sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Crianças vão para a escola mais cedo, e jovens passam mais tempo estudando, diz Pnad

Pesquisa indicou que a taxa de escolarização das crianças de cinco e seis anos já atingiu 92%

Fonte: UOL Educação


Julia, 2, já consegue ler algumas palavras e contar até dez. Caio, 7, tornou-se mais maduro do que as crianças de sua idade, segundo a mãe. Ambos ingressaram na escola antes de completarem seis meses de idade e refletem uma tendência cada vez mais clara segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2012, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (27).

A pesquisa indicou que a taxa de escolarização das crianças de cinco e seis anos já atingiu 92%. Em 2002, apenas 77,2% delas estavam na escola com estas mesmas idades. "As crianças estão entrando na escola cada vez mais cedo. Os motivos são inúmeros", afirma Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad.

A universalização da educação infantil no país é a primeira meta do PNE (Plano Nacional de Educação), que tramita no Senado Federal. A proposta é aumentar em 50% o atendimento a crianças com até três anos até 2020 – há estudos que destacam os benefícios da escola no desenvolvimento de indivíduos nesta faixa de idade. E universalizar o acesso na faixa etária dos quatro e cinco anos, até 2016.

Mas os pais também têm percebido a necessidade de matricular seus filhos em creches e escolas cada vez mais cedo por outras razões. "Não tínhamos outra opção, na verdade. Eu e o pai dele trabalhamos e não queríamos deixa-lo com a babá o dia inteiro", diz a mãe de Caio, Daniela Gitirana Bartolomeu Verçoza, que colocou o filho "para estudar" com quatro meses e meio de idade. "Mas na escola ele se desenvolveu mais."

Julia ingressou na creche onde a mãe trabalhava com três meses e meio. Teve gripes e resfriados mais frequentes, mas seus pais não se arrependem. "Se pudesse voltar atrás, talvez não colocasse tão pequena. Deixaria completar seis meses. Mas a escola é uma maneira dela aceitar os outros", afirma a pedagoga Juliana Heinzmann. "As crianças nesta idade acabam sendo muito egoístas."

Jovens: mais tempo na escola e trabalho mais tarde

As pessoas não estão só entrando na escola mais cedo, como permanecendo mais tempo. Em 2012, os jovens de 20 a 24 anos declararam ter passado, em média, 9,9 anos estudando ao longo da vida. Em compensação, pessoas com 60 anos ou mais informaram ter estudado apenas 4,4 anos em média.
Para os jovens de 15 a 17 anos de idade, o percentual dos que frequentavam escola foi de 84,2%, proporção um pouco superior à observada em 2011 (83,7%.). Este número era de 81,5% dez anos antes da pesquisa.

Os pais também têm optado por ter menos filhos, uma tendência observada há anos pela Pnad. A população jovem tem diminuído em todas as faixas de idade até os 24 anos. Em 2004, a base da pirâmide era bem mais larga que em 2012: 42,8% da população era representada por pessoas de até 24 anos. Oito anos depois, para a mesma faixa etária, o percentual caiu para 39,6%.

A região Norte é a que apresenta, segundo o levantamento do IBGE, a maior concentração relativa das faixas etárias mais jovens, atingindo 48,8% para pessoas com até 24 anos.

Por outro lado, os jovens protagonizam uma situação preocupante: começam a trabalhar cada vez mais tarde. Os grupos etários compreendidos por pessoas de 20 a 29 anos apresentaram tendência de perda de participação entre os ocupados (de 24,87% da população economicamente ativa em 2011 para 24,13% em 2012). E 34,6% dos desocupados têm idades entre 18 e 24 anos – 0,7% a mais que no ano anterior.
Como previsto pelas análises anteriores do IBGE, os jovens são o grupo etário que mais acessa a internet. Na Pnad 2012, observou-se que o grupo entre 15 e 17 anos tem o maior percentual de pessoas que acessam a rede: 76,7%.

Artigo de Jô Furlan: Quais são as novas fronteiras da educação?

25/08/2013
Jô Furlan,

Essa pergunta tem habitado a cabeça de professores, educadores e gestores na área de educação em especial nas últimas duas décadas. Isso se deve principalmente ao avanço das tecnologias e o surgimento de um novo arsenal de ferramentas que podem ser usadas nessa área. Esse mesmo evento tecnológico permitiu aos cientistas a realização de um verdadeiro salto quântico no que diz respeito ao estudo do cérebro. 

Já possuíamos um grande conhecimento anatômico (a estrutura) e muita coisa sobre a sua fisiologia (funcionamento), mas as descobertas em especial dos últimos 15 anos, permitiram um conhecimento profundo da funcionalidade desse órgão tão fundamental. Vamos recordar que por milhares de anos pensava-se que o órgão mais importante do corpo humano fosse o coração. Daí vem o nome do latim “core” que significa centro ou núcleo. E saiba que ainda hoje muitas pessoas têm dúvida sobre isso. 

Esclarecendo de uma vez: a morte cerebral é pré-requisito para doação de órgãos, mesmo com o coração batendo, mantendo a “vida” naquele corpo, não existe mais um ser pensante por isso a chamamos de vida vegetativa. Como médico, acompanhei muitas vezes o dilema das famílias em que um de seus entes queridos estava nessa situação e percebia quanto era difícil fazer cumprir muitas vezes a vontade daquela pessoa doadora. É relativamente comum a família não autorizar a doação apesar da decisão já ter sido tomada em vida pelo paciente. 

Mas a verdade é que sem um cérebro operante aquela pessoa não existe. É apenas um corpo sem personalidade, ou lembranças. Pode parecer cruel essa declaração, mas reforça a importância de lembrarmos que somos na verdade treinadores e educadores de mentes. 

Sendo assim, quero ressaltar a importância de cada dia mais obtermos mais conhecimento sobre o cérebro humano.  A contribuição da neurociência dá uma nova luz sobre a forma como entendemos a educação, a aprendizagem e o aluno. A educação, que era antes muito baseada em experiência e filosofia, passa a ter um suporte cientifico transformando em verdades cientificas alguns preceitos existentes e derrubando outros tantos.  

Usar as neurociências para transformar a educação passa a ser um dos grandes objetivos dessa nova área chamada neuroeducação.  Um maior conhecimento sobre a mente humana vai permitir a você explorar novas fronteiras, estabelecendo um novo patamar para o desenvolvimento de novas abordagens pedagógicas.  

O fascínio em estimular, treinar,desafiar  e instigar pessoas independente das sua idade torna-se ainda mais forte quando aprendemos a usar melhor esse fantástico e extraordinário órgão chamado cérebro humano!

Dr. Jô Furlan é médico, professor e pesquisador na área de Neurociência do Comportamento, autor da Teoria da Liderança Comportamental, primeiro Treinador Comportamental do Brasil, conferencista internacional, especialista em Desenvolvimento Comportamental Humano, foi professor convidado do Curso de Especialização em Medicina Comportamental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) por oito anos e um dos precursores do conceito na América do Sul. Autor de diversos livros, áudio-livros e DVDs, criou as Pílulas de Motivação, que já alcançaram a marca de 70 mil unidades distribuídas. Para conhecer mais, acesse: www.drjofurlan.com.br. O palestrante é presença confirmada no Congresso Internacional de Educação do Norte Nordeste, em Belém

Artigo de Eugênio Sales Queiroz: As Ações Inteligentes do Professor Moderno

25/08/2013
Eugênio Sales Queiroz,

“Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino” - Paulo Freire

Na velocidade do mundo moderno aprender a usar a inteligência de forma mais prática e objetiva é de real importância para todo educador que deseja avançar cada dia mais na sua profissão (missão). 

E algumas atitudes podem ser tomadas no dia a dia profissional para que suas aulas possam ter um sentido mais abrangente, ou seja, o professor que pensa apenas em passar conteúdo sem brilho, sem entusiasmo, sabe que não conseguirá despertar em seus alunos o gosto pelo saber.

Portanto, cabe ao educador descobrir novos métodos de ensino, buscando sempre desenvolver novas habilidades para enriquecer sua presença em sala de aula.

Relaciono a seguir algumas ações inteligentes que você educador pode realizar para dinamizar suas aulas, fazendo com que seus alunos redescobriam o verdadeiro sentido do eterno aprender:

- A Ação Inteligente de redescobrir o gosto pelo ensinar: nesta ação convido você educador a fazer uma breve análise o quanto você tem avançado nos seus métodos de ensino, pois sabemos que o aluno moderno é mais curioso e uma aula monótona não consegue despertar a atenção devida, se nesta autoanálise você sentir a necessidade de fazer mudanças à hora é essa.

- A Ação Inteligente de dinamizar as aulas: talvez você consiga chamar muito mais atenção do seu aluno dinamizando suas aulas do que dando verdadeiros “discursos” ultrapassados que não fará nenhum sentido para seus alunos. Dinamizar é fazer diferente, é colocar um brilho a mais nos olhos de todos em sala de aula.

- A Ação Inteligente de trabalhar sua própria autoestima: me encanta ver educadores que estão em sala de aula por longos anos e que continuam amando a sua profissão-missão, e ao conversar com esses verdadeiros mestres descubro que os mesmos sabem trabalhar bem sua própria autoestima. E você educador-moderno tem sabido trabalhar sua própria autoestima?

- A Ação Inteligente de trabalhar a autoestima dos seus alunos, se eu lhe perguntar quais foram seus melhores professores na certa você incluirá aqueles que souberam como ninguém trabalhar sua autoestima, ou seja, souberam valorizar a presença do aluno, souberam amar seus alunos sem receio. E você educador-moderno tem sabido trabalhar a autoestima dos seus queridos alunos?

- A Ação Inteligente de saber usar Inteligência Emocional para ensinar, saber usar essa inteligência para conquistar não só a atenção do aluno bem como o seu coração é de suma importância para que a afetividade seja uma constante na relação professor-aluno, pois quem usa suas emoções com inteligência acerta bem mais do que as pessoas que não as usam.

