sexta-feira, 9 de março de 2012

Educação - O POVO Online

Educação - O POVO Online

Ensino unificado


Educador australiano ressalta a importância de um currículo nacional articulado com os conceitos de competências e habilidades e com as avaliações internas e externas

Beatriz Rey



Em 2008, o Conselho Ministerial de Educação, Emprego, Treinamento e Assuntos da Juventude da Austrália, órgão que delibera sobre educação, divulgou a "Declaração de Melbourne", um documento que traçava os objetivos educacionais para os próximos 10 anos no país. Uma das iniciativas estabelecidas pela declaração era o desenvolvimento de um currículo nacional, que ficaria, no final daquele ano, sob a responsabilidade do Australian Curriculum, Assessment & Reporting Authority (ACARA, Autoridade em Currículo e Avaliação, em tradução livre). Até o final de 2010, a ACARA elaborou, em parceria com especialistas e docentes, os currículos de inglês, matemática, história e ciências, destinado a alunos de educação infantil ao ensino médio. A previsão é de que sejam desenvolvidos, até 2013, os parâmetros curriculares das seguintes áreas: geografia, economia e negócios, cidadania, artes, idiomas, saúde e educação física e tecnologia. "O processo está apenas começando. Um estado já adotou os currículos, e outros adotarão em 2012", conta Barry McGaw, diretor da ACARA.




Em entrevista concedida à editora Beatriz Rey, McGaw conta como se deu o processo de elaboração das diretrizes, especificamente no que diz respeito ao modelo de incorporação dos conceitos de capacidades (conhecidas como "competências e habilidades" no Brasil). "Inserimos nos conteúdos as capacidades que gostaríamos que nossos alunos desenvolvessem", diz o australiano, doutor em Educação pela Universidade de Illinois, nos EUA. Em visita ao Brasil para o seminário "Diretrizes Curriculares e Expectativas de Aprendizagem", promovido pela Fundação Itaú Social, McGaw também falou sobre relação dos parâmetros curriculares com as avaliações interna e externa. No momento em que o Ministério da Educação (MEC) se propõe a discutir uma proposta de currículo para o Brasil, a experiência da Austrália se torna ainda mais significativa.

Por que a existência de um currículo nacional é importante para um país?
É importante que as pessoas saibam o que os alunos devem aprender. Na Austrália, houve um movimento nos anos 70 que advogava o desenvolvimento do currículo dentro da escola, e não em âmbito nacional. O argumento usado era o de que os professores sabem o que os estudantes devem aprender, e não os formuladores de políticas públicas. O que aconteceu? Em alguns lugares, isso funcionou muito bem, porque os docentes eram criativos e tinham clareza sobre como o currículo deveria ser. Em outros, os professores não tinham tanta certeza. E, pior: por considerar que certos componentes do currículo eram inadequados a seus alunos, desenvolveram um projeto que esperava menos dos estudantes, o que acabava por restringir oportunidades. Foi então que voltamos com a ideia de um currículo forte. A proposta foi trabalhar em conjunto para ter um único documento para todos. Mas não o fizemos de maneira prescritiva. Ele mostra o que os alunos devem aprender, mas o professor decide como organizará a aprendizagem.

Como ele foi construído na Austrália?
Para a elaboração dos currículos de inglês, matemática, história e ciências, processo que aconteceu entre 2008 e 2010, começamos pela redação de um documento que elencaria as estruturas e as sequências de aprendizagem desde a pré-escola até o ensino médio. Colocamos esses rascunhos em discussão, para que as pessoas pudessem se reunir ou sugerir mudanças pela internet. Então, revisamos os documentos e os encaminhamos para o conselho de ministros de Educação, que fez a aprovação. Tínhamos em mãos um apanhado que mostrava como a disciplina de história seria ensinada, o que nos levava à necessidade de redigir o currículo final, tarefa assumida por uma equipe. No caso do currículo de inglês, pensávamos que esse grupo o elaboraria ao redor de duas áreas: letramento e literatura. Mas no final do processo, ele foi estruturado por letramento, literatura e linguagem. Sentiu-se a necessidade de explicitar o estudo da natureza da linguagem.

Qual a diferença entre esse documento que deu origem ao currículo e o próprio currículo?
Explico com um exemplo mais concreto: o documento original fala de coisas como: "quando os alunos estudam história australiana, devem prestar atenção a coisas que aconteciam no mundo no mesmo momento. Devem aprender a pensar na história de seu país em um contexto maior". Assim, quando estudam a colonização inglesa na Austrália, devem aprender também sobre outras experiências de colonização europeias na América do Sul. O currículo especifica quais conteúdos eles devem ensinar: quando se deu a colonização, se esse assunto está adequado ao ensino fundamental ou ao médio etc.

Qual o nível de autonomia docente em relação ao currículo?
Os professores podem organizar o ensino da maneira que quiserem desde que respeitem o que os alunos devem aprender em cada etapa educacional. Podem escolher os livros ou optar, ou não, pelo uso da tecnologia. Em literatura, por exemplo, não prescrevemos os livros a serem adotados. Dizemos apenas: deve haver poesia, prosa etc. O currículo de matemática, que totaliza 80 páginas, apresenta o conteúdo a ser ensinado, mas não oferece um material prescritivo sobre como ensinar. O currículo não precisa ser prescritivo. Um fato curioso: após a publicação dos parâmetros curriculares na internet, a editora Cambridge University Press produziu livros que ensinam o professor a trabalhar com o currículo australiano. Há um título destinado a alunos do 10º ano que elenca exatamente os textos ou filmes que devem ser usados. Um dos longas-metragens recomendados é o Austrália, filme que rendeu certa polêmica em meu país. O livro diz que os alunos devem assisti-lo, e ainda indica um link com um fórum de debate sobre o assunto. Mas tanto o filme quanto a discussão gerada por ele são sofisticados demais para jovens de 15 anos.

Como foi resolvida no currículo a articulação entre conteúdos, competências e habilidades?
Antes do movimento pela instituição dos parâmetros curriculares nacionais, havia duas abordagens para essa questão na Austrália. Há dois grandes estados no país, e o maior deles se restringia a um currículo de teor conteudista, focado apenas nas disciplinas. Já o outro defendia que os conteúdos eram necessários, mas que também era preciso buscar a ênfase em criatividade, resolução de problemas, entendimento intercultural, trabalho em conjunto, o que chamamos, na Austrália, de capacidades (e muitas pessoas chamam de competências). Mas mesmo esse estado que buscava as capacidades trabalhava com um currículo isolado: as capacidades ficavam ao lado dos conteúdos, como uma coisa diferente a ser feita pelos professores. Cabia ao docente decidir como desenvolver capacidade x ou y em seu aluno. No novo currículo, decidimos ser mais explícitos. Pensamos que os dois pilares (conteúdos e capacidades) deveriam interagir. Quando elaboramos o currículo de língua inglesa, apresentamos à equipe responsável as capacidades que gostaríamos que nossos alunos desenvolvessem, para além do fato de aprender a própria língua. O que fizemos foi inserir ícones nos conteúdos que possibilitam o desenvolvimento das capacidades. Se você procurar o currículo de língua inglesa, encontrará indicações de onde a criatividade pode ser desenvolvida, ou onde há potencial para o desenvolvimento do entendimento intercultural. O professor vê o ícone e pensa: aqui eu posso desenvolver uma capacidade. Um professor dos anos iniciais do ensino fundamental que opta por dar ênfase à criatividade pode pesquisar no currículo específico para a sua série conteúdos que permitem o desenvolvimento dessa capacidade.

Por que construir primeiro o eixo dos conteúdos, deixando as capacidades para a segunda etapa do currículo, e não o contrário?
O raciocínio inverso é completamente equivocado. Não há capacidades sem conteúdo. E mais importante: algumas das capacidades mais fundamentais não se configuram da mesma maneira em diferentes disciplinas. Por exemplo, a capacidade de resolver problemas não tem o mesmo significado para física e para história. Só é possível resolver problemas em física se os conceitos necessários foram aprendidos. A especialização em uma determinada área está altamente relacionada com o entendimento das demandas dessa área. Um estudo realizado na década de 80 pela Universidade de Pittsburgh mostrou que não é possível simplesmente "transferir" a expertise de uma área de conhecimento para outra. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores colocaram o mesmo problema de ciência política para especialistas e estudantes universitários em ciência política e especialistas em química. Os químicos o resolveram da mesma maneira que os estudantes universitários de ciência política. Ou seja: é necessário ter um entendimento profundo sobre o assunto para desenvolver a capacidade de resolver problemas. Quando construímos o currículo, muitos disseram que seria melhor focar a atenção nas capacidades e não nos conteúdos. Insistimos em começar pelos conteúdos, e em fazer o currículo com os dois pilares, para que as capacidades não entrem nos parâmetros como uma lista "extra" de "temas". O ideal é que elas sejam desenvolvidas através do currículo de disciplinas.

Há alguma relação entre o currículo e as avaliações aplicadas pelos professores em sala de aula?
Sim. Além de apontar o que os alunos de cada série devem ter a chance de aprender, indicamos inicialmente as expectativas de aprendizagem. Mas logo percebemos que os docentes ficariam com uma dúvida: o que o estudante deve realmente ser capaz de fazer se aprendeu o que o currículo indicou? Então, acrescentamos exemplos de trabalhos dos alunos no currículo. Recolhemos exemplos pelo país e os distribuímos para diversos professores, para que eles nos dissessem se eram exemplos bons ou não. Por fim, inserimos os exemplos com anotações para explicar os pontos fortes e fracos dos trabalhos. Eles ajudam os docentes a ter parâmetros para preparar suas avaliações internas.

Há diálogo também com as matrizes de avaliações em larga escala?
Há uma avaliação nacional em leitura e matemática que é aplicada a todos os alunos dos 3ºs, 5ºs, 7ºs e 9ºs anos. Além disso, há uma outra prova aplicada ao final do ensino médio. A história é curiosa. Antigamente, cada estado fazia sua própria avaliação de leitura e matemática, que estava relacionada com o currículo específico de cada um. Então o governo decidiu que os resultados das provas deveriam estar disponíveis em uma escala comum para todo o país. Por alguns anos, os estados continuaram com suas próprias avaliações, sendo que o governo colocava os resultados em uma única escala. Em 2008 optou-se pela aplicação de uma única avaliação. Até então, não havia um currículo. Agora que ele existe, com as expectativas de aprendizagem, vamos redesenhar as avaliações, para que o currículo as defina, e não o contrário.


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MT - Educação e Segurança realizam encontro em escola de VG para abordar violência


A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) , por meio da coordenadoria de Projetos Educativos, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, realizará na próxima terça-feira (13.03), às 9 horas, na Escola Estadual José Leite de Moraes, na Várzea Grande, um encontro com os representantes das redes de ensino Estadual e Municipal do município. O objetivo é apresentar as ações referentes ao combate a qualquer tipo de violência, contra crianças e adolescentes, nas escolas e/ou no entorno das mesmas.

Outras informações pelo telefone (65) 3613-6321, ou pelo endereço eletrônico, maidan.lara@seduc.mt.gov.br com professora Maidan Lara



Assessoria Seduc/MT



Ministro defende cumprimento da Lei do Piso em encontro de secretários

Natal - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira, 8, na abertura da reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em Natal, o reajuste de 22,22 % aplicado ao piso nacional de salário do magistério. "Sei que para alguns estados e municípios, o reajuste pode ter sido forte e gerar dificuldades, mas, estamos falando de apenas dois salários mínimos", disse.

