quinta-feira, 18 de junho de 2015

MT - Escola Estadual Guarantã ganha medalhas de prata e de bronze

 

Competição é a maior do mundo; resultado foi divulgado nesta quinta-feira


A Escola Estadual Guarantã, do município de Guarantã do Norte (a 736 km de Cuiabá), é uma das unidades públicas, de 10 estados brasileiros, premiadas na Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras de 2015, organizada no Brasil pela Rede do Programa de Olimpíadas do Conhecimento (Rede POC).

A competição educacional interclasses é a maior do mundo, com participação de mais de 200 mil estudantes em 29 países e 10 idiomas.

O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (17/06).

Duas turmas (4B e 6A) da E.E. Guarantã receberam medalhas de prata e uma (5B) conquistou medalha de bronze.

Ao todo, 16 turmas da unidade escolar (do 4º ao 9º ano do ensino fundamental) fizeram as provas, totalizando 301 alunos.

Outras duas instituições, particulares, mato-grossenses foram premiadas: a Escola Progresso, de Campo Verde, com medalha de bronze e menção honrosa, e o Centro Educacional Khalil Zaher, em Rondonópolis, com seis medalhas de bronze e também menção honrosa.

De acordo com a diretora da escola Guarantã, Síria Bortolani Martins, o trabalho de preparação dos alunos para provas como a Olimpíada tem início com diagnóstico realizado no início do ano. Equipe gestora e professores fazem planejamentos individuais e coletivos que serão desenvolvidos em sala de aula.

 “Envolvemos alunos e comunidade escolar, visando a união entre escola e família, com finalidade do desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem”, afirma, destacando que através de avaliações internas e externas é possível verificar resultados e encontrar estratégias para alcançar melhores níveis de proficiência.

A gestora ressalta ainda que as medalhas são prêmios importantes, e demonstra que a escola está no caminho certo, com profissionais comprometidos que buscam se superar a cada dia.

 “O aluno aumenta a sua capacidade de raciocínio, adquiri mais maturidade para resolver problemas matemáticos, aumenta a sua capacidade de abstração, desenvolve a sua criatividade e acelera a formação de sua estrutura cognitiva”.

Este ano, em sua 5ª edição no Brasil, participaram mais de 1.654 classes de 460 escolas de 23 estados (apenas não participaram AC, AP, RR), além do Distrito Federal, totalizando mais de 30 mil estudantes de escolas públicas e privadas do 4º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio.

Foram premiadas 61 classes com medalhas de ouro, 134 com prata, 220 com bronze e 97 classes receberam menção honrosa.

Das 1.654 classes participantes, 341 participaram no nível básico e 1.313 no Jr/Sr.

A data limite para solicitação de medalhas é 30 de junho e data de envio para as escolas é 28 de agosto.

Criada em 1990 pela Academia de Estrasburgo, na França, a Olimpíada tem com o objetivo de estimular o interesse dos estudantes para a disciplina.

No Brasil, a Rede POC, programa mantido pelo Instituto de Olimpíadas do Conhecimento, tem apoio do Consulado Geral da França em São Paulo, do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e da Universidade Metodista de São Paulo. 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Mais educação, por favor



O país do slogan "Brasil, Pátria Educadora" trata muito mal a Educação. O setor amarga investimentos abaixo dos índices constitucionais. O Brasil tem um dos piores índices do mundo na Educação e Mato Grosso, um dos piores do país. Infelizmente, há mais de uma década o setor não tem a prioridade, o respeito que merece.

Os resultados em Educação dependem de políticas públicas consistentes e de longo prazo. Mais recursos na área é sempre uma ótima notícia, mas, sem gestão de qualidade, ninguém sabe se esses recursos vão realmente servir ao cidadão da forma transformadora, como poderiam e deveriam.

O artigo 212 da Constituição Federal é bem claro quando diz que a União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os municípios 25%, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda mantemos uma enorme dívida social nessa área. Infelizmente, um grande número de jovens, ainda não consegue concluir, no tempo correto, o ciclo que se inicia no ensino básico até o superior. Perdemos, pelo caminho, milhares de alunos para a pseudo-aprovação na escola ciclada e para a evasão e muito pouco temos feito para reverter essa tragédia, que tem relações bem próximas com a criminalidade.

Prova disso é a manchete da última quinta-feira, do jornal A Gazeta – Polícia apreende 22 menores por tráfico em escola do CPA. Além dos alunos que vendiam droga na Escola Estadual André Avelino, a operação coordenada pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) apreendeu ainda cinco adultos que faziam “ponto” na praça em frente à unidade escolar.

Além da venda e consumo de drogas, são registrados atos de vandalismo, ameaças a colegas e professores, o que provoca medo entre os funcionários e alunos. Na semana passada, alguns estudantes jogaram uma bomba dentro da sala de aula, ferindo um colega. O colégio tem 1.700 alunos distribuídos nos três turnos.

Enfim, situações como essas permitem que nossos jovens infelizmente sejam incapazes de se formar para uma vida produtiva e saudável, no sentido mais amplo da palavra. Uma reforma educacional é necessária, porém, por mais que essa reforma dependa da consciência política e moral de dirigentes do Estado, é importante um esforço conjunto da sociedade, onde cada indivíduo reconheça e valorize seu papel na construção da “Pátria Educadora” ou de uma nação democrática de fato. No entanto, o que temos é mais um slogan vazio, que não diz absolutamente nada.

