sábado, 18 de setembro de 2010

Seleção de Conteúdos: um pressuposto necessário nas discussões do Currículo de Ensino.

Iza Aparecida Saliés


Para alguns teóricos do currículo a antiga lista de conteúdos das disciplinas escolares, deixou de ter prioridade. Hoje a recomendações é que o conteúdo não precisa ser necessariamente o eixo importante para as discussões curriculares na escola, considerando que a linearidade das disciplinas escolares deixou de ter importância pela interdisciplinaridade e a contextualização dos conteúdos, concepções pedagógicas que dispensam a hierarquização das disciplinas.

Sedimentados na concepção de que as disciplinas escolares não precisam ser hierarquicamente organizadas no currículo, então, faz-se necessário refletir sobre o que se pretende com os conteúdos escolares, o que ensinar para quem ensinar e como ensinar de modo que a contemplar a educação básica com uma educação na perspectiva da formação integral do ser humano.

Quando estamos discutindo o que ensinar e o estamos ensinado surge ai uma grande dúvida para o professor, que conteúdo selecionar para a compreensão e o entendimento de determinado assunto que preciso ensinar? Qual é a relevância social desse conteúdo? Que conteúdo da minha disciplina pode possibilitar a interdisciplinaridade na área de conhecimento? Que conteúdo é de fato significativo para o aluno?

Com essas indagações precisamos parar e refletir sobre o que estamos ensinando para nossos alunos e o que está de fato surtindo efeito na aprendizagem deles. Só assim, poderemos conseguir entender que o professor está ensinado não representa necessariamente o que o aluno precisa, deseja, e que saber e ou aprender.

Como reverter à disparidade que há entre o que ensina e o que o aluno precisa aprender? Presos à antiga listagem de conteúdos da capa do livro didático, determinados professores encontram dificuldade em mudar sua prática de planejamento na hora de selecionar conteúdo, quando suscita essa necessidade verificamos certa resistência por parte dos professores em inovar suas cristalizadas práticas.

A discrepância que há entre a listagem de conteúdos e apenas uma questão metodológica, considerando que temos que estabelecer o que realmente preciso ensinar. É tão visível, que pouco se discute a seleção de conteúdos como um exercício necessário para compor e recompor as disciplinas dos componentes curriculares da educação básica.

Precisamos lembrar que quem está estudando tem expectativas quanto a sua escolarização, precisa saber o que vai aprender o que precisa aprender e o que vai servir para ele (a). A escola enquanto espaço de ensino e aprendizagem deve ter o compromisso não só de ampliar o acesso, mas também, de viabilizar a construção de conhecimento científico, suficientes para fortalecê-lo para a cidadania, para a vida e para o mundo do trabalho.

A nova escola, esse onde o aluno pode participar, ou seja, a democrática, nela o aluno precisa saber e entender o que precisa aprender como vai ser a sua avaliação, conhecer a proposta pedagógica da escola, o trabalho do professor e mais, participar como protagonista do processo de ensino e de aprendizagem, numa interface aberta, transparente e sem restrições, como também, com o devido respeito.

Agindo assim, o professor ficará mais seguro para diagnosticar e saber como está a sua turma, assim sendo, o professor estabelece uma relação amigável e de confiança com seus alunos, oportunizando a participação de todos nas discussões sobre os temas, eixos e até conteúdos que estudarão durante o ano letivo.

O professor ao escolher seus procedimentos metodológicos de ensino, selecionar os conteúdos da sua disciplina, o que é necessário e significativo para seus alunos, suas escolhas precisam ser fundamentadas num contexto bem próximo da realidade vivenciada por eles (as).

Sampaio (1995) faz a seguinte pergunta, o segredo da qualidade do conhecimento escolar está no currículo de ensino? Para ela os conteúdos precisam dar pistas para o trabalho pedagógico do professor e possibilitar mais flexibilidade, como também facilitar a formação dos alunos, que em muitos casos são economicamente e socialmente vulneráveis e marginalizados pela própria escola.

Então o professor pode indagar como valorizar os saberes que o aluno já possui de modo que eles possam servir de referencial para a seleção de conteúdos? Que conteúdos são necessários para ampliar sua compreensão de mundo? Que conceitos ensinar nos respectivos componentes curriculares das matrizes da educação básica, que sejam capazes de contextualizar com os conhecimentos do aluno, ou seja, da sua realidade com os conhecimentos científicos?

