sábado, 23 de março de 2013

A transparência nas informações sobre educação


Os bastidores e as dificuldades de conseguir informações junto a 27 secretarias

Simone Harnik

Recebi com otimismo a notícia de que iria enfrentar a tarefa de levantar informações sobre o valor do piso salarial do magistério pago pelas secretarias estaduais de Educação e a proporção da jornada do professor destinada às atividades sem alunos. Afinal, em dezembro de 2012, em um mundo totalmente conectado pelas tecnologias, deveria ser muito fácil obter dados objetivos. Enganei-me: a transparência de informações ainda não é a prática dominante, embora existam exceções exemplares. Nesta reportagem específica, alguns estados responderam no mesmo dia da solicitação: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Roraima. Outros, no dia seguinte: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Sergipe.

De antemão, é necessário afirmar que nenhum dos sites das 27 secretarias das unidades da federação continha essas informações - ou, ao menos, elas não estavam em um local de fácil identificação na web. Partindo daí, procurei os contatos das assessorias de imprensa de cada órgão. Fiquei surpresa porque, em alguns casos, não havia telefone nem e-mail ou eles estavam desatualizados nas próprias páginas das secretarias.

Uma saída utilizada nesses casos foi telefonar diretamente para os governos dos estados em questão. Pronto. Problema resolvido? Não. Mesmo após toda essa corrida por telefones e e-mails, três estados do Nordeste responderam às perguntas: Alagoas, Bahia e Maranhão. Tudo isso após a confirmação do recebimento das dúvidas pelas pastas.
O jornalista, o professor, o diretor, os pais dos estudantes e a sociedade em geral ainda encontram dificuldades para obter algumas informações específicas dos governos. Felizmente, novos instrumentos pela busca da informação estão surgindo, a exemplo da Lei de Acesso à Informação, em vigor desde 18 de novembro de 2011 (lei federal número 12.527), que permite que qualquer cidadão solicite dados dos diferentes níveis de governo.

Com ela, a prática jornalística pode ser beneficiada, mas, no caso de nossa reportagem, havia a necessidade de que a informação fosse ágil e colhida no mesmo período de duas semanas, para poder ser comparável. Por isso, não recorremos à Lei: ela garante ao gestor público um prazo de 20 dias para a resposta, com possibilidade de renovação, desde que justificada.

Para completar o levantamento e checar as informações, conversamos com os sindicatos dos professores de 15 estados. A maioria foi mais acessível do que as secretarias.

Além do sim e do não

No decorrer do levantamento foi possível perceber que cumprir ou não a Lei do Piso revela pouco sobre a situação de valorização do professor. Há estados que cumprem a Lei, mas achataram a carreira (veja os resultados do levantamento aqui). Há outros, como o Rio Grande do Sul, que, formalmente, não cumprem a Lei, mas que mantêm uma carreira mais atraente e adotam mecanismos de complementação dos salários, inclusive das aposentadorias.

Já na questão da jornada, nota-se que ainda falta muito para a compreensão de que o professor deve ser remunerado pelo tempo em que prepara as aulas, estuda e corrige o trabalho dos estudantes: 15 unidades da federação não destinam um terço da jornada para planejamento e atividades fora da sala de aula. Mesmo assim, parece que o profissional vem recebendo um apoio institucional maior do que ocorria há dez ou 20 anos. Certamente, a observação da sociedade e a transparência das informações sobre educação serão aliadas da valorização docente.

Destino e origem dos recursos do novo PNE


Em 2013, dois grandes temas dominarão os debates sobre o PNE: o destino dos novos recursos da educação e quais fontes de financiamento serão capazes de viabilizar o novo plano.

Daniel Cara


No final de 2012 o Governo Federal cedeu à pressão da sociedade civil e, corretamente, assumiu a necessidade de investimento equivalente a 10% do PIB em políticas educacionais como meta do novo PNE (Plano Nacional de Educação). O debate, que acontece agora no Senado, recai sobre um novo dissenso: o destino dos investimentos. O dinheiro deve ir, exclusivamente, para as escolas públicas ou será permitida a transferência de recursos públicos para o setor privado da educação?

Considerando-se que o Poder Público brasileiro oferta (em redes próprias) mais de 40 milhões de matrículas da Educação Básica (quase 90% do total) e gere, com larga vantagem, as melhores instituições de ensino superior, é lógica a defesa da destinação exclusivamente pública do recurso público.

Ademais, para a imprescindível reestruturação do magistério, é preciso aumentar substantivamente o orçamento das políticas públicas educacionais. Ou seja, transferir recursos púbicos para o setor privado diminui as chances de uma real valorização do professorado, responsável por educar diariamente mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras.

Uma referência bastante prática desse fato pode ser extraída dos estudos sobre o custo do PNE realizados pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação e pelo Prof. Nelson Cardoso Amaral (UFG). Ambas as análises demonstram a necessidade de investimento equivalente a 10% do PIB exclusivamente para a educação pública. Utilizando os parâmetros dos estudos, é possível calcular que o salário inicial do magistério alcançará, apenas no final da década, um valor próximo daquele estimado pelo piso do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O Piso do Dieese determina o quanto um trabalhador deve receber para ter todas suas necessidades de consumo devidamente atendidas, com um padrão mínimo de qualidade de vida. Em janeiro de 2013, esta espécie de salário mínimo justo ou adequado, equivaleu a R$ 2.675. Já o piso do magistério para esse ano será de R$ 1.567. Dito de outra forma, empreender um valor equivalente a 10% do PIB em educação pública é urgente, mas representará apenas um primeiro passo (ainda que imprescindível!) rumo à valorização profissional dos educadores.
Afora tudo isso, como bem defendeu o então deputado Florestan Fernandes nos debates constituintes, investir dinheiro público em escola pública é também uma questão de justiça social. Não apenas porque a esmagadora maioria da população brasileira estuda em estabelecimentos públicos, mas também porque é essa esmagadora maioria que mais contribui, proporcionalmente, com o bolo tributário.
Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2008, as famílias que acumularam renda mensal de até 2 salários mínimos, pagaram 53,9% de sua receita em tributos. Já aquelas que somaram mais de 30 salários mínimos, pagaram apenas 29% de sua renda mensal em tributos. É uma realidade vergonhosa.

Essa gritante desigualdade de incidência e esforço tributário deve obrigar a sociedade brasileira a pensar na outra grande questão de 2013: quais serão as fontes de recursos para viabilização do PNE?

Muitos estudos começam a mostrar que os recursos advindos dos bônus, royalties e participações especiais do petróleo não serão capazes de viabilizar um montante equivalente a 4,7% do PIB, total necessário para alcançarmos, em uma década, a meta de 10% para a educação pública constante do novo PNE. Afinal de contas, segundo o MEC (Ministério da Educação), o Estado brasileiro já dispende um volume equivalente a 5,3% do PIB em educação pública.

Como a educação não pode, nem deve, desperdiçar recursos; além do dinheiro do petróleo, se faz necessário o país buscar outra fonte de financiamento para as políticas públicas educacionais.

Diante da desigualdade na contribuição tributária, seria mais do que justo regulamentar o imposto sobre grandes fortunas, destinando 18% de seu montante para a educação pública. Outra alternativa, desde que acompanhada de forte controle social, seria a criação de uma contribuição social sobre grandes fortunas, investindo toda sua receita em educação pública e no SUS (Sistema Único de Saúde).

Dizem, com razão, que é quase impossível tributar mais e melhor os (muito) mais ricos. Mas também não há dúvida de que se trata de um caminho promissor, justo e eficaz para viabilizar o financiamento adequado da educação pública. Vale a pena tentar.