Emanuel Pinheiro é deputado estadual pelo Partido da República 

Como fazer observação de sala de aula - I

O papel da coordenação pedagógica é melhorar a prática docente na formação continuada na escola. E, para saber das necessidades da equipe para ensinar melhor, quem exerce essa função tem inúmeros recursos, como analisar o planejamento das atividades, as produções dos alunos e o resultado das avaliações. Contudo, existe uma ferramenta que vai direto ao ponto e permite um conhecimento mais estreito dos problemas didáticos: é a observação feita na sala de aula.

O objetivo dessa ferramenta de formação é analisar as interações que são construídas entre o professor, os estudantes e os conteúdos trabalhados (leia uma sugestão de pauta na última página). Muitas vezes, o próprio docente não percebe que uma pequena mudança em sua prática pode levar a resultados mais positivos - e uma pessoa de fora tem mais facilidade para apontar um caminho. Nesta reportagem, você, coordenador pedagógico, vai saber como romper eventuais barreiras para usar a observação da sala de aula como uma ferramenta formativa.

Como dar os primeiros passos e quebrar resistências

A ideia é simples: você entra na classe, assiste a uma aula, faz anotações e, com base nelas, tem mais segurança para planejar os encontros de formação e orientar os professores, certo? Certo. Só que não é tão simples assim: alguns docentes sentem seu espaço invadido com a presença de um observador.

É preciso criar um clima e uma cultura em que a parceria no desenvolvimento profissional esteja acima de melindres pessoais.

Para quem está iniciando na função de coordenador ou chegando a uma escola em que não existe essa prática, é um pouco mais complicado. O primeiro passo é conversar com toda a equipe nos encontros coletivos, esclarecendo que os principais objetivos são: montar a pauta de formação continuada com base nas necessidades de ensino e conhecer bons exemplos de prática didática que mereçam ser compartilhados com a equipe (sim, às vezes elas ficam restritas a uma só sala de aula, quando poderiam ser divulgadas e ajudar outros alunos a aprender).

Por isso, é bom consultar cada um dos professores para ver se eles topam receber você. Mesmo quando todos estão acostumados a essa rotina, é importante avisar o professor quando a visita será realizada, como faz a coordenadora pedagógica Márcia Regina Schiavetto, do CE Sesi 146, em Matão, a 350 quilômetros de São Paulo (leia o quadro abaixo).

Envolver os professores na elaboração da pauta também pode ser um procedimento útil para quebrar resistências, pois eles mesmos podem indicar em que pontos necessitam de ajuda e de soluções didáticas. É assim que trabalha a coordenadora pedagógica Juliana de Mattos Parreira, da EEI Espaço Nossa Casa, na capital paulista (leia o quadro Em busca de potencialidades).
Compromisso formativo
Foto: Marina Piedade
NA DEVOLUTIVA Márcia Schiavetto,
de Matão, traça com os docentes
o plano de formação.
Fotos: Marina Piedade
Ao passar pela secretaria da escola, os professores de Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Centro Educacional Sesi 146, em Matão, a 350 quilômetros de São Paulo, dão uma paradinha para ver quando a coordenadora Márcia Regina Schiavetto vai às salas de aula. O cronograma mensal de observação fica disponível no quadro de recados. Os docentes têm acesso também à planilha de observação que ela usa. Para diminuir a ansiedade, ao terminar cada observação, ela conversa com os docentes, mas a verdadeira devolutiva vem depois da análise que ela faz do que viu e dos outros registros do professor. No fim, cada docente recebe um relatório no qual há um espaço para que ele se manifeste. "No segundo encontro individual, conversamos novamente sobre a prática dele, dou orientações teóricas e traçamos um planejamento, que fica registrado no relatório como um compromisso formativo entre nós", diz a coordenadora.

Como fazer observação de sala de aula - III

Como fazer observação de sala de aula

Entrar na classe para analisar as interações entre os alunos e o professor requer planejamento e quebra de resistência

Gustavo Heidrich (gestaoescolar@fvc.org.br)

O que observar

Durante a observação em sala de aula, é preciso verificar como se desenvolvem as interações entre professores, alunos e conteúdos e de que forma elas podem se tornar tema da formação continuada na escola. Abaixo estão algumas questões que podem servir de roteiro para essa prática. Relacione as frases com destaque colorido com as explicações nos tópicos abaixo do quadro.
Pauta de observação de sala de aula
Nome do professor ___________________________
Disciplina ___________________________
Conteúdo da aula ___________________________
Data da observação ___________________________


1. A interação entre os alunos e o conteúdo
- O conteúdo é adequado às necessidades de aprendizagem da turma?
- As atividades e os problemas propostos são desafiadores e proveitosos para todos os alunos ou para alguns foi muito fácil e, para outros, muito difícil?
- Há a retomada de conhecimentos trabalhados em aulas anteriores como um ponto de partida para facilitar novas aprendizagens ou as atividades apenas colocam em jogo o que já é conhecido pela turma?
- Os recursos utilizados são adequados ao conteúdo?
- Como está organizado o tempo da aula? Foram reservados períodos de duração suficiente para os alunos fazerem anotações, exporem as dúvidas, debaterem e resolverem problemas?

2. A interação entre o professor e os alunos
- Os objetivos de aprendizagem de curto e longo prazos dos conteúdos em questão estão claros para a turma?
- As propostas de atividades foram entendidas por todos? Seria necessário o professor explicar outra vez e de outra maneira? As informações dadas por ele são suficientes para promover o avanço do grupo?
- As intervenções são feitas no momento certo e contêm informações que ajudam os alunos a refletir?
- O professor aguarda os alunos terminarem o raciocínio ou demonstra ansiedade para dar as respostas finais, impedindo a evolução do pensamento?
- As hipóteses e os erros que surgem são levados em consideração para a elaboração de novos problemas?
- As dúvidas individuais são socializadas e usadas como oportunidades de aprendizagem para toda a turma?

