sábado, 14 de maio de 2011

Ser professor

Autor: Aníbal Gullo Júnior

O verdadeiro Professor deve preencher quatro requisitos básicos e fundamentais, a fim de exercer com eficácia o magistério e obter resultados positivos em favor do educando.
São eles:-

O QUE ENSINA – (Cultura) – ter conhecimento específico e profundo da matéria a ser transmitida, coadjuvada com erudição ampla, se possível;

COMO ENSINA – (Didática) – é a empatia própria de quem transmite o ensinamento, feito com clareza, possibilitando ao educando pleno entendimento do exposto, sob regras rígidas da metodologia (PEDAGOGIA);

A QUEM ENSINA – (Psicologia) – conhecer o perfil de seus alunos e saber observar comportamentos, enquadrando-os nas respectivas faixas etárias;

ONDE ENSINA – (Sociologia) – procurar conhecer o ambiente em que irá interagir de maneira apropriada - como vivem seus alunos - falando-lhes de assuntos comuns e pertinentes aos seus costumes, para bem exercer seu processo educativo.

Embora não seja totalmente necessário, será de bom alvitre o conhecimento de Biologia, aplicável ao campo educacional, no que diz respeito à ‘AUDIÇÃO” do aluno, posicionado distante do professor, impedindo-o, muitas vezes, de ouvir com clareza e não perceber com detalhes a exposição feita.
Quanto aos problemas oftalmológicos (VISÃO), observar se o aluno não enxerga perfeitamente os textos escritos na lousa, evitando interpretações errôneas, em virtude de deficiência ocular.
Saber, ainda, perceber os sintomas de moléstias típicas da idade, a fim de segregar o aluno, comunicando a seus pais o fato detectado, objetivando evitar contágios desnecessários aos demais componentes da classe.
Com esses requisitos mínimos, teremos um PROFESSOR que, se aliados à vocação autêntica, vislumbraremos o verdadeiro MESTRE, pois o Educador é de fato, o sacerdote do saber.
A sociedade precisa e jamais poderá dispensar sua profícua atuação, a fim de poder consolidar, com dignidade, sua estrutura como Nação.

Aníbal Gullo Júnior

Esta é a pálida homenagem à minha doce e meiga Professora MARIA DO CANTO que, com carinho e zelo, ensinou-me as primeiras letras, alfabetizando-me. Foi no Grupo Escolar “Cel. Joaquim Salles” – RIO CLARO – S. P. no tumultuado ano de 1932, em plena Revolução Constitucionalista. Que Deus a tenha em seu abrigo, como prêmio, pelo carinho e amor que plantou no coração de seus educandos.

Ansiedade infantil

Autor: Paiva Netto

Em um mundo tantas vezes regido pelo imediatismo, onde exigências sociais nos impõem, a cada dia, crescente disputa por um lugar ao sol, o estresse encontra terreno fértil para proliferar. E não somente os adultos tornam-se vítimas deste que é considerado um dos males da modernidade. Também nossas crianças vivem situação semelhante... Elas têm a vida cada vez mais parecida com a nossa: repleta de compromissos e tarefas. Acabam não tendo o devido espaço para ser criança.

E muitas delas ainda padecem de um motivo grave a lhes provocar grande ansiedade. Trata-se do bullying, que deve ser decididamente combatido pelos que têm responsabilidade para com os jovens. Senão seremos cúmplices dessa violência, originária justamente de um mau direcionamento da própria conduta infantojuvenil. Situação lastimável que vem prejudicando o aproveitamento escolar de tantas crianças. Isso é trabalhar contra o futuro. No Dia da Educação, 28/4, lembremo-nos desse desafio a ser vencido.


Transtorno de ansiedade

Recentemente, o Centro de Atendimento e Pesquisa de Psiquiatria da Infância e Adolescência (Capia) da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro demonstrou que nos últimos dez anos o número de crianças com transtorno de ansiedade cresceu 60%.

Apresento hoje trechos de duas importantes entrevistas concedidas ao “Educação em Debate”, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, sobre ansiedade infantil. Conduzido pela pedagoga Suelí Periotto, o programa contou com a participação de dois especialistas: o psiquiatra Fábio Barbirato, chefe do setor de Neuropsiquiatria Infantojuvenil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, e o neurologista da infância e da juventude, do Hospital Albert Einstein, Abram Topczewski, de São Paulo.

Sobre como podemos diferenciar a ansiedade comum da patológica, o dr. Fábio esclareceu que “a ansiedade deixa de ser natural quando prejudica o desenvolvimento tanto social quanto escolar das crianças. Por exemplo, na semana que ela tem de apresentar um trabalho, não consegue ter atenção na escola, apresenta dor de cabeça e enjoos, tem às vezes lesões de pele como psoríase ou queda de cabelo, em consequência da ansiedade antecipatória”.

O dr. Fábio apontou, ainda, alguns dos fatores que corroboram esse crescimento do número de crianças com transtorno da ansiedade: “O que está acontecendo é que esse estresse ambiental vivenciado pelo menino, pela menina, se caracteriza pela pressão por boas notas na escola, pela própria violência que ela vivencia, desde a que mora num lugar mais abastado até a que reside numa localidade mais simples. São fatores de gatilho para apressar sintomas que provavelmente apareceriam mais tarde”.

E alertou: “Acho importante destacar que os transtornos ansiosos são duas a três vezes mais comuns que o autismo e a hiperatividade. As crianças ansiosas sofrem igualmente ou mais. Se não tratadas, elas têm maior probabilidade de desenvolver pânico no futuro, além de depressão e outros transtornos mais graves. É fundamental que os pais procurem ajuda para seus filhos e não achem que isso é algo simples que vai passar com o tempo. Existem serviços especializados em todo o Brasil. Basta procurar uma universidade que tenha o serviço de psiquiatria infantil. Com certeza, seu filho, sua filha, serão bem atendidos, orientados, assim como a família e, se necessário, até os profissionais da escola em que a criança estuda”.

Na próxima semana, voltarei ao tema, trazendo os comentários do dr. Abram Topczewski.


Necessidade de Deus

O dr. Cícero Araújo, advogado e ex-delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, teceu comentários sobre o que escrevi a respeito da recente tragédia no Rio: “O artigo de Paiva Netto é primoroso (...). Considero forçoso reconhecer a falta de Deus na vida de alguns de nossos semelhantes. Nosso planeta está carente de Deus! Sua misericórdia, no entanto, é o que nos salvará a todos, creio. Abraço fraternal”.

Grato, dr. Cícero.


José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

Violência dos alunos provoca stress pós-traumático em professores

G1

Um problema comum nas escolas é a violência contra escolas públicas e provadas. Nem todas as Secretarias de Educação fazem um levantamento estatístico dos casos de violência física e psicológica contra os professores. Mas eles existem e são muitos. O stress pós-traumático tem se tornado frequente entre esses profissionais.

Com 24 anos de profissão, a professora Nádia de Souza Barbosa conhece bem a realidade da violência nas escolas. "Eu estava em uma sala que não tinha chave, eu me encostei na porta para dar aula um aluno por três vezes chutou a porta sabendo que eu estava ali."

Joseneide Santos de Aquino relata que três alunas colocaram acetona e veneno para matar ratos no café da sala dos professores. "A diretora estava muito assustada e avisou que uma avó ligou para falar que a neta viu umas meninas colocando 'chumbinho' no café dos professores", conta.

As duas professoras estão afastadas há quase dois anos para tratamento de um transtorno de stress pós-traumático adquirido em sala de aula. Esta síndrome vem se tornando comum entre os professores da rede municipal de educação do Rio.

Os problemas na relação entre aluno e professor não se restringem apenas às escolas públicas. Uma professora da rede privada que não quis ser identificada conta que lidar com alunos clientes é um desafio diário. "Uma criança de 12 anos me disse que eu tinha a obrigação de explicar quantas vezes ele quisesse porque ele estava pagando", disse a professora.

O presidente do Sindicato dos Professores do Rio, Wanderley Quêdo, diz que muitas escolas entraram na lógica mercantil. "Educação não é uma mercadoria", alerta.

A professora Joseneide destaca: "Muitos colegas me dizem: 'não liga, não é teu filho, dá tua aula e pronto. Mas quando a gente é muito apaixonada pelo que faz, a gente acredita que a educação pode mudar o mundo pessoal daquela criança."

Para a presidente do Conselho de administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), é importante valorizar a formação do professor. "Muitas vezes o professore não foi formado para lidar com jovens e adolescentes", disse Maria Alice em entrevista ao 'Jornal da Dez'. "A escola não está sabendo lidar com os desafios do século XXI. Se a escola se tornar muito desconectada com o mundo real que o jovem vive torna este aluno desinteressado. Ele acaba sendo agressivo contra a própria escola. É muito importante pensar que a escola tem que formar jovens e adolescentes para ter participação ativa na sociedade."

Tortura Escolar

Alessandro Vianna

Tortura Escolar Aprovação Escolar é Uma Vitória Conjunta de Pais e Filhos, que Deve Começar Já

Agora em abril, saem as notas do 1º bimestre escolar. Se, para você, isso significa a repetição daquela velha tortura anual, ainda é possível evitá-la.
Basta começar agora, neste início de ano, um trabalho junto ao seu filho, que vai exigir apenas amor, atenção e disciplina.
Não conte com milagres. Seu filho não vai mudar por si só, porque depende de você para formar-se como gente. Então, não espere as más notas de abril para começar a agir e ter de estragar as férias de julho tentando recuperar tudo no 2º semestre. Comece já.
Reserve na agenda diária do seu filho um momento determinado para estudar e fazer as lições, assim como para descansar entre escola e as tarefas.Deve horário limite para dormir.
Se isso é impossível por causa de outros compromissos (como inglês, academia, natação, etc...), remaneje tudo e até cancele algum item; já que a escola é a grande prioridade.
O processo começa no cumprimento dos horários, na arrumação da mochila, na organização da roupa, na ordem e limpeza dos cadernos e de todo o material escolar.
A cada dia, verifique se as lições foram feitas. Depois, veja a correção e comente-a construtivamente. Faça-o perceber que é competente para acertar o que não está correto. Para saber se o seu filho estudou, faça-lhe perguntas lendo o material indicado.
Não acredite em todas as desculpas. Se precisar, mande bilhetes aos professores, pedindo respostas. Tenha a agenda semanal das aulas. Acompanhe as datas de entrega de trabalhos.Participe das reuniões que tratem do desempenho do seu filho; principalmente nas matérias em que ele tenha mais dificuldade. Saiba também como vai o lado disciplinar.
Fazendo apenas isso, você já observará uma melhora sensível, porque ele saberá que está sendo monitorado e também vai vigiar-se mais.
O relacionamento de vocês tem de ser um misto entre “eu te amo muito” e “todos nós temos obrigações”.Então, não se ausente, nem se omita. Você é a principal referência.
Ouça seu filho sempre, ainda que filtrando as “verdades” dele. Reconheça cada progresso e mostre ao seu filho do que ele é capaz; encorajando-o.Mas sem exageros, rojões ou presentes caros.Explique sempre a ele que a escola é um importante presente.
Quando ele burlar as regras, converse e imponha restrições temporárias em algo de que ele goste. Assim, vai respeitar o estabelecido.
Ensine-o a empenhar mais energia nas matérias em que tenha mais dificuldade ou de que não goste.Afinal, o importante é ter uma média razoável em todas.
Nunca o compare com outros alunos, nem com parentes e amigos, para não sentir-se inferior e perder o ânimo necessário para superar obstáculos.Trata-se de um desafio pessoal, que ele deve esforçar-se para vencer. Vencer-se a si mesmo é a maior vitória possível.
Os avanços devem ser graduais e saboreados um a um. Assim, o 1º bimestre já será mais aceitável, o 2º um pouco melhor, o 3º bom e, no 4º, a missão estará cumprida.
Seu filho se sentirá um vencedor e poderá verificar que valeu a pena todo o esforço. Ele terá a sensação de uma vitória conjunta, fortalecendo em sua mente a idéia de família, e estará gratificado por ter sido alvo de sua contínua atenção equilibrada e sábia.
Essa trajetória conjunta valerá para vocês como estímulo para vencerem outros desafios futuros, nos quais a obediente confiança dele em você, e a sua atenção ao que realmente importa na vida dele, farão toda a diferença.
Dr Alessandro Vianna - Psicoterapeuta www.alessandrovianna.com.br

13 de maio, comemorar abolição?