Fundeb: estimativa e realidade


Em 2012, investimentos ficaram abaixo do previsto devido à queda na arrecadação; previsão para 2013 é ainda maior

Camila Ploennes

Em 2013, o valor mínimo a ser investido em cada estudante da escola pública pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) está estimado em R$ 2.243,71. A quantia é 7,1% (R$ 147) superior à primeira estimativa do valor aluno-ano de 2012 (R$ 2.096) - investimento este que, no entanto, não se concretizou. Na prática, a quantia para cada estudante foi de ­­­R$­­­ 1.867,15 no ano passado, segundo a Portaria Interministerial nº 1.495, de 28 de dezembro, que redefiniu e divulgou os parâmetros praticados pelo Fundeb no exercício de 2012.

O motivo da queda foi a diferença entre a previsão de arrecadação de recursos do Fundeb calculada meses antes (R$ 114.333.417,60) e a real arrecadação do Fundo (R$ 102.602.115,10). Essa diferença entre a estimativa e a receita efetiva é de mais de R$ 11,7 milhões (10,26% menor do que o previsto), o que também influencia o pagamento do piso nacional do magistério. A receita do Fundeb provém das contribuições dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, somadas às complementações proporcionais da União - mínimo de 10% do valor depositado por estados e municípios.

E 2012 não foi o primeiro ano em que os números não se materializaram devido ao comportamento da arrecadação no período, ditado pelo ritmo da economia e por cortes de impostos. Em 2009, quando o total da receita estimada, em março, era de R$ 81.941.775,70, o valor acabou revisado para R$ 72.700.083,20 no segundo semestre - uma diferença de R$ 9.241.692,50 (11,27%). O valor mínimo aluno-ano no exercício de 2009 ficou em R$ 1.221,34 e não em R$ 1.350,09, como o previsto.

A queda também ocorreu em 2010, quando a receita efetiva foi de R$ 73.957.958.271,95, ou seja, R$ 9.137.709.346,53 (10,9%) menor do que a previsão, que era de R$ 83.095.667.618,48. O valor mínimo aluno-ano praticado, no entanto, foi apenas R$ 1,12 menor, ficando em R$ 1.414,85.

As portarias interministeriais publicadas no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mostram que a previsão pode se concretizar, como aconteceu em 2011. Para o período, o Fundeb previa, em portaria do mês de abril, uma arrecadação total de R$ 95.982.984,60 e um valor mínimo aluno-ano de R$ 1.729,33. Em novembro daquele ano, a portaria que revisou os recursos mostrava a mesma receita e um valor aluno-ano apenas cinco centavos mais baixo (R$ 1.729,28).



O que diz a redação


Correções do Enem apontam que 48,4% dos participantes tiveram textos abaixo da média, mas falta divulgação que ajude o professor a conhecer as principais dificuldades dos estudantes

Camila Ploennes

Em fevereiro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) colocou à disposição dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 as vistas da prova de redação, compostas das correções e dos espelhos dos textos. A correção, que é a síntese das justificativas para a atribuição de nota em cada competência avaliada, e o espelho, ou cópia digital da folha de dissertação, foram colocados no sistema junto com um gráfico cuja ideia é indicar a cada estudante o grupo no qual ele se encontra, por faixa de pontuação. Ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, o gráfico não foi publicado pelo Inep, mas incluído nessa vista de prova, à qual somente o inscrito tem acesso, com seu CPF e senha. Naquele momento, a notícia mais ventilada, em tom de advertência, tinha o foco no dado de que apenas 1,1% das redações tiveram nota superior a 900 pontos. O porcentual de 1,1% significa que, do total dos 4.113.558 textos corrigidos, 45.249 alcançaram entre 900 e 1.000 pontos, a nota máxima possível.

O gráfico é insuficiente para que professores conheçam as principais dificuldades dos participantes na hora de escrever, mesmo porque foi divulgado apenas para os estudantes. Mas ainda que falte uma divulgação estatística sobre o desempenho dos alunos por competências avaliadas nos textos, há outras leituras possíveis desse pequeno gráfico que vão além do destaque às "redações nota 1.000". Uma delas é que a maioria das dissertações (51,6% do total, ou 2.122.596) ficou acima da média dos 500 pontos. Os outros 1.990.962 textos (48,4%) ficaram abaixo.

O que surpreende não é que poucas pessoas tenham tirado entre 900 e 1.000, porque, em um teste em larga escala, é esperado que um porcentual pequeno tire as maiores notas. E também é esperado que em uma prova desse porte um porcentual baixo tire notas muito baixas. Ou seja, se 1,1% das redações tiveram notas altíssimas, a expectativa seria que um porcentual próximo a este tirasse as notas mais baixas. O surpreendente no gráfico é que um número bem maior tirou as piores notas: 7,4% dos textos corrigidos ficaram entre 0 e 300 pontos, o equivalente a 304.403 estudantes. E segundo nota do MEC, 1,82% das redações (74.866) zeraram por entrega em branco. Outros 1,76% (72.398) zeraram por apresentar, por exemplo, texto insuficiente ou cópia da proposta da redação, cujo tema foi o movimento imigratório para o Brasil no século 21.

Em novembro de 2012, quando as notas do Enem por escola, referentes ao exame de 2011, foram divulgadas, a decisão do MEC de excluir a redação desse cálculo surpreendeu a todos. O argumento de que a avaliação dos textos é subjetiva, e não seria tecnicamente apropriado incluí-la na composição das médias, gerou reações: a medida desvalorizaria a redação e critérios bem definidos poderiam tornar as correções menos subjetivas. A pouca objetividade na avaliação do texto voltou a ser assunto na imprensa no final de dezembro, quando centenas de estudantes protestaram contra as notas recebidas, por considerá-las aquém de seu desempenho em provas de redação anteriores.



Brasileiros falam mal o inglês

Pesquisa aponta que Brasil está em 46° lugar, do total de 54 países, no que se refere ao domínio da língua inglesa

Yolanda Drumon

A percepção de que os brasileiros falam mal o inglês foi comprovada em pesquisa da empresa de intercâmbio EF, realizada entre 2009 e 2011, e divulgada no ano passado: o Brasil está em 46º lugar do total de 54 nações pesquisadas no que se refere ao domínio da língua inglesa.

O nível de habilidade no inglês foi medido a partir de três testes on-line: dois não adaptativos - disponíveis gratuitamente a qualquer pessoa - e baseados em 60 e 70 perguntas, respectivamente. O terceiro, de nivelamento, foi aplicado na inscrição dos cursos da EF e consistiu na aplicação de 30 perguntas, cada uma vinculada à outra pelo grau de dificuldade. Em todas as provas, foram testadas habilidades em gramática, vocabulário, leitura e audição. Os participantes fizeram os testes a partir do próprio computador, em casa. Foram incluídos no estudo países com um mínimo de 400 participantes.
Outro indício da dificuldade do brasileiro com língua estrangeira foi o lançamento, no final do ano passado pelo governo federal, de um programa de aperfeiçoamento da língua inglesa para os estudantes que queiram fazer intercâmbio pelo programa Ciência sem Fronteiras, que propicia bolsa para alunos brasileiros que queiram estudar no exterior. A pontuação mínima exigida na prova de inglês para participar do programa também foi reduzida.

