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Dia do Trabalhador foi instituído no Brasil no dia 1º de maio do ano 1925 pelo então presidente Artur Bernardes. Certamente Bernardes tomou esta iniciativa baseado na história de luta dos trabalhadores que, em seu tempo, já se mobilizavam por condições de trabalho decente, jornada de trabalho justa e melhores salários.
Entretanto, o início da história do Dia do Trabalhador ocorreu em 1ª de maio de 1886, quando uma grande manifestação de trabalhadores foi realizada na cidade americana de Chicago. Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias).
Naquela época uma grande greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve várias manifestações, que levaram confrontos entre trabalhadores e a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos trabalhadores. As manifestações e os protestos realizados ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.A luta dos trabalhadores americanos começou a servir de referência para trabalhadores de outros países. O Exemplo disto, foi a cidade de Paris, onde em 20 de junho de 1889, uma central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o dia 1º de maio, como dia das manifestações, data máxima dos trabalhadores organizados, para assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário.
Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional. Após a França estabelecer o Dia do Trabalhador, a Rússia adotou a data comemorativa em 1920.
As ideias e princípios das leis trabalhistas defendidos pelos americanos e europeus também tiveram influência no Brasil. Em 1917 houve a primeira greve geral em nosso país, o que fortaleceu a classe operaria da época, o que a partir de então, travou muitas lutas contra a exploração, exigindo condições dignas de trabalho e uma vida melhor para os trabalhadores brasileiros.
Na era Vargas (193-1945) o Dia do Trabalhador era considerado por movimentos anarquistas e comunistas como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. No entanto, uma grande conquista dos trabalhadores é atribuída ao governo de Getúlio Vargas, a criação da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, em 01 de maio de 1943.
No período do governo dos militares, a propaganda oficial tentou transformar a data de 1º de maio especialmente destinado para celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. O governo ditatorial realizava desfiles, festas populares e celebrações similares com o objetivo de desqualificar eventuais protestos contra o regime.
Já nas décadas de 80 e 90 era comum a data ser marcada por piquetes, passeatas e protestos promovidos por entidades sindicais de trabalhadores. Registro também que por muitos anos o governo usou esta data para anunciar o aumento do salário mínimo.
Atualmente, a característica de festas populares foi assimilada pelo movimento sindical: tradicionalmente a Força Sindical e CUT (organizações que congregam sindicatos de diversas áreas) realizam grandes shows em São Paulo com nomes da música popular e sorteios de prêmios para comemorar o dia do trabalhador.
Indubitavelmente, se a classe trabalhadora goza atualmente de condições mais dignas de trabalho deve-se a luta outrora dos trabalhadores do passado. Entretanto, no Brasil convivemos ainda com a triste realidade da existência do desemprego, do trabalho escravo e infantil, da exploração salarial e de outras mazelas trabalhistas.
Portanto, é bom festejar o dia 1º de maio, mas não podemos perder de vista que esta data deve ser também para refletir, não perdendo de vista o exemplo dos trabalhadores de outrora. A luta deve continuar para que de fato possamos conquistar uma vida digna e melhor para os trabalhares e trabalhadoras do nosso Brasil.
DILEMÁRIO ALENCAR é vereador em Cuiabá e foi presidente do Sindicato dos Bancários em Mato Grosso
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sexta-feira, 2 de maio de 2014
O Dia do Trabalhador
Ação em prol do meio ambiente ensina alunos e população em Cuiabá
Da Redação - Isabela Mercuri
Alunos e educadores da instituição vão para as principais ruas e avenidas da cidade para distribuírem sementes de árvores e folhetos educativos. A ação será preparada e realizada semanalmente até o dia 30 de junho.
Segundo o fundador do CEBRAC, “As campanhas do CEBRAC tem foco na educação ambiental de modo geral, pois além de conscientizar o cidadão elas ensinam a formar alunos que respeitam a natureza e o ser humano”.
De acordo com a assessoria, além do apelo à consciência dos motoristas, o Eco Pedágio conta também com a participação dos pedestres que circulam nos pontos onde a ação é realizada.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
MP visita escolas públicas para avaliar educação
Agência Brasil -
No Dia Internacional da Educação (28), integrantes dos ministérios públicos dos estados e do Distrito Federal fizeram visitas a escolas públicas para traçar um diagnóstico sobre as condições das instituições. A intenção é identificar pontos críticos, sugerir soluções para os problemas encontrados e atuar junto aos gestores públicos para que as melhorias sejam implementadas.
Durante as visitas, foram avaliados itens estruturais, de acessibilidade e inclusão, alimentação escolar e execução de programas federais. A ação é uma das etapas do Projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), lançado no início deste mês.
A primeira etapa do MPEduc é o diagnóstico da educação pública, que será feito por meio das visitas às escolas, da aplicação de questionários e de audiências com a participação da comunidade. Em uma etapa posterior, os membros do Ministério Público apresentarão recomendações para solução dos problemas identificados.
Além do Distrito Federal, estados como Acre, Alagoas, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro também tiveram visitas do Ministério Público às escolas públicas nesta segunda-feira.
Dilma busca uma marca na educação
Presidente intensifica neste ano entrega de diplomas do Pronatec, programa de acesso ao ensino técnico, que deve ser vitrine na campanha
Rafael Moraes Moura - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) converteu-se em um dos principais instrumentos eleitorais da
presidente Dilma Rousseff para o eleitorado jovem. Neste ano, o governo pretende
investir R$ 5,5 bilhões na oferta de cursos técnicos e profissionalizantes por
todo o País, um salto de 40% em relação ao que foi gasto no ano passado (R$ 3,9
bilhões).
Com o Pronatec, Dilma tenta consolidar uma marca de sua gestão na área de
educação, assim como o ProUni foi utilizado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva para público alvo semelhante. O programa criado pelo governo Lula,
porém, consiste na distribuição de bolsas em instituições privadas de ensino
superior. Mais de 1,2 milhão de estudantes já foram beneficiados desde 2005.
Já o Pronatec tem como foco qualificar mão de obra para o mercado de trabalho. O objetivo é aumentar o número de vagas de educação profissional oferecidas em institutos federais, escolas técnicas vinculadas a universidades federais, redes estaduais e o Sistema S (Senai, Senac, Senar e Senat).
Desde a sua criação, em 2011, até março deste ano, foram realizadas mais de 6,2 milhões de matrículas, espalhadas por 3,8 mil municípios. A meta do governo é alcançar 8 milhões de matrículas e um total de 4,2 mil municípios até o final deste ano.
Ciente do seu potencial, Dilma - que já chamou o programa de a "maior reforma da educação profissional já feita no Brasil" - tem utilizado o programa como objeto constante nas suas agendas de viagens pelo País.
"O Pronatec é a afirmação do compromisso do meu governo com a capacitação técnica e com o ensino técnico de nível médio. Nós precisamos disso de forma inquestionável, é algo fundamental", afirmou Dilma em Porto Alegre na última sexta-feira, ao participar pela 12ª vez de uma cerimônia de formatura dos beneficiários do programa. Ela deverá comparecer a mais uma entrega de diplomas na próxima terça-feira, em São Gonçalo (RJ).
Faixa etária. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), 65% das matrículas são de pessoas na faixa etária de 14 a 29 anos, predominando a faixa de 19 a 24 anos. A pasta não informou à reportagem dados mais detalhados da distribuição de idade dos matriculados no programa. De acordo com site do Tribunal Superior Eleitoral, 15% do eleitorado brasileiro têm entre 18 e 25 anos, o que corresponde a 10 milhões de eleitores.
O programa foi apresentado à presidente pelo então ministro da Educação, Fernando Haddad, em janeiro de 2011, nos primeiros dias do mandato de Dilma. A pedido dela, a sigla ganhou o complemento "emprego" depois de "ensino técnico", como forma de vincular a educação profissional à empregabilidade. "O programa, até para surpresa de muitos, vai cumprir a meta que a presidente definiu, o que é espantoso para qualquer país", afirmou Haddad ao Estado.
Em outubro daquele ano, Dilma sancionou a lei que instituía o Pronatec em uma cerimônia no Palácio do Planalto ofuscada por denúncias de irregularidades envolvendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
"Com o Pronatec, Dilma tenta vender uma marca, seguindo uma estratégia de marketing, como uma partida de pôquer em que o jogador sabe o que tem em mão para jogar", avaliou o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o MEC, aproximadamente 40% das matrículas do Pronatec são de pessoas de baixa renda registradas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal.
As regiões Sudeste (2,15 milhões) e Nordeste (1,74 milhão) concentram o maior número de matrículas, seguidas pelo Sul (919,6 mil), Centro-Oeste (721,5 mil) e Norte (667,8 mil).
"O governo federal fica na parte da gerência, do encaminhamento do programa e orçamento, mas quem faz acontecer o Pronatec são os Estados e municípios", disse a subsecretária de desenvolvimento da educação básica do governo de Minas Gerais, Raquel Santos.
O MEC informa que Minas Gerais é o segundo Estado com o maior número de oferta de matrículas, atrás apenas de São Paulo. O governo mineiro, do PSDB, afirma que 79.658 pessoas já se formaram pelo Pronatec no Estado.
"A qualificação profissional sempre foi uma coisa complexa, porque ocorria de forma muita fragmentada, todos faziam, mas ninguém conversava com ninguém, cada um fazia do seu jeito. A grande diferença do Pronatec foi que ele conseguiu, em torno do Ministério da Educação, organizar uma política pública com a participação de todas as redes ofertantes, Estados e prefeituras", afirmou o secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Aléssio Trindade de Barros.
Para o coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o Pronatec é um mero paliativo para atender às demandas da indústria. Para ele, a "política do governo Dilma é pautada na expansão da parceria público-privada e uma oferta grande de matrículas sem qualidade", criticou.
Fiscalização. O Tribunal de Contas da União (TCU) apura se há regularidade nos pagamentos de bolsa a servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com recursos do Pronatec. O tribunal quer verificar se os servidores estão realizando atividades extras ligadas ao programa e se não há prejuízo à sua carga horária e atribuições regulares. Ainda não há deliberação do TCU sobre o caso. A Controladoria-Geral da União (CGU) informa apenas ter trabalhos sobre o Pronatec no âmbito do MEC.
Já o Pronatec tem como foco qualificar mão de obra para o mercado de trabalho. O objetivo é aumentar o número de vagas de educação profissional oferecidas em institutos federais, escolas técnicas vinculadas a universidades federais, redes estaduais e o Sistema S (Senai, Senac, Senar e Senat).
Desde a sua criação, em 2011, até março deste ano, foram realizadas mais de 6,2 milhões de matrículas, espalhadas por 3,8 mil municípios. A meta do governo é alcançar 8 milhões de matrículas e um total de 4,2 mil municípios até o final deste ano.