- A Ação Inteligente do Marketing Pessoal, se apresentar bem para dar uma aula é algo imprescindível, pois diante dos alunos o educador será sempre espelho, portanto se vestir bem, falar de forma coloquial e ser amável contam ponto para você que deseja ser reconhecido pelos que estão sempre a sua volta.

- A Ação Inteligente de ser um educador inesquecível, tenho convicção que o maior prêmio que um professor pode receber na vida é tornar-se inesquecível para todo aquele que teve a oportunidade de participar de suas aulas. Ser um educador inesquecível é saber fazer sempre mais e melhor o seu trabalho, mesmo quando não recebe uma recompensa financeiro por isso, é despertar no aluno gosto do aprender, é fazer mais em menos tempo e mais bonito. E você educador o que tem feito para tornar-se inesquecível?

- A Ação Inteligente da quebra de paradigmas, os acomodados de plantão sempre gostam de ficar na sua zona de conforto e por essa razão não avançam e para muitos deles o mundo não tem mais jeito, já os educadores de coração sabem como ninguém quebrar paradigmas, ou seja, sabem inovar, sabem e gostam de aprender coisas novas todos os dias. E você professor, o que tem feito para ser um constante desbravador de outros mares? 

Muitas outras ações poderiam citar neste breve ensaio, mas considero essas as principais para quem deseja melhorar cada dia mais sua performance em sala de aula.

Sempre é bom lembrar que ousadia tem poder, portanto, amigo educador ouse cada dia mais a ser o melhor que conseguir ser.

Eugênio Sales Queiroz é consultor, palestrante e autor de vários livros lançados no Brasil e exterior. www.eugeniosales.com.br. O palestrante é presença confirmada no IV Congresso Sergipano de Educação.

Artigo de Marcia Honora: A Inclusão na Berlinda - “As Limitações do Professor e da Escola para lidar com esta Realidade”

28/08/2013
Márcia Honora,

Antes de nos debruçarmos sobre a discussão da inclusão na berlinda, vamos nos deter ao que significa na prática este conceito de berlinda:

1. Berlinda é um pequeno coche de quatro rodas suspenso por dois varais;

2. Berlinda é um jogo infantil, onde todos fazem uma roda e uma pessoa é escolhida para ser o centro das atenções e todos opinam sobre ela, escrevendo em um papel, sem assinatura, e colocando-se este papel em uma urna, e a pessoa fica assim, sabendo o que pensam sobre ela;

3. Berlinda é estar em foco, ser o foco das atenções, de forma negativa. Quando todos prestam atenção em alguém e a pessoa é foco de críticas.

Portanto, estar na berlinda é estar em foco, ser o foco das atenções, de forma negativa. Quando todos prestam atenção em alguém e a pessoa é foco de críticas.

Neste caso: a inclusão é o foco das atenções na escola, de forma negativa. 

Para mim, existem alguns equívocos nesta afirmação: inclusão não pode ser vista como algo negativo dentro de uma escola, casa ou nação; inclusão é colocar a pessoa com deficiência em seu lugar de direito. Ou não? Alguém discorda?

Inclusão é trazer para perto a diversidade de olhar, de aprender com o diferente, de crescer no aspecto humano e solidário. Os alunos sem deficiência são presenteados com muitos ganhos que a convivência com pessoas com deficiência lhes proporciona nas escolas inclusivas: alunos sem deficiência mais preparados para o contato com a diversidade, se tornam mais solidários no contato com a dificuldade do próximo, se tornam mais generosos com os colegas, se tornam menos egoístas e temos esperanças que podem se tornam adultos melhores do que nós!

Márcia Honora, fonoaudióloga, mestre em Educação, professora universitária, consultora de inclusão para prefeituras e escolas particulares, escritora de 86 livros sobre educação inclusiva e diversidade. Márcia é palestrante confirmada para o Congresso Internacional de Educação do Norte e Nordeste, realizado em Belém, de 19 a 21 de setembro.

Facebook: Márcia Honora
Site: www.marciahonora.com.br
E-mail: contato@marciahonora.com.br

Artigo de Lucia Couto: Educação Integral como caminho para uma melhor qualidade do ensino público

28/08/2013
Lucia Couto

Uma nova agenda para a educação está sendo construída nos últimos anos no Brasil. A busca pela qualidade do ensino e da aprendizagem na escola pública brasileira tem passado pela perspectiva de assegurar às crianças e jovens o direito de estar e conviver por mais tempo na escola e, com isso, ampliar, ainda mais, suas oportunidades de aprendizagem. 
Estados e municípios têm investido em seus sistemas de ensino e criado condições favoráveis a uma ampla diversificação de atividades, visando ampliar o repertório a partir dos eixos da cultura, do esporte, da arte, ciência e tecnologia. Há uma forte movimentação em tornar realidade o conceito e a prática de educação integral em tempo integral.

A organização desse amplo repertório passa obrigatoriamente por uma nova abordagem curricular, capaz de relacionar maiores oportunidades de aprendizagem com maior proteção social e garantia de direitos. É a percepção de que a integralidade da educação se constrói através de múltiplas linguagens e em diversos espaços e circunstâncias.

Desde a aprovação, em 1996, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) N.º 9394, que prevê aos sistemas de ensino o aumento, progressivo, do tempo de permanência dos alunos para até 7 horas diárias, muitos dos esforços da última década se voltaram para esse objetivo. Nesse sentido, cabe destacar que uma política efetiva de educação integral se traduz, não apenas em ampliação da jornada escolar, mas pressupõe uma mudança de paradigma na concepção e no tipo de formação para esse novo sujeito histórico. Isso significa romper com o modelo corrente e historicamente conhecido de atividades complementares à escola ou à prática do turno e contraturno, e, sobretudo, possibilitar uma maior integração curricular envolvendo todo o universo de aprendizagens e saberes desse aluno e considerando as vivências e conhecimentos próprios da comunidade local. 

Portanto, nessa perspectiva, garantir mais tempo e mais possibilidades de aprendizagem requer uma intensa mobilização dos atores que estruturam o cotidiano escolar para a reorganização dos espaços e tempos das aprendizagens. A comunidade e seus espaços ingressam nessa dinâmica de produção para, juntos, constituírem os campos formativos desse novo currículo.  É a concretização da máxima de que, mais tempo na escola com mais oportunidades de aprendizagem é igual a maiores possibilidades de sucesso escolar. 

Lucia Couto, palestrante do Congresso Internacional de Educação do Norte e Nordeste, realizado em Belém (PA), de 19 a 21 de setembro. Lucia irá abordar o tema "Escola de Tempo Integral: pode ser esse o futuro da educação brasileira para a melhoria de ensino?".

Cipriano Luckesi escreve sobre os cuidados relativos à Avaliação de Aprendizagem


Cipriano Luckesi,

O especialista em Educação, Cipriano Luckesi, é presença confirmada para o próximo congresso promovido pela Futuro Eventos: Congresso Internacional de Educação do Norte e Nordeste, realizado em Belém, de 19 a 21 de setembro. Luckesi irá abordar o tema “Avaliação: até quando ela será um grande desafio para alunos, pais, professores e instituição?”.


O palestrante escreveu para o site da Futuro sobre alguns cuidados com relação à Avaliação de Aprendizagem. Confira!

01. Para atuar em avaliação da aprendizagem, são necessários cuidados com o estado emocional do avaliador, à media que atua no contexto das relações interpessoais e com os seus recursos metodológicos;

02. Do ponto de vista emocional, a heteroavaliação - como prática escolar - se dá no seio de múltiplas expressões emocionais, seja por parte do educador ou por parte do educando. E, como os processos emocionais podem ser serenos, mas também intempestivos, o avaliador da aprendizagem necessita estar atento, permanentemente, aos seus movimentos emocionais, como também dos seus educandos, à medida que facilmente eles intervêm na prática avaliativa da aprendizagem, lugar onde tradicionalmente se faz presente posições exacerbadas de autoridade;

03. Metodologicamente importa, em primeiro lugar, apropriar-se efetivamente do que significa avaliação, que é um ato de investigar a qualidade de alguma coisa, no caso, a qualidade da aprendizagem dos educandos na prática pedagógica escolar. Avaliar não tem a ver com examinar, que é recurso necessário seletivo nos concursos, nos quais o candidato está em busca de uma vaga. Avaliar a aprendizagem tem a ver com a sala de aula e, então, o estudante já tem a vaga, ele só necessita de aprender;

04. A seguir, compreender que não existe “avaliação tradicional”. Existe, de um lado, exames escolares, sistematizados no século XVI e vigentes até o presente momento. E avalição da aprendizagem, cuja compreensão e formulação se dá na primeira metade do século XX, mas que, ainda, não conseguiu fazer vigência efetiva no sistema educacional como um todo, seja no Brasil ou fora dele;

05. Compreender a avaliação como investigação da qualidade da realidade, o que exige, como sua base “material”, uma descritiva da realidade sobre a qual se dá o processo avaliativo, o que, por sua vez, no caso da aprendizagem, exige instrumentos de coleta de dados sobre o desempenho do educando. E estes nem são tradicionais, nem novos, nem velhos, simplesmente devem ser os necessários, ou seja, aqueles que são capazes de captar a realidade em investigação avaliativa. Se são necessários testes para convidar o educando a manifestar sua aprendizagem, utilizam-se testes. Mas, se o desejo é que o educando manifeste que aprendeu a redigir textos, em língua nacional ou estrangeira, a única forma de detectar suas habilidades aprendidas será uma redação. Ou, se o desejo é saber se o educando aprendeu a nadar no “modelo crawl”, só será possível conhecer o seu desempenho, se “nadar”, seja numa piscina ou em outro ambiente que permita essa performance;

06. Os instrumentos de coleta de dados necessitam, metodologicamente, estar a serviço do Projeto Pedagógico da Escola que, por sua vez, se traduz em currículo escolar e, subsequentemente, em plano de ensino. Como o ato de avaliar é subsidiário do projeto de ação, os instrumentos de coleta de dados também o são. Se não ocorrer dessa forma, coletarão dados inadequados, trazendo enganos para o educador, para o educando e sua família, para o sistema de ensino, para a sociedade em geral;

07. Somente com um estado emocional sereno e com o uso de significativos e adequados instrumentos de coleta de dados, poder-se-á praticar a avaliação da aprendizagem, seja no presente ou no futuro. Dessa forma, a avaliação será a aliada do educador individual e do sistema de ensino na perspectiva do sucesso.

