Entrevista com Marcos Sandrini
Jornal Mundo Jovem
publicada na edição nº 424, março de 2012.
Nesta sociedade marcada por relações de competição e intolerância, em que a diferença entre as pessoas é motivo de discriminação e exclusão, qual é o papel da educação? Será apenas um sonho ou há possibilidade de fazer florescer uma nova geração? É o mercado que vai ditar o projeto de nossa educação?
Marcos Sandrini,
padre salesiano e diretor das Faculdades Dom Bosco, em Porto Alegre.
Endereço eletrônico: sandrini@dombosco.net
Mundo Jovem: Qual é o significado que a escola tem na vida das pessoas?
Marcos Sandrini: Existe no mundo de hoje um movimento de pais que querem educar os filhos em casa. Estes pais dizem que são capazes de educar seus filhos integralmente na sua casa e que não precisam mandá-los para a escola. Esse movimento começou nos Estados Unidos e já chegou, inclusive, aqui no Brasil.
Mas a escola não é a continuação da família. A escola é justamente a ruptura com a família. Um pai em casa não pode educar seus filhos, por exemplo, para a tolerância, para o pluralismo, para a diferença. E uma criança, um adolescente, um jovem, quando sai de casa e vai para a escola, encontra pessoas de diferentes etnias, de diferentes gêneros; encontra pessoas de diferentes condições econômicas, políticas, religiosas, éticas. Então a primeira grande tarefa da formação da escola é justamente ajudar as pessoas a saberem conviver com as diferenças.
Mundo Jovem: Então é mais do que aprender conteúdos?
Marcos Sandrini: O papel do professor, educador, na escola não é ensinar que dois mais dois são quatro. Seu papel é ser um mediador cultural. Ele vai encarar todas as diferenças e vai fazer com que as crianças, os adolescentes, os jovens sejam trabalhados na dimensão da tolerância, do respeito, da diferença. Esse respeito para com as diferenças é uma coisa nova e ainda não é dominante na sociedade. Nós estamos no auge de grandes intolerâncias no mundo inteiro.
Costumamos falar que a Idade Média era intolerante, que a Idade Moderna era intolerante, mas nós hoje temos uma sociedade muito intolerante. É só abrir jornais e revistas, olhar a televisão, escutar o rádio, navegar pela internet que vamos ver que o respeito ao outro é uma coisa dramática. Muitas “soluções”, inclusive, são buscadas através de homicídios.
Tudo isso significa uma sociedade intolerante, que não respeita nem que o outro viva. Então, há muito trabalho para ser feito.
Mundo Jovem: É um trabalho de promover esse valor do respeito à diferença?
Marcos Sandrini: Em geral a nossa sociedade trabalha com o seguinte paradigma: o normal é ser branco, adulto, ocidental, cristão. E não conseguimos trabalhar no sentido de ver que há gente que não tem essa perspectiva. Isso é que tem que vir para a nossa escola. Só que as crianças, os adolescentes e jovens, quando vêm para a escola, e nós educadores também, somos formados dentro dessa visão única, e não na visão do diferente.
Na nossa sociedade, muitas vezes, olhamos as diferenças como desigualdades. Mas nós precisamos mudar a maneira de enxergar. As diferenças não são desigualdades. As diferenças são riquezas que a sociedade tem. O parâmetro deve ser que o branco e o negro são iguais na sua diferença; o masculino e o feminino são iguais dentro da sua diferença; o cristão e o da outra religião são iguais dentro da sua diferença; o adulto e a criança são diferentes, mas são iguais. E é muito importante a nossa sociedade trabalhar com a ideia de que a diferença é uma riqueza.
Mundo Jovem: Não há um conflito de gerações na questão dos valores?
Marcos Sandrini: A grande opção que hoje está surgindo é a dimensão de sabermos que o outro existe. Um dia encontrei com um pré-adolescente e ele me disse: “Professor, não se estressa, não se estressa”. Quando um menino diz isso, acho que ele está visando a uma coisa nova. E o novo é o seguinte: ele falou uma coisa diferente da sua. Ser antigo significa dizer assim: “Quem pensa diferente de mim, ou tem que ser trazido para pensar igual a mim ou tem que ser eliminado”. Então quando um menino diz “não se estressa”, deixa ele pensar diferente, ele quer dizer que o outro existe, o outro tem direito de ter uma visão diferente, desde que não prejudique a ninguém, desde que deixe que os outros vivam.
É interessante que muitas vezes liga os valores novos a jovens, crianças e adolescentes. Mas não é verdade. Acho que não há um conflito de gerações. Acho que o grande conflito hoje não é entre os adultos, as crianças e os jovens. Encontramos muitos jovens que não têm a dimensão da diferença, são prepotentes, resolvem seus problemas através da violência. E encontramos adultos que não são prepotentes, que não resolvem suas divergências com a violência.
O que mais me impressiona, estudando Pedagogia e Educação, é ver que os grandes teóricos não são tão jovens. Edgar Morin, por exemplo, tem mais de 90 anos; Capra, mais de 70 anos. Então não se trata de ter menos idade ou mais idade. Trata-se de ter uma postura diferente em relação ao outro. A intolerância fez muito mal para o mundo. A intolerância matou muita gente.
Não devemos mais ter essa divisão: pessoas antigas, pessoas modernas. Nós temos pessoas que têm uma mentalidade inclusiva, ou temos uma pessoa que tem uma mentalidade que exclui.
Mundo Jovem: O senhor acredita que é possível trabalhar isso na escola?
Marcos Sandrini: É claro que isso é fácil no discurso, mas quando chega na hora da prática acontecem os problemas. E um pressuposto para esse trabalho é partir de uma dimensão holística. Se nós conseguirmos dentro de uma escola, dentro de uma comunidade educativa, criar um grupo de pessoas realmente focadas em ter um projeto político pedagógico forte, nós podemos ter incidência, sim, para criar uma geração diferente.
Mundo Jovem: Então não depende apenas do trabalho do(a) professor(a)?
Marcos Sandrini: Quem é mais importante na escola: o professor ou o aluno? Acho que não é o professor e nem o aluno: o mais importante numa escola é o seu projeto pedagógico. O que queremos enquanto professores, direção, coordenações, funcionários, alunos, pais e o entorno, a sociedade? A partir disso, criar, estabelecer metodologias para fazermos com que a nossa realidade se aproxime do ideal que nós projetamos para a nossa educação. É nessa linha que precisamos trabalhar.
Mundo Jovem: O que significa dizer que a escola deve ter uma visão holística?
Marcos Sandrini: Quando uma criança vem para a escola, ela vem inteirinha. Vem a cabeça da criança, seu joelho, seu coração, sua dimensão psíquica, física, espiritual, sua parte econômica. A escola tem que trabalhar uma criança no seu todo. Não pode trabalhar a criança só numa visão. E hoje é fundamental também uma visão ecológica. Se não sou capaz de respeitar um igual, como vou respeitar a natureza? A natureza também é um outro. A Terra não foi feita para nós. Ninguém foi feito para ninguém. Fomos feitos para criar comunhão em nós. Essa é a visão que temos que ter. Se não há respeito por uma criança, não haverá por um animal.
Um dia perguntei para um jovem onde havia feito o Ensino Médio. Com sua resposta, percebi que se tratava de um curso num prédio pequeno. Perguntei onde faziam a recreação. Ele respondeu que num posto de gasolina, numa loja de conveniência. Perguntei se tinham laboratório de Física, Química e Biologia, se tinham Música, Educação Física. E ele respondeu que não. Isso é um exemplo de uma escola que só pensou a cabeça da pessoa. É uma escola que não tem uma visão holística.
Mundo Jovem: Mas o mercado tem exigências...
Marcos Sandrini: Não critico a escola, porque ela ofereceu aquilo que procuram, mas questiono a família que tem essa visão de educação, de só formar a cabeça. E há pessoas “bem-sucedidas”, entre aspas, porque atendem a dimensão que está sendo procurada pelo mercado. E uma pessoa que tem uma sensibilidade maior, uma dimensão de solidariedade maior, muitas vezes, nem é vista na sociedade, porque não é isso que se procura. Procuram-se pessoas bem-sucedidas na dimensão apenas do resultado. Mas seria o caso de perguntar: traz resultado para quem? Todo valor é assim: é valor para quem e valor contra quem? É nessa dimensão que precisamos estudar, trabalhar e questionar a nossa educação.
Agora, a escola também não está sozinha, porque é um reflexo da sociedade. Ela influencia a sociedade e esta também influencia a escola. Se a escola está assim é porque a sociedade quer que ela seja assim. E as famílias, muitas vezes, também a querem assim. Por isso, a educação tem que ser repensada. Infelizmente, a maioria das famílias não tem condições de pensar. São os educadores que receberam da sociedade a tarefa de pensar a educação. Os educadores têm a tarefa de pensar melhor porque receberam formação para isso e essa é sua missão na sociedade.
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Tornar as pessoas felizes
Na questão dos valores, tenho claro: são valores para quem ou contra quem? É como os chamados pecados capitais. Esses pecados, dependendo como você olha, podem transformar-se numa virtude capital. Por exemplo, a ira, quando usada para rebaixar o outro, destruir o outro, não é valor. Mas quando a ira é usada para defender o outro, para lutar, tomar posição firme, corajosa na sociedade, transforma-se numa virtude.
Tudo depende de qual é a opção fundamental. Se minha opção é um narcisismo, um chegar a um objetivo a qualquer custo, então vou procurar valores que me ajudem nesta linha. Porém se minha opção fundamental é por valores que ajudem o outro a viver feliz, já tenho uma outra visão de valores. Nesse sentido é que a escola tem que trabalhar.
Por exemplo, o trabalho de grupo seria uma perda de tempo? Depende de como se olha. Mas o trabalho de grupo é muito importante para a escola no sentido de criar uma sociedade mais colaborativa também.
Uma vez muito me impressionou, ao ler num livro, que, quando Einstein visitou a Índia, um mestre espiritual lhe perguntou: “Você é o maior cientista do mundo. Em que a sua ciência tem ajudado a tornar as pessoas mais felizes?” E Einstein disse que esta pergunta nunca mais lhe saiu da cabeça. O grande desejo de todos é ser feliz. Então tenho convicção de que a grande tarefa da educação é tornar as pessoas mais felizes. E mesmo que na escola a gente não consiga ensinar muita coisa, mas se as crianças, adolescentes e jovens forem felizes, basta.
Vejo que muita gente se evade da escola porque não encontra nela um ambiente prazeroso. E o importante na escola são as relações que se estabelecem. Porque a criança, o adolescente e o jovem sabem que se não tiverem competência, conteúdo, não conseguirão enfrentar a sociedade. Agora, isso eles podem procurar no seu professor, mas também podem procurar no computador, na internet. Porém relacionamentos humanos, fraternos, relacionamentos mais amorosos e afetivos, encontrarão somente nas pessoas que lhes rodeiam. Esta é a grande tarefa da escola: tornar as pessoas felizes.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Entrevista - A educação que mexe com a vida
quarta-feira, 14 de março de 2012
Blog da Professora Iza Saliés: Mudança no Enade já vale para este ano, afirma min...
Blog da Professora Iza Saliés: Mudança no Enade já vale para este ano, afirma min...: FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou nesta quarta-feira que o Enade --avaliação federal do ensino ...
Mudança no Enade já vale para este ano, afirma ministro
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou nesta quarta-feira que o Enade --avaliação federal do ensino superior-- sofrerá alteração ainda neste ano, como forma de evitar fraude no resultado do exame.
Reportagem publicada hoje pela Folha mostrou que uma das possibilidades estudadas pela pasta era a aplicação do exame aos alunos do último e do penúltimo semestre de faculdade.
"Essa mudança resolve o problema que nós identificamos de postergar a formatura de alguns alunos por um semestre, intencionalmente ou não, para poder eventualmente ter um melhor desempenho no Enade", afirmou o ministro após audiência na Câmara dos Deputados.
Segundo ele, a medida permitirá uma "verdadeira avaliação" das instituições de ensino superior. A alteração deverá ser feita por meio de portaria, que será publicada amanhã no "Diário Oficial" da União.
A ação do ministério ocorre após a Unip, uma das maiores universidades do país, ser suspeita de selecionar seus melhores alunos para se submeterem à prova. Durante audiência, Mercadante afirmou que um novo semestre será incluído na avaliação para evitar "procedimento que não assegure a efetiva avaliação dos alunos".
A universidade nega irregularidades e tem que apresentar sua defesa ao ministério. De acordo com a direção da universidade, a melhoria dos resultados nas últimas edições do Enade é resultado das inovações implantadas pela instituição em seus cursos.
DE BRASÍLIA
O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou nesta quarta-feira que o Enade --avaliação federal do ensino superior-- sofrerá alteração ainda neste ano, como forma de evitar fraude no resultado do exame.
Reportagem publicada hoje pela Folha mostrou que uma das possibilidades estudadas pela pasta era a aplicação do exame aos alunos do último e do penúltimo semestre de faculdade.
"Essa mudança resolve o problema que nós identificamos de postergar a formatura de alguns alunos por um semestre, intencionalmente ou não, para poder eventualmente ter um melhor desempenho no Enade", afirmou o ministro após audiência na Câmara dos Deputados.
Segundo ele, a medida permitirá uma "verdadeira avaliação" das instituições de ensino superior. A alteração deverá ser feita por meio de portaria, que será publicada amanhã no "Diário Oficial" da União.
A ação do ministério ocorre após a Unip, uma das maiores universidades do país, ser suspeita de selecionar seus melhores alunos para se submeterem à prova. Durante audiência, Mercadante afirmou que um novo semestre será incluído na avaliação para evitar "procedimento que não assegure a efetiva avaliação dos alunos".
A universidade nega irregularidades e tem que apresentar sua defesa ao ministério. De acordo com a direção da universidade, a melhoria dos resultados nas últimas edições do Enade é resultado das inovações implantadas pela instituição em seus cursos.
MT - Inscrições para exame de estagiários no MPE começam na próxima segunda
Da Redação
A partir da próxima segunda-feira (19.03), estudantes do curso de Direito poderão se inscrever para o exame de seleção e credenciamento de estagiários do Ministério Público Estadual (MPE). São 100 vagas destinadas às Promotorias de Justiça de 71 municípios de Mato Grosso, incluindo cadastro de reserva. Para Cuiabá foram previstas 20 vagas. As inscrições poderão ser feitas até o dia 23 (sexta-feira), das 13h às 17h30. Na Capital, o atendimento será realizado no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, no Centro Político Administrativo.
Para participar do concurso, o candidato deve estar cursando a partir do 3º ano ou 5º semestre de Direito. A inscrição será feita mediante requerimento formal, conforme modelo disponibilizado no site do Ministério Público (www.mp.mt.gov.br). Junto ao requerimento, deverá ser apresentada a Carteira de Identidade, Certidão de Nascimento ou documentos equivalentes (original e cópia); duas fotos 3x4 recentes; atestado de matrícula e comprovante do pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 20,00.
As provas ocorrerão, simultaneamente, em todas as comarcas no dia 6 de maio, das 9h às 11h. O conteúdo programático abrange temas relacionados aos princípios e funções constitucionais do Ministério Público, Teoria Geral do Processo, Direito Penal e Direito Civil. Conforme o Ato Administrativo nº 013/2009, o estagiário receberá bolsa mensal no valor de R$ 600,00 e auxílio transporte no valor mensal de R$ 100,00. A jornada de trabalho é de 25 horas semanais.
VAGAS: Cuiabá (20), Rondonópolis (6), Várzea Grande (4), Água Boa (3), Alto Araguaia (2), Barra do Bugres (2), Campo Novo do Parecis (1), Chapada dos Guimarães (2), Campo Verde (1), Canarana (1), Colíder (3), Comodoro (1), Juara (3), Nova Mutum (1), Nova Xavantina (3), Peixoto de Azevedo (2), Pontes e Lacerda (2), Mirassol d´Oeste (01), Alto Garças (1), Alto Taquari (1), Apiacás (1), Aripuanã (2), Campinápolis (1), Tangará da Serra (01), Arenápolis (2), Cláudia (2), Colniza (2), Cotriguaçu (2), Itiquira (1), Nova Monte Verde (2), Paranaíta (1), Pedra Preta (1), Querência (1), Ribeirão Cascalheira (2), Rio Branco (1), Rosário Oeste (1), Santo Antônio do Leverger (1), Sapezal (2), São Félix do Araguaia (2), Tapurah (1), Terra Nova do Norte (1), Vera (1), Vila Bela da Santíssima Trindade (1) e Vila Rica (2), Feliz Natal (1), Guarantã do Norte (2), Guiratinga (1), Marcelândia (1), Nobres (1),
Serão formados ainda cadastro de reserva para as Promotorias de Justiça dos seguintes municípios: Barra do Garças, Alta Floresta, Diamantino, Jaciara, Juína, Lucas do Rio Verde, Poxoréo, Primavera do Leste, Sorriso, Dom Aquino, Itaúba, Juscimeira, Matupá, Nortelândia, Paranatinga, São José do Rio Claro, Brasnorte, Nova Canaã do Norte, Poconé, São José do Quatro Marcos, Nova Ubiratã e Porto Esperidião.
Mackenzie afirma que Enem é ‘tendência irreversível’
Edital é voltado para 'público cada vez mais representativo', diz reitoria em nota
Cedê Silva - Especial para o Estadão.edu
Em resposta à polêmica provocada pela adoção do Enem 2011 para preencher parte das vagas do próximo vestibular, a reitoria do Mackenzie disse nesta terça-feira tratar-se de "uma tendência irreversível". O edital, diz nota, é "voltado para um público cada vez mais representativo de estudantes que prestam Enem e querem aproveitá-lo para ingresso nas maiores e melhores universidades, inclusive as públicas". O texto ressalta que parte das vagas (cerca de metade) ainda será oferecida pelo vestibular tradicional.
Ontem, o Centro Acadêmico do curso de Direito publicou carta informando ter solicitado reunião com a decana da universidade para esclarecer aos alunos o motivo da decisão. Segundo Rodrigo Rangel, estudante de 23 anos e presidente do C.A., a dúvida é se a nova medida vai trazer benefício para os estudantes ou é "apenas uma decisão de mercado". Rodrigo contou nesta terça que a decana disse não ter disponibilidade para a reunião; por isso, ele vai agora pedir um encontro com o reitor.
