concentração de terras no Brasil. Ao mesmo tempo, revelam a primeira das várias e imprecisas leis que garantiram o uso da terra para uma pequena parcela da população brasileira.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Mundo Educação
O donatário, recebedor da capitania hereditária, tinha entre outros direitos, realizar a doação de sesmarias para os demais colonizadores. O termo “sesmaria” era empregado para todo aquele terreno pertencente à Coroa Portuguesa onde não era observado o desenvolvimento de atividades econômicas ou a ocupação do espaço colonial. Tendo em vista as grandes dimensões do espaço colonial brasileiro, a possibilidade de realizar a doação de sesmarias era bem relevante.
A doação de sesmarias é um hábito político antigo de Portugal, tendo sido inicialmente empregado no século XIV. Nessa época, os constantes problemas gerados pela falta de alimentos motivaram o governo português a realizar a distribuição de sesmarias como um meio de incrementar a produção agrícola do país. No entanto, repassado para o contexto da colônia brasileira, o sistema sesmarial teria outras características e objetivos.
Intimamente ligadas à lógica mercantilista, as sesmarias brasileiras deveriam ser utilizadas para a formação de atividades agrícolas que atendiam às demandas do mercado europeu. Notamos que a exploração da cana-de-açúcar foi uma das primeiras ações econômicas ligadas às sesmarias. Desse modo, os donos das sesmarias (também chamados de “sesmeiros”) transformavam-se em peça-chave no desenho da colonização do Brasil, realizando a junção entre os interesses públicos e privados.
Ao longo da colonização, os proprietários das sesmarias tornaram-se os grandes proprietários de terra que compunham a elite colonial. Ocupando o topo da hierarquia social, não só concentravam terras, mas também abriam caminho para a conquista de vários outros direitos restritos aos seus semelhantes. Não raro, os sesmeiros ocupavam importantes cargos públicos, integravam os altos postos das instituições militares e garantiam seus interesses em desfavor da maioria da população.
Nas últimas décadas, as intensas discussões e conflitos envolvendo a questão do acesso à terra no Brasil, evocam com grande destaque a utilização do sistema de sesmarias. Por meio das funções políticas e sociais que tiveram, vemos que as sesmarias explicam a origem do problema de concentração de terras no Brasil. Ao mesmo tempo, revelam a primeira das várias e imprecisas leis que garantiram o uso da terra para uma pequena parcela da população brasileira.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Mundo Educação
Formação dos grupos na adolescência
Nessa fase, a formação dos grupos é fundamental para o exercício dos papéis sociais
Não menos importante do que tratar de um assunto tão relevante quanto o que ora nos propomos discutir, seria lembrarmos das ideias de Henri Wallon – médico, militante, psicólogo e filósofo francês –, que aludiam que o aluno, enquanto aprendiz, não representa apenas uma cabeça apta a apreensões, mas sim um ser complexo, constituído de corpo e sentimentos.
Partindo dessa prerrogativa, torna-se inegável que a família, assim como o grupo secundário com o qual o jovem convive (no caso representado pela escola), também se tornam coparticipantes de toda essa história, compartilhando com todas as consequências oriundas das transformações físicas e psíquicas que demarcam essa notória fase.
Tal etapa, ora demarcada pela transição da infância para a puberdade, incita no adolescente a descoberta de seu próprio “eu” enquanto sujeito, e por essa razão torna-se plausível que ele busque “fora”’ da rede protetora (família) subsídios para saciar esse intento. Dessa forma, os amigos nessa hora representam peças fundamentais nesse processo, haja vista que por meio dessa interação o jovem exercita seu verdadeiro papel social e se identifica com comportamentos e valores a partir da convivência com o outro.
Como justificativa da afirmativa em questão, retomemos ao posicionamento do autor em referência: uma das características que mais “afloram” na fase da adolescência é a ambivalência de atitudes e sentimentos, fato resultante da riqueza afetiva e da capacidade imaginativa que traduzem o desequilíbrio interior – demonstrado em diversas tomadas de atitude. Segundo Wallon, essa mesma ambivalência faz surgir a necessidade de conquista, independência, de surpreender a si próprio e de se unir a outros jovens com os mesmos ideais.
Mediante tais pressupostos, sobretudo em se tratando da formação dos grupos, vale atentarmos para os aspectos negativos que surgem em decorrência dessa, pois, frente ao temor de se sentir sozinho, o jovem passa a adotar regras e comportamentos coletivos, sem que para isso necessite questioná-los. Como bem nos afirma Francisco Assumpção, psiquiatra e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP):
“Ao mesmo tempo em que anseiam pela identidade própria, eles percebem que ser igual a todo mundo é a saída mais segura para não se expor e perder a aprovação”.
