sábado, 1 de setembro de 2012

Educação como arte

enviada por Corumbá

A educação, bem entendida, é a chave do progresso moral.

Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, será possível endireitá-los, como se endireitam plantas novas.

Mas essa arte exige muito tato, muita experiência e uma profunda observação.

As palavras encontradas na resposta da questão 917 de O livro dos Espíritos vão ao cerne do tema educação.

Tratar a educação como uma arte, implica em muita coisa.Implica, por exemplo, em entender que ela exige a técnica e exige a inspiração, a sensibilidade.

A técnica que nos faz conhecer a alma humana, através do estudo das ciências especializadas.

Todo aquele que é educador, nas mais diferentes esferas que essa missão abrange, precisa ter conhecimento do conteúdo dessa matéria.

Não falamos apenas de professores, tutores, orientadores, mas também dos pais.Sim, os pais, como educadores, precisam buscar esse aprimoramento, sempre que possível, para desempenharem melhor o papel bendito que receberam do Criador.Sabemos, sem dúvida, que o amor é o essencial.

 Mas o amor, sem a orientação da razão, do conhecimento, pode ficar sem leme e sem direção.

De forma alguma estamos colocando a necessidade de um curso técnico ou curso superior, na área da educação, para todos os pais, mas sim o acesso a leituras, cursos e orientações que os ajudem a desenvolver mais apropriadamente a tarefa que abraçam.

Como arte, a educação exige também a parcela de inspiração, de sensibilidade.

É aí que entram a empatia, o tato e a observação.

Os educadores precisam buscar entrar no sentimento de seus educandos, dessa forma crescendo juntos e proporcionando que o aprendiz se desenvolva em bases seguras.

A arte é expressão do bem e do belo e a arte da educação faz com que possa brotar, no coração do educando, a beleza que guarda dentro de si, como germe esperando o instante de florescer.

Brota apenas quando tem as condições necessárias: terra fértil, rega, sol, cuidados...

Todo mestre é um semeador e toda semeadura é também uma verdadeira arte.

Se você é educador, pai, mãe, reflita se não pode se esmerar um pouco mais no exercer essa belíssima arte.

Não relegue para segundo plano, em seu viver, a tarefa de educar.

Se estiver na fase das crianças pequenas e adolescentes, redobre os cuidados, redobre a atenção.

Nada na vida pode ser mais importante que isso, nesse momento de sua existência.Esse tempo passa rápido, por isso, aproveite bem.

Tudo que for semeado hoje terá reflexos em toda idade adulta.A relação que você construir agora, com seus filhos e seus educandos, será a base para a construção da personalidade deles.

Esmere-se. Dedique-se. Semeie.

Por ser tarefa abençoada e de suma importância para a instauração da paz na terra, recorde-se de que nunca estará sozinho ao desempenhá-la. Tenha certeza disso.

Redação do Momento Espírita com base no item 917, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.


Em 20.08.2012.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

MT - Unemat divulga concorrência do Vestibular para turmas especiais e CFO/MT


Redação 24 Horas News

A Diretoria de Gestão de Concursos e Vestibulares (Covest/Unemat) divulgou, nesta quinta-feira (30.08), a concorrência do vestibular para cursos em modalidades diferenciadas da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e para os cursos de formação de oficiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar de Mato Grosso (CFO/MT). O documento pode ser acessado no endereço eletrônico: www.unemat.br/vestibular.

O curso mais concorrido foi o CFO da Polícia Militar. São 619 candidatas inscritas, representando 206 candidatas do sexo feminino para cada vaga ofertada. Também foram registrados 2.812 homens inscritos, uma relação de 104,15 candidatos/vaga. Já para o Corpo de Bombeiros Militar são 62,00 candidatas para cada vaga destinada a mulheres e 57,80 candidatos para cada vaga destinada para homens.

Dentre os cursos oferecidos nas modalidades diferenciadas da Unemat, os mais disputados são de Licenciatura em Computação em Sinop (5 candidatos/vaga), seguido de Administração em Sorriso (4,26).

O total de 9.430 concorrentes realizarão as provas do Vestibular da Unemat e CFO, nos dias 16 e 17 de setembro ,em 10 cidades do Estado.

Além do exame intelectual, a seleção para o CFO inclui avaliação física, psicológica, médica e odontológica, entrega dos documentos referentes à investigação social, apresentação para ingresso na instituição e matrícula no Curso de Formação de Oficiais.

Vagas

São oferecidas 500 vagas para a Unemat, para os cursos de História, Matemática, Química, Comunicação Social, Letras, Administração e Computação. Já o curso de formação de oficiais do Corpo de Bombeiros disponibiliza 06 vagas e a Polícia Militar 30 vagas.

MT - ‘VI Mostra’ e ‘Semana Nacional de Ciência e Tecnologia’ serão realizadas simultaneamente


Redação 24 Horas News


Com o objetivo de centralizar as ações de popularização da Ciência e à produção de projetos científicos nas escolas públicas e privadas de Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) anuncia que a ‘VI Mostra de Ciência, Tecnologia e Inovação’ e a ‘9ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia’ serão realizadas simultaneamente. A decisão partiu da secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Áurea Regina Ignágio, ao perceber que as duas ações governamentais surtirão mais efeito junto ao público estudantil e a sociedade se forem na mesma data.

Com essa decisão ficou marcado para os dias 15 a 18 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, as atividades da ‘VI Mostra de Ciência, Tecnologia e Inovação’ e da ‘9ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia’. Nesses eventos, estudantes, crianças, jovens e adultos poderão visitar stands e conhecer de perto os projetos científicos elaborados pelos alunos - de nível Fundamental, Médio e Técnico - de Mato Grosso. Até esta semana já se cadastraram 64 projetos escolares aptos a participarem da VI Mostra e da 9ª Semana. Alta Floresta, Itiquira, Nova Mutum e Juína são os municípios que lideram com o maior número de projetos escolares inscritos. “Além desses trabalhos escolares, empresas que fomentam a inovação no Estado também terão stands nesses nossos eventos”, acrescenta Áurea Ignácio.

Entre os atrativos que poderão participar da ‘VI Mostra’ e da ‘9ª Semana’ estão cinema 6D, piso interativo, brinquedos científicos - equipamentos que dão a sensação de falta de gravidade, bicicleta geradora de energia, mala rebelde (que explica o efeito da inércia), espelhos planos que produzem ilusão de ótica, teatro cultural, danças regionais como cururu e siriri, palestras educativas e o ônibus tecnológico do projeto educacional ‘Ciência em Show’.

MT - Educadores debatem criação de políticas para a Educação Infantil em MT

Redação 24 Horas News

Educadores do Centro Oeste discutem durante três dias (29 a 31.08), em Cuiabá, a implantação das propostas políticas para a Educação Infantil e as formas de subsidiar outras, que garantam o acesso das crianças de 0 a 5 anos à educação. A discussão, promovida pelo Movimento Interfóruns de Educação Infantil (Mieib) da região Centro Oeste, em parceria com Secretaria de Estado de Educação, integra as propostas do IV Encontro Regional do Mieib e Seminário Estadual de Educação Infantil.

Dados apresentados pela representante do Mieib Centro Oeste, Mariete Félix Rosa, mostram a desigualdade da educação infantil no Brasil. Do total de crianças 0 a 3 anos no país, apenas 18,4% têm acesso à educação. Na faixa de 4 a 6 anos, a inclusão é de 81,3%. “Se segmentarmos o acesso por renda, campo e cidade e regiões do país, a desigualdade é ainda maior”, destaca a representante do Mieib. Dados que só serão revertidos com as políticas inseridas no Plano Nacional de Educação, que prevê financiamento obrigatório para a pré escola a partir de 2016, com cobertura de 50% de atendimento em creches até o último ano de vigor do PNE, em 2023. Isso prevendo a construção de 39 mil unidades de educação infantil. A estimativa do Ministério da Educação é de que nos próximos quatro anos sejam construídas pelo menos 6 mil.

O presidente do Conselho Estadual de Educação, Agnaldo Garrido, cita que com a articulação do Movimento Interfóruns inicia-se no país a inserção da Educação Infantil como Política Pública e não como ação benevolente para o atendimento a esse público. Somado a isso, destaca o Plano Nacional de Educação que, segundo ele, traça objetivos, metas e financiamento para a educação infantil.

O secretário de Educação do Estado, Ságuas Moraes, compareceu ao evento e fortaleceu o apoio da Educação Estadual por acreditar que essa é a idade mais importante da vida, para a formação, no desenvolvimento psicossocial e motor da pessoa. “Como secretário de Educação e médico pediatra, acredito ser a infância a melhor fase da vida, e a Educação irá apoiar, não com financiamento, pois isso cabe aos municípios, mas com formação e orientação”, disse.

O evento discutirá ainda temas como política de formação profissional, infraestrutura necessária, atendimento em período integral e articulação com outros programas para fomentar a educação infantil.

Na abertura estiveram presentes representantes dos Fóruns de Educação Infantil de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso. E ainda, membros da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), União dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme), Próinfancia, e Secretaria de Estado de Educação, com a presença da equipe de Educação Infantil e da superintendente de Educação Básica, Alice Faccio.

MT- Acordo permitirá intercâmbio entre Unemat e Universidade de Lisboa


Redação 24 Horas News


Acordo de cooperação celebrado entre Unemat e Universidade de Lisboa celebrado na última semana (21.08), em Sinop, possibilitará o intercâmbio de docentes, pesquisadores, estudantes, a troca de informações e publicações acadêmicas, além da implementação de projetos conjuntos de pesquisa.

O principal objetivo é possibilitar a inserção de estudantes e professores em instituições de qualidade visando o desenvolvimento e a internacionalização da Unemat. O convênio é amplo e tem duração de cinco anos.

Inicialmente não existem projetos desenvolvidos especificamente para esse acordo. Os editais específicos serão lançados posteriormente, em atendimento às demandas de áreas de conhecimentos.

O termo foi celebrado pelo reitor da Unemat, Adriano Silva, e o reitor de Lisboa, António Sampaio de Nóvoa, com a presença da pró-reitora de Ensino de Graduação, Ana Di Renzo, a diretora de mobilidade acadêmica, Maria Eloisa Karolczak, e do coordenador do campus de Sinop, Rodrigo Bruno Zanin.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Entrevista com Pedrinho Guaresch :Uma comunicação que dialoga com o outro



Publicada na edição nº 430, setembro de 2012.

Pedrinho A. Guareschi Professor e pesquisador da UFRGS, autor dos livros Sociologia Crítica e Psicologia Social Crítica. pedrinho.guareschi@ufrgs.br

Neste mês de setembro iniciamos o ano de comemoração dos 50 anos do Mundo Jovem. Neste período, em todas as edições lembraremos um tema que teve destaque ao longo da existência do jornal, para resgatar a história e propor um debate para os dias atuais. E começaremos com o tema da comunicação. Não só porque o Mundo Jovem é um veículo de comunicação, mas porque ela interfere decisivamente em nossa vida. E convidamos para esse debate Pedrinho Guareschi, que acompanhou toda história do Mundo Jovem e foi quem mais escreveu sobre esse assunto em nossas páginas.

• O que a comunicação representa na vida das pessoas?

O tema comunicação é um dos mais discutidos nos dias de hoje, até porque nós vivemos a era da comunicação, em uma sociedade midiada. Na verdade, a comunicação se transformou quase que numa ambiência social. Ela nos rodeia por todos os lados. Ela é como se fosse a água para o peixe, como se fosse o ar que respiramos. Para todo lado que viramos, vemos a comunicação. A comunicação já é quase uma extensão, uma prótese do ser humano. E isso vai aumentando cada vez mais. Agora, com as redes sociais, vemos pessoas que passam até dez horas por dia ligadas à rede. Já existem aparelhos de telefones celulares que incluem internet, televisão e outras redes: é a convergência midiática.

