O país do slogan "Brasil,
Pátria Educadora" trata muito mal a Educação. O setor amarga investimentos
abaixo dos índices constitucionais. O Brasil tem um dos piores índices do mundo
na Educação e Mato Grosso, um dos piores do país. Infelizmente, há mais de uma
década o setor não tem a prioridade, o respeito que merece.
Os resultados em Educação
dependem de políticas públicas consistentes e de longo prazo. Mais recursos na
área é sempre uma ótima notícia, mas, sem gestão de qualidade, ninguém sabe se
esses recursos vão realmente servir ao cidadão da forma transformadora, como
poderiam e deveriam.
O artigo 212 da
Constituição Federal é bem claro quando diz que a União aplicará, anualmente,
nunca menos de 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os municípios 25%, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Apesar dos avanços nas
últimas décadas, ainda mantemos uma enorme dívida social nessa área.
Infelizmente, um grande número de jovens, ainda não consegue concluir, no tempo
correto, o ciclo que se inicia no ensino básico até o superior. Perdemos, pelo
caminho, milhares de alunos para a pseudo-aprovação na escola ciclada e para a
evasão e muito pouco temos feito para reverter essa tragédia, que tem relações
bem próximas com a criminalidade.
Prova disso é a manchete
da última quinta-feira, do jornal A Gazeta – Polícia apreende 22 menores por
tráfico em escola do CPA. Além dos alunos que vendiam droga na Escola Estadual
André Avelino, a operação coordenada pela Delegacia Especializada do Adolescente
(DEA) apreendeu ainda cinco adultos que faziam “ponto” na praça em frente à
unidade escolar.
Além da venda e consumo
de drogas, são registrados atos de vandalismo, ameaças a colegas e professores,
o que provoca medo entre os funcionários e alunos. Na semana passada, alguns
estudantes jogaram uma bomba dentro da sala de aula, ferindo um colega. O
colégio tem 1.700 alunos distribuídos nos três turnos.
Enfim, situações como
essas permitem que nossos jovens infelizmente sejam incapazes de se formar para
uma vida produtiva e saudável, no sentido mais amplo da palavra. Uma reforma
educacional é necessária, porém, por mais que essa reforma dependa da
consciência política e moral de dirigentes do Estado, é importante um esforço
conjunto da sociedade, onde cada indivíduo reconheça e valorize seu papel na
construção da “Pátria Educadora” ou de uma nação democrática de fato. No
entanto, o que temos é mais um slogan vazio, que não diz absolutamente
nada.
Emanuel Pinheiro é
deputado estadual pelo Partido da República
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