terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Pesquisa Linguística no Ensino Médio - Primeira Fase


Professor: Ewerton RezerGindri[i]
Turmas envolvidas: 3º D e 3º E da EE. 29 de Novembro


Introdução

A história de uma língua está diretamente relacionada à história de seus falantes, assim como, em um movimento de reciprocidade incontestável, a história desses relaciona-se à história de sua língua. Essa certeza, bem como o entendimento de que língua, sujeito e história ligam-se através da ideologia materializada no Discurso, levou EniOrlandi, juntamente com outros pesquisadores brasileiros, a firmar com a França, especialmente com o grupo coordenado por SilvainAuroux, um programa de pesquisas que aliasse a história da construção de um saber metalinguístico à história da construção da língua nacional, surge assim, no Brasil a HIL (História das Ideias Linguísticas).Tais estudos acabam por abordar também a questão da identidade, já que as pesquisas demonstram que a língua é a principal manifestação ideológica, das quais os sujeitos enunciam.
Por muito tempo o ensino de linguagens na escola esteve resumido a uma prática metalinguística, na qual o professor passava inúmeras aulas trabalhando o ensino da nomenclatura gramatical, sem ao menos contextualizar sua origem ou uso. Os livros didáticos de língua portuguesa priorizavam a morfologia e um pouco de sintaxe, reservando pouquíssimo espaço para a semântica e a interpretação textual resumiu-se, por muitos anos, a “encontrar” os sentidos “no” texto.
Entendemos, a partir de um posicionamento teórico que busca na Análise de Discurso de linha francesa sua base, que “os sentidos e o sujeito se constituem ao mesmo tempo no interior de uma formação discursiva no confronto entre as diferentes formações. Esta relação constitui a historicidade do sujeito e dos sentidos” (Orlandi, 1998, p. 13). Com o intuito de demonstrar a relação existente entre sujeito, sentidos e ensino, bem como perceber a heterogeneidade discursiva do “sujeito migrante” de Mato Grosso, desenvolvemos com os alunos dos 3º D e 3º E um projeto denominado “O monolinguismo e o ensino de línguas”.

Metodologia

A pesquisa em Análise de Discurso não segue os caminhos tradicionalmente percorridos pelas demais áreas, nem mesmo o conhecido caminho da pesquisa sociolinguística, preconizado por Labov e popularizado no Brasil por Taraloet al. Podemos, seguindo Orlandi(2007), dividir a pesquisa discursiva em três etapas.
Na primeira etapa, tem-se contato com o texto, com o material linguístico propriamente dito. Para essa fase usamos questionários, visando um perfil específico de informante: nascido na região alvo, tendo vivido nela mais de 20 anos antes de mudar-se para Mato Grosso, e que resida, atualmente, em Tangará da Serra. Em seguida, produz-se uma análise que terá por finalidade identificar as Formações Discursivas presentes no texto. Na última etapa, busca-se analisar as Formações Ideológicas presentes nos discursos e suas relações com os efeitos metafóricos do texto. Nesse texto, trazemos os resultados da primeira etapa.

Reflexões

As cidades de Mato Grosso hoje, especialmente as que são fruto direto da onda migratória chamada de “Marcha para o Oeste”, em sua maioria, emancipadas na segunda metade da década de 1970, possuem uma diversidade de falares comparável talvez apenas aos grandes centros metropolitanos da região sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro. Nesse novo panorama, as especificidades do falar regional, exemplificado em diversos trabalhos pelo falar cuiabano[ii], são estigmatizadas, trazendo um já-dito de atraso e rusticidade relativos ao nativo de Mato Grosso[iii]. Dessa forma o falar nativo carrega consigo uma memória (Payer, 2006) que se choca com a ideia de brasilidade trazida pelo migrante das regiões sul e sudeste, especialmente.
Podemos citar como exemplo alguns traços encontrados no falar cacerense[iv]. Nessa cidade, diversos pesquisadores[v] têm encontrado, em seu falar peculiar, formas que rememoram outro português, falado pelos primeiros colonizadores e modificado pelo contato com as línguas indígenas de Mato Grosso. Podemos citar alguns dos exemplos observados por Bisinoto (2007), tais como: “a aparente indiferença quanto aos marcadores de gênero, tanto no uso de artigos como no de morfemas flexionais [...] a saliência fônica no timbre de vogal nasalizada, que se abre” (Bisinoto, 2007, p.20).  Esses migrantes têm ao seu lado o poder econômico, mas também representam uma ordem, um projeto nacional que em Mato Grosso tomou outros caminhos, deslizou, de forma que durante algum tempo o Estado de Mato Grosso esteve como um desafio à ordem nacional, mas agora é “tomado”, por essa.
A ganância do mercado globalizado, em seu hipertexto, a mídia, (Payer, 2005), apoia os migrantes na mesma proporção em que condena a cultura que se distancia dela. Essa condenação não se faz de maneira explícita ou com violência física, mas os meios pelos quais o capital age afetam o viver tradicional, empurrando a cultura matogrossense, e seus atores, para a periferia dessa nova conjectura, de forma tanto simbólica, quando lhes nega o saber, por exemplo, como de maneira material, ao ocupar espaços, sejam urbanos ou rurais, tradicionalmente pertencentes às comunidades nativas. Dessa forma, o falar nativo passa por uma espécie de negação, na qual não só lhe é negada a historicidade, como também um futuro.
Ao lado do migrante, além do texto midiático, está também a Escola. Nela não há espaço preponderante para a variante do nativo, apenas para a trazida pelo migrante. Também não haverá na Escola espaço para as línguas indígenas, relegadas ao imaginário e circunscritas às aldeias. O que queremos realçar nesse momento é o fato de que Mato Grosso constitui-se numa pluralidade linguística, na qual identidades estão em luta, formas de saber, de fazer, de significar. Dessa forma a Escola de Mato Grosso representará uma arena na qual essas historicidades estarão em enfrentamento direto, pois a língua é onde se materializa o discurso. Segundo Silva (2007)[vi]