• Em relação aos veículos, há formas diferentes de produzir comunicação?

Eu gostaria de refletir um pouco sobre o que é mesmo comunicação. Normalmente a ideia que se tem é que comunicação é quando se passa alguma informação de um para o outro. Na verdade, esse conceito se modificou radicalmente e profundamente. E essa mudança nós devemos muito ao pensador brasileiro Paulo Freire, quando escreveu o livro Extensão e comunicação. A partir da ideia de que não há aquele que sabe mais e outro que sabe menos, mas há o que sabe uma coisa e outro que sabe outra coisa, comunicação implica necessariamente o diálogo, a aceitação do outro e a participação do outro. É impossível uma verdadeira comunicação que não seja de fato uma interação com as pessoas.

• Então, só informação não é comunicação?

O verdadeiro papel da comunicação não é passar simples informações, é estabelecer o debate nacional. O papel do jornalista e do escritor é levantar dados, informações, para que as pessoas possam julgar com critérios e fundamentos. Exemplo: a BBC de Londres é considerada como uma das melhores emissoras do mundo. Lá, uma notícia demora de cinco a sete minutos. O fato é apresentado e depois se começa a questionar, se contextualiza toda a problemática e não se dá respostas: quem vai formar opinião é o espectador e/ou o ouvinte da rádio. Isso é comunicação. No Brasil, os jornalistas dos grandes veículos parecem deuses do Olimpo, como se estivessem a dizer ou ditar normas para a população. Os grandes telejornais se transformaram quase que em aulas de catecismo, em que o "grande Pai" passa no fim do dia para os seus filhinhos, dizendo o que aconteceu e o que foi certo e o que foi errado. E isso é uma comunicação manipuladora, que não poderia ser chamada de comunicação.

• Como se dá a participação dos telespectadores, ouvintes de rádio ou leitores?

As pessoas não são apenas recebedoras de mensagens na verdadeira comunicação, aquela que faz as pessoas pensarem. Fundamentalmente, comunicar é fazer a pergunta para que as pessoas comecem a refletir. A comunicação deve provocar para que se estabeleça o debate nacional de como nós queremos o nosso Brasil, a nossa cidade, a nossa sociedade. O Evangelho, na Bíblia, é um bom exemplo de verdadeira comunicação. Jesus apresenta uma mensagem em forma de parábolas, de enigmas que fazem as pessoas refletir. Já na sociedade grega só recebia o título de cidadão aquele que falasse, que levantasse e apresentasse o seu projeto. Os meios de comunicação hoje são a nova praça, a nova Ágora, encarregados de estabelecer esse debate nacional, em que todo povo deve opinar, expressar sua opinião, manifestar seu pensamento. E é interessante ver a relação que existe entre comunicação e educação. Freire dizia que a educação consiste em fazer perguntas e não em dar respostas; consiste em problematizar. Depois, através do diálogo, vai se discutindo e crescendo juntos. Essa é a questão séria da comunicação e, paralelamente, da educação. Aliás, comunicação e educação são irmãs gêmeas.

• O Mundo Jovem pode conjugar educação e comunicação?

O Mundo Jovem tem um pé firme nas escolas. É um grande subsídio. Ouço dizer de educadores(as) que a grande força deles(as) para assuntos que interessam aos jovens é o jornal Mundo Jovem. A escola é um local privilegiado, e o bom do Mundo Jovem é que ele já carrega em si essa pedagogia, essa didática de não ficar dando respostas, mas de fazer perguntas. Principalmente que no final de cada matéria, que é curta, como devem ser hoje, existem perguntas para debate. E isso implica necessariamente o diálogo. Eu costumo dizer que uma das piores coisas do mundo é ficar dando respostas a perguntas que não foram feitas. O Mundo Jovem hoje representa o espaço onde se levanta o problema, a problematização. E, na minha opinião, ele consegue manter as escolas dentro dos problemas verdadeiros da juventude. Sei que o Mundo Jovem faz uma pesquisa a cada ano, em que os leitores apontam os problemas que querem que sejam debatidos.

• A escola também pode colaborar na formação de novos comunicadores?

A difusão espantosa das redes sociais é um tema que me provoca. Gostaria de dizer que esta é, sim, o que chamamos de uma comunicação alternativa. É alternativa porque cai fora daquela comunicação tradicional, dos grandes meios. As mídias sociais, as redes sociais, são um passo à frente e decisivo que muda qualitativamente a questão da comunicação no Brasil e no mundo. Agora, eu gostaria de chamar a atenção para um ponto: de nada adianta essa modificação do meio alternativo se ele continua com a prática dominadora que os outros meios tinham, de só darem respostas, de serem os donos da verdade. Vem então o problema da formação, da educação dos novos comunicadores, que no fundo somos todos nós. Mas as pessoas que se dedicam a isso devem ter a consciência de que estão prestando um serviço às pessoas e não são detentores de uma verdade única. Isso é decisivo na minha opinião. Pode ser o meio que quiser, o importante é essa consciência.

• E a formação de jornalistas?

O estudante, o candidato a jornalista, deve começar a ver pedagogicamente como ele pode prestar esse serviço. Evidentemente que ele deve ter um conhecimento amplo das questões. Não pode discutir questões que não entende. E não é só o jornalista que fala. Há pensadores, pesquisadores que têm muito a falar. Eles precisam ser colocados na mídia para fazerem a provocação e dizerem sua palavra. O jornalista é o que faz toda essa articulação para uma comunicação verdadeiramente democrática e participativa numa sociedade. Mas o ponto fundamental é ele saber que não é o dono da verdade, que não tem a última palavra. É verdade que, pelo fato de proliferarem muitos comunicadores nas redes sociais, muitos já têm a possibilidade de dizer a palavra, não só comunicadores específicos. Isso, em parte, é positivo, contanto que eles de fato possam ter sempre presente a importância de que estão prestando um serviço aos outros, com quem estão em contato, para a construção de uma sociedade justa e participativa.

• Sobre comunicação, que recado você daria para o jovem?

Há uma grande diferença entre meio e mensagem. A mensagem é exatamente aquilo de mais profundo que nós queremos passar para os outros. Agora, o meio, ele varia enormemente. E nós temos hoje, através das redes sociais, diferentes maneiras de passar mensagens. Quando dizemos que não se deve ser autoritário na comunicação, não quer dizer que não se deve colocar os projetos. Devemos sempre colocá-los com essa alternativa ou com essa condição de que esse é o meu pensamento. Aí se estabelece realmente o debate e o diálogo. É através dessa prática argumentativa, na qual cada um diz o que pensa, em pé de igualdade, que se poderá ver e decidir qual será o melhor para a sociedade. O segredo é fazer que todos falem, porque todos têm projetos, opiniões, pensamentos. Daí que, quase misteriosamente, surgem alternativas para a solução dos problemas. Isso é fantástico e isso é de fato a comunicação: todos têm um saber. O meio deve propiciar a chance de falar.

"O jornal das coisas novas"

Penso que o jornal Mundo Jovem, que está fazendo os seus 50 anos, desde o início quis ser uma comunicação autêntica e verdadeira. Em primeiro lugar, começou a ser feito por pessoas jovens. Superava a dicotomia de que o adulto sabe e que o jovem não sabe. E foi interessante como o jornal foi aceito por esse Brasil afora. É conhecido em quase todos os municípios brasileiros.

Mas o Mundo Jovem logo pensou em recolher o que os jovens gostariam de discutir. Já fazia o trabalho interativo de buscar, e hoje faz especialmente através de uma pesquisa anual. E depois provoca uma reflexão sobre esses temas. Não para dar respostas, mas para fazer perguntas, para que os jovens, nos lugares esparramados por esse Brasil todo, possam realmente discutir, falar, ver, argumentar e, enquanto possível, mandar também as conclusões deles.

Para mim, o Mundo Jovem é uma experiência muito grata, principalmente por esse cuidado em manter o diálogo com a juventude. O ser humano se distingue de todos os outros seres vivos exatamente pela capacidade que ele tem de refletir, de pensar, de fazer a pergunta. E esse jornal de ideias, que evita comerciais, proporciona a discussão dos grandes problemas nacionais, e principalmente dos referentes à juventude.

Decididamente o jornal Mundo Jovem é um dos responsáveis pela força criadora e renovadora dentro da Pastoral da Juventude, tanto assim que era o órgão específico da Pastoral da Juventude. Durante três anos percorri o Brasil de ponta a ponta juntamente com outros assessores da CNBB, principalmente o padre Jorge Boran, que era o encarregado da Pastoral da Juventude, e víamos o respaldo que o Mundo Jovem nos dava, especialmente quando queríamos que continuassem os grupos de reflexão, continuasse gente pensando e, principalmente gente engajada em ações.

E agora, depois dos 50 anos, eu diria que se o Mundo Jovem deixar de prestar atenção aos jovens, ele vai se perder, porque vai perder o seu carisma. E o carisma do Mundo Jovem é justamente ser o responsável pela identificação dessas novas ideias que vão surgindo. As coisas estão se modificando e ninguém segura os tempos.

Se o Mundo Jovem quiser manter por mais 50 anos a sua atuação, a sua força, a sua beleza, deve prestar sempre atenção às coisas novas. O Mundo Jovem é o jornal das coisas novas.

O que esperar de adolescentes e jovens?

Artigo sobre valores e saberes dos jovens de hoje.

Cada idade tem sua sabedoria. Aprendemos a valorizar os idosos, por exemplo, porque nos fazem viva a memória de nosso passado, com os valores vividos e que nos servem de referência. A juventude também tem a sua sabedoria. Um exemplo é a facilidade que os jovens têm para lidar com os novos meios eletrônicos, com as novas tecnologias.

O próprio Papa Paulo VI já dizia, em 1971, que devemos ouvir a sabedoria dos jovens: “é conveniente até que certos jovens sejam mestres e educadores dos seus companheiros. A sua idade permite-lhes assimilar novos tipos de cultura e comunicá-la aos da sua geração”. Neste sentido, a sabedoria dos jovens corresponde a uma utopia que nos faz olhar para o futuro, a uma projeção do que desejamos. É preciso olhar com cuidado para a juventude. Nela, a realidade social e os dramas da condição humana estão presentes de forma mais intensa. É a ponta do iceberg. Como diz a socióloga Marília Spósito, “o modo como uma sociedade olha a juventude é uma metáfora do modo como ela olha para si mesma”.

Que geração é essa? É fato que mudou muito o jeito de ser adolescente de algumas décadas para cá. Na verdade, mudou porque o mundo mudou e mudamos todos nós. São mudanças que trazem perdas e conquistas. Se, por um lado, ganhamos em liberdade e pragmatismo, por outro, perdemos em idealismo e encantamento. Uma das características desta geração (anos 2000), fruto da revolução tecnológica, é o desejo de fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora: estudar, ouvir música, vasculhar a internet. Também conhecida como geração Z - de zapear -, esta geração é formada por nativos digitais, que já nasceram num mundo marcado pela internet. Não imaginam a vida sem computador, chats, redes de relacionamento, ipods ou telefones celulares.

Sempre conectados, em geral são mais informados e com interesse por diversos assuntos. São capazes de conectar-se com uma vasta rede, mas sem profundidade. A velocidade é tão grande que refletem pouco sobre as informações, não avaliam nem interpretam e sentem muita dificuldade em definir prioridades. É uma geração ansiosa, porque está exposta a um excesso de informação, pelo qual a concentração e a reflexão se tornaram capacidades raras.