Mercadante lembrou que alguns secretários e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Carlini, que estava presente, eram parlamentares quando o piso e a forma do seu reajuste (proporcional ao custo aluno do Fundeb) foram aprovados no Congresso Nacional, em 2008. "Nós votamos na lei e não houve objeção. Ao contrário, houve um grande consenso. Se não recuperarmos o valor do piso dos professores não teremos como atrair os jovens para a carreira. E todos sabemos que somos carentes de professores em todas as etapas da educação", ponderou.

O ministro ressaltou ainda que o dispositivo da lei que assegura um terço da jornada dos professores fora da sala aula também deve ser cumprido e lembrou que o Supremo Tribunal Federal votou pela constitucionalidade da lei ao examinar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por cinco governadores. "Mas é preciso discutir essa questão dentro de um processo pedagógico. A hora atividade é para melhorar a educação, a aprendizagem e para o professor avaliar seus alunos, preparar as aulas, dedicar-se à sua formação", lembrou.

Mercadante concluiu sua intervenção fazendo um apelo aos secretários estaduais para que mobilizem suas bancadas parlamentares para aprovar com urgência o Plano Nacional de Educação para o período 2011-2020. "É fundamental aprová-lo este ano. Não podemos nos dar por satisfeitos. Precisamos aumentar os recursos para a educação", disse.

Neste sentido, o ministro ainda apelou aos secretários para que componham uma grande mobilização pela vinculação dos recursos do Pré-Sal para a educação. "Não podemos perder esta oportunidade".

Aloizio Mercadante passa esta quinta-feira em Natal. Depois da abertura da reunião do Consed, ele participa da entrega de 120 ônibus do programa Caminho da Escola, adquiridos pelo governo do estado. Anuncia também a construção de três novos campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, nos municípios de Canguaretama, Ceará-Mirim e São Paulo do Potengi.



Assessoria de Comunicação Social/MEC



MT - Escola Estadual Esperidião Marques comemora 100 anos de fundação

O município de Cáceres (222 km da capital) comemora esta semana – 05 a 08 de março - o aniversário de 100 anos da Escola Estadual Esperidião Marques. Fundada no dia 09 de março de 1912, para atender um pequeno grupo escolar de alunos primários, hoje possui uma estrutura para cerca de 400 alunos, nos horários matutino e vespertino e conta com 38 profissionais trabalhando diretamente na instituição.
O prédio construído em 1913, localizado no centro da cidade, possui um grande valor para a sociedade cacerense e estadual. Foi tombado como patrimônio histórico, tornando-se ponto turístico municipal. Em tempos passados abrigou várias escolas, entre elas o Instituto de Ensino Superior de Cáceres, atual Universidade de Mato Grosso (Unemat). “A Escola Esperidião Marques foi o berço da Unemat, a Universidade é referência hoje porque a escola abraçou o projeto em 1978”, relata o atual reitor da instituição e ex-aluno da escola centenária, Adriano Silva.

“Sou grato à formação que recebi naquela escola, o que aprendi ali serviu de base e incentivo para minha formação e de muitas famílias de Cáceres”, declarou o reitor.

A diretora da escola, Rosineia Faria de Souza, convida a todos para participar da programação especial que foi pensada para que a data seja comemorada de forma expressiva, “vamos festejar esses 100 anos de dedicação à sociedade cacerense em prol da educação”, ressaltou.

A programação começa nesta terça-feira (06.03) com uma gincana interna. No período noturno serão realizadas palestras com a participação da Unemat e Cefapro de Cáceres, o tema abordado será “Revivendo o Tempo e o Espaço de 100 anos”.

Confira no anexo abaixo a programação completa. Os professores interessados em participar das palestras deverão fazer suas inscrições na secretaria da Eescola.

- Folder da Programação



HELENICE STELA
Assessoria/Seduc-MT


MT - Legislação e Normativas da educação serão abordadas em Videoconferência

Legislação e Normativas da educação serão abordadas em Videoconferência
O Conselho Estadual de Educação (CEE) convida a comunidade escolar, assessorias pedagógicas e interessados, no Estado a participarem da Videoconferência, nesta sexta-feira (09.03), a partir das 15 horas, nos estúdios da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec) e será transmitido para os pólos do MT Preparatório. Na oportunidade será abordado as orientações sobre as Normativas do Conselho e as Resoluções 02/630 e 001 abordando sobre corte etário, progressão parcial e inclusão (novidades).

Entre os comunicadores estarão o presidente do CEE, Aguinaldo Garrido, a presidente da Câmara de Educação Básica (CEB), Nágila Edilamar Zambonatto e a superintendente de Gestão Escolar (SUGT/SEDUC), Catarina Cortez. Na programação, os participantes poderão realizar perguntas e interagir com os comunicadores, com o objetivo é explanar aos educadores, os principais questionamentos sobre as atividades do CEE.


Nágera Dourado
Assessoria/Seduc-MT



Pais querem garantir lugar em conselho de disciplina no Estatuto do Aluno

Lusa / EDUCARE | 2012-03-07



As confederações de pais vão hoje ao MEC discutir alterações ao Estatuto do Aluno, com a CNIPE a propor um conselho de disciplina em que estejam representados os encarregados de educação.

"Se querem que os pais sejam responsabilizados em determinados assuntos também têm de ser ouvidos e deixar registada a sua posição para memória futura", disse à agência Lusa o vice-presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), Joaquim Ribeiro.

A CNIPE defende que a autoridade do professor não pode ser contestada para travar "os abusos do bullying".

Sem quantificar, o dirigente da CNIPE afirmou que continua a receber muitos relatos de agressão entre alunos e que têm até aumentado.

"E prevemos que a procissão ainda vai no adro, atendendo às dificuldades do contexto atual, as grandes dificuldades que há, em termos financeiros, das famílias, o afastamento que os pais estão a ter da escola, por motivo da nova lei do trabalho, cada vez veem menos os filhos, isto tem de rebentar por algum lado e vai rebentar nas escolas", afirmou.

Em tudo o que disser respeito à disciplina na escola, quer ver "bem explicados" os procedimentos para que "não haja abusos", tanto de uma parte, como de outra: "Da parte dos pais, uma certa responsabilidade, da parte dos diretores não terem tanta autoridade, que pode tornar-se prejudicial, em alguns casos".

O dirigente da CNIPE considera que os diretores têm hoje "demasiada autoridade".

Para a CNIPE, as escolas devem ter um reforço de autoridade, mas não concentrada apenas numa pessoa, que é "aquilo que acontece com o diretor", frisou.

Sugere por isso um conselho de disciplina, em que os pais sejam ouvidos para poderem também apresentar as suas alegações e defesas, porque "nem sempre o aluno é o culpado".

A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) prefere ver se o Governo já tem uma proposta de diploma para apresentar antes de se pronunciar sobre o tema, mas em declarações à Lusa o presidente, Albino Almeida, indicou que defenderá a valorização da educação para a cidadania.

A CONFAP pretende também abordar a continuidade da política de agrupamento de escolas para saber como as associações de pais irão organizar-se no terreno.

A este respeito insistirá também que prevaleça a preocupação pedagógica sobre a de redução de custos com o ensino.

O Governo comprometeu-se a apresentar uma proposta de revisão do Estatuto do Aluno até à primavera, para entrar em vigor no próximo ano letivo.

Mulher – Sensibilidade, Competência e Superação

Percebe-se nos últimos anos uma crescente, benéfica e positiva participação da mulher nas organizações, seja como empresária, gestora ou em outros níveis gerenciais. Ela deixou de ser agente passivo das mudanças e transformações de nosso tempo, reivindicou, impôs-se e conquistou seu espaço no universo empresarial.

Empresas públicas ou privadas, sindicatos, cooperativas, clubes, escolas e associaçõesem geral - sejam de natureza econômica, laboral, cultural ou política - tornaram-se ambientes da presença atuante da mulher.

A participação feminina é uma conquista muito valiosa, não só para elas, mas principalmente para o próprio mercado.

Elas não vêm ocupar o espaço dos homens, mas vêm ocupar o seu espaço, agregando valor ao trabalho de todos, com seu dinamismo, coragem, sensibilidade, competência e superação.

As organizações tornar-se-ão mais fortes economicamente e mais influentes politicamente enquanto as mulheres estiverem ativamente envolvidas. Não se pode mais dividir as atividades de trabalho em: “Isto é coisa de homem... isto é coisa de mulher”.

Em uma pesquisa realizada pelo Grupo Catho com cerca de 31 mil executivos, foram apontados alguns dados interessantes sobre a participação feminina nas organizações, como por exemplo:

· Elas já representam 17,5% dos cargos de presidência.

· 23% dos cargos de diretoria.

· 26% dos cargos de gerência são ocupados por mulheres.

· 49% dos cargos de coordenação, supervisão e encarregados

Outro dado interessante da pesquisa, revela que devido ao seu esforço e dedicação, elas estão sendo promovidas a cargos de gerência e direção bem mais cedo do que os homens. Em média 3 a 4 anos mais jovens.

Um fator inegável é a genética feminina de ser mãe, com isto a mulher consegue exercer múltiplos papéis com carinho e determinação, desta forma sua presença contribui em muito para harmonizar as diferenças,atenuar as tensões, fortalecer os pontos de convergência e realçar os interesses comuns. Normalmente a mulher tem mais atenção aos pequenos detalhes e tem um gosto apurado pela organização e perfeição.

A cantora/compositora Rita Lee, na música “Cor-de-rosa-choque” já dizia: “Sexo frágil, não foge a luta”.

Com muita garra e espírito vencedor, a mulher deixa de ser “sexo frágil” para ser ela mesma, sem fugir da luta, e com muito orgulho ser simplesmente e absolutamente mulher!


Fabiano Brum
contato@fabianobrum.com.br
Palestrante especialista em motivação.


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O movimento feminista no Brasil I

Ana Emília


O panorama econômico e cultural do Brasil sofreu uma mudança profunda a partir da metade o século XIX, até depois da Primeira Guerra Mundial, com a alteração da urbanização e industrialização na vida cotidiana, onde as mulheres passaram de uma forma crescente, ocupar espaços nas ruas, indo trabalhar fora do lar e com presença marcante nos bancos escolares, iniciava uma irreversível transformação na vida dessas brasileiras.

Susan Besse, em seu livro Modernizando a Desigualdade, traz a compreensão do quanto essa transformação da infraestrutura econômica, somada à alfabetização das mulheres, ao cinema, aos meios de comunicação e de transporte, a substituição de bens produzidos em casa pelos oferecidos pelas casas comerciais, alterou radicalmente o ritmo de vida e os contatos entre mulheres e homens. A estas mudanças foram agregados comportamentos e valores de outros países, os quais foram confrontados com os costumes patriarcais brasileiros, que embora enfraquecidos ainda vigentes.

Ainda segundo Susan, dentre estas mudanças destacou-se a discussão obre o casamento. Graças à educação e ao trabalho remunerado, as mulheres das classes altas e médias, adquiriram maior poder social e econômico e passaram a protestar contra a tirania dos homens no casamento, sua brutalidade, sua infidelidade, seu abandono, temas estes frequentes entre escritoras, jornalistas e feministas dos anos de 1920, tais como: Cecilia Bandeira de Melo Rebêlo de Vasconcelos, Elizabeth Bastos, Iracema, Amélia de Resende Martins e outras, além das sem número de leitoras da Revista Feminina. Nesta época se apontava que maridos tinham sido assassinados por mulheres brutalizadas, sendo dada a interpretação de crises na família e no casamento, cujos responsáveis seriam a paixão e o trabalho feminino.

Afirmava-se naquela época e ainda hoje que o trabalho feminino fora de casa provocava a desagregação da família. Eis a forte razão para o Estado incluir no Código Civil Brasileiro de 1916, a autorização do marido para que a mulher, sem qualquer distinção de classe social, pudesse trabalhar. Afirmava-se também que quanto ao casamento, havia a necessidade de retirar o lado romântico da união por amor, vindo substituir pelo amor civilizado, dotado de razão, excluindo a paixão, esta a principal responsável pelos crimes passionais.