PNE é aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

O projeto de lei que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado na manhã desta quarta-feira, 25 de setembro, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Agora, o projeto, que tramita no Senado como PLC 103/2012, será analisado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

O PNE determina que ao menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) será destinado às políticas educacionais. Além disso, estabelece uma série de obrigações a serem cumpridas nessa área. A proposta possui 14 artigos e 20 metas.

Um dos obstáculos à votação da matéria era o impasse em torno da Meta 4 do PNE, que visa garantir o acesso à educação básica para os estudantes com deficiência (os alunos especiais) de 4 a 17 anos. Após negociações com senadores, o Ministério da Educação (MEC) e entidades que se dedicam a essas crianças e adolescentes, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), o relator do projeto, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que também é presidente da CCJ, chegou a um texto de consenso.

Fonte: Terra Educação

IBGE: analfabetismo cresce pela primeira vez desde 1998

O analfabetismo no País, que vinha em queda constante desde 1998, voltou a crescer no ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram identificadas 13,2 milhões de pessoas que não sabiam ler nem escrever, o equivalente a 8,7% da população total com 15 anos ou mais de idade. Em 2011, eram 12,9 milhões de analfabetos, o equivalente a 8,6% do total. Em 2004, a taxa de analfabetismo brasileira chegava a 11,5%. Os dados estão na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), divulgada nesta sexta-feira. O levantamento consultou 147 mil domicílios em todo o Brasil.

“Ainda não dá para considerar essa variação como definitiva. É algo que precisa ser avaliado num maior espaço de tempo, pode ser uma mudança pontual, e não uma reversão de tendência”, afirmou a gerente de pesquisas do IBGE, Maria Lucia França Pontes Vieira.

Esse crescimento foi puxado pelos números observados nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Na região que abriga Estados como a Bahia e Pernambuco, a taxa de analfabetismo passou de 16,9% em 2011, para 17,4% no ano passado. O Nordeste concentra 54% do total de analfabetos do país. Antes, em 2004, 22,5% da população com 15 anos ou mais de idade não sabia ler e nem escrever.

No Centro-Oeste, a taxa de analfabetismo alcançou 6,7% em 2012, acima dos 6,3% observados no ano anterior. Em 2004, a mesma taxa chegava a 9,2%.
Ainda não dá para considerar essa variação como definitiva. É algo que precisa ser avaliado num maior espaço de tempo, pode ser uma mudança pontual, e não uma reversão de tendência
Maria Lucia França Pontes Vieira Gerente de pesquisas do IBGE
A menor taxa de analfabetismo foi constatada na região Sul, na qual 4,4% da população com 15 anos ou mais de idade não sabe ler e escrever. No Sudeste, a taxa de analfabetismo chega a 4,8%, e no Norte, é de 10%.

O analfabetismo é notado especialmente entre a população mais velha. Entre os que têm 60 anos ou mais, 24,4% não sabem ler ou escrever. Já na faixa etária dos 40 aos 59 anos, essa proporção é de 9,8% do total; dos 30 aos 39 anos, 5,1% são analfabetos; e entre as pessoas de 25 a 29 anos, 2,8% são analfabetas.

O IBGE verificou também a taxa de analfabetismo funcional, que representa a proporção de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de 4 anos de estudo completo sobre o total da população da mesma faixa etária. Ela foi estimada em 18,3%, o que significa retração frente aos 20,4% constatados em 2011. O total de analfabetos funcionais observados em 2012 totalizou 27,8 milhões de pessoas.

Cresce nível de escolarização no País

O nível de escolarização no Brasil cresceu em 2012, ainda segundo informações do IBGE. O número de estudantes com nível superior completo chegou a 14,2 milhões, aumento de 6,5% frente aos dados de 2011. Entre as pessoas com 25 anos ou mais de idade, 12% tinham tal nível de escolaridade. Antes, em 2011, essa proporção era de 11,4%.

Os dados da Pnad 2012 mostram ainda que 11,9% da população com 25 anos ou mais de idade não têm qualquer instrução, ou têm menos de um ano de estudo. Um ano antes, tal proporção era de 15,1%. Com ensino fundamental incompleto ou equivalente, estavam 33,5% do total da população desta faixa etária. Isso indica um acréscimo em relação a 2011, quando 31,5% tinham nível de instrução semelhante.

O aumento da proporção de pessoas com ensino fundamental incompleto pode estar ligado diretamente à redução do volume de pessoas com pouca, ou mesmo nenhuma instrução, admite a gerente de pesquisas do IBGE, Maria Lucia França Pontes Vieira. Outro grande contingente da população com 25 anos ou mais de idade tem o Ensino Médio completo. Eles representam 25,2% do total desta faixa etária, segundo a pesquisa feita em 2012.

Fonte: Terra Educação

Brasil deve ter 60 mil escolas públicas com aulas em período integral até 2014, segundo Dilma

Atualmente, país tem 49,3 mil escolas públicas dentro deste perfil

Mais de 49,3 mil escolas públicas em todo o país têm atividades em período integral. A expectativa é que até o ano que vem sejam 60 mil. No turno complementar, além de acompanhamento pedagógico obrigatório com aulas de reforço escolar em matemática, português, ciências e uma língua estrangeira, os alunos podem praticar esportes e participar de atividades culturais, que ajudam a melhorar a disciplina e a concentração.
- Nossa prioridade tem sido as escolas onde estão as crianças mais pobres, que são aquelas que recebem o Bolsa Família - disse nesta segunda-feira a presidente (29) Dilma Rousseff, durante o programa “Café com a Presidenta”.

Segundo ela, a educação em dois turnos é importante para o aluno, para a família do aluno e para todo o país, pois o modelo ajuda no aprendizado de crianças e adolescentes.
- Nenhum país do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola, nos colégios - ressaltou.

Estudantes de 19,7 mil escolas rurais também participam do programa de ensino em dois turnos. Nessas escolas, além das atividades oferecidas nas demais escolas, os alunos ainda têm aulas ligadas à realidade do campo e da agricultura.

Só este ano, o governo federal já investiu R$ 1,8 bilhão no programa de educação integral. A maior parte dos recursos é repassada diretamente para a escola contratar monitores e professores, comprar material e preparar os espaços para receber as crianças nas atividades do chamado contraturno. O Ministério da Educação também repassa às prefeituras recursos para garantir alimentação de quem fica o dia todo na escola.

Fonte: O Globo 29/07/2013

Brasil vence a Olimpíada Ibero-Americana de Matemática no Panamá

O Brasil conquistou o primeiro lugar na 28ª Olimpíada Ibero-Americana de Matemática (OIM), encerrada nesta sexta-feira no Panamá. Quatro estudantes brasileiros ganharam medalhas de ouro e prata nas provas, que reuniram 78 jovens com idades entre 13 e 18 anos de 20 países da América Latina, Portugal e Espanha.

Rodrigo Sanches Ângelo, de São Paulo, foi o grande destaque da equipe brasileira conquistando a medalha de ouro com a pontuação máxima da prova, 42 pontos. Os estudantes Franco Matheus de Alencar Severo, do Rio de Janeiro, Victor Oliveira Reis, de Pernambuco, e Rafael Kazuhiro Miyazaki, de São Paulo, obtiveram a prata com 41, 40 e 35 pontos respectivamente.

Com esse resultado, a equipe brasileira garantiu, pelo segundo ano consecutivo, a primeira posição na classificação geral por países, com 158 pontos, seguido de Portugal, que obteve 154 pontos, e México, com 153 pontos. O time brasileiro foi liderado pelos professores Eduardo Wagner, do Rio de Janeiro e Pablo Rodrigo Ganassim, de São Paulo.

As provas foram aplicadas em dois dias e envolviam problemas de álgebra, teoria dos números, geometria e combinatória Foto: OBM / Divulgação

​As provas, realizadas de forma individual nos dias 24 e 25 de setembro, eram compostas por problemas que abrangem as disciplinas de álgebra, teoria dos números, geometria e combinatória. Foram três problemas a cada dia, com valor de sete pontos cada, aplicados em quatro horas e meia.

Além do Brasil, participaram do evento este ano as delegações da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, Uruguai e Venezuela.

O Brasil é o país com maior número de medalhas conquistadas na competição até hoje. Desde 1985, ano em que iniciou a participação no evento, seus representantes conquistaram um total de 101 medalhas, sendo 51 de ouro, 39 de prata e 11 de bronze.

Próxima edição

A 29ª edição da OIM terá como sede Honduras. Como pré-requisito para participar do evento os competidores precisam ter no máximo 18 anos de idade e não podem ter participado da competição em duas edições anteriores.

Os estudantes interessados em formar parte da equipe devem primeiro participar da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), competição que ocorre anualmente nas escolas públicas e privadas em todo o País. Após ter sido premiado no certame, os estudantes passam por um processo de seleção, que considera a colocação conquistada na disputa nacional, além dos resultados obtidos em cinco provas seletivas e de listas de exercícios que são resolvidas ao longo de seis meses. Os quatro estudantes mais bem colocados, e que satisfazem as exigências do regulamento da olimpíada, conquistam as vagas.

Fonte: Terra Educação

Gasto público por aluno é muito menor no ciclo básico

Considerando todos os níveis de governo, o Brasil gastou, em 2010, cinco vezes mais com alunos no Ensino Superior do que nos Ensinos Básico e Médio

Nos últimos dez anos, o Brasil elevou de forma expressiva os gastos públicos com Educação, que somaram 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, quando se consideram despesas diretas municipais, estaduais e federais com Escolas públicas (97% do total) e subsídios às famílias no Ensino privado (3%), em contas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em proporção do PIB, o percentual é equivalente à média dos países que compõem a OCDE, de 5,8%, e até maior do que em países reconhecidos pela qualidade do Ensino, como Estados Unidos (5,5%), Espanha (5%) e Coreia (4,9%), sempre considerando gastos públicos em instituições públicas de Ensino e bolsas em instituições privadas.

