sexta-feira, 18 de setembro de 2015

MT - Cuiabá - Clube Náutico, 69 anos de saudades !

Clube Náutico, 69 anos de saudades !

Por: WILSON PIRES DE ANDRADE

Construído sobre as barrancas do Rio Cuiabá, em Várzea Grande, ao final da Rua Maria Metelo, onde ocupava uma área de aproximadamente dez mil metros quadrados. Nela foi construído, na década de 50, o salão de baile, sede, bar, quadra de futebol de salão e de basquete. Nessa década se deu acabamento à construção da piscina semi-olimpica e ao cais do porto, obra da gestão da diretoria presidida pelo então capitão Octayde Jorge da Silva de 1956/1960, ampliação do salão de danças e construção da casa dos barcos, tudo cercado por um muro adequado.

O clube foi fundado em 26 de agosto de 1946, com o nome de “Clube de Regatas Cuiabá”, pois Várzea Grande ainda era terceiro distrito cuiabano.

O terreno foi doado em 1947 pelo interventor Dr. José Moreira. Os idealizadores da sua construção foram o então tenente Delfino Nonato de Faria, José Augusto de Almeida e Júlio da Silva Pereira.
Durante quase cinco anos, o futuro clube de regatas funcionou em um simples barracão de tábuas, que mais tarde transformou-se na sede de alvenaria, um trabalho gratuito do engenheiro José Garcia Neto.  A princípio Clube existiu para um reduzido grupo de idealizadores e só em 15 de março de 1951, vinte pessoas da sociedade cuiabana reuniram-se no prédio nº 172 da Praça Ipiranga e decidiram reestruturar o clube e elegeu uma nova diretoria, que teve como presidente Alberto Aloísio Addor, e como membros Manoel Granja, José Augusto, Vasco Palma Filho e Armando Cândia, iniciando aí a venda de quotas. Lutou pela realização dessa reunião o tenente Delfino Nonato, José Augusto entre outros interessados em levar avante a iniciativa de fazer do pequeno clube em um grande empreendimento.

CONSTRUÇÃO DA SEDE SOCIAL

Em uma nova reunião no dia 22 de julho, tratou da possibilidade de dar início a construção da sede social. Assim, em 10 de novembro de 1951, reunidos no mesmo prédio na Praça Ipiranga, foi escolhido o assessor técnico das obras, o sócio José Garcia Neto. Pouco tempo depois, sob a orientação desse ilustre engenheiro, estava construída a maior parte da sede social do Clube Náutico, com a diretoria tendo uma luta titânica para conseguir recursos.

A 15 de maio de 1952, foram aprovados os novos estatutos da entidade e procedida à eleição para a renovação da diretoria, sendo eleito presidente para o novo biênio, José Augusto de Almeida.
 Somente no dia 23 de dezembro de 1952, o Conselho Diretor se reuniu pela primeira vez na sede social do Clube Náutico, como determinava o estatuto da agremiação. A reunião visava a realizar os primeiros bailes carnavalescos no salão do Náutico, ainda semi-acabado, mas em condições de suportar festas. José Augusto de Almeida, presidente e um dos fundadores, era um grande entusiasta do clube, participando de todas as promoções. Como presidente, não somente orientava, mas, de martelo a mão, enfrentava o batente com uma vontade férrea de ver concretizada a obra que idealizara.

No biênio seguinte, 1954/1956, foi eleito presidente do Clube do Remo, Roberto Jacques Brunini, no dia 2 de maio de 1954. Decorridos sete meses, renunciou ao cargo, no dia 29 de dezembro do mesmo ano, cabendo ao Dr. Hélio Palma de Arruda completar a gestão. Dr. Hélio em curto tempo a frente do clube promoveu grandes eventos festivos.

Em 13 de maio de 1956, foi eleito e reeleito presidente do Clube o então Capitão do Exército Octayde Jorge da Silva, que teve quatro anos para dinamizar as atividades do clube. Na sua gestão foi construída a piscina e promovidos inúmeros programas de Alto gabarito.

GRANDES PRESIDENTES
A partir desta data inúmeros presidentes foram eleitos, entre eles: Geraldo Trechau, Pedro Moisés Nadaf, Antonio Pires de Miranda, Otávio Baez, Enio Figueiredo, Eurípedes Domingues, João Gomes de Arruda, Manoel Gonçalo de Almeida, José Leite de Souza, Benedito de Lara Pinto, Jurandir Dias de Moura, e Clenes Celestino Batista. Todos deram sua parcela de contribuição, aumentando o número de sócios promovendo centenas de bailes, casamentos, aniversários, churrascos, bailes de debutantes, a tradicional festa de Ano Novo, de São Pedro com fantasias de matutos, quadrilha, quentão e pé de moleque. Foi construído também neste período um amplo e belo vestiário próximo da piscina, reforma do salão de festas, com o levantamento do teto, mudança do telhado e ampliação da área, que obedecia a uma planta de grande reestruturação.

Em 26 de agosto de 1986, quando o Clube Náutico completou quarenta anos, transformou-se no Clube de Regatas da Grande Cuiabá.

