sábado, 18 de setembro de 2010
Seleção de Conteúdos: um pressuposto necessário nas discussões do Currículo de Ensino.
Ontem falta de educação, hoje agressão, amanhã ameaças: sou professor o que fazer?
Projeto Político Pedagógico, documento escolar que deve retratar a cara da escola.
Iza Aparecida Saliés
A retórica sobre a concepção de educação que perpassa as discussões pedagógicas atuais, conduzem a perspectiva de um Currículo para a Educação Básica que esteja estruturado num Projeto Político Pedagógico configurado pelo conjunto de atores envolvidos com as questões pedagógicas da escola e validado pela comunidade escolar.
O Projeto Político Pedagógico da escola tem como princípio fundamental a participação de todos os envolvidos com as questões da escola, na sua discussão e elaboração. Além de ser um instrumento que possibilita o diálogo sobre as questões pedagógicas como currículo, a avaliação da aprendizagem, as metodologias, os temas relevantes, os eixos temáticos, os conceitos e ou conteúdos, ele estabelece os rumos da escola, rumo este, que precisa ser consenso de todos que participaram do processo e validado pela comunidade escolar.
No bojo dessa discussão a escola não pode deixar de considerar os saberes que os estudantes possuem, pois esse, servirão como referencial para os professores no momento de discutir a seleção de conteúdos a serem trabalhados na sala de aula, pois os mesmos, com certeza servirá de roteiro para delinear temas relevantes e contextualizados com a realidade vivida por eles.
Baseados nessa perspectiva, as estratégias de ensino escolhidas pela escola, com certeza serão mais significativas, pois, os temas, os conceitos e ou conteúdos surgirão das necessidades educativas deles, e servirão de base para compor o conjunto de aporte teórico necessários para a construção de conhecimento do estudante.
Por isso, faz-se necessário, que a escola reflita sua antiga prática pedagógica, discuta as diferentes concepções, organize grupo de estudo com os professores, para discutir, estudar e refletir sobre temas, teorias, concepções pedagógicas e metodológicas que possam contribuir com a formação integral do educando, para que mesmo esteja preparado para a vida e para o mundo do trabalho.
Essa nova forma de ensinar e aprender que nós professores precisamos dominar, antes de tudo precisa ser entendida, compreendida e aceita pelo professor. Faz-se necessário tempo para que a escola e os professores possam ajustar a essas novas necessidades socias.
Atualemtne discute-se a formação continuada como mecanismo de estudo individual ou coletivo onde o professor exercita o diálogo de modo que cada participante do grupo compartilhe suas idéias, crenças e concepções com seus pares.
Quando o processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico passa pela discussão com a comunidade escolar, oportunizando a todos participarem ativamente da gênese do documento, os objetivos, metas e finalidade são estabelecidas com o respaldo e de acordo com os que os pais querem para seus filhos, nesse momento, a escola está decidindo, assumindo posturas, optar por um currículo de ensino adequado as reais necessidades dessa clientela.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Iza Aparecida Saliés
Achei oportuno falar sobre Mato Grosso não só pelo fato da comemoração do seu aniversário foi no dia 9 de maio, data comemorativa que desperta em nós um sentimento de saudade, aquela que relembra o velho e pequeno Estado, com pela vontade expor um problema que me angustia muito, é História de Mato Grosso nas escolas estaduais e particulares.
Mato Grosso um estado que até trinta anos atrás tinha as cidades na baixada cuiabana e alguns pequenos lugarejos que surgiam em decorrência da propaganda de colonização das terras mato-grossense, a parir daí houve um número significativo de pessoas que vinham para o Estado em busca de uma vida melhor.
O progresso foi inevitável, a população disparou , houve um número significativo de investimentos no Estado, a explosão migratória foi assustadora ocasionando sérios problemas estruturais, não houve tempo para Estado organizar melhor as cidades que surgiam. O nosso crescimento é célere, somos a síntese da diversidade brasileira, temos uma riqueza de diversidade cultural, abrigamos quase que todas as culturas brasileiras, estas, quando entrelaçadas com as nativas fazem de Mato Grosso, um Estado mais colorido, simpático e atraente.
