Mostra revela tecnologias para sala de aula
TweetDetalhes Publicado em Sexta, 08 Julho 2011 21:47 . . Pesquisas nas áreas de robótica, aviação, saúde, ações de sustentabilidade, economia no campo, processos industriais, energia eólica foram alguns dos temas apresentados em 35 projetos de estudantes da rede estadual de ensino que participaram da V Mostra de Ciências, Tecnologia e Inovação. Amostra que aconteceu entre os dias 5 e 7, no Centro de Eventos do Pantanal reuniu representantes de 21 municípios do Estado. No total, 50 estandes foram montados para comportar as ideias criadas pelos alunos da rede pública (municipal e estadual).
O Centro de Eventos do Pantanal foi transformado em um grande expoente dos trabalhos de pesquisas realizados nas unidades da rede pública. Boa vontade, curiosidade, empenho foram ingredientes presentes em todas as equipes selecionadas para participar da V Mostra.
Robôs, criados com materiais de uso pedagógico, figuraram como uma das atrações da Mostra. Desenvolvidos pelos estudantes do Ensino Médio Integrado de Informática da Escola Estadual Nilo Póvoas, de Cuiabá, o projeto “Emprego do raciocínio lógico na automação de robôs construídos com kits educacionais”, as máquinas despertaram intensa curiosidade.
“Fizemos um trabalho na escola com dez alunos e provamos que é possível aprender a trabalhar na construção de um software simples e na criação de uma máquina em quatro horas”, explica o estudante do 2º ano do Ensino Médio, Bruno Silva Afonso. “Abrimos dez vagas para interessados e, dos inscritos, seis construíram as máquinas no prazo estipulado. É uma ação extremamente estimulante”, complementa o aluno Yuri William. O trabalho foi desenvolvido sob a orientação da professora Alexandra Mazei Silva. Em setembro, os estudantes irão apresentar o trabalho desenvolvido durante a Olimpíada Brasileira de Robótica, que será realizada no Estado de Minas Gerais.
“Sem dúvida o potencial dos estudantes é estimulado”, pontua a professora Edenilza Monteiro Vaillant, que atua na Escola Estadual Liceu Cuiabano Maria de Arruda Muller, na Capital. Unindo turmas de 1º e 2 º ano do Ensino Médio, a unidade levou para V Mostra o projeto “Túnel de Vento”. Na prática, os estudantes recriaram as condições empregadas para fazer com que uma aeronave consiga realizar um voo. “Levamos um mês para a montagem da estrutura”, conta orgulhoso o estudante Paulo Henrique Lara Mariguela. Todo o desenvolvimento do projeto foi realizado no laboratório de física da unidade escolar. A atividade envolveu as disciplinas de Física, Geografia, Informática, Química e Matemática e teve auxílio dos professores José Cavalcante Rocha Neto e Erika Daron.
Da cidade de Campo Verde (138 km de Cuiabá), os alunos do Ensino Médio Integrado da escola de campo, Alice Barbosa Pacheco, Edimar Pereira de Oliveira e Ana Paula de Santana, apresentaram o projeto “Matemática e Economia Agrícola”. Usando duas calculadoras científicas e equipamentos como um contador de sementes e dois medidores, sendo um de adubos e outro de metros, eles criaram mecanismos para evitar o desperdício de sementes e adubo durante o plantio. A aparelhagem deve ser acoplada a uma máquina plantadeira e possui enorme custo benefício. “Podemos saber ainda à distância percorrida pela máquina plantadeira. Tudo isso por cerca de R$ 100”, explica Edimar que trabalha junto com os pais em plantações de soja e milho. Todo o desenvolvimento da pesquisa teve a orientação da professora Priscila Rocha.
Do total de projetos apresentados, dez serão selecionados por equipe composta por representantes da Secretaria de Educação (Seduc), Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para participarem da ‘Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação’, que ocorrerá entre 17 a 21 de outubro, também no Centro de Eventos Pantanal.
O desenvolvimento da Mostra é fruto de uma parceria entre Seduc e Secitec.
Da redação com Secom-MT
sábado, 9 de julho de 2011
MT- Mostra revela tecnologias para sala de aula
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Presídios de SP adotam computadores para presos estudarem
A Evesp (Escola Virtual de Programas Educacionais), criada hoje por decreto pelo governador Geraldo Alckmin, deve começar a funcionar neste semestre nos presídios paulistas
A Evesp (Escola Virtual de Programas Educacionais), criada hoje por decreto pelo governador Geraldo Alckmin, deve começar a funcionar neste semestre nos presídios paulistas. O objetivo é oferecer material de estudo em formato digital como suporte ao ensino presencial – com a presença do professor – a 12 mil presos já participantes do programa de ensino de jovens e adultos. Será possível, por exemplo, resolver exercícios e estudar com a ajuda do computador.
A primeira etapa do projeto inclui também o apoio ao ensino presencial de inglês a 50 mil alunos do ensino médio da rede pública, o que deve ser levado a cabo somente no segundo semestre. A Evesp vai ser utilizada por alunos dos CELs (Centros de Ensino de Línguas Estrangeiras). “Em município menores, que não têm esses centros, haverá alternativas”, explica Nina Beatriz Ranieri, assessoria especial da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
O responsável por coordenar a Evesp ainda não está definido. Mas já se sabe que, posteriormente, a iniciativa deve se expandir para o ensino de outros conteúdos além das línguas estrangeiras. “Podemos atuar, por exemplo, nas escolas indígenas”, diz Nina. “Trata-se de um instrumento adicional de ensino, que não tem por objetivo substituir o atual.”
A Evesp baseia-se na experiência e metodologia da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), programa de expansão do ensino superior criado em outubro de 2008. Com uma diferença: a universidade utiliza o ensino a distância com momentos presenciais, enquanto a escola pretende aplicar a tecnologia como suporte ao presencial.
Com informações da Agência Estado
Fonte: UOL Educação 24/05/2011
A Evesp (Escola Virtual de Programas Educacionais), criada hoje por decreto pelo governador Geraldo Alckmin, deve começar a funcionar neste semestre nos presídios paulistas. O objetivo é oferecer material de estudo em formato digital como suporte ao ensino presencial – com a presença do professor – a 12 mil presos já participantes do programa de ensino de jovens e adultos. Será possível, por exemplo, resolver exercícios e estudar com a ajuda do computador.
A primeira etapa do projeto inclui também o apoio ao ensino presencial de inglês a 50 mil alunos do ensino médio da rede pública, o que deve ser levado a cabo somente no segundo semestre. A Evesp vai ser utilizada por alunos dos CELs (Centros de Ensino de Línguas Estrangeiras). “Em município menores, que não têm esses centros, haverá alternativas”, explica Nina Beatriz Ranieri, assessoria especial da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
O responsável por coordenar a Evesp ainda não está definido. Mas já se sabe que, posteriormente, a iniciativa deve se expandir para o ensino de outros conteúdos além das línguas estrangeiras. “Podemos atuar, por exemplo, nas escolas indígenas”, diz Nina. “Trata-se de um instrumento adicional de ensino, que não tem por objetivo substituir o atual.”
A Evesp baseia-se na experiência e metodologia da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), programa de expansão do ensino superior criado em outubro de 2008. Com uma diferença: a universidade utiliza o ensino a distância com momentos presenciais, enquanto a escola pretende aplicar a tecnologia como suporte ao presencial.
Com informações da Agência Estado
Fonte: UOL Educação 24/05/2011
Prova para ingresso na docência deve estar atrelada a plano de carreira e salário
Nos últimos anos a professora e socióloga Aparecida Neri Souza, da Faculdade de Educação da Unicamp, tem se dedicado a pesquisas sobre as relações do trabalho no campo educacional. Em entrevista concedida esta semana ao Observatório da Educação, ela fala sobre carreira docente e a proposta de criação de uma prova nacional de concurso para o ingresso na docência no ensino básico.
Nos últimos anos a professora e socióloga Aparecida Neri Souza, da Faculdade de Educação da Unicamp, tem se dedicado a pesquisas sobre as relações do trabalho no campo educacional. Em entrevista concedida esta semana ao Observatório da Educação, ela fala sobre carreira docente e a proposta de criação de uma prova nacional de concurso para o ingresso na docência no ensino básico. Aparecida ressalta a necessidade de construção de uma carreira que garanta evolução salarial sem que seja necessário ao professor sair da sala de aula, além da importância de formação contínua e gestão democrática nas escolas.
Confira abaixo a íntegra da pesquisa
Como está o processo de criação da prova nacional para ingresso na carreira docente?
As entidades científicas compõem um grupo de trabalho, o comitê de governança, localizado no INEP, e têm feito discussões com o ministro em torno dessa prova. Não está mais em discussão se vai haver ou não. As entidades concordaram com a existência dela, desde que não seja mais um exame, mas uma prova em que os municípios decidem se aderem ou não. Ao aderirem, podem tomar decisão se será única forma de seleção para ingressar na carreira ou se é parte do concurso de ingresso. Isso reafirma um princípio, o de que todos os professores devem ser contratados mediante um concurso público de provas e títulos, e diplomas. É respeito a um dispositivo constitucional, a uma forma de contratação. Como ela é dispendiosa, os municípios podem utilizar recurso da prova nacional. O plano de adesão exige plano de carreira e piso salarial, compreendendo essa prova como de ingresso na carreira.
E o que está em discussão no momento?
O que estamos discutindo agora é que não é possível pensar em prova sem articular com carreira e salário. Precisa estar articulado com plano de careira e remuneração. Não é possível pensar separadamente. O princípio que deve ser mantido para qualquer governo, o concurso de ingresso para uma careira, está relacionado a ingressar e construir possibilidade de caminhar na carreira, que não deve estimular professor a sair do trabalho docente. Mas é isso o que acontece atualmente: para ter melhores salários, os professores têm que sair da carreira e se tornar gestores.
O professor faz um percurso, que deve estar vinculado com formação contínua. É o direito à formação contínua, vinculada a salários e jornada. Além disso, seria interessante o professor ingressante ter direito a um acompanhamento, a um processo de acompanhamento do começo de sua trajetória por outro colega. Atualmente, o jovem professor passa num concurso e no dia seguinte está na sala de aula, sem acompanhamento. No período probatório, é feita uma avaliação pela direção, mas não há acompanhamento para discutir dificuldades. A carreira também contempla a ideia de que é preciso acompanhar professores ingressantes. Em outros países, professores que passam em concurso têm jornadas diferenciadas e um colega como tutor, para acompanhar trabalho.
São esses os princípios que deveriam nortear a elaboração do novo plano de carreira em São Paulo?
Sim, trata-se da valorização do trabalho docente, sem que saia da sala de aula. É preciso haver formação inicial para ingresso na carreira, acoplada a processo de concursos e provas contínuas, formação contínua como um direito, e a remuneração. Se compararmos os salários de professores das universidades com os do ensino básico, é uma disparidade muito grande, é uma vergonha que nossos colegas do ensino básico ganhem tão pouco. Existem diferenças, o contrato de trabalho do professor universitário contempla o tripé ensino, pesquisa e extensão, e o do professor do ensino básico apenas docência, mas não é possível que tenhamos salários tão díspares, é constrangedor. Acho que o grande problema é pensar a remuneração de professores, que não é salário base, o piso deve ser o salário base sem complementos, sobre o qual incidirão os demais direitos. Isso é fundamental para pensar a carreira.
As jornadas devem estar vinculadas ao direito à formação. É preciso também levar em conta, na medida em que o professor avança na carreira, sua experiência. Conforme avançam, que diminua o trabalho em sala de aula e comecem a trabalhar na entrada dos novos professores. Essa é uma dimensão importantíssima: se na escola tem professores em determinado estágio da carreira docente, com conhecimento e que podem acompanhar ingressantes, a jornada deve contemplar isso. A jornada deve ser composta por trabalho em sala de aula, atividade para preparar aula, formação contínua e processo de formação dos outros que chegam. Seria uma carreira que leva em conta o conhecimento que o professor tem do campo.
E como relacionar plano de carreira com gestão democrática?
Pela participação dos professores no coletivo. O grupo que trabalharia com jovens professores, por exemplo, deve fazê-lo discutindo no interior da escola o projeto pedagógico. O grupo de professores mais avançados na carreira pode contribuir para o coletivo refletir sobre o trabalho. Além disso, os professores poderiam ser eleitos para dirigir escola, ser coordenador, participar de formação contínua. Isso faz parte da carreira, que contemple atividades não só na sala de aula. Seria muito interessante e possibilitaria a construção do projeto de educação da escola pública a partir do chão da escola. É utopia, mas temos chance.
As escolas atualmente não têm essas condições, o professor tem que dar aulas em duas escolas, por exemplo. É um abuso: para completar jornada, o professor tem que dar aula em várias disciplinas diferentes. Se isso fosse construído, teríamos adesão de jovens ao magistério, que é hoje sempre segunda opção diante do mercado de trabalho. Com esses salários pagos aos professores e as condições dadas, é difícil encontrar jovem que tope. Deveria ter remuneração que expressasse o reconhecimento de que a docência é trabalho qualificado importante, mas da forma como está, não é possível trazer para dentro da escola os jovens que estão saindo das universidades.
E como atrelar plano de carreira com avaliação do trabalho?
Deve ser avaliação pelos pares, seria discussão do trabalho dos professores. É preciso ter momentos avaliativos, são importantes para quem é avaliado, pois permite que redefina o trabalho, aponte dificuldades, problemas. Mas para isso, há uma dimensão que é o professor se compreender dentro de um conjunto.
No meu curso, por exemplo, há um momento em que alunos avaliam meu trabalho, as dificuldades que têm, fazem propostas, e avaliam seu próprio trabalho, no que os problemas que enfrentamos são meus, coletivos e deles. Assim a gente se compreende. A avaliação pode ser momento em que escola se repensa. Não é para ranquear, mas para que o professor com dificuldades encontre um processo de formação. Assim é possível construir um projeto com professor com dificuldades. Isso faz parte do processo coletivo de construção da escola.
Fonte: Observatório da Educação 17/06/2011
Nos últimos anos a professora e socióloga Aparecida Neri Souza, da Faculdade de Educação da Unicamp, tem se dedicado a pesquisas sobre as relações do trabalho no campo educacional. Em entrevista concedida esta semana ao Observatório da Educação, ela fala sobre carreira docente e a proposta de criação de uma prova nacional de concurso para o ingresso na docência no ensino básico. Aparecida ressalta a necessidade de construção de uma carreira que garanta evolução salarial sem que seja necessário ao professor sair da sala de aula, além da importância de formação contínua e gestão democrática nas escolas.
Confira abaixo a íntegra da pesquisa
Como está o processo de criação da prova nacional para ingresso na carreira docente?
As entidades científicas compõem um grupo de trabalho, o comitê de governança, localizado no INEP, e têm feito discussões com o ministro em torno dessa prova. Não está mais em discussão se vai haver ou não. As entidades concordaram com a existência dela, desde que não seja mais um exame, mas uma prova em que os municípios decidem se aderem ou não. Ao aderirem, podem tomar decisão se será única forma de seleção para ingressar na carreira ou se é parte do concurso de ingresso. Isso reafirma um princípio, o de que todos os professores devem ser contratados mediante um concurso público de provas e títulos, e diplomas. É respeito a um dispositivo constitucional, a uma forma de contratação. Como ela é dispendiosa, os municípios podem utilizar recurso da prova nacional. O plano de adesão exige plano de carreira e piso salarial, compreendendo essa prova como de ingresso na carreira.
E o que está em discussão no momento?
O que estamos discutindo agora é que não é possível pensar em prova sem articular com carreira e salário. Precisa estar articulado com plano de careira e remuneração. Não é possível pensar separadamente. O princípio que deve ser mantido para qualquer governo, o concurso de ingresso para uma careira, está relacionado a ingressar e construir possibilidade de caminhar na carreira, que não deve estimular professor a sair do trabalho docente. Mas é isso o que acontece atualmente: para ter melhores salários, os professores têm que sair da carreira e se tornar gestores.
O professor faz um percurso, que deve estar vinculado com formação contínua. É o direito à formação contínua, vinculada a salários e jornada. Além disso, seria interessante o professor ingressante ter direito a um acompanhamento, a um processo de acompanhamento do começo de sua trajetória por outro colega. Atualmente, o jovem professor passa num concurso e no dia seguinte está na sala de aula, sem acompanhamento. No período probatório, é feita uma avaliação pela direção, mas não há acompanhamento para discutir dificuldades. A carreira também contempla a ideia de que é preciso acompanhar professores ingressantes. Em outros países, professores que passam em concurso têm jornadas diferenciadas e um colega como tutor, para acompanhar trabalho.
São esses os princípios que deveriam nortear a elaboração do novo plano de carreira em São Paulo?
Sim, trata-se da valorização do trabalho docente, sem que saia da sala de aula. É preciso haver formação inicial para ingresso na carreira, acoplada a processo de concursos e provas contínuas, formação contínua como um direito, e a remuneração. Se compararmos os salários de professores das universidades com os do ensino básico, é uma disparidade muito grande, é uma vergonha que nossos colegas do ensino básico ganhem tão pouco. Existem diferenças, o contrato de trabalho do professor universitário contempla o tripé ensino, pesquisa e extensão, e o do professor do ensino básico apenas docência, mas não é possível que tenhamos salários tão díspares, é constrangedor. Acho que o grande problema é pensar a remuneração de professores, que não é salário base, o piso deve ser o salário base sem complementos, sobre o qual incidirão os demais direitos. Isso é fundamental para pensar a carreira.
As jornadas devem estar vinculadas ao direito à formação. É preciso também levar em conta, na medida em que o professor avança na carreira, sua experiência. Conforme avançam, que diminua o trabalho em sala de aula e comecem a trabalhar na entrada dos novos professores. Essa é uma dimensão importantíssima: se na escola tem professores em determinado estágio da carreira docente, com conhecimento e que podem acompanhar ingressantes, a jornada deve contemplar isso. A jornada deve ser composta por trabalho em sala de aula, atividade para preparar aula, formação contínua e processo de formação dos outros que chegam. Seria uma carreira que leva em conta o conhecimento que o professor tem do campo.
E como relacionar plano de carreira com gestão democrática?
Pela participação dos professores no coletivo. O grupo que trabalharia com jovens professores, por exemplo, deve fazê-lo discutindo no interior da escola o projeto pedagógico. O grupo de professores mais avançados na carreira pode contribuir para o coletivo refletir sobre o trabalho. Além disso, os professores poderiam ser eleitos para dirigir escola, ser coordenador, participar de formação contínua. Isso faz parte da carreira, que contemple atividades não só na sala de aula. Seria muito interessante e possibilitaria a construção do projeto de educação da escola pública a partir do chão da escola. É utopia, mas temos chance.
As escolas atualmente não têm essas condições, o professor tem que dar aulas em duas escolas, por exemplo. É um abuso: para completar jornada, o professor tem que dar aula em várias disciplinas diferentes. Se isso fosse construído, teríamos adesão de jovens ao magistério, que é hoje sempre segunda opção diante do mercado de trabalho. Com esses salários pagos aos professores e as condições dadas, é difícil encontrar jovem que tope. Deveria ter remuneração que expressasse o reconhecimento de que a docência é trabalho qualificado importante, mas da forma como está, não é possível trazer para dentro da escola os jovens que estão saindo das universidades.
E como atrelar plano de carreira com avaliação do trabalho?
Deve ser avaliação pelos pares, seria discussão do trabalho dos professores. É preciso ter momentos avaliativos, são importantes para quem é avaliado, pois permite que redefina o trabalho, aponte dificuldades, problemas. Mas para isso, há uma dimensão que é o professor se compreender dentro de um conjunto.
No meu curso, por exemplo, há um momento em que alunos avaliam meu trabalho, as dificuldades que têm, fazem propostas, e avaliam seu próprio trabalho, no que os problemas que enfrentamos são meus, coletivos e deles. Assim a gente se compreende. A avaliação pode ser momento em que escola se repensa. Não é para ranquear, mas para que o professor com dificuldades encontre um processo de formação. Assim é possível construir um projeto com professor com dificuldades. Isso faz parte do processo coletivo de construção da escola.
Fonte: Observatório da Educação 17/06/2011
Com quase 3.000 emendas, PNE deve ficar para 2012
O projeto de lei que criará o novo PNE (Plano Nacional de Educação), enviado ao Congresso Nacional no fim de 2010, recebeu 2.919 emendas parlamentares na comissão especial que analisa a matéria na Câmara. O documento irá estabelecer 20 metas educacionais que o país precisa cumprir até o fim da década. O relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), tinha previsão de terminar o relatório em agosto, mas, diante do número recorde de emendas, o texto deve ser concluído em setembro.
O projeto de lei que criará o novo PNE (Plano Nacional de Educação), enviado ao Congresso Nacional no fim de 2010, recebeu 2.919 emendas parlamentares na comissão especial que analisa a matéria na Câmara. O documento irá estabelecer 20 metas educacionais que o país precisa cumprir até o fim da década. O relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), tinha previsão de terminar o relatório em agosto, mas, diante do número recorde de emendas, o texto deve ser concluído em setembro.
Depois da apresentação do relatório, abre-se novo prazo para apresentação de emendas. O presidente da comissão especial, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), prevê que a tramitação do plano na Câmara seja concluída até novembro, quando o texto será encaminhado ao Senado. Apesar de boa parte das emendas serem repetidas, a comissão discute com o centro de informática da Casa a criação de um software que seja capaz de classificá-las por tema para facilitar a análise por parte do relator. Gastão defende que não deve haver pressa para aprovar o novo PNE, apesar de o plano anterior ter perdido sua validade em dezembro de 2010 e o prazo de implantação do próximo ter começado neste ano.
