sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tercerização da educação dos filhos

Hoje em dia a educação dos filhos é um assunto que desperta muito interesse, o que é muito positivo. Os pais estão tentando melhorar suas relações com as crianças e estão seguindo mais as dicas de profissionais que estudam e lidam com o universo infantil. Ótimo! Devem continuar assim!

Mas por outro lado também, discute-se muito a tercerização da educação dos filhos. Mas o que é isso afinal? A tercerização da educação é quando os pais não assumem a responsabilidade de educar os seus filhos e delegam essa função, normalmente, para a escola ou para avós e babás.

É preciso ficar claro que pais que trabalham fora, mesmo com o pouco tempo que tem para ficar em casa e com as crianças, devem dar as orientações aos filhos e a quem os ajudar na criação dos mesmos. Cabe aos pais, que são os responsáveis, darem as diretrizes da educação que acreditam ser o melhor caminho para o desenvolvimento de seus filhos. Essa função não pode ser repassada porque, inclusive, traz prejuízos para o crescimento saudável da criança. Assim, os filhos crescem em um ambiente confuso, onde não sabem quem é que direciona e dá os limites adequados. Criança sem limites é criança que não sabe o que pode e o que não pode fazer, o que é certo e o que é errado.

Os pais são o principal modelo em que a criança se espelha, então, devem ser adequados e ensinar aos filhos os valores que acham mais corretos e que guiarão a conduta da família.

É claro que quem ajuda também influenciará na educação da criança, mas não cabe a ela ser a pessoa que dita as diretrizes a serem seguidas. Quem ajuda tem a função de colaborar e não de assumir o papel. Cada pai e mãe devem decidir juntos o que será melhor para seus filhos.

Dessa forma, é importante que os pais dialoguem entre si e estabeleçam acordos de conduta junto aos filhos, que escolham quais caminhos irão tomar. Em seguida, devem dizer de maneira clara para os filhos o que pode e o que não pode fazer, explicar as escolhas e quais serão as consequências, ensinando aos filhos que tudo que fazemos tem efeitos no meio em que vivemos. Os pais devem esclarecer aos filhos o que esperam deles e dar exemplos, para que as crianças entendam e consigam realizar o que é esperado.

Dedicar pouco tempo à educação dos filhos é melhor do que não destinar tempo nenhum. Mesmo que o trabalho demore um pouco mais de tempo para ser realizado, os pais terão certeza de será bem feito, pois terá sido feito por eles.

Educar crianças não é uma tarefa fácil, e precisa ser feita com paciência e amor. Isso leva tempo, eu sei. Mas começamos com dez minutinhos aqui, meia hora ali, um intensivão no final de semana e caminharemos para um futuro de crianças mais felizes e saudáveis.


Jéssica Fogaça
contato@estimuloconsultoria.com.br
Psicóloga Comportamental, Especializada em Clínica Analítico-Comportamental Infantil pelo Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento.

Aprenda as dez técnicas mais efetivas para cativar pessoas no trabalho e garantir o sucesso

Heloísa Noronha
Do UOL, em São Paulo


Mais do que ter um currículo extenso, saber cativar os colegas pode ser de grande ajuda dentro da empresa

Você trabalha com um psicopata? Reconheça os sinais e evite problemas Conheça dez atitudes que ajudam você a se desenvolver profissionalmente Chefe pela primeira vez: veja lições que você precisa aprender para ser um bom líder Não basta ter feito os melhores cursos, dominar os assuntos da área e esbanjar conhecimento e competência. Em um ambiente corporativo, os relacionamentos interpessoais são de suma importância para o sucesso de qualquer carreira. Cativar os colegas de trabalho ajuda não só a turbinar o networking, como facilita –e muito– a rotina em uma empresa. De quebra, contribui para sua ascensão profissional. Veja dez atitudes que sempre dão certo:

CircularPró-atividade
Todos são iguais
Ouça
Descubra os códigosRedes sociaisTrajes adequados
Dê espaçoTempoHá vida lá fora1.
Circular pelos departamentos

Para o especialista em desenvolvimento profissional, liderança e gestão de pessoas Renato Grinberg, o primeiro passo para cativar pessoas, seja qual for a circunstância, é se interessar por elas. Em uma empresa, isso é fundamental e, na prática, significa sair da zona de conforto de um grupo -ou panelinha- e travar conhecimento com colaboradores de outras equipes. “Esses relacionamentos podem ser bastante promissores e ajudam a entender os objetivos e o funcionamento de cada departamento, o que sempre é útil e proveitoso para a carreira”, afirma.

2. Ter pró-atividade no momento certo
Em muitos ambientes corporativos que ainda têm graus de conservadorismo, a chance de falar ou propor algo ainda é novidade. “As pessoas ainda não sabem direito como ser pró-ativas”, afirma Aline Souki, professora da Fundação Dom Cabral, centro de desenvolvimento de executivos, empresários e gestores. Ela avisa que, em primeiro lugar, é preciso saber para quem demonstrar a pró-atividade, para ter o cuidado de não atropelar hierarquias. Para Renato Grinberg, é essencial não apresentar ideias soltas, mas sim propostas que de fato agreguem valor e/ou ofereçam soluções à empresa. “Seus valores precisam ser congruentes com os valores da organização para gerar resultado, admiração e respeito”, completa Branca Barão, especialista em comportamento humano e programação neurolinguística (PNL).

3. Tratar todos de modo igual
Os especialistas são unânimes: não há nada mais cativante do que tratar as pessoas da mesma maneira educada e gentil. Não basta se derreter em sorrisos ao encontrar o presidente da companhia no elevador e fazer de conta que nem vê a moça que serve o café ou o porteiro. As regras clássicas de educação –dar “bom dia”, pedir “por favor” e dizer “com licença”– são sempre bem-vindas. E notadas pelos colegas e superiores.

4. Saber ouvir é fundamental
Evitar uma postura defensiva também soma pontos. Quem sabe ouvir uma crítica –atenção: isso não quer dizer aceitá-la se for injusta– demonstra maturidade, respeito e profissionalismo. “Muita gente se irrita com facilidade, não tem paciência para ouvir um feedback até o fim e já quer falar mais alto do que o interlocutor”, diz Renato Grinberg. Mesmo que não concorde com o conteúdo da conversa, ou pense em uma ideia melhor do que a outra pessoa, espere que ela termine para, só então, começar o seu discurso.

5. Decifrar os códigos da empresa
Uma multinacional japonesa tem uma rotina muito diferente de uma agência de publicidade. Enquanto na primeira os horários e o vestuário dos funcionários seguem padrões mais rígidos, na segunda, a informalidade é que dá o tom. Exemplos extremistas à parte, o fato é que é importante pesquisar a fundo sobre a empresa em que se pretende trabalhar para evitar micos e foras que podem prejudicar uma carreira promissora. “E, assim que conquistar o cargo, observe bem como agem os colaboradores mais antigos, já acostumados às políticas e à personalidade da empresa”, recomenda a psicóloga organizacional Izabel Failde.

6. Usar as redes sociais como marketing
Mesmo nas profissões mais liberais, do ponto de vista comportamental, o excesso de reclamações, desabafos ou posts muito pessoais pode comprometer o que as pessoas pensam de você. Talvez seu chefe não se incomode ou até ache graça de suas picuinhas amorosas virtuais, mas certamente alguém vai ter opinião bem negativa a seu respeito ao lê-las. “Um mínimo de privacidade é necessário”, diz Izabel Failde.