Aprendendo com eles e for necessário recuperar um programa no computador, basta chamar o adolescente mais próximo. São eles também os consultores da família na hora de adquirir um novo aparelho eletrônico. Nós, adultos, devemos aprender com os adolescentes e jovens a abrir janelas sem ter vergonha de aprender com eles. Os jovens estão mais abertos ao futuro. Aprender com os jovens que ser multimídia e ficar conectado a inúmeros aparelhos permite trocar conhecimentos com mais pessoas simultaneamente e receber informações amplas sobre o mundo. Não podemos querer voltar atrás e achar que os jovens vão abrir mão desses prazeres e facilidades.

Mas aprender também com a pergunta: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que nos garante uma vida mais longa, ou a liberdade da máxima intensidade e variedade de experiências? Melhor viver a mil, em menos tempo, ou viver com moderação, em mais tempo? Melhor ficar acordado até tarde pelo prazer da companhia ou voltar cedo para casa, já que, no outro dia, os compromissos nos esperam? O prazer ou a vida? Para os jovens, para quem a morte parece muito distante, parece não haver dúvida de que é preciso viver intensamente o momento presente, pois “o tempo não para”. Este é um questionamento que nos desafia a, novamente, perguntar: será que temos outras razões, que não seja apenas a decisão de durar um pouco mais, a fazer que nos privemos dos prazeres da vida? Qual é o critério do bem ou do mal quando a paixão de viver é tão grande que ameaça nossa própria vida?

O mais importante é que as gerações se encontrem. A juventude é muito veloz e capaz, mas não lida bem com perdas e frustrações. A família é o lugar onde os filhos são preparados para crescer e tornarem-se independentes. O adolescente necessita conquistar seu espaço no mundo adulto, fazendo suas próprias escolhas. Porém são poucos os jovens em condições de vislumbrar alternativas para o seu projeto de vida, poder escolher e realizá-lo. Em gestos e manifestações, mesmo naquelas mais arriscadas, os jovens estão dizendo: “é a vida que amamos e buscamos”.

A nossa esperança no futuro depende da resposta que daremos à seguinte questão: o que fazer juntos para que possamos viver mais e melhor? Ou seja, é preciso uma ética da cooperação e da solidariedade, superando o individualismo e a competição, muito presentes em nossas ações.

Rui Antônio de Souza teólogo, mestre em Comunicação Social, da equipe do jornal Mundo Jovem, Porto Alegre, RS. ruisouza@mundojovem.pucrs.br

Texto publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 411, outubro de 2010, página 10.

Prazer e responsabilidade nas relações sexuais


Artigo sobre educação sexual, publicado na edição nº 381, jornal Mundo Jovem, outubro de 2007, página 17.

Hoje os adolescentes iniciam a vida sexual muito cedo, sem entender bem o porquê. Às vezes por problemas familiares, às vezes por descoberta do próprio corpo, para descobrir o outro. Mas isto vem acontecento de uma forma muito precoce. Eles ainda não têm a maturidade para discernir que o ato sexual é um ato que deve ser amoroso, que deve trazer felicidade para a vida do jovem e por isso deve ser encarado com responsabilidade com o próprio corpo e com o corpo do(a) parceiro(a).

Em relação à educação sexual, existem sérias distorções. Alguns jovens, principalmente mulheres, carregam uma concepção negativa do sexo. Aprendemos que aquilo é negativo, sujo, não pode ser realizado... Já o homem é incentivado desde cedo a ter relações sexuais, a se masturbar, a observar o corpo. Aí encontra-se a primeira dificuldade no ato sexual. Às vezes a mulher sente um pouquinho de dor, não sabe exatamente como e onde sentir prazer.

É preciso conversar com os jovens que isso é um processo natural e que, aos poucos, eles vão se encontrando, como casal. Por isso é importante a intimidade. O que está acontecendo, hoje, é que as pessoas nem se conhecem e já têm a primeira relação sexual. É importante conviver, conhecer o aspecto psicológico, a personalidade do outro para enfrentar o primeiro momento que, muitas vezes, poderá ser difícil para um deles. Às vezes um parceiro tem experiência e o outro não tem.

Quando começa a namorar, o jovem se depara com um mundo que quer vender o prazer. Existem os sexshops, as formas de você ter prazer... Só que não vinculam isso ao conhecimento de si próprio, ao conhecimento do corpo e ao amor, que é fundamental para ter uma relação sexual. Muitos jovens estão adotando o conhecimento, o namorar, o se conhecer, o conversar, o abraçar, o beijar, a troca de carinho para depois ter a primeira relação sexual. Acredito que seja o mais aconselhável para acontecer com maturidade, porque a gente não ama o que não conhece. A gente só conhece uma pessoa depois de conviver alguns anos com ela. E a partir daí brota o sentimento de amor.

Então, o jovem que posterga a primeira relação sexual é porque quer conhecer o outro, quer adotar este sentimento de amor, que é o mais importante na nossa vida. A gente tem tantos religiosos que adotam a castidade e vivem bem e felizes porque amam e praticam a caridade. O sexo não é o ponto mais importante num relacionamento a dois; ele é um complemento que deve ser sadio e encarado com maturidade.

Conhecer para cuidar

Mesmo hoje os jovens, principalmente a partir dos 11-12 anos, quando estão começando a apresentar transformações do corpo, vêem o sexo como tabu. É difícil para o jovem se aceitar como um homossexual, por exemplo, ou querer conversar sobre relação sexual, sobre o que está acontecendo com o organismo dele, por que está ficando mais excitado em certo momento da vida. Ele, muitas vezes, não sabe que é uma fase de grande produção de hormônios.

Os profissionais da Educação ensinam Geografia, História, Matemática, Língua Portuguesa etc., mas o jovem precisa também ser orientado sobre sexualidade, quando não tem isso em casa. E na escola isso é importante.

Deveria ser ensinado na escola que cada um se conheça. A menina precisa saber o seu ciclo fisiológico, o que acontece quando ovula... Sabendo isso, ela saberá adotar medidas, entenderá que no momento da ovulação ela fica mais excitada, pois é o período fértil. A educação sexual ainda está sendo pouco adotada na escola e também nas famílias o assunto pode e deve ser mais discutido.

Luciana Virginia Tempesta Múhe Ginecologista e obstetra, Brasília, DF. lux.tempesta@uol.com.br

Ideologia do ganha-ganha

Lair Ribeiro

Na vida, você tem duas opções: ou acredita que o Universo é escasso e não há o bastante para todos ou que ele é potencialmente abundante e há o suficiente para todos. Essa escolha é fundamental para definir a sua posição no mercado.

Se optar pela escassez, você estará jogando o jogo do ganha-perde. Esse jogo está com os dias contados, e, mesmo quem está ganhando, sempre acaba perdendo.

Se optar pela abundância, você entra em um jogo muito mais interessante e promissor, cuja regra básica é a seguinte: “Para eu ganhar, você não precisa perder, a não ser que você insista. Aí, o problema é seu.”

A história dos dois ladrões

A dinâmica do jogo da vida é muito fácil de ser entendida a partir dessa história:
Era uma vez dois ladrões romanos, Augusto e Júlio, que foram presos e condenados à morte. Durante o interrogatório e julgamento, um acusava o outro do crime e jurava a sua própria inocência. O imperador, mesmo querendo executar os dois, decidiu fazer isso de forma a proporcionar distração para a população romana. Ele estabeleceu que os ladrões ficariam em celas separadas, sem se comunicar um com o outro, e que cada um receberia uma moeda romana para, no próximo domingo, participar de um jogo com as seguintes regras:

Duas “caras”: ambos serão perdoados e libertados.

Uma “cara” e uma “coroa”: quem apresentar “coroa” será libertado e receberá um quilo de ouro, e quem apresentar “cara” será executado.

Duas “coroas”: ambos serão executados.

No domingo seguinte, ambos foram chamados diante de dez mil pessoas. Depois de abrirem as mãos e revelarem a face da moeda escolhida, os dois ladrões foram jogados aos leões!


Moral da história

Sabe o que aconteceu? Eles não jogaram o jogo do ganha-ganha. Se tivessem jogado, ambos teriam apresentado “cara” e seriam perdoados e libertados. Contudo, como estavam separados, nenhum confiou que o outro tomaria essa decisão. Por outro lado, a tentação de ser libertados e ainda ganhar um quilo de ouro, levou os dois a escolher “coroa”. Resultado: ambos foram executados.

Na vida, assim como nessa história, tanto o ganha-perde quanto o perde-ganha acabam-se deteriorando para o perde-perde. Portanto, ganha-ganha é o único jogo a ser jogado. Para que isso ocorra, é necessário desenvolver a confiança mútua.

Estabelecendo confiança

A confiança mútua é estabelecida a partir de três parâmetros básicos: sinceridade, competência e história pregressa.

Sinceridade

O que a pessoa fala em público é o que ela fala em particular? O que ela fala com uma pessoa é a mesma coisa que ela fala com outra?

Competência

A pessoa tem capacidade de fazer o que está dizendo que vai fazer? Lembre-se de que o inferno está cheio de pessoas com boas intenções!

História pregressa

Como a pessoa se comportou no passado, em situações similares.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

MT - Mais de 100 acadêmicos participam de oficina de formação para bolsistas


Redação 24 Horas News

Mais de 100 acadêmicos vindos de 10 campi da Universidade do Estado de Mato Grosso estão em Cáceres desde domingo (26.08), onde permanecem até quarta-feira (29.08), para participar da 2ª etapa de seleção do Programa de Formação de Células Cooperativas (FOCCO). São oferecidas 48 vagas para bolsistas, sendo uma para cada curso de graduação.

O FOCCO é uma nova política da Unemat de incentivo ao protagonismo estudantil que busca estimular a permanência e aprovação e taxa de conclusão dos cursos de graduação, por meio da formação de células de aprendizagem cooperativa.

Esta etapa de formação inclui palestras e oficinas de elaboração de projetos. Os acadêmicos receberão subsídios para elaborar uma proposta de célula de aprendizagem cooperativa, podendo ser qualquer tema, assunto, conteúdo, que possa colaborar com aumento de rendimento e aprovação dos alunos nos cursos de graduação.

Cada célula de aprendizagem deverá ser organizada e mantida pelo aluno bolsista, que reunirá outros acadêmicos da Universidade com o objetivo de promover a discussão e estudo que colabore com a aprovação dos participantes em seus cursos de graduação.

São considerados critérios para seleção nesta 2ª etapa a capacidade de interação com os colegas, disposição para planejar e executar projetos de aprendizagem, capacidade de organizar grupos de estudo com outros estudantes, competências interpessoais e habilidade para articular um grupo de estudo e natureza, qualidade e viabilidade do projeto de aprendizagem proposto.

A seleção inclui ainda entrevista realizada nos dias 28 e 29 de agosto. O resultado do processo seletivo será divulgado em 03 de setembro.

FOCCO - A bolsa é no valor mensal de R$ 400, com carga horária de12 horas e vigência de no máximo quatro meses, relativos ao período de setembro a dezembro de 2012, podendo ser renovada mediante atendimento de novo edital em 2013.

Por determinação da Justiça, governador nomeia aprovado para Seduc

A nomeação consta no Diário Oficial desta quarta-feira (29), foi apenas uma nomeação

HÉRICA TEIXEIRA

Mayke Toscano/Hipernotícias

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, atendendo a determinação da Justiça, nomeia um aprovado no concurso público de 2009 para professor da educação básica, área ciências física e biológica. O professor vai atuar no município de Lucas do Rio Verde. A nomeação está publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (29).

O concurso de 2009 abriu 10.086 vagas para vários cargos em todas as secretárias do governo. O prazo de dois anos para a nomeação encerrou em 30 de junho deste ano e o gestor público determinou a prorrogação por mais dois anos, ficando vigente até 2014.