“Todos os movimentos sociais queriam que o plano fosse aprovado o mais rápido possível, mas essa pressão até já diminuiu um pouco. É um plano que vai mexer com toda a estrutura da educação brasileira, não dá para fazer dessa forma. Temos os problemas de financiamento, por exemplo, que o próprio ministro não conseguiu dizer claramente qual será a solução”, explica Gastão.
A meta de número 20 do plano é uma das mais polêmicas: ela prevê que o país amplie para 7% do PIB (Produto Interno Bruto) o percentual de investimento público em educação – hoje esse patamar é em torno de 5%. Boa parte das emendas querem alterar a meta para 10%, atendendo a uma reivindicação das entidades da área.
Para a diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, a questão do PIB é uma “ficção”: não adianta determinar o aumento dos investimentos se o plano não indicar quais serão as novas fontes de recurso. “A participação é tão grande [da apresentação de emendas], mas me preocupo se de fato a gente vai ter um documento com as características de um plano nacional, que não pode entrar no detalhe e querer determinar políticas para Estados e municípios, ele precisa ser mais macro”, afirma.
Ela avalia que o debate é importante e que todas as emendas precisam ser avaliadas, mas defende que o próximo PNE precisa ser factível para que não se repita o que ocorreu no plano anterior, quando a maioria das metas foi descumprida.
“Eu adoraria ter metas com 100% das crianças aprendendo e 100% das crianças na creche, é claro. Mas temos que entender que há um caminho para chegar lá. O plano precisa ser ao mesmo tempo ambicioso e factível”, acredita.
Seguindo para o Senado em novembro, o PNE passará por uma nova rodada de discussões em um ano de eleições municipais. “O PSDB, que é oposição, é muito ativo no Senado, especialmente nos temas de educação. Também temos que conciliar os anseios dos planos com os dos governadores e no Senado há muitos ex-governadores. Ninguém aprova um documento com tanta complexidade em um prazo curto”, avalia Gastão.
Agência Brasil 20/06/2011
O projeto de lei que criará o novo PNE (Plano Nacional de Educação), enviado ao Congresso Nacional no fim de 2010, recebeu 2.919 emendas parlamentares na comissão especial que analisa a matéria na Câmara. O documento irá estabelecer 20 metas educacionais que o país precisa cumprir até o fim da década. O relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), tinha previsão de terminar o relatório em agosto, mas, diante do número recorde de emendas, o texto deve ser concluído em setembro.
Depois da apresentação do relatório, abre-se novo prazo para apresentação de emendas. O presidente da comissão especial, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), prevê que a tramitação do plano na Câmara seja concluída até novembro, quando o texto será encaminhado ao Senado. Apesar de boa parte das emendas serem repetidas, a comissão discute com o centro de informática da Casa a criação de um software que seja capaz de classificá-las por tema para facilitar a análise por parte do relator. Gastão defende que não deve haver pressa para aprovar o novo PNE, apesar de o plano anterior ter perdido sua validade em dezembro de 2010 e o prazo de implantação do próximo ter começado neste ano.
“Todos os movimentos sociais queriam que o plano fosse aprovado o mais rápido possível, mas essa pressão até já diminuiu um pouco. É um plano que vai mexer com toda a estrutura da educação brasileira, não dá para fazer dessa forma. Temos os problemas de financiamento, por exemplo, que o próprio ministro não conseguiu dizer claramente qual será a solução”, explica Gastão.
A meta de número 20 do plano é uma das mais polêmicas: ela prevê que o país amplie para 7% do PIB (Produto Interno Bruto) o percentual de investimento público em educação – hoje esse patamar é em torno de 5%. Boa parte das emendas querem alterar a meta para 10%, atendendo a uma reivindicação das entidades da área.
Para a diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, a questão do PIB é uma “ficção”: não adianta determinar o aumento dos investimentos se o plano não indicar quais serão as novas fontes de recurso. “A participação é tão grande [da apresentação de emendas], mas me preocupo se de fato a gente vai ter um documento com as características de um plano nacional, que não pode entrar no detalhe e querer determinar políticas para Estados e municípios, ele precisa ser mais macro”, afirma.
Ela avalia que o debate é importante e que todas as emendas precisam ser avaliadas, mas defende que o próximo PNE precisa ser factível para que não se repita o que ocorreu no plano anterior, quando a maioria das metas foi descumprida.
“Eu adoraria ter metas com 100% das crianças aprendendo e 100% das crianças na creche, é claro. Mas temos que entender que há um caminho para chegar lá. O plano precisa ser ao mesmo tempo ambicioso e factível”, acredita.
Seguindo para o Senado em novembro, o PNE passará por uma nova rodada de discussões em um ano de eleições municipais. “O PSDB, que é oposição, é muito ativo no Senado, especialmente nos temas de educação. Também temos que conciliar os anseios dos planos com os dos governadores e no Senado há muitos ex-governadores. Ninguém aprova um documento com tanta complexidade em um prazo curto”, avalia Gastão.
Agência Brasil 20/06/2011
Missão da escola do Século 21 é nos proteger de nós mesmos, diz autor de “Mundo Sustentável”
Já reparou que, quando o assunto é educação, tudo no Brasil é urgente? Salários dignos para os professores, escolas bem aparelhadas, universalização digital, etc. Educação é um raríssimo consenso nacional e, apesar disso, a impressão que fica é a de que os avanços, embora existam, se diluem frente a tantas demandas urgentes. (André Trigueiro)
Por André Trigueiro
Já reparou que, quando o assunto é educação, tudo no Brasil é urgente? Salários dignos para os professores, escolas bem aparelhadas, universalização digital, etc. Educação é um raríssimo consenso nacional e, apesar disso, a impressão que fica é a de que os avanços, embora existam, se diluem frente a tantas demandas urgentes.
Tão preocupante quanto a extensa lista de prioridades – o que deveria inspirar um grande projeto nacional apartidário e de longo prazo – é reconhecer que os debates sobre modernização dos conteúdos pedagógicos ficam invariavelmente em segundo plano. Uma escola descontextualizada de seu tempo, encapsulada nas rotinas burocráticas que apequenam sua perspectiva transformadora, está condenada ao marasmo que entorpece sua história e o seu legado. É uma escola que não consegue mobilizar professores, alunos e a comunidade ao seu redor em torno de objetivos comuns que emprestem sentido à existência da própria instituição.
Qual a função social da escola num mundo que experimenta uma crise ambiental sem precedentes na história da humanidade? Nossa capacidade de redesenhar o modelo de desenvolvimento e construir uma nova cultura baseada em valores sustentáveis depende fundamentalmente da coragem de mudar o que está aí. Que ajustes poderiam ser aplicados à grade curricular para tornar essa escola mais apta a preparar esses jovens para os imensos desafios que temos pela frente? Que novos gêneros de informação deveriam mobilizar a comunidade escolar na busca por respostas para questões pontuais sobre as quais não é mais possível negar a importância ou a urgência do enfrentamento? Como preparar essas novas gerações para um mundo que projeta um futuro difícil e extremamente desafiador em função das mudanças climáticas, escassez de água doce e limpa, produção monumental de lixo, destruição sistemática da biodiversidade, transgenia irresponsável, crescimento desordenado e caótico das cidades, entre outros fatores que geram desequilíbrio e instabilidade?
O mundo mudou e a educação deve acompanhar as mudanças em curso. Nossa espécie é responsável pelo maior nível de destruição jamais visto em nenhum outro período da história e, se somos parte do problema, devemos ser parte da solução. Mas não há solução à vista sem educação de qualidade e urgente que estabeleça novas competências, novas linhas de investigação científica, um novo entendimento sobre o modelo de desenvolvimento em que estamos inseridos e a percepção do risco iminente de colapso. Precisamos promover uma reengenharia de processos em escala global que inspire novos e importantes movimentos em rede. Isso não será possível sem as escolas.
A escola de hoje deve ser o espaço da reinvenção criativa, um laboratório de ideias que nos libertem do jugo das “verdades absolutas”, dos dogmas raivosos que insistem em retroalimentar um modelo decadente. Pobres dos alunos que passam anos na escola sem serem minimamente estimulados a participar dessa grande “concertação” em favor de um mundo melhor e mais justo. Quantos talentos adormecidos, quanto tempo e energia desperdiçados, quanta aversão acumulada ao espaço escolar justamente pelo desinteresse brutal e legítimo da garotada a algo que não lhes toca o coração, não lhes instiga positivamente o intelecto, não lhes nutre o espírito? Qual o futuro dessa escola? São cadáveres insepultos.
Uma escola que use a sustentabilidade como mote desse revirão pedagógico amplo e inovador terá como princípio ético a construção de um mundo onde tudo o que se faça, onde quer que estejamos, considere os limites dos ecossistemas, a capacidade de suporte de um planeta onde os recursos são finitos. Temos ciência, tecnologia e conhecimento para isso. Novas gerações de profissionais das mais variadas áreas serão desafiados a respeitar esse princípio sem prejuízo de sua atividade fim. Tudo isso poderia ser resumido em uma palavra: sobrevivência. A mais nobre missão das escolas no Século 21 será nos proteger de nós mesmos.
Ainda há tempo.
* André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação. Apresenta o Jornal das Dez e é editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.
Fonte: Envolverde/ site Mundo Sustentável
Por André Trigueiro
Já reparou que, quando o assunto é educação, tudo no Brasil é urgente? Salários dignos para os professores, escolas bem aparelhadas, universalização digital, etc. Educação é um raríssimo consenso nacional e, apesar disso, a impressão que fica é a de que os avanços, embora existam, se diluem frente a tantas demandas urgentes.
Tão preocupante quanto a extensa lista de prioridades – o que deveria inspirar um grande projeto nacional apartidário e de longo prazo – é reconhecer que os debates sobre modernização dos conteúdos pedagógicos ficam invariavelmente em segundo plano. Uma escola descontextualizada de seu tempo, encapsulada nas rotinas burocráticas que apequenam sua perspectiva transformadora, está condenada ao marasmo que entorpece sua história e o seu legado. É uma escola que não consegue mobilizar professores, alunos e a comunidade ao seu redor em torno de objetivos comuns que emprestem sentido à existência da própria instituição.
Qual a função social da escola num mundo que experimenta uma crise ambiental sem precedentes na história da humanidade? Nossa capacidade de redesenhar o modelo de desenvolvimento e construir uma nova cultura baseada em valores sustentáveis depende fundamentalmente da coragem de mudar o que está aí. Que ajustes poderiam ser aplicados à grade curricular para tornar essa escola mais apta a preparar esses jovens para os imensos desafios que temos pela frente? Que novos gêneros de informação deveriam mobilizar a comunidade escolar na busca por respostas para questões pontuais sobre as quais não é mais possível negar a importância ou a urgência do enfrentamento? Como preparar essas novas gerações para um mundo que projeta um futuro difícil e extremamente desafiador em função das mudanças climáticas, escassez de água doce e limpa, produção monumental de lixo, destruição sistemática da biodiversidade, transgenia irresponsável, crescimento desordenado e caótico das cidades, entre outros fatores que geram desequilíbrio e instabilidade?
O mundo mudou e a educação deve acompanhar as mudanças em curso. Nossa espécie é responsável pelo maior nível de destruição jamais visto em nenhum outro período da história e, se somos parte do problema, devemos ser parte da solução. Mas não há solução à vista sem educação de qualidade e urgente que estabeleça novas competências, novas linhas de investigação científica, um novo entendimento sobre o modelo de desenvolvimento em que estamos inseridos e a percepção do risco iminente de colapso. Precisamos promover uma reengenharia de processos em escala global que inspire novos e importantes movimentos em rede. Isso não será possível sem as escolas.
A escola de hoje deve ser o espaço da reinvenção criativa, um laboratório de ideias que nos libertem do jugo das “verdades absolutas”, dos dogmas raivosos que insistem em retroalimentar um modelo decadente. Pobres dos alunos que passam anos na escola sem serem minimamente estimulados a participar dessa grande “concertação” em favor de um mundo melhor e mais justo. Quantos talentos adormecidos, quanto tempo e energia desperdiçados, quanta aversão acumulada ao espaço escolar justamente pelo desinteresse brutal e legítimo da garotada a algo que não lhes toca o coração, não lhes instiga positivamente o intelecto, não lhes nutre o espírito? Qual o futuro dessa escola? São cadáveres insepultos.
Uma escola que use a sustentabilidade como mote desse revirão pedagógico amplo e inovador terá como princípio ético a construção de um mundo onde tudo o que se faça, onde quer que estejamos, considere os limites dos ecossistemas, a capacidade de suporte de um planeta onde os recursos são finitos. Temos ciência, tecnologia e conhecimento para isso. Novas gerações de profissionais das mais variadas áreas serão desafiados a respeitar esse princípio sem prejuízo de sua atividade fim. Tudo isso poderia ser resumido em uma palavra: sobrevivência. A mais nobre missão das escolas no Século 21 será nos proteger de nós mesmos.
Ainda há tempo.
* André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação. Apresenta o Jornal das Dez e é editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.
Fonte: Envolverde/ site Mundo Sustentável
Instituto Ecofuturo está com inscrições abertas
Instituto Ecofuturo está com inscrições abertas para a sétima edição do Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso.
Instituto Ecofuturo está com inscrições abertas até o dia 30 de junho para a sétima edição do Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso. Podem participar professores, bibliotecários e educadores sociais.
Instituto Ecofuturo está com inscrições abertas para a sétima edição do Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso.
O Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso incentiva o hábito da leitura e expressão autoral através da escrita. Os participantes interagem com os temas escolhidos a cada edição, acessando conteúdos e bibliografia especialmente selecionados. Os autores dos melhores textos são reconhecidos durante evento cultural em São Paulo e com a publicação de obra coletiva, distribuída a todos os participantes.
Realizado via web e com abrangência nacional, tem entre suas categorias, Ensino Fundamental, Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Professores e, nesta edição, a participação de profissionais de biblioteca (bibliotecários, auxiliares de biblioteca e promotores de leitura) e educadores sociais (educadores de projetos sociais, educacionais). Todos podem entrar nesta roda, trazendo os mais variados tipos de textos (poesias, memórias, cartas, diálogos, páginas de diário, narrativas, artigos de opinião e outros).
Informações: http://www.ecofuturo.org.br/concursocultural-comoparticipar
Instituto Ecofuturo está com inscrições abertas até o dia 30 de junho para a sétima edição do Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso. Podem participar professores, bibliotecários e educadores sociais.
Instituto Ecofuturo está com inscrições abertas para a sétima edição do Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso.
O Concurso Cultural Ler e Escrever é Preciso incentiva o hábito da leitura e expressão autoral através da escrita. Os participantes interagem com os temas escolhidos a cada edição, acessando conteúdos e bibliografia especialmente selecionados. Os autores dos melhores textos são reconhecidos durante evento cultural em São Paulo e com a publicação de obra coletiva, distribuída a todos os participantes.
Realizado via web e com abrangência nacional, tem entre suas categorias, Ensino Fundamental, Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Professores e, nesta edição, a participação de profissionais de biblioteca (bibliotecários, auxiliares de biblioteca e promotores de leitura) e educadores sociais (educadores de projetos sociais, educacionais). Todos podem entrar nesta roda, trazendo os mais variados tipos de textos (poesias, memórias, cartas, diálogos, páginas de diário, narrativas, artigos de opinião e outros).
Informações: http://www.ecofuturo.org.br/concursocultural-comoparticipar
Inscrições para intercâmbio estudantil encerram em agosto em MT
Fonte: Só Notícias/Bianca C. Zancanaro
Os estudantes mato-grossenses que têm entre 15 e 18 podem se inscrever até o dia 7 de agosto no programa Jovens Embaixadores, que seleciona estudantes brasileiros da rede pública para representar o Brasil no intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos. Para participar os candidatos devem desenvolver ações sociais voluntárias na comunidade, ter boa fluência na língua inglesa. As inscrições só serão feitas pelo site de relacionamentos Facebook no endereço www.facebook.com/EmbaixadadosEUA.BR
Para o intercâmbio que ocorre no início de 2012 e serão selecionados 35 estudantes. Cada um deles passará uma semana na capital americana, Washington DC, participando de reuniões com autoridades, visitando monumentos históricos, museus e outras organizações. Nas duas semanas seguintes, o grupo será dividido e cada sub-grupo irá para um estado norte-americano (Carolina do Norte, Washington, Montana, Oklahoma e Ohio) para conviver com uma família americana que os hospeda voluntariamente. Os selecionados também irão freqüentar aulas em uma escola de ensino médio ("high-school") onde, além de conhecerem o dia-a-dia do jovem estudante americano.
Conforme Só Notícias já informou, em 2010, a selecionada de Mato Grosso foi a estudante sorrisense Laysa Mathias de Jesus, 17 anos. Ela cursava o 3º ano do ensino médio da escola estadual Mário Spnelli. A estudante foi aos Estados Unidos conhecer a capital Americana - Washington DC - e apresentar as riquezas mato-grossenses.
Os estudantes mato-grossenses que têm entre 15 e 18 podem se inscrever até o dia 7 de agosto no programa Jovens Embaixadores, que seleciona estudantes brasileiros da rede pública para representar o Brasil no intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos. Para participar os candidatos devem desenvolver ações sociais voluntárias na comunidade, ter boa fluência na língua inglesa. As inscrições só serão feitas pelo site de relacionamentos Facebook no endereço www.facebook.com/EmbaixadadosEUA.BR
Para o intercâmbio que ocorre no início de 2012 e serão selecionados 35 estudantes. Cada um deles passará uma semana na capital americana, Washington DC, participando de reuniões com autoridades, visitando monumentos históricos, museus e outras organizações. Nas duas semanas seguintes, o grupo será dividido e cada sub-grupo irá para um estado norte-americano (Carolina do Norte, Washington, Montana, Oklahoma e Ohio) para conviver com uma família americana que os hospeda voluntariamente. Os selecionados também irão freqüentar aulas em uma escola de ensino médio ("high-school") onde, além de conhecerem o dia-a-dia do jovem estudante americano.
Conforme Só Notícias já informou, em 2010, a selecionada de Mato Grosso foi a estudante sorrisense Laysa Mathias de Jesus, 17 anos. Ela cursava o 3º ano do ensino médio da escola estadual Mário Spnelli. A estudante foi aos Estados Unidos conhecer a capital Americana - Washington DC - e apresentar as riquezas mato-grossenses.
MT- Unidades escolares devem fazer calendário de reposição com base em Edital
Um edital publicado no Diário Oficial no último dia 27 de junho, Portaria 347/2011 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) divulgou os parâmetros que balizarão a reposição de aulas nas escolas
Nesta terça-feira (05.07), 100% das escolas estaduais retornam às aulas, após paralisação de quase um mês dos profissionais da Educação. Mesmo com 70% das unidades escolares trabalhando desde a última semana, ainda surgem muitas dúvidas da comunidade escolar sobre a reposição dos dias parados.
Um edital publicado no Diário Oficial no último dia 27 de junho, Portaria 347/2011 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) divulgou os parâmetros que balizarão a reposição de aulas nas escolas. Mesmo cada escola podendo administrar a reposição na unidade, todas devem seguir as determinações da portaria. O documento informa, entre outros esclarecimentos, que a manutenção dos 200 dias letivos com encerramento do calendário escolar no dia 23 de dezembro de 2011 devem ser cumprido, garantindo aos estudantes a oferta de no mínimo 800 horas/aulas anuais.
A readequação do calendário escolar deve ser orientada pelos gestores e Conselhos Deliberativos observando que, está fora dos dias letivos domingos e feriados nacionais e/ou municipais, e que devera ser cumprido o período regular da carga horária diária. E ainda, só poderão ser utilizados para a reposição de aulas, cinco dias úteis durante o recesso escolar.
Outras informações sobre reposição podem ser obtidas no setor da Gestão Escolar
Nesta terça-feira (05.07), 100% das escolas estaduais retornam às aulas, após paralisação de quase um mês dos profissionais da Educação. Mesmo com 70% das unidades escolares trabalhando desde a última semana, ainda surgem muitas dúvidas da comunidade escolar sobre a reposição dos dias parados.
Um edital publicado no Diário Oficial no último dia 27 de junho, Portaria 347/2011 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) divulgou os parâmetros que balizarão a reposição de aulas nas escolas. Mesmo cada escola podendo administrar a reposição na unidade, todas devem seguir as determinações da portaria. O documento informa, entre outros esclarecimentos, que a manutenção dos 200 dias letivos com encerramento do calendário escolar no dia 23 de dezembro de 2011 devem ser cumprido, garantindo aos estudantes a oferta de no mínimo 800 horas/aulas anuais.
A readequação do calendário escolar deve ser orientada pelos gestores e Conselhos Deliberativos observando que, está fora dos dias letivos domingos e feriados nacionais e/ou municipais, e que devera ser cumprido o período regular da carga horária diária. E ainda, só poderão ser utilizados para a reposição de aulas, cinco dias úteis durante o recesso escolar.
Outras informações sobre reposição podem ser obtidas no setor da Gestão Escolar
Aluno que escondeu boneca inflável em escola pode ser condenado a 8 anos de prisão nos EUA
Da Redação
Em São Paulo O estudante Tyell Morton
Um estudante que escondeu uma boneca inflável no banheiro da escola pode ser condenado a oito anos de prisão nos Estados Unidos. Ele teria levado o objeto para fazer uma “brincadeira” no último dia de aula de um colégio em Rushville, Indiana.