Autor: Fernando Assunção

É madrugada de sexta-feira, dia em que se comemora a Abolição da Escravatura no Brasil, esta data me faz criar vários questionamentos, entre eles: será que realmente os negros foram libertos? Recentemente tive o prazer de receber nas dependências da Câmara de Vereadores de Sinop, o jovem senhor Pedro Reis, presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso, Pedro Reis trouxe consigo lideranças locais representando a União de Negros pela Igualdade (UNEGO), a rede Edu-Afro Amazônico, e a Central Única das Favelas (CUFA).

Foi uma oportunidade incrível na minha vida, primeiro que na condição de vereador pude auxiliar na aproximação da classe com o poder legislativo, na busca pela elaboração de políticas públicas que garantam mais oportunidades para povos subjugados historicamente, segundo porque tive uma grande aula da verdadeira historia brasileira com o saudoso Pedro Reis, qual me fez viajar e de fato entender o Brasil em que vivemos e o quanto é injusto com os afro-descendentes, tive na manhã daquele sábado a certeza absoluta da importância da aplicação da Lei 10.639/2003 do Governo Federal nas instituições de ensino, seja ela publica ou privada.

Aprendemos nos livros de história na escola de que no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, filha de dom Pedro II, assinou a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil, onde os negros e negras no Brasil ganharam a sua liberdade. Bom se considerarmos o termo "liberdade" como uma expressão que designa meramente igualdade jurídica entre todos os cidadãos, de fato a escravidão acabou em 13 de maio de 1888. Se entendermos, no entanto, "liberdade" no sentido de igualdade de oportunidades e tratamento, então a abolição ainda não aconteceu.



Mergulhado na desigualdade social brasileira e na trajetória dos negros do navio negreiro à invisibilidade social, me vem ainda mais questionamentos como: como aconteceu a abolição no Brasil? Que interesses estavam envolvidos? E, acima de tudo, quais foram os resultados dessa nossa abolição?

É, imagino que as duvidas permeiam você também que está lendo, porém voltando a grande aula proferida pelo Pedro Reis, reafirmei o consentimento de que Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Ele é um símbolo para os negros de um País a um só tempo social e racialmente excludente e tão falto de heróis. “Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime.



A data oficial de seu assassinato, 20 de novembro, foi transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978.

Portanto, não comemoro a data de 13 de maio como a libertação dos escravos, pois a lei Áurea não trouxe efetivamente a verdadeira liberdade para o povo negro. A situação atual de exclusão dessa população nos remete ao passado escravocrata e ao ideário de inferioridade negra constituído após a abolição e que, lamentavelmente, perpetua-se.

Fernando Assunção – vereador em Sinop

A escola como mobilizadora nacional

Eliezer Pacheco

Ultimamente tem sido muito enfatizada a valorização do professor como forma de melhorar a educação brasileira. Isto é absolutamente correto. Sem educadores qualificados, motivados e com salários dignos é impossível uma educação de qualidade. Da mesma forma, há a necessidade de escolas equipadas com laboratórios, bibliotecas e recursos didático-pedagógicos. Entretanto, mesmo com a solução de todas estas questões, ainda teríamos dificuldades de aprendizagem, já que os principais problemas se originam do lado de fora das instituições educacionais. Estas dificuldades da sociedade, aliás, permeiam a escola. E não poderia ser diferente, pois, nesse caso, ela seria uma redoma, algo artificial.

A escola precisa se ocupar das questões sociais que a atingem direta ou indiretamente. Tais problemas não têm sido tratados como questões concernentes à educação, quando, de fato, o são. É difícil ocorrer uma aprendizagem adequada com famílias desagregadas, pais com baixa ou nenhuma escolaridade e inexistência de ambientes favoráveis ao estudo. Portanto, os entraves cruciais da educação têm de ser enfrentados com políticas de emprego, salário, distribuição de renda, habitação, saneamento, transporte, etc.

Nosso país, a partir do Governo Lula, vem enfrentando estas questões e adotando importantes iniciativas na área educacional, cujos resultados, a médio e longo prazo, acontecerão. Estes, contudo, demandam uma geração inteira para se fazerem sentir. Devem os educadores e a sociedade apenas aguardar as conseqüências destas iniciativas? Parece-nos que não.

Embora os indicadores apontem para avanços importantes a partir das políticas de inclusão, distribuição de renda e investimentos em educação, a herança secular deve ser enfrentada por políticas que envolvam a escola e sejam focadas no seu público alvo, ou seja, pais e alunos.

As escolas públicas, além da parte pedagógica, deveriam ter uma coordenação de políticas sociais, responsável pela articulação entre os membros da comunidade escolar e as políticas públicas de saúde, habitação, saneamento, etc. Também de medidas em andamento promovidas pelo governo, como melhoria da merenda escolar, turno inverso e transporte.

Isso passa diretamente pela estruturação dos serviços sociais dentro das instituições escolares, os quais devem englobar também ações de formação política, cultural, desportiva, bem como ações de extensão, de atenção e cuidado com a saúde dos educandos e educadores, além de encaminhamento dos educandos a oportunidades de inclusão sociolaboral. A comunidade escolar deve ser vista como um todo. Por isso, as escolas devem compreender a educação dos pais de seus alunos como parte de suas tarefas, encaminhando-os para a alfabetização, escolarização e profissionalização. É necessário ter conhecimento da situação de cada família e tomar todas as medidas no sentido de prover soluções aos problemas sócio-econômicos que impedem o educando de ter um bom desempenho.

A presidenta Dilma tem apontado o combate à miséria como sua prioridade. Desta forma, nenhuma instituição pública pode se omitir, especialmente a escola, do papel que desempenha nas comunidades. A perspectiva educacional deve ser transversal e permear todas as políticas públicas como espinha dorsal das ações do Estado, transformando-o em um Estado educador.

É necessário, ainda, resgatar a dimensão política do fazer docente, no convencimento de que estas tarefas são parte do ser educador e do exercício da cidadania. Recuperar e qualificar o debate político-pedagógico como base de uma educação de qualidade. O debate político entre os educadores foi substituído pelo debate sindical, importante para a categoria, mas insuficiente para responder aos grandes desafios da educação. A escola é a instituição pública de maior capilaridade em todo o país e, portanto, a que tem melhores condições de articular uma grande mobilização nacional em defesa do conhecimento e da emancipação.

Secretário de educação profissional do MEC

Problemas nas escolas

Luiz Gonzaga Bertelli

Dois em cada dez professores não têm a formação acadêmica exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), segundo a qual docentes do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do médio devem possuir, no mínimo, um diploma universitário, mas 208 mil professores dessas séries concluíram apenas o nível fundamental ou o médio. Tal realidade é confirmada pelo índice apurado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): 16,8% dos educadores são detentores dessa deficiência curricular. A situação é mais grave na Bahia, onde a taxa supera os 50%, e menos em São Paulo, com 2,25%. É preocupante notar a estagnação da média nacional, que permanece a mesma desde 2007, bem como o desinteresse dos jovens em seguir a carreira do magistério – opção de apenas 5% dos melhores alunos que cogitam ir para o ramo da educação, de acordo com estudo da Fundação Lemann.

É, enfim, uma bomba-relógio cujo efeito comprometerá, a médio e longo prazos, a sustentabilidade do desenvolvimento econômico. Isso porque a falta de capacitação dos professores defasa a educação de jovens que em poucos anos integrarão o corpo discente dos campi universitários. Sem uma boa base do ensino fundamental e médio, o estudante terá dificuldade para acompanhar o salto de complexidade das matérias, o que poderá levá-lo a abandonar o curso, como já acontece com grande regularidade.

Não consola saber que esse não é um fato novo e multiplicam-se os exemplos de alunos brilhantes vindos dos mais diversos extratos sociais. Portanto, é para se comemorar a decisão do Ministério da Educação (MEC) de regulamentar a prova nacional para ingresso na carreira docente, que passará a ser aplicada a partir de 2012. O objetivo é selecionar, a partir da nota, os mais aptos entre os candidatos para ocupar a cadeira de professor na rede pública de ensino. A ação não solucionará outros graves problemas estruturais da educação – como a implantação de políticas de meritocracia ou a melhoria na gestão das escolas –, mas confirma que a questão está entre as prioridades da presidente Dilma, como bem salientou nos primeiros discursos. A educação é o mais importante e mais antigo gargalo brasileiro e precisa ser eliminado o quanto antes.

Aliás, vale observar que há um movimento recente de instituições de ensino e empresas interessadas em capacitar uma nova geração de professores por meio de programas de estágio. A pedagogia tem figurado no ranking das áreas que mais requisitam estagiários, segundo números do CIEE. Como se sabe, essa é a maneira mais efetiva e econômica de preparar talentos, mostrando na prática os conhecimentos aprendidos em ambiente acadêmico e inserindo profissionais cada vez mais preparados no mercado de trabalho, o que tem tudo para estimular novos estudantes a seguir essa valorosa carreira.

Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), e diretor da Fiesp

MT- SMTU disponibiliza gratuitamente palestras educativas e apresentações teatrais

Redação 24 Horas News

A secretaria de Trânsito e Transporte Urbano – SMTU disponibiliza gratuitamente para empresas, escolas e comunidades em geral, palestras educativas e apresentações teatrais, com temas: Direção Preventiva e Segurança no Trânsito, bem como o espetáculo infantil ‘Picolé Atropelado” para crianças de cinco e 12 anos, direcionado ao comportamento seguro no trânsito.

Os interessados podem entrar em contato na coordenadoria de Ação para o Trânsito, com a coordenadora Maria das Graças, através do telefone: 3315 4222, para mais informações e agendamento.

MT- Inscrições para curso de Técnicas em Oratória terminam dia 17

Redação 24 Horas News

Terminam na próxima terça-feira (17) as inscrições para o curso “Técnicas em Oratória”. Os interessados devem acessar o site da Fundação Uniselva (www.fundacaouniselva.org.br). O início das aulas será no dia 21 de maio.

Com uma carga horária de 50 horas, o curso será ministrado aos sábados, das 8h às 12h (turma matutino) e das 14h às 18 (turma vespertina). As aulas serão realizadas no bloco da pós-graduação em Administração da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FAeCC), na sala 04.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (65) 3615 8002 ou pelo e-mail tecnicasemoratoria@ufmt.br.

MT- Seduc realiza Seminário sobre Pedagogia da Alternância em Diamantino

Redação 24 Horas News

Dialogar sobre as práticas curriculares das escolas do campo, debater sobre concepções desse modelo de educação na sociedade, possibilitar formação política com o intuito de ampliar a reflexão e a crítica pedagógica, e construir um intercâmbio de práticas inovadoras são os temas do Seminário “Educação do Campo, Uma Política Constituinte”. O evento será realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) nos próximos dias 17 a 19 deste mês, em Diamantino.

As atividades que serão realizadas no Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro) da cidade contarão com a parceria da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Universidade de Brasília (UnB). O curso é voltado para professores da Educação do Campo dos Cefapros e educadores das Escolas de Inserção em Licenciatura em Educação no Campo (LedoC/UnB).