A Escola é uma instituição de uma sociedade dada, gerida em suas grandes diretrizes pelo Estado, marcada por realidades complexas e contraditórias, e que se caracteriza por colocar em jogo práticas, teorias, metodologias e tecnologias que são datadas historicamente, que se aliam-confrontam aos interesses e necessidades materiais dos diferentes grupos sociais. Dá-se, ali, então um confronto de forças, de alianças e cooptações de posições políticas e ideológicas que não são individuais, nem universais, mas que se organizam em formações discursivas, referidas a formações ideológicas [...] (Silva, 2007, p. 148)

Por isso, pelo fato da Escola ser de “uma sociedade dada” é que o contato dos alunos com o migrante, através das entrevistas, trás uma perspectiva de estudo, até então relegada a disciplinas como a sociologia ou a geografia.

Algumas considerações

Compreender as relações entre história, língua e sujeitos possibilita ao aluno ver nos fenômenos da linguagem mais do que pragmatismo. Ele compreenderá a língua como materialização de discursos, espaço de luta ideológica e poderá assim, desenvolver uma leitura crítica.
As OCs do Estado de Mato Grosso, ao tratarem do ensino de Língua Portuguesa, lembram que

[...] alíngua  pode  ser  instrumento  de  poder,  um  meio  pelo  qual indivíduos  controlam  outros  ou  resistem  a  esse  controle;  um  meio  a  ser  utilizado para promover mudanças na sociedade ou para impedi-las; para afirmar ou extinguir identidades culturais; enfim, dominar a linguagem, em seus aspectos linguísticos, textuais e discursivos, dá condição de os alunos participarem ativamente da sociedade. (OCs – Linguagens, p.101)

            Demonstrar, através de abordagens históricas, e também por análises discursivas, como se dão esses processos é essencial para a compreensão dessa nova concepção de leitura. As atividades do projeto irão construir um painel a partir do qual o cursista consiga perceber os efeitos de sentido da língua para além do óbvio, de forma que a intenção do autor não seja a única meta perseguida, mas como esses textos significam em uma formação discursiva dada.
Nessa primeira etapa do projeto, foram realizadas quatorze entrevistas, sendo,dois informantes das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste e quatro da região centro-oeste. Os alunos, ao realizarem as pesquisas, tiveram o cuidado de recolher o Termo de Consentimento dos informantes, de forma que as próximas etapas, as de análise, possam ser publicadas e também arquivadas na biblioteca da escola, onde ficarão a disposição da comunidade escolar. Com a pesquisa de campo, tem-se também a oportunidade de ver como Mato Grosso equaciona as diferentes formações discursivas e as várias formas de produzir sentidos, encaixando-se no que Pistrakdisse:

O trabalho na escola, enquanto base da educação, deve estar ligado ao trabalho social, à produção real, a uma atividade concreta socialmente útil, sem o que perderia seu valor essencial [...] Assim, o trabalho se tornaria anêmico, perderia sua base ideológica. (Pistrak, 2000, p. 38)