Ciente do seu potencial, Dilma - que já chamou o programa de a "maior reforma da educação profissional já feita no Brasil" - tem utilizado o programa como objeto constante nas suas agendas de viagens pelo País.
"O Pronatec é a afirmação do compromisso do meu governo com a capacitação técnica e com o ensino técnico de nível médio. Nós precisamos disso de forma inquestionável, é algo fundamental", afirmou Dilma em Porto Alegre na última sexta-feira, ao participar pela 12ª vez de uma cerimônia de formatura dos beneficiários do programa. Ela deverá comparecer a mais uma entrega de diplomas na próxima terça-feira, em São Gonçalo (RJ).
Faixa etária. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), 65% das matrículas são de pessoas na faixa etária de 14 a 29 anos, predominando a faixa de 19 a 24 anos. A pasta não informou à reportagem dados mais detalhados da distribuição de idade dos matriculados no programa. De acordo com site do Tribunal Superior Eleitoral, 15% do eleitorado brasileiro têm entre 18 e 25 anos, o que corresponde a 10 milhões de eleitores.
O programa foi apresentado à presidente pelo então ministro da Educação, Fernando Haddad, em janeiro de 2011, nos primeiros dias do mandato de Dilma. A pedido dela, a sigla ganhou o complemento "emprego" depois de "ensino técnico", como forma de vincular a educação profissional à empregabilidade. "O programa, até para surpresa de muitos, vai cumprir a meta que a presidente definiu, o que é espantoso para qualquer país", afirmou Haddad ao Estado.
Em outubro daquele ano, Dilma sancionou a lei que instituía o Pronatec em uma cerimônia no Palácio do Planalto ofuscada por denúncias de irregularidades envolvendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
"Com o Pronatec, Dilma tenta vender uma marca, seguindo uma estratégia de marketing, como uma partida de pôquer em que o jogador sabe o que tem em mão para jogar", avaliou o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com o MEC, aproximadamente 40% das matrículas do Pronatec são de pessoas de baixa renda registradas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal.
As regiões Sudeste (2,15 milhões) e Nordeste (1,74 milhão) concentram o maior número de matrículas, seguidas pelo Sul (919,6 mil), Centro-Oeste (721,5 mil) e Norte (667,8 mil).
"O governo federal fica na parte da gerência, do encaminhamento do programa e orçamento, mas quem faz acontecer o Pronatec são os Estados e municípios", disse a subsecretária de desenvolvimento da educação básica do governo de Minas Gerais, Raquel Santos.
O MEC informa que Minas Gerais é o segundo Estado com o maior número de oferta de matrículas, atrás apenas de São Paulo. O governo mineiro, do PSDB, afirma que 79.658 pessoas já se formaram pelo Pronatec no Estado.
"A qualificação profissional sempre foi uma coisa complexa, porque ocorria de forma muita fragmentada, todos faziam, mas ninguém conversava com ninguém, cada um fazia do seu jeito. A grande diferença do Pronatec foi que ele conseguiu, em torno do Ministério da Educação, organizar uma política pública com a participação de todas as redes ofertantes, Estados e prefeituras", afirmou o secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Aléssio Trindade de Barros.
Para o coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o Pronatec é um mero paliativo para atender às demandas da indústria. Para ele, a "política do governo Dilma é pautada na expansão da parceria público-privada e uma oferta grande de matrículas sem qualidade", criticou.
Fiscalização. O Tribunal de Contas da União (TCU) apura se há regularidade nos pagamentos de bolsa a servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com recursos do Pronatec. O tribunal quer verificar se os servidores estão realizando atividades extras ligadas ao programa e se não há prejuízo à sua carga horária e atribuições regulares. Ainda não há deliberação do TCU sobre o caso. A Controladoria-Geral da União (CGU) informa apenas ter trabalhos sobre o Pronatec no âmbito do MEC.
MEC vai aplicar 430 mil testes de inglês nas universidades federais
Alunos, professores e funcionários terão as certificações Toefl pagas pelo governo; objetivo é fazer diagnóstico da proficiência
Paulo Saldaña - O Estado de S. Paulo
O Ministério da Educação (MEC) vai aplicar 430 mil testes de certificação em
inglês para alunos, professores e funcionários das universidades federais. O
plano é fazer um diagnóstico da proficiência na língua na rede para subsidiar
políticas de internacionalização, como o Ciência Sem Fronteiras (CsF). O MEC
quer aplicar a primeira etapa entre 13 de maio e 9 de junho, prazo visto como
"apressado" por docentes das instituições.
Os certificados para os alunos serão emitidos pela empresa Mastertest,
certificadora do Toefl (teste internacional aceito nas universidades
estrangeiras). O MEC não informou quanto vai pagar à empresa, mas disse que será
um custo "muito inferior ao teste convencional", de R$ 260.
Em uma primeira etapa, as universidades, que serão as responsáveis pela organização dos exames, deverão dar preferência aos alunos. O MEC informou que haverá ainda uma aplicação no segundo semestre.
O teste será de nivelamento, mas os participantes poderão ser priorizados nas matrículas de cursos presenciais de inglês. O MEC sugere às instituições que as certificações possam ser contabilizadas como atividade extracurricular ou de extensão como forma de incentivo à participação dos estudantes.
O diagnóstico também servirá de base para alocação de recursos a partir de 2015. Um comunicado do governo, com data da última sexta-feira, chegou nesta semana às instituições de ensino, que devem fazer o cadastro e definir esquema de aplicação até o dia 6 de maio. "Avisar assim em cima da hora é complicado, parece muito apressado para organizar tudo", disse uma docente de uma federal, que pediu anonimato.
O presidente da Associação Nacional dos Reitores das Instituições Federais (Andifes), Jesualdo Farias, reconhece que é uma "meta ousada" por causa do prazo. "Há certa inquietação d as pessoas diretamente envolvidas, mas a realização do diagnóstico é muito positiva e precisamos definir o orçamento do ano que vem até o meio do ano", disse Farias. Ao falar sobre o cronograma, o comunicado ainda ressalta que a "avaliação diagnóstica" influenciará a definição de transferência de recursos para o ano que vem.
Retorno. A convocação para a certificação ocorre ao mesmo tempo que um grupo de 110 bolsistas do Ciência sem Fronteiras começa a voltar do Canadá e da Austrália sem ter feito nenhuma atividade na universidade estrangeira. O retorno dos bolsistas, que ficaram seis meses nos países, foi revelada no início do mês pelo Estado.
Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), eles não alcançaram o nível de fluência no inglês e não puderam iniciar as atividades nas faculdades. Os bolsistas afirmam que os cronogramas e o contrato não foram respeitados. Eles haviam sido aprovados para universidades de Portugal, mas foram transferidos após alterações no edital feitas pelo MEC.
Parte dos estudantes já embarcou ontem. O MEC e Capes não informaram quanto foi gasto com esses bolsistas nem quantos outros estudantes estão nessas condições.
A certificação nas universidades é considerada uma segunda etapa do programa Inglês Sem Fronteiras, criado no fim de 2012 para melhorar o nível de inglês dos bolsistas do CsF. O programa ofereceu dois milhões de senhas de acesso a estudantes de graduação e pós para a plataforma My English Online (MEO), de ensino da língua.
Em uma primeira etapa, as universidades, que serão as responsáveis pela organização dos exames, deverão dar preferência aos alunos. O MEC informou que haverá ainda uma aplicação no segundo semestre.
O teste será de nivelamento, mas os participantes poderão ser priorizados nas matrículas de cursos presenciais de inglês. O MEC sugere às instituições que as certificações possam ser contabilizadas como atividade extracurricular ou de extensão como forma de incentivo à participação dos estudantes.
O diagnóstico também servirá de base para alocação de recursos a partir de 2015. Um comunicado do governo, com data da última sexta-feira, chegou nesta semana às instituições de ensino, que devem fazer o cadastro e definir esquema de aplicação até o dia 6 de maio. "Avisar assim em cima da hora é complicado, parece muito apressado para organizar tudo", disse uma docente de uma federal, que pediu anonimato.
O presidente da Associação Nacional dos Reitores das Instituições Federais (Andifes), Jesualdo Farias, reconhece que é uma "meta ousada" por causa do prazo. "Há certa inquietação d as pessoas diretamente envolvidas, mas a realização do diagnóstico é muito positiva e precisamos definir o orçamento do ano que vem até o meio do ano", disse Farias. Ao falar sobre o cronograma, o comunicado ainda ressalta que a "avaliação diagnóstica" influenciará a definição de transferência de recursos para o ano que vem.
Retorno. A convocação para a certificação ocorre ao mesmo tempo que um grupo de 110 bolsistas do Ciência sem Fronteiras começa a voltar do Canadá e da Austrália sem ter feito nenhuma atividade na universidade estrangeira. O retorno dos bolsistas, que ficaram seis meses nos países, foi revelada no início do mês pelo Estado.
Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), eles não alcançaram o nível de fluência no inglês e não puderam iniciar as atividades nas faculdades. Os bolsistas afirmam que os cronogramas e o contrato não foram respeitados. Eles haviam sido aprovados para universidades de Portugal, mas foram transferidos após alterações no edital feitas pelo MEC.
Parte dos estudantes já embarcou ontem. O MEC e Capes não informaram quanto foi gasto com esses bolsistas nem quantos outros estudantes estão nessas condições.
A certificação nas universidades é considerada uma segunda etapa do programa Inglês Sem Fronteiras, criado no fim de 2012 para melhorar o nível de inglês dos bolsistas do CsF. O programa ofereceu dois milhões de senhas de acesso a estudantes de graduação e pós para a plataforma My English Online (MEO), de ensino da língua.
MT - Adesão ao Programa Saúde na Escola está aberta até dia 15
Segue aberto até o dia 15 de maio o prazo para as Secretarias Municipais de
Saúde e Educação fazerem a adesão ao Programa Saúde na Escola (PSE). Todas as
escolas públicas (estaduais, municipais, federal) podem participar. O alvo são
estudantes da Educação Infantil, Educação Básica, Ensino Médio, CEJA(EJA) e
Brasil Alfabetizado, gestores e profissionais de educação e saúde e de forma
mais ampliada: a comunidade escolar.
O Programa Saúde na Escola que foi instituído em 2007 é uma articulação entre educação e saúde e visa a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. O objetivo é contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde.
No ano passado, quase 100% dos municípios de Mato Grosso aderiram ao programa. Dos 141 existentes, 139 participaram. Com isso, aproximadamente 300 mil alunos das escolas estaduais, de 850 da rede pública (estado e município) foram atendidos de julho de 2013 até abril de 2014.