3. A interação dos alunos com os colegas
- Os alunos se sentem à vontade para colocar suas hipóteses e opiniões na discussão?
- Nas atividades em dupla ou em grupo, há uma troca produtiva entre os alunos?
- Com que critérios a classe é organizada?
- Os alunos escutam uns aos outros?
Para pensar em novas abordagens Problemas adequados são os que representam um desafio possível. Ou seja, não podem ser tão fáceis a ponto de serem solucionados sem esforço nem tão difíceis que se tornem desestimulantes. Quando 80% da turma acerta sem dificuldade as questões propostas, é hora de lançar novos desafios. Se mais da metade não encontra solução, é preciso orientar o professor para que ele tente novas abordagens e ajudá-lo a diversificar as atividades.

Como usar bem o material pedagógico
Mapas, slides, ilustrações, fotos e vídeos precisam ser adequados ao conteúdo trabalhado, utilizados em momentos certos e ter qualidade técnica. Quando alguma dessas coisas não acontece, busque com o professor novas ferramentas ou indique maneiras mais eficientes de usar as já disponibilizadas pela escola. No caso de recursos tecnológicos, é sempre recomendável testá-los antes da aula.

Em busca de clareza e objetividade
Muitas dificuldades que aparecem durante os momentos de aprendizagem têm origem em uma proposta confusa, mal elaborada ou comunicada de forma ineficiente. Durante a observação, anote as falas do professor para posteriormente discutir a clareza e a pertinência das propostas. Para torná-las mais claras, geralmente são necessárias mudanças simples, como a substituição das palavras difíceis.

Fazer do erro uma oportunidade de ensinar
Durante a observação, anote os erros e as dúvidas apresentados pelos alunos e verifique se o professor consegue fazer com que as dificuldades individuais sejam oportunidades de avanço para todo o grupo. Os erros e as intervenções dos professores também podem ser registrados para a tematização da prática durante os encontros coletivos e os individuais.

Ajuda na formação de grupos É preciso observar se as duplas ou os grupos foram formados aleatória ou intencionalmente. A escolha dos pares precisa ser planejada e a formação vai variar de acordo com os conteúdos. Ao perceber que um agrupamento não é produtivo, analise com o professor o perfil dos alunos e ajude a montar outros mais eficazes.

Para cada situação, um grupo

Ao perceber uma inadequação entre a organização da sala e o conteúdo, você pode indicar, na devolutiva, outras formas de dispor os alunos. Em roda, em duplas, trios ou quartetos. A forma como a turma trabalha deve estar relacionada aos objetivos pedagógicos. Geralmente, grupos grandes servem para socializar estratégias, mas não para trocar informações. Já quando o objetivo é colocar os conhecimentos de cada aluno em jogo, o melhor são as atividades individuais.

Como fazer observação de sala de aula - I I

Entrar na classe para analisar as interações entre os alunos e o professor requer planejamento e quebra de resistência

Gustavo Heidrich (gestaoescolar@fvc.org.br)

Atenção à postura dentro da sala de aula

Alguns detalhes vão ajudar você a não ser invasivo no momento da observação. O primeiro deles é lembrar que aquele espaço é do professor. Por isso, procure sentar-se no fundo da sala ou nas laterais, manter a menor interação possível com os alunos e nunca interferir na fala do docente.

Mesmo que a pauta tenha sido discutida e fechada previamente, uma vez na sala é preciso analisar todas as interações e estar aberto para se surpreender com situações que não esperava encontrar - que podem, inclusive, ser extremamente positivas.

O que é observado deve ser apenas anotado nesse momento. Durante e após a observação, você vai construindo hipóteses sobre as interações que dão certo e as que precisam de ajustes - e essa será a base do registro e da conversa posterior com o professor.

Devolutivas consistentes apontam caminhos

O trabalho de observação não termina quando o coordenador sai da sala de aula. Ao contrário. Talvez a parte mais importante venha a seguir: a conversa com o professor. Tire uma cópia das anotações feitas e entregue a ele antes da devolutiva para que possa se preparar para a conversa, que deve ser sempre individual e, no máximo, uma semana após a data da observação. Inicie o bate-papo citando tudo de positivo que você viu, demonstrando com isso que reconhece o bom trabalho feito. Em seguida, trate dos pontos que precisam ser melhorados.

Um procedimento que sempre enriquece esse debate é a apresentação do embasamento teórico (para dar consistência às observações e à apresentação de sugestões para a mudança da prática). Não se esqueça de ouvir o professor, que certamente vai expor as dificuldades que encontra e as necessidades que ele tem para colocar em uso as propostas feitas por você.

"Todo processo formativo é sempre conflituoso. O coordenador só conquista o respeito do grupo quando o docente percebe que as devolutivas têm resultados positivos na maneira de ensinar e, consequentemente, no desempenho dos alunos", afirma Fátima Camargo, mestre em Didática pela Universidade de São Paulo (USP) e consultora pedagógica.

O resultado final desse processo deve ser um planejamento de formação para o professor e para toda a equipe docente. Acreditar nessa perspectiva pressupõe encarar o educador como um profissional capaz de construir as próprias estratégias de ensino com base na reflexão sobre a prática.
Em busca de potencialidades

PAUTA CONJUNTA Juliana Parreira, de São Paulo, escolhe o que vai ser bservado junto com o professor

Na entrada da favela de Paraisópolis, em São Paulo, a EEI Espaço Nossa Casa atende 120 crianças da comunidade local. Professora por sete anos, a coordenadora Juliana Parreira assumiu a nova função há quatro. No começo, entrava nas salas sem avisar. "Mas me lembrei de quando era professora e quanto era difícil ter na classe alguém analisando meu trabalho." Hoje ela combina com os docentes todas as visitas e as pautas são discutidas e compartilhadas nos encontros semanais de formação. 