Um dos pontos polêmicos da decisão é que o edital, divulgado em 5 de março, prevê o aproveitamento de uma prova aplicada em outubro do ano passado. Muitos potenciais candidatos ao vestibular do Mackenzie não fizeram o Enem, e agora vão concorrer a apenas metade das vagas. No dia 9 de março, vestibulandos enviaram um abaixo-assinado à reitoria, solicitando revisão da decisão. A iniciativa foi de um cursinho pré-vestibular.
O Mackenzie já usou o Enem como vestibular, quando a prova ainda não tinha o formato atual, de dois dias e 180 questões. Em 2009, 20% das vagas de cada curso estavam reservadas a candidatos do Enem isentos do pagamento da taxa de inscrição e que tivessem obtido média de 50 pontos ou mais (quase 80%) nas provas de 2006, 2007 ou 2008.
“A Universidade Presbiteriana Mackenzie goza de autonomia para definir os critérios e formatos do seu Processo Seletivo, desde que atendam ao princípio da universalidade de oportunidades.
O Edital recentemente publicado pelo Mackenzie diz respeito a um primeiro edital do Processo Seletivo, voltado para um público cada vez mais representativo de estudantes que prestam Enem e querem aproveitá-lo para ingresso nas maiores e melhores universidades, inclusive as públicas (federais e estaduais). Essa é uma tendência irreversível.
Contudo, para estudantes que não fizeram o último Enem, a Universidade Presbiteriana Mackenzie abrirá um segundo Edital, ainda neste semestre, divulgando nova oferta de vagas em todos os cursos que constam do primeiro Edital.
Assim, os candidatos ao ingresso no Mackenzie terão duas distintas e excelentes oportunidades de participar do processo seletivo 2012/2.”
Cedê Silva - Especial para o Estadão.edu
Em resposta à polêmica provocada pela adoção do Enem 2011 para preencher parte das vagas do próximo vestibular, a reitoria do Mackenzie disse nesta terça-feira tratar-se de "uma tendência irreversível". O edital, diz nota, é "voltado para um público cada vez mais representativo de estudantes que prestam Enem e querem aproveitá-lo para ingresso nas maiores e melhores universidades, inclusive as públicas". O texto ressalta que parte das vagas (cerca de metade) ainda será oferecida pelo vestibular tradicional.
Ontem, o Centro Acadêmico do curso de Direito publicou carta informando ter solicitado reunião com a decana da universidade para esclarecer aos alunos o motivo da decisão. Segundo Rodrigo Rangel, estudante de 23 anos e presidente do C.A., a dúvida é se a nova medida vai trazer benefício para os estudantes ou é "apenas uma decisão de mercado". Rodrigo contou nesta terça que a decana disse não ter disponibilidade para a reunião; por isso, ele vai agora pedir um encontro com o reitor.
Um dos pontos polêmicos da decisão é que o edital, divulgado em 5 de março, prevê o aproveitamento de uma prova aplicada em outubro do ano passado. Muitos potenciais candidatos ao vestibular do Mackenzie não fizeram o Enem, e agora vão concorrer a apenas metade das vagas. No dia 9 de março, vestibulandos enviaram um abaixo-assinado à reitoria, solicitando revisão da decisão. A iniciativa foi de um cursinho pré-vestibular.
O Mackenzie já usou o Enem como vestibular, quando a prova ainda não tinha o formato atual, de dois dias e 180 questões. Em 2009, 20% das vagas de cada curso estavam reservadas a candidatos do Enem isentos do pagamento da taxa de inscrição e que tivessem obtido média de 50 pontos ou mais (quase 80%) nas provas de 2006, 2007 ou 2008.
“A Universidade Presbiteriana Mackenzie goza de autonomia para definir os critérios e formatos do seu Processo Seletivo, desde que atendam ao princípio da universalidade de oportunidades.
O Edital recentemente publicado pelo Mackenzie diz respeito a um primeiro edital do Processo Seletivo, voltado para um público cada vez mais representativo de estudantes que prestam Enem e querem aproveitá-lo para ingresso nas maiores e melhores universidades, inclusive as públicas (federais e estaduais). Essa é uma tendência irreversível.
Contudo, para estudantes que não fizeram o último Enem, a Universidade Presbiteriana Mackenzie abrirá um segundo Edital, ainda neste semestre, divulgando nova oferta de vagas em todos os cursos que constam do primeiro Edital.
Assim, os candidatos ao ingresso no Mackenzie terão duas distintas e excelentes oportunidades de participar do processo seletivo 2012/2.”
Senado cobra explicações da FGV sobre falha em concurso público
Faltaram provas para candidatos a três cargos; exame será remarcado
Estadão.edu
O Senado Federal cobrou da Fundação Getulio Vargas "explicações detalhadas" sobre os problemas na aplicação de provas do concurso para o cargo de analista legislativo nas áreas de enfermagem, análise de sistemas e análise de suporte de sistemas, realizado no último domingo. A FGV, responsável pela organização do exame, deverá apresentar informações por escrito e presencialmente nesta quarta-feira, 14, em reunião com a Comissão do Concurso Público do Senado.
Em nota, a Diretoria Geral do Senado "lamenta profundamente" as falhas que ocorreram no exame. Faltaram provas para cerca de 10 mil dos 160 mil candidatos inscritos, o que levou a FGV a cancelar o concurso para esses cargos. A nova data de realização do certame ainda não foi definida.
O Senado afirma ter exigido a reaplicação das provas em todas as capitais e em dia diferente ao da etapa discursiva para o cargo de consultor legislativo. Os candidatos a analista poderão pedir a devolução da taxa de inscrição caso desistam de participar do novo processo seletivo. São 7 vagas para analista de sistema, 3 para analista de suporte de sistemas e 5 para enfermagem.
O concurso para os demais cargos não terá outra prova. Contratada sem licitação para realizar o concurso, como mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a FGV receberá como pagamento o valor das inscrições. A estimativa extraoficial é que o total arrecadado ficou em torno de R$ 29 milhões.
O cancelamento da prova afetou o cronograma das demais vagas. O gabarito preliminar de todas as carreiras - analista, consultor, policial e técnico – antes previsto para sair na segunda-feira, será divulgado nesta quarta.
Com isso, mesmo os candidatos que não foram afetados pela anulação da prova terão de esperar mais pelos resultados. Agora, o prazo para entrada de recursos contra o gabarito das provas objetivas de múltipla escolha será de 15 a 16 de março. Os gabaritos definitivos saem em 4 abril.
O prazo para contestar o resultado preliminar será entre 5 e 6 de abril. Já a publicação da análise desses questionamentos está prevista para 12 de abril.
"O Senado Federal lamenta profundamente os acontecimentos registrados em 11 de março durante as provas para o cargo de analista legislativo nas áreas de enfermagem, análise de sistemas e análise de suporte de sistemas, com cerca de 10 mil dos quase 160 mil inscritos, e se solidariza com os candidatos.
Desde o início do processo de realização do concurso público, o Senado tem atuado para garantir a transparência e a lisura da seleção cobrando da contratada – Fundação Getúlio Vargas – as providências adequadas e tomando diversos outros cuidados. Uma iniciativa de relevância, exemplo do profundo zelo para com o concurso, foi a decisão de acionar a Polícia Federal. Considerando o alto número de participantes, a ocorrência de provas em todo o país e, principalmente, em nome do interesse do candidato, o Presidente do Senado, José Sarney, tomou a iniciativa de solicitar ao Ministro da Justiça a colaboração da Polícia Federal. Em razão disso, os policiais federais estiveram à disposição e puderam acompanhar a realização do concurso, preservando a ordem e o seu bom andamento. Diversas notas assinadas pela Comissão do Concurso foram divulgadas a respeito de todas as etapas do concurso.
Configurados alguns problemas pontuais, o Senado reitera ter tomado todas as medidas cabíveis ao seu alcance. A FGV foi convocada a dar explicações detalhadas, por escrito e também em reunião presencial com a Comissão do Concurso Público no dia 14 de março. O Senado esclarece, ainda, que exigiu a reaplicação das provas em todas as capitais, como da primeira vez, em dia diferente ao das provas discursivas para o cargo de consultor legislativo. Cobrou também que os candidatos alcançados pela reaplicação tenham a oportunidade de pedir a devolução da taxa de inscrição caso não queiram mais participar.
A Fundação Getúlio Vargas, por sua vez, solicitou ao Senado Federal prazo adicional para a publicação dos gabaritos das provas objetivas (ofício da FGV). E o pedido foi aceito com a condição precípua de que os prazos para interposição de recursos fossem, por sua vez, também alterados. O Edital de retificação, contendo os novos prazos, será publicado no Diário Oficial desta quarta-feira, 14 de março.
O Senado Federal reafirma seu compromisso com a transparência e com a lisura do concurso público e assegura, mais uma vez, que tem buscado tomar todas as providências não só para a solução, como também para o esclarecimento dos problemas ocorridos; no interesse do cidadão e no seu próprio, uma vez que conta com uma seleção justa e que permita o ingresso, em seus quadros, de servidores bem preparados e prontos para prestar serviço público no Poder Legislativo."
Estadão.edu
O Senado Federal cobrou da Fundação Getulio Vargas "explicações detalhadas" sobre os problemas na aplicação de provas do concurso para o cargo de analista legislativo nas áreas de enfermagem, análise de sistemas e análise de suporte de sistemas, realizado no último domingo. A FGV, responsável pela organização do exame, deverá apresentar informações por escrito e presencialmente nesta quarta-feira, 14, em reunião com a Comissão do Concurso Público do Senado.
Em nota, a Diretoria Geral do Senado "lamenta profundamente" as falhas que ocorreram no exame. Faltaram provas para cerca de 10 mil dos 160 mil candidatos inscritos, o que levou a FGV a cancelar o concurso para esses cargos. A nova data de realização do certame ainda não foi definida.
O Senado afirma ter exigido a reaplicação das provas em todas as capitais e em dia diferente ao da etapa discursiva para o cargo de consultor legislativo. Os candidatos a analista poderão pedir a devolução da taxa de inscrição caso desistam de participar do novo processo seletivo. São 7 vagas para analista de sistema, 3 para analista de suporte de sistemas e 5 para enfermagem.
O concurso para os demais cargos não terá outra prova. Contratada sem licitação para realizar o concurso, como mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a FGV receberá como pagamento o valor das inscrições. A estimativa extraoficial é que o total arrecadado ficou em torno de R$ 29 milhões.
O cancelamento da prova afetou o cronograma das demais vagas. O gabarito preliminar de todas as carreiras - analista, consultor, policial e técnico – antes previsto para sair na segunda-feira, será divulgado nesta quarta.
Com isso, mesmo os candidatos que não foram afetados pela anulação da prova terão de esperar mais pelos resultados. Agora, o prazo para entrada de recursos contra o gabarito das provas objetivas de múltipla escolha será de 15 a 16 de março. Os gabaritos definitivos saem em 4 abril.
O prazo para contestar o resultado preliminar será entre 5 e 6 de abril. Já a publicação da análise desses questionamentos está prevista para 12 de abril.
"O Senado Federal lamenta profundamente os acontecimentos registrados em 11 de março durante as provas para o cargo de analista legislativo nas áreas de enfermagem, análise de sistemas e análise de suporte de sistemas, com cerca de 10 mil dos quase 160 mil inscritos, e se solidariza com os candidatos.
Desde o início do processo de realização do concurso público, o Senado tem atuado para garantir a transparência e a lisura da seleção cobrando da contratada – Fundação Getúlio Vargas – as providências adequadas e tomando diversos outros cuidados. Uma iniciativa de relevância, exemplo do profundo zelo para com o concurso, foi a decisão de acionar a Polícia Federal. Considerando o alto número de participantes, a ocorrência de provas em todo o país e, principalmente, em nome do interesse do candidato, o Presidente do Senado, José Sarney, tomou a iniciativa de solicitar ao Ministro da Justiça a colaboração da Polícia Federal. Em razão disso, os policiais federais estiveram à disposição e puderam acompanhar a realização do concurso, preservando a ordem e o seu bom andamento. Diversas notas assinadas pela Comissão do Concurso foram divulgadas a respeito de todas as etapas do concurso.
Configurados alguns problemas pontuais, o Senado reitera ter tomado todas as medidas cabíveis ao seu alcance. A FGV foi convocada a dar explicações detalhadas, por escrito e também em reunião presencial com a Comissão do Concurso Público no dia 14 de março. O Senado esclarece, ainda, que exigiu a reaplicação das provas em todas as capitais, como da primeira vez, em dia diferente ao das provas discursivas para o cargo de consultor legislativo. Cobrou também que os candidatos alcançados pela reaplicação tenham a oportunidade de pedir a devolução da taxa de inscrição caso não queiram mais participar.
A Fundação Getúlio Vargas, por sua vez, solicitou ao Senado Federal prazo adicional para a publicação dos gabaritos das provas objetivas (ofício da FGV). E o pedido foi aceito com a condição precípua de que os prazos para interposição de recursos fossem, por sua vez, também alterados. O Edital de retificação, contendo os novos prazos, será publicado no Diário Oficial desta quarta-feira, 14 de março.
O Senado Federal reafirma seu compromisso com a transparência e com a lisura do concurso público e assegura, mais uma vez, que tem buscado tomar todas as providências não só para a solução, como também para o esclarecimento dos problemas ocorridos; no interesse do cidadão e no seu próprio, uma vez que conta com uma seleção justa e que permita o ingresso, em seus quadros, de servidores bem preparados e prontos para prestar serviço público no Poder Legislativo."
Feira de ciências e engenharia reúne 325 projetos na USP
Trabalhos foram desenvolvidos por alunos do ensino fundamental, médio e técnico de todo o País
Carlos Lordelo, do Estadão.edu SÃO PAULO
Estudantes de todo o País estão reunidos esta semana, em São Paulo, para apresentar seus projetos de pesquisa durante a 10.ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Nesta edição, o evento expõe 325 trabalhos de 748 alunos de escolas públicas e particulares de ensino fundamental (8.º e 9.º anos), médio e técnico. A feira começou nesta terça-feira, 13, e termina na quinta, 15, em uma supertenda montada no estacionamento da Escola Politécnica da USP, no câmpus do Butantã, zona oeste. A entrada é gratuita e a programação pode ser conferida no site http://febrace.org.br.
Os autores dos melhores trabalhos serão premiados com medalhas, bolsas de iniciação científica, certificados e vagas de estágio. E, entre os finalistas de cada categoria, a comissão julgadora selecionará 9 projetos para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Isef, na sigla em inglês), patrocinada pela Intel e marcada para os dias 13 a 18 de maio em Pittsburgh, nos EUA.
A Febrace agrupa projetos nas áreas de engenharia, ciências humanas e da terra, humanas, sociais aplicadas, biológicas, saúde e agrárias. Os trabalhos expostos foram selecionados entre 1.505 inscritos, submetidos diretamente pelos estudantes ou classificados de acordo com avaliação em feiras de ciências afiliadas.
Alunas do Colégio Engenheiro Juarez Wanderley, mantido pelo Instituto Embraer em São José dos Campos, representam a escola com uma máquina que produz sabão em barra reutilizando óleo de cozinha. O processo demora 20 minutos e o sabão, após secagem, fica pronto em dois dias. A ideia original era melhorar um equipamento feito por um ex-aluno do Juarez, mas as estudantes Candace Vasconcelos, Érica Pinheiro e Francielli Neves decidiram criar uma nova máquina.
"A antiga funcionava à pilha, demorava mais tempo e só produzia sabão líquido. Resolvemos fazer outra, que fosse mais rápida e entregasse sabão em barra", conta Candace, de 17 anos, que pretende prestar vestibular para Engenharia Civil na Poli, assim como sua colega Francielli, de 16. Érica, de 17, quer Biomedicina. Elas estão no 3.º ano do ensino médio e desenvolveram o projeto em uma disciplina extracurricular.
Potencial
Segundo a professora da Poli Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da Febrace, o evento visa a estimular a criatividade na escola. "Todo mundo nasce cientista, mas há escolas que destroem isso ao longo do tempo", afirma. Ela reconhece, no entanto, que o desafio não é exclusivamente brasileiro. E faz um apelo aos professores para que orientem os alunos a desenvolver olhar científico sobre problemas do dia a dia.
Na feira, diz Roseli, os aproximadamente 800 avaliadores são orientados a olhar não só o projeto final, mas o processo de produção do conhecimento. "Não é para eles se preocuparem apenas com o que é realmente inovador e pode gerar patente, mas avaliar as pessoas e a forma como elas chegaram até aqui. Ainda mais porque são alunos da educação básica."
Roberto Koji Onmori, professor da Poli e um dos avaliadores mais experientes, diz que busca até mesmo orientar os estudantes. "Como são muito imaturos, dou dicas de como escrever melhor de acordo com a metodologia científica. E quando vejo bons projetos, incentivo os garotos a corrigir os pontos fracos e avançar na ideia."
As sugestões de melhorias também partem do público. Segundo o aluno de curso técnico em eletrônica Denis Teixeira, de 16, um visitante esteve em seu estande e fez observações sobre aspectos que o estudante não havia pensado. Junto com o colega Lucas Orosque, de 17, Denis criou o Intelligent Road Service, sistema que avisa às seguradoras quando um motorista sofre acidente de carro.
Um sensor instalado junto com o air bag dispararia um alarme nas centrais de atendimento, informando a localização da batida e dados sobre o passageiro, e também cortaria o sistema de ignição. Denis e Lucas, alunos da Escola Técnica Rezende Rammel, do Rio de Janeiro, querem corrigir falhas do projeto para depois pedir a patente do sistema. "Vamos tentar vender para alguma montadora", afirmam.