Segundo a técnica da Secretaria de Estado Educação (Seduc) responsável pelo PSE em Mato Grosso, Wilma Figueiredo Fortes, os municípios pactuados recebem verbas para realizar as ações junto as escolas. Por exemplo, um município que pactuar 10 mil alunos receberá R$ 50 mil, o correspondente a R$ 5 por aluno ao ano. “Vale lembrar que as escolas estão no município e precisam de atendimento independente de ser da rede estadual, municipal ou federal” afirma.
Lembrando que as Secretarias de Saúde e Educação podem realizar a adesão pelo Portal do Gestor da Atenção Básica, disponível no site dab.saude.gov.br/sistemas/sgdab<http://dab.saude.gov.br/sistemas/sgdab>.
Para mais informações sobre o PSE e quem pode participar entrar em contato pelo telefone (65) 3613-6306, falar com Wilma ou Mariza.
ALINE MARQUESAssessoria/Seduc-MT
O Programa Saúde na Escola que foi instituído em 2007 é uma articulação entre educação e saúde e visa a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. O objetivo é contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde.
No ano passado, quase 100% dos municípios de Mato Grosso aderiram ao programa. Dos 141 existentes, 139 participaram. Com isso, aproximadamente 300 mil alunos das escolas estaduais, de 850 da rede pública (estado e município) foram atendidos de julho de 2013 até abril de 2014.
Segundo a técnica da Secretaria de Estado Educação (Seduc) responsável pelo PSE em Mato Grosso, Wilma Figueiredo Fortes, os municípios pactuados recebem verbas para realizar as ações junto as escolas. Por exemplo, um município que pactuar 10 mil alunos receberá R$ 50 mil, o correspondente a R$ 5 por aluno ao ano. “Vale lembrar que as escolas estão no município e precisam de atendimento independente de ser da rede estadual, municipal ou federal” afirma.
Lembrando que as Secretarias de Saúde e Educação podem realizar a adesão pelo Portal do Gestor da Atenção Básica, disponível no site dab.saude.gov.br/sistemas/sgdab<http://dab.saude.gov.br/sistemas/sgdab>.
Para mais informações sobre o PSE e quem pode participar entrar em contato pelo telefone (65) 3613-6306, falar com Wilma ou Mariza.
ALINE MARQUESAssessoria/Seduc-MT
MT - Estudantes têm direito a meia-entrada
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que conforme a Lei Federal
Nº 12.933, de 26 dezembro de 2013, todos os estudantes têm direito a
meia-entrada em eventos. O benefício está garantido para cinema, cineclubes,
teatros, espetáculos musicais e circenses e eventos educativos, esportivos, de
lazer e de entretenimento, em todo o território nacional. No entanto, o
estudante que quiser usufruir deste benefício deve fazer a carteira e renová-la
a cada ano.
O próprio aluno deve solicitar o documento de identificação estudantil e tirar dúvidas através do site www.documentodoestudante.com.br. Antes, algumas entidades se dirigiam até as escolas oferecendo o serviço, essa prática está vedada e a emissão é somente pelo site.
No ato de inscrição, o estudante deve preencher dados pessoais e da instituição de ensino. Estudantes do ensino infantil, fundamental, médio, técnico, superior e na pós-graduação podem solicitar a única exigência é que a idade mínima para ter a carteirinha é de seis anos. O documento possui um custo fixo de R$ 20 para confecção e R$ 6,50 do frete. Contudo, pode ser utilizado em todo o território nacional. O documento será encaminhado para o endereço cadastrado.
Vale ressaltar que a lei reforça que a Carteira de Identificação Estudantil (CIE),agora pode ser emitida apenas pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelas entidades estaduais e municipais filiadas àquelas, pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) e pelos Centros e Diretórios Acadêmicos.
Para conhecer a lei clique aqui http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12933.htm
ALINE MARQUESAssessoria/Seduc-MT
O próprio aluno deve solicitar o documento de identificação estudantil e tirar dúvidas através do site www.documentodoestudante.com.br. Antes, algumas entidades se dirigiam até as escolas oferecendo o serviço, essa prática está vedada e a emissão é somente pelo site.
No ato de inscrição, o estudante deve preencher dados pessoais e da instituição de ensino. Estudantes do ensino infantil, fundamental, médio, técnico, superior e na pós-graduação podem solicitar a única exigência é que a idade mínima para ter a carteirinha é de seis anos. O documento possui um custo fixo de R$ 20 para confecção e R$ 6,50 do frete. Contudo, pode ser utilizado em todo o território nacional. O documento será encaminhado para o endereço cadastrado.
Vale ressaltar que a lei reforça que a Carteira de Identificação Estudantil (CIE),agora pode ser emitida apenas pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelas entidades estaduais e municipais filiadas àquelas, pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) e pelos Centros e Diretórios Acadêmicos.
Para conhecer a lei clique aqui http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12933.htm
ALINE MARQUESAssessoria/Seduc-MT
MT - Agendamento do para Supletivo On Line começa em 31 de maio
A partir do dia 31 de maio estará aberto o período de agendamento das provas
do Exame Supletivo Online que possibilita a certificação no Ensino Fundamental e
Médio pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT).
Interessados poderão realizar as provas a partir de 2 de junho de 2014,
gratuitamente, nos laboratórios de informática de 25 Centros de Educação de
Jovens e Adultos (Cejas), instalados em 22 municípios. Para agendar a prova é
necessário realizar o cadastramento por meio do site www.seduc.mt.gov.br.
O Edital 003/2014 da Seduc - que prevê os critérios, conteúdos programáticos, assim como disponibiliza horários e os locais para realização das provas, traz algumas mudanças nessa 4º edição. “As provas serão realizadas apenas por áreas do conhecimento, dado o alinhamento entre o Exame Online e os Parâmetros Curriculares Nacionais e Orientações Curriculares para a EJA em Mato Grosso”, explica o Gerente de Organização dos Exames Supletivos da Seduc-MT, Antônio Marcos Passos. O Edital foi publicado em edição que circula hoje (30) em Diário Oficial do Estado (DOE), com data retroativa a 29.
O professor ainda pontua que o prazo de agendamento entre provas terá de obedecer ao prazo de 60 dias. A nova sistematização está sendo empregada para evitar prejuízos ao próprio candidato que poderia se esquecer da data de realização do Exame.
Somente poderão se inscrever para provas do Ensino Fundamental o candidato cuja idade, na data da prova, for igual ou superior a 15 (quinze) anos, independente de comprovação da escolaridade anterior. E para o Ensino Médio, candidato cuja idade, na data da prova, for igual ou superior a 18 (dezoito) anos, independente de comprovação da escolaridade anterior.
Para as provas do Ensino Fundamental a oferta se dará considerando as áreas de conhecimento Linguagens, Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas. No Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas.
O Exame será ofertado até a data de 19 de dezembro de 2014, sendo reservada a última data a realização de reagendamentos solicitados por meio de recurso. Esse é o quarto ano que a certificação com intermediação tecnológica é ofertada em Mato Grosso.
Para mais informações acesse aqui o Edital 003/2014 publicada na edição que circula hoje (30).
Clique Aqui e confira o Edital
Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT
O Edital 003/2014 da Seduc - que prevê os critérios, conteúdos programáticos, assim como disponibiliza horários e os locais para realização das provas, traz algumas mudanças nessa 4º edição. “As provas serão realizadas apenas por áreas do conhecimento, dado o alinhamento entre o Exame Online e os Parâmetros Curriculares Nacionais e Orientações Curriculares para a EJA em Mato Grosso”, explica o Gerente de Organização dos Exames Supletivos da Seduc-MT, Antônio Marcos Passos. O Edital foi publicado em edição que circula hoje (30) em Diário Oficial do Estado (DOE), com data retroativa a 29.
O professor ainda pontua que o prazo de agendamento entre provas terá de obedecer ao prazo de 60 dias. A nova sistematização está sendo empregada para evitar prejuízos ao próprio candidato que poderia se esquecer da data de realização do Exame.
Somente poderão se inscrever para provas do Ensino Fundamental o candidato cuja idade, na data da prova, for igual ou superior a 15 (quinze) anos, independente de comprovação da escolaridade anterior. E para o Ensino Médio, candidato cuja idade, na data da prova, for igual ou superior a 18 (dezoito) anos, independente de comprovação da escolaridade anterior.
Para as provas do Ensino Fundamental a oferta se dará considerando as áreas de conhecimento Linguagens, Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas. No Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas.
O Exame será ofertado até a data de 19 de dezembro de 2014, sendo reservada a última data a realização de reagendamentos solicitados por meio de recurso. Esse é o quarto ano que a certificação com intermediação tecnológica é ofertada em Mato Grosso.
Para mais informações acesse aqui o Edital 003/2014 publicada na edição que circula hoje (30).
Clique Aqui e confira o Edital
Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT
Encontro promove educação financeira e previdenciária para população
- Publicado em quarta, 30 abril 2014 14:53
Já estão abertas as inscrições para a inauguração da Semana Nacional de Educação Financeira, que começa no dia 5 de maio próximo, no Rio de Janeiro. A informação é da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que integra o Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef). As inscrições podem ser feitas pela internet.
Essa é a primeira vez que o Conef promoverá a Semana Nacional de Educação Financeira no Brasil. Ela se estenderá até o dia 9 de maio, em diversas regiões do país. O objetivo é divulgar a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). Essa política pública foi lançada pelo governo federal em 2010 e visa a promover a educação financeira e previdenciária da população, além de contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência do sistema financeiro e a tomada de decisões consciente por parte dos cidadãos.
Dentro da agenda oficial do evento, a CVM promove, no dia 6 de maio, um novo Encontro com Investidores, destinado a investidores, estudantes, professores, representantes de entidades do mercado de capitais e demais interessados. Durante o encontro, especialistas abordarão temas como os direitos dos consumidores nos serviços financeiros, planejamento financeiro, investimento consciente, entre outros.
Além da CVM, integram o Conef o Ministério da Fazenda; Ministério da Educação; Ministério da Previdência Social; Ministério da Justiça; Banco Central do Brasil; Superintendência de Previdência Complementar; Superintendência de Seguros Privados; Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais; BM&FBovespa Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo; Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização; além da Federação Brasileira de Bancos.
AGENCIA BRASIL
terça-feira, 29 de abril de 2014
Ensino médio, a evasão e suas causas
Ademar Batista Pereira - ademar@escolaatuacao.com.br
Presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (FEPEsul) e diretor de Planejamento do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR).
Presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (FEPEsul) e diretor de Planejamento do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR).
Muito tem se discutido nos últimos anos sobre o Ensino Médio, mas no meu entender a raiz do problema ainda não foi discutida. A Educação é um processo, como uma linha de montagem. Em cada etapa o ser humano vai agregando uma "peça" ou "parte" e isso acontece em maior intensidade quando somos crianças e jovens, pois sempre estamos aprendendo. A Escola é uma instituição determinante nesse processo, especialmente na construção das condições para o aprendizado formal.