Muitas vezes, são os professores que pedem à coordenadora ajuda para melhorar em determinados pontos. "A observação não é inimiga do professor, mas uma forma de valorizar o trabalho dele. Ao observar, busco tanto o que está bom e pode ser disseminado quanto o que pode ser aprimorado. Na devolutiva, é fundamental se apoiar na teoria e se colocar também como aprendiz no processo formativo", finaliza Juliana.

As atividades com nome próprio na Educação Infantil

Chamada, leitura de listas, escrita e brincadeiras: explore todo o potencial dos nomes na alfabetização

As atividades com o sistema de escrita na Educação Infantil precisam ser diversificadas e oferecer novos desafios às crianças, potencializando seu aprendizado (abaixo, veja uma lista com oito atividades para turmas de 4 e 5 anos). Diana Grunfeld, especialista em didática da alfabetização e membro da equipe de coordenação da Rede Latino-americana de Alfabetização, explica que isso é essencial para que tanto o aspecto figural (forma e direção das letras) como o conceitual (combinação das letras) sejam desenvolvidos. Por essa razão, o trabalho deve variar entre situações de leitura e de escrita.
As primeiras são essenciais para ajudar as crianças a perceber semelhanças e diferenças entre os nomes, como quantidade e disposição das letras e sua relação com os sons. Com base nesse modelo estável, elas conseguem estabelecer comparações para tentar ler outras palavras. “Em contato com o nome próprio, as crianças notam a regularidade da forma dele e entendem que a escrita fixa a língua falada. Toda vez que elas reencontram seu nome, percebem que ele tem sempre as mesmas letras. Essa estabilidade do sistema é muito importante, porque é um ótimo campo de reflexão e aprendizagem”, diz Beatriz Gouveia.
As situações de escrita apresentam outros desafios aos pequenos, como a grafia das letras, uma por uma, até construir a palavra completa. Essa fase começa com a cópia do modelo com o nome, que fornece informações sobre a forma convencional das letras e a direcionalidade da escrita.
As crianças com deficiência também devem participar dos trabalhos com nome próprio. As atividades podem e devem ser adaptadas, exceto nos casos de deficiência muito grave. Se a criança tiver uma deficiência visual, por exemplo, as letras móveis precisam estar escritas em braile. Para saber mais, acesse o Guia de Flexibilização.

Oito atividades para as turmas de 4 e 5 anos

8. Leitura e escrita de listas
Desenvolvimento
Depois de checar quem está na sala, o professor pode pedir aos alunos que anotem no quadro o nome dos ausentes. A lista poderá ser utilizada para a merendeira saber quanto de comida deverá fazer ou para registrarem numa folha o nome de quem faltou. Outra possibilidade é pedir às crianças que identifiquem na lista de chamada quais serão os ajudantes do dia, que podem ser escolhidos pelo professor seguindo a ordem alfabética.
O que as crianças aprendem?
É preciso ter clareza sobre os propósitos dessas atividades. Nas primeiras, as crianças são convidadas a reconhecer os nomes e a compará-los. Dessa forma, elas podem observar a quantidade de letras nas palavras, a ordem alfabética e refletir sobre a função desse gênero textual, que destaca palavras de um mesmo grupo temático. Nas atividades de escrita, as crianças desenvolvem a grafia e direcionalidade da escrita durante a cópia.
Criança da turma de 4 e 5 anos da escola EM Jandira Caetano Ribeiro, em São José do Rio Preto, escreve lista dos colegas ausentes (Foto: Eick Mem)
A professora Maristela Ribeiro da Silva organizou no início do ano um conjunto de atividades para realizar com sua turma de 4 anos na EMEI Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos, a 94 quilômetros de São Paulo. “Planejei atividades nas quais o mote era fazer com que as crianças passassem a reconhecer e produzir o próprio nome e, depois, o nome dos colegas”, diz Maristela.
O trabalho começou com a produção de crachás com o nome das crianças, que são usados em diversas situações. Uma delas é a chamada, que é feita de maneira diferente a cada dia. Uma das formas, por exemplo, é pedir que os pequenos procurem o seu cartão no meio da roda quando chamados. Os crachás que sobram ajudam a turma a produzir uma lista dos colegas que estão ausentes no dia. O cartão pode ter também utilidade nas atividades de escrita: as crianças que ainda não sabem grafar a palavra utilizam a ficha como modelo.
Em outras situações, Maristela estimula os alunos a identificar a letra inicial dos nomes. “Em uma lista, coloquei os nomes em ordem alfabética e perguntei aos pequenos com qual letra começava o primeiro da lista. Aos poucos, eles começaram a identificar que era a letra A, de Ana, e assim por diante”, diz. Com essa atividade, a professora tinha o objetivo de fazê-los refletir sobre a importância da letra inicial para a ordenação dos nomes.
Maristela pretende que, ao final do semestre, todos os alunos saibam escrever o próprio nome e também o dos colegas. Mesmo assim, essas palavras não desaparecerão da rotina em sala de aula, uma vez que os pequenos continuarão identificando seus trabalhos e utilizando os nomes como referência para ler ou escrever novas palavras.
Uma das atividades que a professora já realiza com esse objetivo é a produção de uma lista dos brinquedos trazidos pela turma para a escola. “Eu pergunto às crianças como é que se escreve carrinho. ‘É com o CA da Carol’, elas respondem e escrevo na lousa. Em seguida pergunto qual é a primeira letra desse nome. ‘É com C’, falam”, conta Maristela. Dessa forma, as crianças começam a utilizar em diferentes contextos o que já aprenderam sobre o sistema de escrita. “Isso vai ajudando-as a observar que o nome não é um todo apenas, mas é composto de diferentes partes que também existem em outras palavras”, explica Andréa Luize, coordenadora do Núcleo de Práticas da Linguagem da Escola da Vila, em São Paulo.