Um dos mais graves problemas da época eram os crimes passionais, estes constituíam uma verdadeira epidemia para algumas feministas. Os promotores públicos Roberto Lyra, Carlos Sussekind de Mendonça, Caetano Pinto de Miranda Montenegro e Lourenço de Mattos Borges, encabeçando um movimento contra esses assassinatos, fundaram o Conselho Brasileiro de Hygiene Social, cujo objetivo era coibir e punir os crimes passionais tolerados pela sociedade e pelo Poder Judiciário. Não era a defesa das mulheres que eles visavam, mas pretendiam proteger a instituição familiar (BESSE, 1999).

A atitude dos promotores de Justiça, mais a ação das mulheres nas décadas de 1920 e 1930 em conjunto com o magistrado Nelson Hungria, apontam o gravíssimo problema do assassinato de companheiras e esposas existente até os dias atuais. Infelizmente a violência doméstica e familiar é uma atualidade realidade triste e cruel, muitas mulheres ainda perdem a vida em “nome da honra”, resquício de uma educação machista, preconceituosa e sexista de milhares de brasileiras e brasileiros.

Ana Emilia Iponema Brasil Sotero é professora, advogada, doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais, palestrante sobre violência de gênero, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso e escreve exclusivamente para este blog toda sexta-feira - soteroanaemilia@gmail.com - http://facebook.com/AnaEmiliaBrasil

Universidades privadas poderão ser autorizadas a revalidar diploma estrangeiro

Agência Câmara de Notícia


A Câmara analisa o Projeto de Lei 3052/11, do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que estende às universidades privadas a prerrogativa de revalidar diplomas estrangeiros. Atualmente, esse procedimento só pode ser feito por universidades públicas.

A revalidação de diplomas estrangeiros é regulamentada pela Resolução 01/02 da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação(CNE), alterada pela Resolução 8/07. Estão habilitadas a fazer a revalidação apenas as universidades públicas, que ministrem curso de graduação reconhecido na mesma área de conhecimento ou em área afim. Caso haja dúvida quanto à similaridade do curso, a universidade pode solicitar a realização de exames e provas, com o objetivo de caracterizar a equivalência.

“O Ministério da Educação confere às instituições particulares de ensino superior o direito de oferecer cursos, emitir diplomas e registrá-los, não há porque reservar às universidades públicas o reconhecimento de diplomas estrangeiros”, argumenta o autor.

MT - Governo lança edital para contratação de 210 professores temporários

Começam nesta quinta-feira (08.02) e seguem até a próxima quarta-feira (14.03) as inscrições para o processo seletivo organizado pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Secitec) que visa contratar 210 professores temporários. As vagas ofertadas são para atender as nove Escolas Técnicas de Educação Profissional, que ficam sob a administração da Secitec, e ainda preencher o quadro de vagas de docentes em outras 11 cidades onde em 2012 serão realizados cursos de extensão organizados pela Secretaria.

A faixa salarial oferecida aos aprovados oscila entre R$ 1.205 para professor de nível A (graduação) com uma carga horária de 20 horas por semana, até R$ 4.338 para docente de nível D (doutorado), com carga horária de 40 horas semanais.

Para se inscrever o candidato deve preencher o formulário de inscrição, que está disponível no site da Secitec e, com a cópia autenticada dos documentos (diploma ou atestado de conclusão de graduação, histórico escolar do curso superior e pós-graduação - se for o caso -, cédula de identidade ou documento equivalente válido em todo o território nacional, CPF, curriculum vitae, documentos comprobatórios de todos os títulos e comprovação de experiência profissional), levar pessoalmente ou por meio dos Correios até a Escola Técnica da cidade que deseja trabalhar.

Além de Alta Floresta, Barra do Garças, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Campo Verde e Poxoréu, há vagas a serem preenchidas em Carlinda, Paranaíta, Canarana, Várzea Grande, Alto Araguaia, Itiquira, Marcelândia, Chapada dos Guimarães, Sapezal, Nova Brasilândia e Planalto da Serra.

No edital, divulgado na manhã de quarta-feira (07), o candidato poderá conferir como será feita a seleção e quais os endereços das nove escolas técnicas onde pode enviar via postal os documentos exigidos. O resultado final será dado no dia 30 desse mês

MT - Polícia arrebenta correntes e abre escola; alunos são detidos

Redação 24 Horas News
e Agência da Noticia



A Polícia Militar cumpriu nesta quinta-feira, 8, decisão judicial a pedido da Secretaria Estadual de Educação e arrebentou as correntes e quebrou os cadeados que trancavam a Escola Estadual Teotônio Carlos da Cunha Neto, em Confresa, no Norte Araguaia de Mato Grosso. Sete estudantes foram detidos e levados para a cidade de Porto Alegre do Norte, onde devem ser ouvidos pela juíza Cristiane Padim. A escolafoi fechada em protesto contra medidas consideradas arbitrárias da Seduc.

Não houve conflito, apenas lágrimas e comoção na porta da escola. Alunos, professores e funcionários da unidade choraram durante a abertura dos portões. Todos cantavam a uma só voz o Hino Nacional. Alheios aos protestos, os policiais executaram a medida.

Os estudantes se diziam dispostos a manter o protesto até que o Governo revisse a decisão que estabelece o redimensionamento da escola e que reduziu o número de alunos e os transferiu vários outros para outras unidades. Eles queriam o diálogo, mas o Governo preferiu uma medida de força.

O protesto começou com cerca de 800 alunos. Professores, técnicos escolares e demais funcionários ficaram impedidos de entrar na escola, alguns alunos envolvidos na manifestação dormiram na escola em protesto a decisão tomada na segunda-feira, dia 6, por técnicos da SEDUC que prevê o remanejamento dos alunos do ensino médio noturno da escola Teotônio Carlos para a Escola 29 de Julho.

Durante o protesto alunos gritavam a uma só voz frase com pedidos de direito, “Queremos nossos diretos” e ”Não Abre, Não Abre”.

Professores programam paralisação de três dias para cobrar cumprimento do piso

Amanda Cieglinski
Agência Brasil



Na próxima semana, professores de todo o país planejam uma paralisação de três dias para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério. A lei que instituiu uma remuneração mínima para profissionais da rede pública foi aprovada em 2008, mas ainda hoje causa polêmica. Estados e municípios alegam não ter recursos para pagar o piso, especialmente agora que o Ministério da Educação (MEC) anunciou o valor para 2012 – R$ 1.451 - , com um reajuste de 22%.

A categoria irá cruzar os braços entre os dias 13 e 16 de março (de quarta a sexta-feira). Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, o fato de alguns estados ainda não cumprirem a lei reforça a necessidade de um “movimento forte” por parte da categoria para reivindicar melhorias na remuneração.

“Eles [gestores públicos] entendem que a lei precisa ser cumprida a partir do enfrentamento, da mobilização. Chega de brincar que estão valorizando o professor”, reclama Leão. Nos estados e municípios em que a Lei do Piso já é cumprida, o presidente da CNTE avalia que a mobilização deverá ser menos intensa, com foco nas reivindicações locais, inclusive a construção de planos de carreira. “Nosso intuito não é a paralisação pela paralisação, mas onde houver necessidade”, explicou. As atividades são organizadas pelos sindicatos locais e incluirão manifestações nas sedes dos governos, passeatas e outros atos públicos.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A mulher na história

Ines Martins


“Nunca fui capaz de responder a grande pergunta: o que uma mulher quer?” (Sigmund Freud)


(Desculpe-me, prezado leitor, mas a data e a comemoração justificam o texto um pouco mais longo)

Nesta quinta-feira, 8 de março, pela 37ª vez, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Embora a data exista há mais de um século, a Organização das Nações Unidas (ONU) só a reconheceu em 1975, através de um decreto. A fixação desta data é o reconhecimento de um longo processo de luta, organização e conscientização da mulher no mundo. No Brasil, considera-se o dia 24 de fevereiro de 1932 como um marco na vida das mulheres. Na data, foi instituído o voto feminino. Essa foi uma conquista significativa , depois de muitos anos de reivindicações, o direito de votar e ser eleita para cargos no Executivo e no Legislativo representou também uma batalha que estava apenas começando, culminando, enfim, com uma mulher agora presidente da República, Dilma Rousseff, e a ministra Eliana Calmon, Corregedora do Conselho Nacional de Justiça. Mas isso não aconteceu da noite para o dia, por isso convido, principalmente os mais jovens, para uma breve viagem pela história.

“A mulher, desde os primórdios da humanidade, vem participando das lutas e conquistas do homem, embora, muitas vezes, na obscuridade, no anonimato. A realidade fática demonstrou que, em milênios, só foi considerada a sua função de conceber e gestar. E não nos encontramos muito longe desta concepção... Nem sempre foi valorizada a sua contribuição, que além da procriação e educação dos filhos, se refletia no zelo e no trabalho caseiro, na agricultura, no pastoreio e no artesanato doméstico.

A mulher egípcia gozava de mais honrarias e poderes do que as mulheres de toda a antiguidade, compartilhando com o chefe da família todos os privilégios. Por sua posição destacada na hierarquia social, chegou mesmo a suceder no trono em muitas dinastias. Sua natureza fecundante era divinizada. Numa das mais antigas civilizações, a egéia, a mulher gozou de completa igualdade de direitos dos homens, participando de atividades públicas e privadas, além de competições esportivas como lutadora e toureira. Na antiguidade oriental, prevaleceu o patriarcado e o repúdio drástico ao aborto e ao adultério. A mulher ocupava um lugar obscuro na organização social. Com raras exceções, sua situação era das mais servis.

Na Índia, embora a mulher também fosse divinizada pela sua missão concepcional, era excluída das cerimônias e deveres civis. Na Grécia, confinada ao gineceu, a situação da mulher era das mais insignificantes e obscuras. Já em Roma, as mulheres viviam no atrium, e eram iguais em dignidade a seus maridos, em contraposição à mulher grega, quase escrava. Podiam estudar; só não podiam exercer cargos públicos, privativos dos homens. O divórcio lhe era permitido, e solteira ou casada, a mulher era cumulada de atenções e prestígio social. Todavia, com a lei das Doze Tábuas, a mulher não tinha nenhum direito legal.

Com o Cristianismo, a situação foi melhorando, pois este proclamava a igualdade do homem e da mulher e instituía o casamento monogâmico. Na Idade Média, a mulher recebia educação nos conventos. Ao lado da religiosa, a instrução humanística também era ministrada. Mais tarde, nos castelos feudais, a educação feminina foi se processando. Mas a mulher do povo, em regra, era iletrada, ignorante e sem acesso à cultura.

O Renascimento, longe de trazer a lume os direitos obscurantados pelas trevas herdadas da Antiguidade e dos tempos medievais, foi quadro de uma grande perplexidade: existiam tanto mulheres míseras, famintas e calejadas do trabalho doméstico quantas condessas e princesas, que viviam no luxo, se divertindo muito para preencher o tempo livre do qual dispunham. Não obstante situações e realidades tão diversas, todas eram tratadas com igual desprezo, conservando as mesmas injustiças da Idade Média...

O Capitalismo Contemporâneo, da segunda metade do século XIX, assiste ao desenvolvimento socialista e, concomitantemente, ao antifeminismo pregado até mesmo nos sindicatos pela supressão do trabalho feminino em virtude da concorrência. Na vida política, entre 1914 e 1939, as mulheres obtiveram o direito de voto em mais de 28 países; em nações importantes, como Itália e França, isso só ocorreu na pós-Segunda Guerra.