Imagens do circuito interno de TV mostraram um homem não identificado –no caso, o aluno Tyell Morton, de 18 anos – entrando na escola com um pacote e deixando o local logo depois, sem o objeto.
Além disso, na hora da fuga, Tyell foi flagrado por um funcionário. Segundo o jornal “Daily Mail”, Morton vestia um moletom com capuz e luvas de látex quando deixou a boneca dentro de uma cabine do banheiro. Com o susto, a escola trancou as portas e chamou o esquadrão antibombas.
A mãe de Tyell só ficou sabendo do ocorrido pela TV. Ele ficou preso por cinco dias, até que a polícia aceitou o pagamento de US$ 3 mil de fiança. O valor estabelecido pelos policiais era de US$ 30 mil, mas a família do rapaz só conseguiu levantar 10% do valor.
O julgamento do estudante está marcado para o dia 13 de setembro. Os amigos do rapaz criaram uma página no Facebook, “Free Tyell Morton” (“Libertem Tyell Morton”, em tradução livre), que já tem mais de 4 mil apoiadores.
Em São Paulo O estudante Tyell Morton
Um estudante que escondeu uma boneca inflável no banheiro da escola pode ser condenado a oito anos de prisão nos Estados Unidos. Ele teria levado o objeto para fazer uma “brincadeira” no último dia de aula de um colégio em Rushville, Indiana.
Imagens do circuito interno de TV mostraram um homem não identificado –no caso, o aluno Tyell Morton, de 18 anos – entrando na escola com um pacote e deixando o local logo depois, sem o objeto.
Além disso, na hora da fuga, Tyell foi flagrado por um funcionário. Segundo o jornal “Daily Mail”, Morton vestia um moletom com capuz e luvas de látex quando deixou a boneca dentro de uma cabine do banheiro. Com o susto, a escola trancou as portas e chamou o esquadrão antibombas.
A mãe de Tyell só ficou sabendo do ocorrido pela TV. Ele ficou preso por cinco dias, até que a polícia aceitou o pagamento de US$ 3 mil de fiança. O valor estabelecido pelos policiais era de US$ 30 mil, mas a família do rapaz só conseguiu levantar 10% do valor.
O julgamento do estudante está marcado para o dia 13 de setembro. Os amigos do rapaz criaram uma página no Facebook, “Free Tyell Morton” (“Libertem Tyell Morton”, em tradução livre), que já tem mais de 4 mil apoiadores.
Ação de família de banqueiro contra USP é aceita na Justiça
Juíza dá à reitoria 60 dias para defesa; universidade recebeu verba para reforma de sala, mas não homenageou Pedro Conde
Carolina Stanisci - Estadão.edu
O reitor da USP, João Grandino Rodas, foi citado na segunda-feira, 4, para se defender em ação movida na Justiça pelo herdeiro do ex-dono do BCN. Pedro Conde Filho quer de volta R$ 1,1 milhão que doou à Faculdade de Direito para a reforma de um auditório e banheiros, em 2009. A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública, concedeu prazo de 60 dias para que a USP se defenda.
Conde Filho prefere não comentar o assunto. De acordo com seu advogado, Vicente Ottoboni Neto, o contrato de doação com encargo, assinado entre Conde Filho e Rodas, então diretor da unidade, não foi cumprido. O documento previa a colocação de placa com o nome do pai do doador, que foi aluno das Arcadas.
Houve acirrada discussão na São Francisco sobre o assunto, no ano passado. Num primeiro momento, a Congregação, instância máxima de decisão da unidade, decidiu pela aceitação do contrato, mesmo sendo considerado "de gaveta" por grupos de alunos e professores. Os contrários à colocação de placa diziam que a tradição da unidade manda que a homenagem seja a um ex-professor, e Conde nunca sequer advogou.
Em maio do ano passado, a congregação decidiu pela retirada da placa. Além da indenização financeira, Conde pede ressarcimento de danos morais, justamente pelo fato de a homenagem ter sido desfeita.
"Acredito plenamente no direito do meu cliente. O argumento de que encargo teria sido cumprido é falso", afirma Ottoboni Neto. Procurado, o reitor preferiu não se manifestar sobre o assunto. Ele já havia criticado, publicamente, a ação, afirmando que poderia afastar possíveis doadores da universidade.
Carolina Stanisci - Estadão.edu
O reitor da USP, João Grandino Rodas, foi citado na segunda-feira, 4, para se defender em ação movida na Justiça pelo herdeiro do ex-dono do BCN. Pedro Conde Filho quer de volta R$ 1,1 milhão que doou à Faculdade de Direito para a reforma de um auditório e banheiros, em 2009. A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública, concedeu prazo de 60 dias para que a USP se defenda.
Conde Filho prefere não comentar o assunto. De acordo com seu advogado, Vicente Ottoboni Neto, o contrato de doação com encargo, assinado entre Conde Filho e Rodas, então diretor da unidade, não foi cumprido. O documento previa a colocação de placa com o nome do pai do doador, que foi aluno das Arcadas.
Houve acirrada discussão na São Francisco sobre o assunto, no ano passado. Num primeiro momento, a Congregação, instância máxima de decisão da unidade, decidiu pela aceitação do contrato, mesmo sendo considerado "de gaveta" por grupos de alunos e professores. Os contrários à colocação de placa diziam que a tradição da unidade manda que a homenagem seja a um ex-professor, e Conde nunca sequer advogou.
Em maio do ano passado, a congregação decidiu pela retirada da placa. Além da indenização financeira, Conde pede ressarcimento de danos morais, justamente pelo fato de a homenagem ter sido desfeita.
"Acredito plenamente no direito do meu cliente. O argumento de que encargo teria sido cumprido é falso", afirma Ottoboni Neto. Procurado, o reitor preferiu não se manifestar sobre o assunto. Ele já havia criticado, publicamente, a ação, afirmando que poderia afastar possíveis doadores da universidade.
Sugestão de atividade com o jornal: Alimentação
Tema: Alimentação em sala de aula
luan.santos
1)Descrição
Comer, comer, é o melhor para poder crescer. Assim diz a canção que muitos pais cantam para os seus filhos para destacar a importância da alimentação para sua saúde. Mas “comer, comer” não é o suficiente, é preciso fazer isso unido à uma alimentação saudável, contendo alimentos que façam bem para a saúde de nosso corpo e que também sejam gostosos. Assim, o tema ganha uma relevância muito grande e deve ser levado à sala de aula, para que os alunos conheçam a importância de uma boa alimentação.
2)Questão
Por que conhecer o que comemos é tão importante para nossa saúde?
3)Objetivo
Nosso projeto visa trazer a discussão da alimentação para a sala de aula. Muito se defende que esta temática já deveria obrigatoriamente estar em sala de aula, devido a sua importância. Mas como isso ainda não acontece, vamos mostrar a importância de se alimentar bem e não deixar de sentir prazer com a alimentação, mostrando que não apenas os alimentos com gordura são saborosos.
4)Fontes base
Nos basearemos no Jornal A TARDE, edição de 4 de julho de 2011, página A6, na matéria intitulada ‘Programa estimula mudança nutricional’.
5)Modalidade
Ensino Fundamental I e II
6)Temas Transversais
Saúde
7)Áreas do conhecimento
Ciências, geografia e língua portuguesa.
Aula 1.
Assunto: Pirâmide alimentar
Alimentação saborosa não é sinônimo de alimentação saudável. Nem alimentos gordurosos e industrializados são sinônimo de alimentação saborosa. Com estas duas afirmações vamos iniciar nossa primeira aula. Assim, começaremos mostrando para os alunos uma pirâmide alimentar, de maneira que exporemos para eles cada tipo de alimentos. As pirâmides alimentares são esquemas gráficos que distribuem os vários tipos de alimentos e as proporções que devem ser ingeridas nas refeições de pessoas saudáveis, para ser usado como um roteiro para uma alimentação saudável.
Para ajudar sua aula, utilize como fonte de pesquisa o seguinte site, que será muito útil nesta primeira aula, que ajudará os alunos a entenderem a importância de uma boa alimentação para nossa saúde. http://www.alimentacao.org/
Aula 2.
Assunto: Aliando a produção geográfica com alimentação saudável
Área do conhecimento: geografia
Nesta aula, vamos colocar os alunos para conhecer um pouco do nosso Estado, a Bahia. Mas faremos isso tomando por base a produção de alimentos em cada cidade ou região, mostrando as especificidade que cada um produz. Para isso, divida os alunos em grupos, sendo que cada grupo fique responsável por pesquisar quais são os alimentos produzidos em cada microregião da Bahia: Metropolitana de Salvador, Extremo Sul, Oeste, Serra Geral, Litoral Norte, Sudoeste, Litoral Sul, Médio São Francisco, Baixo Médio São Francisco, Irecê, Chapada Diamantina, Recôncavo Sul, Piemonte da Diamantina, Paraguaçu e Nordeste. Desta forma, os alunos estudarão estas microregiões, da mesma maneira que conhecerão também alimentos que são produzidos nelas, preparando assim para nossa próxima aula.
Aula 3.
Assunto: importância nutricional de uma boa alimentação
Área do conhecimento: Ciências
A pirâmide alimentar surgiu para facilitar a representação de uma alimentação saudável. Ela separa os alimentos em energéticos (pães arroz, cereais e massas), reguladores (vegetais e frutas), construtores (carnes, aves, peixes, feijão, ovos, leite, queijo e iogurte) e energéticos extras (gorduras, óleos e doces), de acordo com suas características, composição e função desempenhada no organismo. Desta maneira, esta aula terá por objetivo falar sobre os alimentos construtores, reguladores e energéticos, mostrando para os alunos como cada um deles age em nosso corpo e quais seus vantagens e desvantagens. Assim, mostre para os alunos por que os alimentos energéticos ficam na base da pirâmide, por que eles devem ser mais consumidos que os demais. De mesma maneira, é importante mostrar por que os alimentos energéticos extras ficam na ponta da pirâmide e por que devem ser consumidos em menor quantidade em relação aos demais. Atividade extra: as informações nutricionais presentes no rótulo dos alimentos são fundamentais. Por isso é interessante que você peça que os alunos pesquisem em suas casas, nos alimentos industrializados que tiverem em seus lares, estas informações e levem para sala de aula para que seja feita uma discussão. Assim, quando os alunos levarem as informações, você pode fazer uma comparação entre as informações de cada alimento, mostrando aqueles que são mais saudáveis e os que são menos.
Aula 4.
Assunto: Comer bem na ponta do lápis
Conteúdo sobre alimentação visto, agora que os alunos já sabem um pouco da importância da alimentação, vamos fazer uma discussão com eles, para que exponham o que aprenderam. Após este momento, peça que construam uma redação, baseada no conteúdo estudado e nas discussões com os colegas, de maneira a trabalhar também com a língua portuguesa. Peça que na redação eles sejam argumentativos, que defendam uma boa educação, baseada em argumentos próprios, que eles construam uma ideia.
Atividade extra: Agora que eles já sabem o que é uma pirâmide alimentar, peça que eles desenhem uma também, mas que seja uma pirâmide diferente, onde eles possam colocar em ação sua criatividade e a importância de cada alimento presente nesta pirâmide. Além disso, peça que eles desenhem a pirâmide alimentar de cada um deles em seu cotidiano, de maneira que eles ponham nela o que comem no seu dia a dia, colocando na base o que comem mais e no topo o que comem menos, mas tudo isso organizado em alimentos construtores, energéticos, reguladores e energéticos extras.
Aula 5. Assunto: Comer!
Depois de tanta teoria sobre alimentação, não vamos pôr em prática, literalmente, o que aprendemos? Claro que vamos. Por isso, nesta aula vamos fazer comer. Utilizando a cantina da escola, vamos fazer receitas gostosas e saudáveis com os alunos. Assim, junto com os alunos você provará que as frases com que iniciamos este projetos são reais: Alimentação saborosa não é sinônimo de alimentação saudável. Nem alimentos gordurosos e industrializados são sinônimo de alimentação saborosa. Com receitas fáceis e saborosas, os alunos finalizarão este projeto e certamente passarão a ter outra visão da importância da alimentação.
Você pode encontrar receitas legais no site da Ong Banco de Alimentos:
http://www.bancodealimentos.org.br/por/index.htm
luan.santos
1)Descrição
Comer, comer, é o melhor para poder crescer. Assim diz a canção que muitos pais cantam para os seus filhos para destacar a importância da alimentação para sua saúde. Mas “comer, comer” não é o suficiente, é preciso fazer isso unido à uma alimentação saudável, contendo alimentos que façam bem para a saúde de nosso corpo e que também sejam gostosos. Assim, o tema ganha uma relevância muito grande e deve ser levado à sala de aula, para que os alunos conheçam a importância de uma boa alimentação.
2)Questão
Por que conhecer o que comemos é tão importante para nossa saúde?
3)Objetivo
Nosso projeto visa trazer a discussão da alimentação para a sala de aula. Muito se defende que esta temática já deveria obrigatoriamente estar em sala de aula, devido a sua importância. Mas como isso ainda não acontece, vamos mostrar a importância de se alimentar bem e não deixar de sentir prazer com a alimentação, mostrando que não apenas os alimentos com gordura são saborosos.
4)Fontes base
Nos basearemos no Jornal A TARDE, edição de 4 de julho de 2011, página A6, na matéria intitulada ‘Programa estimula mudança nutricional’.
5)Modalidade
Ensino Fundamental I e II
6)Temas Transversais
Saúde
7)Áreas do conhecimento
Ciências, geografia e língua portuguesa.
Aula 1.
Assunto: Pirâmide alimentar
Alimentação saborosa não é sinônimo de alimentação saudável. Nem alimentos gordurosos e industrializados são sinônimo de alimentação saborosa. Com estas duas afirmações vamos iniciar nossa primeira aula. Assim, começaremos mostrando para os alunos uma pirâmide alimentar, de maneira que exporemos para eles cada tipo de alimentos. As pirâmides alimentares são esquemas gráficos que distribuem os vários tipos de alimentos e as proporções que devem ser ingeridas nas refeições de pessoas saudáveis, para ser usado como um roteiro para uma alimentação saudável.
Para ajudar sua aula, utilize como fonte de pesquisa o seguinte site, que será muito útil nesta primeira aula, que ajudará os alunos a entenderem a importância de uma boa alimentação para nossa saúde. http://www.alimentacao.org/
Aula 2.
Assunto: Aliando a produção geográfica com alimentação saudável
Área do conhecimento: geografia
Nesta aula, vamos colocar os alunos para conhecer um pouco do nosso Estado, a Bahia. Mas faremos isso tomando por base a produção de alimentos em cada cidade ou região, mostrando as especificidade que cada um produz. Para isso, divida os alunos em grupos, sendo que cada grupo fique responsável por pesquisar quais são os alimentos produzidos em cada microregião da Bahia: Metropolitana de Salvador, Extremo Sul, Oeste, Serra Geral, Litoral Norte, Sudoeste, Litoral Sul, Médio São Francisco, Baixo Médio São Francisco, Irecê, Chapada Diamantina, Recôncavo Sul, Piemonte da Diamantina, Paraguaçu e Nordeste. Desta forma, os alunos estudarão estas microregiões, da mesma maneira que conhecerão também alimentos que são produzidos nelas, preparando assim para nossa próxima aula.
Aula 3.
Assunto: importância nutricional de uma boa alimentação
Área do conhecimento: Ciências
A pirâmide alimentar surgiu para facilitar a representação de uma alimentação saudável. Ela separa os alimentos em energéticos (pães arroz, cereais e massas), reguladores (vegetais e frutas), construtores (carnes, aves, peixes, feijão, ovos, leite, queijo e iogurte) e energéticos extras (gorduras, óleos e doces), de acordo com suas características, composição e função desempenhada no organismo. Desta maneira, esta aula terá por objetivo falar sobre os alimentos construtores, reguladores e energéticos, mostrando para os alunos como cada um deles age em nosso corpo e quais seus vantagens e desvantagens. Assim, mostre para os alunos por que os alimentos energéticos ficam na base da pirâmide, por que eles devem ser mais consumidos que os demais. De mesma maneira, é importante mostrar por que os alimentos energéticos extras ficam na ponta da pirâmide e por que devem ser consumidos em menor quantidade em relação aos demais. Atividade extra: as informações nutricionais presentes no rótulo dos alimentos são fundamentais. Por isso é interessante que você peça que os alunos pesquisem em suas casas, nos alimentos industrializados que tiverem em seus lares, estas informações e levem para sala de aula para que seja feita uma discussão. Assim, quando os alunos levarem as informações, você pode fazer uma comparação entre as informações de cada alimento, mostrando aqueles que são mais saudáveis e os que são menos.
Aula 4.
Assunto: Comer bem na ponta do lápis
Conteúdo sobre alimentação visto, agora que os alunos já sabem um pouco da importância da alimentação, vamos fazer uma discussão com eles, para que exponham o que aprenderam. Após este momento, peça que construam uma redação, baseada no conteúdo estudado e nas discussões com os colegas, de maneira a trabalhar também com a língua portuguesa. Peça que na redação eles sejam argumentativos, que defendam uma boa educação, baseada em argumentos próprios, que eles construam uma ideia.
Atividade extra: Agora que eles já sabem o que é uma pirâmide alimentar, peça que eles desenhem uma também, mas que seja uma pirâmide diferente, onde eles possam colocar em ação sua criatividade e a importância de cada alimento presente nesta pirâmide. Além disso, peça que eles desenhem a pirâmide alimentar de cada um deles em seu cotidiano, de maneira que eles ponham nela o que comem no seu dia a dia, colocando na base o que comem mais e no topo o que comem menos, mas tudo isso organizado em alimentos construtores, energéticos, reguladores e energéticos extras.
Aula 5. Assunto: Comer!
Depois de tanta teoria sobre alimentação, não vamos pôr em prática, literalmente, o que aprendemos? Claro que vamos. Por isso, nesta aula vamos fazer comer. Utilizando a cantina da escola, vamos fazer receitas gostosas e saudáveis com os alunos. Assim, junto com os alunos você provará que as frases com que iniciamos este projetos são reais: Alimentação saborosa não é sinônimo de alimentação saudável. Nem alimentos gordurosos e industrializados são sinônimo de alimentação saborosa. Com receitas fáceis e saborosas, os alunos finalizarão este projeto e certamente passarão a ter outra visão da importância da alimentação.
Você pode encontrar receitas legais no site da Ong Banco de Alimentos:
http://www.bancodealimentos.org.br/por/index.htm
Estabelecendo um contrato didático
Mediando as regras e o saber, estabelecendo o contrato didático
Antes de se discutir como estabelecer um acordo didático, é preciso entender no que ele consiste. Segundo Brousseau, o contrato didático é um conjunto recíproco de comportamentos esperados entre alunos e professor, sendo mediados pelo saber. Com isso, ele pode ser entendido como um instrumento que auxilia na análise das relações professor, aluno e saber.
Como a maioria dos estudos acerca das práticas educacionais (metodologias de ensino, psicologia do ensino, entre outras), foi visto que o ensino focado apenas no conteúdo não contribui para uma formação completa dos alunos, ou seja, é necessário analisar e compreender todos os componentes que constituem esta construção do saber. Um dos componentes cruciais para esta construção é a organização do ambiente escolar, disposto em regras e deveres de cada um dos integrantes deste processo de ensino e aprendizagem.
Contudo, existem regras que são explícitas (aquelas que são explicitadas pelo professor) e implícitas (que acompanham a formação de cada indivíduo dentro do ambiente escolar). Com isso, o contrato didático vem tanto para explicitar as regras de modo a determinar a função de cada um dos participantes no processo de ensino e aprendizagem quanto para ressaltar as regras que deveriam ser conhecidas por todos.
Mas como estabelecer este contrato didático sem que os alunos o vejam de forma unilateral, ou como uma imposição de seu professor? Afinal, se este contrato for estabelecido com um caráter autoritário, poderá ser um inimigo para a construção do saber, pois estará prejudicando a relação professor-aluno.
Com isso, para melhor compreensão tanto das regras quanto da importância do contrato didático, algo que pode ser interessante é a construção deste contrato didático com a participação dos alunos.
A construção do contrato pode ser feita através de um debate ou uma dinâmica, em que os alunos exporão as regras que acham importantes para o bom funcionamento das aulas. Estas ideias deverão ser mediadas pelo professor, para que não se perca o foco do que deve ser discutido e para que seja dada a chance de todos falarem.
É possível retirar duas vantagens de um contrato didático estabelecido desta forma:
• Valorização do saber do estudante, proporcionando uma maior interação entre ele e o professor, colaborando para a participação dos alunos nas aulas.
• Em casos de quebra das regras, o professor poderá relembrar os alunos que aquela regra infringida, foi ressaltada por eles, ou seja, eles estão indo contra o próprio discurso.
Esta é apenas mais uma ferramenta a ser usada neste complexo processo de ensino e aprendizagem, ferramenta esta que é o início deste processo que será construído ao decorrer de todas as aulas.
Por Gabriel Alessandro de Oliveira
Graduado em Matemática
Equipe BrasilEscola
Antes de se discutir como estabelecer um acordo didático, é preciso entender no que ele consiste. Segundo Brousseau, o contrato didático é um conjunto recíproco de comportamentos esperados entre alunos e professor, sendo mediados pelo saber. Com isso, ele pode ser entendido como um instrumento que auxilia na análise das relações professor, aluno e saber.