Do Clube Náutico ou Clube de Regatas da Grande Cuiabá, as margens do Rio Cuiabá, no lado várzea-grandense, restaram às ruínas e os amontoados de concreto. Ficaram somente as boas lembranças dos grandes bailes de carnaval, casamentos, aniversários e os inesquecíveis bailes de debutantes.
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WILSON PIRES DE ANDRADE - É  jornalista em Mato Grosso.


MT - Cuiabá - Escola Senador Azeredo "peixe frito"


Por: LÍCIO ANTONIO MALHEIROS

A Escola Estadual Senador Azeredo, situada no bairro do porto, uma das  mais antigas do Estado de Mato Grosso, hoje com 102 anos de existência, é na verdade, um referencial para
o bairro do mesmo nome. Esta Escola Estadual traz arraigada em sua história de fundação,
um processo de divisão social, que na época, era quase que  imperceptível,  porém existia sim, um divisor de águas, norteando a mesma; ela servia tanto os alunos do lado mais abastado, situados na Rua Barão de Melgaço, como  para os mais humildes que moravam  no porto. O apelido peixe frito se deu por que, as famílias mais carentes do porto, mais precisamente no início do século XX, mandavam como lanche para seus filhos, peixe frito, um alimento muito usado pela população ribeirinha. Esta escola é referencia, pois passaram por ela figuras ilustres da nossa história, como: o ex-presidente da República Eurico Gaspar Dutra, a professora Maria Adelina de Amorim, o desembargador, Ataíde Monteiro de Carvalho, entre outras figuras ilustres, se fossemos nominar a todos, não sobraria mais espaço.

Vamos nos reportar ao século XXI, a Escola Estadual Senador Azeredo, participou de um concurso de redação na comemoração do Bicentenário de Dom Bosco, tendo como tema: A vida, de Dom Bosco, envolvendo apenas,  alunos do 9º Ano.  Considerado, o santo patrono dos jovens, não lutou apenas pela conversão dos jovens, como também, pela dignidade de cada um deles no mundo.

A diretora da Escola Senador Azeredo, Maria Ester Prado de Campos, uma incansável batalhadora, para manutenção dessa unidade escolar secular, a mesma, vem se despontando como referência em nosso Estado. A mesma divulgou os nomes dos três primeiros colocados, nesse concurso, que não visa apenas, à parte cognitiva, como também, busca resgatar nesses alunos a importância da religiosidade, respeitando as demais crenas ali existentes.

 Os melhores colocados nesse concurso tão importante, que  não busca apenas o  conhecimento do intelecto, como também tenta resgatar o lado religioso desses meninos, que estão em sua iniciação escolar.

Em primeiro lugar, ficou a aluna Ketcia, em segundo, o aluno Guilherme Silva Malheiros, em terceiro, o aluno Geraldo José. Na verdade todos os participantes foram vencedores, pois a vitória esta na participação e competição de forma justa e verdadeira, pois a sementinha da religiosidade e o conhecimento do nome Dom Bosco, tema central, este que  é protetor incansável dos jovens.

A direção agradece a todos os colaboradores nesse processo de disputa através da redação, tendo como, suporte as coordenadoras: Maria Jussara e a Albimârcia. Além da abnegação  do professor de Educação Física, Pedro, que não mede esforços para dar aulas,  mesmo não dispondo de uma  quadra coberta, isto é uma vergonha.

A Secretaria de Estado de Educação não ter até hoje,  disponibilizado para essa escola secular, uma quadra coberta, para que os  alunos possam participar das aulas de educação física, de forma  intensiva. Acreditamos piamente na vontade e seriedade da nova gestão escolar, que se inicia, na pessoa do abnegado Secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, que em poucos meses à frente da pasta, vem quebrando paradigmas.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
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LÍCIO ANTONIO MALHEIROS - é professor, geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)

Norte e Nordeste registram piores resultados em avaliação


Provas foram aplicadas para estudantes do 3° ano do ensino fundamental, de escolas públicas

O Centro-Oeste ficou com 7,49% dos estudantes no melhor patamar na avaliação
Os dados da avaliação nacional da alfabetização, divulgados hoje (17) pelo ministério da educação, mostram que as regiões Norte e Nordeste têm os piores resultados. As áreas avaliadas foram leitura, escrita e matemática nas provas aplicadas a estudantes do 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas.

Na escrita, a distancia é maior. Apenas 3,72% dos estudantes do Nordeste e 4,12% do Norte alcançaram o melhor nível da avaliação. No Sul e Sudeste, o registro de alunos nesse patamar foi, respectivamente, de 32,55% e 36,13%. Para a escrita alcançar o melhor nível de avaliação, os estudantes precisam ter capacidade de escrever palavras com diferentes estruturas silábicas e um texto corretamente e com coerência.

Na avaliação de matemática, 11,76% e 13% dos alunos estiveram no patamar mais alto nas regiões Norte e Nordeste, enquanto nas regiões Sul e Sudeste 32,55% e 36,13% dos alunos alcançaram, respectivamente, esses níveis de avaliação. Esses estudantes são capazes, por exemplo, de resolver cálculos mais complexos.