Veja, abaixo, o resultado da pesquisa por estado:

Regiões brasileiras contempladas pelo estudo Proficiência em inglês / Índice

São Paulo

Proficiência baixa - 48.85

Rio de Janeiro

Proficiência baixa - 50.35

Espírito Santo

Proficiência baixa - 46.82

Minas Gerais

Proficiência baixa - 47.78

Paraná

Proficiência baixa - 49.71

Santa Catarina

Proficiência baixa - 48.45

Rio Grande do Sul

Proficiência baixa - 48.80

Goiás

Proficiência muito baixa - 44.25
Distrito Federal

Proficiência baixa - 48.56

Mato Grosso

Proficiência muito baixa - 40.90

Mato Grosso do Sul

Proficiência muito baixa - 45.32

Bahia

Proficiência muito baixa - 44.22

Sergipe

Proficiência baixa - 48.91

Pernambuco

Proficiência muito baixa - 46.58

Paraíba

Proficiência baixa - 48.67

Rio Grande do Norte

Proficiência muito baixa - 46.64
Ceará

Proficiência baixa - 47.71

Piauí

Proficiência muito baixa - 46.48

Maranhão

Proficiência muito baixa - 43.42

Tocantins

Proficiência muito baixa - 42.53
Pará

Proficiência muito baixa - 42.53

Amapá

Proficiência muito baixa - 40.45

Amazonas

Proficiência muito baixa - 44.66

Rondônia

Proficiência muito baixa - 40.47

Acre

Proficiência muito baixa - 44.78

MT - Estudantes do Médici reclamam de calor nas salas de aula

Estudantes “trancam” a avenida para pedir condicionadores de arAlunos do Médici fecharam a Avenida Mato Grosso nesta sexta-feira (22)Mary Juruna/MidiaNews


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LISLAINE DOS ANJOS

DA REDAÇÃO


Estudantes da Escola Estadual Presidente Médici trancaram uma das pistas da Avenida Mato Grosso, em Cuiabá, na tarde desta sexta-feira (22), para reivindicar a instalação de aparelhos de ar-condicionado na unidade.

A escola é uma das maiores do Estado e possui 2.060 alunos matriculados. Eles reclamam do forte calor dentro das salas de aula, o que atrapalha a qualidade do ensino.

A polícia esteve no local e determinou que a interdição da via poderia ser feita apenas por dez minutos, o que foi obedecido pelos alunos.

Agentes de trânsito também estiveram no local para organizar o tráfego. A avenida já foi liberada pelos alunos.

Por meio de sua assessoria, o secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes, afirmou que o governo adquiriu seis mil condicionadores de ar, em diferentes lotes, desde o ano de 2011.

Segundo a pasta, todos os aparelhos foram encaminhados às escolas estaduais e aguardam condições ideais para serem instalados.

Mary Juruna/MidiaNews


Alunos querem que condicionadores de ar sejam instalados

Atualmente, Mato Grosso possui 739 escolas estaduais, das quais 650 estariam aptas a receberem os aparelhos de ar-condicionado. Dentre essas, porém, apenas 300 deverão ser imediatamente contempladas com o benefício.

Segundo a secretaria, isso se deve pela necessidade de instalação de postos de transformação e demais adequações dessas unidades. Isso porque, por se tratarem de estruturas antigas, elas não possuem a rede elétrica preparada para tais instalações.

Nas unidades escolares mais recentes, porém, os aparelhos já foram instalados e estão funcionando, de acordo com a Seduc.

Adequações

A previsão do governo é de que os postos de transformação sejam instalados até o mês de abril.
Finalizada a instalação de cada posto, equipes da Centrais Elétricas Mato-grossenses (Rede Cemat) seguem até a unidade escolar para avaliar se a região possui capacidade elétrica para suportar a instalação dos aparelhos, ou se é necessária a instalação de novos postes de energia nas proximidades da escola.
Ainda de acordo com a Seduc, 109 escolas da Baixada Cuiabana dependem da instalação desses postos de transformação, sendo que 53 já passaram pela instalação. Em Cuiabá, duas escolas dependem de postos de transformação: a Presidente Médici e o Liceu Cuiabano.

Um dos postos necessários para a Capital já teria sido entregue pela fábrica e deve ser instalado no Médici em breve, segundo a pasta.

A Cemat, então, deverá seguir até o local testar a capacidade de energia da região e verificar se será preciso instalar mais um poste de energia na escola, processo para o qual a empresa possui um prazo legal de 210 dias.

Em seguida, um engenheiro da Seduc ficará responsável pela elaboração de um projeto de rede elétrica interna na escola – que não envolve obras físicas – e que ajudará a não sobrecarregar a rede já existente na unidade.

Essa nova rede elétrica ficará disponível, então, apenas para a alimentação dos condicionadores de ar. O Estado já tem disponível, segundo a pasta, R$ 19 milhões apenas para o pagamento dessas adequações.



MEC suspende vestibular para cursos de Direito mal avaliados

Autorização para novos cursos de Direito também foi suspensa provisoriamente

Reprodução
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MEC suspendeu vestibular para cursos de Direito mal avaliados
DA AGÊNCIA BRASIL
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem (22) o fechamento temporário de autorização para novos cursos de direito e o cancelamento de vestibulares para todos os cursos cujos alunos formados tenham tirado nota até 3 no Conceito Preliminar de Curso (Indicador CPC, do MEC). Ele lembrou que o ministério já determinou a suspensão de vestibular para os cursos de medicina que tiveram baixa avaliação de qualidade.

O MEC fechou hoje parceria com a OAB para a realização de trabalho conjunto visando estabelecer um marco regulatório para os cursos de direito. O presidente da entidade, Marcus Vinícius Coêlho, disse que a reprovação de 93% dos estudantes de direito na última prova da ordem indica que está havendo no país um "estelionato educacional". “O professor faz que ganha bem, faz que ensina; o estudante faz que aprende e quem está sendo prejudicada é a sociedade”.

O Acordo de Cooperação Técnica assinado entre o MEC e a OAB vai definir este ano novos critérios para autorização e reconhecimento do curso de bacharel em direito, além da identificação periódica de demanda quantitativa e qualitativa dos profissionais da área. Os estágios deverão ser supervisionados e os cursos serão oferecidos apenas em locais onde haja estrutura jurídica que favoreça o aprendizado e o desenvolvimento da atividade profissional. É necessário que, nos locais onde há cursos, haja também Fórum, Tribunal de Juri, Defensoria Pública, Ministério Público e Promotoria.

O grupo, formado por três membros do MEC e três da OAB, será coordenado por um representante do ministério e vai promover audiências públicas para ouvir docentes, dicentes e toda a comunidade educacional. Coêlho disse que "o grupo não quer ser dono da verdade mas tem que ouvir quem faz o ensino jurídico e a sociedade para que o curso de direito seja oferecido com qualidade”. Segundo ele, o marco regulatório pode sair ainda em 2013. O presidente da OAB defendeu que a remuneração dos docentes seja compatível com o mercado, já que “o professor não pode ter o ensino como um bico, mas como uma missão educacional.” 

O ministro Mercadante lembrou que há 20 anos existiam no país 200 cursos de Direito e hoje são 1.200, com 800 mil alunos matriculados e 25% de ociosidade de vagas. Havia pedidos de autorização para mais 100 cursos que ofereceriam 25 mil novas vagas. Para o ministro, o aumento do número de cursos de direito ocorreu em época de recessão, quando houve um recuo dos estudantes para os cursos de engenharia. Com a retração da economia, a tendência é de que esse quadro se inverta, pois a procura por áreas técnicas aumentou.

Escolas da rede municipal recebem mais de R$ 6,5 milhões

Verba deverá ser usada para custear despesas de manutenção

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Rede municipal irá receber verbas para custear manutenção das unidades de ensino
DA REDAÇÃO
A Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá assinou na sexta-feira (22) um convênio com escolas, creches e Conselhos Escolares Comunitários da rede municipal de ensino para repasses financeiros. Aproximadamente R$ 6,5 milhões deverão ser empregados na manutenção das unidades de ensino.

Os recursos são de fonte própria da prefeitura, repassados em quatro parcelas anuais e utilizados para aquisição de materiais de consumo e permanente, necessários ao funcionamento das escolas e creches.

Durante assinatura do convênio, o secretário municipal de educação, Gilberto Figueiredo, destacou a importância de uma gestão responsável e competente dos recursos públicos. “É fundamental a lisura desse processo, pois quando firmamos um convênio como esse, estamos dividindo a responsabilidade de aplicar esses recursos da melhor maneira possível”.