Sala de aula alfabetizadora

Diferentemente do que se pensa, a escola não é a porta de entrada para o aprendizado do sistema de escrita. Em casa e em outros ambientes, as crianças ficam expostas desde muito cedo a diversas práticas de leitura e escrita, como bilhetes, correspondências, canções e histórias. Até mesmo os pais chegam a ensinar os filhos algumas letras do alfabeto, principalmente as do nome dele.
No entanto, é na escola que todo esse conhecimento é organizado e o processo de aquisição da escrita é feito de forma sistemática e significativa.
Para que esse trabalho seja efetivo, o professor deve propor situações que levem as crianças a ler e escrever diariamente. Então, se a chamada da turma é feita todos os dias, por que não expor uma lista com o nome de todos os pequenos na parede da sala e recorrer a ela sempre que necessário? Dessa forma, além de ser uma referência a qualquer momento, os nomes ficam à disposição do professor para planejar diferentes atividades.
Abaixo, veja um infográfico com os principais elementos que devem estar presentes em uma sala de Educação Infantil para que nesse ambiente a aprendizagem de leitura e escrita ganhe sentido.
Como alfabetizar com nome próprio? Nesses dois vídeos do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do Ministério da Educação, professoras realizam atividades e comentam suas intervenções.
Infográfico Ambiente Alfabetizador cantinho-leituraestantealfabetoalfabeto-movelparlendascalendariolista-nomesalfabeto-mesalista-atividades
(Infografia: Jacqueline Hamine / Foto: André Menezes / Consultoria: Leninha Ruiz, formadora de professores)

Que falta ao mundo para que haja Paz?


José de Paiva Netto

Em tempo algum a civilização alcançou tamanho grau de tecnologia. Que falta, pois, para que haja Paz? Resta sublimar as ações do progresso com a Espiritualidade Ecumênica, que potencialmente nos acompanha — saibamos ou não saibamos, queiramos ou não queiramos — desde antes do berço e de que devemos ser proclamadores, como crentes em Deus. Naturalmente que entendido como Amor, Verdade e também Justiça, que "é o apoio do mundo", ao passo que "a injustiça, pelo contrário, é origem e fonte de todas as calamidades que o afligem", consoante o pensamento do filósofo Dietrich de Holbach (1723-1789).

Como escrevi em Dialética da Boa Vontade — Reflexões e Pensamentos, lançado em 1987: Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço ético, moral e espiritual. O ser humano descobrirá que não é somente sexo e estômago. Há nele o Espírito eterno, que lhe fala de outras vidas e outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão. A paz dos homens é, ainda hoje, a dos lobos e de alguns loucos imprevidentes que dirigem povos da Terra.

A Paz, a verdadeira Paz, nasce primeiro do coração limpo do Homem. E só Jesus pode purificar o coração da Humanidade de todo o ódio, porque Jesus é o Senhor da Paz.


José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.

Você é responsável pela sua vida


 Lair Ribeiro

Dar-se conta de que você é responsável pela sua vida pode ser algo transformador, pois lhe dá a possibilidade de escolher entre assumir a responsabilidade ou não. Se não assumir, muito provavelmente alguém o fará e você passará a trabalhar para a realização dessa pessoa, que pode perfeitamente ser a empresa na qual você trabalha... Se você vive dizendo “Eu trabalho para Fulano” ou “Eu trabalho para tal empresa”, é possível que já esteja perdendo o controle sobre a sua vida... E se assumir, você terá de abandonar a confortável posição de vítima em que se coloca e ir em busca do que você realmente deseja para si.


Então, você pensa: “Abrir mão da minha vida, nem pensar. Mas assumir a responsabilidade por tudo dá muito trabalho!”. Pois vou lhe contar um segredo: a posição de vítima pode ser muito mais pesada do que os esforços que você venha a fazer para alcançar sua realização pessoal e profissional. Portanto, a hora é agora. E uma das ações mais importantes no momento de retomar as rédeas da sua vida é perdoar.


Desde criança, nos ensinam que devemos perdoar, e muitos de nós crescemos sem saber direito o que isso significa. Perdoar pode ser muitas coisas, mas, antes de mais nada, é uma atitude inteligente. Se alguém o ofendeu e você insiste em não perdoar, quem carrega o peso da ofensa é você. Logo, perdoar é assumir a responsabilidade por aquilo que você sente.


Perdoar é diferente de esquecer. Esquecer uma ofensa, por exemplo, é pôr uma pedra em cima dela. Você pode nem pensar mais naquilo, mas a energia fica lá, estagnada embaixo da pedra! Ao perdoar, porém, você se liberta das amarradas do passado e permite que a sua energia flua positivamente, trazendo mais alegria ao seu ser.