Como a maioria dos estudos acerca das práticas educacionais (metodologias de ensino, psicologia do ensino, entre outras), foi visto que o ensino focado apenas no conteúdo não contribui para uma formação completa dos alunos, ou seja, é necessário analisar e compreender todos os componentes que constituem esta construção do saber. Um dos componentes cruciais para esta construção é a organização do ambiente escolar, disposto em regras e deveres de cada um dos integrantes deste processo de ensino e aprendizagem.
Contudo, existem regras que são explícitas (aquelas que são explicitadas pelo professor) e implícitas (que acompanham a formação de cada indivíduo dentro do ambiente escolar). Com isso, o contrato didático vem tanto para explicitar as regras de modo a determinar a função de cada um dos participantes no processo de ensino e aprendizagem quanto para ressaltar as regras que deveriam ser conhecidas por todos.
Mas como estabelecer este contrato didático sem que os alunos o vejam de forma unilateral, ou como uma imposição de seu professor? Afinal, se este contrato for estabelecido com um caráter autoritário, poderá ser um inimigo para a construção do saber, pois estará prejudicando a relação professor-aluno.
Com isso, para melhor compreensão tanto das regras quanto da importância do contrato didático, algo que pode ser interessante é a construção deste contrato didático com a participação dos alunos.
A construção do contrato pode ser feita através de um debate ou uma dinâmica, em que os alunos exporão as regras que acham importantes para o bom funcionamento das aulas. Estas ideias deverão ser mediadas pelo professor, para que não se perca o foco do que deve ser discutido e para que seja dada a chance de todos falarem.
É possível retirar duas vantagens de um contrato didático estabelecido desta forma:
• Valorização do saber do estudante, proporcionando uma maior interação entre ele e o professor, colaborando para a participação dos alunos nas aulas.
• Em casos de quebra das regras, o professor poderá relembrar os alunos que aquela regra infringida, foi ressaltada por eles, ou seja, eles estão indo contra o próprio discurso.
Esta é apenas mais uma ferramenta a ser usada neste complexo processo de ensino e aprendizagem, ferramenta esta que é o início deste processo que será construído ao decorrer de todas as aulas.
Por Gabriel Alessandro de Oliveira
Graduado em Matemática
Equipe BrasilEscola
Emendas cheias de 'boas intenções' inundam Plano Nacional de Educação
Entre as demandas dos deputados estão 10% do PIB para a área e 50% dos recursos do pré-sal, o que havia sido vetado durante o governo Lula; base governista apresentou 81,2% das 2,9 mil emendas, sendo o PT responsável por quase metade delas
Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Em tramitação na Câmara, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi inundado por emendas repletas de "boas intenções" que pretendem tornar mais ambiciosas as metas traçadas para esta década. Num esforço para atender movimentos sociais e sindicatos, os deputados ergueram várias bandeiras: universalização da demanda por creche, 10% do PIB para a educação e a destinação de 50% dos recursos do pré-sal para a área, o que havia sido vetado no governo Lula.
Celso Junior/AE-10/3/2011Improviso. Alunos da rede pública em Parintins, no Amazonas, acompanham aula em igreja
Segundo a comissão especial criada para tratar do PNE na Câmara, o PT foi a legenda que mais apresentou emendas: 1.422 ou 48,9% do total de 2.906. É seguido por PC do B (425), PSOL (261), PSDB (206) e PMDB (157). Os partidos da base governista propuseram 81,2% das emendas, ante 18,8% da oposição.
"A quantidade de emendas surpreendeu de forma positiva, embora não tenhamos uma participação da opinião pública na discussão. Os movimentos sociais, por outro lado, estão extremamente ativos", diz o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), presidente da comissão.
Segundo ele, a grande maioria das emendas repete propostas apresentadas na Conferência Nacional de Educação (Conae) que não haviam sido aproveitadas pelo Executivo, quando o texto foi mandado ao Congresso, em dezembro passado.
Esmiuçado em 10 diretrizes e 20 metas, o plano prevê a oferta de educação infantil para 50% da população de até 3 anos, políticas de aumento do rendimento dos professores, destinação de recursos do Fundo Social do pré-sal para a área de ensino e ampliação do investimento público em educação até atingir 7% do PIB. Vieira pretende votar o plano na comissão até novembro; de lá, o texto segue para o Senado.
Campeã em número de emendas (515), a deputada Fátima Bezerra (PT-RN) quer igualar o rendimento dos docentes da rede pública ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente "por meio de permanente aumento real do poder de compra". Muitos parlamentares resgataram a proposta de destinar 50% do fundo social do pré-sal para educação - o texto encaminhado pelo Executivo não estabelece uma porcentagem.
A bandeira de 10% do PIB para educação, uma das principais reivindicações de entidades e movimentos sociais, contou com a simpatia de governistas e oposicionistas. A Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) quer ampliar o investimento (hoje, na faixa de 5%) na proporção de 1% ao ano, atingindo 10% do PIB até 2016, antes do final da vigência do PNE.
Recursos. "Conseguir mais dinheiro é sempre bom, mas de onde ele vai sair?", questiona o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). "Aumentar o salário dos professores por si só não garante aumento da qualidade. É preciso um programa sério de recrutamento de professores e qualificação."
A comissão discute hoje o agente catalisador para o sucesso de todos os números que circundam o PNE: a gestão e fontes de recursos para o financiamento da educação.
Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Em tramitação na Câmara, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi inundado por emendas repletas de "boas intenções" que pretendem tornar mais ambiciosas as metas traçadas para esta década. Num esforço para atender movimentos sociais e sindicatos, os deputados ergueram várias bandeiras: universalização da demanda por creche, 10% do PIB para a educação e a destinação de 50% dos recursos do pré-sal para a área, o que havia sido vetado no governo Lula.
Celso Junior/AE-10/3/2011Improviso. Alunos da rede pública em Parintins, no Amazonas, acompanham aula em igreja
Segundo a comissão especial criada para tratar do PNE na Câmara, o PT foi a legenda que mais apresentou emendas: 1.422 ou 48,9% do total de 2.906. É seguido por PC do B (425), PSOL (261), PSDB (206) e PMDB (157). Os partidos da base governista propuseram 81,2% das emendas, ante 18,8% da oposição.
"A quantidade de emendas surpreendeu de forma positiva, embora não tenhamos uma participação da opinião pública na discussão. Os movimentos sociais, por outro lado, estão extremamente ativos", diz o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), presidente da comissão.
Segundo ele, a grande maioria das emendas repete propostas apresentadas na Conferência Nacional de Educação (Conae) que não haviam sido aproveitadas pelo Executivo, quando o texto foi mandado ao Congresso, em dezembro passado.
Esmiuçado em 10 diretrizes e 20 metas, o plano prevê a oferta de educação infantil para 50% da população de até 3 anos, políticas de aumento do rendimento dos professores, destinação de recursos do Fundo Social do pré-sal para a área de ensino e ampliação do investimento público em educação até atingir 7% do PIB. Vieira pretende votar o plano na comissão até novembro; de lá, o texto segue para o Senado.
Campeã em número de emendas (515), a deputada Fátima Bezerra (PT-RN) quer igualar o rendimento dos docentes da rede pública ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente "por meio de permanente aumento real do poder de compra". Muitos parlamentares resgataram a proposta de destinar 50% do fundo social do pré-sal para educação - o texto encaminhado pelo Executivo não estabelece uma porcentagem.
A bandeira de 10% do PIB para educação, uma das principais reivindicações de entidades e movimentos sociais, contou com a simpatia de governistas e oposicionistas. A Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) quer ampliar o investimento (hoje, na faixa de 5%) na proporção de 1% ao ano, atingindo 10% do PIB até 2016, antes do final da vigência do PNE.
Recursos. "Conseguir mais dinheiro é sempre bom, mas de onde ele vai sair?", questiona o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). "Aumentar o salário dos professores por si só não garante aumento da qualidade. É preciso um programa sério de recrutamento de professores e qualificação."
A comissão discute hoje o agente catalisador para o sucesso de todos os números que circundam o PNE: a gestão e fontes de recursos para o financiamento da educação.
Resiliência
Limão e limonada / Tom Coelho
"O problema não é o problema. O problema é sua atitude com relação ao problema." (Kelly Young)
Hoje a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitar que ela adentrasse os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso.
Agora, sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar, sirvo-lhe uma bebida qualquer, apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.
Hoje a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol. Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus, mas toda e qualquer vida...
Hoje problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se, difusas, levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade, anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.
Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos. O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no peito e o coração fica duro. ( Limão e Limonada)
As Ciências Humanas estão sempre tomando emprestado das Exatas, termos e conceitos. A última novidade vem da Física e atende pelo nome de resiliência. Significa resistência ao choque ou à propriedade pela qual a energia potencial armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão incidente sobre o mesmo.
Em Humanas, a resiliência passou a designar a capacidade de se resistir flexivelmente à adversidade, utilizando-a para o desenvolvimento pessoal, profissional e social. Traduzindo isso através de um dito popular, é fazer de cada limão, ou seja, de cada contrariedade que a vida nos apresenta, uma limonada, saborosa, refrescante e agradável.
Aprendi que não adianta brigar com problemas. É preciso enfrentá-los para não ser destruído por eles, resolvendo-os. E rapidamente, de maneira certa ou errada. Problemas são como bebês, só crescem se forem alimentados. Muitos deles resolvem-se por si mesmos. Mas quando você os soluciona de forma inadequada eles voltam, dão-lhe uma rasteira e, aí sim, você os anula corretamente. A felicidade pontuou Michael Jansen, não é a ausência de problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade é quando grandes problemas são bem administrados.
Aprendi a combater as doenças. As do corpo e as da mente. Percebê-las, identificá-las, respeitá-las e aniquilá-las. Muitas decorrem não do que nos falta, mas do mal uso que fazemos do que temos. E a velocidade é tudo neste combate. Agir rápido é a palavra de ordem. Melhor do que ser preventivo é ser preditivo.
Aprendi a aceitar a tristeza. Não o ano todo, mas apenas um dia, à luz dos ensinamentos de Victor Hugo. O poeta dizia que "tristeza não tem fim, felicidade sim". Porém, discordo. Penso que os dois são finitos. E cíclicos. O segredo é contemplar as pequenas alegrias ao invés de aguardar a grande felicidade. Uma alegria destrói cem tristezas...
Modismo ou não, tornei-me resiliente. A palavra em si pode cair no ostracismo, mas terá servido para ilustrar minha atitude cultivada ao longo dos anos diante das dificuldades, impostas ou auto-impostas, que enfrentei pelo caminho, transformando desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria. Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos.
Podemos, pois, experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza. Olhe para o céu, agora! Se for dia, o sol brilha e aquece. Se for noite, a lua ilumina e abraça. E assim será novamente amanhã. E assim é feita a vida. (Por Tom Coelho
"O problema não é o problema. O problema é sua atitude com relação ao problema." (Kelly Young)
Hoje a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitar que ela adentrasse os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso.
Agora, sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar, sirvo-lhe uma bebida qualquer, apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.
Hoje a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol. Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus, mas toda e qualquer vida...
Hoje problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se, difusas, levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade, anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.
Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos. O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no peito e o coração fica duro. ( Limão e Limonada)
As Ciências Humanas estão sempre tomando emprestado das Exatas, termos e conceitos. A última novidade vem da Física e atende pelo nome de resiliência. Significa resistência ao choque ou à propriedade pela qual a energia potencial armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão incidente sobre o mesmo.
Em Humanas, a resiliência passou a designar a capacidade de se resistir flexivelmente à adversidade, utilizando-a para o desenvolvimento pessoal, profissional e social. Traduzindo isso através de um dito popular, é fazer de cada limão, ou seja, de cada contrariedade que a vida nos apresenta, uma limonada, saborosa, refrescante e agradável.
Aprendi que não adianta brigar com problemas. É preciso enfrentá-los para não ser destruído por eles, resolvendo-os. E rapidamente, de maneira certa ou errada. Problemas são como bebês, só crescem se forem alimentados. Muitos deles resolvem-se por si mesmos. Mas quando você os soluciona de forma inadequada eles voltam, dão-lhe uma rasteira e, aí sim, você os anula corretamente. A felicidade pontuou Michael Jansen, não é a ausência de problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade é quando grandes problemas são bem administrados.
Aprendi a combater as doenças. As do corpo e as da mente. Percebê-las, identificá-las, respeitá-las e aniquilá-las. Muitas decorrem não do que nos falta, mas do mal uso que fazemos do que temos. E a velocidade é tudo neste combate. Agir rápido é a palavra de ordem. Melhor do que ser preventivo é ser preditivo.
Aprendi a aceitar a tristeza. Não o ano todo, mas apenas um dia, à luz dos ensinamentos de Victor Hugo. O poeta dizia que "tristeza não tem fim, felicidade sim". Porém, discordo. Penso que os dois são finitos. E cíclicos. O segredo é contemplar as pequenas alegrias ao invés de aguardar a grande felicidade. Uma alegria destrói cem tristezas...
Modismo ou não, tornei-me resiliente. A palavra em si pode cair no ostracismo, mas terá servido para ilustrar minha atitude cultivada ao longo dos anos diante das dificuldades, impostas ou auto-impostas, que enfrentei pelo caminho, transformando desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria. Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos.
Podemos, pois, experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza. Olhe para o céu, agora! Se for dia, o sol brilha e aquece. Se for noite, a lua ilumina e abraça. E assim será novamente amanhã. E assim é feita a vida. (Por Tom Coelho
Cursos com má avaliação levam à suspensão de 34 mil vagas
Um total de 34 mil vagas de ingresso em cursos de direito com resultados insatisfatórios nas avaliações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) já foram suspensas por determinação do Ministério da Educação (MEC).
As medidas foram tomadas no âmbito da regulação e supervisão realizadas pelo MEC, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), em cursos que apresentam baixo desempenho nos conceitos e indicadores de qualidade.
Em 2007, teve início uma supervisão especial em cursos com resultado insatisfatório no Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2006, que resultou na suspensão da oferta de 24 mil vagas de ingresso.
Em junho deste ano, a partir do processo de regulação, 136 cursos tiveram que reduzir, por força de medida cautelar, 10.912 vagas de ingresso de estudantes, por vestibular ou outros processos seletivos, em virtude de terem apresentado resultado insatisfatório no conceito preliminar de curso (CPC) de 2009 – obtiveram nota 1 ou 2 em uma escala que vai até 5. A suspensão da oferta de vagas é obrigatória até a renovação de reconhecimento dos cursos. Caso o curso mantenha o resultado insatisfatório, a determinação pode tornar-se definitiva.
A decisão de suspender a oferta de vagas em cursos superiores que apresentam baixo desempenho nas avaliações realizadas pelo MEC é uma ação regular, feita a partir dos resultados do Sinaes.
As medidas foram tomadas no âmbito da regulação e supervisão realizadas pelo MEC, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), em cursos que apresentam baixo desempenho nos conceitos e indicadores de qualidade.
Em 2007, teve início uma supervisão especial em cursos com resultado insatisfatório no Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2006, que resultou na suspensão da oferta de 24 mil vagas de ingresso.
Em junho deste ano, a partir do processo de regulação, 136 cursos tiveram que reduzir, por força de medida cautelar, 10.912 vagas de ingresso de estudantes, por vestibular ou outros processos seletivos, em virtude de terem apresentado resultado insatisfatório no conceito preliminar de curso (CPC) de 2009 – obtiveram nota 1 ou 2 em uma escala que vai até 5. A suspensão da oferta de vagas é obrigatória até a renovação de reconhecimento dos cursos. Caso o curso mantenha o resultado insatisfatório, a determinação pode tornar-se definitiva.
A decisão de suspender a oferta de vagas em cursos superiores que apresentam baixo desempenho nas avaliações realizadas pelo MEC é uma ação regular, feita a partir dos resultados do Sinaes.
Educação discute diplomas de cursos de pós-graduação feitos no exterior
A Comissão de Educação e Cultura discutirá nesta quinta-feira (7) o reconhecimento dos diplomas dos brasileiros que fizeram pós-graduação no exterior. “Levando em consideração a falta de oferta de vagas para mestrado e doutorado nas instituições de ensino superior do Brasil, muitos pesquisadores têm procurado Instituições Estrangeiras no intuito de contemplar suas tentativas pela busca do conhecimento científico”, disse o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), que propôs o debate.
“Não bastante esta ser uma tarefa árdua, após a conclusão do curso, as instituições de ensino superior brasileiras dificultam o reconhecimento dos diplomas expedidos pelas instituições estrangeiras”, acrescentou.
Como exemplo, ele disse que as instituições brasileiras não respeitam o Tratado de Paz e Amizade entre Brasil e Portugal, firmado em 2000 e ainda não regulamentado. O deputado observou também que os alunos, ao fazer valer o direito de reconhecimento dos diplomas estrangeiros, têm problemas com a lentidão e, em alguns casos, com o alto custo dos processos, além da falta de normas sobre o reconhecimento.
Foram convidados para a audiência:
- o representante da Secretaria de Educação Superior do MEC Luiz Cláudio Costa;
- o representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil;
- o representante do Conselho Nacional de Educação (CNE) Antônio Carlos Caruso Ronca;
- o presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduados em Instituições Estrangeiras de Ensino Superior (Anpgiees), Vicente Celestino de França;
- o representante da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa Antônio Montenegro Fiúza.
Segundo a Agência Câmara, a reunião será realizada às 10 horas, no Plenário 10.
“Não bastante esta ser uma tarefa árdua, após a conclusão do curso, as instituições de ensino superior brasileiras dificultam o reconhecimento dos diplomas expedidos pelas instituições estrangeiras”, acrescentou.
Como exemplo, ele disse que as instituições brasileiras não respeitam o Tratado de Paz e Amizade entre Brasil e Portugal, firmado em 2000 e ainda não regulamentado. O deputado observou também que os alunos, ao fazer valer o direito de reconhecimento dos diplomas estrangeiros, têm problemas com a lentidão e, em alguns casos, com o alto custo dos processos, além da falta de normas sobre o reconhecimento.
Foram convidados para a audiência:
- o representante da Secretaria de Educação Superior do MEC Luiz Cláudio Costa;
- o representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil;
- o representante do Conselho Nacional de Educação (CNE) Antônio Carlos Caruso Ronca;
- o presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduados em Instituições Estrangeiras de Ensino Superior (Anpgiees), Vicente Celestino de França;
- o representante da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa Antônio Montenegro Fiúza.
Segundo a Agência Câmara, a reunião será realizada às 10 horas, no Plenário 10.
Dica de Filme - Cópia Fiel
Cópia Fiel
Texto: Luan Santos
Ele é o grande cineasta indiano da atualidade, talvez o maior de todos os tempos. Seus filmes possem características muito peculiares e que encantam as plateias que os assistem. O cineasta de que estamos falando é Abbas Kiarostami, que escrever o roteiro e dirigiu o filme que servirá de base para a nossa seção ‘Vídeos’ esta semana. A obra é intitulada em português de ‘Cópia Fiel’ e foi lançada em 2009.
Este filme é uma homenagem do cineasta iraniano a uma grande obra da história do cinema: Viagem à Itália, de Roberto Rosselini, de 1954. Por isso, a história se passa na Itália. Conta a história de James Miller (William Shimell), filósofo inglês que pretende voltar logo à seu país. Miller acaba de lançar um livro, onde discorre sobre diversos temas, entre eles um que é muito recorrente quando se fala de arte: as cópias. Ele diz que as cópias são positivas, pois só confirmam a superioridade do original.
Mas antes de voltar à Inglaterra, Miller é convidado por Elle (Juliette Binoche) para passear pelas ruazinhas da comuna de Lucignano, pequena cidade italiana. Elle é uma francesa dona de uma galeria que vive há muitos anos na Itália com seu filho. Entre um passeio e outro, James e Elle são confundidos como marido e mulher. Mas para quem pensa que eles não gostaram, se engana. Eles entram na brincadeira e resolvem encenar que são um casal.
O filme nos mostra claramente as duas obsessões cinematográficas de Abbas Kiarostami: a mulher e o tempo. O tempo, na narrativa do autor, é tido como aquilo que molda os homens, que os faz ser o que são. A mulher, por outro lado, é um grande paradigma nesta narrativa, assim como em outras do cineasta. No Irã, a situação da mulher é quase na clandestinidade, ficando em estado de suspensão e o tempo não age sobre elas. Assim, Kiarostami constrói sua narrativa buscando socorrê-las. E o filme, desta forma, nos mostrar uma dualidade de discursos: James Miller filosofando sobre a arte e seus problemas e Elle interrogando sobre os anos mal vividos, de maneira que o tempo age sobre ela.
Pensar em educação
O filme nos mostra questões de grande importância para que possamos discutir em sala de aula. E a principal delas está em primeiro plano no filme. Trata-se da questão da mulher inserida na sociedade, com direitos e deveres iguais aos dos homens. Em pleno século XXI, onde tais diferenças já não deveriam ser sentidas, ainda percebemos certa disparidade de sexos e o filme de Abbas Kiarostami nos faz refletir sobre isso.