Assim, pensamos que as aulas de Língua Portuguesa devem perseguir um alargamento do conceito de leitura, que passe pela historicidade da língua, pela ideologia, que se materializano discurso, e pela interpelação do sujeito. Essa abordagem não pode se concretizar sem o uso consciente de diferentes gêneros textuais, dentre eles a entrevista, nas aulas de linguagem.
Vale ressaltar que as OCs a esse respeito dirão que

Tais atividades, nessa perspectiva, devem constituir situações quepermitam  a reflexão sobre o uso dos recursos expressivos na constituição dos sentidos de um texto que propiciem a análise da trama discursiva dos textos lidos e a percepção de diferentes vozes  presentes  neles,  que  revelem  as  diferenças  composicionais  e  estilísticas  entre os gêneros discursivos. (OCs – Linguagens, p.102)

É exatamente isso, analisar as tramas discursivas e as diferentes vozes do/no sujeito migrante, que esse projeto pretende. Nessa primeiraavaliação, julgamos caminhar pela estrada que leva à aprendizagem e à educação de qualidade, que se voltaàquilo que é de sua gente e de seu chão para com eles contribuir. 

Referências Bibliográficas

BISINOTO, Leila Salomão Jacob. Atitudes sociolinguísticas: efeitos do processo migratório / Leila Salomão Jacob Bisinoto – Campinas: Pontes Editores, RG Editores, 2007.

Mato Grosso. Secretaria de Estado de Educação. Orientações Curriculares: Diversidades Educacionais./ Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Cuiabá: Defanti, 2010.

Orientações Curriculares: Área de Linguagens: Educação Básica./ Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Cuiabá: SEDUC – MT, 2010.

Orientações Curriculares: Concepções para a Educação Básica./ Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Cuiabá: SEDUC – MT, 2010.

ORLANDI, E. P. A leitura e os Leitores / Eni Puccinelli Orlandi (organizadora). – Campinas, SP: Pontes, 1998.
______________. Análise de Discurso: princípios e procedimentos, Eni P. Orlandi. 7ª ed., Campinas, SP: Pontes, 2007.

PAYER, M. Onice. Linguagem e sociedade contemporânea – Sujeito, mídia, mercado. In: RUA: Revista do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade da UNICAMP – NUDECRI. Campinas, SP, n. 11, março 2005.

________________. Memória da Língua. Imigração e nacionalidade. São Paulo, Ed. Escuta, 2006.

PISTRAK, M. Fundamentos da escola do trabalho. 1ª ed. São Paulo, Expressão Popular, 2000.

SILVA, M. V. A Escolarização da Língua Nacional. In: Orlandi, Eni P. Políticas linguísticas no Brasil, Eni P. Orlandi (org.) / Campinas, SP: Pontes Editores, 2007.






[i] Professor de Língua Portuguesa da EE. 29 de Novembro, Mestre em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT e pesquisador do NEED/UNEMAT (Núcleo de Estudos de Educação e Diversidade da UNEMAT).
[ii]Bisinoto (2007), Oliveira (1996), Arruda (1998), Lima (2007) dentre outros.
[iii] Para saber mais sobre esse já-dito, Di Renzo (2012).
[iv] Relativo ao município de Cáceres, situado ao sudoeste do Estado de Mato Grosso, distante 210 km de Cuiabá e a 90 km da fronteira com a Bolívia.
[v]Bisinoto (2007), Arruda (1998), Cassiano da Silva (1921).
[vi] Vieira, M. S. A escolarização da Língua Nacional. In: Orlandi, Eni P. Políticas linguísticas no Brasil, eni P. Orlandi (org.) / Campinas, SP: Pontes Editores, 2007.

A Gestão Democrática nas Escolas Estaduais

A gestão democrática implantada na rede estadual de Mato Grosso Foi uma conquista muito importante para a educação, tendo em vista que os gestores até então eram cargo de confiança  indicado por políticos fator que atrapalhava muito o trabalho dos gestores, porque na maioria das vezes não contava com o respaldo da comunidade escolar e se apresentava mais como um cabo eleitoral daquele político que o havia indicado. Evidentemente que não podemos generalizar dentre esses indicados havia também pessoas comprometido e que desenvolvia um bom trabalho o que quero dizer é que mesmos aqueles que eram comprometidos muitas das vezes se deparavam com situações desagradáveis, pois de uma certa forma ficava devendo favores  aquele que o havia indicado e assim seu trabalho acabava sendo prejudicado.