O gerente de Educação no Campo da Seduc, Rui Leonardo Souza Silveira cita que um dos temas a serem discutidos no seminário é a Pedagogia da Alternância. O tema será pauta de uma mesa de aprendizagem intitulada: a Alternância na Educação do Campo. Essa proposta metodológica desenvolvida há dois anos em Mato Grosso está sendo implantada em 15 das 130 escolas de educação no campo do Estado.

A Pedagogia da Alternância é uma metodologia de ensino que consiste em trabalhar o conteúdo curricular por áreas de conhecimento, ao invés de disciplinas, a partir da realidade dos estudantes do campo. As matrizes curriculares são construídas com base nas vivências e conteúdos repassados dentro de tempos diferenciados do ensino regular.

Os alunos trocam o conhecimento em aulas aos fins de semana (com objetivo de não atrapalhar o trabalho na zona rural) e, em outros momentos, na própria residência. “A ideia é trabalhar o currículo integrado com a própria realidade”, destaca Rui Silveira.

EXPERIÊNCIA

O município sede do seminário da próxima semana possui uma experiência de prática de dois anos de trabalho com a Pedagogia da Alternância. O modelo é aplicado na Escola Estadual Ana Maria Tissiane de Oliveira, da Agrovila Bojuí. Ao todo 18, dos 25 estudantes matriculados no Programa Pró Jovem Campo “Saberes da Terra”, concluíram em abril, o ensino fundamental já com essa modalidade de ensino.

O diferencial dessa Pedagogia está na elaboração do conteúdo curricular, na formação do material didático e no tempo escolar. “Os estudantes, junto com os professores discutem o assunto a ser estudado e diante do tema – agricultura familiar, associativismo, assentamento – escolhido coletivamente são trabalhadas as áreas de conhecimento (ciências naturais, ciências humanas, ciências agrárias e linguagem)”, informa o professor Jacildo de Siqueira Pinho.

Na Ana Maria de Oliveira, o curso do Pro Jovem Campo, tem 2.400 horas ministrada num período de dois anos, com aulas aos sábados e domingos (tempo escola), e em visitas às comunidades (tempo comunidade) para conhecer a parte prática do aprendizado.

Clique aqui e veja a programação do Seminário. Outras informações com Educação no Campo pelo telefone 3613-6444

MT- Cartunista Maurício de Souza abre feira do livro em Sorriso

A 2ª Feira do Livro será realizada neste domingo (15) em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, e contará com a participação do cartunista Maurício de Souza, criador dos personagens que compõem a Turma da Mônica. O grupo de histórias em quadrinhos tem mais de 50 anos de fundação.

De acordo com os organizadores, a feira é aberta ao público e faz parte das comemorações do aniversário da cidade, que assim como várias cidades do MT comemoram bodas de prata completaram 25 anos na sexta-feira (13). O cartunista é quem fará a abertura do evento, organizado pela Prefeitura de Sorriso por meio da Secretaria Municipal de Educação, prevista para começar às 9h, na Praça da Juventude.

Segundo os organizadores, Maurício de Sousa também vai realizar uma palestra sobre a importância da leitura e dedicação aos estudos tanto para crianças, jovens e adultos. No período da tarde, escolas municipais e estaduais vão expor por meio de diversos estantes trabalhos escolares e as principais obras do cartunista.

Hoje de madrugada em sua página no micro blog Twitter o cartunista escreveu, “domingo vou estar na cidade de Sorriso, no Estado do Mato Grosso, na sua 2ª feira do livro, até lá, Sorrisenses”, logo pela manhã ele escreve novamente, “chegando a hora de embarcar para Cuiabá e depois sorriso. oba!”. Segundo a sua assessoria ele embarga no horário do almoço para Cuiabá e chega a Sorriso domingo de madrugada.



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do BBnews

Livro distribuído pelo MEC defende errar concordância

Redação 24 Horas News

Um livro didático para jovens e adultos distribuído pelo MEC a 4.236 escolas do país reacendeu a discussão sobre como registrar as diferenças entre o discurso oral e o escrito sem resvalar em preconceito, mas ensinando a norma culta da língua.

Um capítulo do livro "Por uma Vida Melhor", da ONG Ação Educativa, uma das mais respeitadas na área, diz que, na variedade linguística popular, pode-se dizer "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado".

Em sua página 15, o texto afirma, conforme revelou o site IG: "Você pode estar se perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?'. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".

Segundo o MEC, o livro está em acordo com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) --normas a serem seguidas por todas as escolas e livros didáticos.

"A escola precisa livrar-se de alguns mitos: o de que existe uma única forma 'certa' de falar, a que parece com a escrita; e o de que a escrita é o espelho da fala", afirma o texto dos PCNs.

"Essas duas crenças produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum de seus dialetos", continua.

Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, disse que a citação polêmica está num capítulo que descreve as diferenças entre escrever e falar, mas que a coleção não ignora que "cabe à escola ensinar as convenções ortográficas e as características da variedade linguística de prestígio".

O linguista Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, critica os PCNs.

"Há uma confusão entre o que se espera da pesquisa de um cientista e a tarefa de um professor. Se o professor diz que o aluno pode continuar falando 'nós vai' porque isso não está errado, então esse é o pior tipo de pedagogia, a da mesmice cultural", diz.

"Se um indivíduo vai para a escola, é porque busca ascensão social. E isso demanda da escola que lhe ensine novas formas de pensar, agir e falar", continua Bechara.

Pasquale Cipro Neto, colunista da Folha, alerta para o risco de exageros. "Uma coisa é manifestar preconceito contra quem quer que seja por causa da expressão que ela usa. Mas isso não quer dizer que qualquer variedade da língua é adequada a qualquer situação."

Desigualdade no acesso de negros ao ensino superior permanece

Amanda Cieglinski
de Brasília

Apesar das políticas afirmativas adotadas pelas universidades brasileiras para ampliar o acesso da população negra ao ensino superior, 123 anos depois da abolição da escravatura permanece o hiato em relação à população branca. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que entre 1997 e 2007 o acesso dos negros ao ensino superior cresceu, mas continua sendo metade do verificado entre os brancos.

Entre os jovens brancos com mais de 16 anos, 5,6% frequentavam o ensino superior em 2007, enquanto entre os negros esse percentual era 2,8%. Em 1997, esses patamares estavam em 3% e 1%, respectivamente.

Para o professor Nelson Inocêncio da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), a velocidade lenta do impacto das políticas públicas ocorre em função dos anos de atraso do país para reconhecer as diferenças de oportunidades dadas a negros e brancos.

“O Estado brasileiro se absteve por muito tempo e ficou ausente no que diz respeito à questão das políticas públicas para essa população. Falamos de 1888, final do século 19, e terminamos a primeira década do século 21 com problemas seríssimos no que diz respeito à população negra”, afirma.

A UnB foi a primeira federal a implantar o sistema de cotas para negros no vestibular e 4 mil alunos já ingressaram na universidade por esse mecanismo. Silva acredita que esses números devem ter avançado desde 2007, já que atualmente cerca de 100 instituições públicas de ensino superior adotam algum tipo de política afirmativa. O principal benefício que as cotas terão no futuro, na avaliação dele, é aumentar a representação dos negros em cargos importantes.

“Quando falamos de universidades federais, não há dúvida de que elas formam pessoas que cedo ou tarde vão participar da classe dirigente deste país. Então sabemos que, pelo menos com essa formação, o aluno terá no futuro uma situação diferenciada”, ressalta o professor.

De acordo com o último Censo da Educação Superior, 10% dos ingressos de novos alunos nas universidades públicas ocorreram por meio de sistemas de reserva de vagas. Os dados apontam que 69% usaram como critério o fato de o candidato ter ou não estudado em escola pública. Um quarto das reservas de vagas foi preenchido a partir de critérios etnorraciais. Desde a sua implantação na UnB em 2004, o sistema de cotas tem sido muito criticado por ser considerado injusto com o restante dos estudantes não negros. Silva ressalta que ele precisa ser analisado do ponto de vista histórico.

“Não é possível a gente querer entender a partir do aqui e agora, é preciso voltar ao século 19, às políticas do Estado brasileiro de favorecimento das populações europeias para entender porque afinal de contas temos que desenvolver uma política de inclusão da população negra. Essas políticas atuais não são fruto de nenhum devaneio, elas são necessidades que foram esquecidas”, aponta.

Em outras etapas do ensino também há desigualdade entre negros e brancos. O último censo do IBGE aponta que, entre os 14 milhões de brasileiros com mais de 15 anos que são analfabetos, 30% são brancos e 70% são pretos ou pardos.

“Caos” na Educação

Autor: Élida Pereira Jerônimo

As primeiras letras do alfabeto que escrevemos até formar uma palavra são executadas sob orientação de um (a) professor (a).

São momentos marcantes na vida da criança, dos pais e professores. Tão marcante que nunca esquecemos nossos primeiros professores.

Os professores dão a vida na missão de ensinar o aluno, não só letras, fórmulas matemáticas, acontecimentos históricos ou as maravilhas do pensamento humano, mas esperança, dignidade, solidariedade, coragem...

São eles que contribuem para a formação do caráter da criança/adolescente, que alçam vôo em direção dos seus objetivos/sonhos. E esse papel primordial é que enaltece o “mestre” e o faz totalmente responsável pelo sucesso do aluno formado sob inspiração dos seus conhecimentos.

Infelizmente estes profissionais não são valorizados como deveriam. A valorização que menciono não é somente remuneratória, mas a intelectual, satisfatória, estrutural, organizacional, exemplo a ser seguido de forma que desperte admiração e respeito da sociedade.

Antigamente ser professor era “status”, aonde chegava era admirado, gabado, prestigiado pelos presentes, colocado em posição de destaque perante todos no recinto.

Os alunos tinham os professores como “mestres”, respeitavam-os com imenso temor e afeto.

Hodiernamente é lastimável ver a maneira como o aluno se dirige ao professor, o respeito foi dizimado. Alguns professores chegam a ter medo de alunos que os ameaçam e/ou agridem.

Ouvi uma série de relatos em que estudantes apedrejaram, furaram pneus, quebraram vidros e arranharam veículos de professores em tom de ameaça, em decorrência de uma nota baixa, suspensão ou advertência. Estudantes que não conseguem bons resultados e culpam os professores pelo seu fracasso punindo-os equivocadamente.

Neste prisma de “caos” na Educação, a rede globo realizou uma série de reportagens que trouxe a baila vários entraves da profissão e depoimentos de insatisfação/decepção de alguns profissionais da área.

São profissionais que “desdobram” para cumprir com o cronograma e não tem tempo suficiente para planejar a aula, corrigir provas; escolas sem materiais (o que tem é destruído/extraviado pelos estudantes), sem estrutura física; salário abaixo do teto (que é vergonhoso), dentre outras irregularidades que prejudicam professores, estudantes e a população em geral.

Nas faculdades de pedagogia e licenciatura o número de universitários reduziram significativamente. Vendo a precariedade e desmotivação dos professores por inúmeros fatores, a maioria dos estudantes não pensam em seguir tal profissão.

Se continuar neste “caos”, qual será futuro da Educação no Brasil? O que nossos governantes estão fazendo de braços cruzados que não procuram ofertar melhores condições, salários, capacitação, estrutura, conforto e todos os apetrechos para o bom desempenho e satisfação do professor?

Porque não valorizar aqueles que são os principais contribuintes na formação dos profissionais?

Diante do papel imprescindível que o professor exerce nas nossas vidas, podemos classificá-los como nossos “pais do conhecimento”. E se a sociedade (governantes, estudantes, profissionais...) não valorizam os “pais” do conhecimento, terão “tato”, capacidade de valorizar o que realmente é importante na vida?