Para expressar o carinho que tenho pela minha terra, pensei em descrever o que é amar este Estado, que é belo, acolhedor, aconchegante, caloroso e solidário, estes, são adjetivos que descrevem perfeitamente o que é este canto do país.
Sua trajetória foi permeada por descobertas de ouro, diamantes, terras férteis e de um povo simples que recebe de braços aberto qualquer pau rodado que aqui chega. Como diz o ditado cuiabano, quem não nasceu aqui “São Bom Jesus de Cuiabá mandou buscar”, para aqui ser feliz.
A História de Mato Grosso, apesar de estar nos livros e na memória coletiva de seus nativos, ainda assim precisa ser estudada pelos mato-grossenses por adesão. Faz-se necessário divulgá-la e colocá-la disposição de todos. Assim entendo que a educação é de fundamental importância para a concretização desse desejo, ou seja, garantir no Currículo Escolar conteúdos sobre a História do Estado tanto quanto ao seu passado como a contemporânea.
Não é difícil encontrar pessoas que aqui residem, ocupam cargos públicos e desconhecem a nossa história. Seu passado brilhante deve ser de conhecimento de todos, sem restrições, não podemos admitir que uma autoridade fale ou deixe de considerar os acontecimentos e personalidades que contribuíram significativamente com a história deste Estado, fiquem onipresentes, nas falas, nos discursos e eventos.
Para que possamos garantir que a História de Mato Grosso fique viva e seja respeitada, precisamos envidar esforços para preparar a escola com subsídios teóricos e fazer a formação dos professores. A escola está desenvolvendo alguns trabalhos pedagógicos sobre a História do Estado, são atividades ainda insuficientes, não contemplam a totalidade de conhecimento necessária para que o aluno conheça de fato o que foi e o que é seu Estado.
Por estar dessa forma, a História de Mato Grosso, nas escolas, faz-se necessário garantir no Currículo da Educação Básica do Estado, conteúdo sobre a História, Geografia, Literatura e Cultura, Costumes, Valores, pouco se vê e pouco se sabe sobre o Estado, constantemente vejo pessoas comentando fatos do cotidiano de forma descontextualizados sem aprofundamento conceitual do passado da nossa história.
As publicações sobre a História, Geografia, Literatura e Cultura Mato-grossense são muito acadêmicos e pouco didáticos, para ser adotado pelas escolas precisam ter uma leitura mais pedagógica, de modo que possa ser utilizada pelo professor e pelo aluno. Como é sabido, há necessidade de garantir recursos para investir em publicações de livros didáticos e pedagógicos sobre Estudos sobre Mato Grosso para que a escola possa utilizar com os alunos de uma foram bem didática.
Além dos investimentos realizados e ou programados, é preciso que o Sistema Estadual de Ensino priorize ações que fortaleçam a Formação de Professor com capacitação especifica oficinas e cursos com foco no ensino de conteúdos referentes ao passado e presente de Mato Grosso e garantir que os conteúdos nas disciplinas escolares, obrigatoriamente.
É visível que a falta de conteúdos e material pedagógico e didático sobre o Estado, isso, dificulta consideravelmente os trabalhos dos professores com os componentes curriculares do Currículo da Educação Básica de Mato Grosso. Notadamente percebemos os reflexos dessa deficiência da escola, quando o aluno vai fazer um concurso ou uma seleção, eles, ficam preocupados com o conteúdo sobre Mato Grosso que devem estudar. Parece que as pessoas sabem pouco ou quase nada sobre Mato Grosso.
Nosso jeito de ser surgiu das misturas que fez desta terra um espaço geográfico ocupado por diferentes povos, culturas, costumes, tradições que sem querer, sufocaram nossa vidinha de cidade provinciana, mas, que abriga pessoas ilustres, pessoas simples, também chamadas de acomodados.
Sabe que eu até gosto, de ser chamada de acomodada, um matogrossense de verdade é tranqüilo, calmo, de pouca ambição, pouco atrevido, gosta de sombra e água fresca sim, pode caçoar, nós não zangamos.
Garantir nossos costumes e valores, é um compromisso da escola, como também, é o de ensinar as novas culturas que estão lentamente integrando a nossa, mudando de forma benéfica o nosso cotidiano, na escola, no trabalho e na vida.