Com a gestão democrática abriu-se um novo horizonte e a perspectiva de uma mudança nos destinos da educação, mas como se sabe as mudanças acontece lentamente até porque a sociedade estava acostumada com um regime autoritário e  necessariamente passou-se por um período de transição onde as pessoas aos poucos  foram adquirindo uma nova visão  e permitindo que as mudanças paulatinamente foram acontecendo. Quando se fala em gestão democrática ainda estamos engatinhando, pois se passaram apenas 14 anos da criação da gestão democrática nas escolas e as experiências vão contribuindo com certeza para melhoria do desenvolvimento dessa gestão nas escolas, no meu ponto de vista algumas coisas devem ser analisadas com maior profundidade por exemplo a valorização do gestor em todos os sentidos tanta na questão de formação, como na questão financeira tendo em vista que  a gratificação que o gestor recebe não condiz com a responsabilidade que ele assume que é muito grande e ele acaba trabalhando não só 40 horas por semana, mas muitas das vezes 60 horas pois os compromissos são muitos.

Essa valorização se faz necessária pois o interesse em ser um gestor hoje na rede estadual é muito pouco justamente porque em termos financeiro não compensa é muita responsabilidade e pouca valorização e acaba sempre sendo os mesmos que sempre estiveram a frente das atividades na unidade escolar que acaba se candidatando, essa situação contribui para que sempre se tenha um único candidato e isso não contribui para que haja um debate visando a melhoria da educação. Por outro lado quando aparece um outro candidato querendo disputar a eleição nem sempre o  objetivo é a melhoria da educação, mas sim  por algum motivo pessoal querendo simplesmente derrubar o colega para mostrar que tem força e para isso usa todos os meios possíveis e não diferencia em nada dos políticos tradicionais que temos em nossa sociedade.

Nesse sentido é que defendo uma maior valorização dos gestores tanto no que diz a capacitação, quanto no financeiro para que mais profissionais da educação sinta-se motivado para concorrer ao Cargo e haja um maior debate com propostas que realmente contemple temas relevante para melhoria da educação na unidade escolar e consequentemente para melhoria de um todo.

Sociólogo Professor Aposentado: Elias Vicente da Silva

MT - Cefapro Primavera realiza Encontro sobre Relações Etnicorraciais

O Centro de Formação de Primavera do Leste (Cefapro) realizou ontem (12.02) na unidade da Assessoria Pedagógica, o I Encontro do Grupo de Estudos sobre as Relações Etnicorraciais. Na oportunidade foi apresentada a proposta de trabalho para 2014, com destaque para a Lei 10.639, 11.645, das Orientações Curriculares para as Relações Etnicorraciais. Além das leis apresentaram outras biografias para a desconstrução da visão estereotipada e discriminatória sobre o negro e indígena no cotidiano escolar do Estado.

As leituras realizadas pelo grupo serão parte das ações desenvolvidas este ano. Constaram ainda a elaboração de um material para promover a igualdade racial na escola, através de práticas educativas, assim como, divulgar os estudos em produções acadêmicas no decorrer do ano.




Segundo a formadora responsável pela mediação dos debates, professora mestre Janaina Pitas, outro tópico abordado foi a necessidade de divulgação das ações educativas para a comunidade local, com o intuito de que contribuam para o respeito mútuo e a melhoria social.
 Durante o Encontro com diretores e coordenadores de escolas, os formadores da área de tecnologia, professor Milton Alcover, e da área Indígena, Rosa Maiate, apresentaram temas voltados às respectivos estudos. O primeiro tratou sobre a importância da pesquisa para a valorização da cultura e da História dos diferentes grupos que compõem o ambiente escolar e, a segunda abordagem foi sobre os desafios e necessidade de conhecimento das dificuldades que enfrentam os estudantes indígenas do Xingu, nas escolas das aldeias e urbanas. (informações Cefapro Primavera do Leste)

Assessoria/Seduc-MT

MT - Bolsa Família na educação realiza levantamento de demanda para curso de extensão

O Programa Bolsa Família na Educação (PBF) em Mato Grosso realiza levantamento de demanda para o curso de especialização e extensão em gestão da Educação do PBF, que está previsto para o segundo semestre de 2014. A formação será ofertada pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc), para os coordenadores, operadores, secretários municipais e todos os envolvidos com o programa.

Interessados devem preencher até terça-feira (18.02) a planilha disponibilizada pela Coordenação Estadual do Bolsa Família na Educação aos municípios. Conforme a coordenadora estadual, Sonia Bispo Arruda, o preenchimento é fundamental, pois os dados serão encaminhados ao MEC que juntamente com a UFMT definirão quantas vagas serão ofertadas, bem como o perfil do curso para o Estado.
 
Sonia explica que em anos anteriores, a Coordenação do PBF na Seduc tinha como objeto o controle da frequência escolar dos alunos beneficiários do programa. Contudo, a partir deste ano as Coordenações nos Estados passaram a trabalhar a busca pela educação inclusiva, com foco nos Direitos Humanos e Diversidades. “O objetivo é o fortalecimento da Educação e das aprendizagens no combate a pobreza e desigualdade social”, disse.