Podemos ainda discutir com os alunos a questão do tempo que é tão importante nesta narrativa. O tempo que para Elle foi responsável por uma vida de muitos problemas, enquanto para Miller, foi responsável por uma série de reflexões. Pode-se trabalhar com os alunos esta questão temporal de maneira a fazê-los refletir sobre a importância de aproveitarem a vida, mas sempre de maneira a fazer as coisas certas, sem ultrapassar o que sua faixa etária lhes permite. Assim, você pode, por exemplo, trabalhar a questão do sexo com os alunos, mostrando a importância do amadurecimento para que ingressem na vida sexual.
Cópia Fiel é uma obra que possui uma temática muito interessante, com roteiro inteligente e direção impecável. Juliette Binoche esteve fantástica, o que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes, sem falar na excelente atuação de William Shimell. Com uma série de bons temas e reflexões, pode ser utilizado na educação de maneira a contextualizar com questões do dia a dia, assim como com temáticas maires que se apresentam como objeto de reflexão do ser humano.
Texto: Luan Santos
Ele é o grande cineasta indiano da atualidade, talvez o maior de todos os tempos. Seus filmes possem características muito peculiares e que encantam as plateias que os assistem. O cineasta de que estamos falando é Abbas Kiarostami, que escrever o roteiro e dirigiu o filme que servirá de base para a nossa seção ‘Vídeos’ esta semana. A obra é intitulada em português de ‘Cópia Fiel’ e foi lançada em 2009.
Este filme é uma homenagem do cineasta iraniano a uma grande obra da história do cinema: Viagem à Itália, de Roberto Rosselini, de 1954. Por isso, a história se passa na Itália. Conta a história de James Miller (William Shimell), filósofo inglês que pretende voltar logo à seu país. Miller acaba de lançar um livro, onde discorre sobre diversos temas, entre eles um que é muito recorrente quando se fala de arte: as cópias. Ele diz que as cópias são positivas, pois só confirmam a superioridade do original.
Mas antes de voltar à Inglaterra, Miller é convidado por Elle (Juliette Binoche) para passear pelas ruazinhas da comuna de Lucignano, pequena cidade italiana. Elle é uma francesa dona de uma galeria que vive há muitos anos na Itália com seu filho. Entre um passeio e outro, James e Elle são confundidos como marido e mulher. Mas para quem pensa que eles não gostaram, se engana. Eles entram na brincadeira e resolvem encenar que são um casal.
O filme nos mostra claramente as duas obsessões cinematográficas de Abbas Kiarostami: a mulher e o tempo. O tempo, na narrativa do autor, é tido como aquilo que molda os homens, que os faz ser o que são. A mulher, por outro lado, é um grande paradigma nesta narrativa, assim como em outras do cineasta. No Irã, a situação da mulher é quase na clandestinidade, ficando em estado de suspensão e o tempo não age sobre elas. Assim, Kiarostami constrói sua narrativa buscando socorrê-las. E o filme, desta forma, nos mostrar uma dualidade de discursos: James Miller filosofando sobre a arte e seus problemas e Elle interrogando sobre os anos mal vividos, de maneira que o tempo age sobre ela.
Pensar em educação
O filme nos mostra questões de grande importância para que possamos discutir em sala de aula. E a principal delas está em primeiro plano no filme. Trata-se da questão da mulher inserida na sociedade, com direitos e deveres iguais aos dos homens. Em pleno século XXI, onde tais diferenças já não deveriam ser sentidas, ainda percebemos certa disparidade de sexos e o filme de Abbas Kiarostami nos faz refletir sobre isso.
Podemos ainda discutir com os alunos a questão do tempo que é tão importante nesta narrativa. O tempo que para Elle foi responsável por uma vida de muitos problemas, enquanto para Miller, foi responsável por uma série de reflexões. Pode-se trabalhar com os alunos esta questão temporal de maneira a fazê-los refletir sobre a importância de aproveitarem a vida, mas sempre de maneira a fazer as coisas certas, sem ultrapassar o que sua faixa etária lhes permite. Assim, você pode, por exemplo, trabalhar a questão do sexo com os alunos, mostrando a importância do amadurecimento para que ingressem na vida sexual.
Cópia Fiel é uma obra que possui uma temática muito interessante, com roteiro inteligente e direção impecável. Juliette Binoche esteve fantástica, o que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes, sem falar na excelente atuação de William Shimell. Com uma série de bons temas e reflexões, pode ser utilizado na educação de maneira a contextualizar com questões do dia a dia, assim como com temáticas maires que se apresentam como objeto de reflexão do ser humano.
Bahia investe na Educação Inclusiva e motiva estudantes
luan.santos
5 julho 2011 Acontece Nenhum Comentario
Sala cheia para realização da prova de Ciências em Braille com a turma da 6ª série na Escola de Primeiro Grau Getúlio Vargas, no bairro do Barbalho, em Salvador. Como geralmente exigem mais tempo, as provas em Braille, respondidas, individualmente, são aplicadas na sala de recursos multifuncionais, onde os estudantes recebem atendimento pedagógico e têm suporte técnico especializado.
Pedro Henrique Pessoa, 16, é o primeiro a acabar e sai confiante: “foi fácil, deu para fazer bem”. Mas nem sempre foi assim. A vontade de estudar não veio de uma hora para outra. São quatro anos frequentando a Escola Getúlio Vargas e, segundo Pedro, foi no decorrer desse período que as coisas ficaram boas. “Nossa sala de recursos inovou e a gente vai receber notebooks para trabalhar na sala de aula”, conta animado.
A Bahia tem mais de 35 mil estudantes com algum tipo de deficiência matriculados na rede básica estadual de Educação. Para atender este público, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia vem investindo na estrutura física das escolas bem como na formação dos professores,e, já contabiliza 557 salas multifuncionais instaladas nas escolas públicas da capital e do interior.
Também foram implantados dez Centros de Educação Especial, que prestam atendimento especializado aos estudantes da rede, formando uma espécie de parceria com as salas multifuncionais. Essas ações integram a lista de compromissos do programa Todos pela Escola, desenvolvido pela Secretaria da Educação que visa garantir aos estudantes o direito de aprender.
Professores fazem a diferença – Apesar da tecnologia e do investimento em recursos materiais empregados pela Secretaria em parceria com o Ministério da Educação (MEC) para agilizar a vida dos estudantes, na opinião deles, são os professores que fazem a maior diferença. Novos ou antigos, eles são tidos como verdadeiras conquistas.
“Na 5ª série, tive vários professores novos e nem imaginava que eles iam saber trabalhar, que iam conseguir. Foi surpreendente. No ano passado, tive uma professora de matemática e agora, na segunda vez que ela é minha professora, ensina mais, desenvolveu muito mesmo. Também temos professora de Braille, a atividade sai com rapidez. Esta escola está bem mais apropriada para receber o deficiente”, comemora Pedro Henrique.
E a empolgação de Pedro com os estudos o faz pensar no futuro. Quer trabalhar na área de comunicação com o colega de classe, Felipe dos Santos,16, que, também, está entre os 23 jovens cegos ou parcialmente cegos matriculados nas turmas regulares da escola. “Falo com todo mundo. A maioria dos colegas de sala enxerga. Graças a Deus, ninguém implica comigo. Sempre ajudam ditando as atividades que a professora coloca no quadro. Não tem dificuldade nenhuma”, diz Felipe.
Melhorias – A boa convivência e os avanços na rede física também deixam feliz a diretora da unidade, Cristina Rezende. Ela acrescenta que outro elemento que alavancou a possibilidade de incluir da escola foi a ampliação, pelo MEC, do acervo bibliográfico adaptado aos estudantes cegos e com baixa visão. “Clássicos da nossa literatura como Jorge Amado e Cecília Meireles integram o acervo e os estudantes têm acesso livre à seção Braille da biblioteca. O material didático também é adequado”, diz Cristina.
A diretora conta que, recentemente, o Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP) doou para a instituição uma impressora Braille. “Passamos a imprimir provas e atividades, a reproduzir nosso material. Facilitou muito”.
Foi, no CAP, que Selma Gomes de Oliveira teve contato, pela primeira vez, com os princípios da educação inclusiva. Ela é uma das professoras especialistas que trabalham na sala multifuncional da Escola Getúlio Vargas. Formada em filosofia, Selma fazia cursos de formação continuada em educação especial no CAP.
Depois de cinco anos na profissão, resolveu se especializar, motivada pelo irmão deficiente auditivo. Agora, ela cursa Especialização em Deficiência Auditiva oferecida pela Secretaria da Educação do Estado e pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Assim como Selma, outros 160 professores estão em formação.
“A sala multifuncional é uma ferramenta que tem impacto positivo na autonomia do estudante. A nossa, por enquanto, recebe estudantes cegos, mas deve atender adequadamente, também, estudantes surdos, ou com deficiência intelectual, por exemplo, por isso estou me especializando. Caso estes procurem a escola, serão bem-atendidos”, atenta a professora.
Fonte: Secretaria da Educação do Estado da Bahia (Sec Ba)
http://www.educacao.ba.gov.br/
5 julho 2011 Acontece Nenhum Comentario
Sala cheia para realização da prova de Ciências em Braille com a turma da 6ª série na Escola de Primeiro Grau Getúlio Vargas, no bairro do Barbalho, em Salvador. Como geralmente exigem mais tempo, as provas em Braille, respondidas, individualmente, são aplicadas na sala de recursos multifuncionais, onde os estudantes recebem atendimento pedagógico e têm suporte técnico especializado.
Pedro Henrique Pessoa, 16, é o primeiro a acabar e sai confiante: “foi fácil, deu para fazer bem”. Mas nem sempre foi assim. A vontade de estudar não veio de uma hora para outra. São quatro anos frequentando a Escola Getúlio Vargas e, segundo Pedro, foi no decorrer desse período que as coisas ficaram boas. “Nossa sala de recursos inovou e a gente vai receber notebooks para trabalhar na sala de aula”, conta animado.
A Bahia tem mais de 35 mil estudantes com algum tipo de deficiência matriculados na rede básica estadual de Educação. Para atender este público, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia vem investindo na estrutura física das escolas bem como na formação dos professores,e, já contabiliza 557 salas multifuncionais instaladas nas escolas públicas da capital e do interior.
Também foram implantados dez Centros de Educação Especial, que prestam atendimento especializado aos estudantes da rede, formando uma espécie de parceria com as salas multifuncionais. Essas ações integram a lista de compromissos do programa Todos pela Escola, desenvolvido pela Secretaria da Educação que visa garantir aos estudantes o direito de aprender.
Professores fazem a diferença – Apesar da tecnologia e do investimento em recursos materiais empregados pela Secretaria em parceria com o Ministério da Educação (MEC) para agilizar a vida dos estudantes, na opinião deles, são os professores que fazem a maior diferença. Novos ou antigos, eles são tidos como verdadeiras conquistas.
“Na 5ª série, tive vários professores novos e nem imaginava que eles iam saber trabalhar, que iam conseguir. Foi surpreendente. No ano passado, tive uma professora de matemática e agora, na segunda vez que ela é minha professora, ensina mais, desenvolveu muito mesmo. Também temos professora de Braille, a atividade sai com rapidez. Esta escola está bem mais apropriada para receber o deficiente”, comemora Pedro Henrique.
E a empolgação de Pedro com os estudos o faz pensar no futuro. Quer trabalhar na área de comunicação com o colega de classe, Felipe dos Santos,16, que, também, está entre os 23 jovens cegos ou parcialmente cegos matriculados nas turmas regulares da escola. “Falo com todo mundo. A maioria dos colegas de sala enxerga. Graças a Deus, ninguém implica comigo. Sempre ajudam ditando as atividades que a professora coloca no quadro. Não tem dificuldade nenhuma”, diz Felipe.
Melhorias – A boa convivência e os avanços na rede física também deixam feliz a diretora da unidade, Cristina Rezende. Ela acrescenta que outro elemento que alavancou a possibilidade de incluir da escola foi a ampliação, pelo MEC, do acervo bibliográfico adaptado aos estudantes cegos e com baixa visão. “Clássicos da nossa literatura como Jorge Amado e Cecília Meireles integram o acervo e os estudantes têm acesso livre à seção Braille da biblioteca. O material didático também é adequado”, diz Cristina.
A diretora conta que, recentemente, o Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP) doou para a instituição uma impressora Braille. “Passamos a imprimir provas e atividades, a reproduzir nosso material. Facilitou muito”.
Foi, no CAP, que Selma Gomes de Oliveira teve contato, pela primeira vez, com os princípios da educação inclusiva. Ela é uma das professoras especialistas que trabalham na sala multifuncional da Escola Getúlio Vargas. Formada em filosofia, Selma fazia cursos de formação continuada em educação especial no CAP.
Depois de cinco anos na profissão, resolveu se especializar, motivada pelo irmão deficiente auditivo. Agora, ela cursa Especialização em Deficiência Auditiva oferecida pela Secretaria da Educação do Estado e pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Assim como Selma, outros 160 professores estão em formação.
“A sala multifuncional é uma ferramenta que tem impacto positivo na autonomia do estudante. A nossa, por enquanto, recebe estudantes cegos, mas deve atender adequadamente, também, estudantes surdos, ou com deficiência intelectual, por exemplo, por isso estou me especializando. Caso estes procurem a escola, serão bem-atendidos”, atenta a professora.
Fonte: Secretaria da Educação do Estado da Bahia (Sec Ba)
http://www.educacao.ba.gov.br/
Rede estadual de SP vai integrar ensino médio a técnico
luan.santos
Na tentativa de melhorar tanto a mão de obra no Estado quanto o ensino médio, o governo de SP decidiu integrar aulas regulares de suas escolas a cursos técnicos. A rede oferecerá duas opções: currículo médio básico totalmente integrado a cursos públicos profissionalizantes; ou cursos técnicos fora do horário de aula, em instituições credenciadas. Em ambos casos os jovens que optarem pelo modelo receberão diploma de ensino médio e técnico, em áreas como eletrônica, telecomunicações ou gestão, entre outros.
A Folha teve acesso ao teor do programa, que será apresentado nos próximos dias e começará em outubro. Serão 30 mil vagas na opção de cursos fora do horário de aula. O início da modalidade integrada deve ser em 2012. A meta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que, até 2014, tenham ensino técnico 30% dos 1,3 milhão de alunos do seu ensino médio.
Responsável por mais de 85% das matrículas do Estado, a rede enfrenta dificuldades nessa etapa. No último Saresp (exame estadual), a nota dos alunos caiu. Além disso, só 62% dos jovens que ingressam no ensino médio se formam.
“O estudante tem baixa autoestima e muitas vezes nem presta vestibular. Se ele não vir possibilidade de inserção no mercado de trabalho, vai desistir da escola”, disse o secretário de Educação, Herman Voorwald.
Para fazer o curso técnico, o jovem precisará estar matriculado na escola estadual. A secretaria aposta ainda na possibilidade de as aulas na rede melhorarem. “Os alunos passarão a trazer questões do mundo profissional para a escola”, afirma a assessora técnica da pasta Lúcia Lodi, uma das responsáveis pelo programa.
“O ensino médio integrado ao profissionalizante é uma boa iniciativa, mas as aulas precisam ser na mesma escola”, afirma Celso Ferreti, pesquisador do Centro de Estudos Educação e Sociedade. “Dificilmente funcionará um currículo em instituições diferentes, com histórias e procedimentos diferentes”.
O especialista defende que as aulas sejam concentradas em um período do dia. “Duvido que eles optem por estudar em dois períodos”. A união de ensino regular e técnico também é incentivada pelo governo federal, nas gestões Lula e Dilma.
Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/07/04/rede-estadual-de-sp-vai-integrar-ensino-medio-a-tecnico/
Na tentativa de melhorar tanto a mão de obra no Estado quanto o ensino médio, o governo de SP decidiu integrar aulas regulares de suas escolas a cursos técnicos. A rede oferecerá duas opções: currículo médio básico totalmente integrado a cursos públicos profissionalizantes; ou cursos técnicos fora do horário de aula, em instituições credenciadas. Em ambos casos os jovens que optarem pelo modelo receberão diploma de ensino médio e técnico, em áreas como eletrônica, telecomunicações ou gestão, entre outros.
A Folha teve acesso ao teor do programa, que será apresentado nos próximos dias e começará em outubro. Serão 30 mil vagas na opção de cursos fora do horário de aula. O início da modalidade integrada deve ser em 2012. A meta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que, até 2014, tenham ensino técnico 30% dos 1,3 milhão de alunos do seu ensino médio.
Responsável por mais de 85% das matrículas do Estado, a rede enfrenta dificuldades nessa etapa. No último Saresp (exame estadual), a nota dos alunos caiu. Além disso, só 62% dos jovens que ingressam no ensino médio se formam.
“O estudante tem baixa autoestima e muitas vezes nem presta vestibular. Se ele não vir possibilidade de inserção no mercado de trabalho, vai desistir da escola”, disse o secretário de Educação, Herman Voorwald.
Para fazer o curso técnico, o jovem precisará estar matriculado na escola estadual. A secretaria aposta ainda na possibilidade de as aulas na rede melhorarem. “Os alunos passarão a trazer questões do mundo profissional para a escola”, afirma a assessora técnica da pasta Lúcia Lodi, uma das responsáveis pelo programa.
“O ensino médio integrado ao profissionalizante é uma boa iniciativa, mas as aulas precisam ser na mesma escola”, afirma Celso Ferreti, pesquisador do Centro de Estudos Educação e Sociedade. “Dificilmente funcionará um currículo em instituições diferentes, com histórias e procedimentos diferentes”.
O especialista defende que as aulas sejam concentradas em um período do dia. “Duvido que eles optem por estudar em dois períodos”. A união de ensino regular e técnico também é incentivada pelo governo federal, nas gestões Lula e Dilma.
Fonte: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/07/04/rede-estadual-de-sp-vai-integrar-ensino-medio-a-tecnico/
Para especialista, música ajuda na concentração dos alunos
luan.santos
Música e educação. Uma relação que existe desde os tempos de Platão, mas que ainda hoje é alvo de grande debate público. Para muitos, a música é imprescindível à educação, sendo que promove uma série de pontos positivos que ajudam no processo educacional, como coordenação motora, concentração, leitura e escrita.
Em entrevista ao A TARDE Educação, Sofia Guimarães, professora do Centro Educacional Carneiro Ribeiro ou Escola Parque, fala sobre a importância do ensino de música para as escolas, trazendo muitos ganhos para os alunos, que têm também mais um caminho para aprender, e não apenas com o método tradicional.
A TARDE Educação: Como é o ensino de música na Escola Parque?
Sofia Guimarães: Na Escola Parque os alunos aprendem a tocar instrumentos, à sua escolha, pois eles fazem uma inscrição e optam pelo instrumento que desejam aprender. Consideramos isto muito importante, pois dá aos alunos mais um estímulo de ir à escola, cria neles o prazer de aprender algo e incentiva-os também no aprendizado das disciplinas tradicionais.
A TARDE Educação: Quais os pontos positivos ou negativos que a senhora observa nos alunos que aprendem a tocar instrumentos?
Sofia Guimarães: Os ganhos são diversos. Eles aprendem a ter maior concentração, ficam menos dispersos, se dedicam mais ao que fazem. Além disso, trocam experiências, pois aqueles que aprendem um instrumento conversa com seu colega que está aprendendo outro e há esta interação entre eles, de maneira que criam também a curiosidade de aprenderem outros instrumentos. Outro pontos positivo é que os alunos vão a concertos, vêm como é a na prática e acabam abrindo seu horizonte de expectativas quanto ao futuro, sendo que têm mais uma opção para seguir carreira profissional e não apenas aquelas carreiras tradicionais. O ensino será negativo quando os alunos não quiserem aprender efetivamente.
A TARDE Educação: Como a senhora vê o ensino de música no currículo das escolas?
Sofia Guimarães: O ensino de música não é muito ativo no currículo formal. Há um descrédito muito grande quanto à arte na educação. Ainda se está muito preso às áreas do conhecimento tradicionais, não se dando valor a outras formas de ensinar, que podem sim ajudar na educação. Não que as áreas do conhecimento tenham que dar lugar à arte, mas que esta também tenha seu lugar na educação. Na música, há diversidade, cada um expressa os sons de uma forma.
A TARDE Educação: Qual a importância do ensino de música nas escolas públicas?
Sofia Guimarães: No atual contexto da escola pública, onde a maioria dos alunos conhece apenas o que a mídia de massa veicula e assim ficam muito limitados. O ensino de música aos alunos lhes dá uma visão maior do que seja música, de que existem outros estilos, como a música erudita.
A TARDE Educação: Na educação tradicional, como a senhora vê a música ajudando no aprendizado para as disciplinas tradicionais?
Sofia Guimarães: Nas aulas de música ajudam os alunos a desenvolverem a disciplina, pois sem ela, não conseguirão aprender os assuntos das aulas, não aprenderão a tocar os instrumentos, não aprenderão a compor letras. Então, precisão desenvolver atenção e disciplina, e isto lhes será muito útil nas disciplinas dos currículo formal.
A TARDE Educação: E quanto à importância da música na vida dos alunos, não apenas na escola?
Sofia Guimarães: A música ajuda os alunos a entenderem o mundo em que vivem, a partir do momento em que estudam a história da música, como ela evoluiu ao longo do tempo, como está o contexto hoje. Na música os alunos praticam leitura, mas não apenas leitura textos. Eles leem as letras das músicas que cantam no coral e isto lhes é um incentivo para procurarem ler outros textos relacionados. Por exemplo, eles leem uma letra de determinado autor, então resolvem pesquisar e ler outras deste mesmo autor. E não apenas isto, mas os alunos aprendem a ler o mundo, não apenas as coisas escritas, mas o mundo como ele é.
