sexta-feira, 9 de setembro de 2011

''Bullying'' é bulir com a língua portuguesa

Opinião: ''Bullying'' é bulir com a língua portuguesa ''Por exemplo, em casa, na escola e na rua alguém dizia 'fulano buliu comigo'. Aí está o Bullying, e nessa e noutras formas em dicionários da nossa língua'', diz Roberto Macedo

* Roberto Macedo

Na língua inglesa, Bullying é o comportamento pelo qual uma pessoa amedronta outra, ou lhe causa dor, ferimento, constrangimento, ou outros sofrimentos, até no plano emocional.

Há tempos noto o crescente uso do termo no Brasil, em particular para descrever ocorrências nas escolas. Ele ganhou maior notoriedade depois que no Rio de Janeiro, no dia 7 de abril, houve o assassinato de 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira. O criminoso, Wellington Menezes de Oliveira, teria sofrido o Bullying quando aluno da mesma escola.

Pela internet soube que, manco, era chamado de suingue pelos colegas.

Da minha janela vejo periquitos a bicar e ameaçar seus colegas e outras aves. Trata-se de comportamento típico de animais, herdado por seres humanos. E, nessa condição, também sob versões além da física, como agressões verbais, apelidos constrangedores, intrigas e fofocas. Já existe também o cyberbullying, via internet, celulares e outras tecnologias digitais.

Portanto, o Bullying não é novidade histórica e alcança todo o espaço onde está o ser humano. Assim, seria surpreendente se a língua portuguesa não tivesse palavras próprias para descrevê-lo. E as tem. Surpreendentemente mesmo é o desconhecimento delas, conforme revelado pelo amplo uso de Bullying. Pelo que vi na internet, outras pessoas também perceberam esse desconhecimento.

Pensando no referido comportamento, recordei-me de palavras que, quando criança, ouvia para descrevê-lo. Por exemplo, em casa, na escola e na rua alguém dizia "fulano buliu comigo". Aí está o Bullying, e nessa e noutras formas em dicionários da nossa língua.

O meu (Houaiss) apresenta como significados de bulir: mexer com, tocar, causar incômodo ou apoquentar, produzir apreensão em, fazer caçoada, zombar e falar sobre, entre outros. E não consta como regionalismo. Neste caso, no Nordeste tem também o significado de tirar a virgindade. Acrescente-se que nas duas línguas as palavras começam da mesma forma, mas ignoro se têm etimologia comum.

O mesmo dicionário tem também bulimento, o ato ou efeito de bulir, e bulidor, aquele que o pratica. Ou seja, temos palavras para designar tanto o sujeito (bully), como o verbo (to bully) e o ato decorrente (Bullying). Acrescente-se que no desnecessário uso deste último anglicismo se fica só na referência ao ato, dificultando ou desnecessariamente estendendo textos, o que é feito não apenas corriqueiramente pela imprensa, mas também por gente importante.

Por exemplo, o filósofo e educador Gabriel Chalita, hoje deputado federal, quando vereador da capital paulista apresentou projeto de lei que "dispõe sobre ... medidas de conscientização, prevenção e combate ao Bullying... (nas)... escolas públicas do Município...".

No trecho que trata dos objetivos, o projeto inclui o de "orientar os agressores, por meio da pesquisa dos fatores desencadeantes de seu comportamento". Por que não usar bulimento e bulidores? Quanto à conscientização destes, é indispensável, pois muitos não percebem o mal que praticam.

A propósito, em site do governo dos EUA (www.stopbullying.gov), voltado para combate ao bulimento, uma das orientações consiste em levar bulidores efetivos ou potenciais a fazer a si mesmos esta pergunta: "Se alguém lhe fizesse a mesma coisa, você se sentiria incomodado?" O termo bulidor também se revela conveniente ao dispensar referência prévia a Bullying, ou mesmo a bulimento.

O mesmo anglicismo também está onipresente em cartilha sobre o assunto lançada pelo Conselho Nacional de Justiça, com o título Bullying: Cartilha 2010 - Justiça nas Escolas, escrita pela psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. Aí bulidores são novamente chamados de agressores e, também, de opressores. Soube ainda que o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, escreveu um artigo intitulado Bullying - aspectos jurídicos.

Como se percebe desses exemplos e do noticiário em geral, há muita gente bulindo com o idioma português. Se este falasse certamente reclamaria do bulimento a que é submetido.

O deputado federal Aldo Rebelo, que pontificava como grande defensor da língua pátria - esse era o nome que tinha quando comecei a estudar -, esteve nos últimos meses muito ocupado como relator do Código Florestal, na Câmara. Gostaria de vê-lo de novo na ativa a defender o português no meio ambiente onde sofre a poluição de outras línguas.

E não só quanto ao assunto desse artigo, mas também para protestar contra algo mais grave, pois reconheço que bulir e seus derivativos não são muito conhecidos e, por isso mesmo, precisam ser difundidos. Trata-se da proliferação de anglicismos claramente desnecessários, como delivery, sale, off e muitos outros estrangeirismos.
Particularmente estranháveis são os nomes dados a edifícios nos anúncios de lançamentos de imóveis. Ainda no último fim de semana havia neste jornal nomes como Still, Grand Terrace e - inacreditável! - Tasty Panamby. Se traduzido das duas línguas de onde vem, o inglês e o tupi-guarani, este último significaria Borboleta Gostosa.

Já escrevi aqui sobre o mesmo assunto (Prédios com nomes de outro mundo, 6/5/2010) e, apesar do meu apelo, ninguém me explicou convincentemente os fundamentos desse fenômeno. Enquanto isso não vem, fico com as minhas versões. É gente que não dá valor à nossa língua.

Ou talvez pense que morando em prédios assim denominados estaria a viver em outro país. Os nomes também podem ser cacoetes de arquitetos e marqueteiros, mas não inconsequentes no seu bulimento com a língua portuguesa.

Bilac, que a chamou de "última flor do Lácio", certamente lamentaria vê-la reproduzida com esses e muitos mais espinhos de outras espécies.

* ECONOMISTA (UFMG, USP E HARVARD), PROFESSOR ASSOCIADO À FAAP, É CONSULTOR ECONÔMICO E DE ENSINO SUPERIOR

Fonte: O Estado de São Paulo (SP) 02/06/2011

Ouvir e fazer direito

É prudente o tom discreto que o novo governo tem empregado à administração. Agradável surpresa num Brasil onde é corriqueiro o proselitismo político antes mesmo de se realizar algo concreto. Tal atitude é muito oportuna neste momento em que se exigem cuidado para gerir uma economia com risco de inflação e consumo desenfreado e ousadia para se aperfeiçoar estruturas e culturas obsoletas, garantindo-se a continuidade do crescimento do PIB.

Para se ter entendimento mais lúcido do que precisa ser feito doravante com vistas à conquista do sonhado desenvolvimento pleno e sustentável, o ato de dialogar com as organizações e diferentes grupos da sociedade civil pode ser um dos caminhos mais férteis do governo na busca de soluções.
Neste aspecto, deve-se enfatizar a atitude do Ministério da Cultura e de instituições a ele vinculadas que atuam no âmbito do livro, um dos seus principais objetos de ação política, pela sua óbvia e inquestionável importância para a sociedade e o interesse nacional.

A recíproca tem sido verdadeira, pois o mercado editorial também vê o momento como oportuno ao debate com os órgãos competentes. Há questões prementes face ao novo cenário que se desenha no contexto da aquecida economia brasileira. Há certas assimetrias entre a pujança do nível de atividade e o anacronismo de leis e normas, resultante de algumas décadas de descaso. É preciso estabelecer um equilíbrio do marco legal em relação à nova realidade do Brasil e do mundo.

É o caso da proposta do anteprojeto da Lei de Direitos Autorais, que precisa de aprimoramentos antes de ser encaminhada ao Congresso Nacional. O governo, sabiamente, está sugerindo nova revisão antes de formalizar sua apresentação ao Legislativo. Outro exemplo refere-se ao estímulo a programas e políticas de fomento de acesso ao livro e à leitura, por meio da modernização de bibliotecas, implantação de iniciativas para a construção do hábito de ler e incentivo à criação e produção literária.

Acrescenta-se a esses itens a necessidade de desenvolvimento de práticas de comercialização e distribuição do livro, de maneira mais equânime e facilitada. Além disso, é necessário estabelecer melhor regulação do setor editorial ante o advento e expansão do livro digital.

São temas pertinentes, que têm recebido a devida atenção do Ministério da Cultura e suscitado produtivo entendimento e diálogo com o setor privado. Assim, cultiva-se no setor público o bom hábito de falar pouco e ouvir muito. Trata-se, sem dúvida, do caminho mais rápido para se fazer direito.

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Karine Pansadiretoria@cbl.org.brPresidente da Câmara Brasileira do livro (CBL).