Operadores estaduais auxiliares do PBF, coordenadores municipais, operadores municipais auxiliares, secretários municipais de Educação, gestores escolares, professores entre outros, que são o público alvo do curso que tiverem graduação poderão se inscrever na formação, e obterem o título de especialistas. Por sua vez, para àqueles que possuem o ensino médio o curso será de extensão.

Após a coleta de informações junto aos interessados, o MEC em parceria com a Seduc e UFMT abrirá as inscrições. A formação será por meio da Educação a Distância (EAD) e será ofertada nos pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Outras informações pelos endereços eletrônicos sonia.arruda@seduc.mt.gov.br ou ruth.xavier@seduc.mt.gov.br. Telefone para contato (65) 3613-6453

Assessoria/Seduc-MT

MT - Calendário letivo de 2014 tem início na Escola Nova Chance

Teve início na tarde de hoje (13) o ano letivo da Escola Estadual Nova Chance beneficiando 2,3 mil pessoas, o que representa o total de 23% dos reeducandos do sistema prisional em regime fechado (9,5 mil pessoas em restrição de liberdade). A ação fortalece a interlocução entre as Secretarias de Estado de Educação e de Justiça e Direitos Humanos potencializando o atendimento educacional aos sujeitos privados de liberdade.

O lançamento do calendário foi realizado na penitenciária Ana Maria do Couto May, que dispõem de três salas de aula, beneficiando 72 reeducandas somente na unidade. “Pra vencer o preconceito eu acho que o estudo é o caminho. Eu tenho que acreditar em uma nova perspectiva pra quando sair daqui. Tenho que cuidar da minha mãe, do meu filho”, conta Cláudia Cruz, 29 anos.  Ela se prepara para cursar o primeiro segmento da Educação de Jovens e Adultos (4ª série). “Eu abandonei a escola, primeiro para trabalhar, depois por causa das drogas... e me perdi. Só voltei a estudar há um ano, quando já estava aqui”.

A determinação demonstrada por  Cláudia traduz o pensamento da secretaria adjunta de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), Ema Marta Dunck Cintra.  “Esse trabalho em parceria serve para garantir o resgate a  um direito que é constitucional e, que  foi negado em algum momento a esses cidadãos. Nós temos a obrigação dessa garantia de atendimento com qualidade”.

Para o secretário de administração penitenciária da Sejudh, coronel Clarindo Alves de Castro,  a educação possibilita autonomia a esse sujeito no momento em que ele deixa o sistema prisional o que reflete nos indicadores de reincidência criminal. “Hoje, no país de forma geral esse percentual chega a 80%, mas a educação ajuda na promoção a essa emancipação, diminuindo esses números”. Ele ainda citou que Mato Grosso terá mais duas unidades os centros de detenção provisória de Porto Alegre do Norte e de Sapezal com salas construídas para esse atendimento. “Estamos investindo estruturalmente”.

Atendimento  

A Escola Estadual Nova Chance está presente em um total de 26  municípios e 32 extensões (unidades penitenciárias).  Nos próximos dias o atendimento educacional também será disponibilizado junto a cadeia pública de Barra do Garças.

Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT

MT - Música na Escola potencializa conhecimento

Ampliação do tempo de permanência em espaço escolar, a potencialização do conhecimento cultural, assim como a valorização do espaço e os benefícios psicomotores, de memorização e físicos são conquistas obtidas com as práticas implementadas com intermédio da música na Escola Estadual André Avelino, em Cuiabá. A unidade oferta as atividades da Banda Marcial, para cerca de 60 estudantes e também membros da comunidade.  A banda marcial que atua apenas com instrumentos de sopro coleciona uma série de premiações.

Os ensaios do projeto são realizados três vezes por semana, sempre após o horário regular das aulas e conta. “Aprendi a amar a música, os compositores, o trompete. Hoje, sem dúvida, tenho mais amor e  carinho pelo espaço da escola. Cuido mais, preservo o ambiente”. A afirmação é da estudante Daniele de Souza, 16 anos, que se prepara para cursar o 2º ano do Ensino Médio.

Instalada no bairro CPA I, a unidade escolar presta atendimento a 1,7 mil estudantes do Ensino Médio e investe em projetos educacionais como grandes aliados ao processo educacional. “Valorizar o talento individual, assim com o acompanhamento da frequência escolar, são alguns dos instrumentos adotados pela gestão para o combate, por exemplo, a evasão escolar”, explica a diretora Valéria Almada Arizawa.

