sábado, 18 de fevereiro de 2012

Aprendizagem Sistêmica - Aceitando as diferenças

Aprendizagem Sistêmica - Aceitando as diferenças



Com este artigo, queremos mostrar aos professores como trabalhar habilidades sociais junto a seus alunos. Nele, falaremos sobre a importância dos alunos trabalharem juntos, como despertar a vontade entre eles, e como ensinar habilidades que melhorem o desempenho acadêmico e o convívio social.


Se pedíssemos aos nossos alunos para atuar em grupos e os deixássemos livres para escolher em sua própria equipe, certamente eles escolheriam de acordo com seus interesses, conquistas e gênero.

Se trabalharmos com equipes heterogêneas, mesmo com certa resistência dos alunos no início, designamos a eles a oportunidade de se conhecerem e se aceitarem melhor, aplicando estruturas que possibilitem o grupo a se conhecer.

Tendo despertado o interesse de trabalhar junto, precisamos trabalhar as habilidades para se trabalhar junto. Quando formamos grupos heterogêneos, temos grandes riscos de tornar alunos desmotivados, tímidos, rejeitados etc., isso pelo simples fato de algum membro do grupo não ter aptidão para trabalhar em equipe.

Suponhamos, por exemplo, que em um grupo exista uma aluna de alto desempenho, que tenha mais facilidade com certo conteúdo que está sendo aplicado. Mesmo que não seja sua intenção magoar seus colegas de grupo, a aluna começa a ditar as respostas do exercício sem antes mesmo contar com a participação dos seus pares. Neste exemplo citado, o ideal seria que a aluna explicasse , passo a passo, ensinasse, cooperasse e não simplesmente ditasse.

Atualmente, o tema Bullying tem conquistado grande importância. Diariamente vemos inúmeros comportamentos inadequados como agressões , seja de professores por alunos, seja de aluno por professores, que chocam a sociedade e afetam diretamente o rendimento escolar. Este assunto, que tem vindo à tona apenas recentemente, vem se tornando cada vez mais relevante para estudar comportamentos que atingem milhares de crianças e adolescentes.

Tendo em conta algumas manifestações psicológicas exibidas nos alunos, como agressões, baixa autoestima e depressão, entre outros, as estruturas da Aprendizagem Sistêmica trabalham habilidades sociais que estão em falta para o desenvolvimento humano. Educação é ensinar e aprender. Para isso, podemos desenvolver os alunos para um aprendizado cooperativo e não competitivo, pelo simples fato de trabalharem em grupos o tempo todo. Basta praticar!

Inúmeras estruturas auxiliam no desenvolvimento de habilidades sociais como saber escutar, esperar, elogiar, revezar, ajudar etc. São estratégias que podem ser utilizadas em qualquer conteúdo acadêmico que estimulam o trabalho em equipe, a comunicação e a liderança pessoal. Nosso maior objetivo é contribuir positivamente para os alunos que ensinamos, não só no meio acadêmico, mas para a vida.

Algumas estruturas, tais como “Roda Vida”, “Dupla Dinâmica” e “Troca Cronometrada”, desenvolvem habilidades sociais de revezamento e elogio entre os membros das equipes. Já habilidades sociais, como saber escutar, entender e ajudar, estruturas como “Coach Duplo”, “Quanto vale esta ideia” e “Ciranda”, são excelentes maneiras de estimular estes comportamentos.

O importante neste aprendizado é que o professor deverá deixar todos os alunos cientes de quais habilidades sociais eles estarão praticando naquela determinada atividade; assim, cada um estará consciente do objetivo proposto. Com as estruturas trabalhadas constantemente, rapidamente os alunos aprenderão esses comportamentos e, com o passar do tempo, as habilidades sociais estarão presentes automaticamente em seu cotidiano.

Outro ponto relevante que vale a pena ser citado é a variedade de papéis designados para um aluno desempenhar, no s qua is ele é o maior responsável em realizar aquela determinada tarefa ou ação que melhoram o trabalho em equipe. Todos estes papéis cooperativos, delegados pelo próprio professor, incentivam a liderança e ressaltam a necessidade de adquirir tais habilidades sociais.

Um papel cooperativo, citado no livro de base desenvolvido pelo psicólogo Dr. Spencer Kagan, é o papel de “Encorajador”, no qual o aluno que foi designado a realizar esta responsabilidade terá como maior objetivo motivar a sua equipe. Já o responsável pelo papel do “Parabenizador” será o aluno que trabalhará habilidades sociais, tais como elogiar seus pares ou seu grupo de trabalho, promovendo o aumento da autoestima e o clima do grupo.

“Animador de Equipe”, “Orientador”, “Guia do Foco” e “Pensador” são outros exemplos de papéis cooperativos, que trabalham habilidades como: celebrar conquistas, ajudar, manter-se focado na tarefa e refletir. Por fim, todas as estratégias da Aprendizagem Sistêmica facilitam o aprendizado acadêmico, além de oferecer oportunidades benéficas e positivas na sala de aula, contribuindo para a diminuição da violência escolar e elevando a inclusão social.

É importante enfatizar a necessidade de formar alunos que saibam, acima de tudo, respeitar as diferenças e saber conviver com elas, propondo desafios que trabalhem habilidades individuais para serem sempre praticadas e compartilhadas.


Marina Budin

marina.budin@fk1.com.br

Orientadora e Consultora do Planeta Educação. Graduada em Administração de Empresas, cursando MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Entendendo um pouco mais sobre o comportamento violento das crianças

Este é sem dúvida um complexo e desafiante assunto para pais e educadores, que ao atingir mundialmente grande dimensão, passou a ser estudado nas esferas da política e da segurança pública.

Infelizmente não é um episódio raro, ver-se diariamente nos jornais internacionais e nacionais, notícias alarmantes sobre atos de constrangimento causados por jovens que ainda deveriam estar brincando. O vandalismo público, a violência familiar, escolar, a agressão gratuita e a autoagressão estão documentados em artigos, fotos, filmes.

Essa grande incidência do comportamento truculento entre grupos de jovens, que passam rapidamente da briga entre iguais, para o massacre físico e psicológico e cujo estudo vem preenchendo as prateleiras das livrarias, fruto da pesquisa de educadores e cientistas alarmados com as consequências do problema, não está ainda totalmente esclarecido.

Como profissional ligada à educação e à saúde, tenho constatado pessoalmente que, ao longo destes últimos anos, o fato aumentou quantitativamente e que cada vez crianças mais novas estão envolvidas nos acontecimentos e nem sempre como vítimas!

Difícil é explicar aos pais, porque até uma criança pequena pode ser autora de comportamentos impulsivos, explosivos, absolutamente fora do controle dos adultos: ataques de birra, de verdadeira ira, depredação de bens, uso de vocabulário desrespeitoso, insolência, deboche, pouco caso, crueldade, destruição de propriedade alheia, entre outros.

Infelizmente, enquanto as crianças são pequenas, por uma questão de proximidade amorosa ou até por negligência, a família vai deixando passar as melhores ocasiões de educar, repreender, orientar. Muitos pensam: “puxou pra fulano”...”eu era assim”...com o “tempo passa”...Triste engano! Tirando as patologias psiquiátricas que justificam alguns desses comportamentos, o que falta é energia a esses pais, esclarecimento sobre o desenrolar futuro do modo de agir de seu pequeno tirano.

Limites e controle, não se ganham de um momento para o outro: é preciso aprender, vivenciar respeito dentro da própria família. Infelizmente, vítimas de agressões físicas, abusos de toda ordem, mau trato emocional, rejeição, muitas crianças e jovens nem imaginam o que seja respeito ao próximo.

Presenciam seus avós serem menosprezados, humilhados e explorados em todos os sentidos, passam por experiências diárias de brigas, discussões em seus lares, assistem à valorização excessiva dos bens materiais e o rechaço aos valores morais e espirituais, a insaciável ganância, a idolatria à aparência, a falta de respeito à hierarquia, à autoridade.

Vivendo desde cedo em comunidades violentas, sem adultos que lhe dê orientação, expostos horas e horas aos filmes, jogos, brincadeiras, veiculados na TV, na internet, nas diversas publicações, o comportamento truculento e impune torna-se cada vez mais arraigado e passa a fazer parte da personalidade da criança. Assim com o tempo, com o acesso fácil ao álcool, às drogas e armas, o dinheiro fácil passa a ser o valor ambicionado, custe o que custar!

E não estou falando apenas de crianças abandonadas ou que vivem em periferias menos abonadas: sob uma capa de sofisticação, de falso modernismo, essas coisas acontecem em toda gama de classes sociais e econômicas.

