quinta-feira, 24 de abril de 2014

MT - Seduc oferta 207 cardápios para merenda escolar


Pelo menos 16 milhões de refeições já foram servidas nas escolas da rede estadual de ensino de Mato Grosso somente neste início de ano letivo. O cardápio elaborado por uma equipe de nutricionista da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso  (Seduc-MT) proporciona às escolas, um total de 207 cardápios balanceados para os estudantes. 

 Segundo a nutricionista Lizia Soares Penido, o cardápio planejado, é uma forma de a escola ter controle sobre as verbas que são disponibilizadas para a merenda e consequentemente, evitar perdas. “O planejamento e exposição do cardápio por parte da escola também é uma forma para alunos e comunidade realizarem o acompanhamento”afirma.

Só no ano passado, mais de R$ 34 milhões foram disponibilizados para a merenda escolar entre recursos provenientes do Fundo Nacional para Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Governo do Estado em merenda escolar de qualidade aos R$ 450 mil alunos da rede estadual.

A Coordenadoria de Alimentação Escolar da Seduc informa que o Estado faz a complementação dos recursos da merenda escolar para os alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA), Ensino Fundamental, e também do Ensino Médio nas escolas instaladas no campo, assim como para as crianças das creches, os adolescentes do Ensino Médio Integrado, alunos da pré-escola, e da Educação Especial. 

Neste ano, duas – de um total de dez parcelas por parte do Estado destinadas a alimentação -  já foram repassadas, totalizando mais de R$ 400 mil.

Com a complementação, cada estudante de creche recebe R$ 1,20 para alimentação. Alunos da educação especial recebem R$ 1,70, do Ensino Médio Integrado R$ 0,30 e outras. Todas as 744 escolas são contempladas pelos recursos.

“Cada escola faz seu planejamento do cardápio para atender todos os dias letivos do mês. Esse planejamento é enviado para a Seduc que analisa se todos os critérios foram respeitados. Com este sistema implantado desde 2010, o gestor pode planejar as compras e ter menos chances de que o alimento seja perdido. O recurso é descentralizado, ele vai direto para a escola que fica responsável em adquirir a merenda” afirma a nutricionista.

Para os interessados em ter acesso aos cardápios planejados pela Seduc é só clicar no item “Alimentação Escolar”, localizado no canto inferior direito do site www.seduc.mt.gov.br. São disponibilizados os cardápios e modos de fazer que podem ser consultados tanto pela escola, alunos e sociedade em geral.

Aline Marques
Assessoria Seduc-MT

MT - Educação Quilombola: Discussões fortalecem ensino aprendizagem


A história da ocupação quilombola no país e a importância dos negros no processo histórico do Brasil e de Mato Grosso são temáticas abordadas durante formação promovida pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) tendo como alvo 30 educadores que atuam em escolas quilombolas do Estado. A atividade é realizada em conjunto com o Núcleo de Estudos e Pesquisa de Relações Raciais e Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso.

No total, os cerca de 500 professores quilombolas atuantes no Estado participarão de quatro módulos a serem desenvolvidos até o primeiro semestre do ano.  Neste mês, 30 educadores participam do módulo ‘Escravidão na História da Humanidade’, ministrado pelo professor e historiador Flávio Gomes.

Segundo o professor da Gerência de Diversidades Educacionais da Seduc,  João Bosco da Silva, a capacitação auxilia na compreensão sobre a importância da história dos quilombolas no Brasil e em Mato Grosso estimulando o aprendizado. Em cada módulo serão atendidos, no máximo, 30 educadores seguindo a parâmetros definidos  pela Secretaria de Formação Continuada e Diversidade (Secadi) do Ministério da Educação (MEC).

No Estado, cerca de  3,8 mil estudantes estão matriculados em unidades escolares quilombolas instaladas nos municípios de  Vila Bela da Santíssima Trindade, Barra do Bugres, Chapada dos Guimarães, Nossa Senhora do Livramento e Poconé.

Benedita Rosa da Costa, professora na escola Antônio Maria de Almeida na região de Poconé, conta que a importância de adquirir um conhecimento histórico dos quilombolas, é que os professores ensinarão  não apenas história, mas auxilia no reconhecimento de sua identidade.   “Passando esse ensinamento de maneira, considerando o nascimento dos quilombos, a criação de leis e a importância dos negros na construção histórica do Brasil, os alunos se sentirão motivados e orgulhosos de si mesmos, porque muitos ainda têm certo preconceito de suas origens e sua cor”.