MT- Professores da rede estadual param na segunda para cobrar piso nacional

   
Da Redação
 
Na próxima segunda-feira (12), os trabalhadores da rede estadual de ensino em Mato Grosso realizam vigília e paralisação, a partir das 8h, em frente ao prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). O ato público reafirma a viabilidade de implantação imediata do piso salarial de R$ 1.312,00 e garantia da hora atividade para interinos.
 
Na ocasião, serão expostos dossiês sobre a situação das escolas e cartas escritas por profissionais e alunos aos deputados.
 
Parte da agenda de mobilizações do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), a vigília também vai lembrar que a greve suspensa no dia 04 de julho não significa o fim da luta. Na ocasião, a categoria decidiu manter o estado de greve com indicativo de nova paralisação neste mês. "Convocamos todos os profissionais da educação a participarem deste grande ato e, dessa forma, mostrarmos que enquanto o governo do Estado insistir em não priorizar a Educação, o movimento continuará", assegura o presidente do Sindicato, Gilmar Soares Ferreira.
 
Ele ressalta ainda que a categoria continua fortalecida, mesmo diante das tentativas de intimidação por parte do Poder Executivo. "O governo agiu de forma antidemocrática ao substituir o diálogo pela judicialização do movimento e, via Seduc, não respeitou os trabalhadores da educação ao atentar contra os princípios democráticos e de direitos, utilizando-se de instrumentos de coerção típicos de governos autoritários", recorda.
 
O Sintep/MT já comprovou inúmeras vezes que existem recursos para o pagamento do piso de R$ 1.312,00. Só no período de janeiro a abril de 2011, o governo de Mato Grosso teve um superávit primário - diferença entre o que foi arrecadado e o que foi gasto pelo Estado - de R$ 775 milhões. A meta prevista no Orçamento para este ano era de R$ 329,7 milhões. "Os R$ 445,3 milhões além da meta é dinheiro que o governo deixou de aplicar em políticas públicas, sonegando à população mato-grossense os direitos sociais básicos de saúde, segurança e educação", protesta Gilmar Soares.
 
Dignidade - O piso de R$ 1.312,00 aos trabalhadores da educação representa apenas R$ 26 milhões, ou seja, 5,83% do que o Executivo Estadual deixou de investir no bem-estar dos cidadãos. "Portanto, está claro que não faltam recursos financeiros para atender às reivindicações da categoria, para conferir a dignidade merecida aos profissionais que se dedicam à sublime missão de educar", finaliza o presidente do Sintep/MT.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MT - Seduc lança concurso de redação da Semana da Pátria

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realiza o lançamento do IV Concurso de Redação da Semana da Pátria, com o tema: "Pátria: Bem Maior de um Povo". A solenidade realizada nessa quinta-feira (01.09), na Praça das Bandeiras, em Cuiabá, teve a presença da secretária de Educação de Mato Grosso, Rosa Neide Sandes de Almeida. Na oportunidade foi divulgado pelo Governo do Estado a programação de atividades em comemoração ao Dia da Independência do Brasil - 7 de Setembro.

Conforme a gerente da Coordenadoria de Projetos Educativos da Seduc, Gláucia Ribeiro, essa quarta edição conta com a parceria da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). De acordo com o regimento, o concurso visa “estimular entre os estudantes do Ensino Médio, das escolas públicas estaduais, o sentimento de pertencimento ao lugar onde vivem e sua responsabilidade, pelo mesmo, quanto à preservação e conservação”.

Os alunos interessados devem se inscrever até o dia até 03 de outubro, na Seduc. Cada escola participante terá acesso ao regulamento via correio eletrônico, bem como a folha de redação com a ficha de inscrição, ou deverá solicitar por e-mail: glaucia.ribeiro@seduc.mt.gov.br.

Os estudantes vencedores receberão Certificados de participação e vivenciarão um dia de comando, ou seja, assumirão a função de “Comandante por um dia” em uma das organizações militares.
Clique nos links abaixo e confira: a ficha de Inscrição, a folha oficial para Redação e o Regulamento do Concurso.

Maioria não sabe fazer conta aos oito anos

Exclusão da educação começa nos primeiros anos

IG

Pela primeira vez o Brasil aplicou uma avaliação para medir a qualidade da alfabetização dos estudantes e diagnosticar problemas logo no início da vida escolar. Os resultados são alarmantes e mostram que as desigualdades entre as redes pública e privada começam desde cedo.

Em Matemática, apenas 32,6% dos alunos de escolas públicas alcançaram o resultado esperado, enquanto 74,3% atingiram os objetivos desejados na rede privada. A diferença se repete em Português, que teve provas de interpretação de texto e uma redação. Em Leitura, 79% dos estudantes de escolas particulares aprenderam o que era esperado, enquanto 48,6% tiveram o desempenho ideal na rede pública. Na escrita, 82,4% das crianças que estudam em escolas particulares estão no nível desejado; já nas públicas, 43,9% alcançaram o mesmo resultado.

A prova batizada de ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) foi aplicada pelo movimento Todos Pela Educação, que tem como uma das metas que toda criança seja alfabetizada até os 8 anos de idade. Para Priscila Cruz, diretora-executiva da entidade, a diferença entre as redes e entre as regiões tende a se ampliar ao longo da vida escolar, por isso o diagnóstico precoce das defasagens é importante.

O exame foi aplicado a 6 mil alunos que concluíram o 3º ano (2ª série) do ensino fundamental em 250 escolas públicas e particulares localizadas em todas as capitais do País e no Distrito Federal. "Mesmo as melhores notas não são boas, pois 100% das crianças deveriam ter atingido o mínimo esperado", reforça Priscila.

A avaliação seguiu a escala do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e teve como média 175 pontos - aprendizado ideal para a etapa da educação avaliada. Em Leitura, era esperado que os alunos conseguissem identificar temas de uma narrativa, localizassem informações explícitas, identificassem características de personagens e percebessem relações de causa e efeito, entre outras tarefas. Em Matemática, atingir no mínimo 175 pontos significa que os alunos têm, por exemplo, domínio da adição e subtração e conseguem resolver problemas simples.

Na redação, foram avaliadas três competências: adequação ao tema e ao gênero; coesão e coerência e registro (grafia das palavras, adequação às normas gramaticais, segmentação de palavras e pontuação). Para isso, as crianças foram solicitadas a fazer uma carta com no máximo 10 linhas. Em uma escala que vai de 0 a 100 pontos, o desempenho esperado dos alunos avaliados era de pelo menos 75 pontos - a medida foi criada especialmente para a Prova ABC, pois o Saeb não valia a escrita.

Cada aluno respondeu também a 20 questões de múltipla escolha de Leitura ou de Matemática - as crianças tiveram que responder a prova de apenas uma das disciplinas e todas fizeram a redação. A avaliação é uma parceria do movimento Todos Pela Educação com o Instituto Paulo Montenegro /IBOPE, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Regiões

Na média nacional do Brasil, a maioria dos estudantes (57,2%) não aprendeu o que era esperado em Matemática, ou seja, nem a metade dos alunos (42,8%) consegue fazer operações simples como contas de adição e subtração com dois algarismos. Em Leitura, 56,1% atingiram o desempenho ideal e na Escrita 53,4% apresentaram as competências mínimas exigidas.

A prova também registrou desigualdades entre as regiões brasileiras. O Sul, o Sudeste e o Centro ficaram acima da média nacional e tiveram percentuais de alunos com desempenho dentro do esperado superiores a 60% em português e próximos de 50% em matemática.

Já o Norte e o Nordeste ficaram abaixo da média e tiveram cerca de 43% dos alunos com nível adequado em Português. Em Matemática o desempenho foi pior: no Nordeste, 32,4% dos estudantes aprenderam o esperado e, no Norte, apenas 28,3% estão no nível adequado.

"Estes dados apontam que os baixos desempenhos em matemática apresentados pelos alunos brasileiros ao final do Ensino Fundamental, e posteriormente do Ensino Médio, começam já a serem traçados nos primeiros anos da vida escolar. Fato que nos coloca diante da necessidade de promover políticas públicas de incentivo a aprendizagem de matemática desde a alfabetização", afirma Ruben Klein, consultor da Cesgranrio.

Desigualdades

Comparando a melhor média obtida em Matemática, na rede particular do Sul (224,9), com a pior, registrada na rede pública do Norte (145,4) há uma diferença de 79 pontos. Na porcentagem de alunos com aprendizagem dentro do esperado, a distância é de 64 pontos percentuais.

Para os responsáveis pela pesquisa, as diferenças socio-econômicas entre as redes (particular e pública) e entre as regiões brasileiras são a causa principal da desigualdade de desempenho apontada pela Prova ABC. "Isso explica, mas não justifica. Essa diferença social precisa ser superada, com mais recursos, mais incentivos e mais políticas públicas", diz Priscila.

Comissão de Direitos Humanos recebe líder estudantil chilena


A comissão de Direitos Humanos e Minorias recebe hoje a presidente da Federação dos Estudantes da Universidade do Chile, Camila Vallejo. A reunião será realizada às 14h30, no Plenário 9.