Em ato 9.156, “ o governador, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 66, incisos III e XI da Constituição Estadual. Considerando o disposto no inciso II do Art. 129 da Constituição Estadual; considerando o disposto no inciso II do Art. 37 da Constituição Federal; considerando o Edital n. 004/2009-SAD/MT, que dispõe sobre o Concurso Público para a Carreira dos Profissionais da Educação Básica,publicado no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso de 27 de julho de 2009; considerando a Classificação Geral do Concurso Público publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso através dos Editais Complementares n. 39, 40 e 41, bem como sua Homologação, publicado por meio do Edital Complementar n. 42, em 30 de junho 2010. considerando a retificação através do Edital Complementar n. 44 publicado no Diário Oficial de 16 de junho de 2011; considerando a decisão judicial proferida no Mandado de Segurança nº 74922/2012 – Classe 120 – CNJ – Cível - Comarca Capital; considerando os termos do processo n. 402216/2012-SAD; considerando, finalmente o que determina os subitens 19.3 e 19.5 do Edital n. 004/2009-SAD/MT, resolve nomear para a Secretaria de Estado de Educação”. Clique aqui.

MANDADO DE SEGURANÇA

Consta na movimentação no Tribunal de Justiça (TJ), que o recurso impetrado pelos aprovados no concurso público, está concluso para análise do relator, o juiz Sebastião Barbosa Farias. No mês de abril, vários aprovados, principalmente da Área Instrumental, entraram com mandado de segurança para garantir a vaga.

No concurso foram disponibilizados apenas para área de Taig, 320 vagas para cargo de Taig, sendo 74 vagas para administrador, 79 advogados, 42 analistas de sistemas, 2 assistentes social, 77 contadores, 42 economistas, 1 educador físico, 2 pedagogos e 1 psicólogo. Ainda faltam ser nomeados cerca de 230 aprovados.



MT - Última semana de inscrições para doutorado em Educação em Ciências e Matemática


Redação 24 Horas News

As inscrições para a seleção ao doutorado em Educação em Ciências e Matemática, possibilitado por meio da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC), devem ser efetuadas até esta sexta-feira (31.08), na secretaria do programa– Polo/UFMT, pessoalmente ou por Sedex. O edital pode ser acessado em: www.ufmt.br/.

São oferecidas 44 vagas na área de concentração Educação em Ciências e Matemática, para as linhas de pesquisa “Formação de Professores para a Educação em Ciências e Matemática” e “Fundamentos e Metodologias para a Educação em Ciências e Matemática”.

Podem se inscrever portadores de título de mestre em áreas relacionadas ao programa, que tenham vínculo com uma das 25 instituições que compõem a Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. Em Mato Grosso, integram a rede a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT).
Os candidatos devem apresentar o formulário de inscrição preenchido (modelo disponível em www.ufmt.br/ppgecem), foto 3x4, fotocópias autenticadas de RG, CPF e título de eleitor com comprovante da última eleição, diploma de graduação do curso de mestrado, comprovante de pagamento de R$ 100, três cópias impressas e três CDs gravados com os arquivos do projeto de pesquisa, três cópias do currículo, comprovar vínculo com a IES associada à REAMEC e memorial descritivo.

O processo de seleção será composto por prova escrita, realizado em 27 de setembro, análise e defesa do projeto de pesquisa e proficiência em língua estrangeira. O resultado final será divulgado em 19 de novembro.

Fomento

A Unemat, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) e Fundação de Apoio ao Ensino Superior (Fapemat) firmaram convênio para apoiar atividades da Rede, que envolvem movimentação de doutorandos e professores para aulas, orientação, participação em eventos e entre outras. Os beneficiados serão os atuais e os novos alunos que entraram no programa em 2013.

Cuiabá- MT -Professores de Cuiabá participam de encontro e lançam livro


Redação 24 Horas News


A Coordenadoria de Formação da Secretaria Municipal de Educação (SME) realiza amanhã, das 8h às 12h, o “II Encontro de Formação dos Professores de Educação Física”, nas Faculdades Evangélicas Integradas Cantares de Salomão (Feics).

Esta ação, que tem como parceira a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), traz como destaque o lançamento do livro “A Educação Física na Rede Municipal de Ensino de Cuiabá: uma proposta de construção coletiva”, idealizado pelo professor Evando Carlos Moreira, que estará presente na ocasião.

O material é resultado do trabalho coletivo dos professores da rede municipal de ensino e da UFMT, que elaboraram a proposta curricular da Educação Física.

Além disso, o encontro contará com apresentações de outros trabalhos destes profissionais, bem como de alunos das escolas municipais da capital.

A abertura do evento deverá contar, ainda, com a presença do secretário municipal de Educação, Silvio Fidélis; da secretária adjunta de Educação, Cilene Antunes Maciel; do diretor de Gestão Educacional, Gilberto Fraga Melo; da diretora de Ensino, Elenir Honório do Amaral, e do professor da UFMT, Marinaldo Divino Ribeiro.

Pesquisa mostra perfil dos candidatos que prestam vestibular na Unemat

Redação 24 Horas News


Pesquisa realizada junto aos inscritos no Vestibular 2012/2 da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) revela informações de natureza social, econômica, educacional, étnica e racial dos candidatos. O perfil foi traçado por meio de questionário composto por 36 questões, respondido por mais de 16 mil inscritos na última edição do concurso.

A maioria dos candidatos é do sexo feminino, representando quase 60% do total. A faixa etária está concentrada entre 18 e 24 anos, somando 73,6% dos estudantes que procuram a Unemat para ingressar no ensino público superior. O predomínio é de solteiros (86%).

Do total, mais de 70% concluíram todo ou parte do Ensino Médio em escolas públicas. E a maioria escolheu o curso devido ao mercado de trabalho (40%) ou prestígio social da profissão (12%). A cada vestibular semestral, a Unemat oferece 1.960 vagas em 48 cursos regulares desenvolvidos em 11 campi em todo o Estado.

Dentre os entrevistados, 55% têm renda familiar até três salários mínimos, 41% exercem algum tipo de atividade remunerada, seja em tempo parcial ou integral, e somente 28% não terão obrigatoriamente que trabalhar quando ingressarem no Ensino Superior.

Para atender esse público, a Universidade investe constantemente em uma política de apoio à permanência do estudante nos cursos de graduação. Atualmente, a Unemat mantém mais de 1.000 bolsas estudantis em diferentes modalidades, dentre as quais bolsas apoio, iniciação científica, extensão universitária, incentivo à docência por meio do Programa de Iniciação a Docência, e ao protagonismo estudantil no Programa de Formação de Células Cooperativas.

Dados- As informações fornecidas pelo questionário não têm qualquer influência na avaliação de desempenho dos candidatos inscritos, sendo utilizadas apenas para fins estatísticos destinados às pesquisas pedagógicas. Os dados podem ser acessados em: http://concursos.unemat.br/20122/.

Primeira fase da Olimpíada Brasileira de Física será no dia 4 de setembro

Redação 24 Horas News

A primeira fase da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP) foi adiada. Segundo o coordenador da OBFEP em Mato Grosso, professor João Marcos Coelho, devido à greve dos Institutos Federais, a coordenação nacional postergou para o dia 4 de setembro as provas da 1ª fase, que deverão ocorrer nos períodos matutino, vespertino e noturno, nas escolas já inscritas.

A Olimpíada Brasileira de Física nas escolas públicas visa à valorização da escola pública, a melhoria do ensino e estudo das ciências, propiciando ao estudante uma forma de avaliar sua aptidão e interesse pela ciência, em geral, e pela Física em particular. Neste ano, a OBFEP será realizada em todo o Brasil, passando a ser um programa permanente da Sociedade Brasileira de Física (SBF). Em 2010, o programa aconteceu em caráter de projeto piloto nos Estados de Bahia, Goiás, Piauí e São Paulo. Em 2011, os Estados do Maranhão e Mato Grosso também participaram do projeto.

A OBFEP 2012 terá duas fases. A primeira acontecerá no dia 4 de setembro nas escolas e será teórica e objetiva. A segunda fase ocorrerá no dia 10 de novembro e será discursiva , com uma parte teórica e outra prática, e ocorrerá nos Centros de Aplicação.

MT- Reunião do Paz na Escola e Escola Segura acontece no 10º Batalhão da PM

Redação 24 Horas News

As secretarias de Estado de Educação (Seduc/MT) e de Segurança Pública (Sesp/MT) promovem nesta quarta-feira (29.08), a partir das 14 horas, no 10º Batalhão da Polícia Militar (BPM), um encontro de diretores das escolas estaduais instaladas nas regiões Centro-Norte e Centro-Sul, de Cuiabá. A ação integrada aos programas Paz na Escola/Escola Segura, articula estratégias conjuntas para a promoção de ações de paz no ambiente escolar e em seu entorno.

Ao todo 15 diretores, que coordenam as atividades em unidades instaladas na região do Verdão/Santa Isabel (Centro-Norte), debaterão estratégias de trabalho, desta vez reunidos na sede do Batalhão, instalado no bairro Jardim Cuiabá. Também no mesmo horário, às 14h, outros 18 diretores de unidades escolares da região Centro-Sul (região do Porto) estarão reunidos na Escola Estadual Nilo Póvoas, com representantes do 1º Batalhão da PM.

Para facilitar o processo de monitoramento das ações, bem como as intervenções pontuais necessárias, a Seduc estabeleceu a mesma organicidade adotada pela PM, no que tange às limitações geográficas. “O procedimento facilita a interlocução com os gestores da unidade, que passaram a conhecer os comandantes”, explica a coordenadora de projetos educativos da Seduc, Janaína Monteiro.

Conforme o coordenador do programa Escola Segura, major James Ferreira, durante as reuniões os comandantes dos batalhões apresentarão aos gestores das unidades, o plano de trabalho elaborado para cada uma das respectivas regiões. “Será um momento de socialização das boas práticas e de apresentações de ideias e estratégias”.

FOMPEPE

Outra ação advinda do Paz na Escola/Escola Segura trata-se da seleção de um representante de cada região para ter vez e voz durante as reuniões ordinárias do Fórum Municipal Permanente de Educação Paz na Escola (Fompepe), que acontece na última quinta-feira de cada mês, sempre às 14h, na sede da Escola de Governo.

“Esse profissional leva para as reuniões as sugestões da região, opina, auxilia na promoção de ações, participa diretamente na proposição”, explica Janaína. Ela ainda frisa que todos os profissionais são orientados a promover o debate juntamente a todo os atores envolvidos no processo educacional (pais, alunos, técnicos, professores) para a coleta dessas informações.

A implantação do Fórum Municipal Permanente se deu mediante um amplo trabalho de discussão realizado com todos os atores envolvidos no processo educacional, por meio de pré-fóruns escolares, fóruns municipais e do Fórum Estadual Permanente de Educação. O objetivo é fortalecer e dinamizar a rede social no enfrentamento a qualquer tipo de violência contra crianças e adolescentes, jovens e adultos – na irrestrita defesa dos Direitos Humanos.

MT - Escolas estaduais reclamam da Seduc por falta de Internet para trabalhar

Redação 24 Horas News

Professores e funcionários administrativos das escolas públicas do Estado de Mato Grosso estão revoltados com a Secretaria de Educação do Estado – Seduc -. É que a mais de uma semana os estabelecimentos de ensino estão sem internet, o que obriga a paralisação de computação de faltas, conteúdos escolares, no diário eletrônico e o trabalho administrativo como destrato de professores em final de contrato temporário e outras atividades administrativas.

Funcionários de uma das escolas estaduais, em contato com o portal de notícias “24 Horas News” na manhã desta quarta-feira não escondia a preocupação com o descaso da Seduc, que não resolve o problema, uma vez que o serviço de internet para todas as escola do Estado é fornecido pela Secretária.

“Está difícil. Estamos parados, com o trabalho acumulando. Final de semestre e os professores precisam entregar as notas, colocar os conteúdos pedagógicos, faltas dos alunos. Além disse tem alunos que transferem de escola e não temos como fornecer nenhuma documentação e muito menos cumprir os prazos estipulados pela secretária”, disse uma funcionária.