O curso teve início no último dia 22 e será encerrado em 26 de abril e as atividades são realizadas na sede do  Núcleo de Estudos e Pesquisa de Relações Raciais e Educação, campus da UFMT, em Cuiabá.

Assessoria/Seduc-MT

MT - CRDE oferta curso de atualização para educadores

Assessoria Seduc-MT


O Centro de Recursos Didático de Espanhol (CRDE), em parceria com a Superintendência de Formação da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), está com inscrições abertas para Curso de Atualização para professores de ELE 2014". As aulas serão realizadas no período de 12 a 16 de maio com carga horária de 40 horas presenciais, período integral (matutino e vespertino).  No total, são  ofertadas 40 vagas.

 A capacitação objetiva  aprofundar e refletir sobre a consideração do erro e sua utilidade didática, implementar estratégias de correções eficaz tanto na expressão oral como na expressão escrita, mostrar recursos e materiais para o professor de ELE em torno da leitura, cinema e a cultura, desenvolver estratégias metodológicas centradas nos componentes da língua (cultura e pragmática) e nas atividades da língua (compreensão leitora, auditiva, audiovisual, produção oral), conhecer  e entender acontecimentos históricos de Espanha a través de contos e da poesia Frederico García Lorca
Os conteúdos serão “Utilidade didática do erro”.

As Estratégias para uma correção eficaz na expressão oral e escrita, de Antoni Lluch Andrés. Assessor Técnico da Consejería de Educación da Embaixada de Espanha. “Cultura, leitura e cinema na classe de ELE ”.  Recursos e estrategias metodológicas para o professor de ELE centrados nos componentes da língua (cultura e pragmática) e nas atividades da língua (compreensão leitora, auditiva, audiovisual, produção oral). Begoña Sáez Martínez. Assesora Técnica da Consejería de Educación da Embaixada de Espanha. “Lorca, poesia e contos sobre a guerra civil espanhola”. Ercilia Singame Munhoz. Universidade de Cuiabá, também serão temáticas debatidas.

Serviço:Para mais informações, falar com a coordenadora de atividades professora Cristiane Montes de Novais ou Assessor Técnico da Consejería de Educación Antoni Lluch Andrés pelos telefones: (65) 3637-6001/9997-3149. E-mail: cr.cuiaba@gmail.com (Com informações do CRDE)

Clique aqui e confira  ficha de inscrição do curso:

MT - Projeto estimula conhecimento sobre a capital matogrossense


A Escola Estadual Salim Felício, em Cuiabá, desenvolveu um projeto “Conhecendo Cuiabá” visando trabalhar com os alunos um pouco do contexto histórico de capital, e também os aspectos culturais, sociais  e geográfico. O projeto baseia-se na importância do reconhecimento a capital e foi desenvolvido na semana seguinte ao aniversário de Cuiabá. Todos os alunos da unidade foram convidados a participar das atividades. 

Interdisciplinar, a elaboração do projeto reuniu  o coletivo de professores, Enir Maria Silva (Geografia), Jucélia Maria De Souza (História) e Margarida Célia Patrocínio (Matemática).

Com intuito de  propor a reflexão sobre a  história cuiabana, desde quando era habitada pelos índios, depois a chegada dos paulistas que vieram explorar a região das minas, até a elevação de Cuiabá como capital do Estado de Mato Grosso, a atividade  abordou também as  mudanças ocorridas no espaço natural. Foram feitas observações sobre o  relevo, na vegetação, o clima, a hidrografia, traçando  um paralelo entre o processo histórico desde o início do povoamento com a construção do espaço geográfico cuiabano até os dias atuais.

As riquezas culturais, com a música, as danças  (siriri e rasqueado) também foram avaliadas mais profundamente e ganharam  espaço durante apresentações culturais. A riqueza da culinária também teve destaque durante a atividade. Durante o projeto os alunos puderam refletir sobre uma síntese cultural dos vários grupos étnicos, também responsáveis pela própria característica racial do povo cuiabano.