A líder estudantil está no Brasil para acompanhar a Marcha dos Estudantes, organizada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que será realizada nesta quarta-feira, em Brasília. Também vai participar do encontro o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Da Redação/ RCA

MEC obrigado a fornecer livros didáticos também em formato digital

 

A Câmara analisa o Projeto de Lei 965/11, do deputado Romero Rodrigues (PSDB-PB), que obriga o Ministério da Educação a disponibilizar suas coleções de livros didáticos e paradidáticos, destinados a alunos e professores, também em formato digital.
Segundo o deputado, a inclusão do livro em formato digital “servirá como mais um instrumento disponível aos alunos e professores para a disseminação do conhecimento estudado na educação básica”.

O autor do projeto acentua que a digitalização vai permitir que o conteúdo dos livros seja utilizado a qualquer hora e em qualquer lugar.

Tramitação

Sujeito à apreciação conclusiva, o projeto foi distribuído às Comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição - Wilson Silveira

Agência Câmara de Notícias

Estudo dos símbolos nacionais entra no currículo do ensino fundamental

 

O estudo dos símbolos nacionais passará a integrar os currículos do ensino fundamental. A inclusão do tema foi sancionada pela presidente da República, Dilma Rousseff, na Lei 12.472/11, publicada no Diário Oficial da União da última sexta (2). A mudança na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), no entanto, só entrará em vigor em 90 dias.
A nova lei acrescenta parágrafo à LDB para prever o estudo dos símbolos nacionais - bandeira, hino, armas e selo - como tema transversal do ensino fundamental. Isso significa que o assunto deve ser abordado não como disciplina independente, mas dentro das já existentes.

A Lei 12.472/11 é oriunda de projeto de lei apresentado em 1999 pela então senadora Luzia Toledo (PLS 532/99) e aprovado no mesmo ano pelo Senado. Depois, a proposta seguiu para a Câmara dos Deputados, onde foi aprovada no último mês de junho.

Fonte: Agência Senado

Mais de cem mil escolas recebem Provinha Brasil

 

IlustraçãoO Ministério da Educação entregou o conjunto da Provinha Brasil de matemática a 107.159 escolas públicas de 5.491 municípios do país. Com o teste, inédito, já em aplicação pelas escolas, será possível fazer o diagnóstico do aprendizado em matemática para melhor orientar a prática dos professores.
O conjunto da provinha é composto por caderno do aluno, guias de aplicação e correção e orientações para a reflexão sobre a prática de ensino. O teste abrangerá mais de 3 milhões de estudantes de escolas públicas matriculados no segundo ano do ensino fundamental.
A matriz de referência da provinha de matemática foi organizada de forma a avaliar a competência dos alunos para desenvolver idéias, conceitos e estruturas relacionados ao significado dos números e suas representações; resolver problemas de adição ou subtração; resolver problemas de multiplicação e divisão; reconhecer figuras geométricas; identificar, comparar, relacionar e ordenar grandezas; ler e interpretar dados em gráficos, tabelas e textos.
A partir do próximo ano, a distribuição e a aplicação da provinha de matemática seguirão o mesmo calendário da provinha de português, com edições no início e no final do ano letivo. A mudança visa a permitir o melhor acompanhamento da evolução do desempenho das crianças.
Segundo a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, é necessário aprofundar as ações em relação à disciplina, especialmente na formação dos professores. “A criança tem de terminar o terceiro ano do ensino fundamental sabendo os fundamentos básicos da matemática”, afirma.
O Ministério da Educação desenvolve políticas públicas de formação dos professores, como o Programa de Formação de Profissionais das Séries Iniciais do Ensino Fundamental (Pró-Letramento). Produção de jogos de alfabetização e matemática e de livros didáticos para o ciclo de alfabetização, criação de programas de leitura e avaliação do ensino para aprimorar a qualidade da educação das crianças são outras iniciativas do MEC.
 Fonte:  Da Assessoria 

Podemos fazer a diferença…”

A importância de saber administrar

 

Cometer erros quando está organizando alguns papéis ou quando esta fazendo uma conta é comum, porém quando os erros começam a participar do cotidiano mais do que o necessário, se tornam problemas e não ferramentas de aperfeiçoamento.

O saber administrar é uma habilidade profissional, que necessita atenção, precisão, autoconfiança e conhecimento. Uma pessoa que tem como função administrar deve estar preparada para receber crítica, pensar de forma ágil e carregar uma grande responsabilidade.

Um administrador tem que saber os resultados de suas escolhas, antes mesmo de fazê-las, a produtividade e qualidade de uma empresa antes de tudo é de responsabilidade desse profissional. Saber quem são seus funcionários, as etapas da produção, as características do produto oferecido, as vantagens da empresa, entre outros procedimentos são de fundamental importância para um bom profissional desta área.

A organização é primordial para um bom administrador. Conseguir separar as etapas de um processo todo e fazer com que cada uma destas trabalhe em um mesmo ritmo e com uma sintonia não é tarefa fácil, por isso o mercado de trabalho tem muitas vagas, a carência de profissionais não é o motivo para isso, mais a falta de bons profissionais, com qualificações para ocupar esses cargos.

Trabalhar em equipe, ser proativo e saber liderar são outras das qualidades necessárias para conseguir seguir essa carreira de uma maneira mais talentosa. Um administrador está presente em todos os lugares da empresa pública ou privada, na parte de relações humanas, financeira, comercial, entre outras.

Administrar um departamento é importante, pois além de agilizar o desenvolvimento dessa área, facilita a compreensão geral de quem trabalha e de quem compra a ideia desse trabalho. A administração é fundamental para que a organização seja bem planejada e para que não ocorram tantos erros.

Uma empresa que trabalha com estoque, por exemplo, necessita saber precisamente o número de matéria prima que tem no estoque, número de peças que podem ser feitas com esse material, qualidade e validade desse estoque, sem informações básicas como essas sua produtividade pode ter que parar repentinamente, prejudicando sua meta e lucros.

É indicado que quando contratado para um cargo com essas funções, o indivíduo seja formado ou tenha experiência, porque não são todas as pessoas que conseguem executar essas funções com seriedade e competência. Durante a formação na área estuda-se diversas formas de administração, o que possibilita conseguir distinguir os problemas e achar as suas reais soluções de uma maneira mais clara e qualificada.

Todos nós de alguma forma já administramos alguma coisa, ou o dia da semana que as roupas são lavadas em casa, o jantar de família, a partida de futebol, no entanto só alguns conseguem aproveitar melhor essas pequenas oportunidades de colocar suas habilidades de coordenação em prática de verdade. Muitos apenas mandam os outros fazerem as coisas, sem entender o sistema por trás de suas ações.

Organizar seus pensamentos, suas ações, suas compras, suas metas de trabalho, seus passeios e viagens, não deixa de ser uma forma de administrar que facilita as concretizações, aperfeiçoamentos e melhorias nos processos.

Aline Candido de Paula
Acadêmica de Design Gráfico pela PUCPR.

Educação no trânsito

Helio Nota 10

“No Trânsito dê preferência à vida” é o título do jornal que aproximadamente dois mil alunos das quartas séries do ensino público de Campo Largo irão receber, com o objetivo de conscientizar as crianças sobre os cuidados com o trânsito. O material aborda em 20 páginas os assuntos evolução dos meios de transporte, a exploração urbana, o caos no trânsito, a mobilidade e acessibilidade para todos, o respeito à diversidade humana, o trânsito e o meio ambiente, regras e sinais de trânsito, leis e códigos, curiosidades, e também conta com passatempos divertidos.

Os professores serão responsáveis por repassar as informações para as crianças em sala de aula, e posteriormente o jornal poderá ser levado para casa. As atividades de educação no trânsito em Campo Largo também se estendem em outras ocasiões, como a que ocorrerá no dia 7 de setembro, no desfile cívico, em que uma turma da Escola Municipal Monsenhor Ivo Zanlorenzi irá apresentar o tema trânsito. Outra instituição que também participa da campanha de conscientização sobre trânsito é o Colégio Cenecista Presidene Kenedy.

"As crianças quando recebem orientação na escola, passam a cobrar mais responsabilidade dos pais quando estão na direção dos veículos ou quando eles cometem qualquer infração de trânsito", afirma o Diretor do Departamento de Trânsito de Campo Largo (Deptran), Nivaldo Guerin. Segundo ele, a intenção é contribuir com os educadores na formação das crianças e na importância da participação como Agentes Multiplicadores, e as principais cobranças por parte das crianças são “pai, você passou no sinal amarelo ou vermelho”, “não pode dirigir e falar ao celular”, “você excedeu o limite de velocidade”, e “você parou em local proibido”.

“Com isto muitos pais sentem vergonha dos filhos e passam a respeitar as normas de trânsito, e quem ganha é a própria família que fica menos vulnerável a acidentes. As crianças e adolescentes, hoje pedestres, ciclistas e passageiros, amanhã serão os futuros condutores de veículos automotores. Participando desse tipo de campanha, certamente serão motoristas mais responsáveis do que a maioria que verificamos atualmente”, diz Guerin. O conteúdo do jornal na íntegra está disponível no site da prefeitura www.campolargo.pr.gov.br.