*Artigo publicado no http:// www.seduc.mt.gov.br
terça-feira, 13 de julho de 2010
Iza Aparecida Saliés
Comissão de Qualificação Profissional
Superintendência de Formação de Professor/Seduc
Iza Aparecida Saliés
Parece chato, ver e ouvir o tempo político na TV, nós, que já estamos cansados dessa façanha obrigatória, achamos que de nada adianta assistir a fala e as propostas políticas dos candidatos. Mas, o assunto, o tempo político na TV, demanda uma grande variedade de possibilidades pedagógicas que a escola pode utilizar numa aula de qualquer disciplina escolar.
Sabemos, melhor do que ninguém que muitas das falas são apenas promessas impossíveis de serem realizadas, outras possíveis, ainda assim, o professor pode explorar pedagogicamente o que passa no tempo político da TV. Quando o professor coloca o assunto em pauta, na sala de aula, ele está possibilitando aos alunos uma discussão fundamentada em conhecimentos científicos. Ao dispor para os alunos esse conhecimento, os mesmos terão a oportunidade de entender, compreender e analisar as possíveis situações do fato, ou seja, o que está sendo discutido sobre a fala do candidato.
Ao fazer a analise conjunta professor e alunos, na sala de aula, deixando que eles falem, discutam e formem o seu próprio conceito, sobre o assunto, ao utilizar dessa prática, o professor está dando uma aula motivada, de interesse deles, com tema atual, contextualizado, despertando o interesse em discutir, com conhecimento, assunto do cotidiano deles.
Então, a escola pode explorar pedagogicamente as propostas para as políticas publicas apresentadas pelos candidatos ao cargo de governador e as sugestões dos candidatos ao cargo de legislador. Esta seria a pergunta que o professor faria para os alunos, quais seriam as necessidades do mato-grossense em relação os assuntos políticos, sociais, econômicos, ou seja, globais de interesse da sociedade? Esta é apenas uma sugestão, pois, o professor sabe melhor do que ninguém, selecionar o seu conteúdo ou tema a trabalhar.
Ao trabalhar temas complexos no currículo escolar, com o tempo político na TV, o professor precisa tomar o cuidado no momento de selecionar os conteúdos que deverão abordar durante a aula, esses conteúdos, precisam necessariamente ter significado para os alunos, próximos da sua realidade, além de estar relacionado com os conhecimentos científicos necessários para a sua formação escolar, seja ela, em que etapa de aprendizagem o aluno está estudando.
Quando a escola utilização da estratégia de escolher temas atuais para provocar a aprendizagem, ela está possibilitando uma aula dinâmica, motivadora, polêmica, envolvente, onde, todos podem e devem discutir o assunto, emitir sua opinião, mesmo que ela seja ancorada em saberes do senso comum, não importa o que é fundamental, é a participação do aluno. Esta o professor não pode abrir mão, deixar passar.
Não é fácil delimitar esse tema para abordar na sala de aula, mas, o professor deve estar preparado para as possíveis demandas de curiosidades, necessidades e indagações feitas pelos alunos. Dar uma aula dessas, antes de tudo, o professor precisa planejar, estudar, dirimir toda a duvida e listar os referencia teóricos estudados, para não deixar dúvidas sobre o assunto. E ainda, o professor deve sugerir possíveis leituras, caso o aluno queiro aprofundar no assunto.
Para o currículo escolar essas discussões de cunho nacional, atual e de interesse da sociedade, como dizem assunto do momento, passa a ser um tema significativo, instigante tanto para o aluno domo para o próprio professor, considerando que muitas pessoas discutem política de forma caseira, sem fundamentação conceitual, coisa que a escola é responsável de desenvolver esse conhecimento, portanto precisamos utilizar desses mecanismos pedagógicos que estão disponíveis para o professor.
O tema o tempo político na TV, é um temas bastante provocador de ampla discussão, que pode possibilitar a interdisciplinaridade nas áreas de conhecimento do currículo, pois ao professor é possível um universo de possibilidades na sua disciplina, podendo utilizar práticas pedagógicas dinâmicas e apresentando conteúdos contextualizados com a realidade do aluno.
Publicado - quinta feira, 09 de setembro de 2010
http://www.seduc.mt.gov.br/