Nordeste
Ainda na área destinada aos projetos de engenharia, os estudantes cearenses Cassiano Oliveira dos Santos e Manoel Filho dos Santos, ambos de 18, chamavam a atenção pelo visual. Por cima da camisa da Febrace - "farda" de 9 entre 10 expositores - os alunos usavam blazer. E com ar de seriedade apresentavam seus robôs desenvolvidos com material reciclável na Escola de Ensino Médio Raimundo Nogueira, de Horizonte, distante 40 quilômetros de Fortaleza.
Um dos robôs tinha braços de desodorante roll-on, corpo de lata de refrigerante e andava com a energia de um relé (interruptor) de pisca-alerta de carro. Mexia a cabeça para os lados e seus olhos de LED acendiam e apagavam. A criatividade demorou para sensibilizar a prefeitura. "Passamos um ano pedindo cinco baterias. Só deram quando a gente estava quase vindo para cá", diz Cassiano. Ele e Manoel pretendem fazer vestibular para Engenharia Mecatrônica.
Na Febrace também há espaço para pesquisas na linha de uma monografia. Alunos do ensino médio integrado ao técnico em agropecuária do Instituto Federal Baiano, Ariel Galdino, de 17, e Caique Carneiro, de 18, expõem o trabalho "Escravidão e Liberdade em Cartas de Alforria". Eles pesquisaram cartas de alforria assinadas entre 1878 e 1888: encontraram 52 só no fórum de Catu, cidade a 80 quilômetros de Salvador onde funciona o câmpus onde estudam.
"Descobrimos que mais mulheres pagavam para ser alforriadas, até porque naquela época elas já trabalhavam prestando serviços externos", conta Ariel. Caique completa: "A pesquisa nos colocou em contato direto com a fonte. Assim, pudemos fazer nossa própria interpretação da história."
* Atualizada às 23h para incluir o intertítulo 'Nordeste'
Carlos Lordelo, do Estadão.edu SÃO PAULO
Estudantes de todo o País estão reunidos esta semana, em São Paulo, para apresentar seus projetos de pesquisa durante a 10.ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Nesta edição, o evento expõe 325 trabalhos de 748 alunos de escolas públicas e particulares de ensino fundamental (8.º e 9.º anos), médio e técnico. A feira começou nesta terça-feira, 13, e termina na quinta, 15, em uma supertenda montada no estacionamento da Escola Politécnica da USP, no câmpus do Butantã, zona oeste. A entrada é gratuita e a programação pode ser conferida no site http://febrace.org.br.
Os autores dos melhores trabalhos serão premiados com medalhas, bolsas de iniciação científica, certificados e vagas de estágio. E, entre os finalistas de cada categoria, a comissão julgadora selecionará 9 projetos para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Isef, na sigla em inglês), patrocinada pela Intel e marcada para os dias 13 a 18 de maio em Pittsburgh, nos EUA.
A Febrace agrupa projetos nas áreas de engenharia, ciências humanas e da terra, humanas, sociais aplicadas, biológicas, saúde e agrárias. Os trabalhos expostos foram selecionados entre 1.505 inscritos, submetidos diretamente pelos estudantes ou classificados de acordo com avaliação em feiras de ciências afiliadas.
Alunas do Colégio Engenheiro Juarez Wanderley, mantido pelo Instituto Embraer em São José dos Campos, representam a escola com uma máquina que produz sabão em barra reutilizando óleo de cozinha. O processo demora 20 minutos e o sabão, após secagem, fica pronto em dois dias. A ideia original era melhorar um equipamento feito por um ex-aluno do Juarez, mas as estudantes Candace Vasconcelos, Érica Pinheiro e Francielli Neves decidiram criar uma nova máquina.
"A antiga funcionava à pilha, demorava mais tempo e só produzia sabão líquido. Resolvemos fazer outra, que fosse mais rápida e entregasse sabão em barra", conta Candace, de 17 anos, que pretende prestar vestibular para Engenharia Civil na Poli, assim como sua colega Francielli, de 16. Érica, de 17, quer Biomedicina. Elas estão no 3.º ano do ensino médio e desenvolveram o projeto em uma disciplina extracurricular.
Potencial
Segundo a professora da Poli Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da Febrace, o evento visa a estimular a criatividade na escola. "Todo mundo nasce cientista, mas há escolas que destroem isso ao longo do tempo", afirma. Ela reconhece, no entanto, que o desafio não é exclusivamente brasileiro. E faz um apelo aos professores para que orientem os alunos a desenvolver olhar científico sobre problemas do dia a dia.
Na feira, diz Roseli, os aproximadamente 800 avaliadores são orientados a olhar não só o projeto final, mas o processo de produção do conhecimento. "Não é para eles se preocuparem apenas com o que é realmente inovador e pode gerar patente, mas avaliar as pessoas e a forma como elas chegaram até aqui. Ainda mais porque são alunos da educação básica."
Roberto Koji Onmori, professor da Poli e um dos avaliadores mais experientes, diz que busca até mesmo orientar os estudantes. "Como são muito imaturos, dou dicas de como escrever melhor de acordo com a metodologia científica. E quando vejo bons projetos, incentivo os garotos a corrigir os pontos fracos e avançar na ideia."
As sugestões de melhorias também partem do público. Segundo o aluno de curso técnico em eletrônica Denis Teixeira, de 16, um visitante esteve em seu estande e fez observações sobre aspectos que o estudante não havia pensado. Junto com o colega Lucas Orosque, de 17, Denis criou o Intelligent Road Service, sistema que avisa às seguradoras quando um motorista sofre acidente de carro.
Um sensor instalado junto com o air bag dispararia um alarme nas centrais de atendimento, informando a localização da batida e dados sobre o passageiro, e também cortaria o sistema de ignição. Denis e Lucas, alunos da Escola Técnica Rezende Rammel, do Rio de Janeiro, querem corrigir falhas do projeto para depois pedir a patente do sistema. "Vamos tentar vender para alguma montadora", afirmam.
Nordeste
Ainda na área destinada aos projetos de engenharia, os estudantes cearenses Cassiano Oliveira dos Santos e Manoel Filho dos Santos, ambos de 18, chamavam a atenção pelo visual. Por cima da camisa da Febrace - "farda" de 9 entre 10 expositores - os alunos usavam blazer. E com ar de seriedade apresentavam seus robôs desenvolvidos com material reciclável na Escola de Ensino Médio Raimundo Nogueira, de Horizonte, distante 40 quilômetros de Fortaleza.
Um dos robôs tinha braços de desodorante roll-on, corpo de lata de refrigerante e andava com a energia de um relé (interruptor) de pisca-alerta de carro. Mexia a cabeça para os lados e seus olhos de LED acendiam e apagavam. A criatividade demorou para sensibilizar a prefeitura. "Passamos um ano pedindo cinco baterias. Só deram quando a gente estava quase vindo para cá", diz Cassiano. Ele e Manoel pretendem fazer vestibular para Engenharia Mecatrônica.
Na Febrace também há espaço para pesquisas na linha de uma monografia. Alunos do ensino médio integrado ao técnico em agropecuária do Instituto Federal Baiano, Ariel Galdino, de 17, e Caique Carneiro, de 18, expõem o trabalho "Escravidão e Liberdade em Cartas de Alforria". Eles pesquisaram cartas de alforria assinadas entre 1878 e 1888: encontraram 52 só no fórum de Catu, cidade a 80 quilômetros de Salvador onde funciona o câmpus onde estudam.
"Descobrimos que mais mulheres pagavam para ser alforriadas, até porque naquela época elas já trabalhavam prestando serviços externos", conta Ariel. Caique completa: "A pesquisa nos colocou em contato direto com a fonte. Assim, pudemos fazer nossa própria interpretação da história."
* Atualizada às 23h para incluir o intertítulo 'Nordeste'
Pesquisadores brasileiros terão 20 mil bolsas para universidades nos EUA
Esta é a maior quantidade de bolsas oferecida pelo mesmo país ao programa Ciência sem Fronteiras
Lisandra Paraguassu - Agência Estado
BRASÍLIA -
A um mês da visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, o governo federal conseguiu obter a promessa de que terá 20 mil vagas para estudantes e pesquisadores brasileiros nas universidades americanas nos próximos quatro anos. É a maior quantidade de bolsas oferecida por um único país ao programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011 pelo governo.
Com a viagem marcada para 9 e 10 de abril, Dilma considerava essencial obter um número significativo de vagas para o programa. Queria que os americanos se comprometessem pelo menos com o mesma quantidade oferecida pelos alemães - 10 mil em quatro anos. Obteve o dobro.
"É para os Estados Unidos que vamos mandar o maior número de estudantes e pesquisadores do programa", afirmou hoje o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, depois do terceiro encontro da Comissão Mista Brasil-EUA de Cooperação Científica e Tecnológica, no Itamaraty.
O número representa 20% das vagas que os EUA oferecerão em intercâmbio para a América Latina. "Brasil e EUA têm desafios semelhantes em várias áreas, a cooperação faz muito sentido", disse o conselheiro científico da Casa Branca, John Holdren.
Lisandra Paraguassu - Agência Estado
BRASÍLIA -
A um mês da visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, o governo federal conseguiu obter a promessa de que terá 20 mil vagas para estudantes e pesquisadores brasileiros nas universidades americanas nos próximos quatro anos. É a maior quantidade de bolsas oferecida por um único país ao programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011 pelo governo.
Com a viagem marcada para 9 e 10 de abril, Dilma considerava essencial obter um número significativo de vagas para o programa. Queria que os americanos se comprometessem pelo menos com o mesma quantidade oferecida pelos alemães - 10 mil em quatro anos. Obteve o dobro.
"É para os Estados Unidos que vamos mandar o maior número de estudantes e pesquisadores do programa", afirmou hoje o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, depois do terceiro encontro da Comissão Mista Brasil-EUA de Cooperação Científica e Tecnológica, no Itamaraty.
O número representa 20% das vagas que os EUA oferecerão em intercâmbio para a América Latina. "Brasil e EUA têm desafios semelhantes em várias áreas, a cooperação faz muito sentido", disse o conselheiro científico da Casa Branca, John Holdren.
Mercadante confirma mudança no Enade
Pacote que será anunciado hoje exigirá que alunos do último ano prestem exame e inibirá reprovação em massa às vésperas da prova
Estadão.edu
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai anunciar nesta quarta-feira um pacote de mudanças no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). “Vamos incluir um semestre a mais na avaliação do Enade, para não permitir qualquer prática que impeça uma avaliação efetiva dos estudantes”, afirmou o ministro durante reunião na Comissão de Educação da Câmara para discutir o Plano Nacional da Educação.
Agência CâmaraA medida foi tomada após denúncia de que a Unip seleciona alunos para ter melhores no Enade, carro-chefe de uma campanha agressiva de marketing. O pacote de medidas torna o Enade obrigatório para todos os estudantes que concluirão o curso num determinado ano (hoje só presta o exame quem termina o curso no segundo semestre). Ainda está em discussão se o estudante que se forma no meio do ano fará a prova mesmo após concluir a faculdade, ou se quem se forma no semestre seguinte à aplicação do Enade será obrigado a participar do exame.
Além disso, a nota de alunos que mudaram de universidade no último ano da graduação será atribuída à instituição na qual ele estava matriculado antes.
No dia 2, o Estadão.edu revelou que o MEC cobrou da Unip explicações sobre indícios de irregularidades nas notas do Enade. O ministério tomou a medida com base num relatório formal que acusava a universidade de “esconder” seus alunos com notas mais baixas, para que não façam o Enade.
A universidade entregou ontem ao MEC os dados pedidos. A vice-reitora, Marília Ancona Lopez, negou que a Unip faça seleção de alunos, mas admitiu que a universidade aumentou a reprovação de alunos nos anos anteriores ao Enade, algo que o MEC quer desestimular com o pacote. “Criamos um processo de melhoria da qualidade do ensino. Mas, como não dá para mudar todos os cursos ao mesmo tempo, num primeiro momento decidimos trabalhar seguindo o calendário do Enade”, disse. “Tivemos o caso de um curso de Direito da capital em que 200 alunos saíram para uma instituição concorrente.”
PNE. Na Câmara, Mercadante também afirmou desejar que a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) ocorra neste semestre. A proposta está em análise na Câmara desde o final de 2010. “Precisamos construir um pacto suprapartidário em torno das diretrizes da educação antes que haja desmobilização em razão das eleições do segundo semestre”, disse.
* Com informações da Agência Câmara
** Atualizada às 13h15 para incluir informações no segundo parágrafo
Estadão.edu
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai anunciar nesta quarta-feira um pacote de mudanças no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). “Vamos incluir um semestre a mais na avaliação do Enade, para não permitir qualquer prática que impeça uma avaliação efetiva dos estudantes”, afirmou o ministro durante reunião na Comissão de Educação da Câmara para discutir o Plano Nacional da Educação.
Agência CâmaraA medida foi tomada após denúncia de que a Unip seleciona alunos para ter melhores no Enade, carro-chefe de uma campanha agressiva de marketing. O pacote de medidas torna o Enade obrigatório para todos os estudantes que concluirão o curso num determinado ano (hoje só presta o exame quem termina o curso no segundo semestre). Ainda está em discussão se o estudante que se forma no meio do ano fará a prova mesmo após concluir a faculdade, ou se quem se forma no semestre seguinte à aplicação do Enade será obrigado a participar do exame.
Além disso, a nota de alunos que mudaram de universidade no último ano da graduação será atribuída à instituição na qual ele estava matriculado antes.
No dia 2, o Estadão.edu revelou que o MEC cobrou da Unip explicações sobre indícios de irregularidades nas notas do Enade. O ministério tomou a medida com base num relatório formal que acusava a universidade de “esconder” seus alunos com notas mais baixas, para que não façam o Enade.
A universidade entregou ontem ao MEC os dados pedidos. A vice-reitora, Marília Ancona Lopez, negou que a Unip faça seleção de alunos, mas admitiu que a universidade aumentou a reprovação de alunos nos anos anteriores ao Enade, algo que o MEC quer desestimular com o pacote. “Criamos um processo de melhoria da qualidade do ensino. Mas, como não dá para mudar todos os cursos ao mesmo tempo, num primeiro momento decidimos trabalhar seguindo o calendário do Enade”, disse. “Tivemos o caso de um curso de Direito da capital em que 200 alunos saíram para uma instituição concorrente.”
PNE. Na Câmara, Mercadante também afirmou desejar que a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) ocorra neste semestre. A proposta está em análise na Câmara desde o final de 2010. “Precisamos construir um pacto suprapartidário em torno das diretrizes da educação antes que haja desmobilização em razão das eleições do segundo semestre”, disse.
* Com informações da Agência Câmara
** Atualizada às 13h15 para incluir informações no segundo parágrafo
MT - Atividade acadêmicas, culturais e políticas na recepção da UFMT
Redação 24 Horas News
O retorno às aulas na UFMT reuniu programas de recepção aos calouros e veteranos desenvolvidos pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), pelas coordenações de cursos e pela Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev). A exemplo de anos anteriores, a programação conjunta tem tanto o objetivo de oferecer aos estudantes diferentes atividades no retorno às aulas como inibir a prática de trotes violentos e ou ofensivos. Neste semestre, o retorno dos estudantes foi marcado por atividades de recepção nos institutos e faculdades, por Aula Magna com o reitor da Universidade de Coimbra, Portugal, mesa-redonda sobre políticas afirmativas, debate com senadores da República, esclarecimentos sobre a política estudantil de bolsas de estudo e atividades culturais. A UFMT registrou apenas um incidente envolvendo alunos de Medicina e de Enfermagem. Orientados pela equipe de apoio estudantil da UFMT, estudantes de Enfermagem protocolaram denúncia na Reitoria da universidade, que determinou imediata instalação de uma comissão para apurar os fatos.
Reitor da Universidade de Coimbra entre 2003 e 2011, Fernando Seabra Santos falou sobre “A internacionalização universitária e a criação de espaços integrados de conhecimento”, uma política de mobilidade acadêmica estimulada e apoiada pelas principais universidades do mundo, cuja inserção e participação de alunos vêm sendo promovidas pela UFMT. Os alunos que estiveram na Aula Magna puderam também tirar as suas dúvidas sobre bolsas, auxílios, mobilidade acadêmica e intercâmbio internacional. Ainda no Teatro Universitário, organizado pelo DCE, Centros Acadêmicos e Fórum dos Estudantes de Origem Popular (Feop), Pet Conexões dos Saberes entre outros fóruns estudantis, com o apoio da Procev, foi realizado um debate com três senadores – o ex-ministro da Educação Cristóvam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
No Centro Cultural ocorreu a mesa-redonda sobre políticas afirmativas, tendo como participantes o professor José Jorge de Carvalho, da Universidade de Brasília (UnB), e a professora Maria Lúcia Rodrigues Müller, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre). Nos institutos e faculdades, a recepção incluiu, além das boas-vindas da reitora Maria Lúcia Cavalli Neder e da apresentação das pró-reitorias, atividades específicas como “Trote Cidadania”, na Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FAeCC). Este ano, a campanha teve como temas o zelo do patrimônio, a economia de energia em sala de aula e a arrecadação de alimentos não perecíveis. Os representantes dos Centros Acadêmicos de Ciências Contábeis e de Administração Fácil Consultora parabenizaram os calouros pela conquista e ressaltaram o papel do trote solidário e a integração entre veteranos e calouros.
A recepção aos novos alunos de Economia contou com uma sessão de Biodanza, com a apresentação do Projeto Pedagógico do curso, da apresentação do vídeo “Prosas com Reitores e Reitoras da UFMT”, da palestra “Brasil: Crescimento ou Desenvolvimento?”, e da apresentação do Centro Acadêmico de Economia e do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso. No curso de Serviço Social houve programações conjuntas e específicas, incluindo apresentações dos setores da UFMT e do Centro Acadêmico e Cine Debate. Foi realizada, também, a palestra intitulada “O Curso de Serviço Social, a Formação Acadêmica e o Exercício Profissional”, com as professoras Tania Maria Santana dos Santos, Liliane Capilé Charbel Novaes e Erivã Garcia Velasco e sobre “A Política de Assistência Estudantil na UFMT”, com o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência, maestro Fabrício Carvalho; “O Ensino de Graduação na UFMT”, com pró-reitora de Ensino de Graduação, professora Myrian Thereza Serra e “A UFMT e o Compromisso com o Desenvolvimento Regional”, com a reitora, além da uma sessão de Cine Debate sobre política pública para a mulher. As debatedoras foram as professoras Madalena Rodrigues e Vera Bertoline. O Curso de Comunicação Social recebeu seus calouros com uma semana de cursos e atividades sobre tecnologia e comunicação.