Governo defende parceria de escolas públicas com lan houses para ampliar acesso à internet

 

O secretário executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, avalia como “acertada” a estratégia do governo de querer ampliar o acesso à internet de alta velocidade na zona rural por meio da frequência de 450 mega-hertz (MHz), em vez do uso de satélites. Ele disse que o Estado tem “uma dívida com o Brasil rural” por ainda não ter concretizado a inclusão digital nessas áreas e acenou com a possibilidade de o governo criar mecanismos para as aproximar lan houses das escolas públicas e dos cursos técnicos promovidos pelo Sebrae.

De acordo com a Agência Brasil, ele credita esse atraso a uma decisão estratégica do governo, que optou pela migração da frequência de rádio usada pela Polícia Federal (450 MHz) a fim de abrir espaço para a interiorização da internet. “Atrasarmos em dois anos [aguardando a liberação da frequência, pela PF, e a licitação para uso] com o objetivo de evitar preços maiores na transmissão de internet por satélites”, disse Alvarez. O governo ainda está aguardando a migração da PF para outra faixa de frequência para abrir a licitação da faixa de 450 MHz.

Ele acenou também com a possibilidade de usar os recursos do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust) para facilitar o acesso de mais de 15 milhões de pessoas do meio rural à banda larga.

O secretário propôs, ainda, a ampliação dos telecentros e a qualificação das lan houses para torná-las um ambiente de acesso ao conhecimento e à informação. “As lans muitas vezes são vistas de forma preconceituosa, como ambiente de jogo. Isso pode ser mudado e elas podem, inclusive, prestar serviços para o Sistema S”, disse Alvarez. O Sistema S é um conjunto de entidades que representam o interesse de categorias econômicas como comércio, indústria e transportes.

Alvarez acrescentou que estão sendo analisadas parcerias com o Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de incluir as lan houses no Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), para usar dessas estruturas na rede pública de ensino.

O analfabeto político

EMEB Profª. Maria Barbosa Martins receberá a primeira Estação Digital de VG

 

A Escola Municipal Profª. Maria Barbosa Martins será agraciada com a implantação da primeira Estação Digital, cerca de 300 alunos e 1800 moradores do distrito de Bonsucesso serão beneficiados com os serviços que incluiu 17 computadores conectados à internet banda larga. A unidade foi beneficiada graças a uma parceria entre a escola, Cooperativa Curimbatá e a Fundação Banco do Brasil, com o aval da Secretaria Municipal de Educação.

Será disponibilizado todo o suporte técnico para qualificação e pesquisa. As Estações Digitais são espaços com computadores conectados à internet banda larga. Possui também, um scanner, data show, webcam, fones de ouvido para deficientes visuais. Todos esses equipamentos têm como objetivo facilitar o acesso da população às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC).

“A Estação Digital, é um lugar público para as pessoas aprenderem a usar o computador, acessar a internet e seus diversos serviços e facilidades disponíveis. As principais atividades oferecidas pela Estação Digital são os cursos de informática e oficinas especializadas. Os estudantes e moradores de Bonsucesso terão os serviços da Estação garantidos sem nenhum custo. A Estação terá um técnico para auxiliar as pessoas na pesquisa e cursos”, disse José Wilson Tavares, diretor da Escola.

PROGRAMA ESTAÇÃO DIGITAL – A Fundação Banco do Brasil - Sempre com o apoio de um parceiro local, sendo a maioria organizações não governamentais, desde 2004, a iniciativa busca aproximar o computador da vida de estudantes, donas-de-casa, trabalhadores, populações tradicionais e cooperativas, economizando tempo e dinheiro, criando novas perspectivas e melhorando a qualidade de vida da população. Já são 243 unidades em funcionamento pelo Brasil. Cerca de 56% das unidades estão localizadas na região Nordeste, 16% no Centro-Oeste, 15% no sudeste, 11% no norte e 2% no sul, com a capacidade para atender de 500 a 1.000 pessoas por mês, e integradas a arranjos produtivos locais.

Presidente do Sintep/MT participa de pré-fórum sobre violência nas escolas

 

Gilmar Soares explanou sobre o desinteresse das autoridades políticas de investir em Educação do Estado
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, participou ontem (05) de manhã, do pré-fórum regional Cristo Rei/Várzea Grande, realizado no Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica (Cefapro) de Cuiabá. Promovido pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT), o objetivo é identificar o problema da violência, os conflitos que atingem diretamente as escolas e levantar propostas para o enfrentamento.

Segundo Gilmar Soares, a realidade das escolas em Mato Grosso não mudará enquanto o Estado não cumprir o seu papel. "Mato Grosso é um Estado desassistido. Nós não teremos condição de subverter o processo de violência instaurado na sociedade, e consequentemente, dentro das escolas, por dois motivos: falta de um projeto educacional de qualidade, que ocupe o tempo dos estudantes e condições para que eles não se envolvam com o narcotráfico. E também a falta de segurança nas instituições de ensino, já que não existe pessoal qualificado e profissionais suficientes para dar apoio", ressaltou.

O presidente do Sintep/MT afirmou que a violência está presente nas escolas, e o que se vê por parte do governo do Estado é o abandono da política de segurança e da política educacional. "Se não tivermos pessoal qualificado, efetivo, bem valorizado, escolas de tempo integral e projetos curriculares, não é possível atender adequadamente os alunos. A situação é lamentável, pois mostra o desinteresse e a falta de compromisso das autoridades políticas. Nós não podemos nos calar, sob pena de estarmos convivendo com o luto em nossas famílias. Nas escolas, o luto já está implantado", frisou.

O pré-fórum Cristo Rei/Várzea Grande continua amanhã (06), das 8h às 12h e das 14h às 18h, no Cefapro, em Cuiabá. Nos dias 08 e 09 de setembro, ocorre o pré-fórum regional Centro/Várzea Grande. Os dois pré-fóruns antecedem o 1º Fórum Estadual Para a Paz das Escolas, que será realizado pela Seduc/MT, por meio da Superintendência de Educação Básica (Sueb) e da Coordenadoria de Projetos Educativos (CPE), nos dias 29 e 30 de setembro.

O seu ponto de vista deve refletir a sua realidade

 

Olga Lustosa

Olga Lustosa    A pessoa crítica é capaz de entender a realidade a que está submetida.O pensamento critico é um processo consciente, reflexivo e cuidadoso que pode ser aplicado em todo pensamento ou argumento, para tirar melhores conclusões através da análise do próprio raciocínio. É significativamente benéfico buscar diferentes ângulos ao se analisar determinado assunto.

    Ao assistir um noticiário, por exemplo, escolha um fato que merece ser aprofundado, examine-o, sem preconceitos, situe o fato e a informação que acabou de ouvir dentro de um contexto que lhe pareça familiar, aceite ou rejeite a sua fonte e tire suas conclusões baseado na sua experiência, nos seus julgamentos e nas suas crenças. A verdade, não é una, mas múltipla. Aja conforme a sua consciência e cesse de se pôr no ponto de vista dos outros.
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As criticas não podem ser apenas idealistas, devem
ter a capacidade de exteriorizar as justificativas
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    John Dewey, filosofo e pedagogo americano, ensina que o pensamento reflexivo é o estudo mais aprofundado do próprio conhecimento. Para Dewey a escola deveria ensinar desde muito cedo ajudar os alunos a aprender como pensar, em vez de simplesmente aprender lições. Na opinião de Dewey, as crianças devem ser habituadas a refletir, ponderar para tornar adultos que podem fazer julgamentos pertinentes sobre os problemas da vida humana.

    Para reforçar a autonomia do homem, é preciso melhorar seu raciocínio, estruturar melhor seu pensamento, impor exigências intelectuais para facultar a interpretação e avaliação dos acontecimentos e só então, decidir em que acreditar e no que fazer. Toda a linha de estudo do desenvolvimento de um pensamento mais crítico concentra-se em desenvolver a habilidade de interpretar, analisar e avaliar as informações recebidas e também como essas habilidades podem ser inseridas nos fatos da vida real. Dewey confirma o pensamento reflexivo como conhecimento cuidadoso dos fundamentos que sustentam nossas conclusões. É bom que em nossas conclusões aja sempre uma tensão não resolvida, críticas ao nosso conhecimento, ao nosso conteúdo e nossa essência.

    As versões para um mesmo fato são surpreendentes, porque as pessoas adicionam ingredientes muito particulares nas notícias, porém exercitar o pensamento crítico é um pouco mais que isso, é dosar as impressões pessoais com pensamento diferente, é informar-se, montar um verdadeiro processo na mente, é questionar-se continuamente com a intenção de entender o que se ouve e vê.

   Preocupa a metodologia ineficiente dos setores da educação , que tem falhado sistematicamente ao ensinar os alunos sem cobrar dos mesmos o mínimo de discernimento e pensamento crítico ao abordar temas simples, fatos cotidianos. Muitas pessoas não conseguem sequer apontar conclusões razoáveis diante de evidencias.