Perdoar pode demandar tempo, paciência e dedicação. Pode não ser fácil, pode demandar muita força e sabedoria, mas os resultados são compensadores! Além de purificar a alma e proporcionar um sentimento de leveza, afinal de contas, você está abrindo mão de sentimentos negativos como raiva, ódio, desprezo, entre outros, também renova as energias, o perdão traz mais vitalidade e força para lutar pelos seus ideais. Isso porque enquanto você estiver guardando mágoas, remoendo ofensas e permitindo que a dor e o sofrimento cresçam e se multipliquem em seu interior, você estará gastando valiosas unidades de energia, principalmente cerebrais, que poderiam ser muito mais bem empregadas em prol do seu crescimento pessoal e profissional.


Quando uma pessoa nutre pensamentos rancorosos, tais pensamentos tendem a se acumular, gerando tensões, insônia, agitação e destruindo sua paz. Se você tem uma dívida que não consegue pagar é porque está precisando perdoar alguém. Dívida é falta de perdão no passado. Na hora em que você perdoar, tenha certeza de que o dinheiro aparece e você consegue pagar a dívida.


Ao perdoar, você libera a dor e o ressentimento que, durante anos, vinha carregando como se fosse um fardo pesado e inconveniente. Ao perdoar, você deixa de ser vítima de quem o prejudicou, recupera seu poder e assume a responsabilidade pelo que você sente. Lembre-se de que nossos verdadeiros inimigos são a raiva e o ódio, emoções que podem crescer desordenadamente quando nos descontrolamos e que são potencialmente destrutivas, que nos corroem, minando a nossa energia e vitalidade, podendo gerar doenças tão graves como o câncer.

Lair Ribeiro é palestrante internacional, ex-diretor da Merck Sharp & Dohme e da Ciba-Geigy Corporation, nos Estados Unidos


Mulheres na política


O Brasil é um país desigual, e essa desigualdade provavelmente é o elemento fundamental a ser considerado

A Campanha Nacional “Mulheres na Política” – A Reforma que o Brasil Precisa – chegou a Mato Grosso. E, como representante mato-grossense no Senado da República, não poderia deixar de apoiar essa luta histórica das mulheres brasileiras.

O Brasil é um país desigual, e essa desigualdade provavelmente é o elemento fundamental a ser considerado para compreender os maiores e mais renitentes problemas nacionais, inclusive aqueles relacionados às questões de gênero. Certamente não haverá justiça social no Brasil, em concreto, sem a superação dessas diferenças.

Na esfera da política, por exemplo, assim como em todo o resto, as antigas mazelas persistem. Insistem em desafiar a história e teimam em resistir ao inevitável processo civilizatório. Ainda assim, os últimos anos produziram alguns instrumentos de inclusão feminina no plano da participação político-partidária.

A aplicação de, no mínimo, 5% dos recursos do Fundo Partidário em programas de promoção e difusão da participação política das mulheres foi, por exemplo, uma inovação trazida pela Lei 12.034, de 2009. O mesmo diploma reservou mínimo de 10% do tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão para essa mesma finalidade.
"Espero contribuir, minimamente que seja, para empurrar a história até o dia em que a desigualdade, nessa sua vergonhosa dimensão de gênero, deixe de marcar tão fortemente a face da Nação Brasileira"


Em idêntica direção, a Lei 12.891, de 2013, determina que o Tribunal Superior Eleitoral promova propaganda institucional, nos veículos de rádio e TV, visando incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política, sempre entre os dias primeiro de março e 30 de junho de cada ano eleitoral.

Além disso, a legislação estabelece, desde 1997, na forma da Lei 9.504, um piso de 30% de participação das mulheres no total de candidaturas para os cargos eletivos. Limite, esse, na prática aplicado apenas aos pleitos proporcionais. E essa meta, embora modesta e insuficiente, começa a ser atingida, sendo que o desempenho de 12,7% registrado nas eleições parlamentares de 2006 passou a 19,1%, nas de 2010, e a 29,15% nas do ano passado.

Ainda é pouco, é evidente, mas já estamos próximos de atingir o parâmetro legal vigente, cuja definição, entretanto, já apresenta evidentes sinais de defasagem, sendo óbvia a necessidade de que o Congresso efetive um mais novo e exigente critério para o futuro. Até porque o resultado mais esperado dessa medida, ou seja, o efetivo aumento da participação feminina na representação parlamentar, vem se realizando de maneira muito mais lenta.

Em que pese todo empenho legal e institucional, apenas 45 Deputadas Federais foram eleitas em 2006 e em 2010, tendo esse número aumentado muito pouco para a atual legislatura, que conta cinquenta e uma representantes na Câmara Federal. Número que não chega a perfazer 10% da composição daquela Casa.

Em comparação, esses dados destoam fortemente dos apresentados por países como a Suécia, que tem 45% de seu parlamento composto por mulheres. E, no terceiro mundo, dos bons exemplos oferecidos pela Costa Rica, com 39%, e pela Argentina, com 37%. Até mesmo a Índia supera o Brasil, com seus 11%, a despeito da forte depreciação social que sofre naquele a participação feminina na vida política daquele país.

A Campanha Nacional “Mulheres na Política” – A Reforma que o Brasil Precisa – precisa ser um momento de reflexão. Mas reflexão que nos leve a esticar a corda do ordenamento jurídico em prol da dignidade da pessoa da mulher e em prol de um processo de aprimoramento da legislação. Um processo capaz de reduzir, ao menos na esfera formal, as desigualdades entre homens e mulheres.

Foi com esse pensamento que encampei pessoalmente esse movimento de mulheres, que agora aterrissa em Mato Grosso. No próximo dia 22 de junho, a partir das 9h, estaremos no Auditório Milton Figueiredo, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) discutindo o tema.