Élida Pereira Jerônimo é advogada, pós graduada em Processo Civil.
E-mail: elida_pj21@hotmail.com

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Educação familiar na agricultura brasileira

luan.santos 12

Autores: Claudia Facini dos Reis – Bióloga – Doutoranda em Eng. Agrícola – Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Rua Universitária 2069, Universitário, CEP: 85814-110, Cascavel-PR. e-mail: reisfc@hotmail.com.

Marcio Antonio Vilas Boas – Dr. em Agronomia – Prof. Adjunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

Thaisa Pegoraro – Bióloga – Doutoranda em Eng. Agrícola – Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – Universidade Estadual do Oeste
do Paraná – UNIOESTE.

Luciana Graciano – Bióloga – Mestranda em Eng. Agrícola – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

RESUMO
Frente às novas perspectivas ambientais e com a preocupação com o desenvolvimento sustentável, cada vez mais a ciência, as comunidades, as instituições de ensino e os gestores de modo geral têm-se empenhado em
desenvolver novas estratégias e metodologias para se trabalhar na área urbana e rural, com o objetivo de não agredir o meio ambiente e melhorar as atividades dentro da propriedade. Partindo desta problemática, o objetivo deste trabalho foi o de verificar o atual estado da disseminação de informações aplicáveis na agricultura de subsistência dentro do contexto regional. A metodologia baseou-se em uma revisão bibliográfica qualitativa de caráter exploratório, investigando os principais materiais de divulgação trabalhados nas escolas e em encontros sobre educação ambiental que falam sobre as possibilidades de trabalhar com a questão ambiental rural. Os
resultados demonstraram que apesar de existirem muitas opções para se trabalhar a educação ambiental na agricultura familiar, pouco se tem feito na prática. Verificou-se também que o enfoque principal da educação
ambiental no campo restringe-se a atividades com plantio de mudas para o reflorestamento de áreas degradadas e preservação de matas ciliares, porém a educação ambiental pode envolver diversas técnicas que visam à
melhoria da qualidade de vida no campo e trabalhar apenas com temas de “marketing verde” deixam a desejar quando se fala em sustentabilidade.

Seduc/MT Professores participam de formação tecnológica

Dezoito mil profissionais da Educação de Mato Grosso devem participar no ano de 2011 de formações continuadas ofertadas por meio do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), que promove o uso das tecnologias e Comunicações (TICs) na rede pública. Os cursos serão ministrado em todo o Estado por meio dos 15 Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros).

A Superintendência de Formação, área responsável pelo formação tecnológica educacional, tem como princípio que se um professor coloca um DVD da TV Escola, já está trabalhando com emprego de recursos de mídias na educação da tecnologia. O coordenador de Formação e Tecnologicas Educacional da Seduc, Edevamilton de Lima Oliveira, explica que o investimento em formações possibilita que o profissional da rede pública tenha autonomia no desenvolvimento dos trabalhos.

Segundo ele, o objetivo é a promoção da integração dos currículos. "Articulamos o currículo convencional com o universo online, com a cibercultura que está a nossa disposição". A partir do momento em que o professor compreende como pode utilizar as redes sociais, os museus virtuais, os jogos, o Google Heart no seu fazer pedagógico, gera a possibilidade de que desenvolva um trabalho elaborado, pressupondo a grande quantidade de informações que estão à disposição. “Não estamos falando de competência, mas de autonomia para o desenvolvimento de atividades integrando os currículos”.

Atuando dentro dessa visão e ampliando a oferta de recursos, 400 profissionais que atuam na rede pública de Pontes e Lacerda participaram do I Encontro de Formação em Tecnologia Educacional Digital, no mês passado. A ação, explica Edevamilton, estendeu-se a docentes e não docentes. Foram ofertadas oficinas sobre emprego de Histórias em Quadrinhos, literatura e cinema, o uso pedagógico das redes sociais, o manuseio de equipamentos multimeios, tecnologia de informação na língua inglesa, estratégias na construção de slides, foram algumas das oficinas realizadas.

Ainda existe grande preocupação com a oferta apresentada e assimilação de conteúdos, mas ao término do processo, os profissionais participaram de um momento de avaliação da formação. As respostas devem servir como suporte ao desenvolvimento de ações que visam reduzir as fragilidades no processo de capacitação.

Avaliação


Ele ainda complementa que durante as oficinas, existe todo o cuidado para que os direitos autorais sejam preservados. “Quando se coloca um slide com um trecho de um livro e se orienta a cópia desse material não estamos enfocando o processo de aprendizagem. O que se discute é fazer com que o aluno, que tem inúmeras possibilidades de acesso a obras distintas e autores diversificados, tenha uma compreensão de vários autores e possa assimilar o conteúdo, desenvolvendo capacidade crítica e de síntese diante da gama de informações que lhe são apresentadas.

Multiplicadores Bolsistas

Para este ano, explica o coordenador, já foram realizadas as contratações dos multiplicadores bolsistas dos Cefapros que serão responsáveis pela aplicação das formações em à Educação Digital (IED), TICs: Tecnologia da Educação e do Projeto Integrado de Tecnologia de Currículo (Pitec). Como a demanda de profissionais a serem capacitados é grande, o Ministério da Educação (MEC) disponibiliza recursos para contratação de multiplicadores bolsistas que atuam junto aos Cefapros. O processo de seleção é feito por cada Cefapro, via recursos do FNDE, para a contratação. “Essas são pessoas são professores da rede e, que normalmente já atuam nas escolas. Esse é o nosso ideal. Você termina potencializando a escola como locos, como um espaço de formação continuada”. Ele ainda lembra que está à disposição dos educadores de Mato Grosso farta quantidade de material de suporte e de estudo por meio do site www.tecmt.com.br



PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT

Seduc/MT prepara oferta de´especialização em Mídias da Educação

A partir do 2º semestre a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT), o Ministério da Educação (MEC), e uma instituição pública de ensino superior no Estado irão abrir as vagas para a 3ª edição do curso de especialização em Mídias da Educação à Distância destinado aos profissionais da rede estadual de Educação. Desde 2007, mais de 3,5 mil profissionais já tiveram acesso ao curso de especialização.

De acordo com o coordenador de Formação e Tecnologia Educacional, Edevamilton de Lima Oliveira, que atua junto a Superintendência de Formação da Seduc, a pós-graduação será destinada aos profissionais que já participaram das capacitações em Educação Digital (IED), TICs: Tecnologia da Educação e do Projeto Integrado de Tecnologia de Currículo (Pitec). As formações são ofertadas por meio dos 15 Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros) implantados em Mato Grosso.

“Dessa vez não iremos ofertar o módulo básico porque já foram atendidos por meio da formação continuada por meio do Proinfo Integrado”. Ele ainda explicou que os trabalhos de parceria com a instituição que emitirá a certificação da especialização estão em fase de finalização, assim como a definição quanto ao número de vagas que serão ofertadas.

A formação tem como objetivo contribuir para a formação de profissionais em educação, acentuando-lhes a capacidade de produzir e articular a produção dos alunos nas diferentes mídias, de forma articulada à proposta pedagógica em uma concepção integrada de aprendizagem.

As inscrições estarão disponíveis no site da Capes a partir do 2º semestre.

*atualizada

PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT

MT- Unidades do Programa Escola Aberta trocam experiências

Cerca de 60 pessoas, entre professores, diretores e coordenadores participaram nesta quinta-feira (12), da reunião mensal do “Comitê Metropolitano do programa Escola Aberta”. A atividade ocorreu pela manhã no auditório da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Cuiabá.

“Nesses encontros repassamos aos representantes das escolas que participam do programa, informações do Ministério da Educação (MEC), da própria Secretaria acerca da prestação de contas, além de promovermos a socialização das experiências entre as unidades”, disse a coordenadora interlocutora do Escola Aberta na Seduc, Gláucia Ribeiro.

Ela conta que o programa é desenvolvido em 61 escolas estaduais do Estado, sendo 60 instaladas na baixada Cuiabana e uma em Alta Floresta. Essas unidades ofertam nos finais de semana, aos alunos e comunidade em geral, atividades culturais, esportivas, recreativas, de lazer, além de cursos de qualificação profissional.

O programa foi implantado pelo MEC em Mato Grosso, no ano de 2007. Naquela ocasião, “20 escolas foram selecionadas. Elas recebem uma ajuda de custo de R$ 31 mil por ano para promoverem as atividades. Em 2009 a Seduc incluiu mais 41 unidades no programa. O Estado repassa a essas escolas o mesmo montante de recursos”, disse.

Glaúcia Ribeiro explica que as escolas que participam do programa realizam consultas junto à comunidade escolar e moradores da região sobre quais cursos e atividades devem ser ofertados. “Com a definição das atividades a serem implementadas, a direção da escola escolhe um coordenador responsável por administrar o programa, bem como contata voluntários (monitores) para promoverem as ações. Esses voluntários recebem uma ajuda de custo”.

A Seduc faz a seleção das unidades para participarem do Escola Aberta mediante os seguintes critérios: alta vulnerabilidade social de seus estudantes, ausência de espaços de lazer nos bairros do entorno da escola e percentual de alunos que participam de programas sociais como Bolsa Família. Ela informa que para 2012, a Seduc trabalha para ampliar o programa para mais 20 escolas mato-grossenses.

“O Escola Aberta promove não somente aos alunos, mas a seus pais e população em geral um espaço de lazer e convivência humana dentro da própria escola. Isso gera um sentimento de pertencimento e de cuidado com a unidade de ensino”, destacou a coordenadora.

Experiência

A Escola Estadual Djalma Ferreira de Souza, localizada no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá desenvolve o programa desde o início das atividades no Estado, em 2007. “Nos primeiros anos havia apenas atividades esportivas e de lazer. Hoje já ofertamos cursos de qualificação profissional”, contou o coordenador do programa, na escola, Luis Carlos Ferreira.

Ele diz que o desenvolvimento dos cursos nasceu do anseio dos moradores. “Fizemos uma pesquisa entre os pais dos alunos e comunidade em geral que detectou que o principal anseio era por qualificação profissional”, disse.

“A partir daí fizemos parcerias com empresas da região e entramos em contato com profissionais que pudessem realizar esse trabalho. Hoje ofertamos em todos os sábados, os cursos de Vendas e Atendimento, Telemarketing, Turismo e Hotelaria e Departamento Pessoal. Ao final dos módulos, os participantes recebem certificados e recebem oportunidades de trabalho nessas empresas que nos apóiam”, finalizou.



VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

CEE realiza diagnóstico das Escolas privadas e municipais de MT

Representantes do Conselho Estadual de Educação (CEE/MT) visitam municípios do Estado, para realizar o Diagnóstico das Escolas das Redes Privadas e Municipais. O objetivo é atualizar os dados do Conselho Estadual de Educação, verificando quais unidades escolares estão em funcionamento e quais foram desativadas.

“Queremos atualizar a situação cadastral das escolas junto ao CEE. Algumas, que permanecem ativas no nosso Sistema, não funcionam há vários anos. Mas isso não foi comunicado ao Conselho, nem o fechamento foi oficializado”, destaca o técnico do CEE, Joilson Gonçalo Ventura.

Em Acorizal, por exemplo, havia 30 (trinta) escolas municipais cadastradas no sistema do CEE. Destas, 25 (vinte e cinco) não funcionam mais. “Isso ocorreu porque houve processo migratório, nucleação de escolas, com implantação de salas anexas e atendimento dos alunos do campo na cidade, utilizando o transporte escolar”, informa o técnico do Conselho, acrescentando que para fazer o diagnóstico, são realizadas visitas técnicas e reuniões com os funcionários, secretários municipais de Educação e assessores pedagógicos, que são orientados acerca dos procedimentos necessários para a regularização das escolas junto ao CEE. “Também estamos verificando se as ativas estão devidamente credenciadas e regularizadas”, informa.

Com relação às escolas estaduais, o levantamento está sendo realizado diretamente com a Superintendência de Gestão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), através do cruzamento de informações do Censo Escolar, Sigeduca e Topázio.