7. Vestir-se de modo adequado
O “adequado” em questão não significa o conceito ultrapassado de formalidade (a não ser que a empresa o exija), e sim de um modo que não destoe muito do estilo dos colegas e do ambiente da empresa, de modo geral. O excesso de sensualidade para mulheres e de despojamento para os homens não costuma pegar bem nem em cenários pouco convencionais. Por quê? A pessoa acaba se tornando mais conhecida pelas roupas que veste do que pelo desempenho profissional. A psicóloga Izabel Failde lembra que muitas empresas têm cancelado o “casual day”, que costuma acontecer às sextas, por conta de abusos. “Há quem vá trabalhar com o traje que pretende usar na balada logo mais à noite”, conta.

8. Não invadir o espaço alheio
Ser solícito é bem diferente de ser invasivo. Uma coisa é oferecer ajuda à colega que não chegou com uma cara muito boa no escritório; outra bem diferente é disparar mil perguntas para tentar saber o que houve. “As pessoas passam muito tempo no ambiente de trabalho e é mesmo muito difícil separar a parte profissional da pessoal. No entanto, o respeito ao ritmo alheio é um dos preceitos básicos de um bom convívio", explica o consultor Renato Grinberg. "Portanto, nada de se intrometer na irritação ou no silêncio alheios, a não ser, é claro, que isso prejudique o andamento das atividades”.

9. Otimizar o expediente
Já há algum tempo a atitude de permanecer no escritório após o horário de trabalho é tida como negativa, sinônimo de que a pessoa é desorganizada e pouco produtiva. Porém o expediente prolongado, em alguns casos, pode ser fruto de dedicação a um novo projeto ou de uma época de maior demanda de atividades. Se o cumprimento das tarefas não for possível durante o expediente, há duas alternativas: pedir ajuda, o que sempre é producente, ou avisar o gestor que precisará estender o horário. “Caso contrário, a pessoa fica mesmo mal vista pela equipe”, explica Izabel Failde.

10. Não falar só de trabalho
Ninguém gosta de conviver com uma pessoa que só sabe falar de trabalho. “É preciso ter vida, e uma vida produtiva, longe da empresa", afirma Aline Souki, da Fundação Dom Cabral. "Se interessar por literatura, cinema, teatro, artes plásticas e outros assuntos ajuda não só a recarregar as baterias para o dia a dia profissional, como oferece um repertório para as conversas e aguça a criatividade”.

Livro infantil usa bichos para falar de personagem misterioso

Celina Cardoso
Do UOL, em São Paulo


Existe uma pessoa que tem qualidades como pernas de guepardo para correr mais rápido que o vento, braços de polvo para carregar várias coisas ao mesmo tempo e não deixar cair nada, e ouvidos de elefante que ouvem chamados a quilômetros de distância. Já sabe quem é? A menina personagem do livro “Quem é ela?" também não.

Na obra, um garoto e uma garota olham pela janela enquanto alguém se aproxima. Então o menino começa a fazer perguntas, que mais parecem charadas, para saber se a menina é capaz de adivinhar quem está chegando.

O divertido texto usa características de bichos como a maritaca, a girafa, a tartaruga, o leão, o tamanduá, o urso e outros para falar da personagem misteriosa, mas muito importante na vida de todo mundo. Quem será que é ela? Uma dica: ela gosta muito de você e tem um dia especial para homenageá-la.

Ver em tamanho maiorImagens do livro "Quem é ela?"Foto 3 de 3 - O livro "Quem é ela?" usa animais para falar sobre uma personagem misteriosa Divulgação
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“QUEM É ELA?”
Idade: A partir de 2 anos
Editora: Brinque-Book
Autora: Eliane Pimenta
Ilustradora: Ionit Zilberman
Páginas: 20
Ano da edição: 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Presidente da CNM critica lei do piso nacional para professores

Glaucia Colognesi

Único palestrante de fora trazido pela AMM ao 29° Encontro dos Prefeitos, em Cuiabá, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkosk, afirmou que nenhum prefeito ou governador no país segue à risca o que prevê a lei do piso nacional para professores, fixado atualmente em R$ 1.451.

Ele relatou as principais dificuldades para essa execução e do impacto financeiro que a lei vai causar às prefeituras. Ressaltou não ser contra o pagamento de um salário digno aos profissionais da educação, mas afirmou que poucos conhecem a fundo o projeto e criticou alguns pontos previstos.

Conforme Ziulkosk, a lei determina que os professores têm direito a usar 30% de sua carga horária para elaborar aulas e provas. Para ele, esse item entra em choque com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que resguarda o direito aos alunos de ter o professor em sala de aula por 4h diárias. Dessa forma, para colocar a lei em prática seria necessária a contratacação de mais profissionais.

O presidente da CNM falou ainda da eterna peregrinação dos prefeitos à Brasília em busca de recursos e defendeu o fim das emendas parlamentares que, para ele, fomentam a prática do "pires na mão". Observou ainda que as emendas são usadas como moeda de troca por parte do Governo para conquistar apoio dos parlamentares na aprovação de projetos de seus interesses. "As emendas são uma excrescência. A média de liberação anual é só de 19% e, assim mesmo, só para quem é amigo do rei", criticou.

Ziulkosk discorreu também sobre a distribuição dos royalties do petróleo, da dívida previdenciária e divisão do bolo tributário.

Justiça condena União e governo de São Paulo por “vestibulinho” em escolas





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Educação - O POVO Online

Participação dos pais é fundamental para estímulo à leitura


 


Participação dos pais é fundamental para estímulo à leitura



Educação - O POVO Online

O novo formador

Pesquisa revela que professores são as figuras que mais influenciam a formação de leitores, mas os próprios docentes ainda estão no processo de aprender a gostar dos livros (Fonte: Revista Educação)

Em uma sala do 7º ano do ensino fundamental na década de 1990, a professora de português pediu que cada aluno escolhesse um livro de seu interesse para ler. Ao final do processo, propôs exercícios aplicáveis para qualquer obra que os alunos tivessem escolhido. Esse ritual, que se repetiu ao longo de todo o ano letivo, é uma memória que marcou Thaís Granato, hoje veterinária. "A liberdade foi o que me cativou. A descoberta de diversos temas que me interessavam, justamente no início da adolescência, incentivou o desenvolvimento da minha identidade", conta. "A possibilidade de escolher os temas que quisesse, sem pressão, permitiu que eu tivesse uma ótima ligação com a leitura", continua. Não por coincidência, a época foi a mesma em que ela leu, à parte das tarefas da escola, seu primeiro livro por iniciativa própria: História Sem Fim, de Michel Ende.

A história de Thaís dialoga com uma das conclusões da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", recém-divulgada pelo Instituto Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência. Uma das conclusões do estudo é que, pela primeira vez, a figura que mais influencia os leitores (considerados pessoas que leram ao menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa) são os professores, logo acima das mães, que sempre lideraram a função.

A investigação dos motivos pelos quais essa mudança aconteceu será tema de um próximo estudo do Instituto Pró-Livro, mas a gerente de projetos da instituição, Zoara Failla, já faz suposições. Para ela, uma das coordenadoras da pesquisa, o resultado se explica pelo investimento dos governos na melhoria das bibliotecas escolares e em formação de professores como mediadores de leitura. "Espero que estejamos conseguindo resultados nesse sentido", diz. Já Ezequiel Theodoro da Silva, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual da Campinhas (Unicamp), e autor do site Leituracritica.com.br, faz uma análise menos otimista. "Há um movimento de conscientização maior dentro da classe do magistério e uma sensibilidade melhor dos governos para a importância de ler, mas nada disso melhorou o desempenho em leitura até agora. Todas as pesquisas mostram que os avanços em leitura são diminutos", observa.