Quando esse número é ajustado para levar em consideração o tamanho da economia, o número de Alunos, o nível de Ensino e, principalmente, quando se olha para os resultados que o país tem obtido em provas internacionais, o que parece grande fica pequeno. Por Aluno, os 5,8% do PIB brasileiro se transformam em gasto anual de US$ 2.964, muito abaixo da média dos países da OCDE, de US$ 8.332.

De novo, contudo, a despesa por estudante esconde a realidade, pois o Brasil continua gastando muito mais no Ensino superior e muito menos no Ensino básico, apesar de haver melhorado essa "divisão".

Considerando todos os níveis de governo, o Brasil gastou, em 2010, US$ 2.653 por Aluno nos Ensinos básico e médio, e cinco vezes mais no Ensino superior, com US$ 13.137 por estudante.

No Ensino básico, o país está quase na lanterna entre os 34 países da OCDE (e muito abaixo da média de US$ 8.412), enquanto, no Ensino superior, dez países gastam mais que o Brasil por Aluno, e a média é de US$ 11.382.

Para especialistas em Educação e em contas públicas, a pior notícia desses números é que, mais do que gastar pouco, o Brasil gasta mal os recursos destinados à Educação. Entre 2008 e 2013, as despesas com Educação subiram, em média, 82% nas capitais, 70% nos Estados e 122% na União, em termos nominais. No mesmo período, a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 39,6%, já considerando a alta de 5,86% do índice em 2013, prevista pelo mercado no boletim Focus do dia 24 de junho.

No Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova da OCDE destinada a avaliar habilidades de leitura, matemática e ciências, o Brasil atingiu nota média de 401 pontos em 2009, 33 pontos a mais do que em 2000. Embora tenha sido um dos maiores aumentos de nota observados entre os países que participam da prova, o Brasil segue em 53º lugar no ranking de 65 países, atrás de Chile e México, que investem 4,1% e 5,3% do PIB em Educação, respectivamente.

Diante das manifestações que tomaram as cidades brasileiras nas últimas semanas, com bandeiras que demandam mais recursos para saúde e Educação, a Câmara aprovou a destinação dos royalties do pré-sal para essas duas áreas. O Senado também se comprometeu a votar antes do recesso parlamentar, em meados de julho, o Plano Nacional de Educação (PNE), que entre outras metas estabelece que 10% do PIB sejam destinados para Educação, o que significa praticamente dobrar recursos para o setor.

Para economistas e estudiosos da Educação, no entanto, apenas elevar gastos direcionados para a área pode não resultar em melhora da qualidade do serviço prestado à população, caso não venham acompanhados de mudanças estruturais, como valorização da carreira de Professor, redefinição de etapas do Ensino, implementação de metas e bonificação de bons Professores e Escolas, por exemplo. Ainda assim, argumentam, para equiparar o Ensino público brasileiro ao de países desenvolvidos, e elevar o gasto por Aluno, será preciso investir uma parcela maior do PIB para fazer frente às defasagens históricas no Ensino do país.

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, diz que não é possível dar um salto de qualidade na Educação brasileira sem investir mais, já que o país tem uma população jovem e precisa ainda fazer o trabalho de qualificação que outras economias fizeram no século passado. A questão, afirma Priscila, é que o aumento de recursos tem de vir acompanhado de boa gestão e excelência na implementação de políticas públicas.

Caso contrário, é possível elevar recursos sem ter contrapartida na qualidade. Um exemplo está no Ensino médio, afirma. Os recursos para Educação nessa faixa dobraram em dez anos. Ainda assim, apenas 10% dos Alunos apresentam nível de aprendizado condizente com a sua série, mesmo patamar observado há dez anos.

Nesse caso, embora tenham aumentado os recursos, o desenho equivocado do Ensino médio brasileiro, que tem 13 matérias obrigatórias fixas, enquanto em diversos outros países o currículo é flexível, travou avanços significativos no aprendizado, diz Priscila. "Ou o financiamento vem acompanhado de reformulação, ou podemos desperdiçar os investimentos a mais."

Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), faz diagnóstico semelhante. No curto prazo, segundo ele, é fácil ceder ao apelo de elevar recursos para áreas como o Ensino público, mas a discussão está começando pelo lado errado. "A melhoria do serviço não é uma questão de curto prazo e depende de reformas institucionais, com investimento em treinamento e qualidade dos Professores, políticas de bônus para os funcionários e Escolas com melhor desempenho", diz.

É uma dinâmica diferente dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que dependem majoritariamente de aumento da despesa e têm impacto quase imediato. O aumento do gasto para 7% ou 10% do PIB, diz, deveria ser resultado desse rearranjo na condução das políticas públicas, e não uma meta por si só. "Para elevar a qualidade da saúde e da Educação, o aumento do gasto sozinho pode resultar em desperdício de recursos."

A essas críticas, Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, adiciona a má distribuição de recursos. "Hoje, um Aluno do Ensino superior recebe seis vezes mais recursos do Estado do que um Aluno da Educação infantil."

A necessidade de priorizar o ciclo básico de Educação, em detrimento do superior, é um dos pontos consensuais entre os especialistas ouvidos pelo Valor. O Brasil tem avançado nesse caminho. Em 2000, pelos dados compilados pela OCDE, o Brasil destinava 2,4% do PIB para o Ensino básico (fundamental e médio), percentual que cresceu para 4,3% do PIB dez anos depois. Na mesma comparação, entre 2000 e 2010, a parcela destinada ao Ensino superior passou de 0,7% para 0,9%.

Para Menezes, a perenidade das políticas públicas ao longo de administrações distintas é um caminho para garantir resultados melhores, como no caso do Ceará. São duas políticas que, de certa forma, independem dos recursos. "Apenas transferir recursos não resolve a questão", diz.

O grande volume investido na área resultou em aumento das notas no Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) em todos os ciclos. Ainda assim, mesmo onde o desempenho melhorou mais, nos anos iniciais do Ensino fundamental (que avalia o desempenho dos Alunos da 5ª série), a nota no Ensino público (4,7 pontos) continua distante da obtida no Ensino privado, que é de 6,5 pontos. Quanto mais elevado o nível de Ensino, maior a discrepância.

Outro indicador importante, que mede a distorção idade-série entre Alunos do Ensino médio (adolescentes mais velhos em séries em desacordo com a sua idade), recuou de 44,8% para 32,8% entre 2007 e 2011, mas segue elevada tanto por causa do ingresso tardio na Escola quanto por causa das taxas ainda altas de repetência e abandono Escolar.

Ana Maria Barufi, economista do Bradesco, avalia que são necessários anos de investimento forte no setor para que a qualidade do aprendizado melhore. Nelson Cardoso Amaral, Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), também avalia que avanços importantes foram feitos na última década, e que não são percebidos pelo Ideb. "Mudanças substanciais em processos educacionais são lentos. Mesmo com recursos substanciais, a melhora da qualidade pode não aparecer de imediato." A capacidade de aprendizado do Aluno, diz o Professor da UFG, também depende de melhora do perfil socioeconômico da população e de investimento em infraestrutura, para equipar Escolas com bibliotecas, quadras e laboratórios.

Segundo Amaral, a partir da evolução desses outros indicadores, é possível passar a focar em elevar a qualidade do Ensino. O momento para isso é agora, enquanto o Brasil ainda pode capacitar a população e aproveitar o que resta do bônus demográfico. Além disso, há a expectativa de ingresso de recursos para a área com os royalties da exploração de óleo no pré-sal.

Apenas esses recursos não serão suficientes para elevar o investimento público em Educação para 10% do PIB, o que significa dizer que a sociedade precisará fazer escolhas. Priscila, do Todos Pela Educação, afirma que é preciso que os recursos que ingressarão nos cofres públicos carimbados para a Educação não sejam mal aproveitados. Os royalties do pré-sal, diz, poderiam ser usados para elevar os salários dos Professores. Apesar da expectativa de que a quantia somará mais de R$ 200 bilhões nos próximos anos, Priscila afirma que não seriam suficientes para equiparar o salário dos Professores do Ensino fundamental e médio aos salários médios dos profissionais de outras áreas, o que tornaria a carreira na Educação mais competitiva.

Amaral também afirma que apenas o pré-sal será insuficiente para elevar o porcentual destinado à Educação para 10% do PIB e avalia que outras medidas serão necessárias, como a redefinição do destino das contribuições existentes, estabelecimento de novas contribuições e levar União, Estados e municípios a gastar mais do que o mínimo constitucional com a área.

Para Mansueto, do Ipea, o debate no Brasil é sempre "aditivo". Ou seja, a cada nova demanda da sociedade, aumenta-se a carga tributária para acomodar a reivindicação. Hoje, no entanto, a carga tributária do país é uma das maiores do mundo e o debate precisará se dar em torno do mix de gastos do governo. "Ou vamos discutir se estamos dispostos a mudar a regra do salário mínimo, por exemplo, ou a resposta vai ser mais carga tributária, mais dívida ou mais inflação", afirma.


Só orçamento maior não garante melhor nível de aprendizado

O debate em torno da necessidade de mais recursos para Educação é questão controversa no Brasil. Há algum consenso, no entanto, sobre o fato de que apenas aumentar os gastos no setor não garantirá aprendizado efetivo dos Alunos, na avaliação do coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naércio Menezes Filho.

A aplicação de recursos não é condição essencial para melhora da qualidade do Ensino, segundo Menezes. O principal exemplo, diz, é o Ceará, cujo orçamento estadual da Educação cresceu abaixo da inflação entre 2008 e 2013, para R$ 2,5 bilhões. Ainda assim, o Estado é um dos que mais se destacam no Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb). Com um gasto anual por Aluno de R$ 2.666,08, a nota do Ensino médio cearense no indicador passou de 3,3 para 3,7 entre 2005 e 2011.

