quarta-feira, 17 de junho de 2015

Mais educação, por favor



O país do slogan "Brasil, Pátria Educadora" trata muito mal a Educação. O setor amarga investimentos abaixo dos índices constitucionais. O Brasil tem um dos piores índices do mundo na Educação e Mato Grosso, um dos piores do país. Infelizmente, há mais de uma década o setor não tem a prioridade, o respeito que merece.

Os resultados em Educação dependem de políticas públicas consistentes e de longo prazo. Mais recursos na área é sempre uma ótima notícia, mas, sem gestão de qualidade, ninguém sabe se esses recursos vão realmente servir ao cidadão da forma transformadora, como poderiam e deveriam.

O artigo 212 da Constituição Federal é bem claro quando diz que a União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os municípios 25%, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Apesar dos avanços nas últimas décadas, ainda mantemos uma enorme dívida social nessa área. Infelizmente, um grande número de jovens, ainda não consegue concluir, no tempo correto, o ciclo que se inicia no ensino básico até o superior. Perdemos, pelo caminho, milhares de alunos para a pseudo-aprovação na escola ciclada e para a evasão e muito pouco temos feito para reverter essa tragédia, que tem relações bem próximas com a criminalidade.

Prova disso é a manchete da última quinta-feira, do jornal A Gazeta – Polícia apreende 22 menores por tráfico em escola do CPA. Além dos alunos que vendiam droga na Escola Estadual André Avelino, a operação coordenada pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) apreendeu ainda cinco adultos que faziam “ponto” na praça em frente à unidade escolar.

Além da venda e consumo de drogas, são registrados atos de vandalismo, ameaças a colegas e professores, o que provoca medo entre os funcionários e alunos. Na semana passada, alguns estudantes jogaram uma bomba dentro da sala de aula, ferindo um colega. O colégio tem 1.700 alunos distribuídos nos três turnos.

Enfim, situações como essas permitem que nossos jovens infelizmente sejam incapazes de se formar para uma vida produtiva e saudável, no sentido mais amplo da palavra. Uma reforma educacional é necessária, porém, por mais que essa reforma dependa da consciência política e moral de dirigentes do Estado, é importante um esforço conjunto da sociedade, onde cada indivíduo reconheça e valorize seu papel na construção da “Pátria Educadora” ou de uma nação democrática de fato. No entanto, o que temos é mais um slogan vazio, que não diz absolutamente nada.

Emanuel Pinheiro é deputado estadual pelo Partido da República 

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