Ao discutir currículo, disciplina e área de conhecimento o professor precisa ter a clareza e o entendimento para selecionar conteúdos que possa ser socialmente relevante, que seja amplo quanto ao aspecto global, que valorize o regional e local, como deve também, atender as complexidades do mundo contemporâneo, as exigências da sociedade, das tecnologias, sempre na perspectiva da construção de conhecimentos que sirvam para a vida do aluno.

Assim, ao selecionar os conteúdos de forma ampla, discutida, pensada e repensada, fundamentada num currículo que não seja centrado apenas em conhecimentos básicos das disciplinas, apesar de encontrarmos os professores que insistem nessa prática, que ainda é comum nas escolas.

Precisamos alertar os professores para não deixar acontecer velhas práticas que freqüentemente se diluem no dia a dia da escola, pois alguns ainda persistem em trabalhar com conteúdos antigos, porém conceituados de clássicos, mas que na realidade podem estar promovendo o insucesso dos alunos.

As pesquisas realizadas no campo do currículo têm contribuído consideravelmente para melhorar as práticas escolares, e também traz no seu bojo contribuições e alertas, suficientes para compreender que o currículo oculto, aquele que de fato acontece na sala de aula é bastante diferente do currículo recomendado pelos Sistemas de Ensino.

Segundo Apple a King (1985, p.51), essa reflexão é importante porque o professor que compreende sua posição e suas práticas no contexto mais amplo está em melhor situação para entender o que, quando e como pode alterar em seu trabalho.

Para finalizar e concordando com os autores citados neste texto, afirmo em dizer que a prática pedagógica do professor que até pouco tempo era uma ação realizada entre quatro paredes, onde a relação professor, aluno, conteúdo, prova, avaliação acontecia sem o devido reconhecimento da pessoa interessada que é o aluno, as atividades pedagógicas importantes da escola ainda acontecem sem a devida participação do ator principal, o aluno, mas já estamos mobilizando para que seja efetivada realmente a participação dos alunos nas discussões curriculares da escola.



Referências

APPLE, Michael W. Repensando ideologia e currículo. In: MOREIRA, Antonio Flávio, SILVA, Tomás Tadeu (orgs.) Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 1994. P.39-57.

GIMENO SACRISTÁN, José. Escolarização e cultura: a dupla determinação. In: SILVA, Luiz Heron et al. Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996. p.34-58.

LEITE, Siomara B. Considerações em torno do significado do conhecimento. In: MOREIRA, Antonio Flávio (org.) Conhecimento educacional e formação do professor. Campinas: Papirus, 1995. p.11-25.

SAMPAIO, Maria das Mercês F. Problemas da elaboração e realização do currículo. Idéias, São Paulo, n.26, p.143-50, 1995.

SAMPAIO, Maria das Mercês F. Ensinar e Aprender: Reflexão e Criação.Vol.1.

SANTOS, Lucíola L. C. P., MOREIRA, Antonio Flávio. Questões de seleção e de organização do conhecimento. Idéias, São Paulo, n,26, p.47-65, 1995.

SILVA, Tomás Tadeu. O que produz e o que reproduz em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992

Ontem falta de educação, hoje agressão, amanhã ameaças: sou professor o que fazer?

Iza Aparecida Saliés


Agora, nós professores convivemos constantemente com conflitos sociais que explodem na escola, sejam eles da parte dos alunos, da comunidade ou dos pais. A escola passou a ser o espaço de deságüe dos das frustrações sociais das crianças, adolescentes e jovens, dos desajustes emocionais, dos desacertos pessoais e amorosos deles.

Por ser desta forma, nós professores temos que preparar para saber lidar com situações de conflito sem que haja desgaste emocional da nossa parte. Sabemos que não será fácil ter que agir como “apoio fraterno” na sala de aula, só que, para o ensino e aprendizagem aconteça com sucesso faz-se necessário trabalhar o emocional dos alunos, fator sentimento, econômico e familiar, pois a sua história de vida, traz consigo o bônus e o ônus de uma vivencia satisfatório ou não.