"No início, investimos na ideia da gestão eficiente e de resultados um pouco intuitivamente, hoje temos resultados", diz o secretário-adjunto de Educação do Ceará, Maurício Holanda Maia. "Foi preciso romper com argumentos universitários e ideológicos de determinados grupos, uma visão que tende a taxar de neoliberalismo qualquer busca de eficiência."

Maia reconhece que depende muito de repasses federais para implementar as políticas educacionais do Estado. O maior exemplo é Educação profissional: o governador Cid Gomes (PSB) buscou o máximo de recursos do programa federal Brasil Profissionalizado, do Ministério da Educação (MEC), e conseguiu sair de um patamar de pouco mais de duas centenas de matrículas em 2008 para mais de 35 mil em 2013, com abertura de Escolas técnicas por todo o Estado.

Menezes, do Insper, também atribui parte dos bons resultados recentes a uma iniciativa do governo do Estado. No Ceará, 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) repassado para os municípios depende dos índices de Educação, saúde e ambiente locais. Os resultados da avaliação da Alfabetização no 2º ano, e do aprendizado no 5º ano do ciclo básico, entram com maior peso.

"É uma iniciativa que gera resultados, porque como os prefeitos necessitam de recursos, precisam fazer um esforço adicional para melhorar a Educação, e passaram a perseguir políticas públicas mais estáveis", afirma Menezes. Para ele, a iniciativa poderia ser replicada em outros Estados e até pela União, como já acontece nos Estados Unidos, com o programa "Race to the Top", que associa repasse de recursos federais à indicadores na área da Educação.

O exemplo de Santa Catarina mostra que mais gastos, se bem aplicados, também resultam em maior qualidade do aprendizado. O orçamento educacional do Estado foi o que mais cresceu nominalmente em todo o país, alta de 135% entre 2008 e 2013, de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Nos anos iniciais do Ensino fundamental, por exemplo, o Estado marcou, em 2011, 5,7 pontos no Ideb, 0,6 ponto percentual acima da meta estabelecida para o ano, que era de 5,1 pontos.

O Estado também vem sendo bem-sucedido ao reduzir a taxa de Analfabetismo, que era de 7,4% da população com 15 anos ou mais em 1995, e passou para 3,9% em 2011, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio.

Para Cleuza Repulho, secretária municipal de Educação de São Bernardo do Campo (SP) e presidente da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), avanço econômico está claramente relacionado com avanço educacional. "O exemplo claro disso é perceber a pequena melhora da maioria dos municípios brasileiros que dependem de repasses para tocar as políticas de todas as áreas", diz Cleuza.
"Com os repasses na Educação, eles conseguem melhorar. Mas com a chegada de recursos significativos, como esperamos do petróleo ou da maior participação da União no financiamento da Educação, é possível ir além da melhora, é possível, de fato, avançar, dar saltos", afirma a secretaria.

Para Cleuza, na Educação, gestão e financiamento não são processos separados. O projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) que tramita no Senado, diz ela, tem metas claras, quantitativas e qualitativas, sobre como gastar os novos recursos da Educação.

"Tem muito trabalho de gestão aí. Além disso, temos um levantamento que mostra que os secretários municipais de Educação no Brasil têm uma formação cada vez mais técnica, a maioria tem formação superior, carreira na gestão pública. Nas capitais, muitos são ex-reitores de universidades. Conhecem bem a demanda da Educação de suas cidades", afirma Cleuza, para quem os recursos dos royalties do petróleo devem focar três pontos: "Salário decente, para atrair o jovem para o magistério, carreira com formação continuada, para manter a qualificação do quadro, e infraestrutura Escolar".
Fonte: Valor Econômico 04/07/2013

O que o aluno espera do professor

Helio Marques - helio@nota10.com.br
Jornalista, diretor do Site Nota 10.

Há professores de todo tipo. E todo tipo de professor. E é essa diversidade que encanta os alunos. É certo que essa miscelânea de jeitos também pode despertar a ojeriza, mas no geral esse “tudo junto e misturado” pode contribuir para o aprendizado.

Uma pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (7), durante o Salamundo – evento do Instituto Positivo que reuniu cerca de 2 mil profissionais de educação em Curitiba – avaliou alguns dos principais fatores que influenciam o desempenho escolar. O interessante é que o resultado se deu pela perspectiva dos próprios alunos.

E, de forma bastante resumida, mostra o que os alunos esperam de um professor. A pesquisa é salutar, já que muitos e muitos professores realmente gostariam de ter esse tipo de orientação, antes de entrar em sala.
E não digo isso apenas me referindo aos novatos, mas àqueles que têm anos de experiência, que às vezes ficam em dúvida se estão conduzindo de forma adequada esta ou aquela turma. Sim, porque uma nunca é igual a outra. E o que você faz em uma pode não surtir efeito em outra.

A pesquisa relacionou 13 pontos de destaque. Vou, de forma bastante sintética, relacionar alguns deles aqui, como forma de dar minha contribuição para aqueles que tiverem paciência de ler este texto até o fim.
Quero começar por um item que é calcanhar de Aquiles de muito professor e professora em sala de aula: a bagunça. É raro, mas não impossível, encontrar uma turma quieta. Veja que não disse silenciosa, disse quieta, que é um meio-termo entre a muda e a que promove algazarra. O sonho de muito professor é ter uma turma quieta, que às vezes sobe os decibéis, mas sabe voltar ao prumo na hora certa.

Pois a pesquisa mostra que os estudantes entrevistados – foram de quatro escolas particulares – gostariam de ter um professor que “botasse moral” – para usar um termo que aparece no levantamento – e mandasse o bagunceiro ficar quieto e, até mesmo, pedisse com educação para que fosse ver se estava chovendo lá fora. Não querem um mandão, mas um que se importe com quem está interessado na disciplina.

Os alunos também não gostam do tipo de professor que só fala, que fica no blá, blá, blá o tempo todo. Querem um professor que interaja com a turma. Aquele negócio de despejar sobre a turma todo o conhecimento, num grande monólogo, não tem mais vez. A turma quer discutir, participar. E há algumas correntes pedagógicas que dizem que é assim que se aprende.

Outro ponto levantado na pesquisa diz que os alunos querem aulas interessantes, com a utilização de mídias variadas, incluindo vídeos. Aí vejo um ponto importante: quando a turma se mostra interessada pela aula, o professor se vê motivado a prepará-la bem. E essa troca é magnífica. É o suprassumo ter alunos ávidos por aprender. Mas, se numa situação dessa, o professor tira do bolso um calhamaço de papel amarelado, fica no blá, blá, blá e deixa de mostrar coisas interessantes, não há turma que resista, por mais que se esforce.

As aulas têm que ser instigantes, surpreendentes pois, depois de um tempo, o aluno já conhece o jeitão do professor e até já sabe como vai ser. Surpreender é a palavra-chave. Mas não basta recorrer ao YouTube e caçar um punhado de vídeos engraçados. Não é nem preciso dizer que eles têm que ser relacionados com o assunto da aula e que os comentários posteriores sejam motivadores e inebriantes também.

Parece difícil preparar uma aula surpreendente? Pode ser, mas é essa “dificuldade” que resultará numa boa aula, pois a inegável falta de tempo sempre nos levará a ter momentos desmotivadores, em que os alunos olharão mais para o relógio do que para a lousa. Para prender a atenção deles é preciso empenho.

Na pesquisa os alunos responderam que gostariam ainda que o professor fosse descontraído, estimulasse os alunos, cobrasse e elogiasse ao mesmo tempo, criasse vínculo, amizade e, claro, tivesse Facebook. Não, os alunos não estão pedindo demais. Mas se você nunca viu a frase “No que você está pensando” pode começar a se apavorar!

Dominar o conteúdo é um dos itens que os alunos solicitaram na pesquisa. E, agora, você há de concordar comigo, que eles não pediram nada de mais. Só um professor que saiba, de A a Z, todo o conteúdo daquilo que se propôs a ensinar. Pois há quem diga que a turma respeita mais o professor que tem domínio, “que explica sem precisar olhar muito no livro”. Básico.

Eu mesmo, quando fazia a 5.ª série (naquela época era série!) do ensino fundamental, o tal do ginasial, tive uma professora de Matemática que me intrigava. Não conseguia imaginar como ela sabia tantas coisas da matéria. Era do tipo que não deixava nenhuma pergunta sem resposta, nem saía pela tangente.

Por muitas vezes imaginava se deixava de ver novela para preparar os exercícios ou fazia o marido passar fome, sem jantar. Era uma devoradora de números, cujos filhos por pouco não se chamaram Cosseno, Bháskara e Hipotenusa. Depois descobri que adorava o seu jeito de dar aula, de envolver a turma, de tentar quebrar a barreira que separa os mortais dos que entendem Matemática.

E como esta disciplina é tida por “difícil” pela maioria dos estudantes, os alunos responderam na pesquisa que gostariam de ter um professor paciente para tirar dúvidas e que não dissesse sempre “já expliquei!”. E fizesse provas justas e desse revisão prévia.

Para finalizar o 13.º ponto levantado na pesquisa, os estudantes gostariam de um professor que trouxesse conteúdos além do material da escola e apresentasse exemplos realistas.

Se olharmos, um por um desses itens, veremos que eles não querem nada de mais. Só aprender com alguém que, em suma, ame o que faz.

Psicomotricidade Relacional e a socialização escolar como facilitadores na aquisição de conhecimento

Palavra do Especialista

José Leopoldo Vieira - leopoldo@ciar.com.br
Diretor do Centro Internacional de Análise Relacional (Ciar) em Curitiba.

Abordar Psicomotricidade Relacional e socialização escolar como facilitadores na aquisição de conhecimento nos instiga a refletir sobre a necessidade de mudarmos o foco do discurso verbal, buscando através da ação, do movimento, uma comunidade educacional aberta a uma demanda de relações, baseada em valores humanos, nos quais os comportamentos afetivo-emocionais tornem-se indispensáveis para a conquista de novas aquisições e conhecimentos essenciais ao bem-estar pessoal e social.

Hoje vemos educadores, sejam eles professores, psicomotricistas, psicólogos, psicopedagogos ou outros profissionais que atuam na escola buscando especializar-se no sentido de entender e atender a demanda que as crianças trazem para o ambiente escolar.