Assessoria Seduc-MT

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Licenciaturas não formam professores profissionais, afirma pesquisadora



Cristiane Capuchinho
Do UOL, em São Paulo

A deficiência na formação dos professores brasileiros vai além da falta de diploma. Mesmo os professores que saem da faculdade com a habilitação para a docência não estão recebendo formação adequada. "As licenciaturas não estão formando professores profissionais", crava Bernadete Gatti, pesquisadora do assunto pela Fundação Carlos Chagas.

"É um curso que foi encurtado e que dentro das universidades não recebe a atenção que deveria ter. Parece que qualquer um pode ser professor e não é qualquer um que pode ser professor", afirma Gatti.

Para a especialista em formação docente, a maioria dos cursos de licenciatura está muito longe da experiência da sala de aula e se preocupa em dar apenas os conteúdos disciplinares que o professor vai abordar em sala de aula.

"O professor tem que aprender a gestão da sala de aula. Se ele tem que lidar com criancinha é uma coisa, se ele está lindando com jovens é outra coisa", afirma. "Todas as profissões têm seus métodos de trabalho: o engenheiro aprende a fazer os cálculos, o professor deveria aprender a dar aula bem."

A falta de experiência prática durante a formação é outro ponto de crítica. Hoje, a experiência dos estudantes é cumprida em estágios obrigatórios. "Os estágios nas licenciaturas não são avaliados, não são programados devidamente. Em geral, o estágio fica por conta do aluno que vai encontrar um professor que tenha boa vontade de recebê-lo. Ninguém sabe o que ele fez nesse estágio." 

Valorização da carreira

Em outubro do ano passado, uma pesquisa internacional mostrou que, entre 21 países, o Brasil fica em penúltimo lugar em relação ao respeito e à valorização dos seus professores.

Com salários baixos, um dos problemas é que a docência não atrai os jovens no ensino superior.

Neste ano, o piso nacional do professor foi fixado em R$ 1.697,39, para uma jornada de 40 horas.

Mesmo entre os que decidiram seguir carreira na sala de aula, a evasão da educação básica é cada vez maior. Insatisfação no trabalho e desprestígio profissional são alguns dos motivos apontados por quem prefere abandonar a sala de aula.

A formação e a valorização do professor é uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação), que está em discussão na Câmara dos Deputados.

Má formação dos professores atrapalha educação brasileira


Cristiane Capuchinho
Do UOL, em São Paulo

Sem número suficiente de professores formados adequadamente, profissionais sem diploma de ensino superior estão dando aulas em escolas de ensino fundamental do país. Para especialistas, valorizar a profissão e melhorar a formação dos professores é o primeiro passo para alcançar resultados educacionais efetivos.

"Os dados referentes ao desempenho de nossos estudantes em todas as etapas de ensino são decepcionantes. Esse é o reflexo da qualidade da educação que lhes é oferecida", avalia a pesquisadora Bertha do Valle, da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Em 2013, 21,5% dos professores brasileiros que davam aulas nos anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano) não fizeram ensino superior. Dos profissionais em sala de aula nessa fase de ensino, 35,4% não são habilitados para dar aula --ou seja, não fizeram licenciatura. Os dados são do Censo Escolar. 

A dificuldade em encontrar professores com formação adequada é um misto entre falta de profissionais nos lugares em que são necessários, baixa atratividade da profissão e dificuldades dos professores nas salas de aulas se especializarem.

Desvalorização

Para Helena Freitas, diretora da Anfope (Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação), a questão crucial é a desvalorização do magistério. O valor do salário do docente sempre volta à baila quando se discute a qualidade dos professores. O piso nacional foi fixado em R$ 1.697 em 2014, mas não é adotado por todas as redes municipais e estaduais.

No entanto, valorização não se resume ao salário. As condições de trabalho que impõem aos professores uma jornada dupla ou em várias escolas, a ausência de planos de carreira que valorizem o trabalho do professor e não apenas sua titulação e a dificuldade de lidar com questões do entorno da escola dentro da sala de aula são alguns dos problemas que "acabam impactando na motivação dos professores para o trabalho", considera Helena.

Falta de licenciatura

Sem formação adequada, os professores têm dificuldades em ensinar seus alunos apropriadamente.  "Todas as profissões têm seus métodos de trabalho: o engenheiro aprende a fazer os cálculos, o professor deveria aprender a dar aula bem", explica Bernadette Gatti, pesquisadora do tema na Fundação Carlos Chagas.