   Nem toda propaganda é enganosa, muitas são, mas as facilidades proporcionalmente encantam, nem todo jornal encoraja seus leitores a questionar as informações, a refletir sobre o alcance social das atividades reportadas. Ler de olhos abertos transforma virgula em frases completas. A notícia dada timidamente pode estar escondendo um fundo sombrio, a revista lida apressadamente não detecta as crises nos governos.

Pensar por si mesmo é avaliar os riscos, a demanda, a necessidade, a contextualização, pensar sem deixar-se influenciar deliberadamente pelas mentes fortes e brilhantes, mas que não refletem a sua realidade.

   O pensamento crítico e reflexivo são processos ativos, que exploram diferentes razões, considerando suas implicações e potenciais, influenciados pelas atitudes do indivíduo. As criticas não podem ser apenas idealistas, devem ter a capacidade de exteriorizar as justificativas.

   A prática de boas leituras amplia o entendimento das coisas, traz exemplos que se aplicam ao dia-a-dia, abre as portas de um mundo inexplorado de riqueza e liberdade. Ao ouvir, assimile, reflita, inverta os papéis. O que te dizem expressa o que o outro viu, adiciona aí, seu ponto de vista, questiona o que te parece formulado para fraudar. Não se deixe enganar pelas informações.

  Devemos manter a consciência crítica, senso de discernimento e até certo , aborrecimento frente a qualquer simplificação da realidade. “Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos reflexivos e comprometidos podem mudar o mundo”, trecho de pensamento da antropóloga americana Margaret Mead.

   Olga Borges Lustosa é cerimonialista pública e acadêmica de Ciências Sociais pela UFMT e escreve exclusivamente neste blog toda terça - olga@terra.com.br 

Dia Internacional da Alfabetização

José Patrocínio
José Patrocínio   Em grande parte do mundo várias atividades são desenvolvidas para comemorar o Dia Internacional da Alfabetização neste 8 de setembro, regra geral compreendendo ações voltadas para a área social, cultural, recreativa e desportiva, sempre conjugadas com palestras objetivando despertar a consciência de toda a comunidade para o compromisso inalienável com a educação, pois, como é sabido, não há se falar em progresso social, desenvolvimento econômico sustentável e liberdade, sem obter o estabelecimento de um nível básico de alfabetização.

   É sabido que desde o ano de 1990, a Unesco vem empreendendo esforços e campanhas objetivando a erradicação do analfabetismo, mas infelizmente existem barreiras de toda ordem que impossibilitam iluminar a vida de nossos semelhantes, tanto que ainda hoje temos um número expressivo de aproximadamente 800 milhões de analfabetos no mundo todos (dados de 2009), sendo variadas as causas impeditivas da obtenção do êxito da boa causa, a exemplo do alto crescimento das taxas demográficas em alguns países, guerras, conflitos, crise econômicas, tudo isso levando a uma restrição de aporte de verbas orçamentárias para investimento na educação.

    Em 2010 conforme resultados preliminares do censo demográfico realizado pelo IBGE, temos ainda um índice de 9,6% da população acima de 15 anos consideradas analfabetas, o que é preocupante porquanto o número elevado de analfabetos num país aponta uma séria tendência para aceitar sem nenhuma reação qualquer tipo de imposição feita pelos governantes suprimindo direitos da pessoa humana.

    A questão da alfabetização deve ser ressaltada, pois contribui de forma positiva e crescente para a erradicação da pobreza e miséria, reduzir a mortalidade infantil, auxiliar no consciente controle de natalidade, auxiliar na capacidade das pessoas de projetar um futuro promissor tendo presente a justiça, igualdade, progresso e liberdade, onde se crie oportunidade sem distinções e projete um mundo sem violência e de respeito a dignidade humana.

    A propósito a mensagem postada pela Unesco para hoje tem foco especial no relacionamento entre alfabetização e paz, porque hodiernamente o analfabetismo é sinônimo de exclusão social e marginalização, já a alfabetização proporciona o desenvolvimento capacitando os indivíduos para buscar informações e fazer escolhas certas que tem efeitos diretos positivos no meio em que vive, possibilitando reunir condições para a participação no processo democrático, contribuindo assim para a formulação de políticas públicas de interesse comum, além de fortalecer a compreensão de respeito mútuo entre as pessoas.

   O que os estudos indicam é que a alfabetização é um pré-requisito para um mundo mais respeitoso, igual, justo e próspero, capaz de permitir que seres humanos tenham acesso ao conhecimento, informações e se capacitem para a vida, alargando horizontes, criando expectativas e alternativas para a construção de uma vida melhor, por isso o desafio da alfabetização, embora seja compromisso primeiro da esfera governamental, necessita também de apoio dos diversos atores da sociedade para atingir a educação para todos e a paz tão sonhada por todos nós.

    José Patrocínio de Brito Júnior é advogado, professor universitário e escreve exclusivamente para este blog às quintas-feiras -

MEC descredencia 17 pólos de ensino superior à distância em MT

 

De Sinop - Alexandre Alves
Foto: ReproduçãoMEC descredencia 17 pólos de ensino superior à distância em MT
O Ministério da Educação (MEC) descredenciou, a pedido da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), 198 pólos de apoio presencial para ensino superior à distância em todo o país, sendo 17 no Estado de Mato Grosso. A instituição tem até o próximo dia 31 de dezembro para encerrar as atividades acadêmicas dos pólos descredenciados.

Olhar Direto apurou que, no Estado, três são em Cuiabá e um em cada município a seguir: Sinop, Rondonópolis, Tangará da Serra, Barra do Garças, Juara, Juína, Barra do Bugres, Aripuanã, Campo Verde, Colniza, Figueirópolis d’Oeste, Jaciara, Água Boa e Peixoto do Azevedo.

A Ulbra terá que, durante o período que antecede a data final de encerramento das atividades, promover a transferência de todos os alunos regularmente vinculados para os pólos de apoio presencial remanescentes (81 em todo o país) ou para outras instituições de ensino superior devidamente credenciadas perante o Ministério da Educação.

A determinação também prevê que a universidade deverá encaminhar ao MEC a relação dos alunos que foram remanejados para outros pólos da Ulbra ou transferidos para outras instituições de ensino superior, com identificação do curso, semestre de vinculação, polo de destino ou instituição de destino, o atestado da conclusão dos procedimentos e do definitivo encerramento das atividades dos pólos.

A reportagem entrou em contato com a sede da Ulbra, no Rio Grande do Sul, mas até o fechamento da reportagem não obteve respostas de quantos alunos serão impactados com a decisão e como será feito o remanejamento dos acadêmicos.

MT- Seduc e Defensoria firmam cooperação técnica na sexta (09.09)

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realizará na próxima sexta-feira (09.09) assinatura de termo de cooperação técnica com a Defensoria Pública do Estado, no esforço de combate e prevenção à violência nas escolas. O evento ocorrerá às 9h no auditório da Seduc, e terá a participação da secretária Rosa Neide Sandes de Almeida e do defensor Geral, André Luiz Prieto.

A parceria entre as duas instituições visa o desenvolvimento do projeto: Defensoria vai à Escola, que consiste na realização de palestras, nas unidades de ensino. A coordenadora de Projetos Educativos da Seduc, Janaina Monteiro explica que além de mostrar aos alunos o papel e as ações da defensoria pública, o projeto terá como foco o debate sobre “direitos humanos”.

Os defensores públicos também pretendem repassar às comunidades escolares orientações nas áreas da cidadania, ética e direito, bem como transmitir aos alunos noções sobre direitos e deveres.


VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT


Golpe: Seduc alerta que não está solicitando dados pessoais dos candidatos do último concurso

A Superintendencia de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa aos profissionais da educação que fizeram o concurso do Governo do Estado ano/2010, que tenham ficado classificados ou eliminados, que a Seduc não está entrando em contato para solicitar dados pessoais dos candidatos. Um possível golpe vem sendo aplicado com uso indevido do nome da Secretaria de Educação, solicitando informações pessoais.

Solicitamos que qualquer candidato que receber essa ligação, entre em contato com a Gestão de Pessoas da Seduc, evitando a exposição a terceiros que possa vir causar transtornos futuros.


Helenice Stela
Assessoria/Seduc-MT

Estudantes de MT embarcam para João Pessoa para participar das Olimpíadas Escolares

 
Os estudantes atletas de Mato Grosso, na faixa etária entre  12 e 14 anos, que irão representar o Estado nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, embargaram nessa quarta-feira (07.09) no Aeroporto Internacional Mal. Rondon rumo a João Pessoa, sede dos jogos estudantis. Antes do embarque, os atletas receberam as últimas instruções dos coordenadores da delegação, no auditório do Aecim Tocantins.

A participação dos estudantes nas  Olimpíadas Escolares Brasileiras conta com o apoio do Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado de Esportes e Lazer (SEEL) e de Educação (Seduc). A delegação  viajou sob a coordenação do técnico da Coordenadoria de Projetos Educativos da Seduc, Rosberg Martins e dos coordenadores da Seel, Edmar Joaquim dos Santos, Valter Yamagushi e Marcio Nogueira.