Assim, temos testemunhado esforços destes profissionais no sentido de estimular o desejo para descobrir, para aprender e conhecer, substituindo a exclusão pela inclusão, a incapacidade pelas possibilidades, transformando o conceito de reeducação para o de educação em sua definição mais ampla.

A Psicomotricidade Relacional em consonância com o movimento atual na educação, trabalha no sentido de focar as possibilidades de saúde física, emocional e social das crianças, descentralizando o foco da doença, das dificuldades de aprendizagem, motoras ou sociais, sem, contudo, perdê-las de vista.

Podemos dizer que esta proposta está conquistando espaço e reconhecimento, rompendo barreiras, atendendo necessidades e despertando nas escolas, públicas e privadas, o desejo de oferecer a seus alunos e professores, mais do que conhecimento e informações baseados em programas engessados, mas sim, um diferencial baseado na escuta destes corpos em movimento, destes seres em transformação, aprendizes da beleza das relações, do desejo, da vida que é sua, mergulhados intrinsecamente numa comunicação autêntica e no encanto da descoberta e da aquisição de conhecimento.

A Psicomotricidade Relacional trás em sua proposta, a ousadia de responsabilizar além da família, também a escola e por consequência a sociedade, pela construção mais ou menos saudável da personalidade da criança e do jovem sendo este um dos aspectos do seu poder de transformação social.

Sua finalidade na escola é especialmente preventiva, atendendo a uma perspectiva pedagógica que visa potencializar o desenvolvimento emocional, a socialização e o desenvolvimento cognitivo global, com o objetivo final de auxiliar o indivíduo a viver com o outro e se realizar pessoal e socialmente.

Na escola, a Psicomotricidade Relacional proporciona reflexões, críticas, criação de grupos operativos que abordem de forma ampla e global as demandas da convivência em sociedade. Não perde de vista a intersecção com a pedagogia, na medida em que enfoca o eu do sujeito, os papéis socialmente definidos, as identificações, o imaginário. Isso mesmo, o imaginário, pois "o que está em jogo é o modo como os professores imaginam seu papel, e quais os discursos em torno desse papel que impedem o seu exercício eficaz, muito mais do que a verdade última daquele sujeito do consciente que habita o professor e o aluno".

Nesta dialética, a escola assume então seu lugar de formação de cidadãos, na medida em que passa a ser responsável por questões que possibilitam a formação de seres sintônicos consigo mesmo. Pessoas capazes de assumir um nível de conhecimento e de comunicação mais verdadeira, de atuar na sociedade com mais transparência, promovendo assim a transformação social.

Dessa forma a Psicomotricidade Relacional na escola se compromete a auxiliar o professor e o aluno na construção de conhecimentos baseados em valores necessários às conquistas cotidianas, pautando o seu trabalho numa transformação social, canalizando estes conhecimentos para ações que efetivem sonhos e direitos, investindo assim, em uma ação social mais saudável.

Fica aqui um convite: o de tentar não mais trabalhar na sintomatologia, forçando a criança ou adolescente a adequar-se a uma proposta que não reconhece, e sim o de tentarmos substituir o desprazer pelo prazer, o mal-estar pelo bem-estar, o medo pelo interesse; desculpabilizando sentimentos, para reativar e desenvolver competências e habilidades de comunicação, aprendizagem e socialização, atendendo ao principio de igualdade de oportunidades, para sob o objetivo geral da educação potencializar o exercício da cidadania.

Por tudo o que foi exposto, costumamos dizer que a psicomotricidade relacional toca a globalidade do SER, garantindo a preservação de sua saúde global redimensionando seus valores dentro de um processo de comunicação autêntico, tornando o mais criativo, participativo e democrático, capaz de compartilhar interesses pelo seu ambiente social e suscetível ao aproveitamento dos estímulos que o rodeiam, permitindo-lhe uma maior disponibilidade e autonomia diante das atividades inerentes aos valores do homem, de sua vida relacional, facilitando a afirmação.

Meu tempo...Minha vida

Eder Roberto Dias - ederoamorsemprevence@bol.com.br
Escritor, poeta, palestrante e autor do livro: O amor sempre vence... Editora Gente.

Estamos sempre a um passo de nosso mal, estamos sempre nos imaginando em algum lugar que pudesse nos fornecer a liberdade que se quer aceitamos já existir. Quem realmente somos? Em que ponto de nossa vida conseguiremos dar valor ao que fazemos? Os medos, as procuras e as muitas preocupações afetam a forma com que nos vemos e somos vistos. Essa deformidade de aparências elimina de nossa fonte produtiva a semeadura do quanto somos incapazes de absorver a esperança como condutora natural de nosso bem pessoal. Somos criados a ver os outros e a buscar exemplos que nem sempre condizem com o que procuramos! Meu tempo...

Minha vida deve ser elaborada por nossos próprios recursos, por nossa maneira simples em nos ver e admirar a capacidade que nos foi dada desde o princípio de nosso existir. Sem atropelos ou fontes de reparação contraditórias as normas que existem em nosso querer. Estamos aqui para instituirmos uma relação que nos apoie em nós mesmos e, que seja, intensificado pela conduta que se relacione bem com todas as tormentas agressivas que viverão em nós até que a luz se apague diante de nossos olhos.

Devemos nos ver fortes e organizados em nosso querer, em nossas possibilidades e na normalidade que introduza uma riqueza de valores que orquestrem um apoiar-se diante das muitas indiferenças que nos chegarão a todo o momento. As síndromes ruins existem e não devem ser ativadas por nossas dúvidas ou receios em seguir vencendo a tudo e a todos.

Fomos ensinados a respeitar as diferenças, mas não fomos educados a renegar as diferenças que tentam nos impedir de seguir por caminhos que são nossos melhores destinos. Quem realmente somos? A quem devemos questionar as nossas más síndromes que cultivamos em nosso “eu”? Com exatidão e reprogramação: ninguém!

Caberá a nós encontrar uma referência de ajustes que nos elevem a ser o que desejamos ser. Sem metodologias ocupacionais que sirvam apenas de desculpas baratas e irresponsáveis com o que possa nos ser bom. Estamos adoecendo nosso corpo por não aceitarmos as nossas diferenças pessoais. Somos diferentes e desejamos diferentemente uns dos outros! Para cada decisão tomada uma renúncia que deve ser aceita como a mais sensata e organizadora de nossas vidas. Sejam elas em qual patamar forem! A vida nos leva a viver a magnitude de nossas ações e escolhas, para tanto, erros acontecerão no decorrer das muitas tentativas que faremos.

O propósito maior da vida é a felicidade! As pontes caídas e areias movediças são obstáculos aos quais podemos ultrapassar com segurança e muito tranquilidade, desde que, nos façamos condutores de nosso melhor estar e receber. Somos voláteis com as ondas do mar que se movimentam ao sabor do vento, somos tempestivos como a chuva forte que cai acompanhada por trovões e relâmpagos. A vida deve ser aceita, compreendida, vivida com dignidade e muito respeito. Cada um de nós foi educado de uma forma diferente e, essa maneira, deve nos servir de início a sermos capazes de reluzir o melhor que há em nosso desejo em desejar.

Quem se obstrui a isso eleva seu medo e alimenta fontes de síndromes que paralisam o melhor de nossa fonte. Afaste a depressão com a ação de seu sorriso. Deixe a síndrome do pânico para aqueles que nunca aprenderam o valor do amor que movimenta nossos sonhos e a austeridade de nossos sentimentos.

Pense com orgulho o tudo que você representa! Idealize suas cores e se aceite com a realidade que te faça acreditar em você. Estamos juntos em um mesmo planeta, sobre uma mesma natureza que se divide por cada um de nós. Quem somos não importa, mas quem seremos fará a diferença quanto ao tempo e a vida que está em você. Antes de chorar, verifique o porquê das lágrimas; antes de maldizer a sua existência, verifique o muito que fez e antes de se entristecer, busque as alegrias que você proporcionou em sua vida.

Quem tem uma história de muita luz não pode se esconder na escuridão de pensamentos ruins. Faça de cada dia uma fonte natural para seu brilho! Dessa forma as síndromes ruins nunca se apoiarão por sobre o muro de sua felicidade. Seja sempre integrado ao bem de seu melhor.

Enfrentamento e Compreensão

Wanda Camargo - assessoria@unibrasil.com.br
Educadora e Assessora da Presidência das Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil.
Um colégio tradicional paulistano não permitiu que um aluno que usava saias assistisse às aulas, provocando grande reação dos demais estudantes. O diretor manifestou-se chocado: “ele não está numa galeria de arte, está numa escola”, disse, argumentando também que a proibição foi para proteger o próprio aluno quando saísse à rua.

A polêmica remete a outras, de outras gerações, quando entraram em moda as calças justas, as minissaias, os cabelos masculinos compridos, os cabelos femininos curtos, os piercings, as tatuagens, os cabelos coloridos... Os mais jovens sempre vão transgredir os códigos já estabelecidos de vestimenta e aparência - e os mais velhos sempre farão oposição, a princípio.

O uso de saias por homens é praticamente tão velho quanto o uso de roupas - quando nossos antepassados se cobriam com peles de animais, os trajes deviam se assemelhar a vestidos e não a calças, idem as togas da antiguidade greco-romana. Em tempos mais recentes, podemos citar os escoceses, gregos, albaneses, e muitos outros povos, sem esquecer as batinas dos religiosos mais ortodoxos. Essas saias, no entanto, se devem a questões culturais, históricas, de afirmação nacionalista.

Seu uso por motivos contestatórios, ou simplesmente para chocar a burguesia, vem de menos tempo. No Brasil, o precursor foi o modernista Flávio de Carvalho, que realizou o que chamou de “Experiência nº 3”, desfilando de saia pelo centro de São Paulo, em 1956, com as reações escandalizadas de praxe.