O diagnóstico iniciou em 2010 e já foram coletadas as informações de dezessete municípios: Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimaraes, Dom Aquino, Jaciara, Jangada, Juscimeira, Nobres, Nova Brasilândia, Paranatinga, Poconé, Rondonópolis, Rosário Oeste, São Pedro da Cipa, Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá.

Ainda para o primeiro semestre de 2011, estão previstas visitas a Nossa Senhora do Livramento, Itiquira, Guiratinga, Alto Garças, Alto Araguaia, Alto Taquari, Primavera do Leste e Campo Verde, encerrando o diagnóstico dos pólos da Baixada Cuiabana e Região Sul (Rondonópolis) e iniciando o trabalho na Região do Araguaia.



Solange Wollenhaupt
Assessoria CEE

Governo vai conceder 75 mil bolsas de estudo até 2014

Cerca de 5 mil brasileros estudam atualmente fora do país

Reprodução

5 mil brasileiros estudam atualmente em países como a Alemanha, França e Estados Unidos

AGÊNCIA BRASIL

A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (9) que o governo pretende conceder 75 mil bolsas de estudo no exterior até 2014.

Segundo ela, cerca de 5 mil brasileiros estudam atualmente em países como a Alemanha, França e Estados Unidos. "É um desafio grande, mas podemos alcançá-lo", disse.

Em seu programa semanal Café com a Presidenta, Dilma avaliou que, com as bolsas de estudo no exterior e com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o país dará um "grande salto" no desenvolvimento.

"Temos que lembrar que o Brasil precisa de mão de obra qualificada para prosseguir nesse novo ciclo do seu desenvolvimento", afirmou. De acordo com a presidenta, o governo conclui este ano 81 novas escolas técnicas e entrega mais 200 até 2014, totalizando 555 unidades em todo o país.

Os cursos disponíveis, segundo ela, incluem áreas como hotelaria, culinária e informática. Dilma destacou ainda que o chamado Sistema S (Senai, Senac, Senar, Senat e Sescoop) terá sua estrutura ampliada por meio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ensino

História e humor na sala de aula

Ebenezer de Menezes

Agência EducaBrasil

Sempre utilizando exemplos humorísticos em suas aulas, o professor Elias Thomé Saliba, livre-docente do departamento de História da USP (Universidade de São Paulo), pode ser a pessoa mais autorizada a fazer algum comentário sobre O Quinto dos Infernos, série da Globo que foi apresentada aos telespectadores brasileiros como uma versão bem-humorada de nossa história.

Com 12 anos de trabalho no ensino médio, doutorado em História pela USP e vários estudos e artigos sobre a representação humorística, inclusive com um recente título, Raízes do riso (Cia das Letras, 2002), Saliba considera inútil apontar “erros” históricos em obras ficcionais. Ele entende que “as invenções podem ser historicamente criativas”.

Nesta entrevista, o professor faz algumas críticas à minissérie de Carlos Lombardi, mas acima de tudo ajuda a desvendar a atividade de historiador como uma interrogação racional do passado em função das inquietações do presente, e que pode ser muito divertida.

A minissérie O Quinto dos Infernos, da Globo, foi apresentada como uma versão bem-humorada da História do Brasil. Diante disso, que prejuízos poderíamos ter na sala de aula junto aos alunos?
Elias Thomé Saliba — Por apresentar-se como uma “versão bem-humorada” nenhum prejuízo. Mesmo estudando seriamente a história do Brasil há anos, sempre a achei muito divertida, por que ela sempre alternou momentos solenes, sérios, importantes (e violentos) com momentos de puro escracho. A série da Globo é só escracho, daí porque ela sequer é capaz de fazer rir, porque o cômico brota do contraste, de um brusco desvio nos significados originais.

Sempre utilizei exemplos humorísticos nas minhas aulas de história – incluindo caricaturas e imagens divertidas. Pesquisei durante quatro anos para escrever um livro inteiro sobre a representação humorística na história brasileira (Raízes do riso, Cia. das Letras, 2002) e um capítulo sobre a dimensão cômica da vida privada na república brasileira (História da vida privada no Brasil, vol. 3, Cia. das Letras).

Considera importante um professor de história do ensino médio, por exemplo, acompanhar uma minissérie como O Quinto dos Infernos para poder fazer a crítica junto aos alunos? Em quê o professor deve ficar atento?
Elias Thomé Saliba — O professor pode acompanhar, se resistir... Eu mesmo não consegui acompanhar, achei fraca e decepcionante a produção: falta um eixo narrativo mínimo e, assim, num roteiro desarticulado, não há como avaliar o cenário histórico. A emissora anunciou que a série se baseia nos relatos ficcionais, sendo uma “adaptação livre” de O Chalaça, de José Roberto Torero, A imperatriz no fim do mundo, de Ivani Calado, e As maluquices do imperador, de Paulo Setúbal. Conheço as três narrativas e posso afirmar que a minissérie fica muito aquém destas obras. Com um pouco de complacência, poderíamos tentar desculpá-los, alegando que Carlos Lombardi – o autor da série – tenha optado pela estrutura do folhetim. Mas é um folhetim de muito mau gosto, longe até daqueles produzidos no passado*. Entretanto, é bom dizer que os três relatos ainda se basearam noutras narrativas ainda marcadas pelo tom ideológico de propaganda republicana com difusos intuitos de denegrir a monarquia. Pouco pode ser aproveitado pelo professor, a não ser que utilize outros relatos ou narrativas mais contextualizadas, objetivando o confronto.

D. João VI, por exemplo, é apresentado como sendo uma criatura apática, sem opinião e covarde. Quais equívocos históricos a minissérie comete com essa percepção? Podemos apontar outros equívocos?
Elias Thomé Saliba — Vamos deixar algo bem claro: acho inútil apontar “erros” históricos em obras ficcionais, porque as invenções podem ser historicamente criativas e, afinal, a História não é monopólio dos historiadores. Dificilmente, na corte afrancesada dos Bourbons ou dos Braganças se permitiria dançar à flamenca. O clima “colorido” e luxuoso da corte também nos parece longe da realidade. Neste aspecto, lembre-se que o cenário da corte no filme Rainha Margot parece-nos mais apropriado. Mas tudo isto são detalhes superficiais, que se resolveriam com uma boa consultoria, afinada com cenógrafos competentes. O mais grave é que o cenário histórico inteiro é tão superficial que a maioria dos episódios caberia em qualquer contexto e em qualquer época.

São muitos os estereótipos. O estereótipo é um dos recursos do humor e absolutamente necessário à caricatura. Caricaturistas brilhantes como J. Carlos, Raul Pederneiras ou - na atualidade, um Loredano - sabem muito bem disso. Mas, o estereótipo em exagero acaba com a complexidade da história, que é, afinal, a complexidade da vida humana. A caricatura (de caricare, “carregar, acentuar, exagerar, ampliar certos aspectos do personagem retratado”) pode servir de elemento narrativo da história, desde que consiga, através do exagero e do contraste, trazer (ou sugerir) elementos do contexto histórico mais geral.

D. João foi, de fato, um glutão compulsivo, de comportamento hesitante e ambíguo, esperando que as coisas se definissem para, então, tomar decisões. Mas, bem ou mal, este perfil de sua personalidade não possibilitou que ele sobrevivesse num cenário histórico complicadíssimo? O cenário envolvia a decadência e crise da monarquia portuguesa na dramática conjuntura bélica napoleônica, as pressões inglesas e, depois de 1808, a sobrevivência do Estado português no Brasil. À despeito dos traços ambíguos de sua personalidade (ou até, por causa deles), D. João foi um personagem central de um processo de independência muito peculiar à história brasileira, que articulou um pacto conciliador com as elites, interiorizou a estrutura do Estado português no Brasil e manteve unido o território da América portuguesa. É possível aprender aí parte essencial da história brasileira: o aparelho de Estado organizou-se (e se impôs) antes da constituição de uma sociedade civil organizada e as elites (exceto em conjunturas críticas, como a Revolução Pernambucana em 1817, e os conflitos posteriores a 1820) articularam-se nos momentos mais difíceis – aqueles que prenunciavam uma forte ruptura social. 1822 foi um destes momentos, e D. Pedro I, outro personagem caricaturado na série – como estouvado, mulherengo e pouco afeito à política – estava lá, como representante simbólico do Estado para catalisar os acordos das elites e os pactos políticos que aparavam os conflitos regionais. Obviamente, outros personagens importantes, como o Conde dos Arcos ou o próprio José Bonifácio, instruíram D. Pedro na saída política do 7 de setembro – mas, por que isto não pode fazer parte da caricatura?

O preço (social) que o país pagou esta peculiar história da fundação do Estado Nacional Brasileiro pode ter sido alto, mas tudo foi parte da história que realmente aconteceu. Se a série fosse uma aula de história, sem outros recursos senão os puramente verbais, seria muito chata, mas, por que não introduzir isto através de uma seqüência, artifício narrativo ou, utilizando, como instrumentos, as próprias suscetibilidades (ou taras) dos personagens? O público não sairia ganhando e não seria provocado a buscar mais informações?

Que abordagem os professores de história (ensino médio e fundamental) poderiam fazer junto aos alunos para evitar a assimilação de preconceitos, ou pelo menos para contribuir com uma visão mais crítica sobre a montagem televisiva?
Elias Thomé Saliba — Respondi de forma muito longa a questão anterior e acho que já indiquei uma outra abordagem histórica do tema. Os professores podem operacionalizar a comparação crítica introduzindo outros relatos ficcionais (comparando, por exemplo, a ficção de Torero com a série televisiva) ou até mesmo outros exemplos fílmicos como Carlota Joaquina (1985) ou Xica da Silva (1976). No limite, os alunos poderiam ser incentivados a produzir pequenas narrativas, desde que o quadro geral seja indicado e compreendido.

A narrativa histórica, quer esteja imbuída de ficção televisiva ou da busca da verdade, é subjetiva mas, ainda assim, os fatos continuam lá, esperando serem desenterrados pela melhor narrativa, que, sem dúvida, será aquela que melhor conseguir reatar os laços do passado com o tempo presente. E, neste caso, a história é uma interrogação racional – e acrescento, para mim, muito divertida – do passado em função das nossas inquietações do presente.

Há um certo consenso entre educadores sobre a concorrência sofrida pela escola, principalmente com relação à mídia eletrônica. O que pensa sobre o assunto tendo em vista o ensino de história? Como o ensino de história (ensino médio e fundamental) poderia ser mais atrativo para competir com a mídia?
Elias Thomé Saliba — As coisas não devem ser colocadas em termos de competição! Pobre do professor, eternamente mal pago, destilando na sala de aula sua impotência em relação à força da mídia! A educação tem outra finalidade. Na tevê tudo é banalizado e des-hierarquizado e visa produzir uma espécie de amnésia estrutural, quase sempre – exceções são raríssimas! – beneficiando o consumo. O educador deve ter compromisso com valores. Não é possível discutir este assunto vasto neste espaço.

O profissional de História deve esforçar-se por quebrar esta espécie de amnésia estrutural, procurando mostrar, ao máximo, como as imagens são produzidas. Eu sei que o professor de história, um profissional já mal formado no mundo da grafosfera (ou seja, da escrita) tem dificuldades enormes para trabalhar no mundo da videosfera, mas todo o seu esforço, mesmo no ensino fundamental, deve ser no sentido de mostrar que o mais importante no visual, seja por que meio for, é o fato de que as imagens na tela tenham sido colocadas lá por alguém. As imagens não são feitas gratuitamente, mas por alguém que ganha a vida fazendo imagens e que obedece a um certo número de regras e limitações. Assim, em quaisquer situações, temos de mostrar como as imagens são produzidas. Claro, que nas faixas etárias menores, temos que trabalhar com as compreensões mínimas. Neste sentido, roteiro, movimentos de câmera, enquadramentos, trucagens, montagens... Enfim, tudo o que diga respeito à linguagem cinematográfica ou da televisão, ou ao contexto no qual a imagem foi produzida – são dados imprescindíveis. Claro que a forma não é tudo. Neste caso, o professor pode selecionar, dentre tais elementos “técnicos”, aquilo que é indispensável para a compreensão do próprio conteúdo das imagens. O ideal é que, no planejamento, as imagens e os filmes sejam incluídos não apenas em função do seu conteúdo, mas também colocados numa certa seqüência que objetive, ensinar, desde o seu nível mais elementar, algo da linguagem e das técnicas de produção da imagem.

