Santiago, 28 Ago 2012 (AFP) -Milhares de estudantes e professores iniciavam nesta terça-feira uma grande marcha pelo centro de Santiago, em uma nova manifestação convocada para exigir uma reforma no sistema educacional e que busca demonstrar a coesão dos movimentos sociais neste tema.
"Hoje vamos dar um forte sinal de unidade dos movimentos sociais para transformar a educação deste país", afirmou o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), Gabriel Boric, em uma coletiva de imprensa antes do início da manifestação.
Estudantes fizeram nesta terça-feira um novo protesto em Santiago para exigir reformas no sistema educacional chileno. O protesto ocorre após uma série de marchas não autorizadas registradas na última quinta-feira (23) e que terminaram em confrontos com a polícia, deixando mais de uma centena de detidos Eliseo Fernandez/Reuters
A marcha foi convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (CONFECH) e por associações de estudantes de ensino médio, e contou com a adesão do Colégio de Professores e da Central Única de Trabalhadores (CUT).
Os manifestantes se reuniram em frente à Universidade de Santiago, no oeste da cidade, e avançavam pacificamente pela central Avenida Alameda, constatou a AFP.
O protesto ocorre após uma série de marchas não autorizadas registradas na última quinta-feira em vários municípios de Santiago e que terminaram em confrontos com a polícia, deixando mais de uma centena de detidos.
Cerca de dez escolas públicas de Santiago permanecem ocupadas por seus estudantes, assim como a sede da Universidade do Chile, a principal do país.
Os estudantes exigem desde o ano passado uma profunda reforma no sistema educacional chileno, herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu para menos da metade as contribuições públicas à educação e incentivou a inclusão do ensino particular.
Como consequência dessas reformas, o Chile conta hoje com um dos sistemas educacionais mais desiguais e caros do planeta, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas 40% dos estudantes do ensino médio estudam em colégios públicos gratuitos e não existe a gratuidade nas universidades.
No ano passado, os estudantes organizaram mais de 40 passeatas por Santiago.
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