Neste sentido, o Ensino Médio deve ser tratado como uma etapa da construção do conhecimento, prescindida de outras que devem ser bem executadas. Portanto, antes de discutir o currículo, o que interessa aos alunos, as condições de trabalho e a infraestrutura, precisamos entender e verificar como estamos preparando a base desses jovens nas etapas anteriores ao Ensino Médio, pois seguramente o maior problema está na base, nas etapas iniciais do desenvolvimento escolar humano.
Vou me ater apenas à educação escolar, pois educar é muito mais que frequentar a escola. Segundo o portal Todos pela Educação, 60% dos alunos chegam a segunda etapa do Ensino Fundamental (sexto ano) sem o aprendizado adequado em português e 64% em matemática, portanto são os chamados analfabetos funcionais.
Desta imensa massa, mais da metade já abandona a escola antes do Ensino Médio, mas em geral são empurrados para as séries seguintes. Isto acontece porque a primeira etapa do Ensino Fundamental, com suas escolas municipais, não ensina o básico: ler, escrever e fazer contas. As muitas discussões que fazemos da primeira etapa do Ensino Fundamental limitam-se a mais recursos, melhor infraestrutura e maior salário aos professores. A verdadeira discussão deveria ser como fazer melhor com os recursos que temos, pois todo bom educador sabe que para ensinar uma criança a ler, escrever e fazer contas não são necessários muitos recursos.
Então, a verdadeira discussão do Ensino Médio deve obrigatoriamente passar por fazer bem as primeiras etapas. Outra sugestão seria observar como a escola particular consegue não ter evasão em todo o processo de Ensino Básico, e mesmo com todos os problemas e currículo, expectativa dos jovens e objetivo que se dá ao Ensino Médio, seus resultados são muito superiores em relação à média brasileira, com isso talvez a discussão fique mais real e focada. Não posso negar que o Ensino Médio atual foi transformado em um rito de passagem, o que não é diferente em outras partes do mundo, pois quando ensinamos todos a ler, escrever e fazer contas no momento certo, as pessoas podem buscar o conhecimento no mundo da informação.
Neste sentido, o Ensino Médio deve ser tratado como uma etapa da construção do conhecimento, prescindida de outras que devem ser bem executadas. Portanto, antes de discutir o currículo, o que interessa aos alunos, as condições de trabalho e a infraestrutura, precisamos entender e verificar como estamos preparando a base desses jovens nas etapas anteriores ao Ensino Médio, pois seguramente o maior problema está na base, nas etapas iniciais do desenvolvimento escolar humano.
Vou me ater apenas à educação escolar, pois educar é muito mais que frequentar a escola. Segundo o portal Todos pela Educação, 60% dos alunos chegam a segunda etapa do Ensino Fundamental (sexto ano) sem o aprendizado adequado em português e 64% em matemática, portanto são os chamados analfabetos funcionais.
Desta imensa massa, mais da metade já abandona a escola antes do Ensino Médio, mas em geral são empurrados para as séries seguintes. Isto acontece porque a primeira etapa do Ensino Fundamental, com suas escolas municipais, não ensina o básico: ler, escrever e fazer contas. As muitas discussões que fazemos da primeira etapa do Ensino Fundamental limitam-se a mais recursos, melhor infraestrutura e maior salário aos professores. A verdadeira discussão deveria ser como fazer melhor com os recursos que temos, pois todo bom educador sabe que para ensinar uma criança a ler, escrever e fazer contas não são necessários muitos recursos.
Então, a verdadeira discussão do Ensino Médio deve obrigatoriamente passar por fazer bem as primeiras etapas. Outra sugestão seria observar como a escola particular consegue não ter evasão em todo o processo de Ensino Básico, e mesmo com todos os problemas e currículo, expectativa dos jovens e objetivo que se dá ao Ensino Médio, seus resultados são muito superiores em relação à média brasileira, com isso talvez a discussão fique mais real e focada. Não posso negar que o Ensino Médio atual foi transformado em um rito de passagem, o que não é diferente em outras partes do mundo, pois quando ensinamos todos a ler, escrever e fazer contas no momento certo, as pessoas podem buscar o conhecimento no mundo da informação.
A narrativa de García Márquez: o poder da palavra escrita ou simplesmente dita...
Ana Lúcia Trevisan - imprensa@mackenzie.br
Doutora em Letras, professora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Doutora em Letras, professora do Programa de Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
A prosa de García Márquez, que incorpora tanto a tradição ficcional européia como as tradições da oralidade e das lendas do interior da Colômbia, nos instiga a desvendar um cosmos narrativo em que temas e personagens se desdobram. Em seu primeiro romance, _La hojarasca_, de 1955, a cidade imaginária de Macondo surge pela primeira vez congregando uma trama cujo foco narrativo está pulverizado nas memórias e opiniões de três personagens durante um funeral. Esse romance, ainda sem tocar os contrastes mais definidores do estilo do autor, torna-se seminal, uma vez que aponta para um aspecto recorrente: a relevância do microcosmos espacial como uma dimensão simbólica.
Partindo dessa primeira Macondo, inevitavelmente chegamos ao romance _Cem anos de solidão _(1967)_ _e, antes de qualquer reflexão, vale a ressalva de que esse texto parece renovar-se ao longo dos anos com uma vitalidade que despertaria a dúvida quanto à existência de uma fonte da juventude escondida e não mencionada na casa de Úrsula Buendia. A força narrativa de García Márquez se esconde e se revela em um binômio indissociável, próprio da verdadeira literatura quando esta agrega uma boa história a uma forma diferenciada de narrar. _Cem anos de solidão _alcança esse binômio com a perfeição expressa no tempo predestinado à saga familiar dos Buendia e à leitura dos misteriosos pergaminhos intraduzíveis. Esses manuscritos passam de mãos em mãos ao longo do romance, são textos em busca de quem queira e possa decifrá-los, entretanto, somente nas últimas páginas do romance o sentido desses escritos será revelado. Lemos o fim do romance ao mesmo tempo em que conhecemos o fim de Macondo, lemos com os olhos duplicados na figura do narratário. Uma vez que somos leitores do texto que Aureliano Babilônia está decifrando, percebemos que o tempo da nossa leitura poderia também inscrever-se no tempo mítico e circular que ordenou a vida em Macondo.
Será permitido habitar Macondo pelo tempo determinado na velocidade da nossa própria leitura e, assim, conviver com Aurelianos e Josés Arcadios, sofrer com os amores e os ciúmes de Rebeca ou Amaranta, deleitar-nos com a praticidade estarrecedora da matriarca Úrsula Buendia e da objetividade visionária do alquimista e patriarca José Arcádio Buendia. Com assombro observamos a aparição do gelo, do imã ou da fotografia e, por outro lado, desprovidos de total espanto vemos ascender aos céus, Remédios, a bela - já convencidos pela lógica da causalidade interna do romance que tal corpo ofuscante deveria, verdadeiramente, retornar a sua condição celestial.
As referências históricas aos descobrimentos, às colonizações ou mesmo aos movimentos de independências, que se rearticulam no interior da cidade de Macondo, juntamente com as peripécias da estirpe dos Buendia, têm ocupado estudos literários há 40 anos. No entanto, se pensarmos em uma primeira e sempre irrepetível leitura do romance, vale ressaltar que cada vez que essa pequena cidade imaginária se constrói e se destrói diante dos olhares de seus personagens e de seu leitor derradeiro, cada vez que esse romance escrito e circunscrito na esfera da leitura e da escritura se instaura, entendemos que estamos diante de um deslumbramento, como leitores nos tornamos completamente solidários no maravilhoso e traremos na lembrança, por muito tempo, a imagem da primeira vez que nos foi mostrado o gelo pelo olhar de Aureliano Buendia.
A narrativa ficcional de García Márquez parece retornar sempre a mesma questão: o poder da palavra seja ela escrita ou simplesmente dita. Os falares literários e populares compõem os desdobramentos da ficção e sugerem uma leitura que caminha em uma espiral de referências. Ora as cidades tornam-se palavras e podem ser lidas até que se consumam, ora a narrativa histórica é palavra e pode reinventar criticamente o passado. E, tantas vezes, o amor faz-se verbo, começando e terminando no desejo de possuir as palavras, do outro, de nós mesmos.
Partindo dessa primeira Macondo, inevitavelmente chegamos ao romance _Cem anos de solidão _(1967)_ _e, antes de qualquer reflexão, vale a ressalva de que esse texto parece renovar-se ao longo dos anos com uma vitalidade que despertaria a dúvida quanto à existência de uma fonte da juventude escondida e não mencionada na casa de Úrsula Buendia. A força narrativa de García Márquez se esconde e se revela em um binômio indissociável, próprio da verdadeira literatura quando esta agrega uma boa história a uma forma diferenciada de narrar. _Cem anos de solidão _alcança esse binômio com a perfeição expressa no tempo predestinado à saga familiar dos Buendia e à leitura dos misteriosos pergaminhos intraduzíveis. Esses manuscritos passam de mãos em mãos ao longo do romance, são textos em busca de quem queira e possa decifrá-los, entretanto, somente nas últimas páginas do romance o sentido desses escritos será revelado. Lemos o fim do romance ao mesmo tempo em que conhecemos o fim de Macondo, lemos com os olhos duplicados na figura do narratário. Uma vez que somos leitores do texto que Aureliano Babilônia está decifrando, percebemos que o tempo da nossa leitura poderia também inscrever-se no tempo mítico e circular que ordenou a vida em Macondo.
Será permitido habitar Macondo pelo tempo determinado na velocidade da nossa própria leitura e, assim, conviver com Aurelianos e Josés Arcadios, sofrer com os amores e os ciúmes de Rebeca ou Amaranta, deleitar-nos com a praticidade estarrecedora da matriarca Úrsula Buendia e da objetividade visionária do alquimista e patriarca José Arcádio Buendia. Com assombro observamos a aparição do gelo, do imã ou da fotografia e, por outro lado, desprovidos de total espanto vemos ascender aos céus, Remédios, a bela - já convencidos pela lógica da causalidade interna do romance que tal corpo ofuscante deveria, verdadeiramente, retornar a sua condição celestial.
As referências históricas aos descobrimentos, às colonizações ou mesmo aos movimentos de independências, que se rearticulam no interior da cidade de Macondo, juntamente com as peripécias da estirpe dos Buendia, têm ocupado estudos literários há 40 anos. No entanto, se pensarmos em uma primeira e sempre irrepetível leitura do romance, vale ressaltar que cada vez que essa pequena cidade imaginária se constrói e se destrói diante dos olhares de seus personagens e de seu leitor derradeiro, cada vez que esse romance escrito e circunscrito na esfera da leitura e da escritura se instaura, entendemos que estamos diante de um deslumbramento, como leitores nos tornamos completamente solidários no maravilhoso e traremos na lembrança, por muito tempo, a imagem da primeira vez que nos foi mostrado o gelo pelo olhar de Aureliano Buendia.