A Segunda Guerra Mundial, como um furacão de fome, miséria e trabalhos forçados, levou consigo importantes parcelas da herança cultural da humanidade. A mulher, como maioria das populações em cada país, foi uma das principais vítimas do nazi-fascismo. "A mulher, mais do que nunca, desceu às condições de parideira e simples dona-de-casa. Muitas outras nas condições de prisioneiras, foram usadas no trabalho escravo ou como cobaias nos laboratórios onde se faziam as mais cruéis experiências. E em todo o mundo elas foram chamadas às frentes de batalha para lutar e às fábricas para produzir armas e alimentos para o front".

Terminada a guerra, em 1945, os homens retomam seus postos, perdendo a mulher, o terreno conquistado, com o aviltamento dos salários e o preconceito do trabalho da mulher casada. Todavia, um “novo horizonte estava por desabrochar...” (todo esse trecho histórico é da monografia, premiada em 13 de dezembro de 2000 pela OAB, da advogada Soraya Gulhote Kuhlmann), intitulada "A mulher frente aos direitos da personalidade".

Com essa viajem pela história, sinto que talvez seja por isso, que a justiça, a felicidade e a esperança sejam todas femininas. Será , apenas coincidência ou o indício de uma verdade incontestável? Ao refletir, vejo com alegria que inúmeras mulheres já estão fazendo diferença como vejo também com profundo pesar que algumas estão ao contrário, deixando passar a oportunidade se perdendo pelos atalhos da vida, preferindo mais o “ter” do que o “ser”.

Como sou do time das otimistas e sempre alimentada pela esperança, sei que haveremos de encontrar um denominador comum, onde aceitaremos de fato, de que a verdade, os direitos e deveres, não pertencem apenas aos homens ou as mulheres, gays ou lésbicas, tribos ou religiões e sim a humanidade toda. Portanto, parabéns a todas as mulheres que de fato, fazem a diferença e aos homens inteligentes que compreendem, aceitam, apoiam e respeitam essa “mulher”.

Inês Martins é produtora cultura, escritora, autora do concurso literário "Casos Lembrados, Casos Contados", direcionado às pessoas com idade acima de 60, poetiza, palestrante da maturidade, vovó blogueira e escreve neste espaço toda quarta-feira (www.vovoantenada.com.br)

Mulheres Cidadãs

Paiva Netto


De 27 de fevereiro a 9 de março de 2012, na Sede da ONU, em Nova York/EUA, ocorre a 56a sessão da Comissão do Status da Mulher. No ensejo, a LBV apresenta recomendações para as autoridades participantes.
Na revista “Boa Vontade Mulher” — preparada para o evento — defendo que o futuro do mundo depende essencialmente da atenção e da magnanimidade de suas mulheres. Temos extraordinários exemplos delas em todos os países, desde as mais destacadas às mais simples, a começar pela mais singela das mães. Aqui exalto, por oportuno, a grandeza da doceira de Goiás, no vasto interior do Brasil, e exímia poetisa Cora Coralina (1889-1985). Tendo apenas instrução primária, ela publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade. A escritora tem seu rosto retratado no painel “A Evolução da Humanidade”, no Salão Nobre do Templo da Boa Vontade, situado em Brasília/DF, Brasil. Disse a saudosa Cora: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
É o talento do povo bem instruído e espiritualizado que transforma miséria em riqueza! A fortuna de um país situa-se, antes de tudo, no coração solidário e na consciência esclarecida de sua gente. É neles que se encontra a capacidade criadora. É assim em todas as nações. Há muito levantara-se Benjamin Franklin (1706-1790) para dizer: “A verdadeira sabedoria consiste em promover o bem-estar da Humanidade” (...).

PERY RIBEIRO
Diz velho aforismo popular que “filho de peixe, peixinho é”. Essa máxima foi demonstrada no talento de um dos maiores expoentes do canto popular brasileiro, com destaque para a Bossa Nova, o amigo e cantor Pery Ribeiro que voltou à Pátria Espiritual na manhã da última sexta-feira, 24/2, aos 74 anos. Filho de Dalva de Oliveira (1917-1972) e Herivelto Martins (1912-1992), foi o primeiro intérprete da famosa composição “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, nos idos de 1963.
O saudoso Pery Ribeiro gostava muito de ir ao Templo da Boa Vontade: “Cada vez que vou a Brasília, jogo as malas no hotel, vejo se tenho ensaio, pego um táxi e vou lá para o TBV, pois quero me energizar. Ali não importa de qual religião você é. O importante é estar dentro da Pirâmide e se energizar pelo que ela lhe oferece. E quando sai, a gente se sente leve, é uma sensação muito gostosa, de energia interior forte”. Durante entrevista ao programa “Samba e História”, da Boa Vontade TV (Canal 23 da SKY), Pery fraternalmente se expressou. O registro vem na revista Boa Vontade, edição 202, de junho de 2005: “Quero mandar um abraço ao Paiva Netto. Eu o conheci há muitos anos, na época do grande Alziro Zarur, e o Paiva deu continuidade à LBV. É algo maravilhoso. Sei que ele gosta muito de mim e eu gosto muito dele. Temos uma admiração mútua e desejo que Deus lhe dê vida longa para continuar essa Obra maravilhosa, a qual ele deu prosseguimento de uma forma magistral e divina”.
Estimado Pery, a recíproca é verdadeira. Que o Pai Celestial o ilumine na nova jornada de sua existência, confortando o coração de seus entes queridos. Os mortos não morrem.

VIOLÊNCIA QUE ASSUSTA
Estamos consternados com o ato de violência praticado contra dois moradores de rua, no sábado, 25/2, em Santa Maria/DF. Conforme noticiou a mídia, um grupo de jovens ateou fogo nos mendigos enquanto dormiam. Depois de internados, um dos sem-teto, de 26 anos, faleceu no domingo, e o outro, de 42 anos, permanecia, até o fechamento desta coluna, em estado grave. Tamanha desumanidade requer dos órgãos constituídos e da sociedade urgentes medidas de prevenção. Um episódio que chama aos brios nossa condição de humanos.


Paiva Netto é Jornalista, radialista e escritor.

Carmen Miranda foi em sua época um dos maiores salários de Hollywood

Carmen Miranda
9 de fevereiro de 1909, Marco de Canaveses (Portugal)
5 de agosto de 1955, Beverly Hills (EUA)


Nascida em Portugal, Maria do Carmo Miranda da Cunha tornou-se brasileira por adoção, pois sua família mudou-se para o Rio de Janeiro quando ela tinha apenas 1 ano de idade.

Apesar da resistência dos pais, Carmen Miranda sempre desejou ingressar na carreira artística. Trabalhando desde os 14 anos, primeiro em uma loja de gravatas, depois em uma chapelaria, Carmen cantava em festas que aconteciam pela cidade.

Em 1929, graças ao apoio do compositor Josué de Barros, gravou seus primeiros discos: pelas gravadoras Brunswick e RCA Victor. O sucesso chegou em 1930, com a marchinha Pra você gostar de mim (ou "Taí"), de Joubert de Carvalho. Em 1933, realizava sua primeira turnê internacional, cantando na Argentina (Buenos Aires), para onde voltou no ano seguinte. Já era chamada de "a maior cantora brasileira" ou "a cantora do it".

Depois de estrear no filme "Alô, alô carnaval", foi contratada - juntamente com sua irmã, Aurora Miranda, também cantora - para fazer parte do elenco permanente do Cassino da Urca, o local de shows mais famoso na década de 1930.


Sucesso nos EUA
Foi nesse cassino que, em 1939, Carmen conheceu o empresário norte-americano Lee Shubert, que a levaria para os EUA, juntamente com o Bando da Lua (o grupo musical que a acompanhava em suas apresentações).

De maio de 1939 a 1953, Carmen Miranda atuou em inúmeros filmes de Hollywood, além de se apresentar em programas de rádio e de televisão, casas noturnas e cassinos, chegando inclusive a a fazer parte de um show na Casa Branca.

Casada, em 1947, com o norte-americano David Sebastian, Carmen Miranda era, desde o ano anterior, um dos maiores salários de Hollywood.

A decadência, contudo, parece ter começado com o casamento. Seu marido, que também era seu empresário, não conduziu adequadamente os negócios. Além disso, Carmen tornou-se alcoólatra e dependente de barbitúricos. De volta ao Brasil em 1954, submeteu-se a um tratamento de desintoxicação, mas com resultados apenas parcialmente positivos.

De volta aos EUA em abril de 1955, reiniciou as exaustivas turnês e, no início de agosto, apresentou-se no programa do comediante Jimmy Durante, quando teve um mal-estar. Nessa mesma noite, depois de cantar para amigos em sua residência e recolher-se, sofreu um ataque cardíaco fulminante.

O corpo de Carmen Miranda foi transladado para o Brasil. O cortejo fúnebre reuniu cerca de meio milhão de pessoas. No Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de janeiro, o governo criou o Museu Carmen Miranda.

Entre as canções interpretadas por Carmen, algumas permanecem até hoje no imaginário popular: "Chica-chica-bum-chic", Isto é lá com Santo Antônio, O que é que a baiana tem?, "O tique-taque do meu coração" e "South american way".


Enciclopédia Mirador Internacional; Folha de S. Paulo

O PNE na visão do Governo Federal| Revista Educação

O PNE na visão do Governo Federal| Revista Educação

Livro de educadora norte-americana é traduzido para o português

Batizado de Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano - Como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação, título foi traduzido pela editora Sulina

Por Deborah Ouchana


Líder do movimento para a criação de um currículo nacional nos Estados Unidos, Diane Ravitch foi secretária-adjunta de Educação e, curiosamente, uma das grandes defensoras do modelo corporativista de educação e de políticas que disseminam os testes padronizados e a bonificação por desempenho. Após perceber que tais medidas não estavam produzindo os resultados esperados, Ravitch reavaliou sua posição e publicou um livro que abalou o meio educacional norte-americano, traduzido agora para o português pela Editora Sulina.

Vida e morte do grande sistema escolar americano - Como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação (The death and life of the great american school system - How testing and choice are undermining education, nome em inglês) é uma crítica às idéias mais populares de hoje para a reestruturação das escolas, como a privatização do ensino, os testes padronizados, a responsabilização punitiva e a multiplicação de escolas autônomas. Usando exemplos de grandes cidades como Nova York, Philadelphia, Chicago, Denver e San Diego, a educadora analisa por que o modelo empresarial não é o caminho apropriado de melhorar as escolas.

Educar Educador 2012 - Com o tema "Família, Sociedade e Escola: onde pretendemos chegar?", evento reunirá educadores para discutir os principais temas da educação



De 16 a 19 de maio, será realizada a 19ª edição da maior feira sobre educação da América Latina, a Educar Educador 2012, em São Paulo. O evento reunirá educadores brasileiros e internacionais para discutir os principais temas da educação. A equipe da revista Educação também estará presente no encontro. A editora Beatriz Rey apresentará o talk show com o sociólogo Simon Schwartzman sobre o impacto dos rankings e dos índices de avaliação na gestão da instituição de ensino. Camila Ploennes, subeditora de Educação, conduzirá um talk show sobre o tema desafios do relacionamento entre professor e aluno, escola e família, com o psiquiatra Içami Tiba.

Este ano, o tema central do evento é "Família, Sociedade e Escola: onde pretendemos chegar?", com o objetivo de discutir o papel de cada uma destas entidades dentro da formação educacional e do desenvolvimento humano.