É claro que o estresse socioeconômico na família, a miséria, a fome, a privação de afeto, o abandono da escola, o pouco cuidado dos pais, tornam os indivíduos mais susceptíveis à agressividade. Mas ela não é exclusiva desses ambientes, como qualquer manchete jornalística, nas páginas policiais pode nos mostrar.

Ataques de fúria, irritabilidade, impulsividade exagerada, intolerância à frustração, abandono da escola, são comportamentos que devem chamar a atenção dos pais e professores, em qualquer que seja a idade em que se apresente.

Observar bem a criança e o jovem, procurar estar mais perto, acompanhá-lo, escutá-lo, são as primeiras providências a tomar. Mas ao mesmo tempo é indispensável procurar orientação profissional, para que uma avaliação seja feita e um tratamento possa ser iniciado, para realmente ajudar essa criança a conter sua agressividade, arcar com responsabilidades e manifestar suas frustrações de maneira adequada, assim como a família deve ser orientada a melhor conduzir suas questões internas e seu modo de relação com o mundo.



Maria Irene Maluf

irenemaluf@uol.com.br

Pedagoga, especialista em Educação Especial e Psicopedagogia.

Salas de aula tradicionais se adaptam ao uso das novas tecnologias

Salas de aula tradicionais se adaptam ao uso das novas tecnologias



Este é um período do ano em que professores e alunos retornam às salas de aula .Olhando a transformação pela qual passa o ensino brasileiro, não tem como passar despercebido as mudanças que estão ocorrendo nas escolas, causadas pelo impacto das novas tecnologias que estão modificando as formas de aprendizado e a relação entre professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem.

Até há pouco tempo, com raras exceções, as escolas dispunham de quadro negro e giz, slides e livros impressos. Hoje, na era do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, sobretudo com o acesso cada vez maior à internet (rede mundial de computadores), os professores precisam se adaptar ao uso de novos instrumentos de trabalho: a antiga lousa é substituída pela lousa digital; livros dão lugar a tablets; notebooks são vistos cada vez com mais frequência sobre as carteiras e os alunos tem cada vez mais acesso a bibliotecas virtuais e a banco de dados (pesquisas) com apenas um click; telões de videoconferência diminuem as distâncias entre professores e alunos; o uso de projetor multimídia contribui para a criação de novas estratégias de aprendizado e cada vez mais pilhas de livros são substituídas por livros e apostilas baixadas da internet e os seus conteúdos são armazenados no pequeno pen drive.

A tecnologia é vista com bons olhos pela maioria dos profissionais da educação, pois os recursos tecnológicos permitem produzir e compartilhar conteúdos como textos, fotos e vídeos, criando interatividade e modificando a lógica do aprendizado. As salas de aula modernas são mais interessantes do que as tradicionais e quando os recursos tecnológicos são utilizados corretamente oferecem uma grande gama de recursos e estímulos aos alunos.

Os professores tem grandes desafios a serem superados diante de tanta tecnologia. É imprescindível que o professor de hoje esteja aberto às novas descobertas e veja as novas tecnologias como auxiliares no seu desenvolvimento educacional e, através dessas tecnologias que fazem parte do dia a dia dos seus alunos, aprendam a interagir e criar neles o gosto pela pesquisa.A comunidade virtual fornece uma aprendizagem colaborativa tanto ao aluno como para o professor, pois ao fazer debates sobre certos temas, eles podem aprofundar seus conhecimentos nos bancos de dados disponíveis na internet.

Já as escolas tradicionais que ainda têm em suas salas de aula, espaços compostos apenas por lousa, giz, carteiras, livros impressos, cadernos e ainda persistem nos métodos tradicionais de ensino onde o professor fala, o aluno escuta; o professor dita, o aluno escreve; ou seja, um ambiente pouco estimulante para as crianças e adolescentes de hoje, que vivem num mundo bombardeado por informações e interatividade, podem estar com os dias contados.

No mundo globalizado, a educação baseada no método tradicional de ensino se torna cada vez mais obsoleta e perde espaço para a nova eduçação, que tem por finalidade atender a uma crescente demanda de estudantes mais autossuficientes que passam a ver o professor como orientador. As escolas por sua vez, pressionadas por pais e alunos e pela própria sociedade, sentem-se obrigadas a se adaptarem aos crescentes avanços tecnológicos para se manterem no competitivo mercado da educação.

Nos últimos anos, muitas escolas buscaram adaptar os novos recursos tecnológicos aos seus padrões de ensino, com isso proporcionaram maior aprendizado e melhoria na qualidade do ensino. Diante desta realidade, o grande desafio para educadores e educandos é aprender a lidar com a pluralidade e aliar a tecnologia à educação, que quando bem utilizadas trazem grandes benefícios pedagógicos e proporcionam significativos avanços nas formas de ensinar e aprender.


Rosemary de Ross

rose.ross@brturbo.com.br

Formada em Letras (Funesp). Cursou Teologia para Leigos. É escritora e autora dos livros: "Mensagens e orações para diversas situações do dia a dia" e '"Uma mensagem por dia, o ano todo", da Paulinas Editora.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Discalculia – o horror à matemática

As dificuldades de aprendizagem da matemática muitas vezes são justificadas por explicações pedagógicas não suficientemente precisas, tais como: dificuldades nas habilidades pré-requeridas; falhas na compreensão de conceitos, reforço inadequado ou insuficiente, escassas oportunidades para a prática e até mesmo dificuldades de “ensinagem”. No entanto, nem sempre estas são as causas dos insucessos na aprendizagem da matemática. A razão pode ser um transtorno chamado discalculia.

Estudo dirigido pelo matemático Brian Butterworth, mostrou que entre 1.500 crianças examinadas, de 3% a 6% delas mostravam sinais de discalculia. Outros estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, Europa e Israel mostram que a prevalência da discalculia nestes países varia ao redor de 3 a 6,5%. Apesar de quase 5% da população mundial sofrerem com os sintomas deste transtorno, a maioria das pessoas nunca ouviu falar nisso.

O que é Discalculia?

Discalculia é um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas, as quais incluem as habilidades linguísticas, perceptuais e de atenção. Não decorre de uma lesão cerebral, mas de disfunções neurológicas ou imaturidade das funções neurológicas, e está associada às dificuldades específicas no processo da aprendizagem do cálculo, que se observam entre indivíduos de inteligência normal. Decorre de falhas na representação dos fatos numéricos, na execução dos procedimentos aritméticos e respectiva representação espacial, na impossibilidade de realizar cálculos mentais, de reconhecer a relação entre os diversos conceitos e utilizá-los na resolução de situações-problema.

Como reconhecer um discalcúlico?

Os discalcúlicos têm inteligência normal ou superior. A aquisição da linguagem (oral, leitura, escrita) acontece muitas vezes de forma mais acelerada, e, não raro, apresentam habilidades poéticas. Perdem objetos frequentemente e dão a impressão de distraídos. Podem apresentar dificuldades para entender ordens e planejar estratégias em jogos, de lembrar regras e fórmulas. É comum demonstrarem dificuldades em dançar porque não lembram a sequência de passos de uma dança. Os discalcúlicos parecem ter medo de lidar com números, sentem-se incapazes de realizar cálculos mentalmente, demonstram dificuldades de entender o conceito e o manejo das operações e até mesmo de fixar a tabuada. Demoram mais para compreender as operações inversas como subtração e divisão. Embora reconheçam os números, não conseguem estabelecer relações entre eles, montar operações e identificar corretamente os sinais matemáticos. As noções de espaço e tempo também são comprometidas e demoram para aprender a ler as horas, saber a sequência dos meses, do ano, lidar com as noções temporais de dia, mês e ano, ontem, hoje, amanhã e outras.

Diagnosticando a discalculia

Detectar a discalculia, no entanto, não é fácil. Na pré-escola, já é possível notar algum sinal do distúrbio, quando a criança apresenta dificuldade em responder às relações matemáticas propostas - como igual e diferente, pequeno e grande, muito e pouco, etc. Porém, o diagnóstico nesta fase é mais complexo, uma vez que a criança ainda não foi exposta ao processo de aprendizagem dos conceitos aritméticos, que, em geral, ocorre a partir dos 7 anos de idade, época em que os símbolos matemáticos e as operações são introduzidos e os sintomas da discalculia se evidenciam. Nas fases mais adiantadas da vida escolar, este transtorno também impede a compreensão dos conceitos matemáticos e sua incorporação na vida cotidiana.