Para o pesquisador, se o suposto investimento fosse o motivo dessa mudança na função do professor como incentivador, o retrato da leitura no Brasil hoje seria completamente diferente. A própria pesquisa da Pró-livro mostra que os brasileiros leem cada vez menos - a amostra de leitores caiu de 55% em 2007 para 50% em 2011. O dado, somado aos resultados catastróficos do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) em relação à leitura, já revela um cenário negativo. Silva responsabiliza parte desse panorama justamente à má formação de professores. "Um fenômeno terrível no Brasil é o enfraquecimento da formação de professores em função da privatização das faculdades. Ainda mais na questão da leitura, que fica debilitada porque é tratada nessas escolas em termos de didática em geral", critica.

Transposição de responsabilidade
O real motivo para o professor ter assumido a função de fazer os jovens pegarem gosto por livros, ainda de acordo com o pesquisador, é decorrente de um fenômeno preocupante. Essa transferência de papéis viria junto com o movimento dos pais, especialmente das mães, de trabalhar fora de casa e não ter tempo de acompanhar os estudos e incentivar a leitura com os filhos. Com isso, a responsabilidade é repassada para a escola. "Muitas coisas que eu aprendi com os meus pais, como escovar os dentes e me alimentar corretamente são hoje esperadas da escola. A descoberta da pesquisa remete a esse enfraquecimento de responsabilidades familiares e o fortalecimento das responsabilidades da escola", afirma Silva. Ele enxerga os professores como "super-homens" e "mulheres-maravilha", no sentido que é esperado que eles assumam a responsabilidade da família ao mesmo tempo que não são dadas as condições ideais de trabalho para que eles façam isso - logo, a expectativa é sobre-humana.

Além da questão do trabalho e da falta de tempo dos pais, Zoara, do Pró-Livro, explica que a melhora da condição econômica média do brasileiro só se refletiu na questão de bens materiais, e não culturais. Isso quer dizer que mesmo quem hoje faz parte da classe média não se identifica com a leitura. "Só ganharam poder aquisitivo, mas não podemos dizer que deram um salto na questão da leitura. E se esse é o perfil da mãe, a escola precisa suprir essa lacuna", explica. Segundo ela, a maior parte das famílias não tem livros em casa e um percentual grande de chefes de família só possui o ensino fundamental e/ou são analfabetos, o que se reflete em como a criança cria seu conceito sobre o livro. "É mais fácil a família criar esse gosto pela leitura a partir do exemplo, lendo em casa ou presenteando com livros."

A afirmação de Zoara se baseia na conclusão da pesquisa de que 49% dos leitores veem ou viam suas mães lendo sempre ou de vez em quando, enquanto 63% de quem não lê relatou que nunca viram a mãe ler. Quando a mesma pergunta é feita em relação ao pai, então, os resultados são bem piores: apenas 32% viram seus pais lendo sempre ou eventualmente, enquanto 68% dos não leitores nunca tiveram essa experiência. Além disso, o estudo mostra que quem ganhou livros ao longo da vida com mais frequência tende a ser leitor. Entre os que não leem, 87% nunca foram presenteados com um livro.

Exemplos reais
Ana Graziela Cabral, atualmente professora particular de língua portuguesa e literatura, enxerga seu perfil retratado pela pesquisa, bem como o dos pais e alunos com quem tem contato. "Dentre os fatores que levam ao decréscimo do interesse dos jovens pelos livros, pode-se destacar a falta de valorização da leitura em casa, de forma que os filhos não encontram nos pais um espelho, transferindo para o professor a imagem de leitor modelo", afirma. "Esses e muitos outros fatores sociais e culturais tornam o docente o maior responsável por imprimir nos alunos um genuíno interesse pelos livros."

Patrícia Oliveira, professora do 2º ano do ensino fundamental da E.E. Professor Astor Vasques Lopes, de Itapetininga (SP), concorda com Ana Graziela. Nos projetos de incentivo à leitura feitos pela escola - descritos na página 40 - ela participa da contação de histórias para os alunos, e observa como os pais convidados para a atividade ficam, assim como os filhos, admirados com a forma como eles trabalham os livros. "Nosso papel na sala de aula é servir de exemplo para o aluno, porque se não demonstrarmos interesse ele também não vai querer ler. Mas o pai também nos vê como exemplo porque se espelha em como o professor lê", diz.

Apoio ao professor leitor
Apesar de a família não cumprir seu papel na maioria das vezes, a responsabilidade pelo crescimento do papel do professor como influenciador não pode ser totalmente desvinculada da figura docente. Aos poucos, o professor tem assumido a função de estimular a leitura conforme ele próprio toma gosto pelos livros. "Ele não mudou seu papel, só está assumindo mais plenamente e eficientemente sua função de mediação de leitura", aponta Zoara. Arlete Ansbach, diretora da mesma E.E. Professor Astor Vasques Lopes, observa essa ampliação do envolvimento docente com a leitura em sua equipe e avalia que somente agora muitos educadores estão se tornando leitores competentes. "A própria formação continuada hoje já exige essa competência. As HTPCs trazem textos, indicações de livros, o que faz com que o professor seja um leitor. Ele gostando de ler, o aluno pega gosto também", defende.
E que tipo de apoio os professores precisam na hora de assumir a responsabilidade de incentivadores da leitura? O primeiro suporte, defende Zoara, do Pró-Livro, é a formação inicial e continuada. Segundo ela, não só os professores de português, mas de todas as disciplinas, precisam envolver os livros em suas aulas, pois a leitura é fundamental na absorção do conhecimento e hoje está desvalorizada na universidade. "É fundamental que se perceba a leitura como uma das principais ferramentas para a aprendizagem, o que não acontece nos cursos de formação", alerta.

Um segundo aspecto de apoio ao educador seria, dentro das escolas, melhorar o atendimento e infraestrutura das bibliotecas. A pesquisa do Pró-Livro revela que esse espaço só é utilizado pelos estudantes, e isso não apenas nas escolas, mas também nas bibliotecas públicas. "A população em geral diz que esse é um lugar para desenvolver tarefas escolares, que não é visto como instrumento de cultura", afirma Zoara. Ela comenta que o modelo de biblioteca pública brasileiro contribui para essa visão, porque os horários não são propícios para quem trabalha longas horas - como muitos pais e a maioria dos professores - e que não há bibliotecários que cativem ou que sejam mediadores de leitura, ou seja, não interagem com quem vai ao espaço nem tentam estimular o interesse pela leitura. No caso das bibliotecas escolares, o cenário é pior, de acordo com Ezequiel Teodoro da Silva, da Unicamp. "São raras as que têm um bibliotecário. Mesmo assim, há uma série de outras carências como o espaço da biblioteca e o abastecimento pobre de livros", diz. Com esses problemas, é difícil para o professor encontrar o suporte de que precisa para o seu trabalho.

Soluções para aproximar o jovem do livro
Mesmo com as falhas na sua formação e a deficiência das bibliotecas, a responsabilidade pela leitura passou às mãos do educador. É possível encontrar soluções criativas para aproximar os jovens do mundo dos livros, de forma a fazer com que eles se identifiquem e estabeleçam um paralelo entre sua realidade e o conteúdo lido. Isso ainda não ocorre com frequência, segundo Zoara, da Pró-Livro. "O professor ainda não é um mediador de leitura. Ela continua sendo desenvolvida como uma tarefa, uma obrigação", observa. A pesquisa mostra que a maior parte dos leitores brasileiros é formada por estudantes. Ou seja: uma vez que concluem seus estudos e, por isso, não têm leituras obrigatórias, param de ler. Segundo Zoara, repetir por todo o país a mesma lista de "clássicos da literatura" é um "massacre, não um despertar". "O professor, além de não ter essa competência como mediador, também não é um leitor. Como ele não tem esse hábito, é difícil ter um grande repertório e conhecer o que está na prateleira para poder indicar um livro adequado à realidade dos alunos."