O número total de atletas são 172, divididos nas categorias individuais e coletivas. Primeiramente viajam apenas 70 atletas que competem na categoria individual nas modalidades de atletismo, natação, judô e xadrez. Na terça-feira (13.09) embarcam a segunda parte da delegação, os atletas que participam  das modalidades de handebol, basquete, vôlei e futsal, nos naipes masculino e feminino.

O técnico da Seduc e chefe da delegação mato-grossense, Rosberg Martins destacou que o Estado será muito bem representado nos jogos. “Temos grandes chances de conquistarmos medalhas tanto nos esportes individuais quanto nos coletivos. Com destaque para o atletismo e handebol masculino”, disse. Ele citou o esforço do governador Silval Barbosa, através da Seduc e Seel no suporte logístico para que os estudantes pudessem participar das Olimpíadas.

O coordenador da Seel, professor Edmar Santos destacou que a ida dos atletas a viagens tem  um diferencial importante e promove um ganho fisiológico. “Em 2011, a Secretaria de Esportes  proporcionou o translado aéreo até a capital da Paraíba, o que resultará num ganho psicológico, pois os atletas chegarão descansados em grau de igualdade para fazer as competições”, enfatizou.

Expectativa

A estudante Daiana Sobral da Silva, 13 anos, da Escola Estadual Garcia Garrido Firmino, do município de Peixoto de Azevedo (675 km da capital), está ansiosa para chegar logo a João Pessoa e poder lutar por medalha na modalidade lançamento de dardo. “Venci os jogos estaduais, com um arremesso de 28 metros. Espero melhorar a marca nas Olimpíadas e subir ao pódio”, afirmou.

Estefani Ribeiro dos Santos, também do atletismo, é uma das atletas beneficiadas com o Programa Bolsa Atleta da Seel. Ela, em 2009, trouxe para Mato Grosso a medalha de ouro no revezamento 4x75, e, em 2010, conquistou a medalha de prata. Esse ano a estudante está confiante e espera conquistar mais uma vez o ouro e continuar inserida  no Bolsa Atleta. “Acredito que vou representar muito bem o nosso Estado e continuar fazendo parte do programa que beneficia os praticantes das modalidades esportivas. Tenho certeza que o nosso esforço e dedicação trarão excelentes resultados.

“O nível de preparação foi forte e intenso, acredito que podemos ficar pelo menos entre os seis finalistas”, disse o atleta da modalidade de natação de Cuiabá, Yago Bosalle.

ADRIANE RANGEL/VOLNEY ALBANO

Assessorias Seel-MT e Seduc-MT

MT- Cefapro Cáceres realiza encontros da sala do gestor

 
O Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro) de Cáceres já promoveu este ano quatro encontros formativos com diretores escolares, coordenadores e assessores pedagógicos. O projeto denominado Sala do Gestor é desenvolvido pelo Centro desde 2009, e somente em 2011 já reuniu cerca de 80 pessoas.

De acordo com o diretor do Cefapro, Alessandro Gomes Arruda, a Sala do Gestor tem como princípio básico o fortalecimento da Política Educacional do Estado. Entre as discussões dos encontros estão: Ciclo de Formação Humana, multi, pluri, inter ou transdisciplinaridade para o ensino-aprendizagem na educação básica, Formação Continuada e Gestão democrática e Participativa, Bullying, violência e indisciplina na Escola, Elaboração de Relatórios Avaliativos, entre outros.

Ele ainda ressalta que nessas reuniões há trocas de experiências positivas, entre os gestores e discussões sobre ações em comum visando à melhoria da qualidade do ensino. Além de Cáceres, o projeto é desenvolvido em Mirassol D’Oeste e Araputanga. O primeiro pólo atende os municípios de Lambari D’Oeste, Rio Branco e Salto do Céu e o segundo os municípios de São José dos IV Marcos, Curvelândia, Glória D’Oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal e Indiavaí.

Os encontros ocorrem na terceira ou quarta semana de cada mês. As reuniões são de oito horas. Além da melhoria da qualidade do ensino a sala do Gestor busca o fortalecimento dos Cefapros e das direções das Escolas.


VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

terça-feira, 6 de setembro de 2011

MT- Paz nas Escolas inicia discussão com escolas por Várzea Grande

Redação 24 Horas News

Iniciada nesta segunda-feira (05.09), no Centro de Formação e Atualização e Professores (Cefapro) de Cuiabá, a quinta reunião do Pré-Fórum “Paz nas Escolas”. Nessa etapa estão reunidas 20 escolas do Grande Cristo Rei, de Várzea Grande. Durante dois dias de encontro eles organizaram as informações desenvolvendo um plano de trabalho para coibir ações violentas no ambiente escolar.
 
“O programa é desenvolvido e no processo está sendo executado”, destaca a secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, durante a abertura do evento. Ao todo quatro regiões de Cuiabá já participaram das discussões e elaboração de projeto. Para elaborar a metodologia de trabalho a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), conta com a colaboração da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan-MT). Uma equipe de profissionais da Seplan está subsidiando a elaboração de projetos para as regiões.
 
Em todas as falas dos participantes ficou comum a necessidade de ações coletivas - de Governo, família e da escola – para atingir as metas sustentáveis para se fazer um trabalho para a paz. O encontro teve a participação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado estadual Emanuel Pinheiro; do Comandante da Regional de Várzea Grande, coronel Peri Taborelli; e representante da Secretaria de Direitos Humanos, Polícia Judiciária Civil, Secretaria de Educação de Várzea Grande e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Gilmar Soares.
 

MT- Cursos do Ponto de Cultura Inca oportunizam saberes e práticas

 

Alunos da oficina de Instrumentos Alternativos, ministrada pelo músico Anselmo Parabá, do Ponto de Cultura do Instituto Cultural América (Inca), vão receber, nesta terça-feira (06.09) no CRAS Pedra 90, seus próprios instrumentos e contar com a organização de evento pelos alunos do curso de Agentes Culturais do Ponto de Cultura, ministrado pela produtora cultural, Cybele Bussiki. Os cursos têm o financiamento e apoio do Ministério da Cultura, por meio do Programa Pontos de Cultura, do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), patrocinadora da Rede dos Pontos de Cultura de Mato Grosso, da Secretaria de Emprego, Trabalho e Assistência Social (Setas), da prefeitura municipal de Cuiabá e da União Coxipoense de Associação de Moradores (Ucam).

As 24 crianças e adolescentes de 14 a 16 anos da oficina Instrumentos Alternativos vão apresentar quatro números. Segundo o instrutor Anselmo Parabá, os alunos "estão afinadíssimos uma vez que, das seis fases de ritmos que devem aprender eles já estão na quinta". Após a sexta fase, os alunos entram na segunda etapa que os levam ainda mais para a profissionalização. Além das crianças, o evento também apresenta grupos do Pedra 90. São eles: Gravidade Zero, Hip Hop, DJ Saci e As Novinhas.

Depois de quatro meses de intensa teoria, os alunos do curso de Formação de Agentes Culturais do Ponto de Cultura Inca vão ter a oportunidade de demonstrar tudo o que aprenderam. Cleide Catarina de Lima, explica que todos os 17 participantes estão preparados para organizar um evento inteiro, mas foram divididos em dois grupos com tarefas específicas a fim de ver o que cada um faz de melhor no que lhe foi determinado.

“Vamos cuidar da limpeza do local, da decoração, do som e iluminação e dos comes e bebes. Mas, se alguém não puder comparecer, qualquer um de nós está preparado para fazer a parte do outro sem problemas”, comentou confiante, juntamente com a colega de grupo, Silbene da Silva Santos.

As duas alunas disseram que estão aprendendo muito e e está sendo uma oportunidade para se qualificar e quem deixou de fazer o curso deve estar arrependido, tudo é uma escola. Cleide Catarina confessa que, mesmo para ela com 44 anos, ainda aprendeu coisas que não sabia durante o curso.

O dançarino Caçula do Pandeiro é um dos que fazem o curso de Agente Cultural. Apesar de 14 anos na estrada ele informa que conseguiu aprender muito. “Estou aqui porque sempre fiz tudo sozinho. Agora quero aprender a elaborar projetos e prestação de contas. Coisas que sempre terceirizei para alguém fizer”, revelou. Ele já adianta que vai usar tudo para seu projeto de retirada de crianças das ruas inserindo-as em projetos culturais elaborados por ele.

A dona de casa Adacy Ferreira de Miranda da Costa é uma das que também querem crescer. Ela disse que assim que soube do curso e resolveu participar, mais por curiosidade, mas não tinha noção de quão bom seria o resultado final. Lá, aprendeu como é o trabalho de um agente e como ganhar recursos e ajudar o marido, presidente da associação de Moradores do condomínio Sávio Brandão, Lauro Heleno da Costa, nos eventos. Por isso, está bastante satisfeita.