No “Blog do Corumbá” mais precisamente na coluna educação tinha uma notícia sobre um fato que ocorreu no Centro de Assistência Integral à Criança de Juiz de Fora (MG), um aluno agrediu com palavras, pontapés, tapa no rosto e ameaça de morte a vice – diretora da instituição, tudo aconteceu porque foi solicitado ao aluno que tirasse o boné, o que não é permitido o seu uso dentro da escola.

E mais, revoltado com a solicitação, o aluno ofendeu a vice-diretora com palavras de baixo calão e ameaçou quebrar o carro dela, e para completar, disse gritando que iria trazer uma faca para afrontá-la e colocar o revólver na cabeça dela. Por questão de segurança a mesma teve que registrar queixa na Polícia, visando prevenir maiores conseqüências, uma vez que um adolescente de 13 anos com esse tipo de comportamento parece ser um inconseqüente.

Temos problemas na escola com o uso do celular, do boné, da pulseira do sexo, de tudo que faz parte do mundo jovem, que quando usado fora dos padrões, interferem consideravelmente na vivencia escolar. O consumo exacerbado, o ter para ser, a vontade de pertencer a uma tribo e de ser aceito pelos (as) amigos (as) são necessidades que angustiam os jovens quando tornam difícil ou impossíveis de alcançar.

Como conviver com situações de conflito na escola? Conflitos que tornam os professores vulneráveis, expostas e indefesas. Tudo isso está acontecendo com freqüência no espaço escolar transformando a instituição num local de amparo, imposta a agasalhar adolescentes e jovens infratores e desprotegidos do seio familiar.

Os acontecimentos desagradáveis que acontecem no espaço escolar transformam a instituição num local assustador, desprotegido e preocupante, onde professores e funcionários estão sujeitos à agressão, desacato de adolescentes e jovens inconseqüentes que tentam tumultuar a rotina escolar.

Infelizmente chegamos a esse ponto, pois a falta de educação dos adolescentes e jovens, a falta de respeito pelas pessoas está prejudicando consideravelmente o processo ensino e aprendizagem deles, dificultado a relação professor – aluno, como também, as relações interpessoais na sala de aula.

A escola agora passou a ser o espaço onde os alunos deixam explodir suas mazelas, mágoas, ressentimentos do que acontece dentro ou de fora dela, não importa se o fato aconteceu fora da escola, o combinado entre eles é, na hora da aula, resolveremos.

Não importar se eu e o outro, se nós estamos ofendendo as pessoas os amigos e colegas, o que importa é que eu estou defendendo o que é interessante para mim, o que sinaliza a falta de referencia, de valores, de formação familiar, o que faz deles vítimas das próprias atitudes sejam elas benéficas ou maléficas.

Houve um tempo em que a escola era uma instituição de respeito, local de estudo, concentração, mas atualmente, não é essa a impressão que temos dela. As novas demandas sócias chegam à escola antes mesmo dela conseguir resolver, mesmo com todo aparato pedagógico que possui, ainda assim, não conseguimos resolvê-los. Muitos são os motivos que permeiam esses desconhecidos acontecimentos que pipocam na escola, que são realizados muitas vezes por menores de idade que fazem coisas erradas e dificilmente são punidos.

Apesar do imperioso trabalho que os Conselhos Tutelares estão realizando pelo Brasil afora, ainda assim, as apurações dos casos ficam a desejar, como bem sabemos uma hora a falha é do Sistema ou da legislação, em outra é da família ou da escola.

A situação está tão grave que a cada dia que passa um professor pele afastamento por motivos de saúde, há casos em que o professor passou a fala sozinha (o), sente seu coração disparar sem motivo aparente, não consegue controlar os alunos na sala de aula, ou seja, estão tendo dificuldade de domínio de classe ou não consegue atrair os alunos. O mais grave de tudo é que tudo isso acontece no momento de passar o conteúdo para eles, poucos ficavam prestando atenção na fala do professor.

Para os professores que são comprometidos profissionalmente, ficam apavorados, sentem angustiados (das) e impotentes diante da situação, ficam sem saber com lidar com os alunos na sala de aula, acaba que o professor fica nervoso, confuso, sendo que antes de entrar na profissão não era assim, era calmo.

Isso está acontecendo com professor que acabaram de ingressou na rede pública de ensino, recentemente foi aprovado no concurso, considerado apto a dar aulas. E para surpresa do Sistema e dele mesmo, ao passar três anos trabalhando com sala de aula, precisa tirar licença médica por sentir ansiedade, depressão e inquietude, sintomas que motivam a renovação constante de seus afastamentos da sala de aula.