Serviço: 19ª Educar Educador - Congressos e feira internacional de educação
Data: 16 a 19 de maio de 2012
Local: Local: Centro de Exposições do Imigrante - Rodovia dos Imigrantes, KM 1,5 - São Paulo
Inscrições: http://www.futuroeventos.com.br/educar/congresso-educador/inscricoes/

16 de maio, quarta-feira, das 18h às 19h30
Como superar os desafios do relacionamento professor x aluno e escola x família, nos tempos atuais
Içami Tiba
Apresentação: Camila Ploennes
Educador - Talk Show

19 de maio, sábado, das 8h30 às 10h
O impacto dos rankings e dos índices de avaliação na gestão da instituição de ensino
Simon Schwartzman
Apresentação: Beatriz Rey
Management - Talk Show

A programação completa da Educar Educador 2012 pode ser vista no link http://www.futuroeventos.com.br/educar/wp-content/themes/twentyeleven/programacao.html


Vagas no ensino médio

Déficit docente em disciplinas como física e química levanta a possibilidade de especialistas trabalharem em sala de aula, apesar de a ideia encontrar resistência

Gabriel Jareta

A falta de professores nas disciplinas específicas do ensino médio é um dos cenários mais agudos do déficit de docentes na Educação Básica brasileira. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a demanda de professores para as disciplinas de física, química e biologia está em 56,6 mil para cada uma delas, mas o número de docentes está distante do esperado. Para química, por exemplo, o país conta hoje com 8,4 mil licenciados em exercício, enquanto que, para física, o número é ainda menor: apenas 6,1 mil docentes com licenciatura específica. Enquanto a formação não consegue suprir as lacunas imediatas, e com boa parte dos formandos desinteressada em seguir carreira na sala de aula, uma alternativa seria contar com profissionais especialistas aposentados, como engenheiros e economistas, para ocupar essas vagas. Embora a ideia funcione bem em países como os Estados Unidos, onde lecionar se torna uma opção de carreira para especialistas aposentados (veja texto), a ideia ainda encontra raros adeptos no Brasil.

"Seria interessante aproveitar esse pessoal aposentado, mas isso é muito esporádico. Não tem incentivo, é zero no ensino médio e alguma coisa no ensino técnico", lamenta o vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, Carlos Alberto Guimarães Garcez. Segundo ele, são dois os principais motivos que impedem essa aproximação: as más condições de trabalho (que incluem má remuneração e indisciplina) e a falta de didática adequada. "A aula não é só chegar lá e transmitir o conteúdo. Os poucos que se dedicam a isso são aqueles que já tinham um interesse na carreira", afirma. Já na indústria, por outro lado, os engenheiros aposentados são cada vez mais requisitados. "É uma pena, uma mão de obra qualificada que o Brasil não está sabendo aproveitar", conclui Garcez, que também coordena uma pós-graduação na Universidade de Taubaté.

Para a pesquisadora Selma Garrido Pimenta, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), é arriscado apostar as fichas na ideia de que especialistas de outros setores poderiam suprir as vagas. "Para ser professor é preciso uma formação pedagógica específica. O engenheiro sabe cálculo, mas pode faltar a ele o saber de como inserir a física dentro das questões didático-pedagógicas", diz. Na opinião dela, levar um especialista para a sala de aula sem formação pedagógica poderia acabar causando prejuízos dobrados: "Isso não vai nem resolver o problema do sistema nem satisfazer a eles". Além disso, aponta Selma, há a questão da má remuneração e da desvalorização da carreira do magistério: o físico ou químico que tem acesso ao mercado acaba ganhando mais do que dando aulas. "Por outro lado, e isso é até uma contradição, muitos se interessam pela carreira de professor (na rede pública) pela estabilidade", afirma.


Mão de obra desperdiçada | Revista Educação

Mão de obra desperdiçada | Revista Educação

Professores da rede pública dão aulas com diplomas falsos em São Paulo

Secretaria Municipal de Educação afirma que mantém uma comissão especializada em investigar fraudes desde 1991

As Escolas públicas de São Paulo têm professores que dão aulas com diplomas falsos. O Estado levantou 19 casos de professores que apresentaram títulos fraudados à Prefeitura de São Paulo e acabaram expulsos. A maioria permaneceu por poucos meses na rede, mas há quem tenha dado aulas com documentos falsos no município por até três anos - outros continuam nas redes estadual e de prefeituras vizinhas.

Na porta de uma Escola estadual na Vila Matilde, zona leste da capital, alunos aprovam as aulas de matemática da professora M.N.R. "Ela é brava, mas é boa professora", disse um aluno de 13 anos que tem aulas com ela na 8.ª série B. A professora passou em um concurso da Prefeitura de São Paulo em 2005, mas, na apresentação do título (de matemática), a Secretaria da Educação apurou que era falso. O caso foi encaminhado imediatamente para o Departamento de Processos Disciplinares (Proced), mas a investigação ficou parada e ela deu aulas até 2008 - quando, enfim, teve a posse anulada.

A falsa professora já lecionava na rede estadual, sem que o Estado duvidasse do documento - situação que permanece. A reportagem fez contato com ela, que bateu o telefone assim que foi informada do tema. "Vocês não têm o direito de tocar nesse assunto", gritou. A Secretaria de Educação afirmou que vai apurar o caso encaminhado.

Também exonerada pela Prefeitura da capital, R.S.G., de 57 anos, confessou ao Estado que comprou um diploma para tentar dar aulas na rede. "Estava desesperada e precisava de dinheiro. O cargo (de professora de desenvolvimento infantil) pedia diploma de magistério e eu não tinha. Então procurei uma pessoa no centro da cidade e comprei", diz ela. "Foi desespero, errei."

O caso ocorreu em 2004 e ela deu aulas por cerca de seis meses até ser desligada, em 2005. No primeiro contato, R.S.G. disse que havia pedido demissão da Prefeitura e depois abandonado a Educação - o que não é verdade. Hoje ela é diretora de uma Escola municipal no Parque Brasília, em Guarulhos - cargo que já ocupava antes de 2004. Questionada, defendeu-se: "Tenho diploma de Pedagogia, certinho, só comprei aquele". Na Escola, é conhecida por outro nome.

A diretora afirma ter se formado em Pedagogia na Universidade de Guarulhos (UnG). A instituição informou que ela foi aluna, mas não poderia confirmar se houve formatura. A prefeitura da cidade diz que apurará o caso.

Investigações. Dos casos ocorridos na Prefeitura da capital levantados pela reportagem, dez são de professores concursados e nove, de temporários. Todos foram descobertos pela própria secretaria municipal.

Os concursados incluem os dois casos já citados. Os oito restantes apresentaram falsos títulos para evoluir na carreira. Tinham habilitação, mas tentaram novo cargo e salário com outro diploma (neste caso, falso). Uma docente tentou virar coordenadora pedagógica. Servidores antigos também tentaram a fraude, como M.G.V.A.F., que atuava em uma creche na zona leste havia 17 anos.

Seis desses casos foram registrados neste ano. Em 2011, foram oito - todos de professorestemporários. A professora M.R.P.V. é um deles. Atuou na Educação infantil desde 2009 e tentou no ano passado uma nova posição no ensino fundamental. Mas apresentou título falso e foi descoberta. "Vi no Diário Oficial que ela forjou o diploma. Nem acreditei. Era séria", disse uma educadora que trabalhou com ela.

Outro professor, M.R.C.A., deu aulas por quase um ano na Prefeitura - até ter o contrato anulado em agosto de 2011. professor de artes, também lecionou até o ano passado em uma Escola estadual na zona sul de São Paulo. A secretaria não informou se também descobriu a fraude, mas a reportagem apurou que ele abandonou as aulas. Ele foi aprovado em concurso em Ferraz de Vasconcelos, mas, segundo a prefeitura dessa cidade, ainda não foi convocado. Atualmente, comanda uma adega.

O advogado Adib Kassouf Sad, presidente da Comissão de Direito Administrativo da OAB-SP, diz que os casos levantados são apenas uma parte da realidade. "As secretarias são vítimas, mas lamentavelmente os casos não são isolados. O trânsito de documentos é complexo e burocrático e fica muito difícil ter certeza absoluta da validade de todos."


Fonte: O Estado de São Paulo 07/03/2012

Desafio para os professores

Uso dos tablets nas salas de aula brasileiras impõe nova realidade aos docentes, que precisarão criar formas alternativas de interagir com os estudantes


Nos Estados Unidos, a educação digital já começa a gerar resultados. Um programa piloto realizado na Amelia Earhart Middle School, instituição da Califórnia, comparou o aprendizado de uma turma tradicional de álgebra com outro grupo que utilizou o tablet — no caso, o iPad — em conjunto com os livros e constatou que o uso da nova tecnologia melhorou o rendimento dos estudantes. Resultados apresentados pela publicação Houghton Mifflin Harcourt publisher mostram que as notas do segundo conjunto de alunos aumentaram o rendimento da matéria em 20%. O estudo é um dos primeiros sobre o tema, já que a ferramenta ainda é nova e deve passar por transformações no decorrer dos anos. O certo é que, em qualquer parte do mundo, a transição não pode ser dissociada da capacitação dos docentes.

No Brasil, o desafio não será apenas com o manejo do novo aparelho — novidade para muitos profissionais acostumados com práticas mais antigas — mas também englobará a autoridade nas salas de aula. “Os professores ainda não estão preparados. Essas novas tecnologias vão diminuir a distância cognitiva entre eles e os alunos. Um docente deve estar apto a ouvir um estudante dizer: ‘Tal site diz o contrário do que o senhor está explicando’. Ele deve ter conteúdo suficiente para indicar os melhores canais virtuais e passar o conteúdo”, ressalta Célio da Cunha, professor da faculdade de educação da Universidade de Brasília e consultor da Unesco.

Outros três especialistas da área de educação ouvidos pelo Correio afirmam que o sucesso da nova tecnologia depende da mudança de pensamento e do estilo de atuação dos educadores nas salas aulas. “De nada adianta um material inovador se os professores continuarem com a mesma metodologia. O conteúdo programático deve ser pensado para o uso da nova ferramenta. Novas mídias demandam formas diferentes de se comunicar”, analisa o especialista na área de tecnologias da educação da UnB Gilberto Lacerda.

A digitalização dos livros, que não mudaria o estilo de ensino, mas apenas o meio, é citada como um exemplo claro dessas práticas mais simplistas. Já as alternativas de trabalhar com o tablet podem seguir a criação de obras totalmente interativas e digitais, como no Sigma, ou podem também servir de complemento para o aprendizado com materiais didáticos convencionais, a exemplo do que será feito no Marista e Leonardo da Vinci. No primeiro colégio, a implantação da nova tecnologia começará em uma turma piloto. Após o carnaval, 40 estudantes de uma turma selecionada receberão aparelhos comprados pela própria escola para testar a eficácia da tecnologia.

Durante todo o ano, o desempenho do grupo será analisado e comparado com uma turma inserida no sistema tradicional de ensino. Fatores como retenção do conteúdo e aprendizado serão objeto de estudo. “Vamos trabalhar com prudência. O tablet é uma ferramenta excelente, mas não vamos pensar que é uma varinha de condão com a capacidade de trazer o mundo da tecnologia para a escola. Queremos avaliar os resultados para pensar no melhor modelo de inserção do aparelho”, afirma José Leão da Cunha Filho, diretor-geral do Marista. Por enquanto, a instituição não pensa em substituir livros. A ferramenta será utilizada em conjunto com o material impresso.

No Leonardo da Vinci, a inovação chegou primeiro às aulas de física. Um grupo de professores da disciplina desenvolveu uma ferramenta digital interativa para que os alunos tenham exemplos concretos e possam entender melhor o conteúdo. “É uma forma de levar o laboratório para dentro da sala pelo meio virtual”, explica o coordenador da equipe, Robert de Alencar Cunha. Por enquanto, o uso do tablet não será obrigatório. Os interessados podem comprar os fascículos, por R$ 7 cada e instalar no aparelho ou celular. Se desejarem, podem comprar apenas a apostila impressa.