Música e educação. Uma relação que existe desde os tempos de Platão, mas que ainda hoje é alvo de grande debate público. Para muitos, a música é imprescindível à educação, sendo que promove uma série de pontos positivos que ajudam no processo educacional, como coordenação motora, concentração, leitura e escrita.
Em entrevista ao A TARDE Educação, Sofia Guimarães, professora do Centro Educacional Carneiro Ribeiro ou Escola Parque, fala sobre a importância do ensino de música para as escolas, trazendo muitos ganhos para os alunos, que têm também mais um caminho para aprender, e não apenas com o método tradicional.
A TARDE Educação: Como é o ensino de música na Escola Parque?
Sofia Guimarães: Na Escola Parque os alunos aprendem a tocar instrumentos, à sua escolha, pois eles fazem uma inscrição e optam pelo instrumento que desejam aprender. Consideramos isto muito importante, pois dá aos alunos mais um estímulo de ir à escola, cria neles o prazer de aprender algo e incentiva-os também no aprendizado das disciplinas tradicionais.
A TARDE Educação: Quais os pontos positivos ou negativos que a senhora observa nos alunos que aprendem a tocar instrumentos?
Sofia Guimarães: Os ganhos são diversos. Eles aprendem a ter maior concentração, ficam menos dispersos, se dedicam mais ao que fazem. Além disso, trocam experiências, pois aqueles que aprendem um instrumento conversa com seu colega que está aprendendo outro e há esta interação entre eles, de maneira que criam também a curiosidade de aprenderem outros instrumentos. Outro pontos positivo é que os alunos vão a concertos, vêm como é a na prática e acabam abrindo seu horizonte de expectativas quanto ao futuro, sendo que têm mais uma opção para seguir carreira profissional e não apenas aquelas carreiras tradicionais. O ensino será negativo quando os alunos não quiserem aprender efetivamente.
A TARDE Educação: Como a senhora vê o ensino de música no currículo das escolas?
Sofia Guimarães: O ensino de música não é muito ativo no currículo formal. Há um descrédito muito grande quanto à arte na educação. Ainda se está muito preso às áreas do conhecimento tradicionais, não se dando valor a outras formas de ensinar, que podem sim ajudar na educação. Não que as áreas do conhecimento tenham que dar lugar à arte, mas que esta também tenha seu lugar na educação. Na música, há diversidade, cada um expressa os sons de uma forma.
A TARDE Educação: Qual a importância do ensino de música nas escolas públicas?
Sofia Guimarães: No atual contexto da escola pública, onde a maioria dos alunos conhece apenas o que a mídia de massa veicula e assim ficam muito limitados. O ensino de música aos alunos lhes dá uma visão maior do que seja música, de que existem outros estilos, como a música erudita.
A TARDE Educação: Na educação tradicional, como a senhora vê a música ajudando no aprendizado para as disciplinas tradicionais?
Sofia Guimarães: Nas aulas de música ajudam os alunos a desenvolverem a disciplina, pois sem ela, não conseguirão aprender os assuntos das aulas, não aprenderão a tocar os instrumentos, não aprenderão a compor letras. Então, precisão desenvolver atenção e disciplina, e isto lhes será muito útil nas disciplinas dos currículo formal.
A TARDE Educação: E quanto à importância da música na vida dos alunos, não apenas na escola?
Sofia Guimarães: A música ajuda os alunos a entenderem o mundo em que vivem, a partir do momento em que estudam a história da música, como ela evoluiu ao longo do tempo, como está o contexto hoje. Na música os alunos praticam leitura, mas não apenas leitura textos. Eles leem as letras das músicas que cantam no coral e isto lhes é um incentivo para procurarem ler outros textos relacionados. Por exemplo, eles leem uma letra de determinado autor, então resolvem pesquisar e ler outras deste mesmo autor. E não apenas isto, mas os alunos aprendem a ler o mundo, não apenas as coisas escritas, mas o mundo como ele é.
Pré-escola será obrigatória para todas as crianças até 2016
Por: Valeska Andrade
A coordenadora-geral de educação infantil da Secretaria de Educação Básica, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), Rita Coelho, admite que o acesso ao ensino de qualidade para crianças ainda é um problema.
“Os indicadores de qualidade na educação infantil são os mais baixos entre todos os níveis educacionais”, garante. Entretanto, com objetivo de reverter tal quadro, a inclusão de crianças brasileiras na pré-escola será obrigatória até 2016.
Para Rita, o atraso da inclusão das crianças na escola é fruto de uma cultura que, por muito tempo, não valorizou os pequenos. “Segundo a Constituição de 1988, a educação infantil não fazia parte do sistema educacional.
Essa visão de que para os pequenos “qualquer coisa serve” atrasou a profissionalização da educação infantil e agora vamos tentar reverter a situação”.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)
A coordenadora-geral de educação infantil da Secretaria de Educação Básica, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), Rita Coelho, admite que o acesso ao ensino de qualidade para crianças ainda é um problema.
“Os indicadores de qualidade na educação infantil são os mais baixos entre todos os níveis educacionais”, garante. Entretanto, com objetivo de reverter tal quadro, a inclusão de crianças brasileiras na pré-escola será obrigatória até 2016.
Para Rita, o atraso da inclusão das crianças na escola é fruto de uma cultura que, por muito tempo, não valorizou os pequenos. “Segundo a Constituição de 1988, a educação infantil não fazia parte do sistema educacional.
Essa visão de que para os pequenos “qualquer coisa serve” atrasou a profissionalização da educação infantil e agora vamos tentar reverter a situação”.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)
Pesquisa revela quais os sonhos dos jovens brasileiros
Por: Valeska Andrade
Nem casa própria, dinheiro ou bens de consumo. O maior sonho dos jovens de hoje é ter emprego e boa formação profissional. O perfil dos entrevistados, adolescentes de 18 a 24 anos de diferentes estados do País, aparece no estudo Sonho Brasileiro, da empresa Box1824.
O levantamento revela que 55% dos entrevistados têm como maior sonho a formação profissional e emprego. Em seguida, a casa própria (15%), ficar rico ou ter estabilidade financeira (9%), família (6%) e compra de bens como carro ou eletrodomésticos (3%). Para o sociólogo Gabriel Milanez, o resultado não significa que a nova geração rejeita ficar rica ou ter um bom carro.
“O fim não é só ficar rico e consumir. É ser alguma coisa mais do que ter. Ao mesmo tempo, o jovem não nega que deseja estabilidade. Não significa que não quer posses, mas quer ir além”.
Fonte: Zero Hora (RS)
Nem casa própria, dinheiro ou bens de consumo. O maior sonho dos jovens de hoje é ter emprego e boa formação profissional. O perfil dos entrevistados, adolescentes de 18 a 24 anos de diferentes estados do País, aparece no estudo Sonho Brasileiro, da empresa Box1824.
O levantamento revela que 55% dos entrevistados têm como maior sonho a formação profissional e emprego. Em seguida, a casa própria (15%), ficar rico ou ter estabilidade financeira (9%), família (6%) e compra de bens como carro ou eletrodomésticos (3%). Para o sociólogo Gabriel Milanez, o resultado não significa que a nova geração rejeita ficar rica ou ter um bom carro.
“O fim não é só ficar rico e consumir. É ser alguma coisa mais do que ter. Ao mesmo tempo, o jovem não nega que deseja estabilidade. Não significa que não quer posses, mas quer ir além”.
Fonte: Zero Hora (RS)
Disciplina sobre direitos humanos deve ser adicionada ao currículo escolar
Por: Valeska Andrade
O representante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Raimundo Feitosa, anunciou que o órgão estuda a inclusão de uma disciplina sobre direitos humanos no currículo do ensino básico, a partir de 2012.
A proposta é prevista pelo Programa Nacional de Direitos Humanos e tem por objetivo disseminar valores escolares “livres de preconceitos sociais e raciais, violência, abuso sexual e intimidação”.
Se aprovada pelo Congresso Nacional, esta será a quinta disciplina incluída no currículo do ensino médio nos últimos anos. As demais são filosofia, sociologia, música e espanhol.
Quase todas foram introduzidas com apoio de movimentos sociais, ONGs e entidades corporativas, sob a justificativa de que tornam as aulas mais atrativas e ajudam na formação intelectual e cívica das crianças e adolescentes.
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)
O representante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Raimundo Feitosa, anunciou que o órgão estuda a inclusão de uma disciplina sobre direitos humanos no currículo do ensino básico, a partir de 2012.
A proposta é prevista pelo Programa Nacional de Direitos Humanos e tem por objetivo disseminar valores escolares “livres de preconceitos sociais e raciais, violência, abuso sexual e intimidação”.
Se aprovada pelo Congresso Nacional, esta será a quinta disciplina incluída no currículo do ensino médio nos últimos anos. As demais são filosofia, sociologia, música e espanhol.
Quase todas foram introduzidas com apoio de movimentos sociais, ONGs e entidades corporativas, sob a justificativa de que tornam as aulas mais atrativas e ajudam na formação intelectual e cívica das crianças e adolescentes.
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)
Publicado Edital sobre Programa MT Preparatório
Foi lançando em 04/07/2011 o Edital sobre o “Programa MT Preparatório Social”. O projeto de formação preparatória para estudantes do ensino médio nos 141 municípios do Estado. O projeto em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado (Secitec-MT) oferecerá dentro das unidades escolares estaduais de Ensino Médio, teleaulas preparatórias para estudantes dos 3º anos. O objetivo é fortalecer os conhecimentos para participarem de vestibulares, Enem e Concursos Públicos.
Confira o EDITAL CONJUNTO Nº 0012011.pdf
Assessoria Seduc/MT
Confira o EDITAL CONJUNTO Nº 0012011.pdf
Assessoria Seduc/MT
MT- Seduc participa de oficina para revisão da lei de Educação Ambiental
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT), por meio da Gerência de Educação Ambiental, atua na preparação de oficinas e formação de grupos de trabalhos nos 141 municípios de Mato Grosso visando a discussão da revisão da Lei da Política Estadual de Educação Ambiental (EA) de Mato Grosso. O evento (II oficina formativa) acontece no auditório Jatobá do Parque Estadual Massairo Okamura, em Cuiabá.
“O processo de discussão será levado a todo interior e vai possibilitar ainda que conheçamos a realidade dos municípios, o que vai enriquecer o trabalho que já estamos desenvolvendo”, explica Valdiney Vieira, da Gerência de Educação Ambiental. Ele pontua que a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e a Seduc coordenam as ações realizadas por meio Comissão Interinstitucional de EA (CIEA). Outras 40 organizações e entidades participam ativamente dos trabalhos por meio da CIEA.
Todo o trabalho para reformatação da legislação é realizado mediante a consultoria do professor doutor Marcos Sorrentino, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). “Nosso grande desafio é envolver a todos, despertar a consciência em meio a correria do dia-a-dia e fazer crescer o envolvimento das pessoas com a revisão da Lei (7.888) para darmos início à construção de um sistema estadual de educação pautado em ações de sustentabilidade, economicamente, socialmente, ecologicamente, culturalmente e espacialmente”, sintetiza.
Para o mês de agosto (dias 1,2 e 3) está prevista mais uma ação, por meio da III oficina. Nesse período será realizada a primeira audiência pública, na capital do Estado, para discussão sobre o tema. Posteriormente será realizada uma nova oficina para que se análise os resultados dessa ação que será levada a todo Estado. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), a proposta de revisão da lei teve início no ano de 2008.
PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT
“O processo de discussão será levado a todo interior e vai possibilitar ainda que conheçamos a realidade dos municípios, o que vai enriquecer o trabalho que já estamos desenvolvendo”, explica Valdiney Vieira, da Gerência de Educação Ambiental. Ele pontua que a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e a Seduc coordenam as ações realizadas por meio Comissão Interinstitucional de EA (CIEA). Outras 40 organizações e entidades participam ativamente dos trabalhos por meio da CIEA.
Todo o trabalho para reformatação da legislação é realizado mediante a consultoria do professor doutor Marcos Sorrentino, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). “Nosso grande desafio é envolver a todos, despertar a consciência em meio a correria do dia-a-dia e fazer crescer o envolvimento das pessoas com a revisão da Lei (7.888) para darmos início à construção de um sistema estadual de educação pautado em ações de sustentabilidade, economicamente, socialmente, ecologicamente, culturalmente e espacialmente”, sintetiza.
Para o mês de agosto (dias 1,2 e 3) está prevista mais uma ação, por meio da III oficina. Nesse período será realizada a primeira audiência pública, na capital do Estado, para discussão sobre o tema. Posteriormente será realizada uma nova oficina para que se análise os resultados dessa ação que será levada a todo Estado. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), a proposta de revisão da lei teve início no ano de 2008.
PATRÍCIA NEVES
Assessoria/Seduc-MT
CCJ aprova correção do piso de professor pelo INPC e pelo Fundeb
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 3776/08, do Executivo, que estabelece nova regra para o reajuste do piso salarial nacional dos professores da educação básica da rede pública – atualmente de R$ 1.187,97, por mês, para 40 horas semanais. O texto segue agora para votação em Plenário.
O substitutivo mantém o reajuste do piso atrelado à variação do valor mínimo por aluno no Fundeb e acrescenta que o aumento não poderá ser inferior à inflação acumulada nos últimos 12 meses, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O reajuste também deixa de ser feito em janeiro e passa para maio. A mudança da data-base ocorreu porque , muitas vezes, o valor por estudante no Fundeb só é consolidado em abril do ano seguinte.
O relator na CCJ, deputado Esperidião Amin (PP-SC), votou pela constitucionalidade da proposta, destacando que ela é importante porque “nacionaliza o piso dos professores e preserva a carreira do magistério”.
Amin observou, porém, que o projeto tem uma falha: carece de dispositivo para penalizar o administrador que desrespeita o piso salarial – problema que vem ocorrendo em oito estados da Federação. Essa falha, contudo, lembrou o relator, não poderia ser corrigida pela CCJ, pois o colegiado não examinou o mérito da matéria.
Atualmente, a lei 11.738/08 prevê que o piso será atualizado no mês de janeiro no mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno no Fundeb. O governo propôs a mudança para o reajuste pela variação do INPC no ano anterior, mantendo o aumento em janeiro. Essa regra foi aprovada inicialmente pela Câmara, mas o Senado alterou o texto. Em razão da mudança, a proposta voltou para a Câmara, que fará a última análise antes da sanção ou veto presidencial.
Agência Câmara
O substitutivo mantém o reajuste do piso atrelado à variação do valor mínimo por aluno no Fundeb e acrescenta que o aumento não poderá ser inferior à inflação acumulada nos últimos 12 meses, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O reajuste também deixa de ser feito em janeiro e passa para maio. A mudança da data-base ocorreu porque , muitas vezes, o valor por estudante no Fundeb só é consolidado em abril do ano seguinte.
O relator na CCJ, deputado Esperidião Amin (PP-SC), votou pela constitucionalidade da proposta, destacando que ela é importante porque “nacionaliza o piso dos professores e preserva a carreira do magistério”.
Amin observou, porém, que o projeto tem uma falha: carece de dispositivo para penalizar o administrador que desrespeita o piso salarial – problema que vem ocorrendo em oito estados da Federação. Essa falha, contudo, lembrou o relator, não poderia ser corrigida pela CCJ, pois o colegiado não examinou o mérito da matéria.
Atualmente, a lei 11.738/08 prevê que o piso será atualizado no mês de janeiro no mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno no Fundeb. O governo propôs a mudança para o reajuste pela variação do INPC no ano anterior, mantendo o aumento em janeiro. Essa regra foi aprovada inicialmente pela Câmara, mas o Senado alterou o texto. Em razão da mudança, a proposta voltou para a Câmara, que fará a última análise antes da sanção ou veto presidencial.
Agência Câmara
MT- Fórum de Educação define data para Conferência de Avaliação do Plano Estadual de Educação
O Fórum Estadual de Educação, composto pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep) e demais entidades educacionais, lançará, na próxima sexta-feira (08.07), a primeira Conferência de Avaliação do Plano Estadual de Educação (Conapee) programada para ocorrer de 15 a 18 novembro deste ano.
O lançamento da Conferência ocorrerá durante Audiência Pública, às 8 horas, na Assembleia Legislativa, em Cuiabá. Para organizar a Conapee, o Fórum criou uma comissão responsável pela elaboração do documento avaliativo do PEE, que deve ser debatido na Conferência.
A Comissão e os demais membros do Fórum estão analisando a formatação da estrutura do evento. No início da semana, o Fórum deu continuidade à segunda reunião do órgão. A atividade ocorreu no auditório da Seduc e contou com a participação da secretária de Esucação, Rosa Neide Sandes de Almeida.
Na ocasião foi aprovado o documento avaliativo do PEE elaborado pela Comissão, bem como outros encaminhamentos necessários a realização da Conapee
Fórum
Na primeira reunião extraordinária, no último dia 20 de maio, ocorreu a posse dos 22 novos membros do colegiado que compõem o Fórum, para o biênio 2011/2013. Na ocasião a secretaria Rosa Neide destacou que Mato Grosso é um dos poucos estados do País que tem um Fórum composto por entidades civis e governamentais que avalia, acompanha e implementa o Plano Estadual de Educação (PEE).
Segundo a secretária de Educação, a Conapee precisa avaliar e discutir as metas do PEE, para adequar o Plano de Mato Grosso ao projeto nacional. O Plano do Estado foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governo estadual, em 2008.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
O lançamento da Conferência ocorrerá durante Audiência Pública, às 8 horas, na Assembleia Legislativa, em Cuiabá. Para organizar a Conapee, o Fórum criou uma comissão responsável pela elaboração do documento avaliativo do PEE, que deve ser debatido na Conferência.
A Comissão e os demais membros do Fórum estão analisando a formatação da estrutura do evento. No início da semana, o Fórum deu continuidade à segunda reunião do órgão. A atividade ocorreu no auditório da Seduc e contou com a participação da secretária de Esucação, Rosa Neide Sandes de Almeida.
Na ocasião foi aprovado o documento avaliativo do PEE elaborado pela Comissão, bem como outros encaminhamentos necessários a realização da Conapee
Fórum
Na primeira reunião extraordinária, no último dia 20 de maio, ocorreu a posse dos 22 novos membros do colegiado que compõem o Fórum, para o biênio 2011/2013. Na ocasião a secretaria Rosa Neide destacou que Mato Grosso é um dos poucos estados do País que tem um Fórum composto por entidades civis e governamentais que avalia, acompanha e implementa o Plano Estadual de Educação (PEE).
Segundo a secretária de Educação, a Conapee precisa avaliar e discutir as metas do PEE, para adequar o Plano de Mato Grosso ao projeto nacional. O Plano do Estado foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governo estadual, em 2008.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
Para refletir ...
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".
(Rubem Alves)
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".
(Rubem Alves)
Para refletir ...
"Suprima o pedestal, de repente você estará ao nível das crianças. Você as verá não com olhos de pedagogos e chefes, mas com olhos de homens e crianças, e com este ato você reduzirá seguidamente a perigosa separação entre aluno e professor que existe na escola tradicional".(Célestin Freinet)
Como desenvolver a capacidade de aprender
Por: Vicente Martins
São três os fatores que influem no desenvolvimento da capacidade de aprender:
Primeiramente, a atitude que querer aprender. É preciso que a escola desenvolva, no aluno, o aprendizado dos verbos querer e aprender, de modo a motivar para conjugá-los assim: eu quero aprender. Tal comportamento exigirá do aluno, de logo, uma série de atitudes como interesse, motivação, atenção, compreensão, participação e expectativa de aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser pessoa.
O segundo fator diz respeito às competências e habilidades, no que poderíamos chamar, simplesmente, de desenvolvimento de aptidões cognitivas e procedimentais. Quem aprende a ser competente, desenvolve um interesse especial de aprender. No entanto, só desenvolvemos a capacidade de aprender quando aprendemos a pensar. Só pensamos bem quando aprendemos métodos e técnicas de estudo. É este fator que garante, pois, a capacidade de auto-aprendizagem do aluno.
O terceiro fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou conteúdos. Para tanto, a construção de um currículo escolar, com disciplinas atualizadas e bem planificadas, é fundamental para que o aluno desenvolva sua compreensão do ambiente natural e sociais, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade, conforme o que determina o artigo 32 da LDB.
Um pergunta, agora, advém: saber ensinar é tão importante quanto saber aprender? Responderei assim: há um ditado, no meio escolar, que diz assim: quem sabe, ensina. Muitos sabem conhecimentos, mas poucos ensinam a aprender. Ensinar a aprender é ensinar estratégias de aprendizagem. Na escola tradicional, o P, maiúsculo, significa professor-representante do Conhecimento; o C, maiúsculo, significa Conhecimento acumulado historicamente na memória social e na memória do professor e o a, minúsculo, significa o aluno, que, a rigor, para o professor, e para a própria escola, é tábula rasa, isto é, conhece pouco ou não sabe de nada. Isto não é verdade. Saber ensinar é oferecer condições para que o discípulo supere, inclusive, o mestre. Numa palavra: ensinar é fazer aprender a aprender, de modo que o modelo pedagógico desenvolva os processos de pensamento para construir o conhecimento, que não é exclusividade de quem ensina ou aprende.
É papel dos professores levar o aluno a aprender para conhecer, o que pode ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno é capaz de exercitar a atenção, a memória e o pensamento autônomo.