* Olavo Bilac e Pardal Mallet escreveram O Esqueleto, em 1890 – reeditado em 2001 pela Editora Casa da Palavra – narrativa que se passa na mesma época da série O Quinto dos Infernos, e na qual D. Pedro é personagem principal, ao lado de alcoviteiros e rufiões internacionais. É história mirabolante, escrita com o intuito propagandista republicano de denegrir a monarquia. Mas os episódios, muito bem pensados, e contextualizados, constituem uma caricatura inteligente das elites palacianas e da forma conspiratória como elas se utilizam da personalidade mau-caráter de D. Pedro I. voltar

Saiba mais
Professores interessados em aprofundar questões abordadas nesta entrevista podem consultar os seguintes artigos:

SALIBA, Elias Thomé. “Experiências e representações sociais: reflexões sobre o uso e o consumo das imagens”. In O saber histórico na sala de aula, org. por Circe Bittencourt. São Paulo, Editora Contexto,1997, pp.117-127. (5ª Edição em 2001).

____________. "A produção do conhecimento histórico e suas relações com a narrativa fílmica". In Bruzzo, Cristina e Falcão, P.R. (orgs), Lições com cinema-coletânea, 2ª ed. São Paulo, FDE-Secr. Estado da Educação, 1993, pp.87-107.

____________. "Robôs, dinos e outros simulacros: o limiar da utopia no cinema e na história". In Revista de Cultura Vozes, n.1, jan.-fev.- 1994, ano 88, vol. 88, pp.52-64.

____________. “As imagens canônicas e o ensino de história”. In Sinopse. Revista de Cinema. N.7. S. Paulo, Hedra/Cinusp, 2002.

Mais de 3 mil prestam seleção para o Cuiabá-Vest

Da Redação

A Prefeitura de Cuiabá, por intermédio da Fundação Educacional de Cuiabá – Funec, realizou na manhã de domingo, dia (08-05), o processo de seleção do cursinho comunitário gratuito, o CUIABA VEST. Um total de 3.200 candidatos disputam as 2.530 vagas abertas para este ano.

Para ingressar no cursinho preparatório da Prefeitura de Cuiabá, o interessado participa de uma seleção, que inclui prova de interpretação de texto, lógica e aplicação de questionário socioeconômico. O aprovado recebe material apostilado e aulas inteiramente grátis no decorrer de um ano.

Com 18 anos, Glécia Regina de Souza, moradora do bairro São Francisco, explica porque resolveu fazer o certame: “quero ter uma oportunidade melhor para passar em uma instituição federal, e acredito que o CUIABÁ VEST poderá me dar um bom preparo. Confio plenamente nesse cursinho, pois tenho amigos que já passaram por lá e disseram que é muito bom”.

Outra candidata, Bruna Teixeira dos Santos, do bairro Araés, vê o CUIABÁ VEST como uma oportunidade de realizar seus sonhos: “Já fiz o ano passado e sei que esse cursinho pré-vestibular nos dá várias chances para crescer na vida. Tenho 19 anos e meu sonho é fazer faculdade de Publicidade e Propaganda; sei que o CUIABÁ VEST vai me ajudar na realização desse sonho.”

A candidata parabeniza a Prefeitura de Cuiabá pela realização de mais um teste de seleção, que ocorre desde 2005.

O Coordenador geral da FUNEC, Mário Nadaf, explica o porquê dá escolha do dia 08 de Maio, dia das Mães, para a realização do certame: “Essa é uma forma de presentear a mãe no dia de hoje. Tenho certeza que é uma felicidade ter seu filho inscrito em um cursinho gratuito, de boa qualidade, com uma ótima equipe de professores durante o ano todo, e que vai prepará-lo para o ingresso em um curso superior. É a Prefeitura de Cuiabá ajudando a encaminhar seu filho para um futuro melhor.”

DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS E INÍCIO DAS AULAS

A lista com os nomes dos aprovados por pólo para ingressar no CUIABÁ VEST 2011 será divulgada nesta quinta-feira, dia (12-05), nos veículos de comunicação da capital e nos sites da Prefeitura de Cuiabá (www.cuiaba.mt.gov.br) e do Grupo Atame (www.grupoatame.com.br), que realizou o teste de seleção.

O início das aulas está confirmado para o dia (16-05), com os candidatos nos seus respectivos pólos.

Enquanto não inicia as aulas, a Prefeitura de Cuiabá trabalha na reforma de todos os pólos, com o objetivo de oferecer maior conforto aos alunos e na seleção do melhor corpo docente do Estado, com a finalidade de dar a todos os estudantes as melhores condições para que consigam atingir o objetivo de passar no vestibular ou obter as melhores notas no ENEM.

Muito além da leitura de jornal

Ebenezer de Menezes

Agência EducaBrasil

O jornal não deve ser entendido como uma “matéria” ou “disciplina” na escola, mas como uma fonte de informação para qualquer disciplina. A opinião é de Flávia Aidar, gerente de Projetos Educativos do Itaú Cultural, que desde 1982 utiliza o jornal como recurso pedagógico.

Bacharel em História pela USP (Universidade de São Paulo), Aidar foi responsável, em 1993, pela implantação e coordenação do Programa Folha Educação, do jornal Folha de S.Paulo. Atualmente, colabora na edição do Jornal Folha Educação com 4 edições anuais, que auxilia o professor a utilizar o jornal na sala de aula. Nesta entrevista, ela fala dos benefícios de se trabalhar com o jornal e fornece alguns exemplos aos educadores.

Como surgiu seu interesse pelo jornal como recurso pedagógico?
Flávia Aidar — Desde 1982, quando era professora de história da 8ª série do Ensino Fundamental na Escola Vera Cruz (SP), consideramos a possibilidade de trabalhar com jornal pedagogicamente. Conversamos então com um jornalista (Pacheco Jordão, pai de aluna da escola) e começamos a desenvolver uma metodologia própria de como trabalhar com jornal na sala de aula. Mais tarde, já em 1992, fui convidada pela Folha de S.Paulo a conceber um projeto de incentivo de leitura de jornal, que foi lançado em 1993 como o Programa Folha Educação, que implantei e coordenei até 1997.

Professores de qualquer disciplina podem utilizar o jornal? De que maneira?
Flávia Aidar — No meu entender, o jornal não deve ser entendido como uma atividade, "matéria" ou "disciplina" dentro da escola. Por ser uma fonte de informações sobre vários e diferentes assuntos, pode e deve ser trabalhado em qualquer disciplina e com qualquer faixa etária, ao lado de outras fontes de informação e leitura. Em língua portuguesa, por exemplo, trabalhar com as imagens (fotojornalismo) escondendo a legenda e solicitar que os alunos legendem a imagem ou dêem um título ao texto, ou ainda a partir de uma notícia, criar uma manchete, vai exigir do aluno um exercício de síntese na comunicação da idéia, bastante valioso pedagogicamente.

Após seus estudos e desenvolvimento de projetos com o uso de jornal, que descoberta poderia compartilhar com os professores sobre essa prática?
Flávia Aidar — Há inúmeros exemplos das vantagens do trabalho com jornal em sala de aula. Conhecemos, inclusive, algumas pesquisas que atestam como o repertório de informações dos estudantes pode aumentar de maneira significativa, num curto espaço de tempo. O raciocínio divergente também é bastante ativado por meio do trabalho com o jornal. Isto significa dizer que o fato do aluno trabalhar com matérias jornalísticas como fonte de informação, ele terá que ativar habilidades mentais que exigem múltiplas operações até chegar a uma resposta. Ao contrário, os antigos questionários que têm como referência um dado texto, só exige do aluno que ele localize no tal texto onde está a resposta esperada pelo professor.

Que orientação poderia dar aos professores interessados em utilizar o jornal na sala de aula? Quais são as abordagens possíveis de serem praticadas pelos professores?
Flávia Aidar — Antes de mais nada o professor deve ser um leitor de jornal. Isto não significa que ele tem que ler o jornal de "cabo a rabo" todos os dias. Mas que ele terá que estar familiarizado com este meio e proporcionar que seus alunos também se familiarizem com o jornal. Em seguida, ele deve saber como é que se estrutura a chamada "arquitetura informacional" do jornal, ou seja, ele deve dominar o que é a linguagem jornalística. Começar a explorar o jornal com seus diferentes tipos de texto já é um bom começo.

Considerando sua experiência e estudo, podemos considerar o jornal como um veículo parcial, carregado de preconceitos, juízos de valor e equívocos? Como o professor pode fazer frente a isso quando utilizar o jornal na sala de aula?
Flávia Aidar — Não me parece privilégio do jornal a parcialidade na veiculação da informação, ou o comprometimento com uma determinada visão de mundo, ideologia ou, em outras palavras, responder por uma determinada concepção editorial. O que se deve ter como compromisso e desafio dentro da escola é exatamente o da formação de um leitor crítico, independentemente do tipo de texto ou de suporte em que ele (texto) seja veiculado. Daí a importância da resposta à pergunta anterior, isto é, o professor deve saber como se constrói a linguagem jornalística para que ele possa "ensinar" como se lê jornal. Leitura, no sentido mais amplo, significa necessariamente ser capaz de analisar os diferentes discursos, identificar os diferentes elementos que compõem a linguagem jornalística, os significados e os contextos de produção da notícia. Neste processo de análise do texto jornalístico, deve-se chegar, necessariamente, a quem produz a notícia, para quem? como circula a informação (as agências de notícias), a que interesses ela responde ou representa? quem é o dono daquele meio de informação? quem é este "dono" dentro do contexto social e político do seu país? E daí por diante....

Contextualizar o ensino de Física com História da Ciência

Ebenezer de Menezes

Agência EducaBrasil

As concepções que os alunos trazem do cotidiano para a sala de aula interferem no aprendizado de Física? De que maneira ocorre essa interferência? As concepções aceitas pelos alunos e erradas cientificamente podem ser modificadas com o auxílio da História da Ciência? Essas e outras questões foram feitas num estudo realizado na Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que enfocou a queda dos corpos, um item da mecânica clássica. O critério de escolha, segundo a pesquisadora Maria José Fontana Gebara, foi a preocupação em abordar a História da Ciência e as concepções de mundo das pessoas, ou seja, como elas vêem a posição da Terra no universo, seu movimento etc.

Citando Aristóteles, por exemplo, a pesquisadora lembra que ele afirmava: o corpo mais pesado cai primeiro. Segundo seus estudos, que envolveu 55 alunos da 2ª série do ensino médio de uma escola particular em Campinas, esse equívoca permanece até hoje, embora Galileu tenha revisto essa idéia e concluído que a queda dos corpos independe de suas massas, desde que não haja a presença do ar.

O grande problema é que, se os alunos sabem que vão ser questionados sobre o assunto, acabam decorando a resposta. “Eles recitam a resposta”, explica a professora, que atua no ensino médio do Instituto Educacional Imaculada, de Campinas. Porém, se a pergunta estiver de uma maneira disfarçada, envolvendo o mesmo conceito, teremos uma outra situação. “A maioria dos alunos respondeu que o corpo mais pesado cairia primeiro”, constatou a professora em sua pesquisa.