Ela ressalta “buscamos sempre um currículo que se aproxime da realidade de nossos estudantes. Temos projetos inseridos em nosso PPP, como nosso show de talentos, e a música é outro deles. Os projetos são estímulos, auxiliam ao processo de ensino aprendizagem”, cita a gestora
“A música é um instrumento completo de aprendizagem. Carrega uma série de benefícios. A disciplina, o desenvolvimento psicomotor, a coordenação motora, a responsabilidade com o próximo, com seus instrumentos, com o ambiente”,  explica o professor regente, Ivan Ferreira de Moura, que há 20 anos ministra aulas na unidade.

Ex-aluno da banda, Jonni Almeida, 28 anos, nunca foi matriculado na unidade escolar, mas como morava nas imediações da escola (bairro 1º de Março) passou a atuar como voluntário e permanece nessa função há quatro anos. Três vezes por semana ele deixa sua casa e se disponibiliza a passar 90 minutos ensaiando as coreografias da banda para apresentações. “Vejo crescimento para os alunos. Os diferentes estilos musicais permitem que os alunos se descubram que busquem, sempre, adquirir mais conhecimento”.
Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT
 

MT - Seduc realiza agenda formativa com educadores da rede

A Secretaria de Estado de Educação inicia dias 19 e 20 de fevereiro as  ações da Agenda Integrada, com a  Jornada Formativa Institucional  II,  elaborada pela Secretaria Adjunta de Políticas Educacionais (Sape). As atividades terão início a partir das 8h, no auditório da pasta e será destinada aos servidores da sede.

Dotada de várias ações que permitirão a construção de uma rede integradora, a Agenda contemplara capacitações para 80%, dos 22 mil educadores  da rede estadual de Educação, com foco no Projeto Político Pedagógico e a Gestão Participativa.

“O ponto principal é a discussão do PPP da escola. Este assunto faz parte do dia a dia de cada um, mas queremos fortalecer, coletivamente, essa  discussão, estabelecendo parâmetros, orientações, discutir sobre os projetos que são inerentes ao currículo da escola.  Nós vamos conversar, trabalhar internamente sobre o  PPP.  Posteriormente, será a vez dos Cefapros, das Assessorias Pedagógicas”, explica a secretaria adjunta de Políticas Educacionais, Ema Marta.
 
A estratégia é o fortalecimento e o empoderamento da rede, para o posterior desenho de um diagnóstico sobre as fragilidades e as intervenções a serem adotadas, pelo prazo de dois anos. “Que sociedade eu tenho? Qual o  ideal de sociedade? De alunos? O que eu necessito fazer para que consiga atender a esses anseios dos meus estudantes? São questionamentos que são contemplados no PPP.
 Eu preciso desses saber para projetar minhas  intervenções em rede.  Nós temos essa perspectiva de trabalho.  De fortalecimento. A escola poderá entrar em contato  para receber as orientações e  queremos uma prática mais colaborativa em prol daqueles que são nosso foco, que são os estudantes”.

A segunda etapa da Agenda Integradora contará com as formações para os novos  gestores e os indicados, além de coordenadores, assessores pedagógicos e equipes dos cefapros e educadores. “Nós vamos ter um trabalho junto, sempre na perspectivas de que temos Assessorias e Cefapros, desenvolvendo esse trabalho em 15 polos”, finaliza Ema Marta.

PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT

MT - Fórum Permanente de Educação de Jovens e Adultos se reúne quinta-feira

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que o Fórum Permanente de Debates sobre a Educação de Jovens e Adultos de Mato Grosso (FPDEJA/MT) realizará entre quinta-feira e sábado (20 a 22.02) seu VI Encontro de Coordenadores Regionais. A atividade ocorrerá na Associação do Comércio em Primavera do Leste (237 km de Cuiabá).

O encontro terá a participação da Coordenação Estadual, dos coordenadores regionais e assessores tecnológicos. Na ocasião haverá oficina para os assessores e reuniões de trabalho com os coordenadores para orientações quanto à organização dos Fóruns Regionais.

Também haverá a construção do XIV Encontro Estadual Preparatório para o Encontro Regional da Região Centro Oeste da Educação de Jovens e Adultos (EREJA).

Mais Informações com a coordenadora do Fórum Regional e anfitrião do Encontro, Luciana Fonseca, pelo fone (066) 9988–6329 ou com o coordenador do Fórum Estadual, João Dias (065) 9694-4691.

Assessoria Seduc-MT 

 

MT - Caderno de Orientação dará suporte às práticas educacionais

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc)  trabalha no desenvolvimento de um Caderno de Orientações Didáticas para os educadores da rede estadual matogrossense.  O instrumento será mais uma ferramenta de suporte às práticas educacionais implementadas em Mato Grosso.