As maiores dificuldades dos docentes residem nas deficiências próprias do processo de formação acadêmica. Nas universidades brasileiras, os cursos de formação de professores (as chamadas licenciaturas) se concentram muito nos conteúdos que vêm de ciências duras, mas se descuidam das competências e habilidades que deve ter o futuro professor, em particular, o domínio de estratégias que permitam se comportar docentes eficientes, autônomos e estratégicos.
Os docentes enfrentam dificuldades de ensinar a aprender, isto é, desconhecem, muitas vezes, como os alunos podem aprender e quais os processos que devem realizar para que seus alunos adquiram, desenvolvam e processem as informações ensinadas e apreendidas em sala de aula. Nesse sentido, o trabalho com conceitos como aprendizagem, memória sensorial, memória de curto prazo, memória de longo prazo, estratégias cognitivas, quando não bem assimilados, no processo de formação dos docentes, serão convertidos em dores de cabeça constantes, em que o docente ensina, mas não tem a garantia de que está, realmente, ensinando a aprender. A noção de memória é central para quem ensinar a aprender.
As maiores dificuldades dos alunos residem no aprendizado de estratégias de aprendizagem. A leitura, a escrita e a matemática são meios ou estratégias para o desenvolvimento da capacidade de aprender. Entre as três, certamente, a leitura, especialmente a compreensão leitora, tem o seu lugar de destaque.
Ler para aprender é fundamental para qualquer componente pedagógico do currículo escolar. Através dessa habilidade, a leitura envolve a atividade de ler para compreender, exigindo que o aluno, por seu turno, aprenda a concentrar-se na seleção de informação relevante no texto, utilizando, para tanto, estratégias de aprendizagem e avaliação de eficácia.
Aprender, pois, a selecionar informação, é um tarefa de quem ensina e desafio para A escola e a família são instituições ainda muito conservadoras. Nisso, por um lado, não há demérito mas às vezes também não há mérito. No Brasil, muitas escolas utilizam procedimentos do século XVI, do período jesuítico como a cópia e o ditado. Nada contra os dois procedimentos, mas se que tenham uma fundamentação pedagógica e que valorizem a escrita criativa do aluno, decerto, terão pouca repercussão no seu aprendizado.
Muitas escolas, por pressões familiares, não discutem temas como sexualidade, especialmente a vertente homossexual. Sexualidade é tabu no meio familiar e no meio escolar mesmo numa sociedade que enfrenta uma síndrome grave como a AIDS. A escola ensina, como paradigma da língua padrão, regras gramaticais com exemplário de citações do século XIX, e não aceita a variação lingüística de origem popular, que traz marcas do padrão oral e não escrito. E assim por diante. São exemplos de que a escola é realmente conservadora.
Isso acontece também com as pedagogias. Tivemos a pedagogia tradicional, a escolanovista, piagetiana, Vigostky e já falamos em uma pedagógica pós-construtivista com base em teoria de Gardner. Umas cuidam plenamente de um aspecto do aprendizado como o conhecimento, mas se descuidam completamente da capacidade cognitiva e metacognitiva, interesses e necessidades dos alunos.
Na história educacional, no Brasil, os dados mostram que quanto mais teoria educacional mirabolante, menos conhecemos o processo ensino-aprendizagem e mais tendemos, também a reforçar um distanciamento professor-aluno, porque as pedagogias tendem a reduzir ações e espaços de um lado ou do outro. Ora o professor é sujeito do processo pedagógico ora o aluno é o sujeito aprendente. O desafio, para todos nós, é o equilíbrio que vem da conjugação dos pilares do processo de ensino-aprendizagem: mediação, avaliação e qualidade educacional.
Seja como for, o importante é que os docentes tenham conhecimento dessas pedagogias e possam criar modelos alternativos para que haja a possibilidade de o aluno aprender a aprender, ou seja, ser capaz de descobrir e aprender por ele mesmo, ou, em colaboração com outros, os procedimentos, conhecimentos e atitudes que atendam às novas exigências da sociedade do conhecimento.
A Constituição Federal, no seu artigo 205, e a LDB, no seu artigo 2, preceituam que a educação é dever da família e do Estado. Em diferentes momentos, a família é convocada, pelo poder público, a participar do processo de formação escolar: no primeiro instante, matriculando, obrigatoriamente, seu filho, em idade escolar, no ensino fundamental.
No segundo instante, zelando pela freqüência à escola e num terceiro momento se articulando com a escola, de modo a assegurar meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento e zelando, com os docentes, pela aprendizagem dos alunos.
O papel da família, no desenvolvimento da capacidade de aprender, é tarefa, pois, de natureza legal ou jurídica, deve ser, pois, o de articular-se com a escola e seus docentes, velando, de forma permanente, pela qualidade de ensino.
O papel, pois, da família é de zelar, a exemplo dos docentes, pela aprendizagem. Isto significa acompanhar de perto a elaboração da proposta pedagógica da escolar, não abrindo mão de prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento ou em atraso escolar bem como assegurar meios de acesso aos níveis mais elevados de ensino segundo a capacidade de cada um.
As mídias convencionais ou eletrônicas apontam para uma revolução pós-industrial, centrada no conhecimento. Estamos na chamada sociedade do conhecimento em que um aprendente dedicado à pesquisa pode, em pouco tempo, superar os conhecimentos acumulados do mestre. E tudo isso é bom para quem ensina e para quem aprende.
O conhecimento é possível de ser democraticamente capturado ou adquirido por todos: todos estão em condições de aprendizagem. Claro, a figura do professor não desaparece, exceto o modelo tradicional do tipo sabe-tudo, mas passa a exercer um papel de mediador ou instrutor ou mesmo um facilitador na aquisição e desenvolvimento de aprendizagem.
A tarefa do mediador deve ser, então, a de buscar, orientar, diante das diversas fontes disponíveis, especialmente as eletrônicas, os melhores sites, indicando links que realmente trazem a informação segura.
Infelizmente, por uma série de fatores de ordem socioeconômica, muitos docentes não acessam a Internet e, o mais grave, já sofrem conseqüência dessa limitação, levando, para sala de aula, informações desatualizadas e desnecessárias para os alunos, especialmente em disciplinas como História, Biologia, Geografia e Língua Portuguesa.
Vicente Martins, palestrante, é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br
São três os fatores que influem no desenvolvimento da capacidade de aprender:
Primeiramente, a atitude que querer aprender. É preciso que a escola desenvolva, no aluno, o aprendizado dos verbos querer e aprender, de modo a motivar para conjugá-los assim: eu quero aprender. Tal comportamento exigirá do aluno, de logo, uma série de atitudes como interesse, motivação, atenção, compreensão, participação e expectativa de aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser pessoa.
O segundo fator diz respeito às competências e habilidades, no que poderíamos chamar, simplesmente, de desenvolvimento de aptidões cognitivas e procedimentais. Quem aprende a ser competente, desenvolve um interesse especial de aprender. No entanto, só desenvolvemos a capacidade de aprender quando aprendemos a pensar. Só pensamos bem quando aprendemos métodos e técnicas de estudo. É este fator que garante, pois, a capacidade de auto-aprendizagem do aluno.
O terceiro fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou conteúdos. Para tanto, a construção de um currículo escolar, com disciplinas atualizadas e bem planificadas, é fundamental para que o aluno desenvolva sua compreensão do ambiente natural e sociais, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade, conforme o que determina o artigo 32 da LDB.
Um pergunta, agora, advém: saber ensinar é tão importante quanto saber aprender? Responderei assim: há um ditado, no meio escolar, que diz assim: quem sabe, ensina. Muitos sabem conhecimentos, mas poucos ensinam a aprender. Ensinar a aprender é ensinar estratégias de aprendizagem. Na escola tradicional, o P, maiúsculo, significa professor-representante do Conhecimento; o C, maiúsculo, significa Conhecimento acumulado historicamente na memória social e na memória do professor e o a, minúsculo, significa o aluno, que, a rigor, para o professor, e para a própria escola, é tábula rasa, isto é, conhece pouco ou não sabe de nada. Isto não é verdade. Saber ensinar é oferecer condições para que o discípulo supere, inclusive, o mestre. Numa palavra: ensinar é fazer aprender a aprender, de modo que o modelo pedagógico desenvolva os processos de pensamento para construir o conhecimento, que não é exclusividade de quem ensina ou aprende.
É papel dos professores levar o aluno a aprender para conhecer, o que pode ser traduzido por aprender a aprender, em que o aluno é capaz de exercitar a atenção, a memória e o pensamento autônomo.
As maiores dificuldades dos docentes residem nas deficiências próprias do processo de formação acadêmica. Nas universidades brasileiras, os cursos de formação de professores (as chamadas licenciaturas) se concentram muito nos conteúdos que vêm de ciências duras, mas se descuidam das competências e habilidades que deve ter o futuro professor, em particular, o domínio de estratégias que permitam se comportar docentes eficientes, autônomos e estratégicos.
Os docentes enfrentam dificuldades de ensinar a aprender, isto é, desconhecem, muitas vezes, como os alunos podem aprender e quais os processos que devem realizar para que seus alunos adquiram, desenvolvam e processem as informações ensinadas e apreendidas em sala de aula. Nesse sentido, o trabalho com conceitos como aprendizagem, memória sensorial, memória de curto prazo, memória de longo prazo, estratégias cognitivas, quando não bem assimilados, no processo de formação dos docentes, serão convertidos em dores de cabeça constantes, em que o docente ensina, mas não tem a garantia de que está, realmente, ensinando a aprender. A noção de memória é central para quem ensinar a aprender.
As maiores dificuldades dos alunos residem no aprendizado de estratégias de aprendizagem. A leitura, a escrita e a matemática são meios ou estratégias para o desenvolvimento da capacidade de aprender. Entre as três, certamente, a leitura, especialmente a compreensão leitora, tem o seu lugar de destaque.
Ler para aprender é fundamental para qualquer componente pedagógico do currículo escolar. Através dessa habilidade, a leitura envolve a atividade de ler para compreender, exigindo que o aluno, por seu turno, aprenda a concentrar-se na seleção de informação relevante no texto, utilizando, para tanto, estratégias de aprendizagem e avaliação de eficácia.
Aprender, pois, a selecionar informação, é um tarefa de quem ensina e desafio para A escola e a família são instituições ainda muito conservadoras. Nisso, por um lado, não há demérito mas às vezes também não há mérito. No Brasil, muitas escolas utilizam procedimentos do século XVI, do período jesuítico como a cópia e o ditado. Nada contra os dois procedimentos, mas se que tenham uma fundamentação pedagógica e que valorizem a escrita criativa do aluno, decerto, terão pouca repercussão no seu aprendizado.
Muitas escolas, por pressões familiares, não discutem temas como sexualidade, especialmente a vertente homossexual. Sexualidade é tabu no meio familiar e no meio escolar mesmo numa sociedade que enfrenta uma síndrome grave como a AIDS. A escola ensina, como paradigma da língua padrão, regras gramaticais com exemplário de citações do século XIX, e não aceita a variação lingüística de origem popular, que traz marcas do padrão oral e não escrito. E assim por diante. São exemplos de que a escola é realmente conservadora.
Isso acontece também com as pedagogias. Tivemos a pedagogia tradicional, a escolanovista, piagetiana, Vigostky e já falamos em uma pedagógica pós-construtivista com base em teoria de Gardner. Umas cuidam plenamente de um aspecto do aprendizado como o conhecimento, mas se descuidam completamente da capacidade cognitiva e metacognitiva, interesses e necessidades dos alunos.
Na história educacional, no Brasil, os dados mostram que quanto mais teoria educacional mirabolante, menos conhecemos o processo ensino-aprendizagem e mais tendemos, também a reforçar um distanciamento professor-aluno, porque as pedagogias tendem a reduzir ações e espaços de um lado ou do outro. Ora o professor é sujeito do processo pedagógico ora o aluno é o sujeito aprendente. O desafio, para todos nós, é o equilíbrio que vem da conjugação dos pilares do processo de ensino-aprendizagem: mediação, avaliação e qualidade educacional.
Seja como for, o importante é que os docentes tenham conhecimento dessas pedagogias e possam criar modelos alternativos para que haja a possibilidade de o aluno aprender a aprender, ou seja, ser capaz de descobrir e aprender por ele mesmo, ou, em colaboração com outros, os procedimentos, conhecimentos e atitudes que atendam às novas exigências da sociedade do conhecimento.
A Constituição Federal, no seu artigo 205, e a LDB, no seu artigo 2, preceituam que a educação é dever da família e do Estado. Em diferentes momentos, a família é convocada, pelo poder público, a participar do processo de formação escolar: no primeiro instante, matriculando, obrigatoriamente, seu filho, em idade escolar, no ensino fundamental.
No segundo instante, zelando pela freqüência à escola e num terceiro momento se articulando com a escola, de modo a assegurar meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento e zelando, com os docentes, pela aprendizagem dos alunos.
O papel da família, no desenvolvimento da capacidade de aprender, é tarefa, pois, de natureza legal ou jurídica, deve ser, pois, o de articular-se com a escola e seus docentes, velando, de forma permanente, pela qualidade de ensino.
O papel, pois, da família é de zelar, a exemplo dos docentes, pela aprendizagem. Isto significa acompanhar de perto a elaboração da proposta pedagógica da escolar, não abrindo mão de prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento ou em atraso escolar bem como assegurar meios de acesso aos níveis mais elevados de ensino segundo a capacidade de cada um.
As mídias convencionais ou eletrônicas apontam para uma revolução pós-industrial, centrada no conhecimento. Estamos na chamada sociedade do conhecimento em que um aprendente dedicado à pesquisa pode, em pouco tempo, superar os conhecimentos acumulados do mestre. E tudo isso é bom para quem ensina e para quem aprende.
O conhecimento é possível de ser democraticamente capturado ou adquirido por todos: todos estão em condições de aprendizagem. Claro, a figura do professor não desaparece, exceto o modelo tradicional do tipo sabe-tudo, mas passa a exercer um papel de mediador ou instrutor ou mesmo um facilitador na aquisição e desenvolvimento de aprendizagem.
A tarefa do mediador deve ser, então, a de buscar, orientar, diante das diversas fontes disponíveis, especialmente as eletrônicas, os melhores sites, indicando links que realmente trazem a informação segura.
Infelizmente, por uma série de fatores de ordem socioeconômica, muitos docentes não acessam a Internet e, o mais grave, já sofrem conseqüência dessa limitação, levando, para sala de aula, informações desatualizadas e desnecessárias para os alunos, especialmente em disciplinas como História, Biologia, Geografia e Língua Portuguesa.
Vicente Martins, palestrante, é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br
Entrevista - Antonieta Celani fala sobre o ensino de Língua Estrangeira
Pesquisadora brasileira alerta para a importância de refletir sobre a prática em sala para substituir definitivamente os "métodos milagreiros"
Daniela Almeida (novaescola@atleitor.com.br)
ANTONIETA CELANI "Já baseamos
as aulas em tradução e em gramática,
mas hoje sabemos que cabe ao professor
analisar a turma para atuar bem."
A formação deficiente de professores em faculdades sem qualidade que se proliferam pelo país e a escassez de programas de Educação continuada bem organizados são apenas dois dos desafios enfrentados no ensino de Língua Estrangeira. Outra questão, somada a essas, torna o cenário ainda mais desafiador: a ausência de uma política clara - em nível nacional -, o que leva a disciplina a uma posição secundária dentro do currículo. Na avaliação da professora Antonieta Celani, fundadora, em 1970, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada - o primeiro do gênero no Brasil - e atual coordenadora do Programa de Formação Contínua do Professor de Inglês da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, existe uma descrença geral no meio educacional em relação à área.
Para ela, no entanto, a situação tende a se reverter com o fim da crença de muitos educadores na existência do que costumam chamar de "o melhor método". "Já baseamos as aulas em gramática e em tradução, por exemplo, mas hoje sabemos que cabe ao professor analisar a turma para atuar bem", afirma. Nesta entrevista, a pesquisadora explica por que acredita que a busca por receitas só mudará com a formação reflexiva - a capacitação que prepara cada docente para avaliar a realidade em que atua e aplicar princípios de ensino e aprendizagem que funcionem para o grupo de estudantes que tem em cada sala de aula.
O que mudou nas aulas de Língua Estrangeira no Brasil desde que o primeiro curso de pós-graduação na área foi criado, em 1970?
ANTONIETA CELANI Antes, o foco estava no ensino de línguas em si. Hoje, o conceito de linguística aplicada, guarda-chuva do curso que ajudei a criar, é muito mais amplo. Naquele tempo, a preocupação era o que e como ensinar. Hoje há outras perguntas: para que crianças e jovens precisam do Inglês? Por que ele é necessário no currículo?
Por quais concepções de ensino da disciplina o país já passou?
ANTONIETA Primeiro, tivemos aquela baseada em gramática e tradução. Depois, caminhamos para o método audiolingual, embasado na repetição oral e com orientação behaviorista. Daí em diante, apareceram iniciativas soltas: método funcional (conteúdo determinado por funções, como pedir desculpas e cumprimentar), método situacional (conteúdo pautado por eventos como "no aeroporto", "na loja" etc.). Todos, no fundo, se tratavam de audiolinguais disfarçados, já que a condução em sala também se dava pela repetição. Mais tarde, surgiu a abordagem comunicativa, por meio da qual não se pode usar a primeira língua, só a estrangeira. Essa foi a grande revolução do fim do século 19.
Não houve a influência do sociointeracionismo?
ANTONIETA Sim, as ideias do psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) vieram paralelamente, focadas na questão do desenvolvimento e do ensino e da aprendizagem como um processo único. Nesse contexto, são usadas formas de mediação - pelo professor, pelo colega ou pelo próprio material didático - para levar o outro a aprender.
E atualmente, como estamos?
ANTONIETA Hoje, atuamos em uma era que os especialistas chamam de pós-método. Falamos em princípios e em diferentes possibilidades de implementá-los. De certo modo, para a questão da formação docente, isso complica a situacão, já que é muito mais fácil pegar uma receita e aplicá-la. Agora, dependemos da análise do professor em relação ao que fazer diante da realidade em que estão inseridos seus alunos.
O que cabe a ele, afinal?
ANTONIETA Ele precisa dominar o contexto por meio de princípios básicos de ensino e aprendizagem que independem de metodologia. Existem alguns nos quais o professor acredita e aos quais é fiel. Se ele aposta na mediação, por exemplo, não vai exigir que a garotada repita milhares de vezes uma palavra.
Não é possível falar, portanto, em um modelo que seja mais eficaz.
ANTONIETA Exatamente. Não existe um método perfeito, até porque a eficácia depende do objetivo da pessoa ao aprender um idioma. A saída agora é entender por quê, para quê, como e o que ensinar - nessa exata ordem. A primeira resposta pode ser: porque a língua confere uma formação global ao indivíduo. Para quê? Até o 9º ano, ainda não há uma certeza. Então, a formação deve ser básica para permitir direcionamentos específicos posteriores. O como vai depender dos objetivos. Só então é possível definir os conteúdos a ensinar.
É importante que esses conteúdos estejam relacionados às práticas sociais de leitura e escrita?
ANTONIETA Sim. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Estrangeira, lançados em 1998, do qual sou coautora, recomendamos a ênfase em leitura e escrita, considerando as situações do contexto brasileiro. Fomos massacrados. Diziam que a proposta era elitista, pois excluía a possibilidade de acesso do estudante ao desenvolvimento das quatro habilidades - ler, falar, escrever e compreender. Mas como, sem preparo, o professor pode desenvolver a habilidade de fala com 50 crianças por classe em duas horas semanais? Agora, justamente as práticas de leitura e escrita aparecem como uma necessidade social.
Como levar esses dois conteúdos para a sala de aula?
ANTONIETA Ligando aquilo que acontece em classe com objetos de uso da Língua Estrangeira que existem fora do ambiente escolar. Vale trabalhar com textos de jornal (disponíveis inclusive na internet), rótulos de produtos, a estampa de uma camiseta ou letras de música. Dessa forma, o professor encontra um link com os jovens.
Com o desenvolvimento de novas mídias e tecnologias, como a internet e a TV a cabo, mudam os conteúdos e a maneira de lecionar Inglês?
ANTONIETA Com certeza. Existem, aliás, iniciativas muito interessantes nesse sentido, como a chamada You've Got Mail. Por meio desse programa, os professores promovem a troca de e-mails entre alunos brasileiros e de outros países. O computador é um recurso que deve ser usado para fazer tarefas que despertem o interesse dos estudantes. Usar essas novas tecnologias é outro meio de estabelecer um relação com a realidade.
Muitas escolas brasileiras ainda focam apenas a gramática e a decoreba. Como mudar isso?
ANTONIETA É preciso valorizar o segundo idioma, entender qual a importância de aprendê-lo para a Educação do indivíduo - o que permite a ele entender o outro e as diferenças e estar inserido no contexto mundial atual. E também, é claro, dando formação inicial e continuada para os professores. Eles apenas repetem o que aprendem.
Quais os problemas da formação docente nessa área?
ANTONIETA Primeiro, há a questão da licenciatura dupla em Português e Inglês, por exemplo. Com o repertório proporcionado pela Educação Básica, não há como dar conta das duas em tão pouco tempo. Além disso, hoje se proliferam faculdades que não têm corpo docente adequado nem desenvolvem pesquisa e dão cursos baseados na gramática. O ideal é que a graduação ofereça a prática e o uso da língua, de várias maneiras, além de formação reflexiva e não receitas.