Vejamos como está a situação do profissional da educação, aquele que foi preparado para ensinar está passando pó momentos de dificuldade para desempenhar sua própria função docente por falta de educação das crianças, adolescentes e jovens que deveriam ir para a escola educada como antigamente.

Projeto Político Pedagógico, documento escolar que deve retratar a cara da escola.

Iza Aparecida Saliés
 

A retórica sobre a concepção de educação que perpassa as discussões pedagógicas atuais, conduzem a perspectiva de um Currículo para a Educação Básica que esteja estruturado num Projeto Político Pedagógico configurado pelo conjunto de atores envolvidos com as questões pedagógicas da escola e validado pela comunidade escolar.

O Projeto Político Pedagógico da escola tem como princípio fundamental a participação de todos os envolvidos com as questões da escola, na sua discussão e elaboração. Além de ser um instrumento que possibilita o diálogo sobre as questões pedagógicas como currículo, a avaliação da aprendizagem, as metodologias, os temas relevantes, os eixos temáticos, os conceitos e ou conteúdos, ele estabelece os rumos da escola, rumo este, que precisa ser consenso de todos que participaram do processo e validado pela comunidade escolar.

No bojo dessa discussão a escola não pode deixar de considerar os saberes que os estudantes possuem, pois esse, servirão como referencial para os professores no momento de discutir a seleção de conteúdos a serem trabalhados na sala de aula, pois os mesmos, com certeza servirá de roteiro para delinear temas relevantes e contextualizados com a realidade vivida por eles.

Baseados nessa perspectiva, as estratégias de ensino escolhidas pela escola, com certeza serão mais significativas, pois, os temas, os conceitos e ou conteúdos surgirão das necessidades educativas deles, e servirão de base para compor o conjunto de aporte teórico necessários para a construção de conhecimento do estudante.

Por isso, faz-se necessário, que a escola reflita sua antiga prática pedagógica, discuta as diferentes concepções, organize grupo de estudo com os professores, para discutir, estudar e refletir sobre temas, teorias, concepções pedagógicas e metodológicas que possam contribuir com a formação integral do educando, para que mesmo esteja preparado para a vida e para o mundo do trabalho.

Essa nova forma de ensinar e aprender que nós professores precisamos dominar, antes de tudo precisa ser entendida, compreendida e aceita pelo professor. Faz-se necessário tempo para que a escola e os professores possam ajustar a essas novas necessidades socias.
 
Atualemtne discute-se a formação continuada como mecanismo de estudo individual ou coletivo onde o professor exercita o diálogo de modo que cada participante do grupo compartilhe suas idéias, crenças e concepções com seus pares.

Quando o processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico passa pela discussão com a comunidade escolar, oportunizando a todos participarem ativamente da gênese do documento, os objetivos, metas e finalidade são estabelecidas com o respaldo e de acordo com os que os pais querem para seus filhos, nesse momento, a escola está decidindo, assumindo posturas, optar por um currículo de ensino adequado as reais necessidades dessa clientela.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sabatina sobre História de Mato Grosso: e agora o que faço? *

Iza Aparecida Saliés


Achei oportuno falar sobre Mato Grosso não só pelo fato da comemoração do seu aniversário foi no dia 9 de maio, data comemorativa que desperta em nós um sentimento de saudade, aquela que relembra o velho e pequeno Estado, com pela vontade expor um problema que me angustia muito, é História de Mato Grosso nas escolas estaduais e particulares.

Mato Grosso um estado que até trinta anos atrás tinha as cidades na baixada cuiabana e alguns pequenos lugarejos que surgiam em decorrência da propaganda de colonização das terras mato-grossense, a parir daí houve um número significativo de pessoas que vinham para o Estado em busca de uma vida melhor.

O progresso foi inevitável, a população disparou , houve um número significativo de investimentos no Estado, a explosão migratória foi assustadora ocasionando sérios problemas estruturais, não houve tempo para Estado organizar melhor as cidades que surgiam. O nosso crescimento é célere, somos a síntese da diversidade brasileira, temos uma riqueza de diversidade cultural, abrigamos quase que todas as culturas brasileiras, estas, quando entrelaçadas com as nativas fazem de Mato Grosso, um Estado mais colorido, simpático e atraente.