Como exemplo disso podemos citar o caso de um determinado grupo ridicularizar alguém pelas atitudes, como por exemplo, por fazer perguntas excessivas, destacando-se como o “nerd” da sala. Ao se sentirem incomodados, resolvem exprimir certo preconceito, e isso pode acabar ocasionando reprimendas e até se transformando no temível bullying.
Em face dessa ocorrência é essencial que o educador utilize alguns artifícios, tais como a observação em torno de quais ideias e valores os grupos se reúnem, no intuito de incentivar boas práticas e aproveitar temas relacionados à realidade dos alunos, além de pôr em xeque questões pertinentes, fazendo-os reconhecer a responsabilidade de seus atos – devendo essa ser sempre discutida e partilhada com todo o grupo.
Outra questão muito importante diz respeito à consolidação do que é ser homem e mulher na sociedade vigente, pois em meio ao já citado afastamento dos pais em busca de novas referências, sendo essas masculinas e femininas, o adolescente procura seus iguais para entender a conduta que regem essas relações de convivência. Nesse sentido, é importante a atuação do professor frente a tais relações entre gêneros, no intuito de fazer com que os jovens, por meio de reflexões, passem a elaborar seus próprios conceitos, renegando assim posições por vezes consolidadas e estereotipadas ao longo do tempo.
Atitudes como essas passam a evitar eventuais rotulações e permitem com que todo o grupo passe a refletir acerca de suas próprias responsabilidades. Na família, o jovem precisa receber a devida atenção, ser respeitado e valorizado, fazendo sempre prevalecer o desenvolvimento de uma personalidade autônoma e consciente.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
Não menos importante do que tratar de um assunto tão relevante quanto o que ora nos propomos discutir, seria lembrarmos das ideias de Henri Wallon – médico, militante, psicólogo e filósofo francês –, que aludiam que o aluno, enquanto aprendiz, não representa apenas uma cabeça apta a apreensões, mas sim um ser complexo, constituído de corpo e sentimentos.
Partindo dessa prerrogativa, torna-se inegável que a família, assim como o grupo secundário com o qual o jovem convive (no caso representado pela escola), também se tornam coparticipantes de toda essa história, compartilhando com todas as consequências oriundas das transformações físicas e psíquicas que demarcam essa notória fase.
Tal etapa, ora demarcada pela transição da infância para a puberdade, incita no adolescente a descoberta de seu próprio “eu” enquanto sujeito, e por essa razão torna-se plausível que ele busque “fora”’ da rede protetora (família) subsídios para saciar esse intento. Dessa forma, os amigos nessa hora representam peças fundamentais nesse processo, haja vista que por meio dessa interação o jovem exercita seu verdadeiro papel social e se identifica com comportamentos e valores a partir da convivência com o outro.
Como justificativa da afirmativa em questão, retomemos ao posicionamento do autor em referência: uma das características que mais “afloram” na fase da adolescência é a ambivalência de atitudes e sentimentos, fato resultante da riqueza afetiva e da capacidade imaginativa que traduzem o desequilíbrio interior – demonstrado em diversas tomadas de atitude. Segundo Wallon, essa mesma ambivalência faz surgir a necessidade de conquista, independência, de surpreender a si próprio e de se unir a outros jovens com os mesmos ideais.
Mediante tais pressupostos, sobretudo em se tratando da formação dos grupos, vale atentarmos para os aspectos negativos que surgem em decorrência dessa, pois, frente ao temor de se sentir sozinho, o jovem passa a adotar regras e comportamentos coletivos, sem que para isso necessite questioná-los. Como bem nos afirma Francisco Assumpção, psiquiatra e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP):
“Ao mesmo tempo em que anseiam pela identidade própria, eles percebem que ser igual a todo mundo é a saída mais segura para não se expor e perder a aprovação”.
Como exemplo disso podemos citar o caso de um determinado grupo ridicularizar alguém pelas atitudes, como por exemplo, por fazer perguntas excessivas, destacando-se como o “nerd” da sala. Ao se sentirem incomodados, resolvem exprimir certo preconceito, e isso pode acabar ocasionando reprimendas e até se transformando no temível bullying.