Como os professores recém-formados chegam à escola?
ANTONIETA Eles se sentem perdidos, já que a própria instituição muitas vezes desvaloriza a disciplina. Alguns se perguntam por que estão ensinando aquilo. Eles não têm noção da capacidade de inclusão que o idioma tem.
O que é essencial numa boa aula?
ANTONIETA A conversação. O único momento real de comunicação se dá com ordens: abram seus livros. Em sala, continua-se falando em português e isso acontece pela falta de naturalidade com o idioma. O medo de a turma não entender não é desculpa. Senão vira um círculo vicioso. É possível usar os dois idiomas, pelo menos, ou traduzir na primeira vez que empregar determinados termos.
Que outras habilidades e conhecimentos o professor deve ter?
ANTONIETA Além de ser capaz de falar na língua que leciona em sala, ele precisa escrever de maneira simples e correta sintaticamente, ler um artigo e entender falantes nativos - que não devem ser encarados como modelo, nem em relação à pronúncia. Mesmo porque essa ideia está superada hoje pela falta de fronteiras proporcionada pelo avanço da tecnologia e por causa da expansão do inglês. Afinal, quem é o falante, nesse caso, uma vez que os não-nativos superam absolutamente os que o têm como primeira língua? O princípio é se comunicar de forma correta e compreensível.
O que a formação continuada pode oferecer ao docente da área?
ANTONIETA Ele precisa estar preparado para se enxergar e atuar como um pesquisador da própria prática. A reflexão proporciona isso a ele. Um dos grandes problemas do professor é a solidão. Muitas vezes, ele não tem colegas com quem trocar experiências na escola. Por isso, é importante estar sempre alerta para oportunidades em centros de recursos e usar a internet para pesquisar e travar contato com o idioma.
Qual o currículo do programa de Educação continuada para professores de IngIês do qual a senhora participa?
ANTONIETA No programa para formação gratuita de professores da PUC, em parceria com a Cultura Inglesa, os educadores primeiro têm aulas de aperfeiçoamento linguístico. Terminada essa etapa, eles fazem um curso de extensão chamado Reflexão Sobre a Ação, durante o qual gravam suas aulas e analisam o que funcionou ou não. Além de estudarem os aspectos didáticos (a organização do sistema fonológico do inglês, a relação com textos etc.), refletem sobre questões da prática em sala de aula. Depois, eles preparam unidades didáticas e testam esse material nas escolas em que trabalham porque a intenção é multiplicar a formação pelas escolas.
Como a rede pública encara o ensino de um segundo idioma?
ANTONIETA Como uma das últimas preocupações. Não há meios para que ele avance porque não existe uma política nacional para a disciplina. Isso é resultado da exclusão da Língua Estrangeira do núcleo comum na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1961. Na época, ela passou a ser tratada como atividade. Depois, a LDB de 1996 menciona "uma Língua Estrangeira". A escolha é da escola. Independentemente disso, um decreto do governo, de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade de a escola se oferecer o Espanhol, apesar de ele ser optativo para os alunos. Só que na prática não acontece nada. Mesmo porque ainda não existem professores suficientes para preencher essas vagas.
Que resultados os estudantes colheriam se as aulas de um segundo idioma fossem priorizadas?
ANTONIETA Eles passariam a entender as diferenças e a conviver melhor com elas. Aprende-se isso por meio do contato com outras culturas. No aspecto social, temos as questões do acesso ao mercado de trabalho e da inclusão e da participação do sujeito no mundo. Hoje, quem não tem um nível de inglês que permita entrar nessa grande roda está excluído. Bom ou ruim, esse é um fato.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Professores e Formadores em Mudança: Relato de um Processo de Reflexão e Transformação da Prática Docente, Maria Antonieta Alba Celani, 232 págs., Ed. Mercado de Letras, tel. (19) 3241-7514, 46 reais
ESP in Brazil: 25 Years of Reflection and Evolution, Antonieta Alba Celani, Francis Deyes, John Leslie Holmes e Michael Rowland Scott, 416 págs., Ed. Mercado de Letras, 45 reais
INTERNET
Informações sobre o programa de aprimoramento de inglês da Cultura Inglesa em parceria com a PUC.
Daniela Almeida (novaescola@atleitor.com.br)
ANTONIETA CELANI "Já baseamos
as aulas em tradução e em gramática,
mas hoje sabemos que cabe ao professor
analisar a turma para atuar bem."
A formação deficiente de professores em faculdades sem qualidade que se proliferam pelo país e a escassez de programas de Educação continuada bem organizados são apenas dois dos desafios enfrentados no ensino de Língua Estrangeira. Outra questão, somada a essas, torna o cenário ainda mais desafiador: a ausência de uma política clara - em nível nacional -, o que leva a disciplina a uma posição secundária dentro do currículo. Na avaliação da professora Antonieta Celani, fundadora, em 1970, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada - o primeiro do gênero no Brasil - e atual coordenadora do Programa de Formação Contínua do Professor de Inglês da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, existe uma descrença geral no meio educacional em relação à área.
Para ela, no entanto, a situação tende a se reverter com o fim da crença de muitos educadores na existência do que costumam chamar de "o melhor método". "Já baseamos as aulas em gramática e em tradução, por exemplo, mas hoje sabemos que cabe ao professor analisar a turma para atuar bem", afirma. Nesta entrevista, a pesquisadora explica por que acredita que a busca por receitas só mudará com a formação reflexiva - a capacitação que prepara cada docente para avaliar a realidade em que atua e aplicar princípios de ensino e aprendizagem que funcionem para o grupo de estudantes que tem em cada sala de aula.
O que mudou nas aulas de Língua Estrangeira no Brasil desde que o primeiro curso de pós-graduação na área foi criado, em 1970?
ANTONIETA CELANI Antes, o foco estava no ensino de línguas em si. Hoje, o conceito de linguística aplicada, guarda-chuva do curso que ajudei a criar, é muito mais amplo. Naquele tempo, a preocupação era o que e como ensinar. Hoje há outras perguntas: para que crianças e jovens precisam do Inglês? Por que ele é necessário no currículo?
Por quais concepções de ensino da disciplina o país já passou?
ANTONIETA Primeiro, tivemos aquela baseada em gramática e tradução. Depois, caminhamos para o método audiolingual, embasado na repetição oral e com orientação behaviorista. Daí em diante, apareceram iniciativas soltas: método funcional (conteúdo determinado por funções, como pedir desculpas e cumprimentar), método situacional (conteúdo pautado por eventos como "no aeroporto", "na loja" etc.). Todos, no fundo, se tratavam de audiolinguais disfarçados, já que a condução em sala também se dava pela repetição. Mais tarde, surgiu a abordagem comunicativa, por meio da qual não se pode usar a primeira língua, só a estrangeira. Essa foi a grande revolução do fim do século 19.
Não houve a influência do sociointeracionismo?
ANTONIETA Sim, as ideias do psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) vieram paralelamente, focadas na questão do desenvolvimento e do ensino e da aprendizagem como um processo único. Nesse contexto, são usadas formas de mediação - pelo professor, pelo colega ou pelo próprio material didático - para levar o outro a aprender.
E atualmente, como estamos?
ANTONIETA Hoje, atuamos em uma era que os especialistas chamam de pós-método. Falamos em princípios e em diferentes possibilidades de implementá-los. De certo modo, para a questão da formação docente, isso complica a situacão, já que é muito mais fácil pegar uma receita e aplicá-la. Agora, dependemos da análise do professor em relação ao que fazer diante da realidade em que estão inseridos seus alunos.
O que cabe a ele, afinal?
ANTONIETA Ele precisa dominar o contexto por meio de princípios básicos de ensino e aprendizagem que independem de metodologia. Existem alguns nos quais o professor acredita e aos quais é fiel. Se ele aposta na mediação, por exemplo, não vai exigir que a garotada repita milhares de vezes uma palavra.
Não é possível falar, portanto, em um modelo que seja mais eficaz.
ANTONIETA Exatamente. Não existe um método perfeito, até porque a eficácia depende do objetivo da pessoa ao aprender um idioma. A saída agora é entender por quê, para quê, como e o que ensinar - nessa exata ordem. A primeira resposta pode ser: porque a língua confere uma formação global ao indivíduo. Para quê? Até o 9º ano, ainda não há uma certeza. Então, a formação deve ser básica para permitir direcionamentos específicos posteriores. O como vai depender dos objetivos. Só então é possível definir os conteúdos a ensinar.
É importante que esses conteúdos estejam relacionados às práticas sociais de leitura e escrita?
ANTONIETA Sim. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Estrangeira, lançados em 1998, do qual sou coautora, recomendamos a ênfase em leitura e escrita, considerando as situações do contexto brasileiro. Fomos massacrados. Diziam que a proposta era elitista, pois excluía a possibilidade de acesso do estudante ao desenvolvimento das quatro habilidades - ler, falar, escrever e compreender. Mas como, sem preparo, o professor pode desenvolver a habilidade de fala com 50 crianças por classe em duas horas semanais? Agora, justamente as práticas de leitura e escrita aparecem como uma necessidade social.
Como levar esses dois conteúdos para a sala de aula?
ANTONIETA Ligando aquilo que acontece em classe com objetos de uso da Língua Estrangeira que existem fora do ambiente escolar. Vale trabalhar com textos de jornal (disponíveis inclusive na internet), rótulos de produtos, a estampa de uma camiseta ou letras de música. Dessa forma, o professor encontra um link com os jovens.
Com o desenvolvimento de novas mídias e tecnologias, como a internet e a TV a cabo, mudam os conteúdos e a maneira de lecionar Inglês?
ANTONIETA Com certeza. Existem, aliás, iniciativas muito interessantes nesse sentido, como a chamada You've Got Mail. Por meio desse programa, os professores promovem a troca de e-mails entre alunos brasileiros e de outros países. O computador é um recurso que deve ser usado para fazer tarefas que despertem o interesse dos estudantes. Usar essas novas tecnologias é outro meio de estabelecer um relação com a realidade.
Muitas escolas brasileiras ainda focam apenas a gramática e a decoreba. Como mudar isso?
ANTONIETA É preciso valorizar o segundo idioma, entender qual a importância de aprendê-lo para a Educação do indivíduo - o que permite a ele entender o outro e as diferenças e estar inserido no contexto mundial atual. E também, é claro, dando formação inicial e continuada para os professores. Eles apenas repetem o que aprendem.
Quais os problemas da formação docente nessa área?
ANTONIETA Primeiro, há a questão da licenciatura dupla em Português e Inglês, por exemplo. Com o repertório proporcionado pela Educação Básica, não há como dar conta das duas em tão pouco tempo. Além disso, hoje se proliferam faculdades que não têm corpo docente adequado nem desenvolvem pesquisa e dão cursos baseados na gramática. O ideal é que a graduação ofereça a prática e o uso da língua, de várias maneiras, além de formação reflexiva e não receitas.
Como os professores recém-formados chegam à escola?
ANTONIETA Eles se sentem perdidos, já que a própria instituição muitas vezes desvaloriza a disciplina. Alguns se perguntam por que estão ensinando aquilo. Eles não têm noção da capacidade de inclusão que o idioma tem.
O que é essencial numa boa aula?
ANTONIETA A conversação. O único momento real de comunicação se dá com ordens: abram seus livros. Em sala, continua-se falando em português e isso acontece pela falta de naturalidade com o idioma. O medo de a turma não entender não é desculpa. Senão vira um círculo vicioso. É possível usar os dois idiomas, pelo menos, ou traduzir na primeira vez que empregar determinados termos.
Que outras habilidades e conhecimentos o professor deve ter?
ANTONIETA Além de ser capaz de falar na língua que leciona em sala, ele precisa escrever de maneira simples e correta sintaticamente, ler um artigo e entender falantes nativos - que não devem ser encarados como modelo, nem em relação à pronúncia. Mesmo porque essa ideia está superada hoje pela falta de fronteiras proporcionada pelo avanço da tecnologia e por causa da expansão do inglês. Afinal, quem é o falante, nesse caso, uma vez que os não-nativos superam absolutamente os que o têm como primeira língua? O princípio é se comunicar de forma correta e compreensível.
O que a formação continuada pode oferecer ao docente da área?
ANTONIETA Ele precisa estar preparado para se enxergar e atuar como um pesquisador da própria prática. A reflexão proporciona isso a ele. Um dos grandes problemas do professor é a solidão. Muitas vezes, ele não tem colegas com quem trocar experiências na escola. Por isso, é importante estar sempre alerta para oportunidades em centros de recursos e usar a internet para pesquisar e travar contato com o idioma.
Qual o currículo do programa de Educação continuada para professores de IngIês do qual a senhora participa?
ANTONIETA No programa para formação gratuita de professores da PUC, em parceria com a Cultura Inglesa, os educadores primeiro têm aulas de aperfeiçoamento linguístico. Terminada essa etapa, eles fazem um curso de extensão chamado Reflexão Sobre a Ação, durante o qual gravam suas aulas e analisam o que funcionou ou não. Além de estudarem os aspectos didáticos (a organização do sistema fonológico do inglês, a relação com textos etc.), refletem sobre questões da prática em sala de aula. Depois, eles preparam unidades didáticas e testam esse material nas escolas em que trabalham porque a intenção é multiplicar a formação pelas escolas.
Como a rede pública encara o ensino de um segundo idioma?
ANTONIETA Como uma das últimas preocupações. Não há meios para que ele avance porque não existe uma política nacional para a disciplina. Isso é resultado da exclusão da Língua Estrangeira do núcleo comum na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1961. Na época, ela passou a ser tratada como atividade. Depois, a LDB de 1996 menciona "uma Língua Estrangeira". A escolha é da escola. Independentemente disso, um decreto do governo, de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade de a escola se oferecer o Espanhol, apesar de ele ser optativo para os alunos. Só que na prática não acontece nada. Mesmo porque ainda não existem professores suficientes para preencher essas vagas.
Que resultados os estudantes colheriam se as aulas de um segundo idioma fossem priorizadas?
ANTONIETA Eles passariam a entender as diferenças e a conviver melhor com elas. Aprende-se isso por meio do contato com outras culturas. No aspecto social, temos as questões do acesso ao mercado de trabalho e da inclusão e da participação do sujeito no mundo. Hoje, quem não tem um nível de inglês que permita entrar nessa grande roda está excluído. Bom ou ruim, esse é um fato.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Professores e Formadores em Mudança: Relato de um Processo de Reflexão e Transformação da Prática Docente, Maria Antonieta Alba Celani, 232 págs., Ed. Mercado de Letras, tel. (19) 3241-7514, 46 reais
ESP in Brazil: 25 Years of Reflection and Evolution, Antonieta Alba Celani, Francis Deyes, John Leslie Holmes e Michael Rowland Scott, 416 págs., Ed. Mercado de Letras, 45 reais
INTERNET
Informações sobre o programa de aprimoramento de inglês da Cultura Inglesa em parceria com a PUC.
Ser professor é saber ensinar?
Por: Helio Valerio da Silva
helio_v_silva@hotmail.com
A cada dia há uma nova aprendizagem em nossa vida. Ao ensinar a gente aprende e, com essa aprendizagem, a gente ensina melhor. Isso sempre se transforma num círculo contínuo e, o melhor, produtivo.
Nas diversas faculdades da vida aprende-se que o aluno vem até o professor no intuito de aprender e que o professor deve estar preparado para ensinar. Lá nos ensinam a seguir teorias das mais diversas, testadas ou não, aprovadas ou não, quem sabe? Mas todas elas trazidas de lugares dos mais diversos, de realidades diferente da nossa, onde os valores sócio-culturais, políticos, religiosos e os costumes não têm nada a ver com o nosso dia-a-dia. Sem perceber, muitas vezes utilizamos essa prática nefasta que anula ou, ao menos, confunde o conhecimento prévio do aluno. Ensinamos ao nosso aluno faminto a escrever “lasanha” e o pobre nem enche a boca de água, porque muitas vezes nem sabe o que é. Ensinamos, no bê-á-bá, o "a" de ameixa, o "b" de bola, "c" de caqui, "d" de... Danou-se! E o "f" de fada? Será que o professor acredita em contos de fada? Quando e onde esses pobres alunos viram uma ameixa, um caqui... Tem professor que ousa ensinar o "c" de caviá sem nem ele saber sequer de onde vem e muito menos o que é. Não seria mais fácil ensinar o "a" de abóbora, (o b de bola ainda vá lá), o "c" de caju, o "d" de dedo, o "e" de escola, "f" de família (está mais presente na vida deles do que o feijão e a fada, ainda que desestruturada). Não seria mais interessante um ensino regionalizado onde se valoriza o que o aluno conhece e está presente no seu cotidiano?
E se a aprendizagem deve acontecer naturalmente, sem imposições nem ritmo pré-estabelecido, por que não valorizar o conhecimento prévio desse aluno?
Não seria mais simples para o professor ensinar que lápis se escreve com l do que “o l de lasanha?” A não ser que eles (professor e alunos) levem os ingredientes e a receita e, juntos, com objetivos claros, bem definidos, botem, literalmente, a mão na massa e preparem uma. Isso daria uma aula e tanto. Usaria a matemática até na hora da degustação (seria necessário o milagre da multiplicação da lasanha, da adição ou subtração de algum ingrediente ou da divisão em partes iguais?). São nesses momentos que a interação professor-aluno deve tomar proporções gigantescas, uma vez que, assim, o professor pode demonstrar afetividade e respeito, mostrando ao aluno que, apesar de ser o professor, existe entre eles algo que os torna iguais: a condição humana de inacabados e em constante transformação.
Reconhecer esse fator é importante. Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações. Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência. Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas barreiras.
O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.
É importante saber que, dentro de sala e fora dela, o professor é alguém em quem o aluno se espelha, uma vez que este é (ou deveria ser) o seu mais concreto exemplo de sabedoria, de caráter e, por que não, de heroísmo. Exemplo disso é que toda criança um dia brinca de escolinha e todos eles sempre querem ser o professor. Quando a disputa acontece, sempre acaba nessa posição o mais velho, o maior da turma, alguém de destaque e desenvoltura. Isso não é uma forma de respeito? Por que será que eles nunca deixam esse posto para o mais bobo? Isso provoca uma série de indagações.
helio_v_silva@hotmail.com
A cada dia há uma nova aprendizagem em nossa vida. Ao ensinar a gente aprende e, com essa aprendizagem, a gente ensina melhor. Isso sempre se transforma num círculo contínuo e, o melhor, produtivo.
Nas diversas faculdades da vida aprende-se que o aluno vem até o professor no intuito de aprender e que o professor deve estar preparado para ensinar. Lá nos ensinam a seguir teorias das mais diversas, testadas ou não, aprovadas ou não, quem sabe? Mas todas elas trazidas de lugares dos mais diversos, de realidades diferente da nossa, onde os valores sócio-culturais, políticos, religiosos e os costumes não têm nada a ver com o nosso dia-a-dia. Sem perceber, muitas vezes utilizamos essa prática nefasta que anula ou, ao menos, confunde o conhecimento prévio do aluno. Ensinamos ao nosso aluno faminto a escrever “lasanha” e o pobre nem enche a boca de água, porque muitas vezes nem sabe o que é. Ensinamos, no bê-á-bá, o "a" de ameixa, o "b" de bola, "c" de caqui, "d" de... Danou-se! E o "f" de fada? Será que o professor acredita em contos de fada? Quando e onde esses pobres alunos viram uma ameixa, um caqui... Tem professor que ousa ensinar o "c" de caviá sem nem ele saber sequer de onde vem e muito menos o que é. Não seria mais fácil ensinar o "a" de abóbora, (o b de bola ainda vá lá), o "c" de caju, o "d" de dedo, o "e" de escola, "f" de família (está mais presente na vida deles do que o feijão e a fada, ainda que desestruturada). Não seria mais interessante um ensino regionalizado onde se valoriza o que o aluno conhece e está presente no seu cotidiano?
E se a aprendizagem deve acontecer naturalmente, sem imposições nem ritmo pré-estabelecido, por que não valorizar o conhecimento prévio desse aluno?
Não seria mais simples para o professor ensinar que lápis se escreve com l do que “o l de lasanha?” A não ser que eles (professor e alunos) levem os ingredientes e a receita e, juntos, com objetivos claros, bem definidos, botem, literalmente, a mão na massa e preparem uma. Isso daria uma aula e tanto. Usaria a matemática até na hora da degustação (seria necessário o milagre da multiplicação da lasanha, da adição ou subtração de algum ingrediente ou da divisão em partes iguais?). São nesses momentos que a interação professor-aluno deve tomar proporções gigantescas, uma vez que, assim, o professor pode demonstrar afetividade e respeito, mostrando ao aluno que, apesar de ser o professor, existe entre eles algo que os torna iguais: a condição humana de inacabados e em constante transformação.
Reconhecer esse fator é importante. Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações. Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência. Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas barreiras.
O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.
É importante saber que, dentro de sala e fora dela, o professor é alguém em quem o aluno se espelha, uma vez que este é (ou deveria ser) o seu mais concreto exemplo de sabedoria, de caráter e, por que não, de heroísmo. Exemplo disso é que toda criança um dia brinca de escolinha e todos eles sempre querem ser o professor. Quando a disputa acontece, sempre acaba nessa posição o mais velho, o maior da turma, alguém de destaque e desenvoltura. Isso não é uma forma de respeito? Por que será que eles nunca deixam esse posto para o mais bobo? Isso provoca uma série de indagações.
Assinar:
Postagens (Atom)