Seria em um curso adequado de licenciatura o lugar em que os docentes deveriam aprender as técnicas para melhorarem suas aulas. Mas os cursos universitários também precisam ser repensados. "As licenciaturas não estão formando professores profissionais, essa é a questão", aponta Gatti.

MEC traça com líderes ciganos metas de atendimento escolar

O Ministério da Educação prepara o atendimento escolar à população cigana, estimada em 900 mil pessoas. Seus representantes se reuniram nesta quarta-feira, 10, com Thiago Thobias, diretor de políticas étnico-raciais da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, para discutir a implementação das diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Eles têm tradição, mas ainda não passaram pelo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alguns se definem sedentários e fixam moradia, outros cumprem rotas dos povos itinerantes no Brasil. Carlos Amaral, líder comunitário da etnia Calon, do município de Belo Horizonte, explicou como se identificam: “Pela família, traje, linguagens e línguas. A minha etnia, Calon, fala chibre.”

Durante a reunião com Thobias, estabeleceram, entre outras metas, indicar as rotas habituais dos povos ciganos em determinadas regiões, para que a Secadi possa promover encontros com dirigentes educacionais de municípios e orientá-los sobre a Resolução Nº 3, da Câmara de Educação Básica do CNE, que definiu as diretrizes para o atendimento escolar para as populações em situação de itinerância.

Os ciganos chegaram ao Brasil em 1574, após serem expulsos da Europa. Segundo relatos, Portugal e Espanha cortavam suas orelhas e os jogavam às galeras para serem deportados, porque eram considerados diabólicos. Há dois grandes grupos no país: os calons (de origem ibérica) e os rom (do leste europeu).

“Sofremos preconceitos, somos hostilizados em alguns estados mais do que em outros”, contou Cláudio Iovanovitchi, líder comunitário de etnia Matchuwaia, representante da Associação de Preservação da Cultura Cigana no Paraná. No final da reunião, Cláudio brincou: “Como a nossa história vai começar agora, essa foto vai para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como patrimônio imaterial.”

Desde 2003, com a criação do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, uma parcela dessa comunidade passou a contar com políticas públicas elaboradas especificamente para os ciganos.

Acesse a Portaria nº 10, de 28 de fevereiro de 2014, que institui o Grupo de Trabalho
Acesse a Resolução nº 3 do CNE

Assessoria de Comunicação Social

terça-feira, 22 de abril de 2014

Cuiabá a cidade das opções



Wilson Carlos Fuá
  

Ninguém vive sozinho em Cuiabá, a não ser por opção. Em todos os cantos desta cidade existem pessoas dispostas a ser um sócio de objetivo ou sócio na vida em busca da felicidade em forma de juntar emoções e sentimento a dois. 

Podemos viver uma vida inteiramente à procura de um amigo e não o encontrar, mas em Cuiabá cada estranho é um potencial amigo, por aqui ninguém despreza uma possibilidade de amizade. Cuiabá com a sua hospitalidade, facilita as pessoas a entrelaçarem as emoções pessoais, pois no Centro da América do Sul é o lugar onde todos os caminhos se encontram e como ponto de convergência faz com que as pessoas se unam e sem saber explicar passam a fazer parte desse grande encontro. 

Muitos acreditam que cuidar do lado espiritual é isolar-se, mas em Cuiabá pela sua facilidade de relacionamento, os solitários se veem em contradições, pois viver em Cuiabá faz com que as pessoas se enquadrem a lei imaginária do saber viver, que proporciona descobertas pessoais e trazem em si a obrigatoriedade de compartilhar e quando menos percebem estão rodeados de pessoas de passados desconhecidos e sem querer saber de onde essa pessoas vieram, passam a formar elos de amizades que vão se multiplicando, pois em Cuiabá ninguém vive sozinhos, se alguém escolheu este cantinho de mundo como opção de ser felizes isoladamente, escolheu o lugar errado, aqui não existem lugar para aquele que escondem em seu próprio egoísmo e optam em não querer dividir felicidades. 

Cada um de nós é um construtor particular dos nossos próprios destinos, e para muito que vieram cheiros de sonhos, em busca de crescimento profissional, Cuiabá é o melhor destino. As oportunidades são iguais para todos em Cuiabá, aqui não existe o egoísmo de prosperar sozinho. 

Quer saber? 