Para expressar o carinho que tenho pela minha terra, pensei em descrever o que é amar este Estado, que é belo, acolhedor, aconchegante, caloroso e solidário, estes, são adjetivos que descrevem perfeitamente o que é este canto do país.

Sua trajetória foi permeada por descobertas de ouro, diamantes, terras férteis e de um povo simples que recebe de braços aberto qualquer pau rodado que aqui chega. Como diz o ditado cuiabano, quem não nasceu aqui “São Bom Jesus de Cuiabá mandou buscar”, para aqui ser feliz.

A História de Mato Grosso, apesar de estar nos livros e na memória coletiva de seus nativos, ainda assim precisa ser estudada pelos mato-grossenses por adesão. Faz-se necessário divulgá-la e colocá-la disposição de todos. Assim entendo que a educação é de fundamental importância para a concretização desse desejo, ou seja, garantir no Currículo Escolar conteúdos sobre a História do Estado tanto quanto ao seu passado como a contemporânea.

Não é difícil encontrar pessoas que aqui residem, ocupam cargos públicos e desconhecem a nossa história. Seu passado brilhante deve ser de conhecimento de todos, sem restrições, não podemos admitir que uma autoridade fale ou deixe de considerar os acontecimentos e personalidades que contribuíram significativamente com a história deste Estado, fiquem onipresentes, nas falas, nos discursos e eventos.

Para que possamos garantir que a História de Mato Grosso fique viva e seja respeitada, precisamos envidar esforços para preparar a escola com subsídios teóricos e fazer a formação dos professores. A escola está desenvolvendo alguns trabalhos pedagógicos sobre a História do Estado, são atividades ainda insuficientes, não contemplam a totalidade de conhecimento necessária para que o aluno conheça de fato o que foi e o que é seu Estado.

Por estar dessa forma, a História de Mato Grosso, nas escolas, faz-se necessário garantir no Currículo da Educação Básica do Estado, conteúdo sobre a História, Geografia, Literatura e Cultura, Costumes, Valores, pouco se vê e pouco se sabe sobre o Estado, constantemente vejo pessoas comentando fatos do cotidiano de forma descontextualizados sem aprofundamento conceitual do passado da nossa história.

As publicações sobre a História, Geografia, Literatura e Cultura Mato-grossense são muito acadêmicos e pouco didáticos, para ser adotado pelas escolas precisam ter uma leitura mais pedagógica, de modo que possa ser utilizada pelo professor e pelo aluno. Como é sabido, há necessidade de garantir recursos para investir em publicações de livros didáticos e pedagógicos sobre Estudos sobre Mato Grosso para que a escola possa utilizar com os alunos de uma foram bem didática.

Além dos investimentos realizados e ou programados, é preciso que o Sistema Estadual de Ensino priorize ações que fortaleçam a Formação de Professor com capacitação especifica oficinas e cursos com foco no ensino de conteúdos referentes ao passado e presente de Mato Grosso e garantir que os conteúdos nas disciplinas escolares, obrigatoriamente.

É visível que a falta de conteúdos e material pedagógico e didático sobre o Estado, isso, dificulta consideravelmente os trabalhos dos professores com os componentes curriculares do Currículo da Educação Básica de Mato Grosso. Notadamente percebemos os reflexos dessa deficiência da escola, quando o aluno vai fazer um concurso ou uma seleção, eles, ficam preocupados com o conteúdo sobre Mato Grosso que devem estudar. Parece que as pessoas sabem pouco ou quase nada sobre Mato Grosso.

Nosso jeito de ser surgiu das misturas que fez desta terra um espaço geográfico ocupado por diferentes povos, culturas, costumes, tradições que sem querer, sufocaram nossa vidinha de cidade provinciana, mas, que abriga pessoas ilustres, pessoas simples, também chamadas de acomodados.

Sabe que eu até gosto, de ser chamada de acomodada, um matogrossense de verdade é tranqüilo, calmo, de pouca ambição, pouco atrevido, gosta de sombra e água fresca sim, pode caçoar, nós não zangamos.

Garantir nossos costumes e valores, é um compromisso da escola, como também, é o de ensinar as novas culturas que estão lentamente integrando a nossa, mudando de forma benéfica o nosso cotidiano, na escola, no trabalho e na vida.