A narrativa ficcional de García Márquez parece retornar sempre a mesma questão: o poder da palavra seja ela escrita ou simplesmente dita. Os falares literários e populares compõem os desdobramentos da ficção e sugerem uma leitura que caminha em uma espiral de referências. Ora as cidades tornam-se palavras e podem ser lidas até que se consumam, ora a narrativa histórica é palavra e pode reinventar criticamente o passado. E, tantas vezes, o amor faz-se verbo, começando e terminando no desejo de possuir as palavras, do outro, de nós mesmos.
PL que obriga escola a oferecer atividades nas férias é rejeitado
Agência Câmara -
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados rejeitou na última quarta-feira (23) o Projeto de Lei 4260/12, da senadora Angela Portela (PT-RR), que obriga as escolas públicas de educação infantil a oferecer atividades pedagógicas aos seus alunos durante as férias, desde que haja interesse de mais da metade dos pais pelo serviço.
O objetivo do projeto é garantir que, mesmo no período das férias escolares, os pais e responsáveis tenham a tranquilidade de contar com as creches e pré-escolas, com atividades pedagógicas, para cuidarem dos seus filhos.
O parecer do relator, deputado Francisco Praciano (PT-AM), foi contrário à matéria. Segundo ele, o funcionamento ininterrupto das unidades de educação infantil pode acarretar problemas para a execução do planejamento curricular e para a avaliação das atividades educacionais pelos professores. “É nesse período de férias escolares que as equipes pedagógicas avaliam o período transcorrido e planejam as atividades vindouras”, salientou.
Além disso, conforme o parlamentar, se os estabelecimentos escolares receberem as crianças durante o ano todo, sem períodos de recesso, não haverá momento hábil para fazer pequenas reformas e adaptações na estrutura física dos prédios, além de atividades como dedetização e desratização.
TRAMITAÇÃO - De caráter conclusivo nas comissões, o projeto será arquivado, caso não haja recurso para apreciação pelo Plenário.
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados rejeitou na última quarta-feira (23) o Projeto de Lei 4260/12, da senadora Angela Portela (PT-RR), que obriga as escolas públicas de educação infantil a oferecer atividades pedagógicas aos seus alunos durante as férias, desde que haja interesse de mais da metade dos pais pelo serviço.
O objetivo do projeto é garantir que, mesmo no período das férias escolares, os pais e responsáveis tenham a tranquilidade de contar com as creches e pré-escolas, com atividades pedagógicas, para cuidarem dos seus filhos.
O parecer do relator, deputado Francisco Praciano (PT-AM), foi contrário à matéria. Segundo ele, o funcionamento ininterrupto das unidades de educação infantil pode acarretar problemas para a execução do planejamento curricular e para a avaliação das atividades educacionais pelos professores. “É nesse período de férias escolares que as equipes pedagógicas avaliam o período transcorrido e planejam as atividades vindouras”, salientou.
Além disso, conforme o parlamentar, se os estabelecimentos escolares receberem as crianças durante o ano todo, sem períodos de recesso, não haverá momento hábil para fazer pequenas reformas e adaptações na estrutura física dos prédios, além de atividades como dedetização e desratização.
TRAMITAÇÃO - De caráter conclusivo nas comissões, o projeto será arquivado, caso não haja recurso para apreciação pelo Plenário.
Comissão proíbe cobrança por prova em segunda chamada
Agência Câmara -
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (23) o Projeto de Lei 5389/09, do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que proíbe escolas e faculdades de cobrarem taxa para aplicação de provas em segunda chamada quando a ausência for justificada.
A proposta modifica a Lei da Mensalidade Escolar (9.870/99) e prevê que a falta será justificada pelas mesmas razões que fundamentam, na legislação trabalhista ou estatutária, a falta ao serviço sem perda de remuneração – ou seja, nos casos de problemas de saúde e de falecimento de familiar, entre outros.
O parecer do relator, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), foi favorável à matéria. “A realização de segunda chamada em decorrência de falta justificada, como prevê a proposta, não pode penalizar o educando”, afirmou.
TRAMITAÇÃO - O projeto, que já havia sido aprovado pela Comissão de Defesa do Consumidor, será ainda analisado em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Alunos poderão aproveitar disciplinas em caso de transferência
Agência Câmara -
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (23), o Projeto de Lei 4762/12, do deputado Giovani Cherini (PDT-RS), que garante aos estudantes de nível superior o direito ao aproveitamento dos estudos, quando for feita a transferência para outro curso ou instituição. Para isso, as disciplinas deverão tratar de matérias idênticas, similares ou correlatas.
Pelo texto, a disciplina que não tiver correspondência para aproveitamento servirá como créditos em atividade complementar. O projeto ainda prevê que as diferenças de nomenclatura ou de ementa ou de objetivos gerais das disciplinas dos cursos de graduação não impedem aproveitamento requerido pelo estudante.
EXCLUSÃO DA PUNIÇÃO - O parecer do relator, deputado Eurico Júnior (PV-RJ), foi favorável à proposta, com emendas. Ele suprimiu do texto artigo que prevê multa de 12 vezes o valor da mensalidade para a instituição que negue, de forma infundada, o aproveitamento das disciplinas.
“Considerada a autonomia universitária assegurada constitucionalmente e os cuidados para com a liberdade acadêmica que perpassam os dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394/1996 - , e, principalmente, o bom senso dos membros dos colegiados de curso das instituições, não cremos necessário estabelecer sanções explícitas para as instituições que receberem os transferidos”, afirmou.
AVALIAÇÃO DO HISTÓRICO - O relator também modificou o dispositivo do projeto inicial que determina que serão passíveis de aproveitamento de crédito as disciplinas componentes do currículo pleno de cursos de graduação autorizados ou reconhecidos pelo Ministério da Educação concluídas com aprovação.
O novo texto prevê apenas que o aluno transferido ou em processo de transferência submeterá à análise do colegiado do curso a que se destina, para fins de aproveitamento de estudos, o histórico escolar e o currículo de seu curso de origem, contendo as disciplinas cursadas com aprovação, seus respectivos programas, cargas horárias e créditos, devidamente expedidos pela instituição de ensino superior de proveniência. Segundo Eurico Júnior, é necessária avaliação individual criteriosa do histórico escolar para o aproveitamento dos estudos já realizados.
TRAMITAÇÃO - A proposta será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Violência Sexual
Uma linha imaginária divide as duas áreas do Porto de Manaus (AM): de um lado, há pequenos e malcuidados barcos, usados para transportar populações ribeirinhas, superlotados e, às vezes, sem documentação. Do outro, ficam ancorados os luxuosos navios estrangeiros, recebidos com festa.
Empolgados, os turistas internacionais desembarcam na capital do Amazonas em transatlânticos com capacidade para até três mil pessoas.
Não raramente, são recepcionados por banda marcial da Marinha e, antes de deixar o terminal, param em quiosques de artesanato armados especialmente para recebê-los, onde podem comprar joias e produtos regionais, como bijuterias feitas de sementes da Amazônia.
Ao cruzar o portão das docas, os visitantes enxergam um lado nada festivo de Manaus. A feira, a poucos metros do desembarque, apresenta uma capital que rifa a infância de suas meninas.
Garotas entre 10 e 17 anos, com o corpo à mostra e os pés calçados em chinelos velhos, passeiam em meio às barracas de frutas, peixes e verduras, com blocos de papel nas mãos ou nos bolsos.
De acordo com o Conselho Tutelar de Manaus, meninas são usadas como iscas por comerciantes, às vezes os próprios pais, para atrair fregueses. Quando homens se aproximam, além de oferecer os produtos, elas vendem um bilhete por R$ 5.
Quem compra tem o nome incluído em uma lista. Se for sorteado, o “prêmio”é uma noite de sexo com uma das participantes do esquema.
Isso é Brasil! Em ritmo de Copa do Mundo.
Empolgados, os turistas internacionais desembarcam na capital do Amazonas em transatlânticos com capacidade para até três mil pessoas.
Não raramente, são recepcionados por banda marcial da Marinha e, antes de deixar o terminal, param em quiosques de artesanato armados especialmente para recebê-los, onde podem comprar joias e produtos regionais, como bijuterias feitas de sementes da Amazônia.
Ao cruzar o portão das docas, os visitantes enxergam um lado nada festivo de Manaus. A feira, a poucos metros do desembarque, apresenta uma capital que rifa a infância de suas meninas.
Garotas entre 10 e 17 anos, com o corpo à mostra e os pés calçados em chinelos velhos, passeiam em meio às barracas de frutas, peixes e verduras, com blocos de papel nas mãos ou nos bolsos.
De acordo com o Conselho Tutelar de Manaus, meninas são usadas como iscas por comerciantes, às vezes os próprios pais, para atrair fregueses. Quando homens se aproximam, além de oferecer os produtos, elas vendem um bilhete por R$ 5.
Quem compra tem o nome incluído em uma lista. Se for sorteado, o “prêmio”é uma noite de sexo com uma das participantes do esquema.
Isso é Brasil! Em ritmo de Copa do Mundo.
Fonte: Correio Braziliense
Aluno de ensino médio vai ter livro digital
Valeska Andrade Ceará, Educação, escolas, Estatuto da Criança e do Adolescente, Pais e Filhos, Políticas Públicas
A partir de 2015, o aluno do ensino médio da rede pública poderá acessar seu livro didático em um tablet ou computador e, ao clicar em uma gravura ou trecho da obra, será direcionado para um gráfico interativo ou um vídeo sobre o tema em estudo.
Essa possibilidade está prevista em edital lançado pelo Ministério da Educação para compra de 80 milhões de livros para alunos do ensino médio. É a primeira vez que o livro digital está previsto na compra de obras didáticas feita pela pasta.
Isso não substituirá o livro impresso. “Estamos comprando a obra multimídia. Ela é formada por um livro impresso e um livro digital, que reúne o mesmo conteúdo do impresso mais os objetos digitais integrados na mesma tela”, disse Rafael Torino, diretor de ações educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Fonte: Folha de S. Paulo
Essa possibilidade está prevista em edital lançado pelo Ministério da Educação para compra de 80 milhões de livros para alunos do ensino médio. É a primeira vez que o livro digital está previsto na compra de obras didáticas feita pela pasta.