Compartilhar ideias
O professor de sociologia do Marista Leandro Grass passou por curso ministrado pela escola para a introdução do conteúdo digital. Desde o ano passado, ele procura assuntos interessantes e complementares para as aulas que vai ministrar na turma escolhida para integrar o projeto-piloto. “Temos que adotar a mentalidade de compartilhar ideias. É preciso estar antenado para saber quais são os sites seguros a indicar aos alunos. Além disso, a humildade de discutir as diferentes referências será essencial”, avalia.

Para ele, a inovação é positiva, já que vai estimular os docentes e dar novas possibilidades de ensinar. “Na aula de geografia, os alunos verão os mapas, compararão lugares. Nas de física, poderão ver as fórmulas, os experimentos. Na de sociologia, será possível mostrar fotos sobre a evolução ou de outros assuntos abordados”, enumera Grass.

Rodrigo Timm, 16 anos, e Julia de Moraes Elias, 15, estão ansiosos para saber qual turma vai ganhar os tablets comprados pela escola. A adolescente já pensa no ganho para o meio ambiente e na redução do uso de papel, além dos benefícios educacionais. “Vai dinamizar o aprendizado, vamos poder ver gráficos nas aulas de matemática. A gente nasceu na era da tecnologia, nada mais natural do que a utilizarmos isso na sala de aula”, aposta. Rodrigo faz planos. “Se a minha turma ganhar o tablet, ficarei mais animado para estudar. Pensei que ia terminar o colégio sem passar por essa experiência. Quero muito ter essa oportunidade”, finaliza

Pioneiro
O iPad foi o primeiro modelo de tablet a ser apresentado no mercado. O aparelho foi anunciado em janeiro de 2010 pela Apple em uma conferência para a imprensa na cidade de São Francisco, Estados Unidos. Em 30 de novembro do mesmo ano, o equipamento chegou às lojas brasileiras e vendeu cerca de 64 mil unidades. Em 2011, 400 mil novos aparelhos foram adquiridos no país.

Para saber mais

Conteúdo digital

É comum confundir os termos digitalização e digital. A diferença entre eles, porém, pode ser determinante para o sucesso do uso dos tablets nas salas de aula. Digitalizar significa basicamente escanear um material impresso que já existe e passar para o computador.

Um processo que pode ser comparado com os livros digitais, lidos em extensões como PDF, HTML e ePUB, em celulares ou tablets. O usuário desse tipo de tecnologia deseja somente ler o material em um meio diferente. O conteúdo digital, por sua vez, possibilita interação, relaciona os assuntos e agrega conhecimentos de diversas matérias em uma só. É criado especificamente para as novas tecnologias.

Entrevista Samantha Kutscka

Tecnologia atrai alunos, diz especialista
A introdução dos tablets nas salas de aula é inevitável e pode servir para atrair a atenção dos alunos para o conteúdo acadêmico, mas é preciso dar especial atenção à adequação da linguagem para a nova plataforma e à formação dos professores.

A opinião é da coordenadora executiva de projetos da Escola do Futuro, do núcleo de pesquisas da Universidade de São Paulo (USP), Samantha Kutscka. Em entrevista ao Correio, a especialista, que investiga novas tecnologias aplicadas à área de educação, afirma ser necessário transformar o método de ensino para se obterem resultados. Investir apenas na mudança da mídia, de acordo com ela, não traria progresso algum. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

A senhora acredita nessa ideia de que o lápis, a caneta e o papel vão desaparecer das escolas?
Não vejo a possibilidade de isso acontecer. Não preparamos o aluno para um mundo de certeza, claro. Mas, hipoteticamente falando, se uma instituição ficar sem energia ou houver algum evento complexo envolvendo os aparelhos, o lápis e o papel vão ser a solução. Acredito que eles não vão deixar de existir nunca. Também há um processo de desenvolvimento da cognição, onde você ensina a criança a escrever com a mão. Nesse caso, você não vai alfabetizar alguém com um tablet. Se usarmos um exemplo atual, você vai ver que ninguém deixou de fazer conta com a mão porque apareceu a calculadora. Há nove anos, quando entrei na Escola do Futuro, havia uma resistência dos professores em usar o computador. Não é diferente hoje. Podemos esperar isso a partir da introdução de qualquer nova tecnologia nas escolas.

E quanto ao desvio da finalidade do aparelho, quanto à possibilidade de dispersão por parte do aluno. É realmente um risco que se corre?
Acredito fortemente que o papel do professor não deixa de existir, ele simplesmente muda. Os pais têm, realmente, uma preocupação com a relação do filho e a tecnologia. O professor, por sua vez, com a dispersão do aluno. Mas, hoje, a maioria dos pais trabalha fora e os filhos, quando não estão sob o olhar deles, ficam sujeitos a diversos conteúdos. Não tem como fiscalizar, policiar em 100% do tempo. Tirando a censura, não tem o que fazer. Nesse sentido, acredito que a orientação do professor surge como algo fundamental. Ele deve apresentar conteúdos, mostrar o que deve e o que não deve ser acessado, afinal, a censura não agrega nada. Ela apenas aguça, atrai a pessoa para o proibido.

A senhora acredita que pode haver um agravamento do desnível entre as escolas públicas e as particulares, uma vez que essas últimas vêm incorporando primeiro esses aparelhos?
Esse desnível sempre existiu em praticamente tudo. As escolas privadas acabam sendo mais pioneiras nessa área de tecnologia, principalmente porque têm recursos. Seria incoerente dizer que isso não acontece. Agora, a capacidade de aprender do aluno de uma escola pública é a mesma da de um de uma escola particular. Tudo depende de como você ensina. O governo tem capacidade de fazer algo bem melhor que uma escola particular, afinal ele é um, digamos, polvo com milhões de tentáculos, enquanto uma escola particular está sozinha ou pertence a uma rede. É necessário apenas fazer.

E a capacitação dos professores, a senhora acredita que realmente esse é um desafio?
Sim, porque as gerações são diferentes e, por isso, entendem a tecnologia de forma diferente. Existe certa resistência, mas ela passa. A formação do professor começa com uma quebra de paradigma, pois não se trata apenas de mostrar ao profissional como usar o aparelho, mas de fazê-lo reconhecer potenciais pedagógicos naquilo. Incorporando uma nova tecnologia, você acaba agregando mais trabalho ao educador e ele, normalmente, não está satisfeito com a remuneração que recebe. Então, nesse caso, você deveria incluir uma bonificação, um estímulo a esses professores.

Vem se falando também da insegurança que andar com um aparelho de alto custo pode trazer ao aluno. O que a senhora pensa sobre isso?
Acho que pode ser um risco sim, mas não tenho uma opinião sólida sobre o assunto. Acredito que, quando a tecnologia se popularizar, os preços irão cair e talvez não fique tão perigoso andar com o tablet. Pensar nisso no âmbito das escolas públicas depende da aplicabilidade, afinal, ainda não sei se o aparelho vai sair da escola ou não vai. De toda forma, não acredito que os assaltantes vão se apoderar dos entornos das escolas como um alvo primário. Afinal, hoje vejo muitos alunos de escolas particulares carregando notebooks, smartphones.

Quais são as maiores vantagens em usar esses aparelhos nas escolas?
Atratividade. Esse é o grande diferencial. Uma questão muito complexa é que as pessoas não aprendem da mesma forma. Por isso, quando você tem um conteúdo multimídia, você tem possibilidades maiores e melhores de transmitir um conteúdo de várias formas.

E qual a grande preocupação na introdução desses aparelhos no ambiente escolar?
Adequar a linguagem e formar o professor. O que você não pode fazer é simplesmente transformar um livro impresso para digital. O conteúdo deve ser repensado, você tem que aproveitar o potencial daquela plataforma. No caso de livros, você tem praticamente que os recriar. Sabemos, por experiência, que não adianta apenas trocar a mídia para que o aluno assimile o conteúdo.

Fonte: Correio Braziliense / Manoela Alcântara 06/03/2012

"A valorização do professor começa pelo piso", diz Mercadante

Em entrevista ao iG, ministro afirma que reajuste tem amparo legal e defende recursos do pré-sal para auxiliar municípios

Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, valorizar os professores brasileiros é meta fundamental para o País. Desde que assumiu o comando do ministério, ele anunciou a distribuição de tablets para os docentes do ensino médio, programas de formação, bolsas de estudo. Mas admite que cumprir o piso salarial do magistério deve ser a primeira medida de Estados e municípios para valorizar esse profissional.

Em entrevista ao iG, Mercadante afirmou que essa não é uma tarefa fácil e que há um limite de contribuição do ministério nesse sentido. “Temos outras responsabilidades a cumprir no apoio às prefeituras”, lembra. Garantir recursos do pré-sal para a educação, na opinião dele, pode ser uma boa solução para auxiliar os gestores municipais e estaduais a garantir melhores salários aos educadores.

Durante a conversa de quase uma hora, o ministro ressaltou que os cálculos feitos pelo MEC para reajustar o valor do piso são baseados em determinações legais – rebatendo de forma discreta as críticas feitas pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, de que o ministro teria “opinião furada” sobre esse assunto.

Em pouco mais de um mês à frente do MEC – cujo orçamento é dez vezes maior do que o da Ciência, Tecnologia e Inovação, antigo cargo de Mercadante –, o ministro se diz maravilhado com o desafio. “É um ministério complexo, com uma agenda dinâmica, dimensões imensas. Eu considero o maior desafio estratégico do Brasil ter uma educação de qualidade para todos”, afirma.

Nos próximos meses, Mercadante espera anunciar novos projetos para a alfabetização e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Um novo programa para a educação no campo será anunciado ainda este mês. Confira os principais trechos da entrevista:

iG: Ministro, quais serão suas prioridades à frente do Ministério da Educação?
Aloizio Mercadante: Nosso primeiro esforço é acelerar o programa de creches e pré-escolas. Nós estamos contratando 1,5 mil creches por ano, no entanto, as prefeituras só estão conseguindo construir as creches num prazo de dois anos e meio. Montamos uma força-tarefa para, nos próximos 60 dias, verificarmos quais as medidas complementares podemos oferecer aos prefeitos e estamos terminando um estudo com o Inmetro para oferecermos serviços de engenharia de novos métodos construtivos, tipo estruturas pré-moldadas e novas tecnologias para acelerarmos isso. A deficiência é grande. Na pré-escola, estamos com 80% dos alunos matriculados, mas na creche temos em torno de 26% de cobertura.

A segunda grande prioridade é alfabetizar na idade certa. Essa eu diria que é uma das grandes prioridades dessa gestão, porque nós temos uma disparidade muito grande. Só 4,9% das crianças do Paraná não são alfabetizadas até os 8 anos de idade. Em Santa Catarina, 5,1%, para darmos bons exemplos. Quando você vai para o Nordeste, em Alagoas, 35% das crianças não são alfabetizadas na idade certa. Quando há creche e pré-escola, você tem mais chance de alfabetizar na idade certa, por isso esse nosso esforço. Nós temos de formar os professores de forma continuada; ter material pedagógico consistente e disponível; precisamos motivar os professores, premiando e valorizando os resultados que venham a ter e temos de avaliar as crianças.

iG: O programa alfabetização na idade certa vai incluir todas essas ações? Quando ele começará a funcionar?
Mercadante: Todas. É um projeto bem completo. Analisamos as melhores experiências do Brasil para formatar esse projeto. Nesta quinta-feira, vou participar do encontro do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e quero discutir o projeto com eles. É importante ouvir deles contribuições, esse tem de ser um grande pacto nacional. Nós vamos disponibilizar recursos, materiais, formação para os professores e motivá-los no programa. O melhor instrumento para isso é um novo programa, o Escola sem Fronteiras, que promoverá estágios desses professores nas melhores escolas do Brasil e do exterior. O pessoal da Capes está estudando as modalidades possíveis, mas estamos pensando no período das férias.

iG: O programa também prevê a oferta de bônus financeiro aos professores que tiverem bons resultados?
Mercadante: Até agora, a forma que achamos mais consistente de estimular os professores é com a bolsa do Escola sem Fronteiras. Também tem de dar algum estímulo para escola. Ela também tem de ser valorizada pelos resultados. Nós vamos discutir com os secretários de Educação para concluirmos o desenho desse programa em parceria, de forma consistente.