Na Seduc a única informação prestada por telefone era de que o sistema de internet voltaria a funcionar nesta quarta-feira. Na escolas, a informação por volta das 8 horas era a de que nada estava funcionando ainda.

Fracasso escolar. Isso o preocupa?


Por Maria Odete, em 23 de agosto de 2009.

“Ivana, sabe o que meu pai disse? Que se eu passar de ano eu posso sair da escola e ir trabalhar!”

Essa frase foi uma das primeiras coisas ditas por Josevaldo ao ser perguntado sobre o que pensava a respeito da escola. Nada mais verdadeiro para esse menino de doze anos que desde os sete está desejando se alfabetizar e lutando por isso. Sua história escolar, assim como a de milhares de crianças de sua idade, é marcada por inúmeros episódios que, pouco a pouco, vão desmontando a crença em sua própria capacidade, destruindo sua auto-estima e fazendo com que todos os que o rodeiam acreditem “que sua cabeça não dá para o estudo”.

Esta afirmação de Josevaldo permitiu-nos conhecer um pouco mais o lado trágico vivido no dia-a-dia das relações escolares de nossas crianças, principalmente as mais pobres, as negras, as que moram em casebres, as filhas de pais desempregados e sub-empregados. Ao contrário do que se imagina, Josevaldo considera seu maior prêmio sair dessa escola, alcançar o mundo, ir para a vida, como se esta não pudesse estar presente na escola. Para aquele que “foi convencido” pelo sistema escolar de que é incapaz e perdeu o interesse pela escola depois de sucessivas reprovações, a exclusão acaba sendo vista como o maior “prêmio”.

Os 2 parágrafos acima encontrei numa rápida pesquisa que fiz na internet sobre o fracasso escolar de um trabalho das pesquisadoras Ivana Serpentino Castro Feijó e Marilene Proença Rebello de Souza, a partir de conversas que tenho tido com pais que se queixam de que a escola não é mais a mesma, os professores não são mais os mesmos, que os alunos passam de ano sem saber ler, escrever, somar ou calcular.

Eu acrescentaria: sem raciocinar também. Se examinar com o mínimo de profundidade, apenas através da comunicação do dia a dia, perceberá que a maioria da garotada de 12 a 18 anos fala por monossílabos, nunca leu nada e não fazem projeção alguma do que sonham ou pensam sobre o presente e o futuro.

A quem culpar, a quem atribuir responsabilidades?

Um pai me contou perplexo que o filho tirou 1 (um) na média de física, não recebeu nenhuma anotação do professor ou da escola e não tem dúvida que o filho passará de ano.

Essa é a situação. As pesquisadoras dão uma luz sobre essa realidade e sobre a “caixa preta” escolar. Só prá você ter uma idéia, lembra dos alunos “fortes”, “médios” e “fracos”…parece que internamente nas escolas, a graduação dos professores segue o mesmo padrão.

Professora universitária é presa por pedofilia

Doutoranda da USP, de 35 anos, e um montador, de 36, teriam divulgado na internet foto de adolescente aliciada para sessão de sadomasoquismo

William Cardoso - O Estado de S.Paulo

Uma professora universitária, de 35 anos, e um montador, de 36, foram presos ontem em São Paulo acusados de divulgar na internet fotos de uma estudante de 14, convencida por eles a participar de uma sessão de sadomasoquismo. A polícia chegou até o casal depois que o pai da menina percebeu mudanças de comportamento na filha e passou a vigiá-la, com um software espião.

No dia 29, a adolescente saiu de casa às 9h e retornou apenas dez horas depois. Ela disse aos pais que iria à casa de uma amiga, mas foi até a Estação Santa Cruz do metrô, na zona sul, para encontrar o montador. Os dois trocavam mensagens desde o dia 21, quando se conheceram em uma sala de bate-papo. O montador se identificava como SrShibariSP. O apelido faz alusão ao verbo japonês "shibari", que significa amarrar. Ex-sushiman, o aliciador é fascinado por cultura oriental.

Da estação de metrô, eles partiram para o apartamento da professora no Tatuapé, na zona leste, onde os três participaram de uma sessão de sexo sadomasoquista. Em troca, a estudante ganhou um espartilho.

O pai da garota, um frentista de 42 anos, passou a estranhar o comportamento da filha. Ele também recebeu uma ligação, dizendo que a garota estava se envolvendo com um homem casado. Notou, ainda, o presente inusitado. Desconfiado, o frentista instalou um software espião no notebook da adolescente.

Viu que ela acessava um site sadomasoquista onde tinha as próprias fotos expostas, sob o domínio do SrShibariSP. Desesperado, o pai chegou a pedir demissão para acompanhar de perto o caso. "Fiquei duas semanas sem comer nem dormir. É terrível."

Sem falar nada à garota, ele entrou em contato com um amigo e decidiu procurar o 27.º DP (Campo Belo). "É um mundo à parte (sadomasoquismo)", disse o delegado Genésio Leo Júnior. "Ela foi atraída pela curiosidade", completou.

Armazenamento. Na sexta, o delegado pediu o mandado de busca e apreensão. No sábado, o casal se encontraria de novo com a garota. Alerta, o pai impediu que ela saísse de casa. Nessa segunda-feira, 27, a polícia encontrou fotos e material sadomasoquista no apartamento da professora. Formada em Biomedicina, ela é doutoranda em Anatomia Humana na Universidade de São Paulo (USP). À polícia, ela disse que a garota parecia ter 16 anos. A professora e o parceiro foram presos em flagrante por divulgar as fotos, além de mantê-las armazenadas. A advogada dos acusados não se manifestou sobre o caso.



A violência na escola e a novela da Globo


Por Maria Odete, em 20 de abril de 2009.

Antonio Caloni e Duda Nagle, caracterizados como César e Zeca

Num estudo que realizei sobre a construção simbólica da violência em nossas televisões (e que pretendo publicar ainda este ano), ficou evidente a “química” existente entre o telespectador e a televisão, quando um determinado assunto monopoliza a sua atenção. Conscientes disso, óbvio, as emissoras usam e abusam de vários recursos e tecnologias para fazer a manipulação de diversas linguagens, sejam visuais, sonoras ou interpretativas, justamente para captar a sua atenção. Quando um determinado programa consegue isso você “prega o olho” e não troca de canal.

Fiz essa contextualização para entrar no assunto da reportagem sobre a violência na escola, que foi ao ar dia 18/04/09, no programa Educação e Cidadania. Na verdade, não existem estatísticas desta violência, as escolas encobrem as ocorrências (e aqui me refiro a escolas públicas e privadas também) e os pais são capazes de bater no professor que disser que o seu filhinho ou sua filhinha são tremendos arruaceiros em sala de aula. Mas a violência na escola ou nas escolas de Santa Catarina, existe sim. Em muitas delas, como o Forquilhão de São José, os educadores admitem a sua existência, debatem o assunto com os estudantes, pais e até criaram um Código de Convivência, por estarem se tornando insustentáveis as brigas das oitavas séries.

O que dizem os educadores

1) Conversar abertamente com os estudantes ajuda muito. De um debate realizado só entre os professores e os alunos no auditório do Centro Educacional no início do ano, alunos baderneiros se desculparam publicamente e garantiram que ajudariam a reverter o quadro nos intervalos, onde acontecem as maiores brigas;

2) A direção do Centro Educacional, resolveu também fazer acordos com os alunos mais problemáticos. Troca de turmas e até turnos das aulas estão entre as providências;

Aulas de boullying em rede nacional

Mas todos foram enfáticos em criticar a novela da Globo (Caminho das Índias), pela prática da violência do aluno Zeca (Duda Nagle) e as atitudes permissivas do seu pai, o advogado mau-caráter César Gallo, personagem de Antonio Calloni .

Todos entendem a atitude na escritora Glória Perez em mostrar como é a prática do boullying (que em Santa Catarina rendeu a lei 14.651 sancionada pelo governador Luís Henrique no início desse ano) e acreditam que lá no final da novela ocorrerão punições…em um capítulo. Enquanto isso, em rede nacional aulinhas de truculência do pitboy Cesar acobertado pelo paizão mau-caráter em pequenas doses, semana a semana, mês a mês no período de duração da novela, vão “fazendo” a cabeça da garotada que adora ver brigas na escola (Vide orkut. Escreva as palavras brigas na escola e surpreenda-se ou não).

“O que é violência para você?”

Assim o professor e antropólogo Theóphilos Rifiotis (coordenador do Levis/UFSC), iniciou sua aula da disciplina Antropologia das Violências e dos Conflitos: a construção do perigo e da sujeira, no curso de Ciências Sociais da UFSC.

Aquela foi uma aula onde mais nos indagamos do que obtivemos respostas. Seria a violência um julgamento? Quando um pai bate num filho, ele está sendo violento ou como justificam alguns pais, apenas tentando educar aquela criança, já que “a vida irá bater” nela de várias formas? Quando é mesmo que a mulher é vítima? Seriam as marcas de vários hematomas no rosto ou corpo da mulher espancada pelo marido? E como classificar as mulheres que verbalmente agridem e humilham seus maridos no dia-a-dia pela incapacidade deles em conseguir emprego, sustentar a família ou de estarem apáticos ou incapacitados sexualmente e que em contrapartida recebem agressões físicas? Violência é isso?

Prosseguindo com este raciocínio, não seria a violência um problema social justamente porque o senso comum a considera apenas do ponto de vista da indignação, da negatividade, da criminalidade e como problema a ser resolvido?

Quando colocamos certas questões “pequenas”, aparentemente banais, como as que acabamos de formular, relacionadas a dúvidas do senso comum e que justificam a razão da existência de páginas policiais, percebemos que pela dificuldade que temos em dar um significado sobre o que é violência, pela falta de visibilidade de um significado, ela, a violência, se transforma num receptáculo de qualquer significação. E justamente por causa dessa invisibilidade é que a violência seria o ponto cego da sociedade.

Para os educadores é aqui que mora o problema quando são avaliadas não somente a postura e dinâmica dos alunos em sala de aula, mas todo o entorno sócio cultural da origem deles e principalmente o contexto familiar. Para as emissoras, dentro dos critérios políticos de concessão e por uma ótica estritamente comercial, altos índices de audiência, uma grande e oportuna polêmica e um tremendo negócio. Bem-vindos ao debate!



Brasil está entre os três países que mais ampliaram seu desempenho em Educação


Um estudo realizado por pesquisadores das universidades de Stanford e Harvard, nos Estados Unidos, e de Munich, na Alemanha, com o intuito de levantar o desempenho de 49 países, considerou o Brasil como terceiro colocado entre os que mais melhoraram seus resultados em Educação nos últimos 15 anos. A pesquisa, que tomou como base a avaliação de testes internacionais de disciplinas como Matemática e Ciências, apontou o Chile como segundo colocado e a Letônia como primeira.

Para os especialistas, o resultado pode ser creditado a uma combinação de fatores externos ao sistema escolar com uma política educacional focada. Os três primeiros colocados atuaram para a redução da condição de pobreza ao mesmo tempo em que conquistaram a ampliação da escolaridade dos pais.

“Seu progresso [da Letônia, Chile e Brasil] foi três vezes superior ao da média”, disse Eric Hanushek, pesquisador principal de Stanford. Ele também comentou que outros países, como Portugal, Alemanha e Polônia, cresceram o dobro da média. Por outro lado, nove países registraram uma diminuição no desempenho, entre eles a França.

Com informações do La Tercera (Chile)

América Latina precisa avançar no uso de tecnologia em sala de aula

Com o avanço da tecnologia nos últimos tempos, o número de crianças usuárias de computadores, tablets e smartphones aumentou consideravelmente, criando um impasse para os educadores. Como incorporar essas novas tecnologias ao ensino, ao cotidiano escolar, de forma a ampliar o processo de aprendizagem?