Desde alguns anos, vários estilistas têm proposto saias masculinas, sem aparentemente nenhuma intenção de travestir seus clientes. São saias de corte específico, algumas assemelhadas a kilts, e muito elegantes, se o usuário tiver “atitude”. Os defensores desta moda elogiam, além do aspecto transgressor e vanguardista, o maior conforto e liberdade que ela proporciona, em comparação com as calças - e, coincidentemente, foi esse argumento (conforto e liberdade) o utilizado pelas mulheres que principiaram a usar “calças compridas” em tempos modernos.

Um famoso psicanalista, atuante no país hoje, aconselha sabiamente: em se tratando de rebeldia, ficar um pouco mais frio, impedir o enfrentamento, considerar mais pitoresco que dramático, pode, eventualmente, produzir melhores resultados, evitando o acirramento das posições.

A escola tem importância fundamental no processo de socialização de crianças e adolescentes. É o lugar onde as personalidades se sedimentam no contato entre iguais; onde nascem amizades, rivalidades, lideranças, namoros, aspirações. Não pode ser o lugar da repressão, mas também não pode ser o lugar da irresponsabilidade. Cabe aos educadores ter discernimento para saber onde deverá ser estabelecido o limite entre as duas coisas.

PNE avança no Senado, vai à Comissão de Educação, antes de ir à votação em Plenário

Cyro Miranda (D), presidente da CE, leva relatório de Vital do Rêgo, aprovado pela CCJ.


O projeto de lei que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) avançou mais uma etapa em sua tramitação no Senado. A matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na quarta-feira (25). O texto, que exige a destinação, até o final do período de 10 anos, de pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação , será examinado agora na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), última etapa antes da votação em Plenário.

Apresentado pelo governo, o projeto – que tramita no Senado como PLC 103/2012 – possui 14 artigos e 20 metas. O plano tem duração prevista de 10 anos e tem entre suas diretrizes a erradicação do analfabetismo e a universalização (garantia de acesso) do atendimento escolar.

Um dos principais destaques da proposta é a Meta 20, na qual se determina que, ao final dos dez anos de vigência do plano, os investimentos públicos em educação terão de representar no mínimo 10% do PIB. Inicialmente, o objetivo do governo era chegar a 7%, mas esse percentual foi elevado para 10% durante a tramitação da matéria na Câmara dos Deputados.

ALUNOS ESPECIAIS - Um dos obstáculos à votação da matéria na CCJ era o impasse em torno da Meta 4, que visa garantir o acesso à educação básica para os estudantes com deficiência (os alunos especiais) de 4 a 17 anos. O impasse surgiu após a tramitação do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o texto foi aprovado com modificações.

Após negociações com o Ministério da Educação e entidades que se dedicam a essas crianças e adolescentes, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), o relator do projeto na CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), chegou ao texto aprovado nesta quarta-feira. Vital é presidente da CCJ.

Na redação dada à Meta 4, pela CAE, os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) às instituições que oferecem ensino especial (enquanto substitutas da escola regular) seriam encerrados em 2016, o que gerou diversos protestos. Vital retirou essa previsão, conforme havia sido antecipado por uma representante do Ministério da Educação durante audiência pública no início da semana passada.

PREFERENCIAL - Outra mudança que havia sido feita pela CAE se referia à exclusão do termo "preferencialmente" no texto que abre a Meta 4. Essa palavra aparecia na redação aprovada na Câmara dos Deputados, mas foi retirada. Para entidades como a Apae, a supressão desse termo abria uma brecha para que as escolas deixassem de oferecer um acompanhamento diferenciado para os alunos com deficiência. Vital do Rêgo reinseriu a palavra, medida que também foi antecipada pela representante do Ministério da Educação.

A redação proposta por Vital é a seguinte: "Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica, assegurando-lhes o atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (...)".

Entre as opções de acompanhamento diferenciado, estão as classes especiais (oferecidas pelas próprias escolas, paralelamente às classes regulares), os centros de ensino especial (que se dedicam exclusivamente a esses alunos) e as Apaes.

REDE PARTICULAR - Logo após a votação na CCJ, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) alertou para a possibilidade de que a previsão de investimento de 10% do PIB previstos no Plano Nacional de Educação inclua também o ensino da rede privada.

"A conta do financiamento da educação, os 10% do PIB previstos pelo Plano Nacional de Educação, não pode incluir o financiamento da educação privada, mas querem nos impor isso. Os 10% têm de ser direcionados única e exclusivamente à educação pública", ressaltou ele.

Randolfe frisou que levará essa discussão para a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), onde o projeto será examinado a partir de agora.

Cuiabá - MT Controle de frequência de servidores terá sistema biométrico mais rígido

A Prefeitura de Cuiabá tem endurecido as medidas de controle de frequência e horários do funcionalismo público municipal. O registro da jornada de trabalho dos funcionários é feito pela atual administração através do sistema de biometria para evitar fraudes no sistema.
 
O controlador-geral do Município, Marcelo Bussiki, explica que para apresentar o novo modelo de registro de assiduidade, foi criada pela Diretoria de Controle Interno, ligada à Controladoria, uma orientação técnica com o tema de ‘controle de frequência’, para que tanto servidores quanto as Secretarias passem a seguir as normas de disciplinas.
 
“O controle de frequência visa a coibir essas irregularidades e aberrações que já foram comuns na administração pública”, pontuou Bussiki.
 
Além do controle de horários, Fernando Oliveira, diretor do Controle Interno enfatiza que a normatização favorece ainda o próprio funcionalismo, visto que se cria uma medida de controle da própria jornada de trabalho.
 
“Além disso, o modelo permite a maior velocidade na realização de transmissão das informações para o sistema de folha de pagamento. Com essa maior segurança, coíbe-se erros e fraudes. Há também maior facilidade para aferição da jornada de trabalho dos servidores”, complementa Oliveira.
 
No início da gestão, após uma varredura realizada pela Controladoria durante o processo de recadastramento determinado pelo prefeito Mauro Mendes, foram detectados servidores municipais que constavam da folha de pagamento, mas estavam com seus registros de atividades irregulares. Com a identificação da irregularidade, o Mauro Mendes demitiu esses funcionários.
 
Assessoria

MT - Governador teve reunião com secretários Ságuas e Faiad para definir consenso sobre proposta para professores em greve

Governo não aceita proposta do Sintep e reapresenta mesma oferta

NAYARA ARAÚJO


O governador Silval Barbosa (PMDB) juntamente com os secretários de Educação Ságuas Moraes (PT) e Administração, Francisco Faiad (PMDB), decidiram recusar a proposta apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública (Sintep), em
reunião na tarde dessa quarta-feira (25).

Eles irão reapresentar nessa quinta (26) a mesma proposta da semana passada, que já foi, inclusive, recusada pela categoria.

Os servidores da Educação de Mato Grosso, que há mais de um mês deflagraram greve reivindicando melhores condições de trabalho e aumento salarial, levaram uma contraproposta ao Governo do Estado, que previa poder de compra a partir de 2013, e não em 2015, como o governo havia defendido. Fora isso, o Sintep também requereu a revisão da política relacionada à hora-atividade dos professores.

A oferta não foi aceita pelo governador, que mantém o posicionamento de que o Estado não tem condições de efetuar majoração nos vencimentos destes profissionais ao longo deste ano.

O mesmo pronunciamento foi feito por Francisco Faiad, que descartou a possibilidade de atender à demanda da categoria.

“Não tem como dar aumento este ano. Nós já demos 8% em 2013, o que representa 2% acima da inflação. Vamos manter aquela proposta para os próximos dez anos e vamos encaminhá-la amanhã, demonstrando que o Governo do Estado está fazendo algo inovador", afirma o secretário.

"Não existe paradigma em nenhum outro Estado da Nação entre o que estamos fazendo, pois está acima daquilo que a própria União prevê de piso para os professores para os próximos anos”, defendeu.

O secretário completou que está confiante de que os professores irão acatar a proposta e, de imediato, voltar às aulas.

“Este ano o Governo não tem condições de dar aumento para servidor de nenhuma categoria porque já concedemos para atender a inflação do ano passado que foi de 6.17, valor acima do que estava previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA), que era de 4,6”, diz.

Ele ainda observou que além dos 6,17% ofertado para os professores com quase 2% de ganho real. O Sintep, que já recusou na semana passada a proposta do governo, que prevê dobro no poder de compra em dez anos, planeja ato público amanhã (26), às 15h.

MT - Governo apresenta mesma proposta e professores rejeitam


Categoria não vai discutir a proposta e mantém greve



ELIANA BESS

A greve na Educação continua. O governo do Estado apresentou ao profissionais da educação na tarde desta quinta-feira (26) a mesma proposta que já tinha sido apresentada na semana passada. Sem novidades e sem melhorias, a categoria não se manifestará e a paralisação segue até que mudanças concretas e positivas sejam efetivadas.

“Não vamos convocar uma assembleia geral para discutir o que já foi discutido. O fato é que a greve continua”, disse Henrique Lopes do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública (Sintep-MT).

O presidente lembrou que quando a proposta foi apresentada pela primeira vez, o governador Silval Barbosa deu um baile na imprensa “dizendo uma coisa e apresentando outra", afirmou.

Porém, desta vez, já se sabia que o governo ia apresentar a mesma proposta. “Para nós, o documento só foi entregue depois das 16h”. 

Ontem (25), o governador Silval e os secretários de Educação, Ságuas Moraes, e de Administração, Francisco Faiad, decidiram recusar a proposta encaminhada pelo sindicato.

Procurado pelo Hipernotícias, o secretário Ságuas não atendeu as ligações. Já o secretário Faiad não quis se pronunciar sobre o caso, afirmando que todas as deliberações sobre o assunto são de responsabilidade do titular da pasta da educação.

RETROSPECTIVA

Os alunos das escolas públicas estão sem aula desde o dia 12 de agosto. São mais de 45
dias de paralisação aguardando uma decisão do governador Silval Barbosa. Nesse período, uma única proposta foi encaminhada ao Sintep-MT, com o objetivo de encerrar a greve.


A proposta foi lida e votada em assembleia geral da categoria no dia 20 de setembro. A decisão foi pela continuidade da greve, uma vez que, o documento não atendeu ao pleito dos profissionais.