Assim como as Orientações Curriculares, o material descrito nas áreas do conhecimento servirá apenas como norteador aos educadores.  “Nós já temos as Orientações Pedagógicas e sempre partimos de discussões coletivas. Buscamos fortalecer a educação visando a oferta com qualidade social”, explica a secretária adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, Ema Marta Dunck Cintra.
A superintendente de Educação Básica da Seduc, Catarina Cortes, pontua que a partir da publicação das Orientações já era previsto a construção dos cadernos, que serão disponibilizados por meio do Sistema Integrado de Gestão da Aprendizagem (SIGA), que a partir de 2014 passa a abarcar o atendimento também a alunos matriculados no 2º e 3º Ciclo de Formação Humana.
“Os Cadernos serão  concebidos considerando as quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Sociais”, diz.  Questionado sobre o prazo para a inserção, a superintendente ainda explica que os parâmetros ainda são definidos para inserção no sistema de informação que permite individual de cada um dos alunos matricualados.
Todas as unidades escolares de Mato Grosso também receberão uma versão impressa do material, que será destinado a Sala do Educador. “As Orientações Curriculares trazem as concepções de currículo, aprendizagem e os Cadernos se diferenciam, pois trazem as indicações de atuação. Além do que, é preciso pontuar que existem mudanças muito frequentes nas legislações e ele devem ser absorvidas pelos educadores. É preciso deixar claro que esse é mais um instrumento de trabalho. Não fere a autonomia pedagógica. Não traz um direcionamento, um engessamento. Trata-se, sim, de um apoio, de um instrumento que  fomenta à prática docente”, finaliza.
Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT

MT - Orquestra de Mato Grosso inicia 2014 com extensa programação e participação em encontro na Áustria

Da Redação - Marianna Marimon

Abrir as asas e alçar novos vôos. O reconhecimento pelo trabalho da Orquestra do Estado de Mato Grosso (OEMT) agora também é internacional, já que foi convidada para levar seu ‘case’ a Viena, na Áustria no Classical: Next, um encontro que reúne os principais profissionais da cadeia produtiva do clássico, com objetivo de expor a trajetória ao conhecimento internacional. Além disto, na agenda OEMT, tem também apresentação marcada para abril no Auditório do Ibirapuera (SP).

“Lá estaremos para falar da OEMT, falar de Mato Grosso e mostrar o trabalho desenvolvido aqui na última década, motivo de orgulho e inspiração para tantos brasileiros”, destaca o diretor artístico e maestro, Leandro Carvalho.

Empenhada ainda pela universalização da música de concerto em Mato Grosso, a Temporada 2014 segue sua trajetória do teatro para a escola e da escola para o teatro, na tradicional série de Concertos Didáticos que atenderá mais 30 instituições de ensino.

A obra de Manuel de Falla, O Retábulo do Mestre Pedro, criada a partir do clássico Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, norteará os Concertos Didáticos este ano e terá novamente a participação do ator Sandro Lucose, do Teatro Mosaico.

A série de Concertos Oficiais, realizada regularmente no Cine Teatro Cuiabá, continuará trazendo a Mato Grosso grandes solistas e maestros convidados para a apresentação de repertórios diversificados e criativos. Na abertura da temporada, dias 15 e 16 de março, o grande violonista Yamandu Costa se junta à OEMT para a estreia do seu Concerto de Fronteira, uma obra inédita comissionada pela Orquestra especialmente para a ocasião. Outros nomes de destaque como mestre violeiro Ivan Vilela, o violinista Oliver Yatsugafo e o maestro Miguel Campos Neto também farão partes dos concertos deste ano.

Os Concertos Oficiais, realizados no Cine Teatro Cuiabá, em 2014 apresentarão programas (repertórios), com direito a estreia de uma composição que reverencia a tradição oral musical dos cururueiros, escrita pelo compositor Danilo Guanais para orquestra e coro masculino. A temporada também destaca personagens da música mato-grossense como Vicente dos Santos, resultado do trabalho de investigação e pesquisa sobre a música de Mato Grosso. São poucos os registros sobre a vida e a obra deste e outros compositores.

Ano após ano, a Orquestra vem realizando uma espécie de “revival” de importantes personagens da tradição musical de Mato Grosso – caso de José Agnello Ribeiro, Tote Garcia, Mestre Albertino, Levino Conceição e agora, Vicente dos Santos -, recuperando parte importante da memória musical do Estado.

