28/08/2013
Lucia Couto
Lucia Couto
Uma nova agenda
para a educação está sendo construída nos últimos anos no Brasil. A busca pela
qualidade do ensino e da aprendizagem na escola pública brasileira tem passado
pela perspectiva de assegurar às crianças e jovens o direito de estar e conviver
por mais tempo na escola e, com isso, ampliar, ainda mais, suas oportunidades de
aprendizagem.
Estados e municípios têm investido em seus
sistemas de ensino e criado condições favoráveis a uma ampla diversificação de
atividades, visando ampliar o repertório a partir dos eixos da cultura, do
esporte, da arte, ciência e tecnologia. Há uma forte movimentação em tornar
realidade o conceito e a prática de educação integral em tempo integral.
A organização desse amplo repertório passa
obrigatoriamente por uma nova abordagem curricular, capaz de relacionar maiores
oportunidades de aprendizagem com maior proteção social e garantia de direitos.
É a percepção de que a integralidade da educação se constrói através de
múltiplas linguagens e em diversos espaços e circunstâncias.
Desde a aprovação, em 1996, da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) N.º 9394, que prevê aos sistemas de ensino o
aumento, progressivo, do tempo de permanência dos alunos para até 7 horas
diárias, muitos dos esforços da última década se voltaram para esse objetivo.
Nesse sentido, cabe destacar que uma política efetiva de educação integral se
traduz, não apenas em ampliação da jornada escolar, mas pressupõe uma mudança de
paradigma na concepção e no tipo de formação para esse novo sujeito histórico.
Isso significa romper com o modelo corrente e historicamente conhecido de
atividades complementares à escola ou à prática do turno e contraturno, e,
sobretudo, possibilitar uma maior integração curricular envolvendo todo o
universo de aprendizagens e saberes desse aluno e considerando as vivências e
conhecimentos próprios da comunidade local.
Portanto, nessa perspectiva, garantir mais tempo
e mais possibilidades de aprendizagem requer uma intensa mobilização dos atores
que estruturam o cotidiano escolar para a reorganização dos espaços e tempos das
aprendizagens. A comunidade e seus espaços ingressam nessa dinâmica de produção
para, juntos, constituírem os campos formativos desse novo currículo. É a
concretização da máxima de que, mais tempo na escola com mais oportunidades de
aprendizagem é igual a maiores possibilidades de sucesso escolar.
Lucia Couto, palestrante do Congresso
Internacional de Educação do Norte e Nordeste, realizado em Belém (PA), de
19 a 21 de setembro. Lucia irá abordar o tema "Escola de Tempo Integral:
pode ser esse o futuro da educação brasileira para a melhoria de
ensino?".
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