Caso não seja diagnosticada a tempo, a discalculia pode comprometer o desenvolvimento escolar em outros aspectos também. O aluno discalcúlico, devido à sua limitação, pode adquirir o medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem por desacreditar na sua capacidade. Pode também passar a apresentar problemas de conduta, tornar-se agressivo, apático ou desinteressado. É comum que pais, professores e até colegas, por desconhecerem o que realmente acontece com o discalcúlico acabem abalando ainda mais sua autoestima com críticas e punições. Por isso, é importante que se tenha, o quanto antes, o diagnóstico, o qual poderá ser feito de forma multidisciplinar, incluindo avaliação psicopedagógica e neurológica e, assim, começar o tratamento adequado.



Quézia Bombonatto

queziabombonatto@abpp.com.br

Bacharel em Matemática, Fonoaudióloga, Psicopedagoga, Terapeuta Familiar, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).

Artigo: Como formar um marginal?Exemplo extraído da ficção ajuda a refletir sobre a vida real

Por Carlos Alberto Barcellos, professor

Falar em ética está ficando algo distante de nossa realidade. Gloria Perez, autora da novela Caminho das Índias, apresenta para nossa reflexão um exemplo clássico de como se forma um marginal ou delinquente.

Educado por adultos inconsequentes a transgredir, o jovem personagem faz de suas vítimas verdadeiros objetos de deboche e de desprezo pelo ser humano. A cena em que ele agride a professora é carregada de realidade. A ficção proposta por Gloria Perez há muito tempo tem se constituído numa cena real de nossas escolas.

A direção dessa escola ficcional decide, então, suspender o aluno, como forma de mostrar aos demais estudantes que, naquela escola, existe disciplina e regramento, independentemente do valor da conta bancária.

Os pais, grandes estimuladores da marginalidade do filho, prontamente saem em sua defesa. O argumento usado não tem nada de ficção. Colocam uma direção de escola sem rumo em xeque ao afirmar que são eles que pagam a escola. Como já vimos esse filme na realidade, fica o dito pelo não dito. Aquele garoto volta com a certeza de que será sempre acobertado por adultos incoerentes. Imagino que, ao longo da novela, a autora deverá discutir a mudança de quadro. Também não me surpreenderia se nada mudasse, apenas para confirmar o quadro patético de vazio existencial vivido pela geração a que temos a responsabilidade de educar.

O agressor, caso do personagem da novela, está à solta em todos os cantos de nossa sociedade. Intimida a todos pelo poder do dinheiro ou pelo poder da força. O agressor sabe constituir sua turma, que o segue embevecida, como se estivesse seguindo um deus. Essa turma despreza por completo normas de convivência. A cena da novela pode ser vista todos os dias em escolas brasileiras no famoso corredor polonês. Para quem nunca viu em uma escola, duas filas de estudantes se dispõem a dar tapas naquele que foi eleito para sofrer a punição da hora. Agressores são cruéis. Perdem a noção do juízo moral. Para eles, a palavra limite inexiste. Estão acima do bem e do mal. Ofendem professores, serventes, pessoas que passam nas ruas, tanto quanto pela força dominam seus pais em casa. Esse é o quadro de uma infantocracia e adolescentocracia que desconhece a palavra não.

Gloria Perez contribui para que saibamos ler as lições da ficção. Trazê-las para a luz do dia da vida da escola é necessário. De uma maneira explícita, ela nos apresenta uma aula de como se faz bullying nessa instituição. Tiros em Columbine é um documentário-filme obrigatório de se ver.

Como lidar com agressores e seus grupos? Como minimizar as agressões de todos os níveis das vítimas de condutas recorrentes? Como aprofundar com a grande massa dos indiferentes e silenciosos, quase sempre coniventes, temas tão significativos? Que lugar essa discussão ocupa na mesa de nossas casas e nossas escolas? Perguntas que clamam por respostas que vão além da mera indignação diante do personagem da novela de Gloria Perez.

Fonte: O X da Educação

MEC e universidades estudam planos para combater evasão


Pesquisas mostram que, mais do que por escolha errada, estudantes largam cursos por dificuldades de rendimento


Priscilla Borges, iG Brasília


Combater os altos índices de abandono dos cursos superiores é meta de instituições públicas e privadas. Para evitar que vagas financiadas pelo dinheiro público fiquem ociosas ou faculdades privadas deixem de receber, iniciativas pontuais ganharão apoio do Ministério da Educação, que ao mesmo tempo discute um plano para diminuir os índices de evasão no ensino superior brasileiro.

Leia também: Evasão de faculdades privadas em SP bate recorde

Independentemente do tipo de universidade, os números são considerados altos pela pasta. Em 2010, último dado do MEC, o índice nas públicas era de 13,2%. Nas privadas, 15,6%.

Uma das medidas, consideradas das mais importantes, é oferecer apoio aos estudantes no início dos cursos. Mais do que simples decepção com a carreira escolhida, a falta de condições – financeiras ou acadêmicas – para acompanhar o ritmo das aulas leva os universitários a desistirem do ensino superior.

João Neto trocou de curso cinco vezes: falta de informações corretas no ensino médio

“As causas são múltiplas. O importante é não deixar que um aluno pare de estudar por falta de condições. Precisamos ampliar a assistência e também criar programas de monitoria, especialmente no primeiro ano, quando muitos têm dificuldades nas disciplinas básicas”, afirma o ex-secretário de Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, que recém assumiu a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

O projeto está em discussão com pró-reitores de universidades públicas e privadas, segundo Costa. A expectativa é que seja concluído até abril e apresentado às instituições até julho. As medidas definidas – como bolsas de assistência e monitorias – começariam a partir do segundo semestre.

Para o pesquisador Roberto Leal Lobo, do Instituto Lobo, as instituições têm de lembrar que se um aluno deixa de estudar é porque está insatisfeito ou com o curso ou com a instituição. Além de apoiar mais os estudantes, ele acredita que elas deveriam dar mais liberdade para que os universitários troquem de curso, por exemplo.

“É preciso fazer com o aluno o que gostaríamos que fizessem com nossos filhos. Acompanhar o aluno no primeiro ano; dar aula de reforço, se preciso, e garantir bom atendimento sempre”, comenta Lobo.

Apoio em disciplinas básicas

Na Universidade de Brasília (UnB), o acordo feito com o MEC para garantir a expansão da instituição pelo Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) incluiu a realização de um estudo minucioso sobre evasão. O pacto estabelecido com o ministério é ousado, como ressalta a diretora de Acompanhamento e Integração Acadêmica, Cláudia Garcia. Até 2017, a taxa de conclusão de cursos tem de chegar a 90%.

Hoje, menos de 70% dos alunos que ingressam na universidade se formam. Entre os que entraram na UnB pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS) ou pelo vestibular entre 2002 e 2006, a média de evasão foi de 35,5%. Os dados preocupam a administração. “É difícil agir em cima do abandono, mas nosso objetivo é combater a evasão por rendimento”, diz.

Cláudia liderou uma análise cuidadosa dos dados que mostram as causas dos “desligamentos” dos universitários. A repetência em uma mesma disciplina ou a falta de bom rendimento de modo geral foram as maiores responsáveis pela desistência dos alunos que ingressaram nesse período na universidade (cerca de 36% dos casos).

Nos casos dos cursos de Engenharia e licenciaturas, a média supera os 40%. Os altos índices e a percepção das causas levou a diretoria chefiada por Cláudia a montar um modelo de análise curso a curso. Sem a ideia de criar “rankings” internos, eles não foram divulgados, mas devem servir de apoio para medidas específicas.

Ela conta que, no curso de Agronomia, por exemplo, o desempenho em Química foi percebido como determinante. É uma disciplina na qual os alunos são reprovados muitas vezes e é pré-requisito para quase todo o restante da grade curricular. “Será que um candidato tem essa noção quando se inscreve no vestibular? Acredito que não e é o que queremos mudar”, diz.

Falta de informação

João Nascimento Neto, 29 anos, contribuiu, diversas vezes, para que os índices de evasão no País crescessem. Ele não abandonou a ideia de fazer uma faculdade, mas trocou de curso algumas vezes. Ainda na metade do 3º ano do ensino médio, João passou no vestibular da UnB para Relações Internacionais, curso bastante disputado.

Pedro Henrique trocou Odontologia por Medicina depois de um ano e meio de curso, sob pressão da família

“Eu adoro viajar. Tinha feito um teste vocacional que não surtiu nenhum efeito. Apontou que poderia ser um curso de exatas, humanas ou biológicas”, diverte-se. Depois de cinco semestres de curso, ele criou coragem para abandonar a graduação. Na época, já cursava Direito ao mesmo tempo em uma instituição privada.