Em face dessa ocorrência é essencial que o educador utilize alguns artifícios, tais como a observação em torno de quais ideias e valores os grupos se reúnem, no intuito de incentivar boas práticas e aproveitar temas relacionados à realidade dos alunos, além de pôr em xeque questões pertinentes, fazendo-os reconhecer a responsabilidade de seus atos – devendo essa ser sempre discutida e partilhada com todo o grupo.
Outra questão muito importante diz respeito à consolidação do que é ser homem e mulher na sociedade vigente, pois em meio ao já citado afastamento dos pais em busca de novas referências, sendo essas masculinas e femininas, o adolescente procura seus iguais para entender a conduta que regem essas relações de convivência. Nesse sentido, é importante a atuação do professor frente a tais relações entre gêneros, no intuito de fazer com que os jovens, por meio de reflexões, passem a elaborar seus próprios conceitos, renegando assim posições por vezes consolidadas e estereotipadas ao longo do tempo.
Atitudes como essas passam a evitar eventuais rotulações e permitem com que todo o grupo passe a refletir acerca de suas próprias responsabilidades. Na família, o jovem precisa receber a devida atenção, ser respeitado e valorizado, fazendo sempre prevalecer o desenvolvimento de uma personalidade autônoma e consciente.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
Atos de homofobia começam na própria escola
Pesquisa revela que hostilidade contra homossexuais é comum no ambiente escolar; cerca de 60% dos alunos já presenciaram cenas de discriminação
A discriminação contra homossexuais é um episódio corriqueiro em ambientes frequentados por estudantes de ensino médio. Seis em cada dez alunos de 16 a 25 anos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 2004 e 2008 já presenciaram algum tipo de hostilidade contra quem parece ser ou é homossexual.
Entre aqueles que participaram da prova em 2008, 7,2% admitiram que se sentiriam incomodados por ter um parente ou colega homossexual. Os dados, que demonstram a intolerância enfrentada diariamente por milhares de alunos e alunas, estão em uma pesquisa publicada nesse ano pelos professores Josafá Moreira da Cunha e Araci Asinelli da Luz, do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O estudo utiliza informações do questionário socioeconômico preenchido pelos participantes do Enem. Os professores da UFPR avaliaram as respostas de aproximadamente 6,4 milhões de estudantes que estavam concluindo a Educação básica no ano do exame.
Segundo Araci, pesquisadora que trabalha há mais de 20 anos com questões relacionadas à sexualidade e é membro da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, a escola constitui um dos principais espaços de socialização dos jovens e, assim como outros ambientes, costuma ser hostil aos homossexuais.
“A discriminação se manifesta de várias formas: de risadinhas, do afastamento, do olhar indignado e das piadinhas até as agressões verbais e físicas”, afirma.
Articuladora estadual da Liga Brasileira de Lésbicas, Léo Ribas, 39 anos, diz que sofreu violência verbal e psicológica na época do colégio. Ela conta que todas as outras meninas saíam do banheiro assim que ela entrava e que uma vez passou pela sala dos professores e ouviu comentários maldosos a seu respeito. Mas o preconceito pode ir bem mais longe.
“Quando eu tinha 14 anos, uma colega que também era lésbica foi violentada no banheiro por cinco alunos, o chamado estupro corretivo. A situação foi levada para a direção e eles não fizeram nada. Essa aluna nunca mais estudou”, afirma.
Fenômeno masculino
De acordo com o estudo, em todos os anos avaliados o porcentual de homens que sofreram discriminação homofóbica foi maior que o porcentual de mulheres. Segundo Araci, é mais difícil as pessoas aceitarem trocas de afeto entre dois homens que entre duas mulheres.
“Um relacionamento homossexual é a possibilidade da expressão pública desse afeto, que se manifesta por beijos, mãos dadas. Duas mulheres de braços dados você vê toda hora. Mas, se forem dois homens, já vão dizer que são ‘bichinhas’”, afirma.
Márcio Marins, diretor-geral do grupo Dom da Terra, instituição que trabalha na defesa da cidadania LGBT e da cultura afrodescendente, foi testemunha de vários casos de abandono escolar provocados por discriminação sexual. Segundo ele, muitas vezes a escola silencia ou colabora ativamente na reprodução desse tipo de violência.
“Além das situações em que fui testemunha ocular, existe hoje uma grande demanda de pessoas que nos procuram para denunciar esse tipo de discriminação nas escolas. Este ano tivemos o caso de um aluno que foi espancado dentro da sala de aula de um colégio público por causa da sua orientação sexual. A mãe procurou a direção e foi orientada a não dar queixa e mudar o filho de escola”, afirma.