Nós estamos lançando também ainda agora em março, o Pronacampo. Só 15,5% dos jovens do campo estão no ensino médio. No campo, 23,2% de todas as pessoas com mais de 15 anos não estão alfabetizadas. O campo precisa ter um outro olhar por parte do Estado.

iG: O senhor poderia adiantar quais serão as ações práticas desse programa?
Mercadante: Toda a produção de material didático vai ser nova, focada no campo. Vamos oferecer também um programa de formação de professores voltado para isso; construir novas escolas, inclusive escolas com alojamentos. Nos últimos sete anos, tivemos mais de 30 mil escolas fechadas no campo. Estamos fixando também que, para fechar uma escola, a prefeitura ou Estado seja obrigado a consultar os conselhos estaduais e municipais de educação. Vamos estabelecer alguns critérios para o fechamento de escolas acontecer. Às vezes, é necessário, mas tem havido uma política de reduzir despesas, transferindo o ônus para o aluno. É muito mais fácil e barato para uma prefeitura, em vez de ter uma escola no interior, comprar um ônibus e fazer o aluno andar 100 km pra ir e mais 100 pra voltar.

No ensino médio, o que nós identificamos é uma evasão escolar muito alta. Uma parte é por causa da defasagem idade-série que vai se acumulando e se manifesta no ensino médio com o abandono da escola. A outra é que, para grande parte dos alunos, é preciso associar trabalho e educação, o que vamos fazer com o Pronatec. Além disso, a escola precisa ficar mais interessante. Um dos instrumentos mais importantes e rápidos nesse sentido é a distribuição do tablet com projetor digital, para que o professor melhore e crie um ensino interativo na sala de aula. Estamos distribuindo lousa digital, vamos dar toda a produção do Khan Academy, traduzida em parceria com a Fundação Lemann, e o Portal do Professor já tem 15 mil aulas prontas. Esse material vai dar um salto de qualidade na sala de aula.

iG: O senhor acredita que distribuir esse material muda a divisão cultural entre professores e alunos no que diz respeito à tecnologia?
Mercadante: O arranjo social da escola é do século 18. Os professores são do século 20 e os alunos, do século 21. Eles são nativos digitais. Temos que chegar no aluno. Começando pelo professor, a gente chega mais seguro. É inimaginável um professor do século 21 não poder entrar no Google. Isso vai mudar. Nós já vamos até aumentar a distribuição. Além de dar o tablet aos professores do ensino médio, vamos estender o programa para todos os alunos que participam do Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid). Os universitários que estão se formando e fazendo estágio na escola pública vão ter o equipamento, para que eles cheguem na escola preparados para trabalhar novas tecnologias para a educação. Fizemos um seminário com 27 grupos de pesquisa do País na semana passada e a avaliação da inclusão digital na escola é excelente. Estamos montando um relatório completo agora. Todos têm a avaliação de que o processo gera motivação, criatividade, interatividade. É uma mudança de paradigma, que o Brasil tem de enfrentar.

Fonte: iG 06/03/2012

Educação - O POVO Online

Educação - O POVO Online

Governo vai fazer parcerias com as prefeituras para acelerar construção de creches no país, diz Mercadante

Espaço Escolar

Sabrina Craide/Agência Brasil

Brasília – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nessa terça-feira (7) que o governo vai trabalhar em parceria com as prefeituras para acelerar o ritmo de construção de creches e pré-escolas no país. Segundo ele, a maior dificuldade não está na liberação de recursos, mas na demora para a construção das novas escolas. “Estamos buscando novos métodos de construção, mais modernos com custos competitivos para acelerar a construção das creches”.

O ministro estima que o tempo de construção de uma creche, que hoje é de cerca de dois anos, mais seis meses de licitação, caia para seis meses no total. A contratação da empresa responsável pela construção deverá ser feita por adesão a uma ata de preços, o que dispensa a licitação. O novo método, que ainda está sendo estudado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da educação (FNDE), deve começar a ser implementado a partir do segundo semestre deste ano. A meta do governo é construir 6 mil creches e pré-escolas até 2014.

O estudo De Olho nas Metas, feito pelo movimento Todos Pela Educação, apontou que as crianças de 4 e 5 anos têm a menor taxa de atendimento (80,1%). “A pré-escola prepara a escola para alfabetizar, ela [a criança] já chega pronta para ler e escrever e aprender as primeiras contas”, avalia. O ministro lembrou que nas famílias de baixa renda muitas vezes as crianças mais novas ficam sob os cuidados de irmãos maiores, o que prejudica também o aprendizado desses adolescentes

Mercadante anunciou que o governo vai lançar em breve o Programa Alfabetização na Idade Certa, para que as crianças saibam ler e escrever até os 8 anos de idade. O objetivo é mobilizar prefeituras e governos estaduais para disponibilizar aos alunos, em idade de alfabetização, as melhores salas de aula, os melhores horários, os melhores professores e o melhor material didático. “Se a gente não resolver esse inicio do processo pedagógico, vamos ter um alfabeto funcional e, em algum momento, isso vai aparecer, e pode aparecer no ensino médio com o abandono da escola”, disse.

O estudo do Todos Pela Educação também mostrou que 83,3% dos alunos na faixa de 15 a 17 anos, que corresponde ao ensino médio, estão inseridos no sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão de jovens fora da escola. Segundo Mercadante, uma das principais ações do governo para aumentar o número de alunos no ensino médio é aprimorar o ensino profissionalizante, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Profissionalizante (Pronatec).

“Uma parte expressiva dos jovens não está estudando porque está indo para o mercado de trabalho. E é importante que eles continuem estudando, mesmo que queiram se preparar para o mercado. Juntar essas duas coisas em uma mesma escola, acreditamos que teremos mais alunos e eles estarão mais preparados”.

A busca de inovações como o uso de tablets pelos professores, segundo o ministro, é outra ação do governo para diminuir a evasão no ensino médio. De acordo com Mercadante, até o fim do ano, cerca de 600 mil aparelhos deverão ser disponibilizados aos mestres.

Educação melhora em SP, mas ritmo é lento

Mesmo no 5º ano, que teve o maior progresso, crescimento é inferior ao do período 2008-2009

MARIANA MANDELLI , CARLOS LORDELO / ESTADÃO.EDU - O Estado de S.Paulo

O ensino básico da rede estadual paulista registrou, por meio do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), uma pequena melhora entre 2010 e 2011. Mesmo assim, as notas ainda são inferiores às obtidas nas avaliações de 2008 e 2009. Entre as séries analisadas, os melhores resultados estão novamente no 5.º ano do ensino fundamental.


As notas divulgadas ontem são dados preliminares do Saresp 2011, avaliação anual da rede, e se referem ao desempenho do 5.º e 9.º anos do ensino fundamental e 3.º do médio, em matemática e língua portuguesa (mais informações nesta página).

O 5.º ano foi o que mais avançou em 2011, registrando uma melhora de 4,6 pontos na média de português e 4,4 em matemática. O aumento é quase metade do registrado na pontuação entre 2008 e 2009, quando houve crescimento de 10,4 pontos em português e 11 em matemática.

As notas d0 9.º ano e do 3.º do ensino médio também aumentaram em 2011, mas de forma ainda mais tímida que no 5.º ano. No último ano do fundamental, por exemplo, a nota de matemática foi de 243,3 em 2010 para 245,2 em 2011 - em 2009 era 251.

"Houve uma queda de 2009 para 2010, mas em 2011 conseguimos reverter a tendência", afirma o secretário adjunto da Educação do Estado, João Cardoso Palma Filho. "Ainda não superamos 2009, mas estamos sinalizando um avanço muito importante, especialmente do 1.º ao 5.º ano do fundamental, no aumento do número de alunos nos níveis adequado e avançado."

Em português, o 9.º ano ficou praticamente estacionado, com aumento de 0,4. O ensino médio tem os piores índices: progrediu 0,5 em matemática e nada em língua portuguesa.

O Saresp avalia também os alunos do 3.º e 7.º do fundamental e o desempenho da rede em outras disciplinas. As notas dos estudantes são interpretadas por meio de uma escala de proficiência, em que se vê, por meio da pontuação atingida, o que os alunos sabem ou não em cada disciplina. No entanto, diferentemente dos anos anteriores, a Secretaria Estadual de Educação não divulgou a descrição das habilidades correspondentes à pontuação no nível de escala. Ou seja, não é possível saber qual conhecimento o aluno adquiriu ou não na avaliação de 2011.

De acordo com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a descrição varia anualmente, de acordo com a avaliação, e "só será possível conhecer a descrição detalhada dos níveis de proficiência após elaboração das análises pedagógicas dos resultados".

Problemas crônicos. Para educadores, apesar da pouca melhora, os dados devem ser vistos de forma positiva. "É pouco, mas avançou", diz a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha. Ela atribui o progresso ao trabalho dos professores.

Priscila Cruz, diretora executiva do movimento Todos pela Educação, afirma que o melhor desempenho do ciclo I do ensino fundamental ocorre porque existe mais clareza sobre o que o aluno deve aprender nos primeiros anos. "Por isso é importante ter um currículo nacional, que oriente o trabalho do professor em sala de aula", explica.

Os dados do ensino médio, para especialistas, são preocupantes. Para Wanda Engel, do Instituto Unibanco, não adianta ensinar conteúdos dessa etapa se o aluno não desenvolveu as competências no fundamental. "É tentar colocar coisas em cima de uma base inexistente", diz.

Escola de Tempo Integral, uma perspectiva de qualidade de ensino.

Iza Aparecida Saliés

O Ministério da Educação está fazendo um estudo para aumentar o tempo de permanência dos alunos nas escolas, ou seja, implantar as escolas de tempo integral na rede pública de ensino, segundo informação do ministro da Educação Fernando Haddad.

A pesquisa foi realizada pela Fundação Getúlio Vargas e a priori demonstrou que um aumento de dez dias no ano letivo pode elevar o aprendizado do aluno em até 44% no período de um ano. Foram analisados aproximadamente 200 estudos científicos tanto nacionais como internacionais, a partir dos quais elegeu 25 categorias relacionadas com o sistema educacional e avaliou como a alteração de cada um deles afeta o aprendizado dos estudantes. Um dos responsáveis pela pesquisa, André Portela, da Fundação Getúlio Vargas, disse que o objetivo foi avaliar o impacto de uma intervenção, tendo tudo mais inalterado

Foram consideradas também outras medidas de ampliação da exposição do aluno ao professor, tais como: o aumento da carga horária diárias dos alunos, a redução do número de turmas e do absenteísmo docente e a adoção de cursos de recuperação e de férias. André Portela afirma ainda que se todos esses itens formem de fato investidos, o resultado com política publica poderá contribuir para a implantação de cada uma das necessidades estruturais delineadas pela pesquisa.