Na opinião dele, é muito difícil escolher uma profissão tão cedo. “Ninguém está preparado quando sai do ensino médio. A gente escolhe muito cedo e falta orientação sobre cursos e trabalho também”, pondera. Do Direito, João pulou para Jornalismo, também na UnB. Um ano e meio depois, percebeu que o sonho de se tornar jornalista esportivo não iria adiante.

História e Medicina foram os próximos cursos “experimentados” por João, que, no final, voltou para o Direito e se formou em 2009. Os pais, mesmo preocupados com as mudanças, não criaram conflitos com João durante esse período de dúvidas. Ele conta que os processos de transferência entre cursos na UnB eram tão difíceis que ele fazia novo vestibular a cada troca.

A pressa em iniciar um curso superior fizeram com que Pedro Henrique Gonçalves Reis, 31 anos, cursasse odontologia por um ano e meio e criasse um conflito com a mãe para abandonar a carreira. Quando terminou o ensino médio, Pedro sonhava entrar na área da saúde. Medicina e odontologia estavam na mira. A vaga em odontologia veio primeiro.

Para ajudar na escolha: Conheça o Guia de Profissões

Quando assistir às aulas ficou insuportável, Pedro avisou a mãe que queria voltar para o cursinho e insistir para ser aprovado em Medicina. “Não foi fácil. Minha mãe queria que eu fizesse cursinho e continuasse o curso. Foi bem difícil começar do zero de novo também, mas adquiri uma maturidade que eu precisava nesse período”, afirma.

Hoje, pediatra no Hospital da Criança José de Alencar em Brasília, Pedro se sente realizado. “Acho que a gente tem de ser persistente e não pensar em curto prazo. Mesmo que demore, é preciso fazer o que a gente gosta”, aconselha.

Índices mais altos

Até pouco tempo atrás, os números eram ainda mais inflados. De acordo Costa, havia duplicação no censo. “Antes, um estudante que trocava de curso era considerado evadido. Agora, a análise é feita por CPF. A evasão não é o que se achava, mas é maior do que deveria ser ”, admite.

O pesquisador ressalta que, no ensino privado, é preciso cuidar para não misturar a quantidade de vagas não-preenchidas todos os semestres com a evasão. “As duas são altas, mas a ociosidade é maior ainda”, diz. Ele acredita que é preciso investir ainda mais em financiamentos estudantis para mudar o cenário.

Pedagogia

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Profissão


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Pesquisa destaca atraso no ensino

Mariana Mandelli

O Estado de S. Paulo


Cerca de um terço (31,29%) dos alunos mais "ricos" do ensino público de São Paulo conclui o ensino fundamental sem ter aprendido os conteúdos de matemática referentes ao 5.º ano desse mesmo nível de ensino. No caso de língua portuguesa, essa taxa é de 19,6% do total de alunos de classe mais alta que estuda em escolas estaduais e municipais.


Entre os alunos mais pobres das redes públicas de São Paulo, 40,24% chegaram ao 9.º ano sem saber o que foi ensinado em matemática no 5.º. Esse porcentual é de 22,43% em português.

Os dados fazem parte de uma pesquisa apresentada ontem, durante o Seminário Líderes em Gestão Escolar, organizado pela Fundação Lemann. São recortes da Prova Brasil 2009 e levam em conta o desempenho na avaliação (de português e matemática) e as respostas dadas nos questionários socioeconômicos que acompanham a prova. São consideradas apenas escolas públicas.

No caso da rede estadual paulista, as taxas são ainda maiores do que a média: 20,39% dos alunos com maior poder aquisitivo do 9.º ano não aprenderam nem os conteúdos de português do 5.º. Em matemática, esse porcentual sobe para 32,33%. "Os números são chocantes e refletem problemas que a rede pública de ensino tem", afirma a pesquisadora em educação Paula Louzano, coautora da pesquisa, realizada com Ernesto Martins Faria, da Fundação Lemann.

A Secretaria Municipal de Educação afirmou que desconhece a pesquisa. Já o governo estadual afirma que seus indicadores de desempenho superaram as metas do Ministério da Educação (MEC) para todos os níveis de ensino em 2007 e em 2009.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tecnologia sem pedagogia


Primeiro o governo compra os tablets, depois pensa em que e como serão usados


O Estado de S. Paulo

Embora a presidente Dilma Rousseff tenha prometido converter a educação em prioridade de sua gestão, seu governo vem mantendo, neste setor, a tradição iniciada por seu antecessor, de agitar bandeiras muito mais vistosas do que eficazes. A última iniciativa do Ministério da Educação (MEC ) é prova disso. Sem análises técnicas aprofundadas sobre o uso pedagógico de aparelhos eletrônicos em sala de aula, o órgão acaba de abrir uma licitação para adquirir 900 mil tablets, que serão distribuídos na rede pública de ensino básico.


Indagadas a respeito de como o material será utilizado, as autoridades educacionais limitaram-se a afirmar que o método pedagógico será definido depois da chegada das máquinas. Em outras palavras, o MEC pretende gastar mais de R$ 330 milhões num projeto de contornos imprecisos e metas vagas. A ideia é que, depois de aprenderem a manusear os tablets, os professores da rede pública disseminem em sala de aula tudo o que aprenderam em matéria de tecnologias digitais.

Contudo, de que adianta dar material eletrônico de última geração a alunos que mal sabem escrever o nome, não são capazes de escrever uma redação e, em matemática, não conseguem ir muito além das quatro operações aritméticas? Faz sentido gastar com tablets e outros equipamentos de informática quando as instalações físicas de muitas escolas da rede pública se encontram deterioradas por falta de recursos para manutenção? Não seria mais eficiente valorizar o objetivo básico do sistema educacional - que é ensinar a ler, a escrever e a calcular -, do que desperdiçar recursos com modismos pedagógicos? Por que gastar tanto dinheiro em técnica de comunicação se o conteúdo do que é comunicado continua sendo objeto de livros didáticos medíocres, muitos dos quais com erros elementares, falhas conceituais e nítido viés ideológico?

Até mesmo os educadores favoráveis ao uso de tecnologias digitais nas salas de aula da rede pública de ensino básico criticam o açodamento das autoridades educacionais na aquisição dos 900 mil tablets. Eles lembram que, para fundamentar a decisão, o MEC realizou apenas uma audiência pública, em agosto do ano passado. E, mesmo assim, os debates giraram mais em torno de aspectos técnicos - como tamanho de tela - do que de questões educacionais.

O fato é que a compra de 900 mil tablets poderá ter a mesma trajetória do projeto Um aluno por Computador, lançado pelo presidente Lula. Inspirado nas ideias do americano Nicholas Negroponte, que propôs no Fórum Econômico de Davos de 2005 a distribuição de computadores pessoais de baixo custo nos países em desenvolvimento como o primeiro passo para uma revolução educacional, o projeto era oportuno, mas foi implantado com graves falhas de gestão. Relatório feito pela UFRJ, a pedido da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), afirma que o projeto está em situação "caótica". Dos 600 mil computadores que foram oferecidos no ano passado a Estados e municípios, só a metade foi comprada. Uma parte dos computadores adquiridos encontra-se subaproveitada. O índice de laptops quebrados é alto.

Diz ainda o relatório que, como não passaram por programas de capacitação para utilizar tecnologia digital em sala de aula, os professores receberam a inovação como "ameaça". Cerca de 20% dos docentes guardaram o equipamento numa gaveta ou num armário. "O desenho do projeto subestimou as dificuldades de apropriação da tecnologia pelos professores do ensino fundamental e médio em comunidades relativamente carentes, o que levou a um subaproveitamento dos computadores em sala de aula", diz o relatório da SAE, depois de afirmar que o projeto teve "custos elevados" e que seus resultados ficaram "aquém do esperado".

Ninguém põe em dúvida a importância da tecnologia como instrumento de educação. O que se pergunta é se não seria mais urgente cuidar dos gargalos da educação pública, como a melhoria do ensino de disciplinas básicas, nas quais o desempenho da maioria dos estudantes nas avaliações do MEC continua abaixo da crítica.


Câmara pode liberar abatimento do IR de gasto com material escolar


Texto em tramitação permite abater despesas até limite equivalente hoje a R$ 772,84


Agência Câmara

Um projeto de lei apresentado na Câmara pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE) autoriza o contribuinte pessoa física a deduzir da base de cálculo do Imposto de Renda (IRPF) o valor gasto com a compra de material escolar para uso próprio ou de dependentes.