Para se aproximar de seus estudantes, uma dica da professora Ana Graziela é seguir o ditado "se não pode vencê-la, junte-se a ela" em relação à tecnologia. Isso porque o ritmo acelerado de vida em que as crianças estão inseridas está mais em sintonia com tecnologias como o celular e a internet do que com a tranquilidade do ritmo da leitura de um livro. "Encontro crianças e famílias que consideram uma tortura a necessidade de encarar um livro. O maior desafio é criar estratégias para alcançar esse público, sem que o aluno se torne menos crítico e argumentativo. Sugiro que a literatura seja associada a outras mídias, fazendo com que elas sejam apenas o gatilho para disparar o interesse", explica.

Para ela, isso não significa deixar de indicar um livro, e sim trabalhá-lo em paralelo a outras mídias. Ela sugere a criação de blogs literários, a premiação dos maiores leitores da turma e a criação de projetos de experimentação literária, por exemplo, aliados a mídias digitais. Mesmo que o professor não seja afeito à tecnologia, diz Zoara, sempre é possível escolher uma leitura adequada para a faixa etária, falando sobre aquela leitura e depois desenvolvendo trabalhos lúdicos e criativos, como dramatizações, resenhas e games.

Uma alternativa para os docentes que buscam incentivar o gosto pelos livros, mas não contam com o apoio da escola e têm pouco repertório e condições para desenvolver um trabalho complexo, é se inscrever em um projeto de leitura. Existem muitos oferecidos por ONGs, empresas e governos em todo o país. Um deles é o grupo "Projetos de Leitura", liderado pelo escritor Laé de Souza que gratuitamente, mediante inscrição, envia a escolas do Brasil inteiro um kit com livros e um projeto a ser desenvolvido a partir deles, com manual do professor, exercícios e folhas de avaliação. Hoje o movimento tem oito projetos (três deles para escolas) e atende a 300 escolas de ensino fundamental e médio. "No final da leitura, fazem a discussão do texto e atividades sugeridas, como adaptação para o teatro. Cada aluno escreve um texto se baseando nas histórias e as melhores crônicas vão para um livro que editamos todo ano", descreve Souza.

Investir na família
O projeto de uma professora mineira envolve os pais nas atividades leitoras

Preocupada com a falta de interesse e envolvimento de seus alunos em todas as atividades que exigiam a capacidade leitora, a professora de língua portuguesa e literatura Ana Graziela Cabral, que lecionava o 5º ano do ensino fundamental no Centro Pedagógico de Educação Básica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tomou a iniciativa de aproximar os livros de seus estudantes sem fazer disso algo obrigatório. "Deparava-me com crianças a cada dia menos críticas, com uma menor capacidade interpretativa e argumentativa. Optei por envolver a família no problema, para que, longe dos muros da escola, o aluno pudesse encontrar um referencial de um bom leitor", conta. Ela criou o projeto "Incentivo à leitura: o livro que marcou minha vida", no qual os alunos deveriam pedir a um familiar a indicação de uma obra que tivesse marcado a sua vida. Em sala de aula, os jovens elaboravam entrevistas sobre aquele livro ao seu parente. O familiar deveria então, junto ao aluno, buscar o livro em uma biblioteca ou comprá-lo, e o jovem tinha de ler a obra. Depois disso, os estudantes faziam uma série de atividades em sala de aula, apresentavam o livro à turma e depois no pátio − junto ao parente − e produziam uma carta de recomendação da obra para outras turmas. "Os resultados foram surpreendentes. Tive retorno de pais que relataram que, após a indicação do primeiro livro, os filhos passaram a ler novas indicações de familiares de uma forma espontânea. Há também alunos que relataram que os pais passaram a dedicar tempo a momentos de leitura com o filho", comemora.

Fonte: Revista Educação

Projeto leva cinema para alunos e professores

Empreitada de cineastas quer aproximar o mundo escolar das obras cinematográficas

Em mais de dez anos, o casal de cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi já levou o cinema para mais de 300 cidades - algumas em lugares isolados, muitas sem nenhuma sala de projeção. O projeto, batizado em 2004 de Cine Tela Brasil, cresceu e, há um ano, a faceta educativa virou uma marca.

A primeira ação de 2012, que une sessões de filmes brasileiros, oficinas, bate-papos e workshops para alunos e professores, começou no sábado na cidade paulista de São Roque. Vai até o dia 24.

O formato é inspirador e já está consagrado. Tudo chega em uma carreta. Desse caminhão sai a sala de cinema, para 225 pessoas. As placas luminosas apresentam a programação. Depois as luzes se apagam na sala e os filmes começam. Com o Tela Brasil Educativo, além das três sessões diárias e gratuitas, o local ganha a dimensão de centro cultural.

A missão não é das mais fáceis: aproximar o cinema dos professores e estudantes na era do mundo digital, dos vídeos, da internet e da interdisciplinaridade. Para os organizadores, o cinema - como arte, linguagem e objeto de debate - nunca conseguiu entrar, de fato, nas escolas.

Eles apostam no potencial motivacional do audiovisual, que faz todo sentido quando se procura uma nova forma para deixar a escola mais atraente.

"O mais comum é usar filme nas aulas vagas e isso é péssimo", diz a professora da USP Claudia Mogadouro, coordenadora educativa. "Cinema é arte, é absolutamente transformador. É absurdo que nem esteja nos currículos de artes da educação básica".

Um dos temas dos workshops apresentados ao longo das três semanas que o Tela Brasil Educativo fica em cada cidade é "o uso do cinema na escola". Exatamente para que, dentro da salas de aulas, professores e alunos tenham capacidade de ultrapassar o uso instrumental - e limitador - dos filmes exibidos.

"Posso até aprender geografia ou história com filmes, mas isso vem em decorrência. Não pode só ser ilustração. A ideia do cinema como alteridade é muito boa, como uma forma de se colocar no lugar do outro."

Sua tese de doutorado na USP, finalizada em 2011, tratou da utilização do cinema na educação e de experiências em escolas do interior do Estado. Em um debate, Claudia e Laís Bodanzky se conheceram. E desse contato surgiu o convite.

Ensinar quem ensina. A série de workshops ainda ensina como montar oficinas de cinema e de vídeo na escola. O foco aqui são os professores.

A produção do Tela Brasil chega na cidade em que haverá o evento um mês antes para iniciar o contato nas escolas, convidar professores e divulgar para os alunos - que podem assistir aos filmes e participar das oficinas de cinema (mais informações nesta página).

"Os certificados de participação saem com as assinaturas das secretarias de educação dos municípios, de acordo com a carga horária de participação de cada um", explica Lia Garcia, uma das coordenadoras da produtora Buriti, que está por trás do Cine Tela Brasil.

No sábado, em São Roque, a parte da manhã foi dedicada a um dos workshops e, à tarde, ocorreu o Cine-papo. professores assistiram ao Os Incompreendidos, de François Truffaut, e depois participaram de um debate.

Uma das mais participativas no bate-papo, a professora de artes Amanda Sobral, de 25 anos, gostou da escolha do filme, que ela ainda não tinha visto. "Achei maravilhoso, com aquele final que te deixa em suspensão."

professora em duas escolas de São Roque, uma municipal e outra particular, ela contou que já se arriscou a exibir um filme para seus alunos. "Levei para uma sala de 7.ª série O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (filme de Jean-Pierre Jeunet, lançado em 2002). Tentei falar muito da câmera, das cores, da música. Eles estranharam a linguagem, mas acho que gostaram. A dificuldade foi aproximar o filme dos alunos", diz.

O professor tem o papel mais importante nesse desafio de aproximação, explica Claudia Mogadouro. "Os professores estão muito presos no cotidiano, na grade curricular. Está faltando eles discutirem mais filmes entre eles."