Sandra Regina Duarte, restauradora de livros e moradora do bairro Duque de Caxias, é outra participante surpresa e interessada em tudo o que tem aprendido. “Já tinha certa noção do que era o trabalho, mas agora que soube as técnicas, vi que pode ser mais fácil e produtivo e Cybele é muito didática para ensinar o que é preciso”, concluiu.

A produtora Cybele se disse surpresa com todos e sente que as oportunidades estão sendo bem aproveitadas. “Adotamos um processo que dá liberdade para eles criarem e, depois, com o resultado apresentado, aparamos as arestas para que os projetos fiquem como têm que ser”, explicou. Segundo ela, os alunos já estarão inseridos na organização de ações nos bairros durante o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, que acontece em outubro.

Toda a coordenação dos trabalhos dos alunos está a cargo da produtora teatral Fernanda Gandes. “Aqui o trabalho é diferente do teatro porque avalio o aprendizado de cada um, mas vejo que o grupo está coeso e altamente receptivo a tudo que lhes é repassado. Portanto, vale a pena trabalhar com eles”, enfatiza.

O evento de entrega dos instrumentos acontece às 19h, no CRAS Pedra 90.

Aprendendo a Pensar

Autor: Jon Talber


Observe uma criança recém nascida, ela ainda não sabe falar, mal consegue enxergar além do seu próprio nariz, e é completamente dependente dos seus pais ou responsáveis. No interior do seu cérebro existem apenas as informações necessárias para que seja capaz de exercer seu instinto, é por isso que ela sabe chorar, sabe expressar um desconforto físico. Para quem não sabe, um bebê não enxerga direito, seu sistema visual ainda carece de amadurecimento, e nessa fase, ele vê tudo embaçado, difuso, sem uma forma definida, até porque seu centro cerebral, o gerenciador de informações recebidas, ainda está se organizando.

Quem ou o que gravou em seu cérebro as informações instintivas, a chamada memória instintiva, isso não é assunto para ser discutido agora, mas graças a isso, ela sabe fazer “algumas” coisas, mesmo sem ter recebido instrução prévia, de nenhum adulto. Os demais animais, os irracionais, também funcionam desse mesmo modo.

Seus pais ou responsáveis, que já possuem uma razoável experiência de vida, que podem ser jovens ou adultos, já convivem em um mundo bem conhecido deles, com suas regras, suas anomalias, suas tradições culturais, suas crenças, suas ideologias políticas e religiosas, e assim por diante. O modo como estes “responsáveis” vão tratar essa criança, logicamente, vai depender do conhecimento que possuam. Se apenas conhecem o seu modo de cuidar das coisas, irão se valer dessa experiência, desse modo de agir e interagir, para cuidar do seu bebê.

As cantigas de ninar que cantarão para fazê-lo dormir, ou acalmá-lo, serão aquelas que já conhecem, que sabem cantar, mal ou bem, que também escutaram quando eles próprios eram crianças. Até ai não há novidade alguma, afinal de contas, todos agem da mesma forma, todos repetem aquilo que já aprenderam antes, essa é a lógica da coisa.

Mas, aquela criança, ainda não repetiu nada, não tem experiência de vida, por isso não possui memórias, que são as lembranças das coisas vivenciadas, experimentadas. Por isso, ainda não deseja, não sente raiva ou empatia, não é medrosa, nem guarda rancor das pessoas, ou planeja um futuro, qualquer que seja, para si mesmo.

Nessa etapa, as crianças, estão completamente vazias, por isso não pensam, mas já possuem o potencial para serem preenchidas, pelo pensamento dos outros. Conhecer a utilidade de uma coisa para depois decidir o que fazer com ela, isso é pensar, deduzir, e isso requer experimentação anterior, vivência, memorização, e como elas ainda não passaram por nenhuma dessas fases, não sabem para que as coisas servem, portanto, não pensam.

Mas a capacidade de pensar, isso elas já possuem. Capacidade de pensar é bem diferente de saber pensar. A capacidade de pensar é involuntária, é inata, não depende de memórias, nem de lembranças. O instinto é assim, não carece de experimentação anterior, mas existe. Saber pensar é coisa calculada, que requer memórias, lembranças de como as coisas funcionam, para que servem. O pensamento é um ordenamento das memórias, de modo que arrumadas de forma lógica, façam algum sentido, signifiquem alguma coisa, capaz de se expressar através de uma ação, do veículo, quer dizer, do indivíduo.

Assim, a capacidade de pensar, todo ser humano possui como potencial, e isso não depende de suas vontades, ou de aprendizado algum. Já para se construir um pensamento, esse mesmo ser humano, precisa de informações, precisa de experiência, necessita da lembrança das suas memórias. As memórias virão, serão formadas quando ele tiver experimentando as coisas do mundo. Quando estiver com todo seu sistema sensorial funcionando perfeitamente, pronto para receber, perceber e interpretar de forma clara, às impressões que lhe chegam do mundo exterior.

Interpretar nessa primeira fase, se resume a avaliar de forma clara, quando um objeto ou situação, embora não possam ser racionalmente compreendidos, podem ser capturados pelos seus órgãos sensoriais, isto é, ser percebido. Ela, a criança, ainda não possui intelecto, que são as memórias de sua experiência de vida, pois ela está no inicio de sua jornada, vazia, aguardando por tudo isso. Nessa etapa da vida, ela aprenderá muito com aqueles que estão do seu lado.

Desse modo, seu cérebro, embora ainda vazio de informações, de memórias, das regras operacionais do mundo, já possui a capacidade involuntária de memorizar qualquer coisa capaz de ser detectada pelos seus cinco sentidos. Receberá assim as primeiras informações, vindas de outro adulto, que já sabe das coisas, que já vive estas coisas, que já faz parte de um mundo existente, que repete suas regras morais, materiais e espirituais, desde incontáveis gerações.

E como os adultos, elas também serão ensinadas a repetir. Se já existe em cada ser humano um potencial inato, para através da repetição, apreender as coisas que lhe sejam necessárias à sobrevida na terra, os adultos, que já são mestres no repetir de velhas regras, mitos e tradições, tenderão a repassar todo processo pelo qual os mesmos já passaram, às suas crianças.

E todas as regras de funcionamento de qualquer coisa existente em nosso mundo, serão simplesmente copiadas, de uma mente para outra, do mesmo modo que se duplica um livro já publicado. E do mesmo modo que se revisa um livro, também, eventualmente, alguma ressalva é acrescentada a tudo que já existe, e basicamente é a isso que chamamos de pensar. Assim, para nós, repetir velhos procedimentos técnicos ou sentimentais, significa pensar.

Se observarmos uma criança a brincar, entretida com um brinquedo do qual ela realmente gosta, parecerá a mesma separada do resto do mundo. Nesse processo de atenção total, ela não segue nenhuma regra estabelecida, ela cria suas próprias alegorias, de forma livre, ignorando mesmo o conhecimento rígido que possua sobre outras brincadeiras que lhe são familiares. Poderá até repetir gestos, rotinas de atividades que já conhece, mas a exemplo da capacidade de andar, onde o pensamento não interfere, assim também nesse momento sucederá.

Longe da rigidez das regras pré-estabelecidas, onde o pensamento não está exigindo, comparando, seguindo regras que não podem ser quebradas, ela fica a vontade para criar, sem medo dos censores, sem medo de castigos, sem a obrigação de agradar para receber recompensas. Nesse estado de ignorar os próprios pensamentos, ela se torna inteligente. Não é dependente nem prisioneiro de ninguém, de nenhuma lei, não precisa seguir roteiros conhecidos, está disposta a criar seu próprio caminho.

Cumpre ao educador compreender o que significa este não pensar, e apenas assim, terá dado o primeiro passo rumo ao que de fato significa pensar. Ao perceber que não pensa, estará pela primeira vez, pensando. Não se trata de jogo de palavras, mas a simples constatação de que aquilo que ele chama de pensamento, de fato não é pensamento, apenas discordância ou concordância, já demonstra inteligência.


Autor: Jon Talber
email:
jontalber@gmail.com
O autor é Professor e pesquisador.


As Mudanças na Grade Curricular do Estado de Santa Catarina - Golpe Militar

Resumo 

O Regime Militar brasileiro, implantado por um golpe de Estado em 1964, durou vinte e um anos e mudou a face do país. Contudo, até hoje suas múltiplas dimensões foram pouco analisadas de forma globalmente articulada e emocionalmente isenta. A ênfase, como se percebe nos diversos seminários, é somente no aspecto político. Tratou-se, sem dúvida, de um regime autoritário, repressivo e socialmente hierárquico. Derrubando e substituindo o populismo, que se encontrava radicalizado e em crise no início dos anos 60, o regime abandonou as políticas reformistas de esquerda, implantando um modelo tecnocrático que gerou um acelerado desenvolvimento. Os governos militares pós – 64, insistiram em fomentar os sentimentos de civismo e patriotismo, no intuito de levar a sacralização desse conceito de “Pátria Brasil” – confundido com o governo do país – o mais longe possível, com dois objetivos: incutir nas crianças e adolescentes a idéia de que questionar os atos do governo militar (e dos militares e da policia) é antipatriótico, evitando ao máximo a formação e proliferação de refratários e, como segundo objetivo, tornar legitima e justificada a operação militar-policial permanente para caçar aqueles a quem o governo definia como “subversivos”. Esta operação de formação ideológica, utilizou basicamente dois veículos: a imprensa falada, escrita,  televisiva e o sistema de educação formal.