De acordo com o projeto, poderá ser deduzido com material escolar até 25% do limite anual de dedução das despesas com educação. No ano-calendário de 2012, esse percentual corresponderia a R$ 772,84, já que o limite anual de dedução para despesas com educação é de R$ 3.091,35.

Segundo a proposta, o Poder Executivo editará regulamento para definir as condições para a dedução, como o tipo e a quantidade por item de material escolar. Mendonça Filho afirma que essa regulamentação evitará abusos por parte do contribuinte.

Tramitação
O texto tramita em conjunto com o projeto de lei 6552/06, que tem caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.



Escola não pode ficar à margem da evolução da tecnologia, diz ministro

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Escolhidos os bolsistas para estágio de doutorando nos EUA

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Ano letivo da Universidade Aberta do Brasil começa em Moçambique

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Estado nomeia mais 433 novos professores da Educação Básica

Redação 24 Horas News


Mais 433 novos professores de Educação Básica foram nomeados para assumir seus cargos na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A nomeação foi publicada no Diário Oficial do dia 10 de fevereiro, que circula nesta segunda-feira (13.06) na internet pelo endereço www.iomat.mt.gov.br.

Conforme a Lei Complementar de nº 50 de 1º de outubro de 1998, em seu artigo 15, o concursado terá 30 dias para tomar posse do cargo. O prazo somente poderá ser prorrogado por mais 30 dias, a requerimento do mesmo, “por motivo de força maior ou caso fortuito”, conforme consta no parágrafo primeiro do mesmo artigo.

Os nomeados devem ficar atentos às documentações e exames necessários e que deverão ser apresentados tanto na Perícia Médica como na Coordenadoria de Provimento da Secretaria de Estado de Administração (SAD).

Para serem atendidos tanto na Perícia Médica quanto na Coordenadoria de Provimento, os nomeados deverão agendar o atendimento. Para a Perícia Médica o agendamento é feito pelo Disque-Servidor (0800-647-3633).

Para agendamento na Coordenadoria de Provimento da SAD, os candidatos deverão entrar em contato com o setor por meio dos telefones (65) 3613-3682 ou 3613-3657.

Ao comparecer na Perícia Médica, o candidato nomeado deverá apresentar os exames médicos solicitados na Instrução Normativa nº 007 de 13 de Julho de 2010. Além dos exames necessários, a instrução normativa também traz a lista de documentos que deverão ser apresentados no momento da posse na Coordenadoria de Provimento.

As nomeações foram para os municípios de Acorizal, Água Boa, Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Araguaiana, Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Bugre, Barra do Garças, Bom Jesus do Araguaia, Cáceres, Campinápolis, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Canarana, Carlinda, Chapada dos Guimarães, Cocalinho, Colniza, Confresa, Conquista D'Oeste, Cotriguaçu, Cuiabá, Diamantino, Dom Aquino, Gaucha do Norte, Guiratinga, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Itauba, Itiquira, Jaciara, Juara, Juína, Lambari D’Oeste, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Matupá, Mirassol D’Oeste, Nobres, Nortelândia, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte, Nova Maringá, Nova Mutum, Nova Olímpia, Nova Xavantina, Novo Mundo, Paranaíta, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Poconé, Pontal do Araguaia, Porto Alegre do Norte, Porto dos Gaúchos, Porto Estrela, Poxoréo, Primavera do Leste, Ribeirão Cascalheira, Rondonópolis, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa Carmem, Santa Terezinha, Santo Antonio do Leverger, São Félix do Araguaia, São Jose do Povo, São José do Rio Claro, São José do Xingu, São Pedro da Cipa, Sapezal, Sinop, Sorriso, Tabaporã, Tangará da Serra, Tapurah, Terra Nova do Norte, Várzea Grande, Vera e Vila Rica.

Programa de Extensão do Departamento de História da UFMT no Museu de Arte Sacra inicia nesta sexta

Da Assessoria/Museu de Arte Sacra


A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), através do Departamento de História-Campus de Cuiabá, e o Museu de Arte Sacra (MASMT) dão início nesta sexta-feira (10.02) ao Programa de Extensão “Organização e Disponibilização do Acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso”. Este Programa de Extensão foi aprovado, no final do ano de 2011 em destaque entre os dez melhores projetos do Brasil pelo edital Proext 2011 – MEC/SESu.

O PROEXT é um instrumento que abrange programas e projetos de extensão universitária com ênfase na inclusão social nas suas mais diversas dimensões, visando aprofundar ações políticas que venham fortalecer a institucionalização da extensão no âmbito das Instituições Federais e Estaduais de Ensino Superior. O programa que inicia no MASMT tem como linha Temática a Preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro e como proposta trabalhar com o Acervo do museu e a realização de ações que envolvam a ocupação do espaço museal e prevê a execução de quatro projetos que contemplam esses objetivos, a saber: Mapeamento e Registro Documental; Digitalização; Educação Patrimonial e Material Didático.

Todos os projetos que compõem o programa serão desenvolvidos no Museu de Arte Sacra, com o apoio de oito bolsistas de graduação do curso de História, coordenados pelos professores doutores Leandro Duarte Rust e Cândido Moreira Rodrigues, ambos do Departamento de História e auxiliados também pela coordenação do MASMT, professora especialista Viviene Lozi Rodrigues. Segundo Cândido Rodrigues, esse programa de extensão será de fundamental importância para os acadêmicos/estagiários que terão condições de aperfeiçoar o conhecimento, informação e a cultura na prática, além de ter contato com a comunidade, pois esse é um dos propósitos da universidade: gerar saberes e compartilhá-los com a sociedade.

Com esse programa o Departamento de História cumpre um dos seus papéis fundamentais, expressos no Ensino, Pesquisa e na Extensão Universitária, que é fazer do MASMT um espaço de extensão do processo pedagógico aos discentes do Curso de História. Uma das ações do Programa tem o foco na digitalização do acervo documental pertencente ao arcebispo de Cuiabá, dom Francisco de Aquino Corrêa, além, de fotografar o acervo sacro remanescente da antiga Catedral Bom Jesus de Cuiabá, cuja demolição iniciou-se em 14 de agosto de 1968, e da Igreja N. Sra. do Rosário e Capela de São Benedito. Segundo Viviene Lozi, após a digitalização de todo o acervo será criado um Sistema de Consulta online no qual ficará disponível a sociedade para pesquisa e difusão de conhecimento.

O professor Leandro salienta que a seleção dos alunos para participar do programa teve uma série de etapas com análises de currículos e entrevistas para chegar aos oito alunos e criar uma lista reserva com mais dez nomes. Ele acrescenta que ainda falta uma vaga para o curso de ciência da computação que também vai compor o time de extensionistas que fará a compilação e sistematização das informações coletadas na digitalização do acervo.

Desde 2010 já vem sendo desenvolvida atividades de educação patrimonial no MASMT através de convênio firmado com a UFMT e que já passaram pelo museu mais de dez estagiários do curso de História, segundo Cândido Rodrigues, que ocupa a chefia do Departamento neste momento.

Agora, com este programa de extensão, a partir da ação de educação patrimonial ampliada, os estagiários desenvolverão visitas monitoradas, palestras e oficinas que abordem a prática diária da Educação Patrimonial, difusão do conceito e como aplicá-lo no ambiente de trabalho (sala de aula ou pesquisa) e no cotidiano, complementa o professor Leandro. Os alunos na fase de preparação das atividades de educação patrimonial desenvolverão um projeto para o MASMT com um determinado tema que deve ser interligado aos fazeres do museu, sendo: receptivo, visitas guiadas, palestras, workshops, oficinas, entre outros, acrescenta a professora Viviene.

Essas atividades terão como público-alvo professores e alunos de escolas públicas e privadas da capital. Ao término do projeto, será feita uma publicação com o intuito de gerar material educativo que tem o objetivo divulgar os resultados obtidos, conhecimento e os métodos de pesquisa. Para finalizar, Viviene explica que o programa possibilita o intercâmbio entre a vivência acadêmica e o museu, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de educação por meio do contato direto dos estudantes com as realidades concretas e da troca de saberes acadêmicos e práticos.

DH - O Departamento de História da UFMT promove regularmente projetos e programas de extensão, cujo objetivo primordial é oferecer aos docentes, discentes e à comunidade em geral a oportunidade de entrarem em contato com os debates e reflexões sobre a pesquisa e o ensino em História, bem como com publicações desta área de conhecimento e áreas afins. O departamento oferece cursos de graduação nos períodos matutino e noturno, um curso de Segunda Licenciatura em História-PARFOR, por meio de convênio com a CAPES/SEDUC/UNDIME. Oferta ainda cursos de pós-graduação em nível de Mestrado e Doutorado.