Figueiredo ainda chamou a atenção para a prestação de contas dessa verba destinada às unidades e pediu compromisso em cumprir os prazos de apresentação da movimentação financeira. “Vamos tratar essa questão com muita seriedade e aplicaremos a lei em casos de não cumprimento de algum item do convênio. Assim como também nos emprenharemos para melhorar esses recursos, pois sabemos das necessidades das escolas e creches”, concluiu.

De acordo Sérgio Raimundo da Costa, diretor da escola municipal Pedrosa de Morais e Silva, no bairro Novo Paraíso, o auxílio financeiro é fundamental para a manutenção das necessidades básicas das escolas e creches e os gestores desses recursos devem empreendê-los de forma otimizada. “Dificuldades existem, mas temos que nos esforçar para que a verba seja revertida em um melhor ambiente de trabalho e melhoria da prática pedagógica. Por isso, a importância de um conselho e uma gestão atuante e transparente”, observou.

Aos conselhos escolares cabem elaborar, junto à equipe gestora, o plano de aplicação financeira dos valores recebidos, de acordo com as necessidades da unidade de ensino, além de acompanhar e monitorar a utilização dos recursos e realizar a prestação de contas para a Secretaria de Educação.

A 24 creches filantrópicas conveniadas ao município também receberão, na próxima segunda-feira (25), recursos para manutenção, no valor de R$ 2,20 milhões. O repasse será parcelado em 10 vezes.


Taques e Ságuas trocam farpas sobre a educação em Mato Grosso

Valdemir Roberto
Da Redação
  
Candidato ao Governo do Estado em 2014, embora negue que esteja em campanha, o senador Pedro Taques (PDT) resolveu comprar uma boa briga com o PT. Em discursos em Brasília e, posteriormente em Cuiabá, ele disse que o ensino público em Mato Grosso é um dos piores do país e que Mato Grosso é um pobre estado rico. As declarações não agradaram o governador Silval Barbosa e muito menos o PT, que comanda a educação no Estado. O secretário de Educação, Ságua Moraes (PT), aceitou o embate e disse que o senador poderia estar melhor preparado para falar sobre o Estado. A briga promete.
 
Pedro Taques tem afirmado em seus discursos, numa avant premier de sua campanha ao Governo do Estado em 2014 que a educação em Mato Grosso está falida e que contem o maior índice de analfabetismo e o menor tempo de permanência na escola no comparativo regional.
 
Ságuas não gostou das declarações. Aproveitou para neutralizar os ataques do senador argumentando que as melhorias na educação em Mato Grosso são visíveis. “Os dados estão aí na internet, podem ser acessados por qualquer um, não adianta querer dizer o contrário ou direcionar a informação”, comenta. 
 
Ságuas aponta dados do Índice Nacional do Desenvolvimento da Educação (Ideb) de 2011 que comprovam exatamente o contrário, reconhece que o ensino médio exige algumas mudanças para que melhorias sejam efetivadas, mas defende o ensino fundamental e salienta que tanto os índices apresentados por alunos da 1ª à 5ª e da 5ª à 8ª séries colocaram o estado em 8º lugar entre os com melhor resultado.
 
“Não há nada que esteja bom que não possa ser melhorado”, conclui o secretário, colocando a educação de período integral como prioridade para que os alunos do ensino médio melhorem seus desempenhos. Segundo Ságuas  “40% destes alunos estudam no período noturno; eles trabalham o dia todo e tem que estudar quatro horas à noite, sem uma perspectiva de conseguir um emprego quando terminarem o estudo, como ocorre no ensino técnico; precisamos estimular estes alunos a se formarem, a aprender e a gostar de estudar”, afirma o secretário.
 
Programas como o Brasil Alfabetizado, o ‘Mais Educação’, embrião do estudo integral que já é uma realidade em mais de 300 escolas do estado e a futura efetivação da distribuição dos recursos do Plano Nacional da Educação (PNE) são, na opinião do secretário, duas das várias ações executadas e programadas em conjunto pelos governos municipal, estadual e federal que contribuíram para mudar a realidade do ensino médio no estado.
 
Nesta briga sobre a educação em Mato Grosso, o senador Pedro Taques rebate afirmando que os dados foram levantados do relatório do Tribunal de Contas do Estado, sobre o ano de 2011 e alfineta: “Quem está mentindo?”. Taques completa ressaltando que é necessário urgência para mudar a realidade da educação no Estado.
 

MT - Secretaria de Educação realiza palestra sobre violência doméstica e familiar aos alunos do EJA

Redação 24 Horas News

Na última semana a Secretaria de Educação Cultura e Desporto, promoveu uma palestra sobre violência doméstica e familiar aos alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) da Escola Municipal Princesa Isabel, de Feliz Natal. Participaram da palestra, além dos alunos, os professores Rosimeire Pacheco Moretti; Noemia Alencar, e o diretor da escola, Mauro Riboldi.
 
O tema "Violência Doméstica e Familiar: um problema que afeta a todos", teve o objetivo de sensibilizar a comunidade para a efetivação da denúncia dos casos de agressão no ambiente doméstico, fazendo com que a Lei Maria da Penha saia realmente do papel, interferindo positivamente nas famílias e na sociedade. Devido à importância da palestra o tema foi ministrado pelo 1º tenente PM Dantas – comandante da Polícia Militar em Feliz Natal.
 
O tenente apresentou aos alunos os indicadores de ocorrências registradas no município que envolve a violência doméstica e familiar, relatou sobre a importância da mulher a cada dia procurar as autoridades policiais para denunciar as agressões sofridas.
 
De acordo com secretário de Educação, Francisco Hevaldo Costa, a violência doméstica não é marcada apenas pela violência física, mas também pela violência psicológica, sexual, patrimonial, moral, dentre outras. E que em nosso país atinge um grande número de mulheres, as quais vivem estes tipos de agressões no âmbito familiar.
 

Faculdade da UFMT promove XII Semana da Filosofia

Jonas Jozino
Da Redação
 
A Universidade Federal de Mato Grosso realiza de 25 a 27 de março, a XII Semana de Filosofia, com o tema Estética, Conhecimento e Saúde. Serão conferências, minicursos, comunicações e mesas que tem como finalidade expor e discutir suas pesquisas docentes e discentes em andamento, aliando o  registro variado de experiências acadêmicas.
 
O eixo do evento demarca as linhas de pesquisas e os grupos de estudos do Departamento como Epistemologia, Neurofilosofia, Filosofia da Mente, Ética, Estética, Lógica, Política, Educação e Filosofia Brasileira e Latino-Americana em suas várias pelucariedades. 
 
A XII Semana da Filosofia começa na segunda-feira, às 9h, com a realização de um minicurso denominado Imanência e filosofia. O encerramento será na quarta-feira, às 19h, com uma mesa redonda.

Educadores debatem perspectivas e desafios em Mato Grosso


Mais de 500 dirigentes educacionais estarão participando de um encontro para debater o fortalecimento das ações coletivas educacionais. As discussões sobre o tema serão feitas  durante o "Encontro de Assessores Pedagógicos" e "11º Fórum ordinário da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)", aberto nesta terça-feira, 19, no auditório da Associação Matogrossense dos Municípios (AMM). A primeira etapa do encontro “Perspectivas e Desafios na Gestão da Educação Pública e o Fortalecimento do Regime de Colaboração e Plano de Ações Articuladas”, envolve as discussão coletiva (assessores representando o Estado e secretários municipais) para dar oportunidade da efetivação do regime de colaboração, debatendo as peculiaridades de cada região, conforme explicou o presidente da Undime, Cléber Silvério de Freitas.
 
Para o secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes, a implantação do Plano de Ações Articuladas (PAR), em 2008,  “Proporcionou uma visão global da situação dos municípios desde sua implantação e  deu início ao trabalho coletivo". Somado a viabilidade de mais recursos após a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) as "ações articuladas" garantirão os avanços que precisam ser feitos para melhorias na educação do Estado. A aplicação dos recursos assegurará inclusive os repasses de mais recursos, conforme apontou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes. 
 