De acordo com um levantamento feito por 11 jornais do Grupo de Diários América – GDA , apesar de cada país latino-americano ocupar um patamar diferente de evolução tecnológica, existem, ainda, problemas comuns em toda a região. Entre eles, estão a falta de capacitação dos educadores para o uso das ferramentas tecnológicas e o pouco acesso aos computadores na escolas.

No Brasil, um dos principais desafios para a área é a capacitação dos educadores no uso das novas tecnologias. Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br, com mais de 1500 professores, revelou que, para 64% dos docentes, os alunos têm mais conhecimento que eles sobre o uso de novas tecnologias, e 28% ainda preferem os métodos tradicionais de ensino.

O pouco acesso aos computadores é um problema enfrentado em países como o México. De um total de 198.896 escolas públicas do nível básico, apenas 84.157 têm computadores, de acordo com estatísticas do governo. Dessas escolas, apenas duas de cada 10 têm acesso à internet. Na Colômbia, os números não menores: das 28 mil escolas públicas, existem oito mil que sequer têm um computador.

Na Argentina, existem 40 alunos para cada computador nas escolas públicas, e somente 29% têm acesso à internet. No Brasil, a estimativa é de que a média seja de 23 computadores por escola e que, destes, 18 estejam em funcionamento para atender 800 alunos.

O Peru apresentou o quadro mais crítico. Só 19,8% de cerca de nove milhões de estudantes de educação primária usam a internet. No Chile, 9.680 escolas recebem subvenção estatal para usar tecnologia. Ainda assim, só 22 mil dos 140 mil docentes do sistema público estão capacitados para tal.

Alguns governos estão providenciando melhorias por meio de programas de capacitação e de acesso aos computadores. No entanto, os resultados demoram a aparecer.

Com informações do jornal O Globo

Bourdieu - Contestador da meritocracia escolar

Por Norberto Dallabrida*

Dito de modo abrupto, este texto defende a tese de que a reflexão sociológica de Pierre Bourdieu tem como questão de fundo a análise da produção das desigualdades sociais. Os diferentes objetos investigados por esse enervante sociólogo francês como a visitação aos museus, o campo científico, sistemas de ensino, uso sociais da fotografia, obras de arte e a televisão procuram compreender a distribuição desigual dos bens econômicos e culturais na sociedade capitalista na segunda metade do século XX.

Procurando superar o determinismo economicista, Bourdieu elaborou conceitos originais e operacionais para explicar a gestação das gritantes diferenças sociais. Em primeiro lugar, deve-se destacar o conceito de capital cultural, que apresenta-se em três estados. O capital cultural em estado incorporado refere-se a disposições duráveis no organismo que são plasmadas a partir de um trabalho de inculcação, realizado sobretudo na atmosfera familiar.

O sociólogo francês afirma que “o capital cultural é um ter que se tornou ser, uma propriedade que se fez corpo e tornou-se parte integrante da pessoa, um habitus” (BOURDIEU, 1998, p.74-5).

Enquanto o capital cultural no estado objetivado é constituído por bens culturais na forma material como livros, obras de arte e acervos virtuais, no estado institucionalizado ele é formado por certificados e diplomas escolares, sendo também chamado de capital escolar.

Com o intuito de flagrar as desigualdades sociais de forma ainda mais refinada e oculta, Bourdieu percebeu as dimensões social e simbólica do capital, que são colocadas em movimento por meio de estratégias específicas.

Para Bonnewitz (2002, p.93) o conceito bourdieusiano de capital social refere-se ao “conjunto de relações ‘socialmente úteis’ que podem ser mobilizadas pelos indivíduos ou pelos grupos no quadro de suas trajetórias profissional ou social”.

Para Bourdieu, essa “rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de inter-reconhecimento” é tecida em diferentes instituições sociais como a família, instituição de ex-alunos de escolas de elite, clube seleto.

Segundo Nogueira e Nogueira (2004, p.51), “o capital simbólico diz respeito ao prestígio ou à boa reputação que um indivíduo possui num campo específico ou na sociedade em geral. Esse conceito se refere, em outras palavras, ao modo como um indivíduo é percebido pelos outros”.
De outra parte, as análises bourdieusianas pensam o espaço social formado por campos, “microcosmos sociais” que têm autonomia relativa, constituídos por leis, jogos e capitais específicos.

Para Nogueira e Nogueira (2004, p.36), “o conceito de campo é utilizado por Bourdieu, precisamente, para se referir a certos espaços de posições sociais no qual determinado tipo de bem é produzido, consumido e classificado”.

Os campos são marcados, necessariamente, por disputas pelo controle e legitimação dos bens produzidos e classificados, de forma que no seu interior há relações de força entre “posições dominantes” e “posições inferiores” ou pretendentes.

Deve-se mencionar que o sociólogo francês realizou investigações sociológicas sobre diversos campos e subcampos.

Desconstruindo a tradição

Em relação ao campo escolar, além de vários artigos científicos, Bourdieu escreveu quatro obras, que desconstruíram a tradição meritocrática, de corte republicano, do sistema de ensino na França. Em 1964, em parceria com Jean-Claude Passeron, ele escreveu Les héritiers: les étudiants et la culture, que aborda as Faculdades de Letras da França, na década de 1960, procurando mostrar como a origem social e geográfica dos alunos condiciona os seus percursos escolares.

Esse trabalho constata que, enquanto os estudantes de classes abastadas têm uma atitude diletante em relação à cultura escolar, os alunos oriundos das camadas médias/populares pautam-se pelo esforço e ascestismo na realização de seus estudos superiores.

Os primeiros herdam uma “atmosfera cultural de família”, adquirida por meio da frequência sistemática aos museus, teatros e cinemas, da leitura de livros e revistas e da convivência cultivada no círculo familiar e social.

Essa familiaridade com os bens da cultura legitimada confere aos filhos das elites “privilégio cultural”, que os distingue dos outros alunos das faculdades de Letras e faz a diferença no seu desempenho universitário.

Cinco anos depois, instigados pelo movimento de 68, esses filósofos-sociólogos publicaram A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino, obra enervante sobre os mecanismos reprodutivos do sistema de ensino francês, que teve impacto singular na sociologia da educação na França e em vários países.

O objetivo desse trabalho é “determinar os fatores sociais e escolares do êxito da comunicação pedagógica pela análise das variações do rendimento da comunicação em função das características sociais e escolares dos receptores”. Trata-se de uma compreensão diferenciada da recepção da mensagem pedagógica que varia de acordo com o volume de capital cultural escolarmente rentável dos alunos de diferentes frações de classe social. Diante das desigualdades sociais retraduzidas pelo sistema escolar, Bourdieu-Passeron sugerem um ensino contínuo e metódico que eleve o nível de recepção daqueles alunos com desvantagens culturais, que não deve confundir-se com o “rebaixamento puro e simples do nível de emissão”.

Na década de 1980, Bourdieu colocou o foco sobre o ensino superior francês, procurando mostrar que ele também concorria para a reprodução social. Em 1984, Bourdieu escreveu Homo academicus, uma reflexão sociológica sobre o mundo universitário francês e seus impasses na década de 1960. Quatro anos depois, ele publicou, com a colaboração de Monique de Saint Martin, La noblesse d`état: grandes écoles et esprit de corps, uma obra volumosa e densa sobre a elitização das chamadas grandes écoles francesas – instituições de educação superior, independentes das universidades, que têm por objetivo formar as elites dirigentes e intelectuais.

Nestes seus livros sobre o ensino superior francês da década de 1980, Bourdieu explora a “dualidade institucional” entre o sistema universitário e o mundo das grandes écoles, uma singularidade francesa que tem raízes históricas.

É importante anotar que, na França, as universidades são instituições de massa, abertas aos jovens que são aprovados no bac – exame obrigatório no final do ensino médio – e as grandes écoles são instituições de ensino superior de elite, cujo ingresso é feito por concurso público muito concorrido.

À partir de vasta e diferenciada base empírica e de conceitos inovadores e consistentes, em La noblesse d`état, Bourdieu verifica que o elitismo tem evidentes origens sociais. Ou seja, os privilégios educativos conferidos pelas grandes écoles aos estudantes das classes privilegiadas são construídos anteriormente, no meio familiar e nos percursos escolares pré-universitários desses alunos, realizados em colégios de elite tanto no sistema público (e eles existem na França, diferentemente do Brasil!) como das redes privadas.

Para realizar a análise “sócio-lógica” das elites das grandes écoles, Bourdieu movimenta, de forma refinada, os conceitos de capital cultural, capital social e efeitos simbólicos do capital que ele criou para compreender as desigualdades sociais e escolares.

Obra crítica aos mecanismos de elitização das grandes écoles francesas, La noblesse d`état foi publicada em 1989, ano do bicentenário da Revolução Francesa, feito uma espécie de manifesto jacobino contemporâneo.

Três anos antes da sua morte, ocorrida em 2002, numa entrevista concedida para Maria Andréa Loyola, Bourdieu afirmou: “continuo a pensar que o sistema de ensino contribui para conservar. Insisto sobre, e contribui, o que é muito importante aqui. Não digo, reproduz; digo contribui para conservar”.

Esse instigante sociólogo francês procurou compreender, de modo exaustivo, “a rigidez do mundo”, indicando que, apesar de esforços e de avanços políticos, a democratização social é um desafio complexo.

*Norberto Dalabrida é professor da UDESC e co-autor de “A Escola da República (Editora Mercado de Letras, 2011)

Referências
BONNEWITZ, Patrice. Pierre Bourdieu: vie – oeuvres – concepts. Paris: Ellipses, 2002.
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. Les héritiers : les étudiants et la culture. Paris : Éditions de Minuit, 1985. (Le sens commun).
BOURDIEU, Pierre ; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
BOURDIEU, Pierre. Homo academicus. Paris : Minuit, 1984. (Le sens commun).
BOURDIEU, Pierre. La noblesse d`état: grandes écoles et esprit de corps. Paris: Les Éditions de Minuit, 1989. (Le sens commun).
BOURDIEU, Pierre. Os três estados do capital cultural. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio. Escritos de Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p.71-9.
NOGUEIRA, Maria Alice; NOGUEIRA, M. Martins. Bourdieu & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

Medalha de ouro em Olimpíada Internacional de Matemática estuda mais de 13 horas por dia

Felipe Martins

Do UOL, no Rio de Janeiro

O carioca Daniel Santana Rocha tem apenas 15 anos, estuda em escola pública, é filho de professores e ganhou, no mês passado, a medalha de ouro na Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, disputada em Salvador.

O menino tímido, de fala mansa, se dedica com afinco aos estudos. Em casa, são dez horas, do começo da manhã até o final da tarde, divididas em seis horas para a matemática e o restante para as demais disciplinas. À noite, vai à escola. Aluno do primeiro ano do ensino médio no Colégio Estadual Bernardo Sayão, tem aulas das 18h30 às 22h.

O talento com os números foi descoberto com a ajuda do pai, Fernando da Rocha. Para não deixar o filho sozinho em casa, passou a levá-lo ao curso de aperfeiçoamento para professores de ensino médio do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).

Com apenas 11 anos, Daniel já demonstrava facilidade em resolver cálculos complexos. Incentivado pelos professores do Impa, o estudante começou a participar de torneios. No primeiro, a Olimpíada de Matemática do Estado do Rio de Janeiro, já saiu com uma medalha de prata, uma surpresa até mesmo para ele.

“Eu não esperava ganhar a medalha de prata porque eu comecei a estudar para as Olimpíadas apenas um mês antes”, disse Daniel. O resultado seguinte, um bronze na Olimpíada Brasileira, o deixou ainda mais motivado. “Eu fiquei impressionado com o resultado e ainda mais motivado a continuar estudando”, declarou.