O departamento conta com um corpo docente com cerca de 90% de doutores titulados nas mais relevantes instituições de Ensino do Brasil e Exterior. A produção científica dos docentes e discentes do curso de História tem sido apresentada em eventos promovidos por Instituições nacionais e estrangeiras e, em parte, é realizada nos Laboratórios, nos Núcleos e Grupos de Pesquisa, e também em projetos ou programas de extensão nos quais o Curso de História está envolvido, seja na graduação ou pós-graduação.
MASMT - O Museu de Arte Sacra de Mato Grosso foi fundado em 10 de março de 1980 dentro do Seminário N. Sra. da Conceição. Lá foram reunidas diversas peças do período setecentista, remanescentes da Antiga Catedral do Senhor Bom Jesus e da Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

O acervo do MASMT possui 4.486 peças que retratam diversos ciclos históricos da diversidade cultural religiosa do estado. O acervo é constituído por 146 peças de madeira, 22 em gesso e porcelana, 66 em metal, 14 em cerâmica e argila, 11 pinturas e retratos, 3.808 documentais, 173 objetos cerimoniais e 10 construtivos. É composto de imagens, crucifixos, tocheiros, oratórios, castiçais, datados dos séculos XVII, XVIII e XIX e quatro altares, sendo estes: dois altares D. João V aproximadamente do ano de 1730, um altar Rococó, aproximadamente do ano de 1760, um altar Neoclássico do início do século IX remanescentes da Igreja Matriz “Senhor Bom Jesus de Cuiabá” demolida em 14 de agosto de 1.968.

Além de mobiliário, vestuário, fotografias, produções literárias, poéticas, cartas, blocos de anotações e pertences pessoais de Dom Francisco de Aquino Correa “Dom Aquino”, Bispo que atingiu o episcopado com 29 anos de idade, o mais jovem do mundo, além de ter sido o primeiro mato-grossense a entrar para a Academia Brasileira de Letras, também foi presidente do Estado de Mato Grosso, fundador da Academia Mato-Grossense de Letras e do Instituto Histórico Geográfico de Mato Grosso. Criador do brasão e do hino de Mato Grosso. Residiu no prédio do Seminário da Conceição que abriga o museu de 1922 a 1956.


O que:
Programa: Organização e Disponibilização do Acervo do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso.
Onde?
Museu de Arte Sacra de Mato Grosso e Departamento de história da UFMT
Período de realização: 12 meses
Informações:
Museu 3028-6285 / 6286 ou UFMT 3615-8480/8496.

Pesquisa mostra que criança 'vale pelo local onde ela nasce'

Terra


Durante a apresentação do Perfil dos Gastos Educacionais nos Municípios Brasileiros pela União dos dirigentes Municipais de Educação, a presidente da entidade, Cleuza Rodrigues Repulho, afirmou que a educação tem evoluído de forma mais perceptível nos locais que concentram riqueza e arrecadação de impostos. Para ela, as oportunidades não são iguais para todos e que infelizmente a criança acaba "valendo pelo local onde ela nasce".

"Onde a gente consegue concentrar riqueza e arrecadação de impostos tem feito diferença para educação. Em alguns lugares precisa ser maior, organizado e mais transparente", disse. Isso se explica em parte porque nessas cidades os municípios mais ricos conseguem investir além do que é repassado pela União, o que não acontece nos mais pobres.

A pesquisa confirmou a existência de forte desigualdade entre as regiões. O valor médio encontrado em creches no Nordeste representa apenas 36,5% da média nacional. Por outro lado, o valor encontrado no Sudeste é 4,4 vezes maior do que o praticado no Nordeste e 1,6 maior do que a média nacional. Mesmo no ensino fundamental, a diferença entre Sudeste e Nordeste é de quase duas vezes (1,91). Os dados são referentes ao ano de 2009.

Segundo ela, a expectativa é que no próximos anos o País garanta qualidade de ensino para todos. "É importante que os gestores da educação sejam os gestores dos recursos. E que as prefeituras dêem a prioridade para onde precisa", diz.

Segundo ela, a maioria dos municípios dependem do dinheiro federal - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e salário educação - para garantir o funcionamento das escolas. "Mas o Fundeb está longe de atender de maneira suficiente a todos", afirma.

A pesquisa teve a duração de oito meses e teve abrangência de mil municípios, selecionados por sorteio, de agosto de 2010 a fevereiro de 2011, com base nos dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope).

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram o montante gasto em manutenção e desenvolvimento do ensino em municípios, o valor investido por aluno na rede municipal, discriminado em creche, pré-escola, séries iniciais e séries finais do ensino fundamental e educação de jovens e adultos, as diferenças regionais existentes entre os municípios, e compararam o gasto real municipal com os projetados pelo Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQI).

domingo, 12 de fevereiro de 2012

”Entrevista:“Os professores não aprendem a dar aula Claudio de Moura Castro

fonte oxdaeducacao

Claudio de Moura Castro, ECONOMISTA

Respeitado como um dos principais pensadores da educação no Brasil, o economista Claudio de Moura Castro acredita que o ensino brasileiro padece de um ciclo vicioso: como a maior parte da sociedade brasileira é educada precariamente, se conforma com a baixa qualidade das escolas. E um dos fatores para a manutenção desse quadro, segundo o pesquisador e colunista da revista Veja, é o processo atual de formação dos professores. Confira a entrevista concedida na sexta-feira, por telefone, desde seu escritório em Belo Horizonte:

Zero Hora – Por que a educação brasileira não avança como desejado?

Claudio de Moura Castro – Porque começa mal. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostra que menos da metade dos alunos chega à 4ª série funcionalmente alfabetizada. O problema, então, começa já no primeiro ano do Ensino Fundamental. Não adianta consertar o que vem depois. A grande reforma universitária no país seria reformar a 1ª série.

ZH – O que não funciona?

Moura Castro – Uma pesquisa publicada pela revista Veja mostra 80% de satisfação de pais, alunos e professores com a escola no Brasil. E, politicamente, tudo o que você precisa fazer para melhorar a educação é maldade: o aluno tem de se dedicar mais, a prova tem de ser mais difícil, o professor tem de trabalhar mais, tem de corrigir mais, o diretor tem de ser sargentão. Tudo isso tem custo. Por que o secretário de educação ou o diretor de escola vai queimar o capital político dele, se o próprio público não vê a educação como um problema?

ZH – Mas não há uma parcela importante da população que vê?

Moura Castro – Só os educados sabem que a educação não é boa. Como são muito poucos, acabam não contando. Fica difícil fazer algo que envolve custo se pouca gente acha que precisa. Essas pessoas acham que está bom porque a situação física na escola hoje é melhor, tem computador. Só que a sala de aula continua uma porcaria.

ZH – Por quê?

Moura Castro – Os professores, com honrosas exceções, são mal recrutados. Sentem-se desprezados, mal pagos, maltratados. Os alunos que entram para fazer pedagogia são os mais fracos. Olha os vestibulares, a pedagogia está na rabeira. Os professores não aprendem direito o conteúdo e não aprendem a dar aula durante o curso.

ZH – Aprendem o quê?

Moura Castro – Grandes teorias, Vygotsky, Piaget, que foi um cara que nunca falou de educação. Falou da psicogênese do conhecimento. O que interessa é como deve ensinar verbo irregular, como deve formular uma prova, como fazer um plano de aula. Os mais antigos dizem que antes aprendiam a dar aula. Hoje tem uma barreira, tem uma gosma ideológica fortíssima, uma grande resistência à mudança e uma recusa em ensinar aos professores aquilo que eles devem ensinar. Hoje não pode haver acusação pior do que chamar um professor de conteudista, de ter currículo a ensinar. Aí tem outro problema grave do professor, a resistência a uso de materiais estruturados.

ZH – O que são?

Moura Castro – São obras que entram no detalhe de como conduzir os assuntos de aula, passo a passo. É que há uma convicção de que esse tipo de material não pode, o professor é que tem de inventar a aula. E a minha estimativa é de que entre 2% e 3% dos professores têm competência para inventar aula. E, mesmo se tiverem, não têm tempo para isso.

ZH – Que saída o senhor vê para isso?

Moura Castro – Sou moderadamente otimista. A coisa mais importante que aconteceu nos últimos anos foi o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que existe escola por escola, município por município. E os diretores todos sabem o Ideb da sua escola. Eu fui na pior escola da pior periferia de Belo Horizonte, e a diretora lá sabia qual era o Ideb dela. Então, hoje você tem uma medida, uma espécie de GPS da educação.