Converse com aqueles pessoas que abandonaram suas vidas passadas e que há muito tempo estão fazendo as suas histórias por aqui, não há explicação. Essas pessoas só tem um entendimento: que dos seus filhos passarão a contribuir para formação de novos cuiabanos e no aniversário deste lugar, ficam apensar porque fiquei aqui? E, na expectativa de tentar explicar o porque dessa lógica pessoal, nunca vão encontrar respostas. 

A partir do momento que as pessoas optam por viver em Cuiabá e conseguem romper as amarras que as prendiam em conceitos, preconceitos e convenções passadas, são possuídas por uma força estranha que não se explica, vão ficando e amando Cuiabá, cada uma a sua maneira a sua maneira, e logo passam desprezar o mundo das comparações e com o passar do tempo rompe as amarras do passado e passam a pensar no futuro que a cidade lhe oferece e não perderão as oportunidades de relacionamentos profissional e pessoal que a vida em Cuiabá lhes proporciona com as infinitas opções.

PARABÉNS CUIABÁ

Os bailes em Cuiabá



Wilson Carlos Fuá
    

Em Cuiabá existiam aquelas festas dançantes chamadas de “brincadeiras dançantes” e matinês aos domingos, e através dos sons das Sonatas, pelos bairros eram organizados grandes bailes, eram as famosas festas dos bairros, e que se transformavam em festa da cidade, dançavam-se o dia todo ao som de Renato e seus Bleu’s Caps, os Milionários, Demônios da Garoa, Roberto Carlos e toda a Jovem Guarda; The Fivers era o hino musical daquele mundo dançante. 

E existia aqueles namoradores, os chamados bons de “bicarias”, esses conseguiam ter uma namorada em cada baile, quantos casamentos não saíram dali? Cuiabá era uma festa só, as drogas ainda não existiam, as bebidas eram simples e baratas, bebiam-se a famosa Cuba Libre e o Ponche ( mistura de vinho, maça cortada - em fervura), fumam-se apenas os cigarros: Continental, Hollywood e Hilton longo, maconha ? Ninguém ouvia falar. 

Mas, existia um jovem, que tinha os seus problemas, e por isso recebia um monte de apelidos, o mais usado era de Dito Bode Expiatório (hoje denominado de bullyng). Ele recolhia-se dentro do seu interior, e na sua moradia espiritual, escondia sua tristeza, era de dar dó vê-lo sem alegria a assistir a alegria de todos, e no seu mundo introspectivo ficava sempre a olhar as danças do lado de fora, achando que ele nunca seria convidado, não se enturmava, vivendo sua vida deslocada e na sua tristeza “sapeava” pelas janelas todos aqueles jovens contemporâneos se divertindo, assistia aos encontros dos pares, apesar de estar presente, vivia a viajar pelo mundo invisível dos sons Hi-Fi e das letras das músicas simples dos tempos dourados, e Dito ficava pensando porque só ele não era convidado para essas festas, às vezes até tentava entrar, mas sua introspecção era transformada em portaria imaginária que barrava sua entrada. 

Muito como Dito, pensam que a vida é uma alegria em forma de festa, ficam parado no tempo esperando o seu convite, e operando o seu próprio observatório, pensam que tudo esta perfeito para os outros, mas para ele não. 

Todos querem uma resposta sobre a vida. As pessoas estão muito preocupadas com as respostas, mas, no entanto não estão preparadas para fazer as perguntas. Existem pessoas procurando o sentido da vida em livros, como fosse possível encontrar todas as respostas. Querem respostas, mas por não saber ler as mensagens periféricas, deixam passar muitas coisas simples que estão embutidas na verdadeira razão de viver, ou seja, partilhar e acertar os passos da dança no baile da vida, porque vivemos das adaptações e dando os passos conforme a música. 

Como Dito, existem muitas pessoas assistindo a festa pela janela da vida e esperando o seu convite que nunca chega, estão sempre querendo sentir o que os outros estavam sentindo, mas diferentemente ao processo existencial de Dito, temos que fazer as nossas festas interior, vivendo dos momentos felizes e ao partilha-los aumentará a satisfação de viver. Estar vivo já é uma grande razão para ser feliz, quem nasce já teve a gigantesca sorte de poder viver, ninguém precisa de auxílios e bengalas, o importante é ser correto e justo, para não ter arrependimentos e não passar os dias vivendo como Dito, que participou dos bailes cuiabanos, pois foi transformado por ele mesmo, no Bode Expiatório da sua própria vida.