A Faculdade de Medicina, junto com a Associação Atlética Acadêmica Paulo Henrique Kohatsu e o Camed, realizou a “Semana do Leão”, composta de atividades integrativas como jogos, dinâmicas de grupo e ações de consciência social, como arrecadação de alimentos não perecíveis, produtos de higiene e roupas e doação de sangue. O objetivo foi abolir estereótipos e ações violentas, bem como “integrar calouros entre si e com toda a comunidade acadêmica”, explicam os organizadores. O Centro Acadêmico de Medicina XIII de Abril (Camed) protocolou “Carta de Retratação Pública” endereçada ao Diretório Acadêmico de Enfermagem (Danf), no último dia 08, na qual pede desculpas ao próprio Danf, aos alunos e aos profissionais da área de Enfermagem. O coordenador Geral do Camed, Pedro Henrique Maggi Carlesso, diz no documento que “o ato não teve, em absoluto, a intenção de atingir pessoalmente a ninguém, tampouco denegrir a imagem dos profissionais de Enfermagem”, e reitera que a retratação pública é feita “com a consciência de que atos como estes não mais se repetirão, objetivando sempre prezar pela boa convivência entre nossos acadêmicos e entre os profissionais da saúde”.
Fatos, como este que ocorreu entre um grupo de estudantes de Medicina e os de Enfermagem, são proibidos na UFMT por meio da Resolução nº 18, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). A Resolução diz que “entende-se por trote as ações que causem, a quem quer que seja, coação ou agressão física, moral, psicológica ou qualquer outra forma de constrangimento, assim como os atos que resultem em danos ao patrimônio público e à propriedade privada”. Recebida pela Reitoria, a denúncia foi encaminhada à direção da Faculdade de Medicina solicitando abertura de processo disciplinar que deverá identificar os envolvidos e apurar os fatos no período de 30 dias. As sanções previstas no Regimento de Disciplina do Corpo Discente da UFMT vão de advertência até a expulsão.
A Semana do Calouro nos campi do Araguaia, Rondonópolis e Sinop também foi realizada de 05 a 09 deste mês, com oferta de atividades acadêmicas e culturais, com o objetivo de integrar os novos alunos e apresentar-lhes os programas, cursos, estrutura disponível, e os diferentes setores e entidades que compõem os campi e a comunidade acadêmica.
Em toda a UFMT, foi uma semana inteira de atividades acadêmicas, políticas e culturais incluindo palestra com Aly Baddahuy Júnior, Sarau Popular, Concerto da Orquestra Sinfônica da UFMT e esclarecimentos sobre as diferentes oportunidades dadas aos alunos para participarem de atividade de extensão, grupos de pesquisa, mobilidades acadêmicas no Brasil e no exterior e política de bolsas de estudos.
O retorno às aulas na UFMT reuniu programas de recepção aos calouros e veteranos desenvolvidos pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), pelas coordenações de cursos e pela Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev). A exemplo de anos anteriores, a programação conjunta tem tanto o objetivo de oferecer aos estudantes diferentes atividades no retorno às aulas como inibir a prática de trotes violentos e ou ofensivos. Neste semestre, o retorno dos estudantes foi marcado por atividades de recepção nos institutos e faculdades, por Aula Magna com o reitor da Universidade de Coimbra, Portugal, mesa-redonda sobre políticas afirmativas, debate com senadores da República, esclarecimentos sobre a política estudantil de bolsas de estudo e atividades culturais. A UFMT registrou apenas um incidente envolvendo alunos de Medicina e de Enfermagem. Orientados pela equipe de apoio estudantil da UFMT, estudantes de Enfermagem protocolaram denúncia na Reitoria da universidade, que determinou imediata instalação de uma comissão para apurar os fatos.
Reitor da Universidade de Coimbra entre 2003 e 2011, Fernando Seabra Santos falou sobre “A internacionalização universitária e a criação de espaços integrados de conhecimento”, uma política de mobilidade acadêmica estimulada e apoiada pelas principais universidades do mundo, cuja inserção e participação de alunos vêm sendo promovidas pela UFMT. Os alunos que estiveram na Aula Magna puderam também tirar as suas dúvidas sobre bolsas, auxílios, mobilidade acadêmica e intercâmbio internacional. Ainda no Teatro Universitário, organizado pelo DCE, Centros Acadêmicos e Fórum dos Estudantes de Origem Popular (Feop), Pet Conexões dos Saberes entre outros fóruns estudantis, com o apoio da Procev, foi realizado um debate com três senadores – o ex-ministro da Educação Cristóvam Buarque (PDT-DF), Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
No Centro Cultural ocorreu a mesa-redonda sobre políticas afirmativas, tendo como participantes o professor José Jorge de Carvalho, da Universidade de Brasília (UnB), e a professora Maria Lúcia Rodrigues Müller, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre). Nos institutos e faculdades, a recepção incluiu, além das boas-vindas da reitora Maria Lúcia Cavalli Neder e da apresentação das pró-reitorias, atividades específicas como “Trote Cidadania”, na Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FAeCC). Este ano, a campanha teve como temas o zelo do patrimônio, a economia de energia em sala de aula e a arrecadação de alimentos não perecíveis. Os representantes dos Centros Acadêmicos de Ciências Contábeis e de Administração Fácil Consultora parabenizaram os calouros pela conquista e ressaltaram o papel do trote solidário e a integração entre veteranos e calouros.
A recepção aos novos alunos de Economia contou com uma sessão de Biodanza, com a apresentação do Projeto Pedagógico do curso, da apresentação do vídeo “Prosas com Reitores e Reitoras da UFMT”, da palestra “Brasil: Crescimento ou Desenvolvimento?”, e da apresentação do Centro Acadêmico de Economia e do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso. No curso de Serviço Social houve programações conjuntas e específicas, incluindo apresentações dos setores da UFMT e do Centro Acadêmico e Cine Debate. Foi realizada, também, a palestra intitulada “O Curso de Serviço Social, a Formação Acadêmica e o Exercício Profissional”, com as professoras Tania Maria Santana dos Santos, Liliane Capilé Charbel Novaes e Erivã Garcia Velasco e sobre “A Política de Assistência Estudantil na UFMT”, com o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência, maestro Fabrício Carvalho; “O Ensino de Graduação na UFMT”, com pró-reitora de Ensino de Graduação, professora Myrian Thereza Serra e “A UFMT e o Compromisso com o Desenvolvimento Regional”, com a reitora, além da uma sessão de Cine Debate sobre política pública para a mulher. As debatedoras foram as professoras Madalena Rodrigues e Vera Bertoline. O Curso de Comunicação Social recebeu seus calouros com uma semana de cursos e atividades sobre tecnologia e comunicação.
A Faculdade de Medicina, junto com a Associação Atlética Acadêmica Paulo Henrique Kohatsu e o Camed, realizou a “Semana do Leão”, composta de atividades integrativas como jogos, dinâmicas de grupo e ações de consciência social, como arrecadação de alimentos não perecíveis, produtos de higiene e roupas e doação de sangue. O objetivo foi abolir estereótipos e ações violentas, bem como “integrar calouros entre si e com toda a comunidade acadêmica”, explicam os organizadores. O Centro Acadêmico de Medicina XIII de Abril (Camed) protocolou “Carta de Retratação Pública” endereçada ao Diretório Acadêmico de Enfermagem (Danf), no último dia 08, na qual pede desculpas ao próprio Danf, aos alunos e aos profissionais da área de Enfermagem. O coordenador Geral do Camed, Pedro Henrique Maggi Carlesso, diz no documento que “o ato não teve, em absoluto, a intenção de atingir pessoalmente a ninguém, tampouco denegrir a imagem dos profissionais de Enfermagem”, e reitera que a retratação pública é feita “com a consciência de que atos como estes não mais se repetirão, objetivando sempre prezar pela boa convivência entre nossos acadêmicos e entre os profissionais da saúde”.
Fatos, como este que ocorreu entre um grupo de estudantes de Medicina e os de Enfermagem, são proibidos na UFMT por meio da Resolução nº 18, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). A Resolução diz que “entende-se por trote as ações que causem, a quem quer que seja, coação ou agressão física, moral, psicológica ou qualquer outra forma de constrangimento, assim como os atos que resultem em danos ao patrimônio público e à propriedade privada”. Recebida pela Reitoria, a denúncia foi encaminhada à direção da Faculdade de Medicina solicitando abertura de processo disciplinar que deverá identificar os envolvidos e apurar os fatos no período de 30 dias. As sanções previstas no Regimento de Disciplina do Corpo Discente da UFMT vão de advertência até a expulsão.
A Semana do Calouro nos campi do Araguaia, Rondonópolis e Sinop também foi realizada de 05 a 09 deste mês, com oferta de atividades acadêmicas e culturais, com o objetivo de integrar os novos alunos e apresentar-lhes os programas, cursos, estrutura disponível, e os diferentes setores e entidades que compõem os campi e a comunidade acadêmica.
Em toda a UFMT, foi uma semana inteira de atividades acadêmicas, políticas e culturais incluindo palestra com Aly Baddahuy Júnior, Sarau Popular, Concerto da Orquestra Sinfônica da UFMT e esclarecimentos sobre as diferentes oportunidades dadas aos alunos para participarem de atividade de extensão, grupos de pesquisa, mobilidades acadêmicas no Brasil e no exterior e política de bolsas de estudos.
MT - Zaelli assina contrato de parceria para implantar o projeto "Escola Limpa"
Redação 24 Horas News
O prefeito de Várzea Grande assina hoje (14) contrato de pareceria de serviços com a Fundação Nova Chance. O objetivo é implantar no município o Projeto Escola Limpa em Ação que desenvolve um programa de trabalho, visando manter as escolas em condições para o desenvolvimento das atividades acadêmicas em ambientes limpos e seguro para alunos e professores da rede. O evento acontece no plenário do Fórum Desembargador Cesarino Delfino César, a partir das 15 horas.
A Fundação Nova Chance é um projeto do Governo do Estado que visa a ressocialização do preso e atendimento à sua família, por meio de ações no âmbito social, profissionalizante, de saúde, educação e assistência social.
Entidade pública, dotada de autonomia técnica, administrativa e financeira, a Fundação Nova Chance será vinculada à Sejusp, para as questões atinentes às unidades prisionais e geridas por um conselho curador onde terão assento 15 membros, representantes de órgãos ligados à justiça criminal e não governamentais presididos pelo secretário de Justiça e Segurança Pública
O secretário Municipal de Educação, Odenil Sebba será o responsável pelo gerenciamento, elaboração de demanda, controle e acompanhamento do projeto em Várzea Grande.
O prefeito de Várzea Grande assina hoje (14) contrato de pareceria de serviços com a Fundação Nova Chance. O objetivo é implantar no município o Projeto Escola Limpa em Ação que desenvolve um programa de trabalho, visando manter as escolas em condições para o desenvolvimento das atividades acadêmicas em ambientes limpos e seguro para alunos e professores da rede. O evento acontece no plenário do Fórum Desembargador Cesarino Delfino César, a partir das 15 horas.
A Fundação Nova Chance é um projeto do Governo do Estado que visa a ressocialização do preso e atendimento à sua família, por meio de ações no âmbito social, profissionalizante, de saúde, educação e assistência social.
Entidade pública, dotada de autonomia técnica, administrativa e financeira, a Fundação Nova Chance será vinculada à Sejusp, para as questões atinentes às unidades prisionais e geridas por um conselho curador onde terão assento 15 membros, representantes de órgãos ligados à justiça criminal e não governamentais presididos pelo secretário de Justiça e Segurança Pública
O secretário Municipal de Educação, Odenil Sebba será o responsável pelo gerenciamento, elaboração de demanda, controle e acompanhamento do projeto em Várzea Grande.
Professores fazem paralisação até sexta para cobrar cumprimento do piso
Amanda Cieglinski
de Brasília
De hoje (14) até sexta-feira (16), professores de escolas públicas municipais e estaduais prepararam diversas mobilizações para cobrar o cumprimento do piso nacional do magistério. Criada em 2008, a lei determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais. Para 2012 esse valor foi definido em R$ 1.451, mas alguns estados e municípios pagam menos do que determina a regra.
A Confederação Nacional das Trabalhadores em Educação (CNTE) sugere que durante os três dias as atividades nas escolas sejam suspensas, mas cada sindicato está organizando a mobilização de acordo com a pauta de reivindicação local. Em algumas redes de ensino, a paralisação será parcial. Em outras, os professores promoverão passeatas, assembleias e atos públicos. No Distrito Federal, os professores já estão em greve em função das negociações de reajuste salarial com o governo.
Além de cobrar o cumprimento da Lei do Piso, a paralisação nacional também defende o aumento dos investimentos públicos em educação. A CNTE quer que o Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita na Câmara dos Deputados, inclua em seu texto uma meta de investimento mínimo na área, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a ser atingida em um prazo de dez anos.
de Brasília
De hoje (14) até sexta-feira (16), professores de escolas públicas municipais e estaduais prepararam diversas mobilizações para cobrar o cumprimento do piso nacional do magistério. Criada em 2008, a lei determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais. Para 2012 esse valor foi definido em R$ 1.451, mas alguns estados e municípios pagam menos do que determina a regra.
A Confederação Nacional das Trabalhadores em Educação (CNTE) sugere que durante os três dias as atividades nas escolas sejam suspensas, mas cada sindicato está organizando a mobilização de acordo com a pauta de reivindicação local. Em algumas redes de ensino, a paralisação será parcial. Em outras, os professores promoverão passeatas, assembleias e atos públicos. No Distrito Federal, os professores já estão em greve em função das negociações de reajuste salarial com o governo.
Além de cobrar o cumprimento da Lei do Piso, a paralisação nacional também defende o aumento dos investimentos públicos em educação. A CNTE quer que o Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita na Câmara dos Deputados, inclua em seu texto uma meta de investimento mínimo na área, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a ser atingida em um prazo de dez anos.
Professores devem parar em todos os Estados a partir de hoje
Terra
Quase quatro anos após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a lei que instituiu o piso nacional do magistério, professores preparam a partir desta quarta-feira uma mobilização nacional para cobrar o cumprimento da lei. Em todos os Estados e no Distrito Federal, os professores prometem parar as atividades nas escolas por três dias e promover a maior mobilização da história do País pela valorização da educação.
"Estamos organizando a maior manifestação pela educação que o Brasil já teve. Em todos os Estados os professores vão cruzar os braços e protestar", afirma Marta Vanelli, secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que reúne os sindicatos da categoria. A paralisação deve atingir escolas públicas das redes estaduais e municipais e, se as demandas não forem cumpridas, em algumas localidades o protesto pode resultar em greve. "Se os prefeitos e governadores não se sensibilizarem com a luta dos professores, cumprindo com a lei federal, poderemos sim ter greve", diz Vanelli.
No dia 27 de fevereiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o novo piso nacional do magistério, segundo reajuste de 22% calculado com base no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Segundo levantamento da CNTE, apenas os Estados de São Paulo, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás e o Distrito Federal pagam aos seus professores o piso nacional de R$ 1.451,00 definido pela lei. "A confirmação feita pelo MEC do reajuste do piso em 22% deu muito gás ao nosso movimento. Os professores estão cada vez mais conscientes sobre o dinheiro público e sabem que há condições para cumprir com a lei. O piso do magistério provocou isso: uma ampla mobilização pela valorização da educação", afirma a representante da confederação.
Presidente do sindicato dos professores no Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), a professora Rejane Oliveira concorda que os educadores estão mobilizados em torno da lei do piso. No Estado que paga o menor valor aos educadores do País - R$ cerca de R$ 800 - a categoria deve se reunir em frente ao Palácio Piratini, sede do Executivo, para cobrar do governador Tarso Genro (PT) uma proposta de reajuste que cumpra com o valor estipulado pelo MEC. "O governador, como Ministro da Justiça em 2008, assinou a lei do piso e, quando era candidato ao governo, disse que iria cumprir a lei sem mexer no plano de carreira. Estamos esperando que honre a promessa", diz Rejane.
O governo estadual apresentou uma proposta de pagar R$ 1.260,00 até 2014, o que foi recusado pela categoria. Além do impasse no Rio Grande do Sul, em outros quatro Estados os professores já aderiram à greve como forma de pressionar os governantes. Em Goiás, Rondônia e Piauí a paralisação teve início em fevereiro. Já no Distrito Federal a mobilização foi iniciada na última segunda-feira, para cobrar a equivalência do salário dos professores com outros servidores distritais.
Investimento de 10% do PIB na educação
Além da luta nacional pelo salário de R$ 1.451,00, os professores cobram ainda que 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do País, seja investido em educação. A meta do governo federal no Plano Nacional da Educação (PNE) é estipular esse valor em 7% do PIB. "Não podemos aceitar que em um País que já se tornou a sexta economia mundial a educação ainda não seja tratada com prioridade. Esse é o momento dos governos repensarem o papel do educador, se não daqui poucos anos não vai mais haver professor em sala de aula, porque o interesse pela carreira está cada vez menor", afirma a secretária-geral da CNTE.
A categoria ainda luta para que os Estados cumpram com outra norma definida pela lei do piso: que um terço da carga horária dos docentes seja destinada para atividades extraclasse, como cursos de capacitação, correção de provas e preparação de conteúdos. Sobre esse dispositivo, levantamento dos sindicatos aponta que apenas o Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rondônia, Sergipe seguem a regra.
Quase quatro anos após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a lei que instituiu o piso nacional do magistério, professores preparam a partir desta quarta-feira uma mobilização nacional para cobrar o cumprimento da lei. Em todos os Estados e no Distrito Federal, os professores prometem parar as atividades nas escolas por três dias e promover a maior mobilização da história do País pela valorização da educação.