Rodar. Ainda neste ano, o projeto educativo dos cineastas vai ter parada em mais duas cidades do País: Rio de Janeiro e na capital paulista, na região de Campo Limpo (zona sul). As datas ainda não estão definidas.

É possível saber mais detalhes no site www.telabr.com.br, onde também estão disponíveis para download materiais de apoio para trabalhar com filmes nas escolas.

No dia 18 de maio, a tenda do Cine Tela Brasil em São Roque vai exibir três curta-metragens inéditos. Todos estão em fase de produção, realizados por grupos em sua primeira experiência com cinema.

A produção faz parte das oficinas itinerantes, que integram o Cine Tela Brasil, em paralelo com o projeto educativo. A partir de uma seleção que envolve escolas da cidade visitada, 25 são escolhidos.

"O resultado nem chega a ser o mais importante, todo o processo é o que vale mais", explica o cineasta e educador Edu Abad, de 42 anos, um dos coordenadores das oficinas.

As idades dos participantes variam: entre 14 e 30 anos - os mais velhos são chamados como ouvintes. "A missão do projeto é fazer eles entenderem a lógica da narrativa audiovisual para contar uma história."

Com a exibição, a oficina dura 12 dias. No sábado, quando a oficina começou em São Roque, o grupo já colocou a mão na massa. Com câmeras e microfones, produziu um pequeno filme.

O trabalho tem várias etapas, que culminam na escolha de três roteiros que serão desenvolvidos pelo grupo. Tudo é coletivo, desde a definição do texto às funções na execução.

"Hoje o tema do nosso vídeo era a cor azul. Duas meninas estavam com a sapatilha azul, então inventamos uma história em que as sapatilhas tinham poderes", conta a estudante Mariana Cajado, de 16 anos, uma das participantes. "Sempre quis aprender como é fazer essas coisas. Quero trabalhar depois com cinema ou jornalismo."

Fonte: O Estado de S. Paulo 07/05/2012

Escolas brasileiras aplicam ENEM americano

Dezesseis instituições, em Brasília, Rio e mais cinco estados, estão aptas a realizar o SAT, que serve de vestibular nos EUA

Fonte de inspiração para o Exame Nacional do ensino médio (Enem), o SAT Reasoning Test (teste de raciocínio), ou simplesmente SAT, é uma prova aplicada em mais de 170 países e territórios, entre eles, o Brasil. O exame serve de vestibular nos Estados Unidos e é realizado na mesma data no mundo inteiro. Diferentemente do Enem, que só é feito uma vez por ano, o SAT tem sete edições nos EUA e seis no resto do planeta, anualmente. O último sábado foi dia de prova em cerca de sete mil endereços, sendo 16 deles em Brasília, Rio e outros cinco estados brasileiros.

O Enem americano é apenas um dos critérios de seleção de universitários nos EUA. É que as instituições daquele país levam em conta o histórico escolar e cartas de recomendação dos professores de ensino médio das escolas por onde os alunos passaram. O teste consiste numa redação e em questões objetivas de inglês e matemática. Aplicado num único dia, dura cerca de cinco horas e meia, com direito a dois intervalos de cinco minutos.

Provas são montadas nos EUA e enviadas impressas
Os estudantes não só podem fazer a prova mais de uma vez, como têm a opção de utilizar as melhores notas de cada parte do teste para submeter às universidades. Assim, quem obteve melhor resultado em matemática, em um mês, e em inglês, em outro, pode selecionar as pontuações mais elevadas para encaminhar às instituições de ensino.

A escola Americana de Brasília é um dos centros credenciados para aplicar o exame no Brasil. As provas são montadas nos Estados Unidos e enviadas, em papel, por uma empresa privada de correio. A aplicação, porém, é feita por escolas credenciadas pelo College Board, instituto sem fins lucrativos criado em 1900, com sede em Nova York, e que responde pelo SAT. O exame propriamente dito surgiu em 1926.

O credenciamento prevê medidas de segurança e controle para evitar fraudes. Mas o SAT é feito anualmente sem a necessidade de operações de guerra como as que têm caracterizado o Enem brasileiro, até com uso das Forças Armadas. Sem falar que as três últimas edições do Enem - desde que o exame foi reformulado para substituir vestibulares em universidades federais - foram marcadas por vazamentos, erros de impressão e confusões que levaram a Justiça a suspender temporariamente ou mesmo a cancelar as provas para uma parcela dos participantes.

No Rio, há dois colégios credenciados
A parte logística do SAT fica sob responsabilidade da ETS, uma empresa privada localizada nos EUA. Indagada sobre como pode garantir a inviolabilidade de provas enviadas para mais de 170 países e territórios, a ETS respondeu: "É uma questão de confiança." A partir do próximo ano letivo nos EUA, que começa no segundo semestre, o SAT adotará critérios mais rígidos, como exigir que os estudantes enviem foto já no ato da inscrição, que é feita pela internet. Um dos desafios é impedir que uma pessoa faça a prova no lugar de outra.

A orientadora acadêmica da escola Americana de Brasília, Emily Dobson, diz que o credenciamento pode ser cassado, caso sejam detectadas irregularidades. Ela lembra que, diferentemente do Enem, o SAT não tem o condão de assegurar uma vaga na universidade, já que as instituições levam em conta também o histórico escolar e outros itens:

- Não temos essa pressão.

Emily esclarece ainda que o parecer de um orientador acadêmico - profissional que auxilia os estudantes em sua opção e acesso ao ensino superior - pode até mesmo valer mais do que a nota do aluno no SAT.

No Rio, a escola Americana do Rio de Janeiro e a escola Nossa Senhora da Misericórdia (Our Lady of Mercy School) estão credenciadas para aplicar o SAT. Em São Paulo, o Colégio Bandeirantes é outro apto a realizar a prova. O coordenador de assuntos internacionais da escola, José Olavo de Amorim, diz que 77 estudantes se inscreveram para a prova do último sábado. O lugar onde cada candidato vai se sentar para fazer o teste é previamente marcado. Quem tem mais de 21 anos fica nas fileiras da frente. A definição dos locais ocupados por cada estudante permite cruzar resultados e levantar indícios sobre eventuais casos de cola.

Amorim conta que o Bandeirantes ficou apto a realizar o SAT em 2010:

- Houve um crescimento do interesse das pessoas em fazer as provas - diz o coordenador.

Na escola Americana de Brasília, é oferecido um curso preparatório para o exame. É uma espécie de pré-vestibular para o SAT, com cinco aulas por videoconferência com um professor que está em Nova York. Os estudantes do 2 ano do ensino médio Luna Barroso, Julia Fonteles e Issa Nasr, de 16 anos, fizeram o curso preparatório.

- Não é aula de conteúdo. São dicas para eliminar as respostas erradas - comentou Luna, há duas semanas.

Um exame sólido e sem surpresas

O especialista em avaliação educacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Francisco Soares diz que o Enem tem muito a aprender com o SAT. Ele destaca o fato de que o exame americano define claramente os conteúdos e não é o único critério para ingresso no ensino superior.

O GLOBO: Quais as principais diferenças entre o SAT e o Enem?

FRANCISCO SOARES: A primeira diferença é que, no SAT, o aluno sabe claramente o que vai ser convidado a responder. É um exame sem surpresa. O Enem é genérico e com surpresa. Só se sabe (os assuntos que vão cair na prova) depois que o teste ocorre. E isso é ruim. Precisamos caminhar para ter especificações sólidas e claras. A segunda diferença é que o SAT não é um vestibular, mas um dos elementos levados em conta pelas universidades.

Nos EUA, são considerados o histórico escolar e as cartas de recomendação. É o melhor caminho?