Isso não substituirá o livro impresso. “Estamos comprando a obra multimídia. Ela é formada por um livro impresso e um livro digital, que reúne o mesmo conteúdo do impresso mais os objetos digitais integrados na mesma tela”, disse Rafael Torino, diretor de ações educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Fonte: Folha de S. Paulo
Redução da idade penal é principal pedido da população ao Senado
A morte de uma estudante pelo ex-namorado que completaria 18 anos um dia após o crime chocou o Distrito Federal e pode levar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de lei que reduz a idade penal para crimes hediondos.
O tema é defendido, aliás, por grande parte dos eleitores que entraram em contato com o Senado neste ano.
Segundo o assessor especial da Secretaria de Transparência do Senado, Thiago Cortez, três proposta de emenda à Constituição (PECs) que propõem reduzir a idade penal se estabeleceram, neste ano, como o maior interesse da pessoas que buscam o “Alô Senado”, canal de comunicação pelo qual os senadores recebem sugestões da sociedade – os dados do acesso neste início de 2014 ainda serão fechados na próxima semana.
Por ano, o Senado recebe, em média, 1,2 milhão de mensagens dos eleitores brasileiros. Líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN) destaca que as demandas recebidas pela ferramenta de comunicação refletem o que a população vive e quer.
Fonte: Folha de Boa Vista
O tema é defendido, aliás, por grande parte dos eleitores que entraram em contato com o Senado neste ano.
Segundo o assessor especial da Secretaria de Transparência do Senado, Thiago Cortez, três proposta de emenda à Constituição (PECs) que propõem reduzir a idade penal se estabeleceram, neste ano, como o maior interesse da pessoas que buscam o “Alô Senado”, canal de comunicação pelo qual os senadores recebem sugestões da sociedade – os dados do acesso neste início de 2014 ainda serão fechados na próxima semana.
Por ano, o Senado recebe, em média, 1,2 milhão de mensagens dos eleitores brasileiros. Líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN) destaca que as demandas recebidas pela ferramenta de comunicação refletem o que a população vive e quer.
Fonte: Folha de Boa Vista
Unicef lança estudo sobre crianças e adolescentes no futebol
As oportunidades e os riscos a que estão expostos crianças e adolescentes que desejam ser jogadores profissionais de futebol são o foco da publicação “A Infância entra em campo –riscos e oportunidades para crianças e adolescentes no futebol”, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).
O estudo realizado na Bahia com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que nem sempre os ambientes destinados à prática esportiva se constituem espaços seguros, onde os direitos da infância e da adolescência são respeitados.
Segundo a pesquisa, meninos e meninas que frequentam centros de formação de atletas para o futebol, como clubes e escolinhas privadas de futebol, são expostos a riscos como profissionalização precoce, exploração e abuso sexual e afastamento do ensino regular.
Também estão expostos à discriminação racial e de gênero e a riscos em relação a sua integridade física por conta de prática esportiva de alto impacto. Podem ainda ser afastados de suas famílias, o que facilita, dessa forma, a ação de aliciadores.
A publicação é uma iniciativa do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca/BA), do UNICEF e da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 (Secopa/Bahia).
A iniciativa contou com o apoio da Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP).
Fonte: Jornal de Brasília
PROJETOS TEMÁTICOS NA ESCOLA ESTADUAL MARIA EDUARDA PEREIRA SOLDERA
Francisca Aparecida Ramos
Patrícia Edí Ramos
São José dos Quatro Marcos
O trabalho com projetos
temáticos é uma prática pedagógica que vem apresentando excelentes resultados na
Escola Estadual Maria Eduarda Pereira Soldera, iniciado no ano de 2011, com o
título de Noite Cultural, o evento vem se aperfeiçoando e diversificando seu
tema a cada ano, o qual mobiliza a escola em torno de um mesmo objetivo. Cada
projeto torna-se uma proposta única de trabalho, que precisa ser articulada pelo
corpo do docente da referida escola.
O primeiro projeto
desenvolvido pela escola trouxe a tona um tema bem polemico devido as questões
raciais que envolvem preconceito implícito e explicitamente contra os
afro-descendentes no nosso país.
O tema do projeto foi “Memória, cultura e história dos afro-descendentes
no Brasil”, o projeto teve como finalidade ensinar e levar ao conhecimento de
toda comunidade escolar a história e a luta do povo negro no Brasil, esse tema
ganhou ênfase e chamou atenção de todos devido aos métodos utilizados pelos
professores e alunos para contar sobre a história em geral desse povo lutador e
guerreiro, as formas utilizadas pelos professores e alunos da escola foram
contar história, apresentar danças, representar teatros, realizar documentários,
leituras e interpretações, deste modo foi possível romper com a indiferença e
despertar o potencial ético dos participantes.
O segundo projeto, trouxe como tema “Adversidade cultural nas cincos
regiões brasileiras, conhecer para respeitar os diferentes grupos e culturas que
compõe o mosaico das nossas regiões”, o projeto teve como estratégia de ensino
leitura e produção de textos, tendo por base autores da nossa literatura a serem
homenageados através da dança, teatro, leituras, comidas típicas,
etc.
O terceiro projeto também foi de grande sucesso, com o tema “Anos 60”,
devido grande fascínio que esta década ainda nos dias de hoje exerce sobre a
geração atual, desde os modelitos usados na época, a rebeldia, a revolução
sexual e as grandes participações dos jovens na política em grandes modificações
que ocorreram em todo o mundo.
O referido projeto proporcionou uma viagem prazerosa ao túnel do tempo,
com o intuito de conhecer e homenagear mais de um segmento cultural, como: a
Jovem Guarda, Bossa Nova, Tropicalismo e a Ditadura Militar. Sem esquecermos-nos
de citar autores como, Dias Gomes e Millôr
Fernandes.
No ano de 2014, outro projeto esta a caminho, cujo tema se trata:
“Clássicos X Contemporâneos: encontro Fantástico no mundo da imaginação”, nesse
projeto a ênfase será dirigida a um dos mais respeitados e representativos
autores dos Clássicos da Literatura Universal os “Irmãos Grimm”. Conhecidos como
mestres da literatura clássica dedicaram anos de sua vida a recolher contos
maravilhosos e registrá-los em livros. A escolha desse tema parece-nos muito
feliz, visto que, os clássicos têm encantado pessoas de todas as gerações. Assim
acreditamos que estudá-los será uma nova magia já que estamos na era mágica da
internet.
Cada projeto tem duração de aproximadamente seis meses e envolvem todas
as áreas do conhecimento num mesmo objetivo. Assim a oportunidade de trabalhar
com projetos temáticos têm nos incentivado a trabalhar com ações inovadoras, o
que é forma de re-significar o espaço educativo. O aluno sai do papel figurante
para protagonizar a sua própria aprendizagem, por meio da pesquisa, da
experimentação do estímulo a dúvida, enfim o aluno envolve o aprender muito mais
do que aprenderia numa situação de simples receptor de informações, como afirma
Kilpatrik (1967):
Quanto mais
cedo nos convencemos de que o ensino não é tarefa mecânica, mas uma arte que
exige criação, melhor será. Assim estamos contribuindo com a missão de formar
cidadãos completos, competitivos, humanizados e solidários (KILPATRICK, 1967, p.
87).
Também por acreditarmos que a
união interdisciplinar abordaria com mais eficiência do projeto. E falando em
união interdisciplinar vejamos o que diz Ivani Fazenda
(1999):
O caminho
interdisciplinar é amplo no seu contexto e nos revela um quadro que precisa ser
redefinido e ampliado. Tal constatação induz-nos a refletir sobre a necessidade
de professores trabalharem unidos, se conhecerem e se entrosarem para juntos
vivenciarem uma ação educativa mais produtiva (FAZENDA, 1999, p.
30).
Referências Bibliográficas
FAZENDA, Ivani. Práticas Interdisciplinar na Escola, 6ª ed. São Paulo:
Cortez, 1999.
KILPATRICK, Willian Heard. Educação para uma civilização em mudança. 5ª
ed. São Paulo: Melhoramentos, 1967.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade Cultural; orientação
sexual/ Secretaria da Educação Brasília: MEC/SEF,
1997.
O professor frente às novas tecnologias de informação e comunicação
Patrícia Edí
Ramos
Escola Estadual Maria
Eduarda Pereira Soldera
As reflexões em torno
do assunto tecnologia e educação tomou conta da sociedade há várias décadas, na
realidade desde que se notou sua influência na formação do sujeito
contemporâneo, e da necessidade de explorar o assunto diante do rápido
desenvolvimento nos meios de informação e comunicação. O mundo atual esta
passando por inúmeras e cada vez mais aceleradas transformações em torno de
todos os campos da sociedade, desde o princípio da civilização o homem esta
sempre em busca de adaptações, mudanças, novos conhecimentos, aliás, fato este
implícito em sua constante busca do saber e
aprender.
A preocupação com o impacto que as
mudanças tecnológicas podem causar no processo de ensino-aprendizagem impõe a
área da educação a tomada de posição entre tentar compreender as transformações
do mundo, produzir o conhecimento pedagógico sobre ele auxiliar o homem a ser
sujeito da tecnologia, ou simplesmente dar as costas para a atual realidade da
nossa sociedade baseada na informação (SAMPAIO e LEITE, 2000, op cit SANTOS,
2012, p. 9).
Desde a década de
1940, quando se deu inicio as grandes transformações tecnológicas a sociedade
atribuiu a escola e as instituições de ensino a responsabilidade de formação da
personalidade do individuo, tendo em vista a transmissão cultural do
conhecimento acumulado historicamente. No que se referem à escola as tecnologias
sempre estiveram presentes na educação formal, o que faz necessário é o fato de
que as instituições de ensino tem o papel de formar cidadãos críticos e
criativos em relação ao uso dessas tecnologias. Para tanto é preciso que as
mesmas abandonem a prática instrumental das tecnologias, e faça avaliações sobre
o trabalho com a inserção das novas tecnologias educativas, visto
que:
Dessa forma, temos de avaliar o
papel das novas tecnologias aplicadas à educação e pensar que educar utilizando
as TICs (e principalmente a internet) é um grande desafio que, até o momento,
ainda tem sido encarado de forma superficial, apenas com adaptações e mudanças
não muito significativas.
Sociedade da informação,
era da informação, sociedade do conhecimento, era do conhecimento, era digital,
sociedade da comunicação e muitos outros termos são utilizados para designar a
sociedade atual. Percebe-se que todos esses termos estão querendo traduzir as
características mais representativas e de comunicação nas relações sociais,
culturais e econômicas de nossa época (SANTOS, 2012, p. 2).