Ságuas Moraes também anunciou na abertura do evento  a entrega de mais ônibus escolares e um cronograma que findará em 2014, com 90% da frota do transporte escolar dos municípios renovada. 
 
Participaram da abertura a representante do MEC, Mônica Franco; o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Campos Neto; o representante do governo federal no Congresso, professor Carlos Abicalil; o presidente do Conselho Estadual de Educação, Agnaldo Garrido; o secretário municipal de Cuiabá, Gilberto Gomes de Figueiredo; a presidente da União dos Conselhos Municipais de Educação, Maridilva Oliveira e Silva; e o representante da AMM, Darcy Nonato. 

MT - Universitários têm seguro de vida

 
Unemat
Todos os acadêmicos da Universidade do Estado de Mato Grosso seja em cursos de graduação, pós-graduação ou de modalidades diferenciadas contam desde o início deste mês com um seguro de vida contratado pela instituição, com cobertura 24 horas contra acidentes pessoais e morte. O seguro de vida estabelece como coberturas básicas auxílio funeral no valor de R$ 2 mil, R$ 5 mil para morte acidental e invalidez permanente em decorrência de acidente e a cobertura de R$ 1.500,00 para despesas médicas.
 
O reitor da Unemat, professor Adriano Aparecido Silva, ressalta que o compromisso da Unemat com os estudantes é completo, desde a garantia da qualidade no ensino prestado, mas também de respeito à vida. “Acreditamos que com esse seguro estamos dando um passo importante, afinal nossos alunos e familiares poderão contar com uma assistência no momento em que necessitarem” disse.
 
O processo de licitação para a aquisição do seguro de vida dos acadêmicos da Unemat vem começou no  ano passado, e a empresa vencedora da licitação Capemisa Seguradora de Vida e Previdência S/A já está assegurando a cobertura aos 16 mil alunos desde o dia 1º de março.
 
Os acadêmicos não precisam se preocupar em encaminhar qualquer documentação para ter acesso ao seguro de vida e acidentes pessoais caberá às coordenações dos campi enviar para a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) a relação dos acadêmicos matriculados, bem como a data de nascimento e o CPF, para que a instituição encaminhe os dados a seguradora.
 
 O pró-reitor de Assuntos Estudantis, professor Celso Fanaia, diz que a Unemat está dando um salto na qualidade do atendimento prestado ao acadêmico. “O seguro de vida demonstra nossa preocupação e respeito aos alunos. A Unemat segue o caminho das grandes universidades”, diz. Nos próximos dias, a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis estará distribuindo um informativo a todos os alunos da instituição sobre as coberturas e forma de acesso as mesmas. 

Cuiabá -MT - Gilberto Figueiredo é eleito vice-presidente regional da Undime

 
Assessoria

O secretário municipal de Educação de Cuiabá, Gilberto Gomes de Figueiredo, assumiu nesta semana o cargo de vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Mato Grosso (Undime).
 
A eleição ocorreu durante o 11º Fórum Ordinário da Undime, realizado entre os dias 19 e 21 de março em Cuiabá. Na ocasião foi eleita a nova diretoria executiva do órgão, agora presidida pela secretária municipal de Barra de Garças, Fátima Aparecida Resende.
 
O encontro teve como tema “Perspectivas e Desafios na Gestão da Educação Pública e o Fortalecimento do Regime de Colaboração e Plano de Ações Articuladas” e reuniu secretários, coordenadores e assessores pedagógicos de diversos municípios de Mato Grosso.
 
“Durante o Fórum pudemos conhecer a fundo sobre a gestão da área educacional. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação tem uma forte representatividade e pode nos auxiliar a desenvolver importantes programas e projetos, inclusive sobre como ter acesso a fontes de financiamento do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação”, destacou Gilberto.

Professores de Filosofia da UFMT apresentam trabalhos no Uruguai

UFMT
Os professores Alecio Donizete da Silva e Rodrigo Marcos de Jesus, do Departamento de Filosofia do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá, apresentarão trabalhos no II Congresso Latinoamericano de Filosofia da Educação, em Montevidéu, no Uruguai. O evento começou ontem  e vai até domingo, 24, na Universidade da República do Uruguai (Udelar). É organizado pela Associação Latinoamericano de Filosofia da Educação (Alfe) e pelo Departamento de História e Filosofia da Educação da Udelar. 
 
Alecio Donizete apresentará, no evento, o trabalho "O Ensino de Filosofia a partir de Paulo Freire e Enrique Dusserl" e Rodrigo Marcos apresentará o trabalho "Concepção crítica da Educação em Álvaro Vieira Pinto". 
 
Alécio é mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor da disciplina de Filosofia e Educação na UFMT e atua principalmente com os temas filosofia no Brasil; ética, política e cidadania; ensino de Filosofia. 
 
Rodrigo Marcos de Jesus é mestre em Filosofia da Religião pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte, professor de Filosofia e coordenador de área do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) Filosofia na UFMT. Atua nas áreas de filosofia, educação, filosofia brasileira, filosofia da religião e ética.

Livro infantil defende a preservação do meio ambiente

Paulo Virgilio | Rio de Janeiro

Seres mitológicos, como a Iara, o Saci-Pererê e o Curupira, se juntam a animais da Mata Atlântica para salvar um rio, que está poluído e com suas matas ciliares devastadas. Inserido na temática do Ano Internacional da Cooperação da Água, que a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou para 2013, o livro infanto-juvenil Era uma vez um rio conta esta história, com o objetivo de sensibilizar crianças, jovens e adultos sobre a importância da preservação das águas do bioma, que abastecem as maiores cidades brasileiras.
 
De autoria da escritora e ambientalista Anne Raquel Sampaio, o livro será lançado neste domingo (24), a partir das 17h, na Livraria Argumento, na Rua Dias Ferreira, 417, no Leblon, zona sul do Rio, fechando a semana marcada pelo Dia Mundial da Água, comemorado hoje (22). A iniciativa de defender, através da literatura, a preservação da Mata Atlântica conta com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, órgão colegiado vinculado ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI).
 
“Acho que esse é o momento de criarmos valores em nossas crianças e adolescentes, explicar para eles que ou a gente cuida do nosso planeta ou eles não vão ter futuro”, disse a autora de cinco outros livros infanto-juvenis de temática ambiental voltada para a Mata Atlântica. “Três dasprincipais metrópoles brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte - foram construídas em áreas de Mata Atlântica, que abastece de água mais de 80% da população brasileira”, lembra a escritora.
 
Segundo Anne Raquel Sampaio, o livro será adotado em um programa de educação ambiental do Comitê Guandu. Autora de outros trabalhos na área, como a história em quadrinhos Guerreiros da Água, a escritora acha que a educação voltada para a questão do meio ambiente prescinde de adjetivos. “ Hoje todo mundo fala em educação ambiental, mas educação é educação, o ambiental é só um adjetivo. Não sei de onde tiramos a ideia de que uma educação não deva incluir o ambiente”, diz.


MT - Sem mantimentos, escolas oferecem pipoca e leite como merenda após dispensar carne estragada

Lucélia Andrade | Rádio Pioneira

 
Escolas Municipais de Tangará da Serra, uma das principais cidades do médio Norte de Mato Grosso, enfrentam problemas com a falta de merenda escolar. Mesmo com o cardápio para ser seguido à risca, a ausência de mantimentos impede que os alimentos sejam preparados e servidos aos estudantes. Na Escola Sílvio Paternez, o  lanche servido na tarde de sexta-feira, 22, era composto de leite com achocolatado e bolachas. Uma das cozinheiras do local relatou que na dispensa só tem arroz. E desta forma seguir o cardápio é impossível.
 
A situação começou desde o início do ano e até agora não foi resolvida. Os alunos estão se alimentando apenas com bolachas e suco, adquiridos pela própria escola. O cardápio improvisado foi alternado inclusive com pipoca e leite e até fatias de abacaxi. Contudo o problema na merenda escolar não para por aí. Todas as escolas municipais receberam carne estragada.
 