"Estamos organizando a maior manifestação pela educação que o Brasil já teve. Em todos os Estados os professores vão cruzar os braços e protestar", afirma Marta Vanelli, secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que reúne os sindicatos da categoria. A paralisação deve atingir escolas públicas das redes estaduais e municipais e, se as demandas não forem cumpridas, em algumas localidades o protesto pode resultar em greve. "Se os prefeitos e governadores não se sensibilizarem com a luta dos professores, cumprindo com a lei federal, poderemos sim ter greve", diz Vanelli.
No dia 27 de fevereiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o novo piso nacional do magistério, segundo reajuste de 22% calculado com base no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Segundo levantamento da CNTE, apenas os Estados de São Paulo, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás e o Distrito Federal pagam aos seus professores o piso nacional de R$ 1.451,00 definido pela lei. "A confirmação feita pelo MEC do reajuste do piso em 22% deu muito gás ao nosso movimento. Os professores estão cada vez mais conscientes sobre o dinheiro público e sabem que há condições para cumprir com a lei. O piso do magistério provocou isso: uma ampla mobilização pela valorização da educação", afirma a representante da confederação.
Presidente do sindicato dos professores no Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), a professora Rejane Oliveira concorda que os educadores estão mobilizados em torno da lei do piso. No Estado que paga o menor valor aos educadores do País - R$ cerca de R$ 800 - a categoria deve se reunir em frente ao Palácio Piratini, sede do Executivo, para cobrar do governador Tarso Genro (PT) uma proposta de reajuste que cumpra com o valor estipulado pelo MEC. "O governador, como Ministro da Justiça em 2008, assinou a lei do piso e, quando era candidato ao governo, disse que iria cumprir a lei sem mexer no plano de carreira. Estamos esperando que honre a promessa", diz Rejane.
O governo estadual apresentou uma proposta de pagar R$ 1.260,00 até 2014, o que foi recusado pela categoria. Além do impasse no Rio Grande do Sul, em outros quatro Estados os professores já aderiram à greve como forma de pressionar os governantes. Em Goiás, Rondônia e Piauí a paralisação teve início em fevereiro. Já no Distrito Federal a mobilização foi iniciada na última segunda-feira, para cobrar a equivalência do salário dos professores com outros servidores distritais.
Investimento de 10% do PIB na educação
Além da luta nacional pelo salário de R$ 1.451,00, os professores cobram ainda que 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do País, seja investido em educação. A meta do governo federal no Plano Nacional da Educação (PNE) é estipular esse valor em 7% do PIB. "Não podemos aceitar que em um País que já se tornou a sexta economia mundial a educação ainda não seja tratada com prioridade. Esse é o momento dos governos repensarem o papel do educador, se não daqui poucos anos não vai mais haver professor em sala de aula, porque o interesse pela carreira está cada vez menor", afirma a secretária-geral da CNTE.
A categoria ainda luta para que os Estados cumpram com outra norma definida pela lei do piso: que um terço da carga horária dos docentes seja destinada para atividades extraclasse, como cursos de capacitação, correção de provas e preparação de conteúdos. Sobre esse dispositivo, levantamento dos sindicatos aponta que apenas o Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rondônia, Sergipe seguem a regra.
MT- Professores paralisam atividades por falta de pagamento em Campo Novo
Net
Os professores da Escola Estadual Padre Arlindo resolveram paralisar as atividades nesta terça-feira, 13. Eles alegam que 56 contratados atéagora não tinham recebido o salário correspondente ao mês de fevereiro. Segundo Cesar Guedes, diretor da escola, “os contratados aqui na escola são 56 e o contrato venceu em dezembro e foi renovado apenas em fevereiro" - disse.
Para o diretor, essa situação significa que estão sem salário desde janeiro e somando com o mês de fevereiro isso são 60 dias sem ter recursos. "Para os professores que tem essa atividade fica difícil, pois tem seus compromissos e gastos”, explicou.
Ainda segundo o diretor, o estado sinalizou que provavelmente ainda nesta terça-feira estaria efetuando o pagamento para os profissionais. “quero deixar claro para os pais que as aulas voltam ao normal amanhã quarta-feira, mas que essa paralisação de hoje foi para que o governo cumpra com os deveres e pague os funcionários nas datas estipuladas” - ressaltou
Os professores da Escola Estadual Padre Arlindo resolveram paralisar as atividades nesta terça-feira, 13. Eles alegam que 56 contratados atéagora não tinham recebido o salário correspondente ao mês de fevereiro. Segundo Cesar Guedes, diretor da escola, “os contratados aqui na escola são 56 e o contrato venceu em dezembro e foi renovado apenas em fevereiro" - disse.
Para o diretor, essa situação significa que estão sem salário desde janeiro e somando com o mês de fevereiro isso são 60 dias sem ter recursos. "Para os professores que tem essa atividade fica difícil, pois tem seus compromissos e gastos”, explicou.
Ainda segundo o diretor, o estado sinalizou que provavelmente ainda nesta terça-feira estaria efetuando o pagamento para os profissionais. “quero deixar claro para os pais que as aulas voltam ao normal amanhã quarta-feira, mas que essa paralisação de hoje foi para que o governo cumpra com os deveres e pague os funcionários nas datas estipuladas” - ressaltou
MT- Brunetto conquista IFMT para Alta Floresta
Redação 24 Horas News
O município de Alta Floresta será transformado em um pólo educacional. Essa é a confirmação que o deputado Ademir Brunetto (PT) recebeu na manhã dessa terça-feira (13) por meio de um ofício do Ministério da Educação, aprovando seu pedido de implantação do Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT – no município do norte do estado.
O requerimento do deputado petista foi encaminhado em julho de 2011, juntamente com o então deputado federal Ságuas Moraes e acompanhado de proposta da Prefeitura de Alta Floresta, justificando a demanda do município para a criação do Instituto por estar inserido em uma região que necessita melhorar a infraestrutura das escolas rurais e ofertar educação para os moradores do campo, garantindo e fortalecendo, assim, a sua permanência na terra.
Também em setembro do mesmo ano foi realizada uma audiência pública em Alta Floresta, requerida pelo parlamentar, com grande participação da comunidade e lideranças políticas, para discussão dessa implantação. O atendimento da vocação da população, não só da cidade, como de toda a região, sendo uma enorme contribuição para o enfrentamento das desigualdades sociais e uma possibilidade de melhorar significativamente os indicadores educacionais e sociais dos moradores foi uma das justificativas.
“Essa conquista consagra nossa reivindicação e o sonho de transformar a cidade num pólo educacional. É a maior conquista para o norte de Mato Grosso,” exaltou Brunetto.
Em parecer, a Diretoria de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Tecnológica do Ministério da Educação aprovou o requerimento, inserindo Alta Floresta no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico – Pronatec, já para o período 2011-2014, que tem como meta a implantação, até o final de 2014, de 208 novas unidades em todo o Brasil. De acordo com o parecer, diversos critérios foram adotados para escolher, com base no princípio da superação das desigualdades regionais e da melhoria da qualidade de vida da população, as localidades que foram contempladas.
O município de Alta Floresta será transformado em um pólo educacional. Essa é a confirmação que o deputado Ademir Brunetto (PT) recebeu na manhã dessa terça-feira (13) por meio de um ofício do Ministério da Educação, aprovando seu pedido de implantação do Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT – no município do norte do estado.
O requerimento do deputado petista foi encaminhado em julho de 2011, juntamente com o então deputado federal Ságuas Moraes e acompanhado de proposta da Prefeitura de Alta Floresta, justificando a demanda do município para a criação do Instituto por estar inserido em uma região que necessita melhorar a infraestrutura das escolas rurais e ofertar educação para os moradores do campo, garantindo e fortalecendo, assim, a sua permanência na terra.
Também em setembro do mesmo ano foi realizada uma audiência pública em Alta Floresta, requerida pelo parlamentar, com grande participação da comunidade e lideranças políticas, para discussão dessa implantação. O atendimento da vocação da população, não só da cidade, como de toda a região, sendo uma enorme contribuição para o enfrentamento das desigualdades sociais e uma possibilidade de melhorar significativamente os indicadores educacionais e sociais dos moradores foi uma das justificativas.
“Essa conquista consagra nossa reivindicação e o sonho de transformar a cidade num pólo educacional. É a maior conquista para o norte de Mato Grosso,” exaltou Brunetto.
Em parecer, a Diretoria de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Tecnológica do Ministério da Educação aprovou o requerimento, inserindo Alta Floresta no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico – Pronatec, já para o período 2011-2014, que tem como meta a implantação, até o final de 2014, de 208 novas unidades em todo o Brasil. De acordo com o parecer, diversos critérios foram adotados para escolher, com base no princípio da superação das desigualdades regionais e da melhoria da qualidade de vida da população, as localidades que foram contempladas.
MT- Gestores da educação debatem segurança em VG
Criação de Espaços Jovens destinados ao fortalecimento de práticas pedagógicas com emprego de atividades sociais e desportivas para crianças e jovens, ampliação da interlocução entre a segurança e a comunidade escolar com apoio de um policial militar capacitado para o desempenho dessa função (policiamento escolar), ampliação do acesso ao Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) para o 1º e 2º Ciclo. Essas são propostas de ações a serem desenvolvidas conjuntamente entre a Educação e a Segurança Pública, objetivando a redução da violência no ambiente escolar e fora dele por meio do Projeto Paz nas Escolas. Na manhã desta terça-feira (13) a Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) - por meio da Coordenadoria de Projetos Educativos (CPE) - e a Polícia Militar (por meio do Comando Regional II, Várzea Grande), promoveram uma discussão sobre o tema.
Professores, coordenadores escolares e diretores das unidades de ensino da rede estadual e municipal participaram de um encontro onde puderam conhecer de forma mais detalhadas as propostas a serem implementadas. A reunião aconteceu no auditório da Escola Estadual José Leite, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. No total a cidade possui 44 escolas da rede estadual e cerca de 60 da rede municipal.
“Tratamos aqui do que se chama eficácia programática. Não se trata de uma lei, de uma só ação. Discutimos a validação de ações coletivas. A construção realizada no dia a dia para que possamos obter paz nas escolas”, avaliou o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Emanuel Pinheiro.
O tenente-coronel Wilkerson Felizardo Sandes, que está a frente das ações da PM na cidade, pontua que "quem deve ter autoridade na escola é o diretor. Trabalhamos em cima de estratégias, de um plano de trabalho a ser executado por policiais que foram capacitados para essa atuação”.
A realização de seminários sobre o tema, a construção coletiva de um plano de trabalho (por meio da realização de fóruns municipais) e a compilação dessas informações durante o Fórum Estadual Paz nas Escolas (realizado em 2011) foram estratégias empregadas para a busca de uma educação pautada em direitos humanos, destacou a fala da coordenadora de projetos educativos da Seduc, Janaína Monteiro. “Nós temos a ânsia e o desejo de ver os produtos desses encontros. Já estamos desenvolvendo um sistema que unificará as informações e finalizamos uma cartilha para às escolas”.
Ela ainda frisou que existe toda uma organicidade, pautada em medidas preventiva para ajudar na construção de novos cenários. Ela citou ainda o filósofo francês Michel Maffesoli, por considerar indispensável que se trabalhe com intelecto e afeto, agregando razão e emoção“. Existo e sinto, logo penso”.
O entorno das unidades escolares também será alvo de estratégias de combate à violência. “Há dois anos já trabalhamos com projetos objetivando medidas de redução da violência, mas sofremos com a interferência externa. Na minha unidade já desenvolvemos um projeto - De Cara Limpa Contra às Drogas - em parceria com a Polícia Civil, e sabemos da necessidade de trabalhar com parcerias”, conta a coordenadora pedagógica da Escola Estadual Nadir de Oliveira, no bairro Jardim Glória. A unidade atende a 1,5 mil estudantes.
Participaram da reunião o titular da Secretaria Municipal de Educação (SME/Várzea Grande), Odenil Sebba, e representantes da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos por meio do Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conen/MT), e da Câmara de Vereadores.
Professores, coordenadores escolares e diretores das unidades de ensino da rede estadual e municipal participaram de um encontro onde puderam conhecer de forma mais detalhadas as propostas a serem implementadas. A reunião aconteceu no auditório da Escola Estadual José Leite, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. No total a cidade possui 44 escolas da rede estadual e cerca de 60 da rede municipal.
“Tratamos aqui do que se chama eficácia programática. Não se trata de uma lei, de uma só ação. Discutimos a validação de ações coletivas. A construção realizada no dia a dia para que possamos obter paz nas escolas”, avaliou o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Emanuel Pinheiro.
O tenente-coronel Wilkerson Felizardo Sandes, que está a frente das ações da PM na cidade, pontua que "quem deve ter autoridade na escola é o diretor. Trabalhamos em cima de estratégias, de um plano de trabalho a ser executado por policiais que foram capacitados para essa atuação”.
A realização de seminários sobre o tema, a construção coletiva de um plano de trabalho (por meio da realização de fóruns municipais) e a compilação dessas informações durante o Fórum Estadual Paz nas Escolas (realizado em 2011) foram estratégias empregadas para a busca de uma educação pautada em direitos humanos, destacou a fala da coordenadora de projetos educativos da Seduc, Janaína Monteiro. “Nós temos a ânsia e o desejo de ver os produtos desses encontros. Já estamos desenvolvendo um sistema que unificará as informações e finalizamos uma cartilha para às escolas”.
Ela ainda frisou que existe toda uma organicidade, pautada em medidas preventiva para ajudar na construção de novos cenários. Ela citou ainda o filósofo francês Michel Maffesoli, por considerar indispensável que se trabalhe com intelecto e afeto, agregando razão e emoção“. Existo e sinto, logo penso”.
O entorno das unidades escolares também será alvo de estratégias de combate à violência. “Há dois anos já trabalhamos com projetos objetivando medidas de redução da violência, mas sofremos com a interferência externa. Na minha unidade já desenvolvemos um projeto - De Cara Limpa Contra às Drogas - em parceria com a Polícia Civil, e sabemos da necessidade de trabalhar com parcerias”, conta a coordenadora pedagógica da Escola Estadual Nadir de Oliveira, no bairro Jardim Glória. A unidade atende a 1,5 mil estudantes.
Participaram da reunião o titular da Secretaria Municipal de Educação (SME/Várzea Grande), Odenil Sebba, e representantes da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos por meio do Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conen/MT), e da Câmara de Vereadores.
MT- Conselho Estadual de Educação recredencia a Unemat por seis anos
Redação 24 Horas News
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) teve seu recredenciamento como universidade renovado por mais 06 anos pelo Conselho Estadual de Educação. Os membros da Câmara de Educação Profissional e de Educação Superior votaram hoje (13.03) o recredenciamento da instituição durante a 5ª reunião ordinária.
O parecer pela renovação da universidade, por 06 anos, foi elaborado pelos conselheiros Geraldo Grossi Júnior e Evilásio Anelli, e foi aprovado pela maioria dos membros. Somente um conselheiro, Miguel Rodrigues Netto, votou contrário a proposta porque ele defendia que a renovação do credenciamento da Unemat fosse por um prazo maior, pelo menos por 08 anos. O prazo máximo de recredenciamento é de 10 anos.
A reunião foi acompanhada pela direção da Unemat, com a presença do reitor Adriano Silva, dos pró-reitores de Ensino e Graduação, Ana Di Renzo, Pesquisa e Pós-graduação, Áurea Regina Ignácio e Gestão Financeira, Ariel Lopes Torres, além de representantes de outras pró-reitorias e institutos e faculdades.
Para o reitor Adriano Silva, o recredenciamento da Unemat é o reconhecimento por parte do Conselho Estadual de Educação do papel que a instituição tem no Estado. Segundo ele, as recomendações feitas à instituição serão totalmente atendidas ainda durante a sua gestão porque indicam melhorias no serviço e no atendimento a população. “Boa parte das recomendações presentes no relatório já estão sendo atendidas, porque a nossa gestão tem se preocupado em garantir cada vez mais qualidade, e isso é fruto do empenho de todos e não só dos gestores”, avalia.
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) teve seu recredenciamento como universidade renovado por mais 06 anos pelo Conselho Estadual de Educação. Os membros da Câmara de Educação Profissional e de Educação Superior votaram hoje (13.03) o recredenciamento da instituição durante a 5ª reunião ordinária.
O parecer pela renovação da universidade, por 06 anos, foi elaborado pelos conselheiros Geraldo Grossi Júnior e Evilásio Anelli, e foi aprovado pela maioria dos membros. Somente um conselheiro, Miguel Rodrigues Netto, votou contrário a proposta porque ele defendia que a renovação do credenciamento da Unemat fosse por um prazo maior, pelo menos por 08 anos. O prazo máximo de recredenciamento é de 10 anos.
A reunião foi acompanhada pela direção da Unemat, com a presença do reitor Adriano Silva, dos pró-reitores de Ensino e Graduação, Ana Di Renzo, Pesquisa e Pós-graduação, Áurea Regina Ignácio e Gestão Financeira, Ariel Lopes Torres, além de representantes de outras pró-reitorias e institutos e faculdades.
Para o reitor Adriano Silva, o recredenciamento da Unemat é o reconhecimento por parte do Conselho Estadual de Educação do papel que a instituição tem no Estado. Segundo ele, as recomendações feitas à instituição serão totalmente atendidas ainda durante a sua gestão porque indicam melhorias no serviço e no atendimento a população. “Boa parte das recomendações presentes no relatório já estão sendo atendidas, porque a nossa gestão tem se preocupado em garantir cada vez mais qualidade, e isso é fruto do empenho de todos e não só dos gestores”, avalia.
O Fies e a roda da misériaHerdeiro do Programa de Crédito Educativo virou um emaranhado jurídico
As reflexões aqui expostas nasceram com a propaganda do governo petista sobre o Fies: Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.
Começo pela semelhança fônica da sigla Fies com o termo “fieis”, plural de “fiel”. Para este, há várias acepções. Conforme o “Aurelião”, como adjetivo de dois gêneros, o “fiel” (do latim fidele) é aquele “que é digno de fé; que cumpre aquilo a que se obriga; leal; que não falha; que não muda; que professa uma religião, doutrina, seita...