A internet atinge cada
vez mais o sistema educacional, a escola, enquanto instituição social é
convocada a atender de modo satisfatório as exigências da modernidade, seu papel
é propiciar esses conhecimentos e habilidades necessários ao educando para que
ele exerça integralmente a sua cidadania, construindo assim uma relação do homem
com a natureza, é o esforço humano em criar instrumentos que superem as
dificuldades das barreiras naturais. As redes são utilizadas para romper as
barreiras impostas pelas paredes das escolas, tornando possível ao professor e
ao aluno conhecer e lidar com um mundo diferente a partir de culturas e
realidades ainda desconhecidas, a partir de trocas de experiências e de
trabalhos colaborativos.
Em uma sociedade com
desigualdade social como a que vivemos, a escola pública em alguns casos
torna-se a única fonte de acesso às informações e aos recursos tecnológicos, das
crianças de famílias da classe trabalhadora baixa. A esse respeito Pretto (1999,
104) vem afirmar que “em sociedades com desigualdades sociais como a brasileira,
a escola deve passar a ter, também, a função de facilitar o acesso das
comunidades carentes às novas tecnologias”.
O uso da informática
na educação implica em novas formas de comunicar, de pensar, ensinar/aprender,
ajuda aqueles que estão com a aprendizagem muito aquém da esperada. A
informática na escola não deve ser concebida ou se resumir a disciplina do
currículo, e sim deve ser vista e utilizada como um recurso para auxiliar o
professor na integração dos conteúdos curriculares, sua finalidade não se
encerra nas técnicas de digitações e em conceitos básico de funcionamento do
computador, a tudo um leque de oportunidades que deve ser explorado por aluno e
professores. Valente (1999) ressalta duas possibilidades para se fazer uso do
computador, a primeira é de que o professor deve fazer uso deste para instruir
os alunos e a segunda possibilidade é que o professor deve criar
condições para que os alunos descreva seus pensamentos, reconstrua-os e
materialize-os por meio de novas linguagens, nesse processo o educando é
desafiado a transformar as informações em conhecimentos práticos para a vida.
Pois como diz Valente:
[...] a implantação da informática
como auxiliar do processo de construção do conhecimento implica mudanças na
escola que vão além da formação do professor. É necessário que todos os
segmentos da escola – alunos, professores, administradores e comunidades de pais
– estejam preparados e suportem as mudanças educacionais necessárias para a
formação de um novo profissional. Nesse sentido, a informática é um dos
elementos que deverão fazer parte da mudança, porém essa mudança é mais profunda
do que simplesmente montar laboratórios de computadores na escola e formar
professores para utilização dos mesmos. (1999, p.
4)
Implantar laboratórios
de informática nas escolas não é suficiente para a educação no Brasil de um
salto na qualidade, é necessário que todos os membros do ambiente escolar
inclusive os pais tenham seu papel redesenhado.
Atualmente o mundo
dispõe de muitas inovações tecnológicas para se utilizar em sala de aula, o que
condiz com uma sociedade pautada na informação e no conhecimento, pois através
desses meios temos a possibilidade virtual de ter acesso a todo tipo de
informação independente do lugar em que nos encontramos e do momento, esse
desenvolvimento tecnológico trouxe enormes benefícios em termos de avanço
científico, educacional, comunicação, lazer, processamento de dados e
conhecimento. Usar tecnologia implica no aumento da atividade humana em todas as
esferas, principalmente na produtiva, pois, “a tecnologia revela o modo de
proceder do homem para com a natureza, o processo imediato de produção de sua
vida social e as concepções mentais que delas decorrem” (Marx, 1988,
425).
Com toda essa
disponibilidades é preciso formar cidadãos capazes de selecionar o que há de
essencial nos milhões de informações contidas na rede, de forma a enriquecer o
conhecimento e as habilidades humanas. Pois segundo Marchessou
(1997):
(...) excesso nas mídias,
onde as performances tecnológicas e o consumo de informação submergem,
“anestesiam” a capacidade de análise dessa informação e de reflexão tanto
individual quanto social. Saturação e superabundância ameaçam o navegador da
internet que, como certas pesquisas mostram, não tira partido das riquezas de
informação pertinente, não estando formado para ir diretamente ao essencial
(Marchessou, 1997, p. 15).
Antes de introduzir as
novas mídias interativas nas aulas expositivas é preciso entender suas
funcionalidades e as consequências de seu uso nas relações sociais, pois somente
a partir desse momento é possível utilizá-las de forma a transformar as aulas em
eventos de discussão onde ocorra de maneira efetiva à participação de todos os
indivíduos, bem como professores, alunos e pesquisadores, propiciando assim a
comunicação que só é possível a partir do momento que todas as partes se
envolvem.
Para que os recursos
tecnológicos façam parte da vida escolar é preciso que alunos e professores o
utilizem de forma correta, e um componente fundamental é a formação e
atualização de professores, de forma que a tecnologia seja de fato incorporada
no currículo escolar, e não vista apenas como um acessório ou aparato marginal.
É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia da educação de maneira
definitiva. Depois, é preciso levar em conta a construção de conteúdos
inovadores, que usem todo o potencial dessas
tecnologias.
A incorporação das
TICs deve ajudar gestores, professores, alunos, pais e funcionários a
transformar a escola em um lugar democrático e promotor de ações educativas que
ultrapassem os limites da sala de aula, instigando o educando a enxergar o mundo
muito além dos muros da escola, respeitando sempre os pensamentos e ideais do
outro. O professor deve ser capaz de reconhecer os diferentes modos de pensar e
as curiosidades do aluno sem que aja a imposição do seu ponto de vista, pois com
lembra Freire:
Não haveria exercício
ético-democrático, nem sequer se poderia falar em respeito do educador ao
pensamento diferente do educando se a educação fosse neutra – vale dizer, se não
houvesse ideologias, política, classes sociais. Falaríamos apenas de equívocos,
de erros, de inadequações, de “obstáculos epistemológicos” no processo de
conhecimento, que envolve ensinar e aprender. A dimensão ética se restringiria
apenas à competência do educador ou da educadora, à sua formação, ao cumprimento
de seus deveres docentes, que se estenderia ao respeito à pessoa humana dos
educandos (2001, p. 38-39).
As escolas são locais
onde ocorre a emancipação do estudante, desde cedo já se molda cidadãos
conscientes de suas responsabilidades socioambientais, formar-se indivíduos
empreendedores do conhecimento e lapidam-se vocações. Portanto a necessidade de
que os ambientes educativos se tornem lugares onde crianças e jovens tenham
habilidades de interferir no conhecimento estabelecido, desenvolver novas
soluções e aplicá-las de forma responsável para o bem estar da sociedade. Como
Piaget enunciou: “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes
de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já
fizeram”.
Podemos considerar que
a educação ao longo da vida será o único meio de evitar a desqualificação
profissional e de atender às exigências do mercado de trabalho da sociedade
tecnológica. Assim segundo BELLONI (1999) op cit CAPELLO (2011), faz-se
necessário uma flexibilização forte de recursos, tempos, espaços e tecnologias,
que abrigam à inovação constante, por meio de questionamentos e novas
experiências.
Nesse processo
colaborativo de interatividade, o educador deve assumir um novo papel no
processo educacional, deixar de lado a postura de provedor de conhecimento e
atuar como mediador, até mesmo porque diante dos rápidos avanços em sua área,
somente um profissional pleno e capaz de se ajustar aos avanços tecnológicos
sobreviverá nesse mercado. É fundamental que o professor se torne mediador e
principalmente orientador na aprendizagem mediada pelas novas tecnologias, pois
é seu papel criar novas possibilidades para ensinar e aprender. Segundo Moran
(2000) o papel do professor é dividido em:
Orientador/mediador
intelectual – informa, ajuda a escolher
as informações mais importantes, trabalha para que elas sejam significativas
para os alunos, permitindo que eles a compreendam, avaliem – conceitual e
eticamente -, reelaborem-nas e adaptem-nas aos seus contextos pessoais. Ajuda a
ampliar o grau de o grau de compreensão de tudo, a integrá-lo em novas sínteses
provisórias.
Orientador/mediador
emocional – motiva, incentiva,
incentiva, estimula, organiza os limites, com equilíbrio, credibilidade,
autenticidade e empatia.
Orientador/mediador
gerencial e comunicacional – organiza grupos,
atividades de pesquisa, ritmos, interações. Organiza o processo de avaliação. É
a ponte principal entre a instituição, os alunos e os demais grupos envolvidos
(comunidade). Organiza o equilíbrio entre o planejamento e a criatividade. O
professor atual como orientador comunicacional e tecnológico; ajuda a
desenvolver todas as formas de expressão, interação, de sinergia, de troca de
linguagens, conteúdos e tecnologias.
Orientador ético –
ensina a
assumir e vivenciar valores construtivos, individual e socialmente, cada um dos
professores colabora com um pequeno espaço, uma pedra na construção dinâmica do
“mosaico” sensorial-intelectual-emocional-ético de cada aluno. Esse vai
valorizando continuamente seu quadro referencial de valores, ideias, atitudes,
tendo por base alguns eixos fundamentais comuns como a liberdade, a cooperação,
a integração pessoal. Um bom educador faz
a diferença. [grifos do autor] (p. 30-31)
A educação não pode
mais viver sob o modelo antigo, sob o risco de virar virtual e invisível para a
sociedade, às novas tecnologias devem ser exploradas para servir como meios de
construção do conhecimento, e não somente para a sua difusão. Nos últimos anos a
presença dos alunos em sala de aula diminuiu consideravelmente, sem falar nas
universidades onde alunos viraram atores virtuais, invisíveis para a estrutura
acadêmica, eles tem buscado na internet as fontes de conteúdos programáticos das
disciplinas, ignoram a oportunidade de debates e reflexões em sala de aula.
Diferente de anos
atrás, hoje os alunos tem acesso muito mais rápido e fácil às informações, esse
fator tornou as aulas expositivas desinteressantes e assim sua presença se
tornou limitada, aos eventos protocolares como: exames e atividades
extraclasses. O horizonte de uma criança, de um jovem, hoje em dia, ultrapassa
claramente o limite físico da sua escola, da sua cidade ou de seu país, quer se
trate do horizonte cultural, social, pessoal ou profissional. Diante disso é
importante lembrarmos que os professores não nasceram digitalizados, enquanto
seus alunos, sim.
Segundo Xavier (2005),
as novas gerações tem adquirido o letramento digital antes mesmo de ter se
apropriado completamente do letramento alfabético ensinado na escola. Esta
intensa utilização do computador para a interação entre pessoas a distancia, tem
possibilitado que crianças e jovens se aperfeiçoem em práticas de leitura e
escrita diferentes das formas tradicionais de letramentos e alfabetizações.
Essas inúmeras modificações nas formas e possibilidades de utilização da
linguagem em geral são reflexos incontestáveis das mudanças tecnológicas que vem
ocorrendo no mundo desde que os equipamentos informáticos e as novas tecnologias
de comunicação começaram a fazer parte intensamente do cotidiano das
pessoas.