Outro equívoca bastante comum e que apareceu no estudo foi confundir ausência de ar com ausência de gravidade. “Quando formulei algumas questões sobre o ambiente lunar, onde não tem ar e portanto os corpos cairiam ao mesmo tempo, eles (os alunos) afirmavam que, por causa da ausência de ar, os objetos ficariam flutuando”, conta. Ou seja, a existência da gravidade simplesmente foi ignorada pelos alunos.

A História da Ciência teria importância para o ensino de Física para fazer frente a uma herança positivista, que fragmenta o conhecimento. “Historicamente sabemos que dividir o conhecimento é uma maneira de dominação”, explica a pesquisadora. Ela admite que, se o conhecimento vai se ampliando, as pessoas não conseguem ter informações sobre todos os assuntos. Isso seria válido apenas para a pesquisa de ponta, com a realização de algum trabalho específico que não se possa dispersar. “Mas nós, que trabalhamos com o ensino médio, com a formação do aluno, temos que tomar o cuidado de mostrar a ciência como algo único que está ligado, com relações que existem entre as diferentes ciências”, justifica. Portanto, a História da Ciência seria fundamental para atender essa nova concepção de ensino mais interdisciplinar, observada inclusive nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Apesar desse reconhecimento, a formação do professor ainda não contempla essa abordagem. “Durante toda a minha formação não tive um curso de História da Ciência”, revela a pesquisadora.

Além da pesquisa de campo, Gebara também fez uma revisão bibliográfica sobre a História da Ciência, o ensino de Física e outros temas afins. “O professor que estiver começando vai poupar muito trabalho porque todas as referências interessantes que encontrei na área estão no meu trabalho”. Seu estudo também contribui com um roteiro de trabalho, utilizando vídeos, experiências, pesquisas em bibliotecas junto com os alunos, avaliação de livros didáticos etc.

Para Gebara, o ensino de Física não está conseguindo alcançar seus objetivos: migrar do senso comum para o conhecimento científico. Além disso, há um outro problema: “Acho que o aluno está satisfeito com o que sabe”. Ou seja, segundo a pesquisadora, se aluno estiver insatisfeito, ele vai querer mudar, questionar e, consequentemente, aprender. “As respostas que ele (o aluno) tem são muito confortáveis”, salienta. “Então, o nosso trabalho vai ser mais eficiente se a gente conseguir fazer com que ele (o aluno) se sinta insatisfeito e incomodado.”

“O ensino e a aprendizagem de Física: contribuições da História da Ciência e do movimento das concepções alternativas. Um estudo de caso”, dissertação de mestrado de Maria José Fontana Gebara. Orientação do prof. dr. Décio Pacheco. Defesa em outubro de 2001, na Faculdade de Educação da Unicamp.

Ceja Cesário Neto realiza a 4ª edição do Rasqueja

Helenice Stela / Assessoria Seduc-MT

Rasqueja Ceja Cesario neto
A construção de um coreto de 3 metros de diâmetro, a produção de um mosaico de cerâmica e, o remanejamento da jardinagem, foram algumas atividades pedagógicas desenvolvidas pelos estudantes do Centro de Educação Jovens e Adultos (Ceja) Cesário Neto, em Cuiabá, para a IV edição do Rasqueja. O evento, um marco no calendário da escola, mobilizou toda a comunidade na programação de um dia inteiro.

Às 6 horas do dia 5 de maio se deu a Alvorada Festiva, com a Banda da Polícia Militar, comunidade acadêmica e o homenageado dessa edição, o historiador, músico e poeta Cuiabano, Moisés Martins. Com foco na cultura cuiabana, o Rasqueja vem, ao longo de quatro anos, valorizando a cultura da terra e fortalecendo o conhecimento empírico dos estudantes.

Para a realização da festa, em 2011, a comunidade escolar iniciou os trabalhos há um ano. O primeiro passo foi a revitalização do estacionamento da Escola. "Foram plantadas mudas no canteiro do estacionamento, por exemplo”, relata o coordenador pedagógico, Ênio Vaz. Todas as ações são desenvolvidas pelos estudantes e os professores das respectivas áreas trabalhadas. No caso do canteiro, o responsável foi o professor da área de biologia.

Projeto

O coordenador relata que os alunos montam todo o trabalho, trazendo o real para o abstrato. A construção do coreto é outro exemplo. A partir do conhecimento dos livros construíram a altura e o diâmetro, tudo com a orientação das aulas de matemática. Bem como, a produção de um mosaico na entrada do auditório, que foi orientada pela professora de artes.

“Temos estudantes que são pedreiros, ferreiros e amantes da jardinagem. Cada um ficou responsável pela área de afinidade. Até aqueles que pensávamos que não iriam colaborar, acabaram ajudando de alguma forma seja batendo massa, ou colocando os pisos no mosaico”, declara o coordenador da área de Ciências da Natureza, Professor Joanil da Silva Fontes.

A estudante do 3º ano de Ensino Médio, Diva dos Santos de Almeida, 68 anos, diz que o planejamento foi a base, seguido da colaboração de todos. “Estou aprendendo muito e, se Deus quiser, vou me formar esse ano. Pra voltar a estudar tem que ter força de vontade”, conclui.

O estudante Itamar da Silva, que cursa 8ª série, ressalta que apesar de alguns alunos não se interessarem pelo Rasqueja, a iniciativa é importante para aumentar a interação entre aluno e professor. “O projeto era um sonho dos professores e essa ideia da escola só funcionou porque tem alguém na frente para fazer dar certo”, conclui ele.



Assessoria/Seduc-MT

Quais as propriedades do café?

O café é originário da região de Coffea, na Etiópia (África), tendo sido introduzido no Ocidente pelos árabes. O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e, no século XVl, o café era utilizado em todo o Oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia. A planta é um arbusto bem ramificado desde a base, que chega a atingir de 2 a 3 m de altura. As flores são brancas e agrupadas em ramos, possuindo um aroma agradável. O fruto é constituído por uma polpa adocicada e revestido por uma película de coloração amarela ou vermelha e contém uma ou duas sementes. O uso da semente crua e ainda verde estimula o sistema hepático, sendo ligeiramente diurético. O infuso de café é considerado uma bebida estimulante e seu uso proporciona melhora na coordenação motora e muscular e facilita a concentração e agilidade mental. Também diminui a incidência de apatia e depressão. O café estimula o sistema de vigília do cérebro, atuando diretamente nos neurônios que fazem o cérebro acordar e trabalhar com atenção. O componente mais conhecido e valorizado do café é a cafeína, responsável pelo estímulo do sistema nervoso central. O café possui ainda outros componentes, talvez mais importantes que a cafeína para o ser humano, que são as lactonas. São elas que atuam sobre o cérebro, de forma também benéfica, quase na mesma proporção da cafeína.

Má educação

José Pacheco*

Quando, convicto e sem vacilar, Crato defende ancestrais modos de fazer escola, que já se mostraram nefastos e são responsáveis pelo caos em que a Educação está imersa, presta um mau serviço à Educação.

Quero distância relativamente aos cultores do "eduquês", como busco distanciar-me relativamente àqueles que contribuem para querelas estéreis. Raramente reajo, mas abro uma exceção...

O drama de Nuno Crato é o mesmo dos cultores do eduquês. Os eduqueses completam as suas licenciaturas numa área qualquer das ciências, "dão umas aulas", acedem a mestrados e doutoramentos, publicam. Entregues a devaneios teóricos, cativos de um jargão (que quase consegue disfarçar a sua ignorância da teoria e prática pedagógica), influenciam a tomada de perniciosas medidas de política educativa (o que Crato legitimamente denuncia).

Por seu turno, Crato completou a sua licenciatura em Economia, fez mestrado em Métodos Matemáticos para Gestão de Empresas e doutoramento em Matemática Aplicada. Não consta que alguma vez tenha frequentado um curso de pedagogia. Que seja público, nada mais fez que o habilitasse a emitir juízos sobre áreas em que não possui formação específica. O que diriam os leitores, se eu me atrevesse a dar opinião sobre Economia, ou criticasse os Métodos Matemáticos para Gestão de Empresas, que Crato preconiza?...

Numa comunicação social sensacionalista, carente de jornalistas capacitados para a abordagem de questões estritamente pedagógicas, raramente é conferido espaço para a intervenção de pedagogos. Qualquer bicho-careta se atreve a dissertar sobre aquilo que ignora. Os seus discursos refletem aquilo que eu denomino de "pensamento único". São agradáveis ao ouvido de professores (e do público em geral) dotados de uma frágil formação pedagógica e que consideram existir somente um modelo de ensino - aquele que, há séculos inventado, continua a semear "facilitismo" e insucesso.

Crato continua a cruzada iniciada há anos. São inúmeras as suas aparições na TV, em jornais (Público, Notícias Magazine, e muitos outros), revistas e livros. É bem conhecido o seu best-seller "O 'Eduquês' em Discurso Direto: Uma Crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista", onde se mistura senso comum pedagógico com algumas evidências.

No jornal i do dia 2 de janeiro de 2010, sibilinamente, continua a defender medidas fósseis, por séculos repetidas nas escolas: "centrar o ensino nos conteúdos, valorizar a transmissão de conhecimentos, exames e provas, valorizar primeiro as matérias e depois a formação pedagógica...". Parece querer afirmar que, para ser professor de Matemática, basta obter uma licenciatura ou um doutoramento em Matemática. E Crato até se aventura a opinar sobre uma área tão pedagogicamente exigente como a iniciação à leitura...

Qualquer pessoa que possua saberes (teóricos e práticos!) de pedagogia conhece alternativas (testadas com êxito!) aos obsoletos dispositivos a que Crato faz apelo. Quando, convicto e sem vacilar, Crato defende ancestrais modos de fazer escola, que já se mostraram nefastos e são responsáveis pelo caos em que a Educação está imersa, presta um mau serviço à Educação. É, pois, nosso dever exercer uma crítica fraterna das suas intervenções.

O que me surpreende é a escassa reação daqueles a quem competiria alimentar o debate. Também me surpreende que, não tendo eu sequer esboçado um ataque pessoal e reconhecendo o mérito científico e profissional de Nuno Crato (como reconheço idêntico mérito num outro professor de Matemática que, não por acaso, é meu filho), alguém me acuse de "má educação". Porque me acusam de "má educação", se eu apenas busco acabar com a má Educação que temos?...

*José Pacheco Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto, foi professor da Escola da Ponte. Foi também docente na Escola Superior de Educação do IPP e membro do Conselho Nacional de Educação.cadeza.

Seduc/MT divulga boletim sobre valorização profissional

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) torna transparente todo o processo de valorização da educação ofertado pelo Estado ao encaminhar para a comunidade escolar dos 141 municípios, material informativo com os avanços obtidos pelos educadores da rede estadual nos últimos quatro anos. O material (boletim eletrônico) está sendo disponibilizado via email para todas as 724 escolas, 15 Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros) e 96 Assessorias Pedagógicas do Estado.

A Secretária Rosa Neide Sandes de Almeida avalia que a divulgação do trabalho na área educacional é fundamental para esclarecimento e informação das pessoas a cerca do trabalho realizado. “Essas são ações verdadeiras fruto do trabalho da educação estadual e é importante que os profissionais da educação e população em geral tenham conhecimento para formarem suas opiniões”, disse.

Entre as conquistas alcançadas pelos profissionais da Educação, Rosa Neide destaca os ganhos salariais. Nos últimos quatro anos os educadores acumularam aumentos reais que ultrapassam 44,634%. Em agosto de 2007 o subsídio inicial dos professores era 1.182,38 e em maio de 2011 alcançou R$ 1.873,02.