ZH – Falta usar esses dados?

Moura Castro – Falta os pais aprenderem a apertar mais a escola: “Como é, esse Ideb de vocês não vai avançar?”. Os dados estão referenciados para permitir a comparação com outros países, então dizem quantos pontos tem de fazer para chegar a um nível de primeiro mundo.

ZH – Hoje há um pacto de mediocridade?

Moura Castro – É, é um pacto de mediocridade. Na verdade, nem é isso, porque acham que está bom.

Amizade Interior


Autor: Enildes Corrêa


Cada choque que temos nas nossas relações oferece uma oportunidade ímpar para olharmos para nós mesmos e investigarmos as raízes internas do mal-entendido externo. A desarmonia nos nossos relacionamentos pode estar refletindo uma parte nossa que não aceitamos e que está em desequilíbrio.

Ao invés de esperar e cobrar mudanças de comportamento da parte dos outros, seria bem mais inteligente e edificante se o ser humano colocasse essa energia a seu serviço, direcionando-a para dentro de si, à procura de se observar e se conhecer melhor. Conflitos intensos e perturbadores surgem quando um quer mudar o outro, sem antes olhar e investigar o próprio comportamento.

Temos que admitir que mal-entendidos podem ocorrer quando as pessoas têm um convívio mais estreito, principalmente, se levarmos em conta que a maioria das pessoas anda em descompasso consigo mesma e, consequentemente, com os outros. Além disso, precisamos entender que cada indivíduo tem sua natureza própria e única. Ninguém é igual, não somos cópias uns dos outros.

Num único dia, frequentemente, passamos por humores diferentes de acordo com os acontecimentos e as situações vivenciadas. E mais, não temos o poder de mudar o outro, seja este quem for: o filho, o cônjuge, o chefe, o pai, a mãe, o amigo etc. No máximo, podemos mudar a nós mesmos. E ainda assim, não mudamos a nossa natureza, mas apenas o nosso entendimento, o que possibilita transformar o nosso olhar e o nosso modo de agir. A natureza de cada expressão é dada pela Vida com um determinado propósito, que nós não sabemos qual é, mas nos cabe compreender e respeitar a unicidade de todo indivíduo. E o primeiro passo nessa direção é dentro de nós mesmos.

Se estivermos mais familiarizados e em paz conosco, a convivência familiar e social terá chances de ser mais harmônica, de fato, saudável e fraterna, uma vez que não projetaremos lá fora a nossa briga e confusão internas. Se a nossa visão está clara, torna-se mais fácil distinguir o que é conteúdo nosso e o que é do outro. Assim, tampouco vamos nos prestar a sermos depósitos do lixo emocional das pessoas com quem convivemos. Podemos escolher deixar o lixo que não nos pertence fora da nossa casa, sem que nos cause transtornos e distúrbios mais sérios, em nível físico, mental ou espiritual.

É bom ressaltar que, mesmo que o mundo lá fora nos rejeite, temos sempre a sagrada opção de nos aceitar e nos acolher com amor e confiança. E esse ombro amigo que oferecemos a nós mesmos opera verdadeiros milagres! Nessa guinada para dentro do espaço interior, guiados por um sentimento profundo de autoaceitação de qualquer face nossa, observando-nos silenciosamente, sem julgamentos, muitos condicionamentos, reações e amarras se dissolvem. Nesse simples passo, mudanças significativas acontecem naturalmente, sem esforço.

O combustível para qualquer transformação pessoal é a compreensão e o amor. Relacionarmo-nos de forma harmônica conosco e com as pessoas é uma arte que exige um exercício constante de boa vontade, entendimento e amizade, a curto, médio e longo prazo. Nem sempre é fácil, mas é possível, se não impusermos a nós e aos outros cobranças absurdas e mudanças bruscas e imediatas. As mudanças consistentes não acontecem da noite para o dia, nem pela imposição de quem quer que seja.

Que todos nós sejamos vitoriosos na conquista desta fortuna para as nossas vidas: a capacidade de sermos amigos sinceros de nós mesmos, amigos incondicionais, seja nos momentos de alegria ou tristeza, saúde ou doença, sucesso ou fracasso. Só então, saberemos o que é amizade de verdade, como também, o sentimento de unidade que nos irmana e nos liga a tudo e a todos no Universo.

Que possamos conviver conosco e com os outros com menos julgamentos, preconceitos, intolerância e mais afeto, respeito, paciência, compreensão e, sobretudo, muita compaixão pelos limites de cada um, pelas falhas que temos dificuldades em aceitar (dentro e fora). Isso é um pacto de paz, amizade e tolerância conosco e com as pessoas com quem a Existência nos faz conviver, seja por um momento, por um dia ou pela vida inteira.

Enildes Corrêa é administradora e terapeuta corporal Ayurveda. Prof. de Yoga. Ministra seminários vivenciais a organizações governamentais e privadas na área de Qualidade de Vida e Humanização da Convivência. Autora de Vida em Palavras - coletânea de crônicas.

MT participa da Semana da Saúde na Escola

As escolas da rede estadual de ensino de Mato Grosso participarão entre os dias 5 a 9 de março de atividades voltadas à promoção da saúde entre os alunos. Denominada “Semana da Saúde na Escola” o evento nacional promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e Saúde (MS), em parceria com as prefeituras e Secretarias Estaduais, terá como tema o combate a obesidade entre crianças e adolescentes.

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) fará o lançamento da atividade na próxima semana, dentro do Programa Saúde na Escola (PSE), uma parceria com a Secretaria de Estado de Saúde. Conforme a coordenadora do PSE na Seduc, Mariza Lima de Souza, entre as ações desenvolvidas estão: a aferição de peso e altura dos alunos e cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) dos mesmos.

“Os pais também serão convidados a visitarem as Unidades de Saúde da Família que cobrem a região da escola dos filhos. Todas essas ações serão coordenadas pelos profissionais da saúde, com o apoio dos servidores das escolas”.

Cadastro

Mariza Souza informa que 81 municípios do Estado estão cadastrados no PSE. Eles recebem cerca de R$ 10 mil por ano do MS para financiamento de cada equipe de Saúde da Família que está cadastrada no Programa. “Para irem às escolas realizar as atividades da semana com saúde, cada equipe receberá um recurso extra de R$ 500”, disse.

Ela conta ainda que os demais municípios que não participam do PSE poderão realizar as ações da semana, com suporte financeiro disponibilizado pelas Unidades de Saúde da Família.


Programa


O Saúde na Escola (PSE) tem como objetivo oferecer atenção integral de prevenção, promoção e atenção à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino básico público. Conforme informações do MEC, dois anos após o início do programa, em 2007, mais de 8,460 milhões de estudantes de 695 cidades brasileiras já tinham sido beneficiados pelas ações do programa.

O PSE é uma iniciativa do MEC e MS, por meio de financiamento e fornecimento de materiais e equipamentos para as escolas e equipes de saúde. O programa também trabalha para integrar as redes de serviços do setor educacional e do Sistema Único de Saúde (SUS) nos territórios, com o fortalecimento e sustentação da articulação entre as escolas públicas e as unidades básicas / unidades de saúde da família, por meio da realização de ações dirigidas aos alunos.

As ações do PSE dividem-se em quatro áreas: avaliação das condições de saúde, promoção da saúde e prevenção, educação permanente dos profissionais da área e monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes.



DEPOIMENTOS- M auricio de Sousa: "Agradeço por ter recebido a Educação nas suas diversas formas"

O criador da Turma da Mônica conta que aprendeu as primeiras letras nas historinhas dos gibis

Mauricio de Sousa cresceu cercado por poetas, escritores, músicos e ilustradores Desde que nasci numa casa cheia de livros.
Desde que mamãe me ensinou as primeiras letras nas historinhas dos gibis.
Desde que encontrei professores conscientes do seu papel.
Desde que fui cercado por poetas, escritores, músicos e ilustradores.
Desde que me habituei a ler. E muito. De tudo.
Desde que pude viver do texto e da arte.
Agradeço por ter recebido a Educação nas suas diversas formas.
E agradeço mais, ainda, pela oportunidade de retribuir aos que chegam.
Mauricio de Sousa é um dos mais famosos cartunistas do Brasil, criador da "Turma da Mônica" e membro da Academia Paulista de Letras. Sua primeira escola foi o externato São Franciso, ao lado da Faculdade, no centro de São Paulo. Trabalhou também como repórter policial no jornal Folha da Manhã, mas largou o jornalismo para se dedicar à sua verdadeira paixão: a arte.