Desde já, agradeço o presidente Guilherme Maluf e todos os deputados estaduais que apoiam o movimento. Um aceno especial às mulheres e colegas senadoras, como Vanessa Grazziotin, Ana Amélia, Angela Portela, Regina Sousa, Marta Suplicy e demais senadoras, deputadas federais, estaduais, prefeitas e vereadoras.

Espero contribuir, minimamente que seja, para empurrar a história até o dia em que a desigualdade, nessa sua vergonhosa dimensão de gênero, deixe de marcar tão fortemente a face da Nação Brasileira.

Viva a mulher brasileira! Viva o Brasil de igualdade que juntos, homens e mulheres, estamos lutando para construir!

JOSÉ MEDEIROS é professor, policial rodoviário federal e Senador da República pelo PPS de Mato Grosso. 

Isolamento e solidão são causas de suicídio, mas buscar ajuda é importante para evitá-lo


Da Redação - Isabela Mercuri



Um caso de possível suicídio da Procuradora Renata Maciel Cuiabano chocou cuiabanos na última terça-feira (16). Ela teria se jogado de um prédio, depois de deixar uma carta explicando à família o porquê. Casos como este tem crescido no Brasil, e de acordo com a coordenadora regional do CVV, Isaura Titon, é necessário prestar atenção nos números.

De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 4° país com maior crescimento de casos de suicídio na América Latina, com aumento de 10,4%. Isaura explica que é muito difícil explicar os números, pois são poucos os estudos aprofundados sobre as causas.

“É importante entender que o suicídio é uma fuga da dor, e não da vida”, afirma a coordenadora. Ela explica, ainda, que apesar de ser muito difícil definir uma só causa do suicídio, cerca de 90% dos casos estão ligados a algum distúrbio mental, seja depressão, alteração de humor ou uso de drogas. “O que sabemos é que sempre as pessoas que tentam suicídio elas estão se sentindo sozinhas, isoladas”, explica.

A sensação é a de isolamento, e de que ninguém nunca vai compreender o que ela sente, e que será julgada. Quando se sente assim, a pessoa normalmente dá alguns sinais: “Elas falam que não aguentam mais, que estão cansadas”, comenta Isaura. Quem está próximo, quando percebe isso, precisa dar atenção:

“É necessário acreditar no que a pessoa está dizendo, ter cuidado e oferecer ajuda. No entanto, nunca existe uma fórmula. Dizer que a pessoa não deve se sentir assim, e que o que ela está sentindo é besteira, que existem outras em situação pior, não ajuda. É preciso ouvir sem julgar”, explica Isaura.

Por outro lado, quem percebe que está indo para o fundo do poço precisa entender que não está sozinho: “A pessoa precisa entender que ela não é fraca por estar se sentindo assim, que não é um ET, existem outras pessoas na mesma situação”. Isaura ainda afirma que o suicídio não é nem covardia e nem coragem: “É apenas a vontade de acabar com a dor”.

O mais importante, segundo Isaura, é lembrar que as pessoas que tem este tipo de pensamento podem superá-los. Mostrar ajuda, tanto profissional quanto pessoal, e apresentar exemplos de pessoas que já pensaram em suicídio e vivem felizes, é o caminho para uma sociedade com menor número de casos.

Com o objetivo de dar um ouvido aos que precisam de companhia, o CVV firma-se nos quatro pilares: não-julgamento, não-preconceito, respeito e compreensão. “Tudo isso forma a aceitação e uma disposição para ouvir o outro”, finaliza Isaura.

O CVV atende 24 pelos telefones 141 (Cuiabá e Várzea Grande) ou (65) 3321-4111 (interior). Eles fazem também atendimento pessoal na Rua Comandante Costa, 296, das 8h às 18h. 

MT Educação e Saúde receberão R$ 8,6 milhões de superávit financeiro



De Sinop - Alexandre Alves

  
Sefaz apurou os recursos no balanço patrimonial do exercício anterior

O governador Pedro Taques (PDT) autorizou a suplementação de R$ 8,6 milhões à Secretaria de Estado de Educação e ao Fundo Estadual de Saúde, cujo dinheiro é oriundo de superávit financeiro apurado no balanço patrimonial no exercício anterior. Os decretos orçamentários foram publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) disponibilizado nesta quarta-feira (17).

Do montante, o Fundo Estadual de Saúde ficará com R$ 4,6 milhões. A maior parte – R$ 4,1 mi – será destinada à assistência hemoterápica e hematológica ambulatorial, fornecimento de hemocomponentes e hemoderivados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Outros R$ 320 mil para manutenção do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade de Mato Grosso (Cermac); e cerca de R$ 200 mil para fortalecimento da Comissão Intergestora Bipartite do Estado.

Já os R$ 4 milhões reservados para a Educação serão investidos, em sua totalidade, na coordenação e execução do Programa Estadual de Alimentação Escolar.

Também no DOE desta quarta-feira, o governador autorizou crédito suplementar por anulação, no valor total de R$ 5.885 milhões, nas secretarias de Educação (R$ 3,6 milhões); das Cidades (R$ 2,1 milhões); de Meio Ambiente (R$ 65 mil) e na Procuradoria Geral do Estado (R$ 90 mil).  Esse tipo de decreto apenas remaneja o dinheiro dentro da própria pasta, anulando algumas ações previstas e direcionando o dinheiro para outras.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Especialistas debatem conectividade nas escolas públicas


 Agência Brasil 

Representantes de diferentes áreas do governo, da sociedade civil e do setor privado reuniram-se ontem (15) na Secretaria de Assuntos Estratégicos para debater a conectividade nas escolas públicas. Foi o primeiro encontro de uma rodada de reuniões sobre o tema, que é um dos pilares do projeto Pátria Educadora.