SOARES: É muito bom que o SAT não seja o único critério. No Brasil, estamos na contramão, dizendo que o bom é usar só o Enem.

O senhor acha possível levar em conta o histórico escolar no Brasil?

SOARES: Não, por causa da nossa tradição clientelista. O Brasil é um país de desigualdade muito grande. Fica complicado aceitar notas de diferentes escolas, pois não há nada em comum entre elas. Criaria um sistema de muita iniquidade.

O senhor está dizendo que uma nota 5, numa escola de alto nível, pode representar um conhecimento maior do que uma nota 10, numa escola menos exigente?

SOARES: Sim. Como não temos condições de utilizar esse tipo de critério, nosso Enem deveria ser um exame para uma primeira etapa de seleção. E, na segunda, as diferentes carreiras colocariam diferentes necessidades. Se você quer ser jornalista e seu colega, engenheiro, não é adequado exigir o mesmo dos dois. Poderíamos sinalizar que a prova de português vai ter peso dois e a de física, um.

Como as redações são corrigidas no SAT?

SOARES: O SAT usa um método holístico. Qual a diferença? Lá, eles leem a redação completa e atribuem uma nota única, de 1 a 6. É muito mais fácil você olhar o conjunto da redação do que dar uma nota pelo critério 1, outra pelo critério 2, outra pelo 3 e assim por diante, como se faz aqui. A nossa grande fragilidade no Enem é a nota de redação, em que há uma flutuação muito grande.

Colégio gaúcho já está na sétima edição
Quem quer ingressar numa universidade dos Estados Unidos pode fazer as provas do SAT em Erechim, cidade de 96 mil habitantes localizada no norte do Rio Grande do Sul, quase na divisa com Santa Catarina, a 370 quilômetros de Porto Alegre. Desde o ano passado, a escola Particular já aplicou sete vezes o mais tradicional teste americano de seleção de calouros.

A irmã Cassilda Prigol, diretora-geral do católico Colégio São José, diz que atendeu ao pedido do pai de duas ex-alunas que costumavam ir a Porto Alegre fazer as provas. Para realizar o SAT em Erechim, a escola passou por um processo de credenciamento junto ao College Board, instituição sem fins lucrativos que administra o exame, com sede em Nova York.

- Precisamos de uma declaração do Conselho Estadual de educação de que somos sérios. E enviamos fotografias para mostrar que guardamos as provas em cofre quando elas chegam - conta.

Seis estudantes estavam inscritos em Erechim para a prova do último sábado. A diretora diz que a escola já recebeu não só estudantes de outros estados, como Rio de Janeiro e Santa Catarina, mas até um aluno dos Estados Unidos para fazer o SAT.

- Em outubro, um menino americano, da Flórida, estava de férias em Curitiba e veio para cá. Disse que era o lugar mais perto para ele.

O Colégio São José tem três profissionais aptos a trabalharem no dia da aplicação do exame. Segundo Cassilda, eles são pagos pelo College Board e recebem um cheque de 150 dólares. A escola providencia que o dinheiro seja trocado por reais em Porto Alegre.

- É tudo muito organizado. Às 13h30m, quando termina o exame, o correio está aqui para pegar as provas e levar para os Estados Unidos. Oito dias depois, os professores recebem o pagamento. O treinamento para aplicar o teste é feito on-line, em inglês. Eles pedem sigilo. Quando as provas chegam, temos que comunicar que chegaram e onde foram guardadas. Regularmente, eles nos solicitam fotos de onde elas se encontram.

Irmã Cassilda diz que moradores de Erechim têm feito o SAT, mas nenhum foi estudar nos EUA ainda:

- Seis alunos nossos fizeram. Estavam no 1 ano do ensino médio e, mesmo assim, se saíram bem. Um deles tem a intenção de ir para os Estados Unidos, mas a mãe quer que ele termine o ensino médio primeiro.

Fonte: O Globo/RJ 07/05/2012

Educação, só na fachada

Maranhão tem 161 escolas com nome dos Sarney, mas 61% dos moradores não têm Ensino Básico

No ano em que foi declarado patrono da educação brasileira, Paulo Freire (1921-1997) ficou menor no Maranhão. Por decisão da Secretaria estadual de educação, o nome do educador será apagado da fachada do prédio anexo de uma escola Pública de Turu, bairro de São Luís. Em seu lugar, será pintado o novo nome da escola: Centro de Ensino Roseana Sarney Murad. Os uniformes dos alunos já foram mudados.

No Maranhão, o sobrenome Sarney já está em 161 escolas, mas a mudança em Turu não deve ser interpretada apenas como mais um sinal do culto à família de Roseana. Para a direção da escola, o importante é ter a certeza de que o nome da governadora pintado na fachada atrairá mais recursos e outros paparicos da administração central de um estado onde 61% das pessoas, com 10 anos de idade ou mais, não chegaram a completar a educação básica (de acordo com dados do Censo 2010). Isso é sarneísmo, movimento político liderado pelo senador José Sarney (PMDB), que comanda o Maranhão há quase cinco décadas.

- Sarney nem mora aqui. Seu controle só é ativado em momentos muito específicos - disse o professor Wagner Cabral, do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Sarneísmo, uma história de 47 anos
Reportagem publicada ontem no GLOBO revelou a existência de uma rede de falsas agências de turismo que fornece mão de obra barata, arregimentada no interior do Maranhão, para a lavoura de cana-de-açúcar e para a construção civil do Sudeste e do Centro-Oeste. Para os especialistas ouvidos pelo jornal, o fenômeno é resultado de uma perversa combinação de fatores, da má distribuição da terra à tragédia educacional no estado, todos fortemente associados ao sarneísmo.

Desde 1965, quando José Sarney (PMDB) assumiu o governo maranhense, o grupo do atual presidente do Senado venceu dez eleições para governador, chefiou o Executivo local por 41 anos e só perdeu o controle político do estado em duas ocasiões: quando o aliado e então governador José Reinaldo Tavares rompeu com o sarneísmo, em 2004, e dois anos depois, quando Jackson Lago (PDT) derrotou sua filha e herdeira política, Roseana, que concorria ao terceiro mandato de governadora. Mesmo assim, por pouco tempo: em 2009, Lago teve o mandato cassado por compra de votos.

O sarneísmo é um movimento diferente de outras correntes políticas, como o getulismo ou o brizolismo. Não se sustenta na adoração da figura do líder e nem tem uma base popular. Em lugares como Codó, Timbiras e Coroatá, cidades a 300 quilômetros de São Luís, que formam uma espécie de enclave do trabalhador barato no interior do estado, só se vê o nome Sarney em prédios públicos. Todavia, a cada abertura das urnas eleitorais, a família reafirma um poder que nem a estagnação econômica foi capaz de ameaçar.

- De um lado, Sarney é homem de ligação com o governo federal. Tem poder em Brasília por ser uma peça fundamental no jogo da governabilidade. De outro, mantém as prefeituras de pires na mão - sustenta Wagner Cabral.

- Ele fala por uma questão ideológica e política. Sarney proporcionou um salto de progresso no estado. Os fatos históricos são diferentes - rebate o jornalista Fernando César Mesquita, porta-voz de Sarney.

No Maranhão, a força do sarneísmo está na pequena política. Quando descobriu que a escola Paulo Freire, onde trabalha, seria rebatizada com o nome da governadora, a professora Marivânia Melo Moura começou a passar um abaixo-assinado para resistir à mudança. A retaliação não demorou:

- A direção ameaçou transferir-me - disse a professora, que mora no mesmo bairro da escola e vai de bicicleta ao trabalho.