Palavras Chaves: golpe militar, grade de ensino em Santa Catarina, sistema educacional,civismo.

Introdução 
O regime político instaurado em 1964 foi apoiado por amplos seguimentos da sociedade brasileira, porém a história oficial omitiu a atuação dos grupos oposicionistas existentes, entre eles, o movimento estudantil.

Em 1964, o país atravessou um período de intensas crises sociais e políticas, que viriam a culminar com a queda do então presidente João Goulart, mesmo com este clima de tensão, a UNE – União Nacional dos Estudantes, continuou suas atividades, querendo executar um trabalho de base, conscientizando a população, o Centro de Cultura da UNE levava as favelas e subúrbios um teatro de esclarecimento e protestos, além de promover uma campanha de alfabetização de adultos utilizando o método de Paulo Freire.

Sobra a bandeira do anticomunismo, as forças armadas, como “salvaguardas da nação ameaçada” tomam a frente do processo que culminou no golpe de 1º de abril de 1964.

As forças expressivas do governo tiveram como um de seus principais alvos, os estudantes. As faculdades politicamente mais ativas sofreram fortes agressões do aparato policial-militar.

Neste clima, o governo militar exerce sua autoridade sobre os estados, em Santa Catarina não foi diferente, principalmente na área da educação, quando impôs a mudança na estrutura de ensino dos ensinos fundamentais e médios, com intuito de impor uma ideologia de uma nação nacionalista,  patriota e com sentimentos de civismo.

A Educação em Santa Catarina nos anos 60

A educação pós 64, foi instituída como uma meio eficiente de por em pratica os ideais de um capitalismo dependente associado no Brasil. Neste período através de sucessivos programas educacionais de desenvolvimento,se da prioridade a educação profissionalizante. O real objetivo, era atingir o progresso, uma vez que o estudante sairia da escola com mão de obra especializada, pronta o labor na fabrica.

[...]“o estudante bem preparado, com uma especialização adequada, desempenharia suas funções como trabalhador competente, aumentando sua produtividade e modernizando as industrias, servindo a um capital interno e externo” [...][2]

A Educação Sobre o Ensino de Educação Moral e Cívica  

Os governos militares pós – 64, insistiram em fomentar os sentimentos de civismo e patriotismo, no intuito de levar a sacralização desse conceito de “Pátria Brasil” – confundido com o governo do país – o mais longe possível, com dois objetivos: incutir nas crianças e adolescentes a idéia de que questionar os atos do governo militar (e dos militares e da policia) é antipatriótico, evitando ao máximo a formação e proliferação de refratários e, como segundo objetivo, tornar legitima e justificada a operação militar-policial permanente para caçar aqueles a quem o governo definia como “subversivos”. Esta operação de formação ideológica, utilizou basicamente dois veículos: a imprensa falada, escrita,  televisiva e o sistema de educação formal.

Nos sistema educacional pós -  64 a axacerbação da ditadura de classe se concretizou em vários momentos: a tentativa (aparentemente frustrada) de desativar os cursos de Humanidades e substituí-los pelo curso de Estudos Sociais; a implantação, no ensino superior, da disciplina obrigatória Estudos de Problemas Brasileiros, ainda em vigor; no segundo grau, a disciplina de Organização Social e Política do Brasil; e, geralmente, no primeiro grau, a disciplina de Educação Moral e Cívica. Por atuar exatamente com os estudantes em estágio pré-adolescente, coube a esta ultima disciplina a tarefa de transmitir de maneira mais direta e agressiva a ideologia de segurança nacional que, não por acaso, se afirma no Brasil a partir do Final da Segunda Guerra Mundial.

Tanto os livros didáticos, quanto os de OSPB se destinam fundamentalmente a divulgar a Doutrina da Segurança Nacional entre os estudantes de primeiros e segundo graus,  em todos estes livros se verá uma distorção da realidade, a mesma idealização de uma sociedade sem conflitos, a mesma pretensão de que a letra da lei é cumprida, a mesma imposição de valores morais éticos, religiosos e políticos que interessam a apenas um setor minoritário da sociedade.

No ano de 1985, aparentemente termina o ciclo autoritário iniciado em 1964. não por acaso, no ano seguinte chega ao Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina um ofício da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação, distribuído aos cursos de História e Geografia das Universidades Brasileiras. Neste oficio. O secretário do Ensino Superior Gamaliel Herval apresenta um documento, que o acompanha, esperando que o mesmo “possa estimular o debate e a reflexão  sobre a questão” do ensino da disciplina Educação  Moral e Cívica. Este documento, intitulado “Os Consultores de História e Geografia da SESu/MEC[3] e a Questão da Educação Moral e Cívica”, elaborado por  referidos consultores mais um professor de Filosofia e um de Sociologia, critica e analisa essa disciplina, segue abaixo, alguns pontos de seu conteúdo:

a) É lembrado que a disciplina de EMC[4] existiu no Brasil em dois períodos ditatórias da República. Os consultores são de opinião que o objetivo de implantação da disciplina “não é a formação do aluno, mas a segurança do Estado”.

b) É comentada a obrigatoriedade da ministração da disciplina, o que segundo consultores, “reduz sensivelmente a carga horária para a área de Geografia e História em benefício de Estudos Sociais e se completa com a exclusão da Filosofia e  Sociologia”.

c) Instituída no auge da censura política e doutrinária, despojada de qualquer fundamentação cientifico – pedagógica, a EMC e seus vários desdobramentos resultaram na descaracterização da Geografia e da História e impuseram a supressão das disciplinas como a Filosofia e Sociologia no ensino de 2º grau.
d) Finalmente, o documento se manifesta pela “revitalização” do ensino de Geografia e História bem como pelo retorno do ensino de Filosofia e Sociologia e, “contanto com o apoio da Associação dos Professores Universitários de História (ANPUH),e da Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB) e de professores de Filosofia e Sociologia”, reitera posição “pela revogação imediata do Decreto-lei 869/69 e do Decreto-lei 68.065/71”

Considerações Finais

O Regime Militar brasileiro, implantado por um golpe de Estado em 1964, durou vinte e um anos e mudou a face do país. Contudo, até hoje suas múltiplas dimensões foram pouco analisadas de forma globalmente articulada e emocionalmente isenta. A ênfase, como se percebe nos diversos seminários, é somente no aspecto político. Tratou-se, sem dúvida, de um regime autoritário, repressivo e socialmente hierárquico.

Derrubando e substituindo o populismo, que se encontrava radicalizado e em crise no início dos anos 60, o regime abandonou as políticas reformistas de esquerda, implantando um modelo tecnocrático que gerou um acelerado desenvolvimento, mas produziu uma miséria desnecessária.Os momentos de autoritarismo exacerbado produziram a EMC e disciplinas correlatas, a fim de implantar nas crianças e adolescentes a doutrina de segurança nacional. A legitimidade que um poder deste tipo pode pretender só será atingida pela força e nunca pela argumentação, mesmo ao campo das idéias. Vive-se sob a ficção do Estado Nacional, que aliena os indivíduos dos laços imediatos da sociedade real, a qual não pode ser representada por bandeiras ou hinos.    
                                                                  
Os governantes do Brasil são, estruturalmente, os mesmos do período colonial e do Império e a mudança que se impõe não vai só além dos uniformes como provavelmente fará uso deles. Há uma revolução mundial em curso, na qual o Terceiro Mundo cumpre a possibilidade histórica de livrar-se, de uma vez por todas, de seus centros hegemônicos. Hoje é fundamental impedir a manipulação de símbolos criados para assegurar dita hegemonia; é necessário que os educadores desnudem os mecanismos que, à maneira da Educação Moral e Cívica, tentam ver perenemente “proclamada a escravidão”. O próximo passo, é quase certo, não caberá aos educadores, enquanto educadores. Mas quando chegar o próximo passo eles terão cumprido o seu papel.

Referencial Bibliográfico
KUCINSKI, Bernardo. O fim da ditadura militar. São Paulo: Contexto, 2001. 143 p.
SANTOS, Sílvio Coelho dos. Um esquema para a educação em Santa Catarina. Florianópolis: Edeme, 1970. 123 p.
VEDANA, Lea Maria Ferreira; a educação em Santa Catarina nos anos 60. Florianópolis: Esteocos, p.45. 1997.  
WARREN, Ilze Scherer. Santa catarina em perspectiva: os anos do golpe. Petrópolis: Ed. Vozes, 1989. 164 p.
VEDANA, Lea Maria Ferreira; a educação em Santa Catarina nos anos 60. Florianópolis: Esteocos, p.45. 1997. 


Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação
Abreviação para Educação Moral e Cívica 
Autoria: Jonathan Magnum Prim