“Foi uma discussão inicial em que pudemos ouvir os diversos interlocutores e mapear a realidade e os caminhos que poderíamos seguir no futuro para atingir esse fim de ampliar a conectividade, o serviço de banda larga com mais qualidade nas escolas públicas do Brasil”, disse o subsecretário de Ações Estratégicas, Daniel Vargas.

Um dos pontos levantados foi a importância de se identificarem as experiências exitosas já aplicadas no país. Também foram discutidas a velocidade da internet oferecida e a necessidade de escolher entre estabelecer uma única tecnologia de acesso à internet para todas as unidades federativas ou possibilitar que cada estado, a partir de sua realidade, escolha a infraestrutura mais adequada para atingir metas estabelecidas nacionalmente.

“O objetivo [dessa proposta] não é estabelecer uma tecnologia, uma infraestrutura básica e uniforme para todo o país, mas estabelecer uma meta nacional de acesso à banda larga de alta velocidade e garantir alguma flexibilidade para estados e municípios adaptarem as diversas infraestruturas disponíveis ou criarem infraestruturas novas”, ressalta Vargas. Ele afirma que esses pontos ainda serão debatidos em outros encontros.

Diogo Moyses, especialista em telecomunicações e consultor da Fundação Lemann, uma organização sem fins lucrativos voltada para a melhoria da qualidade do aprendizado, também participou da reunião. Para ele, mais importante que a estrutura é o debate sobre a velocidade de acesso à rede. “O princípio orientador é a velocidade que queremos atingir em todas as escolas brasileiras, caso a caso, e é possível fazer a opção por essa ou aquela infraestrutura, o que não quer dizer que não tenhamos uma infraestrutura prioritária hoje de desenvolvimento no Brasil, que é a fibra ótica.”

Para ele, proporcionar a conexão é tornar a educação mais igualitária, mas é preciso pensar também no uso que será dado à rede dentro das atividades escolares. “A conectividade tem um valor em si indiferente do seu uso, mas é evidente que conectar uma escola é parte do processo. É preciso ver quais são os melhores usos pedagógicos possíveis a partir da disponibilidade de tecnologia e de infraestrutura”. Ele ressalta também que, em escolas onde há conexão, a realidade dos alunos já apresenta mudanças. “As escolas de fato conectadas estão passando por verdadeiras revoluções internas sob a perspectiva do engajamento dos alunos que chegam antes na escola, ficam até depois, querem se envolver nas atividades e dos professores também.

Agora, o próximo passo é mapear as infraestruturas existentes e analisar as melhores opções para ampliar o acesso à internet. Um novo debate deve ser realizado em 15 dias.

Livro ensina sobre espécies brasileiras ameaçadas de extinção

 Agência Brasil 

Do universo de 1.173 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, 50 foram selecionadas para compor o Livro Vermelho das Crianças, uma publicação que visa a familiarizar o público infantil sobre o tema e que apresenta, de forma simples e explicativa, os problemas que afetam a fauna do país.

O livro foi editado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e está disponível no Canal Ciência, portal de divulgação científica do Ibict, em cooperação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). As 50 espécies do livro representam os diferentes grupos taxonômicos e biomas e são espécies muito conhecidas como desconhecidas pelas crianças, como a arraia-aramaçá, a ararinha-azul, o tatu-bola, a fadinha, o pato-mergulhão, o tamanduá-bandeira, o balança-rabo-canela e o peixe-boi-marinho.

As ilustrações que compõem o livro foram feitas por 76 crianças de diversas regiões do Brasil e as histórias, escritas por Otávio Maia e Tino Freitas, trazem humor e afeto. Os textos tentam despertar a afetividade no leitor e reforçar a relação de equilíbrio entre a fauna e o meio ambiente.

O livro também traz explicações, curiosidades e citações de autores como Guimarães Rosa, Helmunt Sick, Manoel de Barros e Orlando e Cláudio Villas Bôas. Na página 9, há também um desenho feito por um dos filhos do naturalista britânico Charles Darwin no verso de uma das folhas do manuscrito original de A Origem das Espécies, de 1859, livro que apresenta a teoria da evolução.

Maia, que é analista de Ciência e Tecnologia do Ibict e conteudista do Canal Ciência, explica que a ideia de um livro sobre as espécies ameaçadas surgiu em 2012, enquanto selecionava desenhos para outra publicação do Ibict, o Vocabulário Ambiental Infantojuvenil. “Após encantar-me com dezenas de desenhos feitos pelas crianças da Escolinha de Criatividade (Biblioteca Pública) sob a batuta da professora Beatriz Almeida e sua trupe docente liguei para Tino Freitas e disse algo como: precisamos fazer um livro sobre as espécies ameaçadas de extinção. Temos desenhos sensacionais aqui!”

O Livro Vermelho das Crianças não será comercializado, aqueles impressos pelo Ibict serão distribuídos entre os participantes do Concurso de Desenhos Animais em Perigo, de onde as ilustrações do livro foram escolhidas. As instituições interessadas em utilizar ou distribuir, gratuitamente, o livro, deverão solicitar ao Ibict autorização de reprodução da obra original e arcar com os custos de impressão e distribuição.

Segundo Maia, o Canal Ciência pode vir a editar outros livros para o público infantojuvenil, mas abordando outros temas. “Produzir o livro foi tão desafiador e exaustivo quanto escrever ou adequar os textos lúdicos à luz da zoologia, da biologia da conservação e da divulgação científica", disse o analista do Ibict.