Congresso é pai das greves de PMs | Blog do Corumbá

Congresso é pai das greves de PMs | Blog do Corumbá

Mato Grosso terá até 2016 para inclusão escolar

Estado conta com 50% dos estudantes com deficiência em escolas estaduais

G1

Uma normativa publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), estipula um prazo para que o governo realize a inserção escolar dos estudantes com necessidades especiais em Mato Grosso. O documento traça as diretrizes e metas da política educacional para as pessoas com deficiência, no estado. Nele está fixado prazo até 2016, para que todas as pessoas com deficiências recebam atendimento de escolarização nas unidades de ensino regulares.

Conforme a gerente de Educação Especial da secretaria de estado de Educação (Seduc), Nágila Zambonatto, atualmente Mato Grosso tem 50% dos estudantes com deficiência estudando em escolas estaduais. A outra metade frequenta aulas em instituições filantrópicas como Pestalozzi e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

"A normativa estabelece que a partir de 2016 as entidades filantrópicas façam apenas atendimentos específicos que não são educacionais, como fisioterapia, estimulação essencial, esportes, entre outros", relatou.
Ela conta ainda que em atendimento a normativa, as escolas deverão contar com serviços, apoios especializados e suporte tecnológico. As salas de recursos multifuncionais que já existem, por exemplo, terão de ser espalhadas para toda a rede, terá a necessidade de mais profissionais da área como intérpretes, instrutores de libras e auxiliares de regências que dão suporte aos estudantes com deficiência motora em sala de aula, entre outros.

Nágila Zambonatto citou que as escolas particulares também terão até 2016 para se estruturarem para prestarem o atendimento aos estudantes. A recusa dessas instituições em ofertarem o ensino às pessoas com deficiência poderá acarretar em perda do credenciamento por parte do CEE.

O know-how do sucesso

Lair Ribeiro

O know-how do sucesso envolve cinco atributos: auto-estima, comunicação, metas, atitude e ambição.

Auto-estima

A primeira grande característica das pessoas que sabem viver e, portanto, são bem-sucedidas, é a elevada auto-estima. Se­ você não gosta de si mesmo, o mundo também não vai gostar. Nós vamos lidar longamente com este assunto no próximo capítulo.

Comunicação

Outro importante ingrediente para o sucesso é a comunicação. Essencial, tanto para o sucesso pessoal quanto pro­fis­sio­nal, a comunicação, infelizmente, não é ensinada nas escolas. Em geral, as pessoas são autodidatas em comunicação ou aprendem a comunicar-se por imitação ou osmose.

Na era da agricultura, mandava quem tinha terras. Na era industrial, mandava quem tinha dinheiro. Na era da informação, manda quem tem informação. Mas a informação, para ser válida, precisa ser comunicada.

Metas

Pessoas bem-sucedidas sabem o que querem. Elas têm metas e sabem a importância de sonhar. O segredo do sucesso é muito simples: sonhar de noite e trabalhar de dia. Se você só sonha, não resolve. Você tem que deixar a imaginação trabalhar. Todas as grandes invenções vieram da imaginação.

Há pessoas que sonham a vida inteira e nada acontece. Por que será? Porque, além de sonhar, elas têm de saber o que querem.

E como se transforma um sonho em meta? Estipulando uma data. (Para saber como transformar uma meta em realidade, esteja atento aos próximos artigos!)

Atitude

O mais importante para você ter sucesso na vida é a sua atitude. Napoleon Hill comprovou que, diante de um copo com água até a metade, pessoas bem-sucedidas tendem a dizer que o copo está meio cheio, e não meio vazio. Ou seja, elas vêem a parte positiva. Tudo na vida tem dois lados, e você vai ver que é possível melhorar a sua atitude.

Todos os milio­nários que Hill entrevistou trabalhavam bas­tante. Afinal, para ter sucesso é preciso trabalhar. Mas, os operários de fábricas também trabalham bastante...

Trabalho é uma característica importante do sucesso, mas sozinho não re­solve.

Ambição

A última das características mais importantes entre as pessoas bem-sucedidas é a ambição.

Ambição e ganância não são a mesma coisa. Am­bição é um direito do ser humano. Existe uma palavra japonesa, kaizen, que define bem o que é ambição: melhora contínua.

Hoje, melhor que ontem; amanhã, melhor que hoje.

Quem tem essa programação mental, faz a diferença.

Se o cérebro fosse um computador, ele seria hardware, ou seja, o equi­pa­mento; e as idéias seriam o software — o programa que vai comandar o equipamento. Ninguém nasce gênio. Naturalmente, algumas pessoas são mais habilidosas para certas coisas do que para outras, e isso pode representar uma vantagem na vida delas. Mas, mesmo as pessoas que vêm ao mundo com um po­ten­ci­a­l maior, se não tiverem uma boa “programação” podem acabar anulando essa van­tagem.

Por falta de programação, muitas dessas pes­soas acabam fazendo um aproveitamento medíocre de sua capa­ci­dade mental. Elas acabam se tornando menos “in­te­ligentes” que outras, com menor potencial, mas que sabem apro­veitar melhor a capacidade mental de que dispõem.

Qualquer que seja a sua capacidade mental, você pode faze-la trabalhar a seu favor.

SABER VIVER — Iniciando a Jornada


Lair Ribeiro


Como você está hoje? Conseguiu realizar todos os seus sonhos ou só alguns? (Será que você já desistiu de sonhar?)

Quantas coisas você deixou de fazer por achar que não daria certo?

Você está satisfeito com o que já conquistou na vida ou quer mais? Afinal, o que falta para você ter a vida que sempre quis?

Talvez você não saiba o que falta, e por isso mesmo começou a ler este artigo.

Ótimo! Então, vamos iniciar a jornada pessoal para saber viver.

Quem sabe viver, tem sucesso e é feliz.

Vamos trabalhar com exemplos. Carlos, vizinho de Cláudio, comenta:

— O Cláudio é que sabe viver... Anda todo elegante, só vive viajando... Já deve conhecer o mundo inteiro!

Mas Cláudio, comissário de bordo, não gosta nada de passar a vida nas nuvens. Ele queria, mesmo, é passar a vida nas ondas. E lá com os botões de seu terno, ele pensa: ¬

— Toninho, o surfista, é que sabe viver...

E sabe mesmo. Ele conseguiu o que queria. Mas não é só o Toninho que sabe viver.

Saber viver tem um sentido diferente para cada pessoa. Para uns, saber viver é ter carro novo; para outros, é ser promovido no emprego; para outros, ainda, é ter fama, dinheiro e assim por diante.

Mas voltando ao surfista do nosso exemplo, caso você não saiba, ele é um sucesso! Tem uma coleção de medalhas conquistadas na ondas do Hawai, ganha muito dinheiro com a sua grife de roupas esportivas, mora de frente para o mar... Enfim, ele conseguiu tudo o que sempre quis!

É. A vida é assim: quem sabe viver, vai atrás de seus sonhos. E quando os alcance, ganha o sucesso, como recompensa! Felicidade é outra história!

Uma coisa é uma coisa. Outra coisa... Bem, outra coisa pode ser outra coisa, ou pode ser a mesma coisa. Sucesso é sucesso e felicidade é felicidade. São coisas diferentes, você concorda? Mas podem ser a mesma coisa. Veja bem: Sucesso é conseguir o que se quer. Felicidade é querer o que se conseguiu.

Felicidade é um estado de espírito.

Um milionário, que mora em um apartamento de cobertura e tem três carros importados na garagem pode estar profundamente infeliz e insatisfeito. Ele pode ter acabado de ter uma briga feia com os filhos, pode estar se separando da esposa com a qual vivia há mais de trinta anos... Enfim, muita coisa pode tornar infeliz a vida de uma pessoa bem-sucedida financeiramente. Por outro lado, um pescador que tem um barraco na vila e consegue trazer do mar um peixe por dia, pode viver muito feliz.

No caso do Toninho, o surfista, ele tem sucesso e é feliz, pois conseguiu o que queria e quer tudo o que consegue da vida.

Felicidade não depende do que você tem, mas da forma como você aceita as coisas que consegue na vida.

Se você só quer sombra e água fresca e a vida lhe dá um peixe por dia, ótimo! Você pode ser feliz. Mas se você quer mais do que isso e a vida tem lhe dado só um peixe por dia, você também pode ser feliz. E bem-sucedido. Basta querer o que está conseguindo da vida e aprender como tornar esse peixe rentável.