Trânsito e cansaço

O estudante mora com os pais, professores, em um apartamento humilde em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio. Daniel continua assistindo, agora como convidado, às aulas no Impa, no Jardim Botânico, zona sul do Rio. Para tanto, em dias de trânsito intenso, leva cerca de três horas para chegar ao curso na zona sul do Rio, perdendo até seis horas por dia em engarrafamentos.

“Ele fica muito cansado”, disse o pai do garoto. “O trajeto é estressante. Eu fico tentando vários caminhos para chegar lá o mais rápido possível. Se a gente tivesse melhor condição financeira, moraríamos mais perto do Impa. A gente tem o sonho de ficar mais próximo, mas o aluguel na zona sul é muito caro”, completou.

Estudante quer ser pesquisador

Pai e filho quando estão na escola são professor e aluno. O menino ajuda os colegas e troca informações com os outros professores de matemática e física, disciplina em que também mostra desenvoltura. “Ele ajuda e estimula os alunos. A aula fica mais animada. Às vezes, os meninos brincam pedindo para o Daniel dar aula, que a minha aula está muito ruim”, contou o pai orgulhoso. “Meu pai me ajuda muito, como professor e como orientador”, elogiou Daniel.

Como muitos adolescentes, Daniel tem suas diversões preferidas. “Gosto de videogame, de passear no shopping. Eu estudo durante a semana para liberar meus sábados e domingos”, disse. Sobre a rotina diária de dez horas de estudo, o pai de Daniel afirma que nada é imposto. “Esse é o prazer dele”, definiu. “No Brasil, existe um pouco de preconceito com o estudo. Em muitos países adiantados, o mínimo é dez horas de dedicação”, completou.

Para o futuro, o jovem talento já tem uma vontade explícita. “Quero ser pesquisador. Gosto da área de análise, do estudo dos sistemas dinâmicos”, contou.

A Olimpíada

A Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa é disputada entre estudantes de Portugal, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, em um total de 32 competidores. Diferentemente de uma competição esportiva, nas Olimpíadas da Matemática é possível mais de uma medalha de ouro, levando em questão o nível de excelência dos competidores.

As provas foram realizadas em dois dias e os estudantes tiveram três horas e meia para resolver três problemas propostos pelos países participantes envolvendo geometria, álgebra, combinatória e teoria dos números. Três estudantes ganharam a medalha de ouro, dois do Brasil e um de Portugal.

O estudante agora tem por objetivo disputar a maior competição de matemática mundial, a IMO (International Mathematical Olympiad), que acontece anualmente. A próxima edição acontece em julho de 2013, na Colômbia. O Brasil já foi escolhido para sede no ano de 2017.

Milhares de estudantes e professores protestam no Chile

Santiago, 28 Ago 2012 (AFP) -Milhares de estudantes e professores iniciavam nesta terça-feira uma grande marcha pelo centro de Santiago, em uma nova manifestação convocada para exigir uma reforma no sistema educacional e que busca demonstrar a coesão dos movimentos sociais neste tema.

"Hoje vamos dar um forte sinal de unidade dos movimentos sociais para transformar a educação deste país", afirmou o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), Gabriel Boric, em uma coletiva de imprensa antes do início da manifestação.

Estudantes fizeram nesta terça-feira um novo protesto em Santiago para exigir reformas no sistema educacional chileno. O protesto ocorre após uma série de marchas não autorizadas registradas na última quinta-feira (23) e que terminaram em confrontos com a polícia, deixando mais de uma centena de detidos Eliseo Fernandez/Reuters

A marcha foi convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (CONFECH) e por associações de estudantes de ensino médio, e contou com a adesão do Colégio de Professores e da Central Única de Trabalhadores (CUT).

Os manifestantes se reuniram em frente à Universidade de Santiago, no oeste da cidade, e avançavam pacificamente pela central Avenida Alameda, constatou a AFP.

O protesto ocorre após uma série de marchas não autorizadas registradas na última quinta-feira em vários municípios de Santiago e que terminaram em confrontos com a polícia, deixando mais de uma centena de detidos.

Cerca de dez escolas públicas de Santiago permanecem ocupadas por seus estudantes, assim como a sede da Universidade do Chile, a principal do país.

Os estudantes exigem desde o ano passado uma profunda reforma no sistema educacional chileno, herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu para menos da metade as contribuições públicas à educação e incentivou a inclusão do ensino particular.

Como consequência dessas reformas, o Chile conta hoje com um dos sistemas educacionais mais desiguais e caros do planeta, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas 40% dos estudantes do ensino médio estudam em colégios públicos gratuitos e não existe a gratuidade nas universidades.

No ano passado, os estudantes organizaram mais de 40 passeatas por Santiago.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Rede privada não cumpre meta de qualidade do MEC


Resultado é pior no Ensino Médio, com notas abaixo do previsto em todas as regiões; particulares do Rio registraram queda

Se o desempenho da rede pública no Ensino médio, segundo os dados do Ideb 2011, foi pífio, o dos colégios particulares do país também ficou abaixo do esperado para Escolas que cobram mensalidades: no Ensino médio, em nenhuma região a rede privada cumpriu a meta prevista pelo MEC.

A rede particular de pior desempenho foi a de Sergipe, com Ideb 4,8 (a meta era 5,8). O Rio, com 5,5, ficou acima da meta em 0,1 ponto, mas caiu em relação a 2009, quando tinha 5,7.

No nível fundamental, as Escolas particulares também ficaram abaixo da meta nos anos finais; entre as regiões, apenas o Centro-Oeste conseguiu cumprir o estabelecido: 5,9. E, nos anos iniciais do fundamental, somente Sul e Centro-Oeste ultrapassaram suas metas.

- Se a rede pública não melhora, a privada não tem estímulo para melhorar mais. Há um diferencial constante entre as redes - avalia Naércio Menezes Filho, do Insper.

- No Ensino médio, desde 2005, a rede está estagnada. Cresceu 0,1 ponto. Mesmo no fundamental, avançou pouco - diz o pesquisador em Educação Mozart Ramos: - É preciso um Ensino médio mais interativo. A formação do Professor tem de mudar, além do currículo. Há excesso de disciplinas. O Aluno vai à Escola, mas as aulas não dialogam com o cotidiano.

Analisada por amostragem - o Inep sorteia as Escolas, e as secretarias estaduais de Educação comunicam aos estabelecimentos privados que eles serão avaliados -, a rede não cumpriu nenhuma das metas para 2011.

Presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pacios diz que "a rede considera ter cumprido a meta":

- A rede privada eleva a média do Ideb no Brasil, e ainda assim as Escolas não sabiam o que era esperado, não sabiam a meta. Foi satisfatório e foi consequência do bom trabalho que realizam - diz Amábile, afirmando que o MEC não dialoga com a rede.

O MEC diz que "todas as redes receberam os dados do Ideb preliminarmente, com período definido para conferência e correção de eventuais inconsistências identificadas".

Coordenador da Confederação Nacional das Associações de Pais de Alunos, Luis Claudio Megiorin diz que a informação de que as Escolas particulares não sabiam qual era a meta do Ideb não procede.

- É impossível, há representantes das Escolas particulares no Fórum Nacional de Educação, onde está também o MEC. É o mesmo que o Aluno dizer que não sabia que tinha prova - afirma Megiorin, dizendo ser "preocupante" o resultado da rede privada e lembrando que a confederação pediu ao Inep que o Ideb passasse a ser para toda a rede, e não por amostragem.

Responsável pela criação do Ideb quando foi presidente do Inep, o Professor de Economia da USP Reynaldo Fernandes também defende que a rede privada deixe de ser avaliada apenas por amostragem:

- Não porque haja problemas com o diagnóstico por amostragem. Mas, expandindo, teríamos o resultado por Escola, e talvez elas se preocupassem em melhorar - diz Fernandes, que atribui o desempenho abaixo do esperado à dificuldade de se avançar quando o resultado já é bom: - Não é que haja um limite, mas tanto as Escolas públicas que já tinham bom resultado quanto as privadas estão tendo dificuldade de continuar se aperfeiçoando.

Escolas em áreas de violência ou pacificadas avançam no Ideb

Instituições inseridas no programa Escolas do Amanhã tiveram índices melhores que em 2009

Localizadas em áreas de violência conflagrada ou pacificadas, as Escolas do Amanhã, da prefeitura do Rio, acompanharam o avanço da rede municipal de ensino no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011. Nos anos finais, do 6º ao 9º ano, houve um crescimento de 32% em relação à avaliação anterior, subindo de uma média de 3,1 em 2009 para 4 em 2011. Já no primeiro segmento, do 1º ao 5º ano, o aumento foi de 8%, passando da média de 4,6 para 5. Dentro do Escolas do Amanhã, o Ciep Pablo Neruda, na Taquara, é o segundo mais bem colocado no município e está entre as cinco melhores escolas do Brasil. Apesar das melhorias, o índice das escolas que integram o programa ficou abaixo do município, que foi de 4,4 nos anos finais e 5,4 nos anos iniciais.

A secretrária municipal de Educação, Claudia Costin, considera natural o desempenho mais baixo.

— Essas escolas funcionam onde há ou houve, por muito tempo, grandes tiroteios. Onde os alunos precisam abandonar a escola porque são recrutados para trabalhar com o tráfico. É um trabalho muito corajoso, por isso esses avanços são muito importantes — disse, em entrevista coletiva para a imprensa.

O Escolas do Amanhã, criado em 2009, tem como objetivo reduzir a evasão escolar e melhorar o desempenho de alunos que vivem em áreas de violência. Atualmente o programa funciona em 152 escolas do município. Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, a taxa de evasão nesses colégios caiu de 5,1% em 2008 — quando ainda não faziam parte do programa — para 3,2% em 2011.

— O grande diferencial do programa é prover um ensino diferenciado, em tempo integral, com uma metodologia mais dinâmica e que trabalhe o bloqueio de crianças que sofrem com uma superexposição à violência. Também temos profissionais capacitados para a mediação de conflitos — explicou.

Claudia Costin anunciou também que todos os funcionários dos colégios que bateram as metas do Ideb 2011 vão receber uma bonificação em dinheiro. O prêmio será de 1,5 salários mínimos para as instituições do programa Escolas do Amanhã e de 1 salário mínimo para o restante das escolas da rede. Segundo a secretária, 58% das 856 escolas que fizeram a prova vão receber o bônus.

Ginásios experimentais se destacam

O programa Ginásio Experimental Carioca (GEC), que atende alunos do 7º ao 9º ano, teve destaque no Ideb. Das dez melhores escolas de segundo segmento, quatro são do GEC. Além disso, os dez ginásios implantados atingiram as metas de melhoria da aprendizagem e receberão o prêmio de desempenho.

Os alunos dos GECs estudam em horário integral e assistem a mais tempos de aulas de português, matemática, ciências e inglês. Além disso, a metodologia de ensino é direcionada aos adolescentes e conta com a figura do professor polivalente, que é responsável por todas as aulas de humanas ou exatas.

- Criamos os GECs em dez escolas medianas do município, que não estavam nem entre as 50 primeiras do Ideb 2009, e o resultado foi surpreendente. A Orsina da Fonseca, na Tijuca, teve um crescimento de 94% - disse Claudia Costin.



O que aprender com os dados?

*Denis Mizne e Ernesto Faria

Os resultados do Ideb 2011, felizmente e infelizmente, foram os esperados.

Felizmente, pois se espera que a avaliação seja um reflexo da Educação pública do país, e, sem mudanças estruturais no período, não eram esperados resultados muito diferentes. Essa coerência com a realidade é muito importante para a legitimidade da avaliação e o fortalecimento da cultura de avaliar.