*Artigo publicado no http:// www.seduc.mt.gov.br
terça-feira, 13 de julho de 2010



Iza Aparecida Saliés
Comissão de Qualificação Profissional
Superintendência de Formação de Professor/Seduc
O tempo político na TV, como dar uma aula instigante.

Iza Aparecida Saliés

Parece chato, ver e ouvir o tempo político na TV, nós, que já estamos cansados dessa façanha obrigatória, achamos que de nada adianta assistir a fala e as propostas políticas dos candidatos. Mas, o assunto, o tempo político na TV, demanda uma grande variedade de possibilidades pedagógicas que a escola pode utilizar numa aula de qualquer disciplina escolar.

Sabemos, melhor do que ninguém que muitas das falas são apenas promessas impossíveis de serem realizadas, outras possíveis, ainda assim, o professor pode explorar pedagogicamente o que passa no tempo político da TV. Quando o professor coloca o assunto em pauta, na sala de aula, ele está possibilitando aos alunos uma discussão fundamentada em conhecimentos científicos. Ao dispor para os alunos esse conhecimento, os mesmos terão a oportunidade de entender, compreender e analisar as possíveis situações do fato, ou seja, o que está sendo discutido sobre a fala do candidato.


Ao fazer a analise conjunta professor e alunos, na sala de aula, deixando que eles falem, discutam e formem o seu próprio conceito, sobre o assunto, ao utilizar dessa prática, o professor está dando uma aula motivada, de interesse deles, com tema atual, contextualizado, despertando o interesse em discutir, com conhecimento, assunto do cotidiano deles.

Então, a escola pode explorar pedagogicamente as propostas para as políticas publicas apresentadas pelos candidatos ao cargo de governador e as sugestões dos candidatos ao cargo de legislador. Esta seria a pergunta que o professor faria para os alunos, quais seriam as necessidades do mato-grossense em relação os assuntos políticos, sociais, econômicos, ou seja, globais de interesse da sociedade? Esta é apenas uma sugestão, pois, o professor sabe melhor do que ninguém, selecionar o seu conteúdo ou tema a trabalhar.


Ao trabalhar temas complexos no currículo escolar, com o tempo político na TV, o professor precisa tomar o cuidado no momento de selecionar os conteúdos que deverão abordar durante a aula, esses conteúdos, precisam necessariamente ter significado para os alunos, próximos da sua realidade, além de estar relacionado com os conhecimentos científicos necessários para a sua formação escolar, seja ela, em que etapa de aprendizagem o aluno está estudando.

Quando a escola utilização da estratégia de escolher temas atuais para provocar a aprendizagem, ela está possibilitando uma aula dinâmica, motivadora, polêmica, envolvente, onde, todos podem e devem discutir o assunto, emitir sua opinião, mesmo que ela seja ancorada em saberes do senso comum, não importa o que é fundamental, é a participação do aluno. Esta o professor não pode abrir mão, deixar passar.

Não é fácil delimitar esse tema para abordar na sala de aula, mas, o professor deve estar preparado para as possíveis demandas de curiosidades, necessidades e indagações feitas pelos alunos. Dar uma aula dessas, antes de tudo, o professor precisa planejar, estudar, dirimir toda a duvida e listar os referencia teóricos estudados, para não deixar dúvidas sobre o assunto. E ainda, o professor deve sugerir possíveis leituras, caso o aluno queiro aprofundar no assunto.

Para o currículo escolar essas discussões de cunho nacional, atual e de interesse da sociedade, como dizem assunto do momento, passa a ser um tema significativo, instigante tanto para o aluno domo para o próprio professor, considerando que muitas pessoas discutem política de forma caseira, sem fundamentação conceitual, coisa que a escola é responsável de desenvolver esse conhecimento, portanto precisamos utilizar desses mecanismos pedagógicos que estão disponíveis para o professor.

O tema o tempo político na TV, é um temas bastante provocador de ampla discussão, que pode possibilitar a interdisciplinaridade nas áreas de conhecimento do currículo, pois ao professor é possível um universo de possibilidades na sua disciplina, podendo utilizar práticas pedagógicas dinâmicas e apresentando conteúdos contextualizados com a realidade do aluno.

Publicado - quinta feira, 09 de setembro de 2010
http://www.seduc.mt.gov.br/