O cardápio elaborado por nutricionistas da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec) é bem nutritivo e a cada dia traz uma variedade. Para o mês de março, por exemplo, o cardápio é diferenciado, e oferecem pratos como arroz à grega com ovos, salada de tomate e fruta; macarronada à bolonhesa e fruta; pão doce e suco de abacaxi; torta de frango com legumes e suco de limão; arroz, feijão, carne com mandioca e salada de tomate; arroz temperado com banana e carne e fruta; galinhada e suco; sopa de legumes com carne e fruta, entre outros.
 
A discrepância entre o cardápio disponível nas escolas, e os alimentos de fato oferecidos foi observada pelo vereador Odair José da Silva. “Visitei in loco a escola Sílvio Paternez, entrevistei alguns alunos que relataram que estão comendo bolacha e até pipoca no lanche. Na escola, o cardápio estava fixado na parede do refeitório. Considerando que o Município tem duas nutricionistas minha indagação é qual o motivo de estar ocorrendo isso nas escolas municipais”, questiona o vereador.
 
Odair relata que depois de constatada a situação na Sílvio Partenez, foi procurado por professores de outras escolas que relataram a mesma situação. “Diante disto, fizemos um requerimento que será protocolado na próxima sessão da Câmara para buscar informações sobre a questão de volume de recurso para a merenda e sua aplicabilidade”, fala o edil.
 
A questão da carne estragada foi o foco do vereador que diante distou identificou os demais problemas. “Semana passada chegou às escolas um carregamento de carne em estado de putrefação. O produto foi entregue pela empresa contratada de Cuiabá e que ganhou a licitação”, frisa. Por ser biólogo o vereador afirma conhecer um pouco da área de Controle de Produto de Origem Animal. “Se não tiver acompanhamento efetivo no local de origem, a carne acaba congelando e descongelando e mesmo assim mandada para o município. Na hora das cozinheiras abrirem os pacotes e se não estiverem bem atentas, pode acontecer de colocar a carne na panela, misturar os demais ingredientes, como batatinhas, repolho e tomate e neutralizar o odor, e acabar oferecendo carne estragada para os alunos”, comenta.
 
Odair lamenta que o fato de acordo com ele, poderia não ter caído no seu conhecimento. “Tentaram ocultar essa informação. O que me deixou bastante chateado. As servidoras da escola disseram que iam resolver internamente sem que os vereadores tivessem que ficar sabendo. Isso não pode acontecer. Os servidores têm que ajudar a cobrar”, lamenta. De acordo com o vereador, a Vigilância Sanitária acompanhou a troca da carne, no entanto, não sabia do fato da putrefação.
 
O diretor da escola Sílvio Paternez, José Fernandes, confirmou que de fato os alunos têm sofrido bastante neste início de ano, principalmente porque não estão se alimentando conforme oferecido no cardápio escolar. “Existem muitos itens que não tem chegado a tempo na escola e há cobrança da comunidade e dos alunos que vêem o cardápio exposto e questionam às servidoras, por que os alimentos não estão sendo oferecidos”, diz.
 
José Fernandes afirma que a escola está ‘em uma saia justa’. De acordo com ele, o que a Semec colocou é a dificuldade na questão da licitação. “Grande parte dos alimentos vem de uma empresa de Cuiabá, por isso há lentidão na chegada deles”, ressalta.
 
O diretor destacou que se a situação persistir vai chegar o dia que não haverá nenhum alimento para ser oferecido aos alunos. “Acreditamos no esforço da Semec. O secretário e sua equipe vão observar com bons olhos essa questão e fazer com que a merenda chegue às escolas com mais qualidade e nutrição”, finaliza.

Desenvolvimento da Leitura e Escrita através de Pesquisas



Autoras: SELMA PAULINA CARVALHO DE JESUS
LUCINEI ALVES NOGUEIRA PEREIRA
ESCOLA ESTADUAL VALE DO GUAPORÉ
A experimentação é uma prática fundamental para o crescimento do aluno na aprendizagem, diante disso é que se abrem várias portas para o professor trabalhar com aulas práticas, segundo as várias vertentes a que se propõe o meio escolar.

Dessa forma, as experiências além de ajudar no processo do desenvolvimento cognitivo, também auxiliam no desenvolvimento de conhecimentos científicos; assim as aulas práticas permitem que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos. Servem também como estratégia e podem auxiliar o professor a construir com os alunos uma nova visão sobre um mesmo tema.

Buscando estimular a aprendizagem é que a escola procura meios de trabalhar com projetos das mais diferentes formas. Com isso teve início o projeto desta turma( 2º Ano, II fase do 1 ciclo), com aulas dialogadas sobre as diversas vertentes do tema que originou-se em uma roda de conversa, com os alunos questionados sobre temas propostos para estudar durante o ano letivo 2012.

Através desta atividade foi possível observar o quanto nossos alunos apreciam atividades diferenciadas, interativas e participativas, onde podem construir e manipular diversos conhecimentos. A busca por respostas pode ser visivelmente ampliada quando trabalhamos teoria e prática lado a lado. Nesta abordagem, o aluno é o sujeito ativo do processo de ensino aprendizagem assim o professor deixa de ser somente o transmissor de conhecimentos e passa a ser facilitador ao criar condições para que os alunos aprendam em um ambiente de compromisso, em que ao estar na sala de aula por interesse e não por obrigação se sentem no dever de pesquisar e estudar. Segundo Pessoa (2001), durante uma atividade prática o docente pode estimular o aluno a gostar e a entender os conteúdos, fazendo isso através de práticas que partem da realidade do cotidiano dos alunos.

Conhecer os animais e observar o seu comportamento através de filmes, analise de imagens e experiências trazidas do cotidiano é uma forma de produzir conhecimentos e transmitir uns aos outros, o que motiva a pesquisa e a analise da proposta de aprendizagem. Um trabalho complementa o outro.
Após as discussões e diálogos do grupo chegou-se ao tema escolhido que foi o reino animal. Onde através do qual, levantaram alguns questionamentos, sendo estes: Como é a vida dos animais que moram na água? Como é a vida dos animais na floresta? Como é sua forma de se alimentar? Como acontece a sua reprodução?

Para a construção do tema com os alunos, visitamos o laboratório de zootecnia da Universidade do estado de Mato Grosso – UNEMAT campus Pontes e Lacerda/MT. Onde os alunos puderam observar os diversos animais catalogados pelos universitários e também conheceram um pouco sobre cada espécie, já que foram acompanhados por alguns acadêmicos do curso de Zootecnia que falaram para as crianças sobre as classes a que cada animal pertence e sua importância para a natureza. A visita ao laboratório propiciou aos alunos ver e observar as diversas partes que compõem o corpo dos animais, desde os invertebrados até os maiores vertebrados que existem no reino animal.

Com o decorrer deste trabalho a turma pode trabalhar a leitura, escrita e a produção de texto, durante o processo pode-se perceber o envolvimento com a aprendizagem através do conhecimento dos animais. Além de um estimulo para a escrita dos respectivos nomes de cada animal e consequentemente a leitura e sua história na vida do homem e na natureza. Os resultados são visíveis, pois as crianças ao final do projeto podem ler e compreender as palavras que escrevem.

Com isso no transcorrer das pesquisas e debates foram agregando novos conhecimentos, como também refutando. Um dos primeiros passos desta pesquisa foram os animais que podem ficar perto do homem, sem causar transtorno físico e mental ao mesmo, sendo que estes animais são classificados como animais domésticos. Contudo, há os que não podem viver próximo das pessoas pertencentes à classe conhecida como animais selvagens.

Outra classe estudada pela turma foi dos animais mamíferos e como se dá sua reprodução, estes animais são vivíparos, por ser gerado dentro da barriga da mãe.