Situações difíceis em sala de aula
A professora Francine Mattar Matiskei Ziemmermann, 30 anos, dá aulas de Filosofia e Sociologia para alunos de ensino médio e confessa que algumas vezes teme ser taxada de preconceituosa por agir com mais firmeza diante dos estudantes. Ela conta que não sabe como se comportar em relação a um aluno homossexual que regularmente “provoca” outros estudantes e faz brincadeiras de cunho sexual.
“Sempre passo por esse tipo de situação entre meninos e meninas. Mas com ele existe um temor. Uma vez chamei a atenção e os outros alunos brincaram que eu o estava discriminando”, diz.
Na opinião de Francine, uma capacitação sobre diversidade sexual poderia auxiliá-la a lidar com esse tipo de situação. “Para que as pessoas consigam interagir de forma mais natural, acho fundamental haver um curso de formação”, afirma.
A professora diz que o estudante é popular entre os colegas e não sofre discriminações, ao contrário do que muitas vezes acontece.
“Minha filha de 9 anos estuda em uma escola bem conservadora. Ela chegou esses dias e falou: ‘Mãe, na minha sala tem um menino que eu tenho certeza que é bichinha’. Ela usou um termo pejorativo e tivemos de conversar sobre o assunto”, conta.
POLÊMICA
Kit ensina como abordar tema
Vídeos com beijos entre dois estudantes do mesmo sexo? Cenas de sexo explícito? Muito tem sido dito sobre o material anti-homofobia que o Ministério da Educação (MEC) pretende distribuir nas escolas públicas no segundo semestre. Embora a versão final ainda não tenha sido aprovada, o kit reacendeu o debate sobre a conveniência de o assunto ser trabalhado nas escolas.
A Gazeta do Povo teve acesso a uma versão preliminar do material. O kit é composto de um caderno para a capacitação de educadores, seis boletins para serem trabalhados com os alunos e cinco vídeos ficcionais. Um deles conta a história de duas adolescentes que tiveram suas fotos em uma festa divulgadas para a escola toda.
A partir daí, elas se questionam sobre que atitude devem tomar. Após algumas especulações, decidem se encontrar no pátio da escola e assumem a relação com um abraço. O tão comentado beijo homossexual aparece apenas em um desenho animado, sobre um garoto que se apaixona por um amigo. Não há cenas de sexo explícito em nenhum dos materiais.
O caderno traz propostas de atividades práticas para serem desenvolvidas em sala. Uma das sugestões é que o professor desenhe duas colunas, uma com a palavra “gay” e outra com a palavra “lésbica”. Depois ele deve perguntar aos alunos que termos estão associados a cada uma das palavras, anotando todas as contribuições.
A seguir, pode avisar que apagará tudo, menos o que for completamente positivo. Com isso, mostrará como é difícil para os homossexuais viverem em um ambiente tão negativo.
Opiniões
O professor de Filosofia Carlos Ramalhete avaliou partes do material e teme que, em vez de estimular o debate, ele seja usado de forma impositiva pelos professores. “Acho ótimo o professor tentar evitar que os alunos ataquem uns aos outros, por qualquer motivo. A questão não é a aceitação do homossexualismo, é uma questão de respeito humano. Mas a escola não deve pregar um sistema de valores contrário ao da sociedade brasileira”, afirma.
O diretor-geral do grupo Dom da Terra, Márcio Marins, discorda que o material seja impositivo. “O jovem vai descobrir que há outras verdades e não uma absoluta, que é a dele”, diz. Segundo o MEC, diferentemente do que está sendo dito, o kit será trabalhado com alunos de ensino médio, todos com mais de 14 anos.
Depoimento
Carla Amaral, 38 anos, travesti e presidente da ONG Transgrupo Marcela Prado.
“Professores faziam piadas sobre mim”
“Na 4ª série do ensino fundamental, eu brincava o tempo todo com as meninas e por isso minha mãe sempre era chamada na escola. Quando eu era repreendida, acabava ficando sozinha dentro da sala na hora do recreio. Não brincava nem com um nem com outro. Chegava um momento em que eu começava tudo de novo. E meus pais eram chamados novamente.
De 13 para 14 anos eu já usava vestuário feminino. Primeiro você muda a calça, a blusa, deixa o cabelo e as unhas crescerem. No momento em que isso começa a ficar evidente, quando você mostra todo esse conjunto de uma vez só para as pessoas, não há como fugir.