A série de Oficiais também prestará homenagem aos 100 anos do compositor polonês Andrzej Panufnik, apresentando o Concertino para tímpano, percussão e cordas, apresentará obra fundamentais do repertório erudito, como a Sinfonia de Câmara de Dmitry Shostakovich, a Serenata de Edward Elgar, Idilio de Siegfried de Richard Wagner e a Serenata de Antonín Dvořák.

A Orquestra comemora a parceria com o selo Kuarup, responsável por um dos mais ricos acervos de música brasileira, para lançar o CD “Calidoscopio” – com recriações da obre do mineiro Flausino Vale -, gravado em 2011 com os solistas Emmanuele Baldini e Roberto Correa, e relançar os discos anteriores. As gravações seguem este ano com dois novos discos, um com Yamandu Costa, que será realizado em março, logo após os Concertos Oficiais, e outro com Ivan Vilela, a ser gravado após os concerto de encerramento da Temporada 2014.

Este ano, a Orquestra do Estado de Mato Grosso continua o diálogo com outras artes. Nomes importantes da fotografia brasileira contribuíram com o “Programa de Concerto 2014” e terão suas imagens expostas no foyer do Cine Teatro. Imagens de Rai Reis, José Medeiros e Izan Petterle retratam o cotidiano, as belezas naturais e a cultura popular do Estado, dialogando com os repertórios da série de Concertos Oficiais.

A Orquestra do Estado de Mato Grosso é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura. Suas três principais séries de concertos – Oficiais, Didáticos e Populares - são realizadas em conjunto com o Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo a Cultura e têm os patrocínios do Instituto Votorantim, Votorantim Cimentos, Agro Amazônia e Agro Amazônia John Deere. Para a realização da Temporada 2014 a Orquestra tem ainda o apoio cultural da TV Centro América, Amazon Plaza Hotel, Fisk Inglês e Espanhol, Localiza e Soul Propaganda.

Programação


15 e 16 de MARÇO – CONCERTO DE FRONTEIRA
Obras de Herminio Gimenez, José Asunción Flores e Yamandu Costa
Yamandu Costa, violão
Leandro Carvalho, regência


5 e 6 de ABRIL – ANIVERSÁRIO DE CUIABÁ
Obras de Dmitry Shostakovich e Danilo Guanais
André Vilani, regência coral
Leandro Carvalho, regência

14 e 15 de JUNHO - MATO GROSSO E SUA TRADIÇÃO MUSICAL
Obras de compositores mato-grossenses e Andrzej Panufnik
Leandro Carvalho, regência
Alex Teixeira, tímpano e Tarcisio Sobreira, percussão

23 e 24 de AGOSTO – O RETÁBULO DO MESTRE PEDRO
Obras de Wagner e Manuel de Falla
Sandro Lucose, ator
Leandro Carvalho regência


20 e 21 de SETEMBRO – SERENATA ROMÂNTICA
Obras de Dvorak e Camille Saint-Saens
Oliver Yatsugafo, violino
Miguel Campos Neto, regência


22 e 23 de NOVEMBRO – VIOLA ENCANTADA

Obras de Edward Elgar e Ivan Vilela
Ivan Vilela, viola caipira e viola de cocho
Leandro Carvalho, regência


MT - Exposição no Misc homenageia marchinhas do carnaval cuiabano; Abertura é nesta terça


Da Redação - Stéfanie Medeiros

Apesar de ser uma festa internacionalmente reconhecida como “brasileira”, o carnaval, na verdade, se originou na Grécia entre os anos 600 e 520 antes de Cristo. Foi adotado pela Igreja Católica na Idade Média, onde aconteciam vários festejos populares para celebrar a ocasião. Atualmente, é uma festa extravagante regada a muito samba, fantasias luxuosas, desfiles e muitos shows.

Relembrando o Mestres como Inácio e Albertino, o Museu de Imagem e de Som de Cuiabá (MISC) faz uma exposição em homenagem as antigas marchinhas do carnaval cuiabano. Com abertura nesta terça-feira (18), os trabalhos ficaram à disposição do público até o dia 31 de março.

De acordo com informações da assessoria, a exposição constitui um verdadeiro resgate histórico dos antigos cordões dos carnavais cuiabano através do olhar dos artistas plásticos Benedito Filho e Régis Gomes. Haverá também exposições com alegorias do carnaval cuiabano com fantasias do antigo rei Momo cuiabano, Mário Sérgio.

O evento de abertura terá a apresentação da bateria da Associação dos Blocos Carnavalesco de Cuiabá (BLOC). Estarão presentes na solenidade “Pretinha”, presidente do BLOC, e o Meste Manezinho do Cavaco e Simith.