Dando continuidade as nossas pesquisas em sala de aula, prosseguimos com o assunto sobre as aves, onde abordamos suas características, sua forma de reproduzir, de se alimentar e como também sua colaboração na polinização das plantas. Neste estudo fizemos a diferenciação entre os animais vertebrados e invertebrados.
Para conclusão do nosso projeto de trabalho analisamos sobre os anfíbios, répteis e peixes.

Currículo Escolar e a Comunicação como Base para a Formação Educativa



Patrícia Edí Ramos


            Esse texto elenca uma breve reflexão sobre o currículo escolar na visão de Carlos Eduardo Ferraço e também sobre a práxis do educador com o educando e vice-versa na visão de Paulo Freire. Nosso objetivo aqui vai além da busca de tentar entende o currículo escolar, mas também nos propomos repensar e discutir o que confere sentido e significado à comunicação visto que esta é a base para a formação educativa.
Em relação ao que se entende por currículo escolar nos atentamos para aquilo que Ferraço traz no texto Possibilidades para Entender o Currículo Escolar, em que o autor vem discutir sobre o fato de se associar o currículo escolar a um manual, uma receita ou mesmo uma prescrição, no qual há uma proposta prescrita com conteúdos e metodologias a serem seguidas, como se o currículo fosse um percurso ou trajetória a ser realizado. Assim segundo o autor, o currículo é visto como algo que se implanta sobre as pessoas, onde se tem o dever de formar sujeitos de acordo com o que está proposto no papel.
            Visto por este lado o autor Gimeno Sacristán (1995) defende a ideia de que a cultura escolar é muito mais do que conteúdos proposto em um papel, para o autor currículo escolar é uma análise do que realmente encontramos dentro do ambiente escolar, sendo de caráter cultural e social, visando sempre à melhoria das decisões educativas, por isso, quando falamos de currículo temos que pensar na realidade escolar, na multiplicidade cultural que vivenciamos na escola, pois é pensando nas diferenças que se consegue planejar e implantar o currículo escolar de forma ampla ou restrita, pois este deve abranger todas as atividades desenvolvidas dentro da escola.
 Enquanto projeto, o currículo é um guia para os encarregados de seu desenvolvimento, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica, uma ajuda para o professor, no entanto devemos entender que o currículo não é apenas uma prática pedagógica, mas sim uma série de ações.
O currículo não se trata de algo pronto e acabado, mas de algo a ser construído no dia-a-dia da escola, com a participação ativa de todos os interessados na atividade educacional, onde se valoriza o processo de vivência dos sujeitos, estando em constante mudança, portanto é imprescindível assegurar que os verdadeiros protagonistas assumam seus papéis e participem de forma direta e efetiva na construção e nas discussões acerca do currículo escolar.
 É pensando nas escolas, em seus sujeitos e em toda complexidade do campo educacional, que temos que redirecionar nossos olhares para destacar tudo aquilo que tem sido realizado no ambiente escolar, analisar a forma que tem sido feito e principalmente porque tem sido realizado, qual o objetivo desta prática ou mesmo deste projeto?
 Todas essas indagações proporcionam que a escola se envolva de forma efetiva com o currículo escolar e a assim a partir de discussões que geram novas ideias e troca de experiências é possível recriar e reinventar a cada dia a sala de aula, ou melhor, a escola. É através da prática do conhecimento construído, isto é, partilhado em que ocorre a partilha dos conteúdos, das experiências e também das novas ideias, expondo-os a críticas e a divergências que acabam por enriquecer a pesquisa de todos envolvidos. É a partir dessa prática que a educação é concebida como um ato político e de comunicação, pois comunicação é educação, é dialogo, “na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados” (Freire, 2001, p. 65).
É com esse olhar sobre o currículo escolar que devemos refletir sobre o momento que estamos vivenciando na educação, se pararmos alguns minutos para pensar em como era a educação a cem anos atrás em termos da prática pedagógica e pensarmos em como ela é atualmente, talvez possamos entender porque nossos alunos estão sempre cansados e entediados do cotidiano escolar.
Atualmente o aluno não se contenta mais com o rigor e o formalismo educacional, sentem se fadigados da mesmice, aonde todos os dias vão para sala de aula, sentam se em fileiras alinhadas, abrem o livro didático leem ou copiam conteúdo e ouve o professor explicar, muitas vezes leem textos didáticos e interpreta a partir daquilo que o autor propõe no próprio texto, sem que haja muitas vezes nenhuma contribuição do leitor que pode atribuir sentido ao texto a partir de sua própria trajetória sociocultural e seu mundo interior.
Com toda a tecnologia disponível é preciso que a escola esteja atualizada quanto aos fatos do mundo, que o professor torne o conteúdo mais atraente aos jovens, pois os alunos de agora não são os mesmo de vinte anos atrás, o aluno que temos em sala de aula hoje é muito mais prático e informado, não aceitam mais a prática do decorar.
Não é mais necessário que o professor seja o dono da verdade, que saiba tudo e tenha a resposta na ponta da língua, até porque na era da informação, isso se tornou impossível, aluno e professor tem que andar juntos de mãos dadas, ser uma equipe em busca do conhecimento e do aprendizado, ambos compartilham do mesmo interesse e objetivo que é aprender, então porque não o professor fazer uso de uma postura desarmada e aberta? Em que se torna muito mais fácil à relação aluno professor. Em relação e esse ato Paulo Freire, afirma:
 No momento em que o educador “bancário” vivesse a superação da contradição já não seria “bancário”. Já não faria depósitos. Já não tentaria domesticar. Já não prescreveria. Saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria a sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas a serviço da libertação. (Freire, 1987, p. 62).
A nosso ver o grande desafio dos educadores é justamente abandonar a situação de liderança, e passar a ser um agente transformador, crítico e reflexivo, transformando a escola em um ambiente em que a educação sirva para auxiliar no processo de transformação e de mudança. E não mais um local onde se disserte sobre conteúdos que nada tem a ver com os anseios e necessidades de uma sociedade. No entanto para que haja comunicação entre educador e educando é preciso que se estabeleçam de comum acordo conteúdos a serem trabalhados, e todo esse processo só é possível mediante uma metodologia libertadora, em que escola e aluno trabalhem juntos no processo do aprendizado, aluno aprendendo com a escola e vice-versa, essa situação hoje é totalmente possível graças à tecnologia que tomou conta do dia-a-dia de todos e principalmente dos alunos, que são grandes conhecedores dos equipamentos de informação e comunicação e cabe à escola redirecionar este conhecimento para um bom aprendizado, pois segundo Freire (1987, p. 38), é a práxis do educador com os educandos e vice-versa que cria o significado emancipador e não a tecnologia por si mesma, portanto é a ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo.  
A esse respeito os autores Paulo Freire e Shor afirmam, em seu livro Medo e Ousadia, que:
O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não é só uma questão de métodos e técnicas. Se a educação libertadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seriam algumas metodologias tradicionais por outras mais modernas, mas não é esse o problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade (Freire e Shor, 1993, p. 48).
            É pensando no ensino onde haja uma participação efetiva que se tornará possível uma aprendizagem concisa, pois ao vivenciarmos a prática do ensino-aprendizagem nas escolas nos deparamos com um lugar em permanente atualização, onde os sujeitos recriam e reinventam a cada dia, e é a partir de discussões em torno do currículo escolar que escola e aluno caminharam para uma educação transformadora, em que a cada dia ocorra à possibilidade de ambos aprenderem um com o outro, não esquecendo que os olhos do autor Ferraço estão voltados para os fazeres e saberes dos praticantes do cotidiano, que a escola seja um lugar onde se pratique currículos que não se deixem aprisionar a todo o momento por identidades culturais ou políticas, pois segundo o autor pensar o currículo de uma escola pressupõe viver seu cotidiano, incluindo se assim toda uma dinâmica das relações estabelecidas.