O Ministério quer sugerir a ampliação dos dias letivos, de 200 para 220 dias e aumentar a jornada diária de quatro para cinco horas, ou utilizar as duas possibilidades. Nessa perspectiva de inovar a jornada escolar dos alunos que o Ministério da Educação pretende implantar nas escolas públicas do país precisa ter foco na sua finalidade precípua, que é a melhoria da qualidade do ensino, pois, sabemos que o fato de ampliar a carga horária do aluno não garante necessariamente que a educação vai melhorar, podendo gerar gastos desnecessários para o sistema de ensino.

Estudiosos e pesquisadores sobre educação acham que aumentar o número de dias letivos pode favorecer muito mais do que o aumento de horas diárias de aula para os alunos, uma vez que dessa forma não é necessário ampliar ou melhorar a infra-estruturar das escolas já existentes. Tanto a ampliação dos dias letivos com os de carga horária, ambos vão exigir do governo mais investimentos para a escola, o que gera sérias preocupações para o sistema.

A jornada escolar que amplia o tempo do aluno na escola precisa ser acompanhada de condições estruturais, físicas, de equipamentos, pedagógicas, de professores, e ainda assim, ela precisa estar amparada em estudos que apontam a possibilidade de impactar positivamente no processo ensino e aprendizagem.

Os especialistas já teceram seus comentários quanto à proposta, alguns vêem a proposta com restrições, tendo em vista, que ela só fará diferença de fato, no processo ensino e aprendizagem, caso esteja inserida no Projeto Político Pedagógico da escola e venha acompanhado de outras medidas, como o investimento na formação e valorização do professor, e digo mais, se for política de governo.

De acordo com Paulo Cezar Carrano, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), para ampliar a jornada escolar da escola que está posta, há necessidade de rever as condições que dispõe a rede de ensino, seria inviável considerando que contamos com escolas sem condição de oferta de tempo integral por falta de espaço, temos muitas escolas com prédios inadaptados, em decomposição, quebrado, derrubado, e mais, professores mal remunerados. Segundo ele, a escola de tempo integral precisa oferecer uma diversidade considerável de atividades, como, trabalhos pedagógicos de pesquisa fora do espaço escolar, trabalhos de arte, música, e outras atividades que surgirem da necessidade da própria escola.

E, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV as crianças brasileiras não passam, em média, mais de quatro horas por dia nas unidades escolares, o que parece muito pouco para desenvolver as atividades acadêmicas com os alunos, mas se bem utilizado pelos professores, pode render mais do que o desejado.

Assim, a escola passará a ser espaço um mais plural, com possibilidade diferente de ensinar e aprender, tanto no próprio espaço escolar como fora dele, contribuindo significativamente com a aprendizagem do aluno.

Somos cientes de que o aumento do tempo não define a qualidade da educação, mas é uma possibilidade a ser utilizada para fortalecer os processos pedagógicos da escola, quando levado em conta o currículo, a condição de trabalho, as condições dos professores e a condição dos alunos.

A escola de tempo integral é para os teóricos uma oferta diferenciada de ensino, com grandes chances de romper antigos paradigmas que estão impregnados na cultura escolar, como a evasão e o abandono, mas, para que isso aconteça, faz-se necessário que as escolas desenvolvam projetos que integrem atividades pedagógicas do currículo escolar do turno de estudo do aluno com as atividades que serão desenvolvidas no outro turno de modo que a carga horária seja organizada aproveitando da melhor forma possível o tempo dos alunos na escola.
O fato de estender o período escolar com projetinhos como de arte, jogos, tarefa sem a orientação de um professor e sem planejamento específico para as atividades desejadas, de nada adiantará, pois, os alunos vão dispersar sem que seja alcançado o objetivo principal, que é melhorar a qualidade do ensino.

Não podemos perder de vista o foco no currículo, o professor do contra turno deve participar das discussões curriculares, da composição das disciplinas na matriz curricular estabelecida no Projeto Político Pedagógico como também das atividades pedagógicas propostas pelo professor da disciplina. Os professores são responsáveis pelas atividades programadas e executadas no seu turno, portanto precisa tomar cuidado, pois o desempenho vai ser analisado pela coordenação pedagógica da escola e pelo professor do turno.

Quanto ao professor que vai trabalhar no outro turno do aluno, o mesmo precisa planejar junto com outro professor as atividades que deverão ser trabalhadas, assim o professor precisa buscar alternativas diferenciadas de trabalhar o currículo utilizando de metodologias diversificadas de modo a garantir a continuidade do processo ensino aprendizagem do aluno.

É atribuição do professor também, promover a articulação para unir os turnos que o aluno estuda, com base nos conteúdos curriculares, montar trabalhos produtivos, as atividades desenvolvidas nos turnos precisam ser integradas, porém, independentes, se assim não acontecer, não haverá sentido e nem finalidade, a escola de tempo integral.

Das experiências vivenciadas por algumas escolas que atendem em tempo integral, percebe-se que há valorização das tarefas mais livres, ou seja, as não pedagógicas, com as brincadeiras, as oficinas e ações com a comunidade, entretanto, as aulas que são para atender necessidades pedagógicas que não foram contempladas no turno, as relacionadas ao currículo, estas, parecem estar em segundo plano, sem conexão com as disciplinas do turno e tidas pelos alunos como uma coisa chata.

Referências

- CE João Bettega, R. Visconde do Ferro Frio, s/nº, 81050-080, Curitiba, PR.

- CIEP Frei Veloso, R. Franklin Távora, s/nº, 21710-030, Rio de Janeiro, RJ.
Artigo Turno e contra turno. Ercília Angeli, Maria de Salete Silva e Maria do Carmo Brant de Carvalho.

- Educação Brasileira em Tempo Integral, Ana Maria Villela Cavaliere, 240 págs, Ed. Vozes





MT- Ceja de Cáceres debate violência e saúde da Mulher

Na Semana da Mulher, o Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Professor Milton Marques Curvo , de Cáceres (222 km da capital), programa a partir desta quinta-feira (08.03) até o próximo dia 16, uma série de atividades para a comunidade estudantil (incluindo salas anexas) com foco na temática violência e saúde da Mulher.

Para debater os temas foram convidados médicos, que abordarão Saúde da Mulher; autoridades policiais tratando sobre Violência contra a Mulher; e professoras explanando As Lutas e as Conquistas das Mulheres na Sociedade Atual e A Mulher na Literatura.

Paralelamente estarão ocorrendo oficinas de beleza, culturais e premiações. Serão tratados corte de cabelo, maquiagem, manicure e penteados (tranças); declamação de poesias; músicas; e sorteios de alguns prêmios arrecadados no comércio local.

Segundo a coordenação do Ceja, todas as oficinas serão ministradas por alunos ou ex-alunos do próprio Ceja que” prontamente se dispuseram a realizar atividades que já fazem no seu dia-a-dia”, argumenta a coordenadora, professora Maria Domingas de Souza. Conforme ela, a prática fortalece o clima de cooperação e interação, fator preponderante da Educação de Jovens e Adultos.



Assessoria/Seduc-MT



Governo tomará medidas para aumentar o número de médicos no Brasil

Os ministérios da Educação e da Saúde pretendem aumentar o número de vagas para estudantes de medicina. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil conta com 1,8 médico para cada mil habitantes, um índice inferior ao de outros países latino-americanos, como Argentina, que tem três médicos por mil habitantes, Uruguai, que tem 3,7, e Cuba (6,7). De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a meta do programa será ampliar a quantidade de médicos no país para 2,5 por mil habitantes até 2020.

Para atingir esse objetivo, o MEC pretende aumentar o número de vagas nas instituições federais que já possuem cursos de medicina e criar novas faculdades de medicina em universidades que ainda não oferecem o curso. Vai também estimular universidades estaduais e particulares com boa avaliação a abrir novas vagas. “A diretriz é ampliar com qualidade, e, pela responsabilidade que é formar um médico, vamos trabalhar com as instituições de excelência, públicas e privadas”, disse o ministro.

Outra proposta é aumentar o número de oportunidades para residência médica no país, aumentando as vagas já existentes e buscando parcerias com hospitais de excelência, que não tenham ligação com instituição de ensino da medicina.

Além de enfrentar o problema da reduzida quantidade de médicos, a distribuição dos médicos pelo território nacional é outro desafio a ser superado. Alguns estados da federação – como Maranhão – têm menos de um médico por mil habitantes, enquanto o Distrito Federal supera 3,8 médicos por mil habitantes.


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Obras para 2014 chegarão ao aluno com material multimídia

Está aberto até 1.º de maio o período de pré-inscrição de obras didáticas para os anos finais do ensino fundamental referentes ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para 2014. A entrega dos exemplares para avaliação está prevista para o período de 7 a 11 do mesmo mês. As editoras, pela primeira, vez poderão apresentar objetos educacionais digitais complementares aos livros impressos. Esse novo material multimídia, que inclui jogos educativos, simuladores e infográficos animados, será enviado aos alunos com o material impresso.

Os novos livros didáticos trarão também endereços on-line para que os estudantes tenham acesso a material multimídia que complemente o assunto estudado. “O DVD é um recurso adicional para as escolas que ainda não têm internet, além de tornar as aulas mais modernas e interessantes”, diz a coordenadora-geral do programa do livro didático do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Sonia Schwartz.

O cadastramento das obras pelos detentores de direitos autorais deve ser feito na página do FNDE na internet.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Alunos perdem aula por falta de manutenção nas estradas

AlEliza Gund
de Alta Floresta


Nativa News

Caos nas estradas da zona rural em Mato Grosso

Todos os anos, um problema que se repete sem solução

Vias sem trafegabilidade, alunos sem conseguir chegar as suas respectivas escolas, de um lado o secretario de obras, de outro o coordenador de transporte escolar. Adelino Campião, secretário de obras diz que no período que antecede as chuvas, não houve condições de fazer os trabalhos de manutenção e prevenção das estradas, Adelar afirma que mesmo com os problemas das vias, os aluno9s estão chegando sim as suas escolas. Os pais reclamam que os filhos estão sendo prejudicados.

“Nessa época de chuva você acaba de tapar um atoleiro, forma-se outro em outro lugar. No ano passado nós estávamos com uma equipe de quatro patrol, dois caminhões, duas pás carregadeiras trabalhando e fizemos a 6º Sul, naquela época nós tínhamos no mês de Dezembro, uns 15 ou 20 dias, que daria pra nós termos feito um trabalho de patrolamento no 5ª Sul e 4ª Sul, deixar tudo arrumado, mas com o problema de não votação daquele suplemento (suplementação orçamentária), nós ficamos com os braços cruzados perdendo um tempo precioso, agora só resta pra nós, nesse período que tá chovendo muito ainda, só tapar os atoleiros e consertar pontes e bueiros”, destacou Campião, afirmando qu

e não há muito que possa ser feito pela secretaria em favor dos alunos e usuários de forma geral.

Adelar Fritzen, coordenador de transporte escolar, afirma que mesma havendo tantas reclamações, vindas principalmente dos pais, tudo que está ao alcance está sendo feito. “Dificuldades e alguns problemas existe sim, mas nada de anormal, em virtude das próprias chuvas, problemas nas estradas têm, e alguns ônibus um ou outro dia chegam atrasados”, frisou Fritzen destacando alguns problemas.

“Na 4ª Sul tivemos um problema de três dias que o ônibus não foi, um ônibus novo quebrou e precisou pedir peça de Cuiabá, demorou pra chegar e ficamos três dias sem aula. A 5ª Sul ficou interditada de sexta até hoje, em virtude de estrada, na Rio Verde está normal, com toda dificuldade, de problema de estrada ruim, esta fazendo a linha normal. Na Ouro Verde nós temos uma linha que esta chegando atrasado uns 20 minuto, por dois motivos, não esta acontecendo a baldeação que tinha o ano passado e aumentou a linha desse ônibus”, pontuou Fritzen , afirmando que as providencias que são possíveis, estão sendo tomadas.