Mas, infelizmente, os resultados revelam que, na média, o nível de proficiência dos Alunos segue bem baixo e que, nos anos finais do Ensino fundamental e no Ensino médio, quase não evoluímos. Apontam também que o cenário de baixa equidade dos resultados persiste. Salvo honrosas exceções, as Escolas que concentram Alunos de baixo nível socioeconômico têm desempenho muito inferior às que atendem Alunos mais ricos.

O pequeno avanço nos anos finais do Ensino fundamental (aumento de 0,05 em proficiência na rede pública) e a estagnação do Ensino médio (queda de 0,02 em proficiência na rede pública) indicam que é preciso dar atenção a esses ciclos. Recebendo Alunos com grandes déficits de aprendizagem, nenhum dos dois tem conseguido agregar muito aos Alunos.

Já em relação à baixa equidade, é importante gerar incentivos para que Alunos com nível socioeconômico mais baixo tenham condições para atingir um nível de aprendizado adequado, como, por exemplo, alocar os melhores Professores para esses Alunos e garantir momentos de reforço Escolar.

O país tem agora o seu quarto resultado de avaliação da Prova Brasil. Os problemas macro já são bem conhecidos. O importante é aproveitar o diagnóstico detalhado trazido por uma avaliação feita em mais de cinco mil municípios e cerca de 70 mil Escolas para fazer análises mais complexas e avançar.

Editorial: Avanços na Educação do Rio ainda são insuficientes

Numa visão geral, o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), do ano passado, mostra o país voltado para a direção correta, mas com problemas de velocidade e ritmo.

Há bons resultados, sem dúvida. A cidade e o Estado do Rio de Janeiro conquistaram alguns deles. A rede fluminense emite sinais de que o secretário Wilson Risolia, apesar das resistências de origem sindical, avança no projeto de modernizar a estrutura estadual. De um Ideb estagnado em 2,8 nos três levantamentos anteriores, um dos mais baixos do país, o estado alcançou, em 2011, no Ensino médio, o nível de 3,2, pouco acima da meta de 3,1. O avanço de 0,4 ponto foi o segundo maior do país, superado apenas por Goiás, embora seja o pior rendimento do Sudeste e o 15º do país.

Na cidade do Rio, cuja estrutura de Ensino é melhor, o destaque foi a avaliação dos Alunos nas séries finais do Ensino fundamental, em que o município obteve o maior crescimento da Federação: de 3,6 para 4,4, quinta melhor nota do ranking nacional. A secretária Cláudia Costin tem colhido bons resultados, a partir de uma política de reordenamento gerencial da rede, na qual se destacam o fim da aprovação automática - forma de mascarar o mau rendimento do Aluno e, por tabela, do Professor -, a execução de programas de reAlfabetização, para acabar com o Analfabetismo funcional, e eliminação da defasagem entre a idade do estudante e a série em que está matriculado, por meio de aulas suplementares. Nas séries iniciais do Ensino fundamental, o Ideb do município subiu de 5,1 para 5,4 e colocou a cidade como a sexta de melhor índice (abaixo de Florianópolis, Curitiba, Palmas, Campo Grande e Belo Horizonte).

O Rio, estado e cidade, precisa avançar mais, e com rapidez, na Educação, setor que deve ser quase tão prioritário quanto a Segurança. Por sinal, atividades que se interconectam, porque uma Escola eficiente é salvaguarda para afastar jovens e crianças da criminalidade.

No quadro nacional, o Ideb confirma que a qualidade do Ensino básico melhora: nas séries iniciais do ciclo fundamental, a meta, definida para as redes pública e privada, era de 4,6, e o Ideb foi de 5. Na parte final, a meta de 3,9 foi ultrapassada em 0,2 ponto, pelo Ideb de 4,1. No médio como um todo, o alvo de 3,7 terminou atingido.

A má notícia trazida pelo Ideb-2011 é que o rendimento do Aluno cai à medida que ele chega ao Ensino médio, e durante toda esta parte final do Ensino básico. O Ensino médio aparece neste Ideb como uma espécie de buraco negro da Educação brasileira. Neste ciclo, o avanço, no país, foi de ínfimo 0,3 ponto entre 2005 e 2011.

O Ensino médio parece requerer uma terapia específica, diante não só destes índices, mas também da grande evasão nele verificada. Não surpreendem as reclamações sobre a má qualificação da mão de obra que chega ao mercado de trabalho. Mais um dever de casa para governos e sociedade.

Fonte: O Globo 16/08/2012



As mundanças no Ideb



"Além de efeitos tecnicamente desastrosos, que comprometeriam o sistema de avaliação que foi montado ao longo de quase duas décadas, a iniciativa de Mercadante não passa de um expediente para eximir seus antecessores", afirma jornal

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, não quer aprender as lições que tão evidentemente emergem dos resultados do último Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), que apontou avanços tímidos no Ensino fundamental e estagnação no Ensino médio, entre 2009 e 2011. O ministro da Educação prefere mudar os critérios e os métodos desse mecanismo de avaliação, que combinam resultados de desempenho com fluxo Escolar, a pretexto de "aperfeiçoá-lo". Ou seja, está à procura de um indicador que não exiba nitidamente os fracassos do setor que dirige.

Criado em 2005 e calculado a cada dois anos, o Ideb mede a qualidade das redes pública e privada do Ensino fundamental e médio com base nas notas obtidas pelos estudantes na Prova Brasil, nos dados do censo Escolar do MEC e em informações fornecidas pelos Estados e municípios. O Ideb já fornece uma boa série histórica e estatísticas confiáveis, que permitem acompanhar os avanços e retrocessos da Educação básica e avaliar as políticas adotadas pelo MEC para esse nível de Ensino. Mas Mercadante quer substituir a Prova Brasil - baseada em testes aplicados na 4.ª e na 8.ª séries do Ensino fundamental e na 3.ª série do Ensino médio, com foco em leitura e matemática - pelos resultados do Enem.

O problema é que a Prova Brasil e o Enem são avaliações distintas, com objetivos diferentes. Na Prova Brasil, os resultados mostram o desempenho de cada Escola e os resultados são comparáveis ao longo do tempo. Já o Enem serve para avaliação do Aluno.

A última Prova Brasil mostrou que o desempenho dos estudantes do Ensino médio não evoluiu, entre 2009 e 2010. Já os resultados do último Enem - um mecanismo de avaliação que perdeu credibilidade depois que foi "aperfeiçoado" pelas administrações petistas, em meio a uma sucessão de trapalhadas administrativas - mostram um avanço na aprendizagem.

Argumenta Mercadante, que o Enem se converteu num vestibular unificado para as universidades federais e, por isso, os estudantes fariam com mais empenho essa avaliação do que a Prova Brasil. "O Enem ele faz sabendo que é uma prova decisiva" (sic!), diz ele. Com a substituição de uma prova pela outra, com a justificativa de que no Enem "os estudantes dão o melhor de si", enquanto na Prova Brasil eles não teriam a motivação necessária para se preparar, o que o ministro da Educação pretende - por mais que negue - é maquiar os números do Ideb.

Além de efeitos tecnicamente desastrosos, que comprometeriam o sistema de avaliação que foi montado ao longo de quase duas décadas, do ponto de vista político a iniciativa de Mercadante não passa de um expediente para eximir seus antecessores e companheiros de partido - Tarso Genro e Fernando Haddad - de qualquer responsabilidade pelo estado em que se encontra o Ensino básico. Quer vender a ideia, com a troca, de que não é o Ensino que é ruim; é o meio de aferição que é precário.

"A troca é um erro. Uma coisa é a discussão do vestibular nacional, que envolve o que deve ser cobrado dos Alunos. Outra é a avaliação do Ensino médio, tarefa que a Prova Brasil foi estruturada para cumprir. Não se deve misturar as coisas", diz Ocimar Alavarse, Professor da Faculdade de Educação da USP. Em artigo publicado pelo Estadão, a diretora do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, lembrou que os gargalos do Ensino médio só serão superados por meio de maior oferta de Professores qualificados em ciências exatas e da modernização das técnicas de gestão Escolar - medidas sobre as quais Mercadante até agora não se pronunciou.

Responsáveis por 97% das matrículas na rede pública de Ensino médio, os secretários estaduais de Educação não escondem que temem as consequências das mudanças disparatadas que Mercadante anuncia. A reforma do Ensino médio "não é algo que se faça rápido. É preciso uma discussão ampla no Conselho Nacional de Educação", diz o secretário de Educação de Goiás, Thiago Peixoto, resumindo a posição de seus colegas.

Fonte: O Estado de S. Paulo 24/08/2012

Cota em universidade para aluno de escola pública divide opiniões; Presidente deve sancionar lei


A cota de 50% será distribuída prioritariamente para negros, pardos e índios, de acordo com a proporção dessas raças em cada estado

A presidente Dilma Rousseff tem até o dia 29 de agosto para sancionar o projeto de lei que reserva metade das vagas das universidades federais para os Alunos que cursaram todo o Ensino médio em Escolas públicas. O governo federal já sinalizou que irá vetar apenas um dispositivo da proposta, o que estabelece como critério para a escolha dos Alunos a média das notas no Ensino médio, sem vestibular ou exame parecido.

A proposta das cotas (PLC 180/08 no Senado e PL 73/99 na Câmara) foi aprovada no último dia 7 de agosto pelo Senado. O texto já havia sido aprovado em novembro de 2008 pela Câmara. Se for sancionado, metade das vagas de todas as universidades federais do País passa a seguir o novo critério de seleção.

Pela proposta, todas as vagas reservadas serão distribuídas prioritariamente para negros, pardos e índios, de acordo com a proporção dessas raças em cada estado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se esses candidatos não preencherem todas as vagas disponíveis, as restantes serão ocupadas pelos demais Alunos das Escolas públicas.

Metade da cota, ou seja, 25% do total de vagas das federais serão destinados apenas aos Alunos com renda familiar de até um salário mínimo e meio (hoje R$ 933) por pessoa. O restante poderá ser ocupado por estudantes com renda maior. O critério racial, porém, deverá ser observado por ambos os grupos.

Fosso - O deputado Emiliano José (PT-BA), integrante de movimentos sociais pela igualdade racial, comemorou a aprovação da reserva de metade das vagas de universidades federais para Alunos de Escolas públicas, com prioridade para negros, pardos e índios. Segundo ele, a medida ajuda a superar “o fosso que existe entre brancos e negros”.

Emiliano José afirmou que a desigualdade deve ser combatida com políticas específicas. “Vivemos quase quatro séculos de escravidão e ninguém passa por isso impunemente. Acreditar que só pela melhoria geral da Educação, por exemplo, os negros iriam ascender é um equívoco muito grande”, argumentou.

No entanto, para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), integrante da Comissão de Educação, a regra reforça o preconceito no País. O parlamentar defende as chamadas cotas sociais, que levam em consideração somente critérios de renda, mas acredita que as cotas raciais tendem a aumentar a distância entre brancos e negros.

“Só há uma raça, a raça humana. Trazer para o Brasil o debate da questão racial é importar uma questão que nunca nos afetou. O Brasil é o país da mistura, da miscigenação”, afirmou.

Raça - Onyx Lorenzoni disse ainda que a prioridade para os autodeclarados negros, pardos e índios pode prejudicar os brancos que enfrentam dificuldades financeiras. “Como será quando o menino é pobre e branco, filho de imigrantes poloneses, filho de índios que se misturaram com imigrantes europeus? Eu não vejo nenhum sentido em ‘racializar’ um País que é uma grande mistura e tem nessa mistura sua força”, disse.

Emiliano José discordou. “O branco que é pobre não fica de fora porque a lei de cotas privilegia os egressos das Escolas públicas. O fato, no entanto, é que a maioria dos pobres é negra, e isso precisa ficar claro”, afirmou.

Fonte: Jornal da Câmara 24/08/2012