Depois que assumi a minha condição, acabei parando de estudar pelo preconceito. A própria escola não me defendia. Ao invés de coibir os comentários em sala, os professores acabavam incentivando, com piadas junto aos grupos de meninos.
Faziam na minha frente, sem o menor constrangimento, embora a única pessoa com identidade contrária ao seu estado biológico na sala fosse eu. Em casa foi bem difícil. Meus pais me levaram a psicólogos e psiquiatras, achavam que era a televisão que me influenciava. Mas se eu tivesse sofrido alguma influência seria a deles e eu seria o contrário do que eu sou.”
Fonte: Gazeta do Povo (PR) 20/05/2011
A discriminação contra homossexuais é um episódio corriqueiro em ambientes frequentados por estudantes de ensino médio. Seis em cada dez alunos de 16 a 25 anos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 2004 e 2008 já presenciaram algum tipo de hostilidade contra quem parece ser ou é homossexual.
Entre aqueles que participaram da prova em 2008, 7,2% admitiram que se sentiriam incomodados por ter um parente ou colega homossexual. Os dados, que demonstram a intolerância enfrentada diariamente por milhares de alunos e alunas, estão em uma pesquisa publicada nesse ano pelos professores Josafá Moreira da Cunha e Araci Asinelli da Luz, do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O estudo utiliza informações do questionário socioeconômico preenchido pelos participantes do Enem. Os professores da UFPR avaliaram as respostas de aproximadamente 6,4 milhões de estudantes que estavam concluindo a Educação básica no ano do exame.
Segundo Araci, pesquisadora que trabalha há mais de 20 anos com questões relacionadas à sexualidade e é membro da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, a escola constitui um dos principais espaços de socialização dos jovens e, assim como outros ambientes, costuma ser hostil aos homossexuais.
“A discriminação se manifesta de várias formas: de risadinhas, do afastamento, do olhar indignado e das piadinhas até as agressões verbais e físicas”, afirma.
Articuladora estadual da Liga Brasileira de Lésbicas, Léo Ribas, 39 anos, diz que sofreu violência verbal e psicológica na época do colégio. Ela conta que todas as outras meninas saíam do banheiro assim que ela entrava e que uma vez passou pela sala dos professores e ouviu comentários maldosos a seu respeito. Mas o preconceito pode ir bem mais longe.
“Quando eu tinha 14 anos, uma colega que também era lésbica foi violentada no banheiro por cinco alunos, o chamado estupro corretivo. A situação foi levada para a direção e eles não fizeram nada. Essa aluna nunca mais estudou”, afirma.
Fenômeno masculino
De acordo com o estudo, em todos os anos avaliados o porcentual de homens que sofreram discriminação homofóbica foi maior que o porcentual de mulheres. Segundo Araci, é mais difícil as pessoas aceitarem trocas de afeto entre dois homens que entre duas mulheres.
“Um relacionamento homossexual é a possibilidade da expressão pública desse afeto, que se manifesta por beijos, mãos dadas. Duas mulheres de braços dados você vê toda hora. Mas, se forem dois homens, já vão dizer que são ‘bichinhas’”, afirma.
Márcio Marins, diretor-geral do grupo Dom da Terra, instituição que trabalha na defesa da cidadania LGBT e da cultura afrodescendente, foi testemunha de vários casos de abandono escolar provocados por discriminação sexual. Segundo ele, muitas vezes a escola silencia ou colabora ativamente na reprodução desse tipo de violência.
“Além das situações em que fui testemunha ocular, existe hoje uma grande demanda de pessoas que nos procuram para denunciar esse tipo de discriminação nas escolas. Este ano tivemos o caso de um aluno que foi espancado dentro da sala de aula de um colégio público por causa da sua orientação sexual. A mãe procurou a direção e foi orientada a não dar queixa e mudar o filho de escola”, afirma.
Situações difíceis em sala de aula
A professora Francine Mattar Matiskei Ziemmermann, 30 anos, dá aulas de Filosofia e Sociologia para alunos de ensino médio e confessa que algumas vezes teme ser taxada de preconceituosa por agir com mais firmeza diante dos estudantes. Ela conta que não sabe como se comportar em relação a um aluno homossexual que regularmente “provoca” outros estudantes e faz brincadeiras de cunho sexual.
“Sempre passo por esse tipo de situação entre meninos e meninas. Mas com ele existe um temor. Uma vez chamei a atenção e os outros alunos brincaram que eu o estava discriminando”, diz.