Já como substantivo masculino, dentre outras, é reafirmada a postura do crente, ou seja, daquele que adere alguma religião. E como se tem visto há milênios, o “bom fiel” não discute, reza. Cegamente, muitos seguem tudo o que lhes dizem ser a “Verdade Suprema”.
Da semelhança semântica, passo ao campo jurídico, que contempla o plano político: o FIES – herdeiro do Programa de Crédito Educativo, nascido com Collor, por meio da Lei 8.436, de 1992 – foi rebatizado pela Lei 10.260, de 12 de julho de 2001, por FHC.
Na origem, o Fies tinha a cara apenas de financiamento. Tanto que, colado às atividades do programa “Comunidade Solidária”, parido a partir de 1995, pela ex-primeira-dama Ruth Cardoso, a lei criadora do Fies falava de “fiadores solidários” e até de “devedores solidários”, quando se tratasse das empresas de ensino superior.
De lá para cá, construiu-se um volumoso emaranhado jurídico. Excetuando as várias e quase sempre autoritárias Medidas Provisórias, hoje – diretamente – são quarenta e três dispositivos legais, entre leis propriamente ditas, decretos, resoluções e portarias. Vide portal do MEC.
Mas disso tudo, a propaganda do governo petista – já o mais populista de nossa história – sintetiza um ponto que precisa, ou melhor, que deve ser o pomo da discórdia nacional: o aluno das licenciaturas aderente ao Fies poderá saldar sua dívida com o trabalho pedagógico em escolas públicas.
Socorro! Literalmente, isso é oferecer a privada ao público! Com o “pagamento” do Fies assim, a falência educacional/cultural do País será ir-re-ver-sí-vel. Jamais sairemos da “m...” em que já estamos atolados até o pescoço.
Como assim, perguntariam os simplórios? Simples. Para o ensino básico- fundamental-médio, restarão as escolas particulares aos acadêmicos formados nas licenciaturas das universidades públicas. Por outro lado, os alunos/clientes das empresas privadas atuarão nas escolas públicas. Logo, os melhores profissionais ensinarão os filhos dos mais ricos. Os piores – já enganados por cursos medíocres – ludibriarão os filhos dos mais pobres. Isso é inversão social. Paradoxalmente, é ação política perversa contra os pobres. Será a união da pobreza com a miséria.
Em outras palavras, os concursos públicos para a educação pública desaparecerão. A demanda será suprida pelos clientes do FIES. Portanto, a educação pública ficará ainda pior, pois o que resta de qualidade na formação de professores está nas universidades públicas, não nas privadas. Dados oficiais comprovam isso. Assim, desafio o ministro da Educação – ou quem for capaz – para me desmentir.
É desolador ter consciência de que todo empenho acadêmico de um professor das licenciaturas das universidades públicas será para contemplar apenas os filhos das classes economicamente resolvidas.
Por isso, não tenho dúvidas: ao contrário do que aponta a simbologia da Roda da Fortuna – décimo Arcano Maior do Tarot – essa proposta petista para a educação é a imposição da Roda da Miséria ao Brasil.
E vá falar disso aos fieis desse partido...
Quanto absurdo! Até quando?
ROBERTO BOAVENTURA DA SILVA SÁ é doutor em Jornalismo pela USP e professor de Literatura da UFMT.
domingo, 11 de março de 2012
Novos rumos para a gestão educacional
Nos dias 28, 29 e 30 de março de 2012 acontece a décima edição do GEduc
Com o objetivo de debater os novos rumos para a gestão educacional, acontece nos dias 28, 29 e 30 de março de 2012 a décima edição do GEduc - Congresso Brasileiro de Gestão Educacional. Estarão presentes no evento mantenedores, reitores, presidentes e dirigentes de instituições de ensino (superior, básico, técnico e de idiomas) de todo o Brasil.
Dentro da programação ocorrerá:
X Congresso Brasileiro de Gestão Educacional,
II Congresso Internacional de Gestão Educacional
VIII Jornada de Marketing Educacional
V Fórum de Gestão de Pessoas
4 Workshops Setoriais
E, como novidade da edição, o I Fórum de Empregabilidade e Carreira do Aluno. Além disso, serão divulgados os vencedores do PNGE 2012 - Prêmio Nacional de Gestão Educacional e Prêmio Gestor Educacional do Ano, promovido pela Humus Consultoria em parceria com a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN), Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Associação Nacional dos Centros Universitários (ANACEU) e a Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (ABRAFI). Durante o Congresso, acontecerá também a X Exposição de Produtos e Serviços Educacionais, com a presença de conceituadas empresas do mercado.
As inscrições podem ser feitas pelo site: www.humus.com.br/geduc
Serviço: GEduc - X Congresso Brasileiro de Gestão Educacional & II Congresso Internacional de Gestão Educacional
Data: 28, 29 e 30 de março de 2012
Local: Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.
Com o objetivo de debater os novos rumos para a gestão educacional, acontece nos dias 28, 29 e 30 de março de 2012 a décima edição do GEduc - Congresso Brasileiro de Gestão Educacional. Estarão presentes no evento mantenedores, reitores, presidentes e dirigentes de instituições de ensino (superior, básico, técnico e de idiomas) de todo o Brasil.
Dentro da programação ocorrerá:
X Congresso Brasileiro de Gestão Educacional,
II Congresso Internacional de Gestão Educacional
VIII Jornada de Marketing Educacional
V Fórum de Gestão de Pessoas
4 Workshops Setoriais
E, como novidade da edição, o I Fórum de Empregabilidade e Carreira do Aluno. Além disso, serão divulgados os vencedores do PNGE 2012 - Prêmio Nacional de Gestão Educacional e Prêmio Gestor Educacional do Ano, promovido pela Humus Consultoria em parceria com a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN), Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Associação Nacional dos Centros Universitários (ANACEU) e a Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (ABRAFI). Durante o Congresso, acontecerá também a X Exposição de Produtos e Serviços Educacionais, com a presença de conceituadas empresas do mercado.
As inscrições podem ser feitas pelo site: www.humus.com.br/geduc
Serviço: GEduc - X Congresso Brasileiro de Gestão Educacional & II Congresso Internacional de Gestão Educacional
Data: 28, 29 e 30 de março de 2012
Local: Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.
Novo aliado
Campus Party
Novo aliado
No Educa Party, debatedores discutem o uso de games como uma ferramenta para a melhoria do aprendizado
Deborah Ouchana
Durante muito tempo, os videogames foram vistos apenas como entretenimento ou, até mesmo, com certo preconceito por causa do conteúdo violento de alguns jogos. Muitos educadores, no entanto, defendem que esse pode ser um recurso aproveitado tanto dentro, como fora da sala de aula, no sentido de estimular a aprendizagem. O debate "Games na educação: apertando o start", da programação do EducaParty, na última quinta-feira (9), se propôs a discutir o tema e contou com a presença de Lynn Alves, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Luciano Meira, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Sabrina Carmona, desenvolvedora e coordenadora executiva do CS Games, e Gustavo Steinberg representante do projeto BIG Festival.
A partir do questionamento da mediadora do debate, a psicóloga Mila Gonçalves, gerente da área de Educação, Cultura e Juventude da Fundação Telefônica no Brasil (de que forma os games podem nos ajudar a demonstrar o potencial das tecnologias na inovação técnico-educativa?), os convidados teceram seus comentários sobre as possibilidades trazidas pelo uso dos games na educação.
"Os jogos tem um potencial de imersão e de interatividade capaz de potencializar diferentes possibilidades pedagógicas e novas formas de aprendizagem. Eles podem abrir caminhos para a presença da tecnologia no espaço escolar", afirmou Lynn Alves. Para a professora, isso só é possível a partir do investimento em formação do professor. "As pesquisas em torno dos games têm crescido muito nos últimos anos, mas não adianta fazer essas investigações sem focar na questão da formação", alertou.
Luciano Meira destacou quatro características fundamentais dos games: o cenário, a aventura, o personagem e o propósito. "Na escola, o aluno normalmente não tem o cenário no qual ele aprende uma fórmula de matemática, por exemplo. A criança aprende pela representação, e não por uma imersão no campo de conhecimento", completou. O professor lembra que, além de o jogo ter uma narrativa de aventura, onde o jogador precisa solucionar desafios, ele tem personagens que atuam como autores. "Todo jogador autora um percurso dentro dessa aventura, o que não é provável na escola tradicional. Em geral, o sistema de ensino não coloca a voz de autoria do conhecimento para além do professor. O jogo inverte essa lógica e cria uma nova configuração de aprendizagem", concluiu.
Novo aliado
No Educa Party, debatedores discutem o uso de games como uma ferramenta para a melhoria do aprendizado
Deborah Ouchana
Durante muito tempo, os videogames foram vistos apenas como entretenimento ou, até mesmo, com certo preconceito por causa do conteúdo violento de alguns jogos. Muitos educadores, no entanto, defendem que esse pode ser um recurso aproveitado tanto dentro, como fora da sala de aula, no sentido de estimular a aprendizagem. O debate "Games na educação: apertando o start", da programação do EducaParty, na última quinta-feira (9), se propôs a discutir o tema e contou com a presença de Lynn Alves, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Luciano Meira, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Sabrina Carmona, desenvolvedora e coordenadora executiva do CS Games, e Gustavo Steinberg representante do projeto BIG Festival.
A partir do questionamento da mediadora do debate, a psicóloga Mila Gonçalves, gerente da área de Educação, Cultura e Juventude da Fundação Telefônica no Brasil (de que forma os games podem nos ajudar a demonstrar o potencial das tecnologias na inovação técnico-educativa?), os convidados teceram seus comentários sobre as possibilidades trazidas pelo uso dos games na educação.
"Os jogos tem um potencial de imersão e de interatividade capaz de potencializar diferentes possibilidades pedagógicas e novas formas de aprendizagem. Eles podem abrir caminhos para a presença da tecnologia no espaço escolar", afirmou Lynn Alves. Para a professora, isso só é possível a partir do investimento em formação do professor. "As pesquisas em torno dos games têm crescido muito nos últimos anos, mas não adianta fazer essas investigações sem focar na questão da formação", alertou.
Luciano Meira destacou quatro características fundamentais dos games: o cenário, a aventura, o personagem e o propósito. "Na escola, o aluno normalmente não tem o cenário no qual ele aprende uma fórmula de matemática, por exemplo. A criança aprende pela representação, e não por uma imersão no campo de conhecimento", completou. O professor lembra que, além de o jogo ter uma narrativa de aventura, onde o jogador precisa solucionar desafios, ele tem personagens que atuam como autores. "Todo jogador autora um percurso dentro dessa aventura, o que não é provável na escola tradicional. Em geral, o sistema de ensino não coloca a voz de autoria do conhecimento para além do professor. O jogo inverte essa lógica e cria uma nova configuração de aprendizagem", concluiu.
MT- Interessados têm até o dia 14 para se inscrever em uma das nove escolas técnicas ou enviando documentos via Correios
Luciana Cury/AssessoriaComeçaram nessa quinta-feira (08) e seguem até a próxima quarta-feira (14) as inscrições para o processo seletivo organizado pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Secitec), que visa contratar 210 professores temporários. As vagas ofertadas são para atender as nove Escolas Técnicas de Educação Profissional, que ficam sob a administração da Secitec, e ainda preencher o quadro de vagas de docentes em outras 11 cidades onde em 2012 serão realizados cursos de extensão organizados pela Secretaria.
A faixa salarial oferecida aos aprovados oscila entre R$ 1.205 para professor de nível A (graduação) com uma carga horária de 20 horas por semana, até R$ 4.338 para docente de nível D (doutorado), com carga horária de 40 horas semanais.
Para se inscrever o candidato deve preencher oformulário de inscrição, que está disponível no site da Secitec, e com a cópia autenticada de diversos documentos (diploma ou atestado de conclusão de graduação, histórico escolar do curso superior e pós-graduação – se for o caso -, cédula de identidade ou documento equivalente válido em todo o território nacional, CPF, curriculum vitae, documentos comprobatórios de todos os títulos e comprovação de experiência profissional) levar pessoalmente ou por meio dos Correios até a Escola Técnica da cidade que deseja trabalhar.
Além de Alta Floresta, Barra do Garças, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Campo Verde e Poxoréu, há vagas a serem preenchidas em Carlinda, Paranaíta, Canarana, Várzea Grande, Alto Araguaia, Itiquira, Marcelândia, Chapada dos Guimarães, Sapezal, Nova Brasilândia e Planalto da Serra.
No edital, divulgado na manhã de quarta-feira (07), o candidato poderá conferir como será feita a seleção e quais os endereços das nove escolas técnicas onde pode enviar via postal os documentos exigidos. O resultado final será dado no dia 30 desse mês.
Outras informações: Superintendência de Educação Profissional e Tecnológica (65) 3613-5017.
A faixa salarial oferecida aos aprovados oscila entre R$ 1.205 para professor de nível A (graduação) com uma carga horária de 20 horas por semana, até R$ 4.338 para docente de nível D (doutorado), com carga horária de 40 horas semanais.
Para se inscrever o candidato deve preencher oformulário de inscrição, que está disponível no site da Secitec, e com a cópia autenticada de diversos documentos (diploma ou atestado de conclusão de graduação, histórico escolar do curso superior e pós-graduação – se for o caso -, cédula de identidade ou documento equivalente válido em todo o território nacional, CPF, curriculum vitae, documentos comprobatórios de todos os títulos e comprovação de experiência profissional) levar pessoalmente ou por meio dos Correios até a Escola Técnica da cidade que deseja trabalhar.
Além de Alta Floresta, Barra do Garças, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Campo Verde e Poxoréu, há vagas a serem preenchidas em Carlinda, Paranaíta, Canarana, Várzea Grande, Alto Araguaia, Itiquira, Marcelândia, Chapada dos Guimarães, Sapezal, Nova Brasilândia e Planalto da Serra.
No edital, divulgado na manhã de quarta-feira (07), o candidato poderá conferir como será feita a seleção e quais os endereços das nove escolas técnicas onde pode enviar via postal os documentos exigidos. O resultado final será dado no dia 30 desse mês.
Outras informações: Superintendência de Educação Profissional e Tecnológica (65) 3613-5017.
Piso incentiva jovens a optar pelo magistério, diz Mercadante
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira, na abertura da reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em Natal (RN), o reajuste de 22,22 % aplicado ao piso nacional de salário do magistério como forma de atrair os jovens para a carreira. "Sei que para alguns estados e municípios, o reajuste pode ter sido forte e gerar dificuldades, mas, estamos falando de apenas dois salários mínimos", disse.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira, na abertura da reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em Natal (RN), o reajuste de 22,22 % aplicado ao piso nacional de salário do magistério como forma de atrair os jovens para a carreira. "Sei que para alguns estados e municípios, o reajuste pode ter sido forte e gerar dificuldades, mas, estamos falando de apenas dois salários mínimos", disse.
Mercadante lembrou que alguns secretários e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Carlini, que estava presente, eram parlamentares quando o piso e a forma do seu reajuste (proporcional ao custo aluno do Fundeb) foram aprovados no Congresso Nacional, em 2008. "Nós votamos na lei e não houve objeção. Ao contrário, houve um grande consenso. Se não recuperarmos o valor do piso dos professores não teremos como atrair os jovens para a carreira. E todos sabemos que somos carentes de professores em todas as etapas da educação", ponderou.
O ministro disse ainda que o dispositivo da lei que assegura um terço da jornada dos professores fora da sala aula também deve ser cumprido e lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela constitucionalidade da lei ao examinar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por cinco governadores. "Mas é preciso discutir essa questão dentro de um processo pedagógico. A hora atividade é para melhorar a educação, a aprendizagem e para o professor avaliar seus alunos, preparar as aulas, dedicar-se à sua formação", lembrou.
Mercadante também fez um apelo aos secretários estaduais para que mobilizem suas bancadas parlamentares para aprovar com urgência o Plano Nacional de Educação para o período 2011-2020. "É fundamental aprová-lo este ano. Não podemos nos dar por satisfeitos. Precisamos aumentar os recursos para a educação", disse.
Fonte: Terra 08/03/2012
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira, na abertura da reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em Natal (RN), o reajuste de 22,22 % aplicado ao piso nacional de salário do magistério como forma de atrair os jovens para a carreira. "Sei que para alguns estados e municípios, o reajuste pode ter sido forte e gerar dificuldades, mas, estamos falando de apenas dois salários mínimos", disse.
Mercadante lembrou que alguns secretários e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Carlini, que estava presente, eram parlamentares quando o piso e a forma do seu reajuste (proporcional ao custo aluno do Fundeb) foram aprovados no Congresso Nacional, em 2008. "Nós votamos na lei e não houve objeção. Ao contrário, houve um grande consenso. Se não recuperarmos o valor do piso dos professores não teremos como atrair os jovens para a carreira. E todos sabemos que somos carentes de professores em todas as etapas da educação", ponderou.
O ministro disse ainda que o dispositivo da lei que assegura um terço da jornada dos professores fora da sala aula também deve ser cumprido e lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela constitucionalidade da lei ao examinar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por cinco governadores. "Mas é preciso discutir essa questão dentro de um processo pedagógico. A hora atividade é para melhorar a educação, a aprendizagem e para o professor avaliar seus alunos, preparar as aulas, dedicar-se à sua formação", lembrou.
Mercadante também fez um apelo aos secretários estaduais para que mobilizem suas bancadas parlamentares para aprovar com urgência o Plano Nacional de Educação para o período 2011-2020. "É fundamental aprová-lo este ano. Não podemos nos dar por satisfeitos. Precisamos aumentar os recursos para a educação", disse.
Fonte: Terra 08/03/2012
Tom Jobim: Garota de Ipanema foi a canção que lhe trouxe sucesso internacional
Tom Jobim
25 de janeiro de 1927, Rio de Janeiro (Brasil)
8 de dezembro de 1994, Nova York (EUA)
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim - ou Tom Jobim -, compositor, cantor, violonista e pianista, um dos maiores expoentes da música brasileira, foi também um dos principais responsáveis pela internacionalização da bossa nova, estilo e movimento musical com influências jazzísticas, iniciado por volta de 1958 no Rio de Janeiro, que introduziu invenções melódicas e harmônicas no samba.