A aprendizagem
intermediada pelo o computador gera profundas mudanças no processo de produção
do conhecimento, se antes as únicas vias eram de sala de aula, o professor e os
livros didáticos, hoje é permitido ao aluno navegar por diferentes espaços de
informação, que também nos possibilita enviar, receber e armazenar informações
virtualmente.
O trabalho educacional
a partir da informática tem papel fundamental na prática pedagógica das escolas,
pois possibilita a transição de um sistema de ensino fragmentado para uma
abordagem de conteúdos integrados. Sendo possível também o processo de criação,
busca, interesse e motivação, através de atividades que exigem planejamento,
tentativas, hipóteses, classificações e motivações, impulsionando a aprendizagem
por meio da exploração que estimula a experiência. Segundo Oliveira (2000), os
trabalhos pedagógicos podem ser coerentes com a visão de conhecimento que
integre o sujeito e objetivo, assim como aprendizagem e ensino. Nessa
perspectiva, as tecnologias tornam-se ferramentas poderosas, capazes de ampliar
as chances de aprendizagem do aluno.
O computador e os
demais aparatos tecnológicos são vistos como bens necessários dentro dos lares e
saber operá-los constitui-se em condição de empregabilidade e domínio da
cultura, é impossível fechar-se a esses
acontecimentos.
Quem de nós não se
lembra dos ditados de palavras e das regras gramaticais decoradas sem que
soubéssemos qual seria a situação em que um dia poderíamos usa-las? Sem
esquecermos também, das variadas datas comemorativas, fórmulas de matemáticas,
química e física, ossos e órgãos do corpo humano e acidentes geográficos, todas
as atividades decorativas que fazíamos sem entender qual seria o significado
aquilo poderia ter para nossa vida, muitas vezes ouvíamos de nossos professores
que um dia precisaríamos daquele conhecimento. Mas como incorporá-los se naquele
momento eles não faziam sentido a nós, pareciam apenas regras a serem decoradas
para resolução de exercícios e de
avaliações.
Com grande frequência
temos ouvido professores reclamarem que seus alunos não sabem escrever, e da
parte dos alunos ouvimos, que a escola os leva a escrever sobre coisas que não
tem significado algum para a sua realidade.
Notemos que atualmente
não se trata mais apenas de fazer redações escolares com começo, meio e fim. Com
a era digital, as crianças estão se tornando especialistas em lidar com o
hipertexto, o sistema informação que inclui textos, fotos, áudio e vídeo, com
infinitas possibilidades de navegação. No que se refere o hipertexto é preciso
que o internauta desenvolva habilidades de avaliar criticamente as informações
encontradas e saiba identificar quais são as fontes mais confiáveis entre as
inúmeras apresentadas. Por essa razão é importante que o professor tenha
conhecimento sobre o hipertexto e a linguagem utilizada na internet, para poder
assim melhor orientar seus alunos.
Ferreiro (2000) afirma
que o laboratório de computação na escola possibilita aos jovens o ato de
escrever e publicar. Muitas vezes a escrita na escola pode se tornar algo
maçante, visto que na maioria das vezes o único a ler e ter contato com os
textos escritos pelos alunos é o professor. O fato de se escrever apenas por
encomenda na escola, onde o professor solicita aos alunos a produção de uma
redação, este a faz e aquele corrige isto é algo que se torna para o aluno muito
sofrido, afinal escrever para quê? Ou melhor, para quem? Notemos que falta ao
aluno motivação para fazer um bom texto, fazer só porque o professor solicitou
torna a atividade desagradável e
descontextualizada.
A integração da
tecnologia de informação e comunicação na escola favorece em muito a
aprendizagem do aluno e a aproximação de professores e alunos, pois através
deste meio tecnológico ambos tem a possibilidade de construírem conhecimento
através da escrita, reescrita, troca de ideias e experiências, o computador se
tornou um grande aliado na busca do conhecimento, pois se trata de uma
ferramenta que auxilia na resolução de problemas e até mesmo no desenvolvimento
de projetos. As TICs têm como
característica o fazer e o refazer, transformando o erro em algo que pode ser
revisto e reformulado instantaneamente para produzir novos saberes, cada
individuo que explora as tecnologias de informação e comunicação se torna um
emissor e receptor de informações, mais especificamente leitor, escritor e
comunicador, esse emaranhado de possibilidade ocorre graças ao poder persuasivo
das informações contidas nas TICs que envolve o sujeito incitando-o à leitura e
à expressão através da escrita textual e
hipertextual.
A internet proporciona
ao professor compreender a importância de ser parceiro de seus alunos, navegar
junto com os alunos apontando possibilidades de percorrer novos caminhos sem a
preocupação de ter experimentado passar por eles algum dia, provocando assim a
descoberta de novos significados, permitindo aos alunos resolverem problemas ou
desenvolverem projetos que tenham sentido para a sua aprendizagem, é nesse
processo que a educação resultaria em um exercício
ético-democrático:
Não haveria exercício
ético-democrático, nem sequer se poderia falar em respeito do educador ao
pensamento diferente do educando se a educação fosse neutra – vale dizer, se não
houvesse ideologias, política, classe sociais. Falaríamos apenas de equívocos,
de erros, de inadequações, de “obstáculos epistemológicos” no processo de
conhecimento, que envolve ensinar e aprender. A dimensão ética se restringiria
apenas à competência do educador ou da educadora, á sua formação, ao cumprimento
de seus deveres docentes, que se estenderia ao respeito à pessoa humana dos
educandos (FREIRE, 2001ª, p. 38-39).
O processo de
incorporação das tecnologias nas ações docentes guia professores e alunos para
uma educação libertadora e humanista, na qual homens e mulheres imergem na
construção do conhecimento, se tornando sujeitos da condução de sua própria
aprendizagem, ou seja, um sujeito participativo e responsável pela sua própria
construção, deixando de lado o sujeito passivo para se tornar autônomos e
cidadãos democráticos do saber, a esse respeito Freire enfatiza
que:
A educação é uma resposta da
finitude da infinitude. A educação é possível para o homem, portanto esse é
inacabado. Isso leva a sua perfeição. A educação, portanto, implica uma busca
realizada por um sujeito que é o homem. O homem deve ser sujeito de sua própria
educação. não pode ser objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém (FREIRE,
1979, p. 27-28).
Uma educação
comprometida é aquela que propicia aos seus indivíduos o desenvolvimento e
autoformação, disponibiliza e oportuniza aos seus indivíduos o papel de
construção de sua própria história, de sua autonomia de negociar e tomar
decisões em defesa de seus direitos e de sua coletividade, pois é a partir da
autonomia que o individuo conquista e exerce sua plena cidadania. É importante
frisarmos aqui que a autonomia não é algo que se transmite ao aluno, mas que se
constrói e conquista conforme sua vivencia, cada homem constrói sua autonomia de
acordo com as varias decisões tomadas ao decorrer de seu dia e de sua vida.
Freire defende que: “o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um
imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”
(1996, p. 66). A autonomia ajuda o homem a se tornar um cidadão crítico,
libertar-se do comodismo, da passividade, da omissão e da
indecisão.
As TICs também tem
papel fundamental no desenvolvimento de projetos, pois permite o registro desse
processo construtivo, funciona como um recurso que irá diagnosticar o nível de
desenvolvimento dos alunos, suas dificuldades e capacidades, favorecendo também
a identificação e a correção dos erros e a constante reelaboração, sem perder
aquilo que já foi criado.
Uma
inovação é como ver algo novo nas coisas às vezes conhecidas, deve-se pensar em
ações que promovam novos papéis para a escola, ações em que a utilização das
TICs no contexto educacional estabeleça uma rede dialógica de interação com o
intuito de promover a ruptura do distanciamento entre sujeito-sociedade.
O computador ligado à
internet propicia ao professor atuar de forma diferente em sala de aula, é
possível instigar os alunos a desenvolver pesquisas, investigações, críticas,
reflexões, aprimorar e transformar ideias e experiências, não é preciso que
professores se tornem donos da verdade e do conhecimento, mas sim parceiros de
seus alunos, andando juntos em busca de um mesmo propósito o conhecimento e a
aprendizagem. Essa atuação leva os profissionais da educação a se desprender do
livro didático, que deixa de ser o guia da prática do professor e passa a ser
mais uma, entre outras, fontes de informação e de desenvolvimento do
trabalho.
No momento atual em
que a sociedade vive é imprescindível que a educação caminhe no sentido do
conhecimento compartilhado, com liberdade para se expressar e se
comunicar.
O professor que caminha de forma a tentar
conhecer o aluno e entendê-lo em sua realidade, é um profissional que podemos
considerar ativo, crítico empenhado no seu papel de ensinar, pois a partir do
momento que se sente desafiado pelo aluno, este vive uma busca constante do
aprendizado ao ensino.
Atualmente o professor
não é um mero propagador de conhecimento, mas sim ambos (aluno e professor) são
parceiros do ensino-aprendizagem, o professor tem o papel de planejar a aula de
acordo com a necessidade de seus alunos e estes também tem seu papel que é
contribuir com aquilo que deseja aprender, como por exemplo, o tema a ser
abordado, no qual se leva em conta dúvidas, curiosidades, indagações,
conhecimentos prévios, valores, descobertas, interesses. O professor é desafiado a conhecer seu aluno,
não é mais apenas aprendiz de conteúdo, mas de individuo, para que possa
respeitar os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem, temos uma situação que
não é mais o professor o único a planejar as aulas para os alunos executar, e
sim ambos trabalham em busca de aprendizagem, cada atuando segundo o seu papel e
nível de desenvolvimento.
Notemos que é a partir
do respeito e da confiança que aluno e professor caminharão para uma escola nova
e avançada, onde há preocupação com aquilo que se é proposto para o aluno ler,
pois é através de uma leitura prazerosa que acontece o despertar para outras
leituras e para uma escrita criativa. Assuntos interessantes levam a
questionamentos, a participações efetivas, espírito cooperativo e solidário em
ambiente escolar.
A mudança na escola
começa a partir de uma mudança pessoal e profissional, capaz de levantar uma
escola que incentive a imaginação, a leitura prazerosa, a escrita criativa,
favoreça a iniciativa, a espontaneidade, o questionamento, que se torne um
ambiente onde promova e vivencie a cooperação, o dialogo, a partilha e a
solidariedade.
Enfim para que todo
esse leque de oportunidades aconteça, seja vivenciado é preciso que professor e
aluno andem juntos, trabalhem num mesmo ritmo de cooperatividade, principalmente
falem a mesma língua que é a da era da informação, pois somente trabalhando os
interesses da juventude será possível um aprendizado de forma gratificante e com
resultados positivos para ambos os envolvidos no
ensino-aprendizagem.
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