Artistas comemoram aprovação da PEC da Música

Mariana Jungmann | de Brasília

A aprovação hoje (24), em segundo turno, da proposta de emenda à Constituição (PEC) que concede isenção tributária a CDs e DVDs, chamada de PEC da Música, foi comemorada pelos cantores e compositores que estiveram no Senado para acompanhar a votação, entre eles, Sandra de Sá, Rosemary, Marisa Monte, Lenine e Ivan Lins.
 
“É uma PEC bastante justa, principalmente para os artistas independentes, que não têm recursos para arcar com os impostos e esperar que venha um produto lá da Amazônia. É um processo [de produção de CDs e DVDs] caro e que demanda tempo”, disse Ivan Lins. Ele se referiu ao fato de as mídias serem atualmente produzidas na Zona Franca de Manaus em função dos incentivos tributários. “Agora vamos poder dar um preço mais justo para os nossos produtos”, completou o cantor e compositor.
 
Também feliz com a aprovação da PEC, a cantora Sandra de Sá lembrou que a matéria tramitava há sete anos no Congresso e que, nesse período, diversas lojas de discos fecharam por causa dos altos preços do produto e da concorrência com os piratas. Na opinião dela, a diminuição dos custos dos CDs e DVDs trará benefícios a todos os envolvidos no processo de produção e venda de músicas. “Quanto mais barato, mais vai se vender e todo mundo vai ganhar. É simples assim. E vai ser vendido um produto de qualidade”, disse.
 
A produtora musical Paula Lavigne ressaltou a importância de as gravadoras se conscientizarem da necessidade da redução de impostos ser repassada ao consumidor para que o consumo de música brasileira produzida legalmente possa aumentar. “Temos provas de que livros, por exemplo, tiveram aumento nas vendas depois da isenção de impostos. A gente espera que isso [redução de preços] seja repassado para o consumidor também no caso da música”, declarou.
 
Uma sessão solene foi marcada para o dia 1º de novembro para o ato de assinatura da promulgação da PEC pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A expectativa é que os artistas retornem a Brasília para a cerimônia.

Médicos alertam para os riscos das doenças cardiovasculares

Cristina Indio do Brasil | Rio de Janeiro

O Brasil é um dos países que assinaram o compromisso internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) de diminuir o número de casos de mortes por infarto e por acidente vascular cerebral (AVC), o chamado derrame, em 25% até o ano de 2025. O diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Carlos Alberto Machado, disse à Agência Brasil que para atingir a meta é preciso conscientizar a população para a gravidade desses problemas no Brasil. Segundo ele, os dados de um relatório de 2011 do Ministério da Saúde apontam que anualmente 344 mil pessoas morrem de doenças cardiovasculares no país.
 
O médico acrescentou que um congresso americano, em Indianápolis, mostrou que crianças com sobrepeso têm duas vezes mais risco de desenvolver hipertensão e, no caso de adultos, o risco sobe para quatro vezes mais. “É preciso tratar os fatores de risco para evitar o infarto lá na frente”, ressaltou.
 
O cardiologista ressaltou a necessidade de conscientizar a população a ter hábitos sadios como alimentação mais saudável e evitar o fumo. “Devemos começar o mais cedo possível. A última Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostrou que a população está comendo mais carne com gordura. Antes as crianças brincavam jogando bola.
Hoje elas passam até seis horas diante do computador e da televisão com videogame”, disse.
 
Carlos Alberto Machado alertou que, se nada for feito, o Brasil terá em 2040 o maior número no mundo em mortes por doenças cardiovasculares, segundo previsão da OMS.
 
Para conscientizar a população, a Sociedade Brasileira de Cardiologia está promovendo ações em vários estados para passar informações sobre os cuidados para evitar essas doenças. No Rio de Janeiro, as ações ocorrem em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No município, segundo a cardiologista Sandra Coelho, a SBC desenvolve um trabalho de rotina com a população e intensifica os esclarecimentos em datas específicas. No próximo domingo (29), por exemplo, será comemorado o Dia Mundial do Coração.
 
“Estamos fazendo palestras e distribuindo folders em policlínicas e unidades básicas de Saúde, orientando a população para os riscos de doenças não transmissíveis, porque não são nem bacterianas e nem virais como a hipertensão e a diabetes”, explicou à Agência Brasil.
 
A médica disse ainda que atualmente Belford Roxo tem 27 mil e 700 pacientes inscritos no Sistema de Gestão Clínica de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus da Atenção Básica (Hiperdia), do Ministério da Saúde. As ações no município antecedem ao 68º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que começa no sábado (28) e segue até o dia 1º de outubro, no Riocentro, zona oeste do Rio.

Escolas colocam merenda saudável em prática


Por Patrícia Gattone

Recentemente um projeto de lei foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) proibindo a venda de bebidas de baixo teor nutricional e alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sódio nas cantinas escolares de educação básica. A decisão ainda precisa passar pelos deputados e pelo Palácio do Planalto.

Embora o projeto tenha como foco as cantinas escolares, os especialistas em nutrição alertam sobre a importância de conscientizar as crianças desde pequenas, no dia a dia e em casa. A nutricionista Denise Alves Brasileiro, da clínica Mon Petit, recomenda, por exemplo, que os pais orientem os filhos na compra da merenda. "Devemos ensiná-los a optar por alimentos saudáveis, como salgados assados, sucos e pães", explica.

Para Karine Durães, nutricionista especializada em pediatria, é importante questionar as crianças sobre o que tem para vender na escola. "Indique ao seu filho, em uma conversa bacana, quais são as melhores opções. A criança fica mais ciente, mas pode escolher ou não. Por isso, o ideal é incentivá-los a levar o lanche de casa na maioria dos dias", recomenda.

Outra dica da profissional é colocar os alimentos nutritivos em receitas que a criança aprecia, por exemplo, o pão pode ser de abóbora, o iogurte, batido com frutas. "Mais uma vez, levar a criança para a cozinha é essencial para que ela reconheça os alimentos e os ingredientes e, a partir daí, aceite com mais facilidade", afirma.

E, claro, nesse trabalho de conscientizar os pequenos sobre alimentação saudável, ter a escola como parceira é fundamental. A coordenadora Débora Pinheiro, do Colégio Escrevivendo, explica que há anos tem sido feito um trabalho especial de intervenção nutricional com crianças de 3 a 10 anos no colégio, oferecendo lanches menos calóricos e mais nutritivos.

No início, em 2010, o projeto foi apresentado aos pais e alunos com a peça "Dona Gastrite x Dona Saúde", para mostrar que a refeição equilibrada faz toda a diferença no dia a dia. "Passamos a oferecer no colégio opções de sucos naturais, mate, água mineral e bebidas lácteas. As frituras são permitidas apenas uma vez por semana e nos outros dias foram substituídas por salgados assados ao forno, lanches naturais, entre outros", diz Débora.

Para inspirar outras escolas e os pais reunimos vários projetos de escolas com dicas de como incentivar o aluno e mostrar a importância da "alimentação saudável" na prática. As dicas podem ser usadas pelos pais também, porque a consciência de se consumir alimentos que fazem bem ao organismo começa em casa!

Qual talento seu filho esconde?

Um pequeno observador da natureza hoje, tanto pode ser um poeta ou um cientista amanhã. E talvez você só seja feliz se deixá-lo ser livre pra escolher ser os dois, ou nenhum dos dois.

 
Quando estava grávida do nosso primeiro filho, gostávamos de conversar sobre os ensinamentos que passaríamos a ele. Nada muito elaborado: eu queria que o pai ensinasse a gostar de futebol, jogar botão, plantar bananeira debaixo d’água. Ele gostaria que eu ensinasse os nomes das flores, amar filmes clássicos e apreciar frutas. Nessa nossa brincadeira de casal estávamos falando, sem saber, dos talentos apreciados mutuamente e de como desejaríamos que essa nossa capacidade de contentar-se com pequenas coisas fosse passada aos nossos filhos, como herança genética. Mas, será que isso a gente consegue, como pais, ensinar aos filhos os nossos talentos? O talento como habilidade física ou intelectual, acho que não. Tenho amigos esportistas que lamentam a falta de habilidade de seus herdeiros com a bola. E não só lamentam, mas esbravejam na beira da quadra da escola, dando uns berros indecentes como se fossem técnicos do filho! Conheço músicos que não se cansam de oferecer aos filhos novos instrumentos, de sopro, de corda, de percussão, na expectativa que uma hora, de algum deles, saia um dó-ré-mi. E conheço gente como eu, que tem tanto horror de achar que está pressionando os filhos a descobrirem sua vocação, que foge das escolinhas de esporte, das aulas de iniciação musical, dos cursos personalizados para crianças.

Desconfio que erramos todos, na abordagem. Talento é aquele que nasce com a gente, sim. Mas tem o talento que desabrocha depois. Aquela habilidade que vai se revelar em um momento de precisão, de melhor oportunidade, e que pode ser até que precise de espaço próprio para aparecer. Longe dos pais. A cantora Maria Rita, filha da Elis Regina, já tinha uma voz espetacular aos 15 anos, quando a conheci, mas pavor de cantar. Soltou a voz anos depois, primeiro em outro país, longe das comparações com a mãe famosa, em paz para permitir que seu talento desabrochasse. Outra coisa é a vocação da alma, o espírito humano, o talento como dom. Nesse caso, acredito que nós, pais, podemos (e devemos) direcionar a herança. Mostrar-lhes como descobrir seus talento com precisão. Digo a ela que é meu GPS particular. E ela fica tão feliz e acredita tanto nisso que se aperfeiçoa espontaneamente. Seu talento para observar, quem diria, hoje em dia ajuda na hora de fazer uma redação, que fica muito mais rica em descrição. Detalhe: a Bruna não gosta de escrever, mas gosta de desenhar. E vejo que pode descobrir, no tempo dela, como seu dom com tintas e pincéis pode ajudá-la com letras e palavras. O que a gente não sabe, quando confabula sobre o futuro dos filhos, é o quanto temos a aprender com eles, primeiro no presente também.