Considerado um dos grandes compositores de música popular do século 20, as raízes de Tom Jobim encontram-se no jazz, em Gerry Mulligan, Chet Baker, Barney Kessel e outros músicos da década de 1950. Ao mesmo tempo, Jobim sofreu influências da música erudita, principalmente do compositor francês Claude Debussy, e dos ritmos do samba.
A certa maneira simples e melódica de tocar o piano, Jobim acrescentava sempre um toque de invenção, uma sonoridade inesperada, enquanto sua voz, ligeiramente rouca, salientava os aspectos emocionais das letras.
Depois de ter pensado em seguir a carreira de arquiteto, Jobim acabou se dedicando exclusivamente à música: aos vinte anos já se destacava em casas noturnas e estúdios de gravação. Se primeiro disco foi gravado em 1954, mas o sucesso veio em 1956, quando, junto com o poeta Vinicius de Moraes, elaborou a música da peça teatral "Orfeu da Conceição" (no cinema, "Orfeu negro").
A bossa nova surgiria efetivamente em 1958, quando Jobim produz o disco "Chega de saudade", no qual João Gilberto toca e canta músicas do próprio Jobim.
Fama internacional
A fama de Tom Jobim se tornaria internacional em 1962, quando o saxofonista Stan Getz e o guitarrista Charlie Byrd gravaram o LP "Jazz Samba", que permaneceria diversas semanas na lista de mais vendidos. Numa das faixas, a versão instrumental de "Desafinado", que ganharia vários intérpretes nos EUA, entre eles: Lalo Schifrin, Quincy Jones, Coleman Hawkins e Dizzy Gillespie. Um ano depois, Jobim e outros músicos brasileiros se apresentaram no Carnegie Hall, onde cantaram "Garota de Ipanema".
Durante as décadas de 1960 e 1970, Jobim gravou discos para os principais estúdios norte-americanos. Quando o êxito da música brasileira nos EUA começou a dar sinais de esgotamento, ele se concentrou, então, na televisão e no cinema brasileiros.
Em 1985, Jobim voltou ao Carnegie Hall, onde cantou diante de três mil pessoas, abrindo uma longa temporada de shows no Brasil e na Europa. Temporada, aliás, que se prolongaria, no ano seguinte, com uma apresentação no Avery Fisher Hall, de Nova York.
No ano de 1994, ele voltaria duas noites seguidas, em abril, ao Carnegie Hall: na primeira, para comemorar os 50 anos da gravadora Verve, na companhia de Pat Metheny, Joe Henderson, Charles Haden e Al Foster; na segunda, para promover a Rainforest Foundation, ao lado de Sting, Elton John e Luciano Pavarotti.
Em 15 de setembro, viajou até Nova York para submeter-se a uma angioplastia. Num dos vários exames realizados, os médicos detectaram um tumor maligno em sua bexiga - e a cirurgia foi marcada para 6 de dezembro, no Mount Sinai Medical Center. No dia 8, enquanto convalescia da cirurgia, Tom Jobim teve uma parada cardíaca, às 8h. E uma segunda parada, duas horas depois, que foi fatal.
Seu corpo desembarcou no Rio de Janeiro no dia 9 e foi velado no Jardim Botânico, dali seguindo para o Cemitério de São João Batista, após desfilar em cortejo pela cidade.
Folha de S. Paulo; Site oficial de Tom Jobim
25 de janeiro de 1927, Rio de Janeiro (Brasil)
8 de dezembro de 1994, Nova York (EUA)
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim - ou Tom Jobim -, compositor, cantor, violonista e pianista, um dos maiores expoentes da música brasileira, foi também um dos principais responsáveis pela internacionalização da bossa nova, estilo e movimento musical com influências jazzísticas, iniciado por volta de 1958 no Rio de Janeiro, que introduziu invenções melódicas e harmônicas no samba.
Considerado um dos grandes compositores de música popular do século 20, as raízes de Tom Jobim encontram-se no jazz, em Gerry Mulligan, Chet Baker, Barney Kessel e outros músicos da década de 1950. Ao mesmo tempo, Jobim sofreu influências da música erudita, principalmente do compositor francês Claude Debussy, e dos ritmos do samba.
A certa maneira simples e melódica de tocar o piano, Jobim acrescentava sempre um toque de invenção, uma sonoridade inesperada, enquanto sua voz, ligeiramente rouca, salientava os aspectos emocionais das letras.
Depois de ter pensado em seguir a carreira de arquiteto, Jobim acabou se dedicando exclusivamente à música: aos vinte anos já se destacava em casas noturnas e estúdios de gravação. Se primeiro disco foi gravado em 1954, mas o sucesso veio em 1956, quando, junto com o poeta Vinicius de Moraes, elaborou a música da peça teatral "Orfeu da Conceição" (no cinema, "Orfeu negro").
A bossa nova surgiria efetivamente em 1958, quando Jobim produz o disco "Chega de saudade", no qual João Gilberto toca e canta músicas do próprio Jobim.
Fama internacional
A fama de Tom Jobim se tornaria internacional em 1962, quando o saxofonista Stan Getz e o guitarrista Charlie Byrd gravaram o LP "Jazz Samba", que permaneceria diversas semanas na lista de mais vendidos. Numa das faixas, a versão instrumental de "Desafinado", que ganharia vários intérpretes nos EUA, entre eles: Lalo Schifrin, Quincy Jones, Coleman Hawkins e Dizzy Gillespie. Um ano depois, Jobim e outros músicos brasileiros se apresentaram no Carnegie Hall, onde cantaram "Garota de Ipanema".
Durante as décadas de 1960 e 1970, Jobim gravou discos para os principais estúdios norte-americanos. Quando o êxito da música brasileira nos EUA começou a dar sinais de esgotamento, ele se concentrou, então, na televisão e no cinema brasileiros.
Em 1985, Jobim voltou ao Carnegie Hall, onde cantou diante de três mil pessoas, abrindo uma longa temporada de shows no Brasil e na Europa. Temporada, aliás, que se prolongaria, no ano seguinte, com uma apresentação no Avery Fisher Hall, de Nova York.
No ano de 1994, ele voltaria duas noites seguidas, em abril, ao Carnegie Hall: na primeira, para comemorar os 50 anos da gravadora Verve, na companhia de Pat Metheny, Joe Henderson, Charles Haden e Al Foster; na segunda, para promover a Rainforest Foundation, ao lado de Sting, Elton John e Luciano Pavarotti.
Em 15 de setembro, viajou até Nova York para submeter-se a uma angioplastia. Num dos vários exames realizados, os médicos detectaram um tumor maligno em sua bexiga - e a cirurgia foi marcada para 6 de dezembro, no Mount Sinai Medical Center. No dia 8, enquanto convalescia da cirurgia, Tom Jobim teve uma parada cardíaca, às 8h. E uma segunda parada, duas horas depois, que foi fatal.
Seu corpo desembarcou no Rio de Janeiro no dia 9 e foi velado no Jardim Botânico, dali seguindo para o Cemitério de São João Batista, após desfilar em cortejo pela cidade.
Folha de S. Paulo; Site oficial de Tom Jobim
Educação no Brasil é uma vergonha, diz senador
Gabriela Galvão
Cristovam, Mauro Mendes, Taques, Valtenir e Zeca Viana, durante evento na escola Presidente Médice
O senador por Distrito Federal, Cristovam Buarque (PDT), aproveitou a participação no Fórum “Cuiabá de Verdade”, com o tema educação, realizado na manhã deste sábado (10), para tecer duras críticas a área no país. Para ele, o setor está de cabeça para baixo, pois a maior preocupação é com as universidades, ao passo que o ensino fundamental é uma vergonha. Ex-ministro da Educação, o senador veio ao Estado a convite do Movimento Cuiabá de Verdade, formando pelas siglas PSB-PDT-PV-PPS.
O parlamentar lembrou que ficou apenas 1 ano no ministério pelo fato de as universidades não gostarem do seu discurso, mas acrescentou que o analfabetismo precisa ter prazo para terminar. “Se pegasse como poliomelite, já tinha acabado”, disparou, ao pontuar que erradicar não é sinônimo de zerar.
Como sugestão para o país, declarou que é preciso uma revolução em todas as cidades e não ir tendo resultados aos poucos. “Há anos o Brasil vem melhorando, isso não vai resolver, vamos ficar para trás”, pontuou. Dessa forma, deu dicas: melhorar os salários dos profissionais e manter apenas os dedicados, construir escolas confortáveis e equipadas e aulas em horário integral. Cristovam reconheceu, entretanto, que não há prefeito que consiga fazer isso em 4 ou 8 anos, sendo necessária a ajuda da União.
Além disso, o senador também defendeu que o PDT não ocupe cargos no Governo Federal, dizendo que é possível ser aliado sem estar atrelado. Critico voraz, disse ainda que hoje o partido não possui nenhum posição em comum sobre nada, se resumindo a uma sigla. Acontece que para ele, a legenda é apenas um aglomerado de pessoas, enquanto uma partido se baseia em ideias.
Nesse ponto, elogiou o Movimento Cuiabá de Verdade, comparando o mesmo a um embrião de partido, sem que ninguém mude de sigla. Quanto a candidaturas, declarou ser muito cedo para apontá-las, mas que o momento já é oportuno para discutir propostas e que está disposto a ajudar o grupo no Estado.
O senador Pedro Taques (PDT), principal responsável pela vinda do colega de legenda, ressaltou que um partido político não existe apenas para disputar eleições e, por isso, o movimento vem realizando esses fóruns. O primeiro teve saúde como tema e os próximos devem discutir desenvolvimento e segurança. “Queremos debater todos os temas que desassossegam a sociedade”.
Cristovam, Mauro Mendes, Taques, Valtenir e Zeca Viana, durante evento na escola Presidente Médice
O senador por Distrito Federal, Cristovam Buarque (PDT), aproveitou a participação no Fórum “Cuiabá de Verdade”, com o tema educação, realizado na manhã deste sábado (10), para tecer duras críticas a área no país. Para ele, o setor está de cabeça para baixo, pois a maior preocupação é com as universidades, ao passo que o ensino fundamental é uma vergonha. Ex-ministro da Educação, o senador veio ao Estado a convite do Movimento Cuiabá de Verdade, formando pelas siglas PSB-PDT-PV-PPS.
O parlamentar lembrou que ficou apenas 1 ano no ministério pelo fato de as universidades não gostarem do seu discurso, mas acrescentou que o analfabetismo precisa ter prazo para terminar. “Se pegasse como poliomelite, já tinha acabado”, disparou, ao pontuar que erradicar não é sinônimo de zerar.
Como sugestão para o país, declarou que é preciso uma revolução em todas as cidades e não ir tendo resultados aos poucos. “Há anos o Brasil vem melhorando, isso não vai resolver, vamos ficar para trás”, pontuou. Dessa forma, deu dicas: melhorar os salários dos profissionais e manter apenas os dedicados, construir escolas confortáveis e equipadas e aulas em horário integral. Cristovam reconheceu, entretanto, que não há prefeito que consiga fazer isso em 4 ou 8 anos, sendo necessária a ajuda da União.
Além disso, o senador também defendeu que o PDT não ocupe cargos no Governo Federal, dizendo que é possível ser aliado sem estar atrelado. Critico voraz, disse ainda que hoje o partido não possui nenhum posição em comum sobre nada, se resumindo a uma sigla. Acontece que para ele, a legenda é apenas um aglomerado de pessoas, enquanto uma partido se baseia em ideias.
Nesse ponto, elogiou o Movimento Cuiabá de Verdade, comparando o mesmo a um embrião de partido, sem que ninguém mude de sigla. Quanto a candidaturas, declarou ser muito cedo para apontá-las, mas que o momento já é oportuno para discutir propostas e que está disposto a ajudar o grupo no Estado.
O senador Pedro Taques (PDT), principal responsável pela vinda do colega de legenda, ressaltou que um partido político não existe apenas para disputar eleições e, por isso, o movimento vem realizando esses fóruns. O primeiro teve saúde como tema e os próximos devem discutir desenvolvimento e segurança. “Queremos debater todos os temas que desassossegam a sociedade”.
Coisas que eu queria saber aos 21: Marina Silva
Ambientalista e ex-senadora de 54 anos reflete sobre escolha da profissão e carreira política
Estadão.edu
"Até os 21 anos tinha acontecido tanta coisa na minha vida que me dava a sensação de já ter 40. Ia fazer o vestibular, mas a hepatite não deixou. Tinha chegado a Rio Branco com 16 anos, em setembro de 1975 (Marina cresceu em uma palafita num seringal a 70 km da capital do Acre; perdeu a mãe aos 14 anos e duas irmãs aos 15, vítimas de sarampo e malária). Em 79 já tinha terminado o 2.º grau. Fiz Mobral, supletivo do primário, do 1.º e do 2.º grau. Trabalhei como doméstica e morei num colégio de freiras.
Leonardo Soares/AE-27/9/2011'Nunca um professor me deu colher de chá'Vejo minha trajetória até essa época como uma espécie de tessitura, aquela parte do cesto que vai definir tudo aquilo que o cesto vai ser depois. Ali consegui integrar as marcas da minha memória, baseada no saber narrativo que veio comigo do seringal, às coisas que aprendi no contato com a cidade. Aos 19 anos, tinha descoberto a Teologia da Libertação, o Chico Mendes. Cheguei aos 21 envolvida com o movimento dos seringueiros, com teatro amador. Minha ‘carreira artística’ foi breve, me identifiquei muito mais como figurinista, mas foi lá que tive o primeiro contato com grupos de esquerda. A escolha por fazer História veio daí. Queria fazer Psicologia, que não tinha na época no Acre, porque uma coisa que sempre me encantou é lidar com a alma humana. História era lidar com muitas almas ao mesmo tempo, o coletivo delas adensado nos processos históricos.
Entre na faculdade em 1981, aos 21, casada e grávida. Tive minha primeira filha, Shalom, aos 22, durante uma greve na universidade. Continuava nas Comunidades Eclesiais de Base, no grupo de teatro. Também trabalhei com carentes na Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor.
Marxismo
Chegar à universidade era uma conquista (passei em 18.º lugar) e ao mesmo tempo intimidava. Era um momento ainda da ditadura e foi marcante o contato com o marxismo-leninismo. O Brasil ainda vivia a supernova do marxismo-leninismo. Ele já estava ruindo nos países do socialismo real, mas o brilho da supernova era muito forte na América Latina.
Estava envolvida também com o Partido Revolucionário Comunista, clandestino. Tinha lá o Tarso Genro, o Genoíno e o Marcos Rolim. Tive um envolvimento imediato com o movimento estudantil da época, dentro de uma de suas muitas tendências, a Caminhando.
No primeiro ano, trabalhava com menores à tarde. De manhã ia para a aula e à noite costurava, para ajudar na renda. No segundo ano, já dava aula no colégio das freiras e em mais duas escolas. Aí veio todo o movimento de fundação da CUT, os empates (em que os seringueiros protegiam árvores com os corpos, para impedir sua derrubada) em Xapuri com o Chico Mendes. Me formei em quatro anos. Queria fazer mestrado em Teoria da História, mas teria de ir para São Paulo ou Rio. Prestei para Economia. Fiz um ano, em 85, e parei. Estava muito envolvida com movimentos sociais, o trabalho de professora, os dois filhos e com a entrada no PT, que ocorreu naquele ano.
Quando cheguei a Brasília, em 95, fiz um semestre de Psicologia, mas não tinha como, já era senadora. Uma coisa é a pós, com aulas dois dias por semana. Graduação não dá. Tinha sido eleita pelo povo do Acre, não podia faltar às sessões. Imagine: ‘Ah, a senadora está na escola e perdeu uma votação importante.’ Isso não serviria de justificativa.
Ritmo maluco
Mas fiz pós em Teoria Psicanalítica na UnB, terminei em 2007, num ritmo maluco, estudando em aviões ou de madrugada. Como gosto de trabalhar com educação de jovens e adultos, fiz especialização em Psicopedagogia na Católica de Brasília. Antes de terminar, entrei noutro curso, dado na Argentina por uma psicopedagoga muito respeitada, a Alicia Fernandez. Não consegui terminar em 2010, por causa da campanha eleitoral. Terminei em outubro o último módulo, em Buenos Aires, estou na fase de escrever o trabalho.
Nunca nenhum professor me deu colher de chá. Até porque, para mim, quanto mais amigo do rei, mais alta é a forca. Uma vez fui para a Noruega, para uma reunião sobre clima. Tinha de apresentar um trabalho na volta. Cheguei às 9 da manhã no aeroporto, uma colega deu carona até a UnB. Tinha virado a noite no avião finalizando o trabalho. Apresentei com minhas colegas, sob o rigoroso olhar do competente professor Luiz Celes, e foi muito bom.
Nunca parei de estudar. Já estou em outro curso, Autorias Vocacionais, com o grupo da Argentina. Geralmente trabalhamos com jovens o conceito de orientação vocacional. E esse grupo desenvolveu a ideia de autoria. Você não orienta a vocação. Faz um processo, no qual o jovem vai descobrindo a vocação. Perderei um módulo porque vou, em abril, para um intercâmbio no MIT, dar palestras, conhecer experiências, principalmente em sustentabilidade. Meu sonho é ser psicanalista, mas aí entra um conflito ético. Só vou trabalhar com isso se um dia sair da política.
Unidade de serviço
Acho que, quando se é jovem, é preciso dar atenção aos fios que aos poucos vão ajudando a tecer a base sobre a qual fazemos as escolhas presentes e futuras. Eles estão presentes o tempo todo, na maioria das vezes, onde menos esperamos. Meus fios foram a vida com minha avó, meu pai, meu tio xamã, minha mãe e irmãs. Nasci em meio a uma verdadeira unidade de serviço. Minha avó era parteira, andava horas no mato para fazer parto. Via meu pai ficar a semana cortando seringa, andando 14 km por dia, mas pegar o sábado e domingo para aplicar injeção em quem precisava. Fazia contas no seu caderninho e ensinava às pessoas como não ser enganadas no peso da borracha.