(figura 1) clique para ver maior

Os professores da rede estadual possuem jornada de trabalhão semanal de 30 horas, sendo 20 em sala de aula e 10 para horas atividades. Isso faz com que à carreira dos educadores mato-grossenses seja considerada nacionalmente pelos sindicatos da categoria, como uma das melhores do país.

Outra conquista da educação estadual trata-se da lei estadual 388/30 de 2010, que garante a aplicação de 60% das receitas da educação no pagamento de salários. Em função dela, a Seduc reuni-se com o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) de quatro em quatro meses para avaliar a evolução dos recursos educacionais.

O próximo encontro deverá ocorrer em setembro quando, mediante a análise da receita, o subsídio inicial dos professores do Estado deverá superar os atuais R$ 1.873,02. Esse mecanismo garante o fim das gratificações o que impede as perdas remuneratórias durante a aposentadoria.

A Seduc também tem se empenhado no pagamento de dívidas do tesouro estadual para com os servidores. Entre elas estão às cartas de crédito. Nos últimos sete anos ( 2003 a 2007) foram pagos R$ 23,7 milhões. Desse total, R$ 16,5 milhões, o que equivale 69%, foram quitados entre 2007 e 2009.

Formação

Atualmente a rede estadual de Mato Grosso possui o maior número de professores graduados e pós-graduados dos últimos 10 anos. Desde 2005, somente profissionais com formação superior podem realizar concurso público para ingresso na carreira. Portanto, “os professores efetivos do Estado entram na rede com salário inicial de R$ 1.873,02”, destaca a secretária.

Além da exigência de nível superior, a Seduc oferta formação aos educadores. Nos últimos quatro anos 6.553 profissionais participaram de cursos de formação inicial; 59.387 professores e apoio obtiveram formação continuada; 307 profissionais fizeram mestrado; e, 39 doutorado.


(figura 2) - clique para ver maior

O governo do Estado está atendendo outra reivindicação do Sindicato da categoria que é a realização de concurso e nomeação dos aprovados. Em 2010, o Estado promoveu concurso para contratação de 3 mil professores (as), 500 técnicos (as) administrativos educacionais e 2 mil funcionários (as) denominados (as) apoio administrativo educacional. Do total de aprovados, a Secretaria de Estado de Administração (SAD) já efetivou a nomeação e liberação para a Seduc de 1914 professores (as), 490 técnicos e 1563 apoios.



VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

MT- Escolha do livro didático do Ensino Médio para 2012

Senhores Diretores, Coordenadores e Professores

A análise e avaliação das obras para escolha dos livros didáticos para o Ensino Médio é de responsabilidade dos professores da escola. No período de 23/05 a 12/06 será disponibilizado, no sítio www.fnde.gov.br, o guia para o processo de escolha do PNLD 2012, por meio do qual são apresentados os volumes dedicados a cada disciplina com a respectiva resenha.

Não é demais repetir que a escola deve escolher ainda uma segunda opção e esta não pode ser desperdiçada como uma escolha aleatória. Deve envolver uma editora diferente da primeira e ser “pra valer”, tanto quanto a primeira escolha, para não comprometer todo o investimento da equipe e do próprio PNLD.

É importante ressaltar que, pela primeira vez, serão distribuídos livros de Língua Estrangeira, Sociologia e Filosofia. No caso das obras de Sociologia e Filosofia, os professores escolherão um volume único, contemplando os conteúdos curriculares dos três/quatro anos do Ensino Médio.

Entendendo que o projeto político-pedagógico de cada unidade escolar deve materializar-se no processo de formação humana coletiva, no entrelaçamento entre trabalho, ciência e cultura, devem ser observadas as obras que contemplem:
• atividades integradoras de iniciação científica e no campo artístico-cultural;

• que incorporem o trabalho como princípio educativo, a metodologia da problematização como instrumento de incentivo à pesquisa, a curiosidade pelo inusitado e o desenvolvimento do espírito inventivo nas práticas didáticas;

• que promovam a valorização da leitura em todos os campos do saber, desenvolvendo a capacidade de letramento dos alunos.

Portanto, ao escolher os livros didáticos para o Ensino Médio, é importante que o professor identifique nos textos das resenhas das obras indicativos que se coadunem com os estabelecidos acima, visando uma aproximação mais efetiva
entre o livro didático e o projeto político-pedagógico da escola.

Para que a escolha reflita melhor a realidade de sua escola, podem ser organizados grupos com planejamento da leitura, discussão e visualização do guia eletrônico em conjunto com a utilização de datashow; podem ser levadas em conta as equipes ou grupos já existentes, reunindo-se por disciplina ou por turno, por exemplo. O trabalho pode ser programado para os dias e horários mais adequados, recorrendo aos esquemas e cronogramas já previstos pela escola, para planejamento e discussões pedagógicas.



BOA ESCOLHA!

MT- Concursados TAE e AAE devem solicitar Enquadramento Definitivo

Guilherme Filho/Secom-MT

A Secretaria Adjunta de Gestão de Políticas Institucionais de Pessoal - da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT) - informa aos servidores que desenvolvem atividades de Apoio Administrativo Educacional (AAE ) e aos Técnico Administrativos (TAE) – que ainda encontram-se em estágio probatório que eles poderão, a partir de agora, solicitar por meio de processo o ‘Enquadramento Definitivo (Profuncionário).

De acordo com a gerente de Aplicação da Seduc, Maria Helena Marconato, houve um entendimento (entre o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sintep), assessoria jurídica da Seduc, e as equipes de Formação e Gestão Escolar ) para deliberação sobre a questão. Para que a medida pudesse ser colocada em prática também foi realizada consulta junto à Secretaria Estadual de Administração de Mato Grosso (SAD/MT).

Maria Helena explica ainda que o novo entendimento não estende-se aos profissionais aprovados em concurso público para o cargo de professor da Educação Básica. Cita ainda que não a data pré-definida para o encerramento das solicitações.

Para o protocolo de processo de ‘Enquadramento Definitivo’ é necessário a apresentação de ofício de encaminhamento da escola; requerimento padrão preenchido e assinado pelo interessado; cópia dos documentos pessoais (RG e CPF - não precisa ser autenticada);cópia do diploma ou Atestado de Conclusão do Profuncionário.

Em caso de dúvidas, entrar em contato com a Gerência de Aplicação pelos fones: 3613-6549, 3613-6553, 3613-6546 e 3613-6551.


PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT

UFMT- Campus de Cuiabá contrata professor para área de Psicologia

Da Redação

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) oferece uma vaga para professor temporário do Instituto de Educação (IE), campus de Cuiabá, na área de Psicologia/Psicanálise e Educação. Os candidatos devem ter graduação em Psicologia, e disponibilidade para trabalhar no regime de 40 horas semanais.

As inscrições poderão ser feitas nos dias 17 e 18 de maio. Os interessados deverão procurar a secretaria do curso de Psicologia/IE, campus de Cuiabá, das 9h às 11h e das 18h às 21h, munidos com documentação pessoal, curriculum-vitae documentado e declaração de não ter sido contratado por nenhuma instituição federal de ensino superior nos últimos 24 meses.
O processo de seleção será realizado nos dias 24 e 25 de maio. Os candidatos serão avaliados por meio de análise de currículo e prova didática. O resultado será divulgado no dia 26 de maio, a partir das 14 horas.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (65) 3615 8439.

UFMT contrata professor para faculdade de Enfermagem

Da Assessoria

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) oferece uma vaga para professor substituto na Faculdade de Enfermagem (Faen), na área de Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente. Os candidatos devem ser graduados em Enfermagem com experiência profissional de um ano; e ter disponibilidade para trabalhar em regime de 40 horas semanais, nos períodos matutino e vespertino.

As inscrições poderão ser feitas nos dias 19 e 20 de maio. Os interessados deverão procurar a secretaria da Faculdade de Enfermagem, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h, munidos do diploma do curso superior, curriculum-vitae, cópia dos documentos pessoais e declaração de não ter sido contratado por nenhuma instituição federal de ensino superior nos últimos 24 meses.
O processo de seleção será realizado nos dias 23 e 24 de maio, por meio de análise do currículo e entrevista. O resultado será divulgado no dia 25 de maio, a partir das 14 horas.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (65) 3615 8810.

MT- Cartilha orienta sociedade sobre princípios do ECA

Da Redação

A Vara da Infância e Juventude da Comarca de Várzea Grande lançou na manhã desta quinta-feira (12 de maio) a cartilha Justiça da Infância. Escrita em uma linguagem didática e acessível, a cartilha traz, de forma resumida, os princípios orientadores do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e será distribuída nas escolas e comunidades de Várzea Grande. O objetivo é envolver e sensibilizar familiares e a sociedade para o enfrentamento das várias formas de violência praticadas contra crianças e adolescentes. O lançamento ocorreu no auditório do Fórum Desembargador Cesarino Delfino Cesar, da Comarca de Várzea Grande.

Na cartilha é possível conhecer quais são os direitos e os deveres das crianças e adolescentes; saber um pouco mais sobre a doutrina de proteção integral, um novo modelo de justiça na área de infância e juventude adotada pela Constituição Federal de 1988; informar-se sobre as políticas de atendimento e proteção integral à infância e juventude; e, principalmente, aprender quais são e como funciona cada um dos órgãos de defesa da criança e adolescente, como Conselho Tutelar, Defensoria Pública, Ministério Público e as Varas da Infância e Juventude do Poder Judiciário.

Para o juiz titular da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Várzea Grande, Jones Gattass Dias, a cartilha é uma forma de aproximar o Poder Judiciário da sociedade e das famílias, para que, juntos, atuem no combate às mazelas que atingem crianças e adolescentes, entre elas o consumo de drogas. Conforme o magistrado, a dependência química faz com que meninos e meninas de 13 a 14 anos comecem a praticar furtos. Embora os casos sejam frequentes, o magistrado lamenta que o Estado não ofereça condições de tratamento e recuperação desses jovens. “O que estamos fazendo agora é um trabalho de prevenção”, destacou o magistrado.

Membro da Comissão Multidisciplinar do Núcleo dos Agentes da Infância e Juventude da Comarca de Várzea Grande, o agente Tiago Perussi Lima Rodrigues assinalou que a cartilha prepara professores e coordenadores para lidar com situações de violência praticadas contra crianças e adolescentes. Isso é importante porque é na escola que a criança passa boa parte do seu dia e onde algumas situações de violência podem ocorrer, como o bullying, que são atos de violência física ou psicológica praticados contra alguém incapaz de se defender. Perussi afirmou ainda que as escolas precisam aprender a lidar com o menor infrator que cumpre medidas socioeducativas, sem preconceitos.

Abuso sexual – A data de lançamento da cartilha Justiça da Infância coincide com a campanha de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, desenvolvida em parceria entre a Comissão Multidisciplinar do Núcleo dos Agentes da Infância e Juventude da Comarca de Várzea Grande e a Vara da Infância e Juventude da referida unidade judiciária. No mês de maio, serão realizadas panfletagens em vários pontos de prostituição do município para mobilizar a sociedade contra o problema, que faz vítimas entre meninos e meninas, de todas as idades.

Na sexta-feira, dia 13, a mobilização será na região do Posto Zero, com a realização da abordagem educativa e distribuição de folders. No dia 20, a panfletagem será no Município de Nossa Senhora do Livramento. Nos dias 23 e 25 as ações serão concentradas no Terminal André Maggi. No dia 26, escolas municipais e estaduais promoverão atividades com os alunos para debater o tema. No dia 27, será realizada uma Sessão Pipoca, no Plenário do Fórum da Comarca de Várzea Grande, com apresentação de dois filmes que discutem a violência e o abuso sexual contra jovens. No dia 28, sábado, haverá a Jornada Policial e a programação ocorrerá na Academia de Polícia Costa Verde. Dúvidas sobre a campanha podem ser esclarecidas pelo telefone: (65) 3688-8477.