Conforme Perrenoud (1999), o professor deve tornar-se alguém que concebe sua própria prática para enfrentar eficazmente a variabilidade e a transformação de suas condições de trabalho.
Estudos mostram que os professores são alvos ou estão no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e políticas em crise nos dias atuais. As críticas externas ao sistema educacional cobram dos professores cada vez mais trabalho, como se a educação, sozinha, tivesse que resolver todos os problemas sociais.
Em termos econômicos, podemos concordar com Perrenoud (1999) quanto à afirmação de que não é possível formar professores com um nível mais alto e dar-lhes mais responsabilidade sem pagá-los melhor, além do mais, nenhum professor se oporia a reivindicar mais autonomia, com a condição de que não tenha que pagar seu preço: acréscimo de responsabilidade, de cooperação, de transparência e, sem dúvida, de trabalho...
Para tanto, devemos considerar tal envolvimento e responsabilidade como, em princípio, interessar-se, informar-se, participar do debate, explicar, mostrar. O que é seguramente uma questão de status, de poder, de relações de força. Mas é também uma questão de identidade individual e coletiva do profissional docente.
É possível notar que em virtude dos efeitos negativos sobre a qualidade do ensino, bem como sobre a saúde dos docentes por consequência da massificação do ofício, existam indicadores de ausência de consonância sobre a definição do que seja um “bom trabalho” e da fraqueza dos debates a respeito destas questões.
No entanto, podemos afirmar que a profissão docente é caracterizada por uma prática na qual a experiência individual pode se converter em uma experiência coletiva, por isso, espera-se dos professores uma participação ativa e crítica do seu processo de desenvolvimento profissional e atuação, a qual, segundo Perrenoud (2009), consiste em: 1. aprender a cooperar e a atuar em rede; 2. aprender a viver a escola como uma comunidade educativa; 3. aprender a sentir-se membro de uma verdadeira profissão e responsável por ela; 4. aprender a dialogar com a sociedade.
Atualmente, mesmo que coexistam no mesmo andar e tomem café, todos os dias, à mesma mesa, os professores não são obrigados a trabalhar em conjunto; logo, a necessidade de aprender a trabalhar em rede.
Para suprir a necessidade de a escola viver como uma comunidade educativa, é preciso formar os professores nesse sentido, prepará-los para negociar e conduzir projetos e dar-lhe as competências para um entendimento com outros adultos, inclusive com os pais.
Ao sentir-se membro de uma verdadeira profissão e responsável por ela, poderá haver um crescente controle coletivo do profissional sobre sua formação e uma influência mais forte sobre as políticas públicas que estruturam o seu campo de trabalho.
Por fim, os professores devem aprender a se envolver, primeiramente, como profissionais que colocam sua especialidade a serviço do debate sobre as políticas educacionais e não como membros de um grupo profissional que defende interesses da categoria.
Eliane da Costa Bruini
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Pedagogia
Pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL
quarta-feira, 6 de julho de 2011
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