A Secretaria de estado da educação alega que o anexo da escola Paulo Freire mudou de nome porque foi incorporado à estrutura, já existente, do Centro de Ensino Roseana Sarney Murad, "devido à necessidade de uma estrutura organizacional, com regimento, gestão e caixa escolar próprios, no referido anexo".

O Maranhão, onde quase 40% da população é rural, é uma espécie de campeão das estatísticas negativas. Enquanto o Brasil tem 28% de trabalhadores sem carteira assinada, o percentual no estado supera os 50%. Na relação dos 15 municípios brasileiros com as menores rendas, listados pelo IBGE, nada menos do que dez cidades são maranhenses. O chefe do escritório regional do Instituto, Marcelo Melo, acrescenta ainda que apenas 6% dos maranhenses estudam em cursos de graduação, mestrado e doutorado. Separados, os números já assustam. Se combinados, o efeito é devastador.

- O resultado desses índices de qualificação é uma mão de obra de baixa qualidade.

O professor Marcelo Sampaio Carneiro, do Centro de Ciências Sociais da UFMA, explicou que a estrutura do mercado de trabalho no Maranhão possui duas características principais. A primeira é a elevada participação do trabalho agrícola no conjunto das ocupações, com destaque para os postos de trabalho gerados pela agricultura familiar. Por conta de diversos fatores, ele disse que tem havido uma forte destruição de postos de trabalho nesse setor. De acordo com o Censo Agropecuário, em 1996 existiam 1.331.864 pessoas ocupadas no campo maranhense; em 2006 esse número baixou para 994.144 pessoas. Isso explica, por exemplo, o arco de palafitas miseráveis que cerca o centro histórico de São Luís.

A segunda é a inexistência de ramos industriais dinâmicos que consigam absorver essa oferta de mão de obra, já que a principal atividade industrial no Maranhão é o beneficiamento primário de produtos minerais, como a fabricação de alumínio e alumina pela Alumar e a produção de ferro-gusa por pequenas unidades fabris instaladas ao longo da Estrada de Ferro Carajás. Por esse motivo, o estado, que nos anos 50, 60 e 70 do século passado recebia migrantes, passou, a partir dos anos 1980, a exportar mão de obra. E nem mesmo a sistemática transferência de recursos, via programas sociais, foi suficiente para deter esse esvaziamento:

- A transferência de renda pode até livrar as famílias da fome, mas não é capaz de dinamizar a economia da região - disse Carneiro.

Fonte: o Globo/RJ 07/05/2012

Publicada lei que declara Paulo Freire patrono da educação brasileira

O Diário Oficial da União publicou dia 16/04/2012 a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.

O Diário Oficial da União publica hoje (16/04/2012) a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.

Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi preso em 1964, exilou-se depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando seu modelo de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a publicação da Lei da Anistia.
Fonte: UOL Educação

Unicamp sedia VI Seminário O Professor e a Leitura de Jornal dias 12 e 13 de julho

Associação de Leitura do Brasil - ALB, Unicamp, Grupo RAC e Programa Jornal e Educação/ANJ promovem nos dias 12 e 13 de julho o 6º seminário O Professor e a Leitura do Jornal, na Unicamp, em Campinas/SP. As inscrições para apresentação de trabalho já encontram-se abertas!


Associação de Leitura do Brasil - ALB, Unicamp, Grupo RAC e Programa Jornal e Educação/ANJ promovem nos dias 12 e 13 de julho o 6º seminário O Professor e a Leitura do Jornal, na Unicamp, em Campinas/SP. As inscrições para apresentação de trabalho já encontram-se abertas!

Neste ano de 2012 o tema é ‘Redes Sociais e Interatividade‘ em uma programação que coloca maior atenção nas distintas interferências e possibilidades educativas – em espaços e tempos escolares e não escolares - que se abrem e são condicionadas com o papel das redes sociais na contemporaneidade. Além disso, o 6º. Seminário será um lugar para mapear, discutir e problematizar as diferentes formas de interatividade que têm sido convocadas neste novo cenário.



Objetivos:
1 – promover o diálogo do jornal impresso com outras mídias no horizonte dos processos pedagógicos e culturais na sociedade contemporânea;
2 – incentivar o debate sobre a compreensão dos conteúdos e dos modos de produção, veiculação e recepção da mídia, que interagem com os diferentes espaços educativos;
3 – estimular a produção e o intercâmbio de resultados de pesquisas e experiências que tenham como foco aspectos relacionados com o tema do evento;
4 – organizar e programar oficinas que facilitem a utilização da mídia na educação levando a uma maior compreensão dos diferentes discursos e recursos utilizados por ela.

PROGRAMAÇÃO

Dia 12/07
8h – Recepção e entrega do material


8h30 – Abertura oficial


9h – Conferência de Abertura – “Privacidade e Segurança na Era Digital”
Patrícia Peck Pinheiro – PPP Advogados Associados.
Moderadora: Cecília Pavani – Departamento de Educação do Grupo RAC.
Local: Centro de Convenções da Unicamp.


10h – Mesa-redonda – “Cyberbullying, Inclusão e Direito Digital”
Participantes: Alexandre Zavaglia Coelho (Escola Direito do Brasil)
Suely Gally (Veris Faculdades)
Ezequiel Theorodo da Silva (Unicamp)
Moderador: Fabiano Ormaneze – Departamento de Educação do Grupo RAC-PUC-Campinas
Local: Centro de Convenções da Unicamp.


11h30 – Roda de autógrafos – Autores da conferência e mesa-redonda da manhã
Local: Centro de Convenções da Unicamp.


12h – Almoço


14h – Sessões de Comunicação e Oficinas
Local: Faculdade de Educação da Unicamp


Oficinas
14h às 16h - Cinema e Educação – Fabiana Miranda (Instituto de Artes/Unicamp)


14h às 16h - Twitter e Facebook na Educação – Alexandre Le Voici Sayad (Colégio Bandeirantes/SP e Rede CEP)
16h às 18h - Juventude: A estética do instantâneo – Rogério Adolfo Moura (Faculdade de Educação/Unicamp)

16h às 18h - Narrativas Midiáticas e Criações de Professores – Maria da Conceição Soares (Faculdade de Educação/UERJ)

As oficinas serão oferecidas nos dois dias, com o mesmo conteúdo, de modo que cada participante poderá participar de todas elas.

Dia 13/07
8h às 12h – Sessões de Comunicação e Oficinas -
Local: Faculdade de Educação/Unicamp

Oficinas:
8h às 10h - Cinema e Educação – Fabiana Miranda (Instituto de Artes/Unicamp)

8h às 10h - Twitter e Facebook na Educação – Alexandre Le Voici Sayad (Colégio Bandeirantes/SP e Rede CEP)

10h às 12h - Juventude: A estética do instantâneo – Rogério Adolfo Moura (Faculdade de Educação/Unicamp)

10h às 12h - Narrativas Midiáticas e Criações de Professores – Maria da Conceição Soares (Faculdade de Educação/UERJ)

12h – Almoço

13h30 – Mesa-redonda - Redes Sociais, Cultura Digital e Formação de Leitores
José Armando Valente (Nied/Unicamp)
Débora Sebriam (Instituto EducaDigital)
Pedro Dias Lopes (Grupo RBS)
Moderadora: Cristiane Parente (ANJ)Local: Centro de Convenções da Unicamp

15h – Mesa-redonda – Mídia, Ficção, Realidade e Verdade
Daniela Ripoll (Ulbra/RS)
Martha Kanashiro (Labjor/Unicamp)
Luciano Caroso (Universidade Estadual de Feira de Santana)
Moderador: Ubirajara Alencar Rodrigues (ALB/ Faculdade de Educação – Unicamp)
Local: Centro de Convenções da Unicamp

16h30 – Pausa para café

17h – Conferência de encerramento
Thaïs Mendonça Jorge (Faculdade de Comunicação/UNB)
Local: Centro de Convenções da Unicamp

Mais informações sobre inscrição e apresentação de trabalhos:
http://www.qualisaeditoracao.siteprofissional.com/6seminario/index.php

Adolescentes em conflito com a lei: seminário discute desafios para um jornalismo de qualidade

ANDI Comunicação e Direitos e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com patrocínio da Petrobras e apoio do Instituto Camargo Corrêa, promovem nos dias 23 a 25 de maio o Seminário DIREITOS EM PAUTA: Imprensa, Agenda Social e Adolescentes em Conflito com a Lei, em Brasília.