Referencial Bibliográfico

FERRAÇO, C. E. Currículos e Conhecimento em Rede. In: ALVES, N.; GARCIA, R. L. (Orgs.). O sentido da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
_______ (Org.). Cotidiano escolar, formação de professores (as) e currículo. São Paulo: Cortez, 2005.
FREIRE, P. 1987. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
________. 2001ª. Extensão ou Comunicação? 11ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
FREIRE, P.; SHOR, I.1993. Medo e Ousadia. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
GIMENO SACRISTÁN, J. Currículo e Diversidade Cultural. In: SILVA, T. T.; MOREIRA, A. F. (Orgs.). Territórios contestados. Petrópolis: Vozes, 1995.

O ENSINO DE MATEMÁTICA COM PERSPECTIVAS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.


 ARTIGO: O ENSINO DE MATEMÁTICA COM PERSPECTIVAS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.
                       *Sirlene Aparecida Henrique (Licenciatura Plena em Matemática)

O ensino da Matemática é um fator muito importante na construção da cidadania dos indivíduos, na medida em que a sociedade se utiliza cada vez mais de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. Nesse sentido a Matemática escolar deve estar ao alcance de todos, não deve ser considerada como algo pronto e acabado, mas sim a construção e a apropriação de um conhecimento que irá auxiliá-lo na compreensão e transformação de sua realidade.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais preveem que o ensino da Matemática deve explorar a intuição e a dedução dos alunos além de demonstrar a importância da disciplina no dia-a-dia, portanto propõe:

Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo a sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas. (PCNs, 1997, p.51)

Assim sendo, é importante que os alunos se sintam seguros quanto a sua aprendizagem e se tornem capazes de construir conhecimentos matemáticos, desenvolvendo desse modo sua autoestima, procurando sempre soluções para os problemas propostos, aprendendo a agir de maneira cooperativa, respeitando sempre o modo de pensar dos demais colegas e também aprendendo com eles.

È de fundamental importância que o professor através do preparo de suas aulas de Matemática vise contribuir na formação da ética dos indivíduos, procurando direcionar o trabalho no sentido de desenvolver atitudes, em que demonstrem confiança em si mesmo e nos outros, para que construam conhecimentos matemáticos, participando ativamente nas atividades para que as mesmas se tornem significativa.  O gosto do aluno pela Matemática deve ser alimentado pelo professor através de ações didáticas e pedagógicas durante todo o seu percurso escolar, segundo Reis (2006, p. 09):

As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam ser elaboradas a partir dos 4,5 anos de idade, portanto é vital que a base seja sólida, bem construída e bem trabalhada, para              que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros.               Mas é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática – é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar.

As escolas não podem mais formar pessoas passivas, que executem tarefas repetitivas, que se baseiem apenas em modelos, sem uso de criatividade ou de certa autonomia intelectual. As instituições escolares que ainda formam pessoas com essas características não estão preparando cidadãos capazes de se adaptarem às novas tecnologias e novos desafios da atualidade, ou seja, cidadãos conscientes e atuantes.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 1997, p.80):
          
 È por meio das trocas que estabelecem entre si, que os alunos passam a deixar de ver seus próprios pontos de vistas como verdades absolutas e a enxergar os pontos de vistas dos outros, comparando-os aos seus. Isso lhes permite comparar e analisar diferentes estratégias de solução.

O professor de Matemática tem um grande desafio dentro da sala de aula, um deles é à busca de procedimentos e ações que visam superar as dificuldades dos alunos em relação à aprendizagem Matemática, o outro é o desgosto que muitos deles, têm em relação à disciplina. O maior motivo desse desgosto relacionado a esta disciplina está vinculado ao desgastado método tradicional, com que muitos professores vêm desenvolvendo o ensino de Matemática, resultandoo desinteresse dos alunos em frequentar as aulas, pois a insatisfação destes em relação às aulas é oriunda de uma prática desmotivadora, abstrata e fora do contexto do aluno. É notório que o ensino de Matemática e seus educadores estão diante de um grande desafio neste novo milênio e, segundo D’Ambrósio (2001, p. 15), “o grande desafio que nós, educadores matemáticos, encontramos é tornar a matemática interessante, isto é, útil, atual, isto é, integrada no mundo de hoje”.

As dificuldades encontradas por professores e alunos no ensino-aprendizagem são muitas e conhecidas. Por um lado o aluno não consegue entender a Matemática que a escola lhe ensina, pois na maioria das vezes, trata-se de uma Matemática correta, mas irrelevante e desinteressante para o aluno, contribuindo para que o mesmo acabe se distanciando do acesso a esse saber que é fundamental para a sua formação integral.

A Matemática da escola, da forma em que vem sendo ministrada por muitos professores, na maioria das vezes através da metodologia tradicional da aula expositiva, através da qual o professor resume sua aula nessas três etapas: apresentação do ponto, resolução de um ou mais exercícios modelo, e proposição de uma série de exercícios para os alunos resolverem, não tem contribuído para despertar o interesse nos alunos.  Vasconcellos (1999) tece várias críticas relacionadas à condução desta metodologia muito usada atualmente e que perdeu muito da sua concepção original cujo ritual era constituído por passos didáticos importantes seguidos pelo professor, dentre eles citamos os propostos por Herbart (apud Vasconcellos, 1999, p. 18): “Preparação, Apresentação, Assimilação, Generalização e Aplicação”.

Segundo Lorenzato (2006, p.21): “O ensino da matemática precisa ser planejado e ministrado tendo em vista o complexo contexto de identificação de seus alunos, considerando e respeitando a cultura deles, bem como suas cooperações, necessidades e possibilidades”.

A Matemática não deve ser apresentada como “pronta e acabada”, mas construí-la com os alunos a partir do seu surgimento, através da sua história e evoluir nos conteúdos até a sua aplicação no dia de hoje, sempre de uma forma construtiva, onde o aluno será o agente ativo dessa construção.

Diante dessa realidade, temos o desafio de tornar as aulas de Matemáticas mais significativas para os alunos. O que caracteriza uma aprendizagem como sendo significativa é o fato de envolver o indivíduo como um todo. Esta deve ir de encontro com as suas necessidades, gerando um desafio para o mesmo, o que o impulsionará para que vá a busca daquilo que necessita aprender. Como ponto de partida o professor deve diagnosticar o que os alunos já conhecem sobre os conteúdos a serem estudados, para que possa planejar atividades com o intuito de fazer com que os mesmos avancem em seu aprendizado.

Deste modo o professor deve valorizar o conhecimento prévio do aluno, buscando aproximar o saber escolar do universo cultural em que o mesmo se encontra inserido. Lembrando que a valorização desses saberes é muito importante para a superação de preconceitos e socialização entre aluno-professor e aluno-aluno.

Ensinar a Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. É necessário que o aluno saiba que a utilidade da Matemática ultrapassa os muros da escola.

Ao aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um aprender mecânico e repetitivo, de fazer sem saber o que faz e por que faz. Mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando e compreendendo.

De acordo com Lorenzato (2006, p.27):

Ninguém vai a lugar algum sem partir de onde está, toda a aprendizagem a ser construída pelo aluno deve partir daquela que ele possui, isto é, para ensinar é preciso partir do que ele conhece, o que também significa valorizar o passado do aprendiz, seu saber extraescolar, sua cultura primeira adquirida antes da escola, enfim, sua experiência de vida.

O cotidiano está repleto de situações matemáticas, portanto, devemos aproveitar essas situações para reforçar a aprendizagem significativa e os vínculos entre os mesmos, o educando deve perceber que o professor é seu parceiro e amigo, com quem ele pode interagir questionar e tirar dúvidas.

Desse modo, cabe à escola, através do professor e de suas metodologias diferenciadas, contribuírem para sanar as dificuldades durante o processo de ensino-aprendizagem proporcionando aulas mais interessantes e envolventes, onde os alunos se integrem e demonstrem mais interesse e participação.