Meu tio era mateiro, sabia fazer trilhas, achar pessoas perdidas. Era um xamã diferente, não exercitava a cura. Morou com os índios, vivia uma opção espiritual xamânica que aprendeu com eles no Alto Madeira. Ensinava sobre chás, ervas e, mais raramente, coisas que, segundo ele, tiravam o azar das pessoas. Era ferreiro, carpinteiro, fazia uma cestaria maravilhosa, tudo de graça. Minha mãe era excelente costureira. Fazia roupa de festa para batismo, casamento e até mortalha.
Todos esses serviços tinham como valor uma única moeda, sem a qual seria impossível suportar vidas tão marcadamente Severinas. Foi dessa unidade que tirei os fios que tecem até hoje minhas escolhas. Daí vêm os princípios e valores que me fazem sentir e viver o que faço, como um serviço."
Estadão.edu
"Até os 21 anos tinha acontecido tanta coisa na minha vida que me dava a sensação de já ter 40. Ia fazer o vestibular, mas a hepatite não deixou. Tinha chegado a Rio Branco com 16 anos, em setembro de 1975 (Marina cresceu em uma palafita num seringal a 70 km da capital do Acre; perdeu a mãe aos 14 anos e duas irmãs aos 15, vítimas de sarampo e malária). Em 79 já tinha terminado o 2.º grau. Fiz Mobral, supletivo do primário, do 1.º e do 2.º grau. Trabalhei como doméstica e morei num colégio de freiras.
Leonardo Soares/AE-27/9/2011'Nunca um professor me deu colher de chá'Vejo minha trajetória até essa época como uma espécie de tessitura, aquela parte do cesto que vai definir tudo aquilo que o cesto vai ser depois. Ali consegui integrar as marcas da minha memória, baseada no saber narrativo que veio comigo do seringal, às coisas que aprendi no contato com a cidade. Aos 19 anos, tinha descoberto a Teologia da Libertação, o Chico Mendes. Cheguei aos 21 envolvida com o movimento dos seringueiros, com teatro amador. Minha ‘carreira artística’ foi breve, me identifiquei muito mais como figurinista, mas foi lá que tive o primeiro contato com grupos de esquerda. A escolha por fazer História veio daí. Queria fazer Psicologia, que não tinha na época no Acre, porque uma coisa que sempre me encantou é lidar com a alma humana. História era lidar com muitas almas ao mesmo tempo, o coletivo delas adensado nos processos históricos.
Entre na faculdade em 1981, aos 21, casada e grávida. Tive minha primeira filha, Shalom, aos 22, durante uma greve na universidade. Continuava nas Comunidades Eclesiais de Base, no grupo de teatro. Também trabalhei com carentes na Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor.
Marxismo
Chegar à universidade era uma conquista (passei em 18.º lugar) e ao mesmo tempo intimidava. Era um momento ainda da ditadura e foi marcante o contato com o marxismo-leninismo. O Brasil ainda vivia a supernova do marxismo-leninismo. Ele já estava ruindo nos países do socialismo real, mas o brilho da supernova era muito forte na América Latina.
Estava envolvida também com o Partido Revolucionário Comunista, clandestino. Tinha lá o Tarso Genro, o Genoíno e o Marcos Rolim. Tive um envolvimento imediato com o movimento estudantil da época, dentro de uma de suas muitas tendências, a Caminhando.
No primeiro ano, trabalhava com menores à tarde. De manhã ia para a aula e à noite costurava, para ajudar na renda. No segundo ano, já dava aula no colégio das freiras e em mais duas escolas. Aí veio todo o movimento de fundação da CUT, os empates (em que os seringueiros protegiam árvores com os corpos, para impedir sua derrubada) em Xapuri com o Chico Mendes. Me formei em quatro anos. Queria fazer mestrado em Teoria da História, mas teria de ir para São Paulo ou Rio. Prestei para Economia. Fiz um ano, em 85, e parei. Estava muito envolvida com movimentos sociais, o trabalho de professora, os dois filhos e com a entrada no PT, que ocorreu naquele ano.
Quando cheguei a Brasília, em 95, fiz um semestre de Psicologia, mas não tinha como, já era senadora. Uma coisa é a pós, com aulas dois dias por semana. Graduação não dá. Tinha sido eleita pelo povo do Acre, não podia faltar às sessões. Imagine: ‘Ah, a senadora está na escola e perdeu uma votação importante.’ Isso não serviria de justificativa.
Ritmo maluco
Mas fiz pós em Teoria Psicanalítica na UnB, terminei em 2007, num ritmo maluco, estudando em aviões ou de madrugada. Como gosto de trabalhar com educação de jovens e adultos, fiz especialização em Psicopedagogia na Católica de Brasília. Antes de terminar, entrei noutro curso, dado na Argentina por uma psicopedagoga muito respeitada, a Alicia Fernandez. Não consegui terminar em 2010, por causa da campanha eleitoral. Terminei em outubro o último módulo, em Buenos Aires, estou na fase de escrever o trabalho.
Nunca nenhum professor me deu colher de chá. Até porque, para mim, quanto mais amigo do rei, mais alta é a forca. Uma vez fui para a Noruega, para uma reunião sobre clima. Tinha de apresentar um trabalho na volta. Cheguei às 9 da manhã no aeroporto, uma colega deu carona até a UnB. Tinha virado a noite no avião finalizando o trabalho. Apresentei com minhas colegas, sob o rigoroso olhar do competente professor Luiz Celes, e foi muito bom.
Nunca parei de estudar. Já estou em outro curso, Autorias Vocacionais, com o grupo da Argentina. Geralmente trabalhamos com jovens o conceito de orientação vocacional. E esse grupo desenvolveu a ideia de autoria. Você não orienta a vocação. Faz um processo, no qual o jovem vai descobrindo a vocação. Perderei um módulo porque vou, em abril, para um intercâmbio no MIT, dar palestras, conhecer experiências, principalmente em sustentabilidade. Meu sonho é ser psicanalista, mas aí entra um conflito ético. Só vou trabalhar com isso se um dia sair da política.
Unidade de serviço
Acho que, quando se é jovem, é preciso dar atenção aos fios que aos poucos vão ajudando a tecer a base sobre a qual fazemos as escolhas presentes e futuras. Eles estão presentes o tempo todo, na maioria das vezes, onde menos esperamos. Meus fios foram a vida com minha avó, meu pai, meu tio xamã, minha mãe e irmãs. Nasci em meio a uma verdadeira unidade de serviço. Minha avó era parteira, andava horas no mato para fazer parto. Via meu pai ficar a semana cortando seringa, andando 14 km por dia, mas pegar o sábado e domingo para aplicar injeção em quem precisava. Fazia contas no seu caderninho e ensinava às pessoas como não ser enganadas no peso da borracha.
Meu tio era mateiro, sabia fazer trilhas, achar pessoas perdidas. Era um xamã diferente, não exercitava a cura. Morou com os índios, vivia uma opção espiritual xamânica que aprendeu com eles no Alto Madeira. Ensinava sobre chás, ervas e, mais raramente, coisas que, segundo ele, tiravam o azar das pessoas. Era ferreiro, carpinteiro, fazia uma cestaria maravilhosa, tudo de graça. Minha mãe era excelente costureira. Fazia roupa de festa para batismo, casamento e até mortalha.
Todos esses serviços tinham como valor uma única moeda, sem a qual seria impossível suportar vidas tão marcadamente Severinas. Foi dessa unidade que tirei os fios que tecem até hoje minhas escolhas. Daí vêm os princípios e valores que me fazem sentir e viver o que faço, como um serviço."
Mudando de escola no meio do ano
A princípio não sou a favor e nem contra a mudança de escola no meio do ano, pois entendo que existem algumas situações em que permanecer em determinado colégio pode ser prejudicial para o crescimento. O que discordo é com a facilidade, a superficialidade, a freqüência, a falta de coerência com que isso vem ocorrendo por motivos irrelevantes.
As razões que levam os pais a apoiarem esse desejo imaturo de seus filhos de fugirem desde cedo dos desafios e de buscarem por si a solução das suas dificuldades de relacionamento ou (em muitos casos) de maior exigência pedagógica, me assustam. Afinal, quem escolheu a escola para matricular o filho, devia saber mais do perfil e das exigências peculiares tanto do filho quanto do colégio. Acatar a mudança para resolver dificuldades de relacionamento com colegas e professores, problemas de conduta ou desmotivação frente a exigências cabíveis e normais dos professores, é uma atitude que não só fragiliza a criança e o jovem, como demonstra que seus pais também estão inseguros em uma questão onde já não deveria haver dúvida.
De toda forma, mudar de escola no meio ano, quase sempre causa angústia na criança, na sua família e até na nova escola que a recebe. Razões não faltam para isso, pois até mesmo se esquecermos de levar em conta os motivos que provocaram tal atitude dos pais, o que se tem pela frente é de fato complicado: famílias procurando se amoldar às novas exigências de horário, de uniforme, etc. ,crianças tentando se adaptar e socializar em classes com antigos e novos coleguinhas que também vieram de situações escolares estressantes e com professores desconhecidos, os quais também estarão vivenciando com certa ansiedade uma classe com alunos que poderão vir a mudar o perfil já conhecido do grupo, entre outras coisas.
Se levarmos então em conta os problemas pedagógicos e comportamentais ocorridos no primeiro semestre pela criança que se matriculou em um novo colégio, a situação se complica ainda mais.
Alguns itens não podem deixar de serem levados em conta pelas famílias: mesmo trocando de escola é bem possível que não alterem totalmente os problemas dos filhos: todos devem estar preparados para essa eventualidade e desde o primeiro dia letivo devem buscar soluções e não ficar apenas confiando que a mudança de colégio, de método e de colegas e professores, vá trazer de volta aquele aluno nota dez dos primeiros anos de escolaridade ou de repente tornar uma criança desmotivada em interessada e envolvida nos estudos ou até mesmo tornar um aluno com dificuldades de aprendizado, no primeiro da classe.
Mudar de escola só é válido na última hipótese, quando as questões ligadas ao desenvolvimento mental, emocional e à capacidade de aprender da criança, se mostram inadequadamente atendidas por aquele método de ensino ou quando aparecerem questões mais sérias ligadas à autoestima, ao Bullying e mesmo assim, só quando forem incontornáveis.
Mudar no final de uma série cursada tem outra significação para o aluno e por isso deve ser sempre uma hipótese a ser levada em conta, pois é mais coerente, dá tempo da criança tentar resolver seus primeiros problemas, ensina a lidar com os obstáculos e fortalece a autoestima infantil. E acima de tudo, mostra que os pais estão empenhados em ajudá-la e que confiam na sua capacidade. Isso é que prepara de fato para a vida.
Maria Irene Maluf
irenemaluf@uol.com.br
Pedagoga, especialista em Educação Especial e Psicopedagogia.
As razões que levam os pais a apoiarem esse desejo imaturo de seus filhos de fugirem desde cedo dos desafios e de buscarem por si a solução das suas dificuldades de relacionamento ou (em muitos casos) de maior exigência pedagógica, me assustam. Afinal, quem escolheu a escola para matricular o filho, devia saber mais do perfil e das exigências peculiares tanto do filho quanto do colégio. Acatar a mudança para resolver dificuldades de relacionamento com colegas e professores, problemas de conduta ou desmotivação frente a exigências cabíveis e normais dos professores, é uma atitude que não só fragiliza a criança e o jovem, como demonstra que seus pais também estão inseguros em uma questão onde já não deveria haver dúvida.
De toda forma, mudar de escola no meio ano, quase sempre causa angústia na criança, na sua família e até na nova escola que a recebe. Razões não faltam para isso, pois até mesmo se esquecermos de levar em conta os motivos que provocaram tal atitude dos pais, o que se tem pela frente é de fato complicado: famílias procurando se amoldar às novas exigências de horário, de uniforme, etc. ,crianças tentando se adaptar e socializar em classes com antigos e novos coleguinhas que também vieram de situações escolares estressantes e com professores desconhecidos, os quais também estarão vivenciando com certa ansiedade uma classe com alunos que poderão vir a mudar o perfil já conhecido do grupo, entre outras coisas.
Se levarmos então em conta os problemas pedagógicos e comportamentais ocorridos no primeiro semestre pela criança que se matriculou em um novo colégio, a situação se complica ainda mais.
Alguns itens não podem deixar de serem levados em conta pelas famílias: mesmo trocando de escola é bem possível que não alterem totalmente os problemas dos filhos: todos devem estar preparados para essa eventualidade e desde o primeiro dia letivo devem buscar soluções e não ficar apenas confiando que a mudança de colégio, de método e de colegas e professores, vá trazer de volta aquele aluno nota dez dos primeiros anos de escolaridade ou de repente tornar uma criança desmotivada em interessada e envolvida nos estudos ou até mesmo tornar um aluno com dificuldades de aprendizado, no primeiro da classe.
Mudar de escola só é válido na última hipótese, quando as questões ligadas ao desenvolvimento mental, emocional e à capacidade de aprender da criança, se mostram inadequadamente atendidas por aquele método de ensino ou quando aparecerem questões mais sérias ligadas à autoestima, ao Bullying e mesmo assim, só quando forem incontornáveis.
Mudar no final de uma série cursada tem outra significação para o aluno e por isso deve ser sempre uma hipótese a ser levada em conta, pois é mais coerente, dá tempo da criança tentar resolver seus primeiros problemas, ensina a lidar com os obstáculos e fortalece a autoestima infantil. E acima de tudo, mostra que os pais estão empenhados em ajudá-la e que confiam na sua capacidade. Isso é que prepara de fato para a vida.
Maria Irene Maluf
irenemaluf@uol.com.br
Pedagoga, especialista em Educação Especial e Psicopedagogia.
Como ensinar a escuta dos sentidos?
O papel da escola está mudando. O parâmetro que existia em relação aos valores pedagógicos precisa ser revisto e pensado pelos educadores sob o crivo da humanização. Ao observar as crianças e jovens, percebo que o importante, hoje, é ensinar a escuta. Mas a escuta em um sentido mais amplo do ouvir da audição. Fazê-los prestar atenção, perceber o que revelam todos os sentidos dos quais dispomos.
É preciso ensinar a ver, sentir, experimentar, se colocar no lugar do outro, sentir pelo outro, perceber a aldeia global como parte integrante da nossa vida, como parte da biodiversidade que somos e que nos mantém equilibrados. É preciso formar cidadãos que entendam seu papel e as consequências de suas ações nessa grande teia que vivemos.
Neste processo de rever nossos sentidos, é fundamental refletir sobre o que ensinamos às nossas crianças nas escolas, na igreja, na sociedade e, principalmente, dentro das famílias, que são a mola mestre do mundo. O que transmitimos como modelo e referência sobre meio ambiente, trânsito, conduta, dinheiro e a influência disso em sua trajetória e seu comportamento.
Precisamos como escola, família e sociedade rever nossos conceitos, e ensinar as próximas gerações a escutar. O mundo precisa desta habilidade para continuar a ser um organismo vivo, com alma e sensibilidade.
A sensibilidade é elemento fundamental para nos permitirmos sonhar e outro ponto que todos nós educadores precisamos ficar atentos é exatamente esse: quais sonhos que deixamos nossas crianças sonhar e quais sentimentos elas trazem dentro delas como desejos verdadeiros e intensos?
Em um mundo que nos entrega tudo de bandeja, em um processo de informatização e tecnologia fornecido às crianças em tenra idade, onde o clicar de uma tecla muda a configuração de tudo, é cada vez mais difícil perceber o impacto das nossas ações sobre o outro. É ainda mais difícil permitirmos sonhar, pensarmos além e entender o sonho como elemento de transformação do que existe ao nosso redor.
É importante, neste início de ano, que cada pessoa mude um pouco para que possamos contar com uma próxima geração mais saudável de coração, sentimento e atitudes para consigo, com o outro e com o mundo. Não poupando nunca a família, pois é ela que determina, sim, a felicidade de seus filhos. Portanto, é fundamental uma aliança entre escola e família na busca de um objetivo comum: mostrar às nossas crianças a importância dos sonhos e dos sentimentos.
Esther Cristina Pereira
cris@escolaatuacao.com.br
Psicopedagoga e diretora da Escola Atuação.
É preciso ensinar a ver, sentir, experimentar, se colocar no lugar do outro, sentir pelo outro, perceber a aldeia global como parte integrante da nossa vida, como parte da biodiversidade que somos e que nos mantém equilibrados. É preciso formar cidadãos que entendam seu papel e as consequências de suas ações nessa grande teia que vivemos.
Neste processo de rever nossos sentidos, é fundamental refletir sobre o que ensinamos às nossas crianças nas escolas, na igreja, na sociedade e, principalmente, dentro das famílias, que são a mola mestre do mundo. O que transmitimos como modelo e referência sobre meio ambiente, trânsito, conduta, dinheiro e a influência disso em sua trajetória e seu comportamento.
Precisamos como escola, família e sociedade rever nossos conceitos, e ensinar as próximas gerações a escutar. O mundo precisa desta habilidade para continuar a ser um organismo vivo, com alma e sensibilidade.
A sensibilidade é elemento fundamental para nos permitirmos sonhar e outro ponto que todos nós educadores precisamos ficar atentos é exatamente esse: quais sonhos que deixamos nossas crianças sonhar e quais sentimentos elas trazem dentro delas como desejos verdadeiros e intensos?
Em um mundo que nos entrega tudo de bandeja, em um processo de informatização e tecnologia fornecido às crianças em tenra idade, onde o clicar de uma tecla muda a configuração de tudo, é cada vez mais difícil perceber o impacto das nossas ações sobre o outro. É ainda mais difícil permitirmos sonhar, pensarmos além e entender o sonho como elemento de transformação do que existe ao nosso redor.
É importante, neste início de ano, que cada pessoa mude um pouco para que possamos contar com uma próxima geração mais saudável de coração, sentimento e atitudes para consigo, com o outro e com o mundo. Não poupando nunca a família, pois é ela que determina, sim, a felicidade de seus filhos. Portanto, é fundamental uma aliança entre escola e família na busca de um objetivo comum: mostrar às nossas crianças a importância dos sonhos e dos sentimentos.
Esther Cristina Pereira
cris@escolaatuacao.com.br
Psicopedagoga e diretora da Escola Atuação.
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