ANDI Comunicação e Direitos e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com patrocínio da Petrobras e apoio do Instituto Camargo Corrêa, promovem nos dias 23 a 25 de maio o Seminário DIREITOS EM PAUTA: Imprensa, Agenda Social e Adolescentes em Conflito com a Lei, em Brasília.

O evento reunirá algumas das maiores referências do jornalismo, da produção de conhecimento sobre direitos humanos e formulação de políticas públicas do Brasil e da América Latina para lançar luz sobre uma questão crucial para nosso País: como qualificar o debate público acerca do enfrentamento das desigualdades sociais e da inserção social dos adolescentes envolvidos em ato infracional.

A temática, que é bastante polêmica, enfrenta dificuldades para um debate qualificado na esfera pública mídia. O evento, portanto, é uma oportunidade de troca de experiências e busca de indicadores e parâmetros para a construção de um noticiário ético, pautado pela investigação das políticas de atendimento a esses segmentos.


Entre as personalidades convidadas para compartilhar sua visão sobre a temática, o seminário conta com Caco Barcellos, Oscar Vilhena Vieira, Gilberto Dimenstein, Leoberto Brancher, Mauri Konig, Rosa Maria Ortiz, Marcelo Canellas, Carmem Oliveira, Eliane Trindade, Conceição Paganelle e Ricardo Noblat.

A programação inclui palestras, rodas de debate, grupos de trabalho, lançamentos de publicações, exposição de fotos e cerimônia de diplomação de 20 novos "Jornalistas Amigos da Criança".

Lançamentos
Entre os documentos a serem lançados estão o manual "Adolescentes em conflito com a lei: Guia de referência para a cobertura jornalística" e o estudo "Direitos em Pauta: Imprensa, agenda social e adolescentes em conflito com a lei – uma análise da cobertura de 54 jornais brasileiros entre 2006 e 2010”.


Este último documento, além de oferecer uma radiografia detalhada do tratamento editorial dedicado ao tema, traz também análises sobre três aspectos específicos do noticiário: a cobertura do chamado “caso João Hélio” (2007), o conteúdo dos textos de opinião (editoriais, artigos assinados, entrevistas) e os principais argumentos utilizados pelos senadores e deputados federais quando ouvidos pelos repórteres sobre projetos de lei relacionados ao adolescente em conflito com a lei.


Informações e Inscrições
As inscrições vão até 29 de abril pelo site www.direitosempauta.andi.org.br
O evento receberá 240 participantes, entre atores da sociedade civil organizada; representantes do poder público e organizações internacionais; membros da academia e jornalistas/comunicadores, previamente convidados pela ANDI.
Além deles, foram reservadas 80 vagas para demais interessados na temática. O processo de seleção prevê o preenchimento de formulário eletrônico disponível em www.direitosempauta.andi.org.br. As inscrições estão abertas até o dia 29 de abril.

Jornalista Amigo(a) da Criança
No dia da abertura do evento 20 profissionais de vários estados brasileiros receberão o título de "Jornalista Amigo da Criança". Criado em 1997, o diploma já foi concedido a 346 profissionais – há cinco anos não ocorre nova titulação. Oferecido pela ANDI e pela Petrobras, a titulação é uma forma de reconhecer jornalistas que trabalham pautados pelo forte compromisso com a ética e com a cobertura da agenda social brasileira.


Fonte: ANDI

Liderar é formar bons times

Diante de um cenário de competitividade cada vez mais acirrada, de elevação das expectativas da família, do necessário reposicionamento das instituições de ensino no contexto contemporâneo, é de se imaginar que a missão do gestor escolar se torne cada vez mais complexa.

São muitos os desafios que se estendem por todas as áreas administrativas ou pedagógicas. Mas, nesse cenário de incertezas, há pelo menos uma convicção de base, que é o ponto de partida para qualquer liderança consistente: a necessidade de se formar um ótimo time.

Se, na escola de décadas passadas, o diretor dava o tom do trabalho, que era reverberado nas camadas de uma escala hierárquica rígida, hoje isso mudou radicalmente. Levar adiante um empreendimento na área educacional – e em todas as demais – é tarefa de uma equipe afinada, coerente, em busca de objetivos claros e comuns.

A questão é que não basta colocar anúncios em jornais ou procurar entre as “pratas da casa” aqueles que vão compor as equipes escolares, seja no âmbito administrativo, seja no espaço pedagógico. Os atributos da liderança mudaram, aproximando esses dois universos que antes eram paralelos. As faculdades não formam tais profissionais, e raramente esses talentos brotam por “geração espontânea”. Estamos no mundo onde as competências são desenvolvidas gradativa e continuamente.

Essa percepção vem sendo construída com clareza pelo Ético Sistema de Ensino. Temos ouvido de nossas escolas parceiras, espalhadas por todo o Brasil, em instituições das mais diferentes orientações, como se tornou vital (e difícil) esta arte de montar boas equipes. É um desafio que começa a ser enfrentado desde a hora da contratação – em que nem todos são bons profissionais – até a manutenção de um quadro estável. Isso passa pela valorização, pela formação continuada específica, não descolada dos objetivos estratégicos da instituição.

Dessa escuta nasceu o planejamento pedagógico das dezenas de eventos de formação de lideranças que realizamos país afora. Em breve, terá início mais uma série de seminários cujo tema central é exatamente este: formar equipes capazes de produzir sucesso na escola. Especialistas como Isabel Parolin, Vasco Moretto e Joe Garcia oferecerão diferentes perspectivas para esse tema urgente.

Nesse processo de aprendizado contínuo, todos embarcamos juntos. Assim como dentro da escola as diferentes competências se juntam para formar uma grande equipe, também em um grande sistema de parceiros, como são o Ético e os colégios que apostaram nessa proposta, há uma complementação de experiências, visões, expertises.

Na escola contemporânea, a qualidade é um sonho que se sonha junto.


Francisca Romana Giacometti Paris
frgparis@editorasaraiva.com.br
Pedagoga, mestra em Educação e diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva.

Correção de redações do Enem seguirá critérios mais objetivos, diz ministro

O Ministério da Educação (MEC) estuda a criação de parâmetros mais objetivos para a correção das redações dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o ministro Aloizio Mercadante, a ideia é ter um “rigor” maior na hora de avaliar a nota da redação.

“Nós estamos trabalhando fortemente para ter uma matriz de correção que dê bastante segurança em relação à objetividade, porque texto sempre tem alguma subjetividade. Vamos aumentar o rigor da correção para dar objetividade, critérios bem definidos e bastante segurança ao aluno”, disse o ministro em evento no Rio de Janeiro.

Segundo ele, os critérios já serão usados na correção da próxima edição do Enem, que será realizada em outubro ou novembro. “Estamos discutindo todas as alternativas, partindo das experiências internacionais para criar uma metodologia que seja bastante objetiva em relação aos critérios, isto é, que os alunos saibam quais são os critérios de correção da prova para ele poder ter segurança na redação que ele vai fazer. E que, quando houver divergência entre os avaliadores, a arbitragem seja muito eficiente”, disse Mercadante. Da Agência Brasil.


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