Na opinião de Francine, uma capacitação sobre diversidade sexual poderia auxiliá-la a lidar com esse tipo de situação. “Para que as pessoas consigam interagir de forma mais natural, acho fundamental haver um curso de formação”, afirma.
A professora diz que o estudante é popular entre os colegas e não sofre discriminações, ao contrário do que muitas vezes acontece.
“Minha filha de 9 anos estuda em uma escola bem conservadora. Ela chegou esses dias e falou: ‘Mãe, na minha sala tem um menino que eu tenho certeza que é bichinha’. Ela usou um termo pejorativo e tivemos de conversar sobre o assunto”, conta.
POLÊMICA
Kit ensina como abordar tema
Vídeos com beijos entre dois estudantes do mesmo sexo? Cenas de sexo explícito? Muito tem sido dito sobre o material anti-homofobia que o Ministério da Educação (MEC) pretende distribuir nas escolas públicas no segundo semestre. Embora a versão final ainda não tenha sido aprovada, o kit reacendeu o debate sobre a conveniência de o assunto ser trabalhado nas escolas.
A Gazeta do Povo teve acesso a uma versão preliminar do material. O kit é composto de um caderno para a capacitação de educadores, seis boletins para serem trabalhados com os alunos e cinco vídeos ficcionais. Um deles conta a história de duas adolescentes que tiveram suas fotos em uma festa divulgadas para a escola toda.
A partir daí, elas se questionam sobre que atitude devem tomar. Após algumas especulações, decidem se encontrar no pátio da escola e assumem a relação com um abraço. O tão comentado beijo homossexual aparece apenas em um desenho animado, sobre um garoto que se apaixona por um amigo. Não há cenas de sexo explícito em nenhum dos materiais.
O caderno traz propostas de atividades práticas para serem desenvolvidas em sala. Uma das sugestões é que o professor desenhe duas colunas, uma com a palavra “gay” e outra com a palavra “lésbica”. Depois ele deve perguntar aos alunos que termos estão associados a cada uma das palavras, anotando todas as contribuições.
A seguir, pode avisar que apagará tudo, menos o que for completamente positivo. Com isso, mostrará como é difícil para os homossexuais viverem em um ambiente tão negativo.
Opiniões
O professor de Filosofia Carlos Ramalhete avaliou partes do material e teme que, em vez de estimular o debate, ele seja usado de forma impositiva pelos professores. “Acho ótimo o professor tentar evitar que os alunos ataquem uns aos outros, por qualquer motivo. A questão não é a aceitação do homossexualismo, é uma questão de respeito humano. Mas a escola não deve pregar um sistema de valores contrário ao da sociedade brasileira”, afirma.
O diretor-geral do grupo Dom da Terra, Márcio Marins, discorda que o material seja impositivo. “O jovem vai descobrir que há outras verdades e não uma absoluta, que é a dele”, diz. Segundo o MEC, diferentemente do que está sendo dito, o kit será trabalhado com alunos de ensino médio, todos com mais de 14 anos.
Depoimento
Carla Amaral, 38 anos, travesti e presidente da ONG Transgrupo Marcela Prado.
“Professores faziam piadas sobre mim”
“Na 4ª série do ensino fundamental, eu brincava o tempo todo com as meninas e por isso minha mãe sempre era chamada na escola. Quando eu era repreendida, acabava ficando sozinha dentro da sala na hora do recreio. Não brincava nem com um nem com outro. Chegava um momento em que eu começava tudo de novo. E meus pais eram chamados novamente.
De 13 para 14 anos eu já usava vestuário feminino. Primeiro você muda a calça, a blusa, deixa o cabelo e as unhas crescerem. No momento em que isso começa a ficar evidente, quando você mostra todo esse conjunto de uma vez só para as pessoas, não há como fugir.
Depois que assumi a minha condição, acabei parando de estudar pelo preconceito. A própria escola não me defendia. Ao invés de coibir os comentários em sala, os professores acabavam incentivando, com piadas junto aos grupos de meninos.
Faziam na minha frente, sem o menor constrangimento, embora a única pessoa com identidade contrária ao seu estado biológico na sala fosse eu. Em casa foi bem difícil. Meus pais me levaram a psicólogos e psiquiatras, achavam que era a televisão que me influenciava. Mas se eu tivesse sofrido alguma influência seria a deles e eu seria o contrário do que eu sou.”
Fonte: Gazeta do Povo (PR) 20/05/2011
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