A diferença entre as regiões se repete na avaliação de leitura. Enquanto 4,84% e 5,52% dos alunos do Norte e do Nordeste obtiveram o nível máximo na avaliação, nas regiões Sul e Sudeste 13,88% e 16,75% atingiram o mesmo resultado. Na leitura, entre as habilidades exigidas no nível máximo estão reconhecer referentes de pronomes possessivos e advérbios.

O Centro-Oeste ficou com 7,49% dos estudantes no melhor patamar na avaliação de escrita, 10,47% na de leitura e 24,52% em matemática.

Esta é a segunda vez que o exame é aplicado nacionalmente. Os dados da avaliação anterior foram divulgados apenas para as escolas.

O gerente de conteúdo do movimento Todos Pela Educação, Ricardo Falzetta, acrescentou que, apesar dos números preocupantes das regiões Norte e Nordeste, quando analisados os estados é possível notar bons resultados. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Desarmar os corações



 José de Paiva Netto

 A mídia está repleta das tristezas que se deram a partir de 7 de janeiro corrente, na França. Milhões e milhões de almas se comovem, nos lares e nas ruas! Muitas são as tentativas de caminhos novos que aplaquem todas essas dores. Relendo o meu livro "Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade", lançado em 8 de novembro de 2014, achei alguns modestos apontamentos, os quais gostaria de apresentar a vocês, que me honram com a leitura. Por infelicidade, os povos ainda não regularam suas lentes para enxergar que a verdadeira harmonia começa no íntimo esclarecido de cada criatura, pelo conhecimento espiritual, pela generosidade e pela justiça. Consoante costumo afirmar, e outras vezes comentarei, eles geram fartura. A tranquilidade que o Pai Celeste — visto, de lado a lado, sem extremismos e reconhecido como inspirador da Fraternidade Ecumênica — tem a oferecer, em nada se assemelha às frustradas tratativas e ineficazes acordos registrados no mundo. O engenheiro e abolicionista brasileiro André Rebouças (1838-1898) traduziu em metáfora a inércia das perspectivas exclusivamente humanas: — "(...) A paz armada está para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam as nações; é só uma questão de tempo". Vivenciar a Paz desarmada, a partir da fraternal instrução de todas as nações, é medida inadiável para a sobrevivência dos povos. Mas, para isso, é preciso, primeiro, desarmar os corações, conservando o bom senso, conforme destaquei aos jovens de todas as idades que me ouviam em Jundiaí/SP, Brasil, em setembro de 1983 (...). No dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para disparar artefatos mortíferos, mentais e físicos, estes perderão todo o seu terrível significado, toda a sua má razão de ser. E não mais serão produzidos. É necessário cessar os rancores que insistem em escurecer os corações humanos: desarmar, com uma força maior que o ódio, a ira que dispara as armas. E essa energia poderosa é o Amor — não o ainda incipiente amor dos homens —, mas o Amor de Deus, de que todos nós nos precisamos alimentar.

Temos, nas nossas mãos, a mais potente ferramenta do mundo. Essa, sim, é que vai arruinar com todos os tipos de guerras, que, de início, nascem na Alma, quando enferma, do ser vivente. Os povos discutem o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa ou na internet e ficam cada vez mais perplexos por não descobrir a solução para erradicá-la, apesar de tantas e brilhantes teses. Em geral, procuram-na longe e por caminhos intrincados. Ela, porém, não se encontra distante; está pertinho, dentro de nós: Deus! — "(...) o Reino de Deus está dentro de vós". Jesus (Lucas, 17:21). E devemos sempre repetir que o Pai Celestial é Amor! Não o amor banalizado, mas a Força que move os Universos. Lamentavelmente, a maioria esmagadora dos chamados poderosos da Terra ainda não acredita bem nesse fato e tenta em vão desqualificá-lo. Entretanto, "o próximo e último Armagedom mudará a mentalidade das nações e dos seus governantes", afiançava Alziro Zarur (1914-1979).

Sobrepujar os obstáculos Zarur dizia, "na verdade, quem ama a Deus ama ao próximo, seja qual for sua religião, ou irreligião". Para encerramento deste pequeno artigo, recordo uma meditação minha que coloquei no livro "Reflexões da Alma" (2003): O coração torna-se mais propenso a ouvir quando o Amor é o fundamento do diálogo. José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.

Tipos de linguagem


Lair Ribeiro


Tudo o que foi codificado em sua mente durante a infância ou a adolescência pode ser modificado pela linguagem. Tanto os conceitos quanto os preconceitos sobre os mais variados assuntos, tudo pode mudar!

Há um tipo de linguagem que gera ação e outro que não gera ação.

Se você disser que a sala está quente, por exemplo, isso não modifica em nada a condição da sala. Se ela estava quente, continuará quente. Já, se você pedir para alguém abrir a janela, pois a sala está quente, poderá haver alguma alteração, não é mesmo? Você não apenas dirá alguma coisa, como fará uma solicitação.

Solicitação é um tipo de linguagem que gera ação. E declaração também.

A declaração é um tipo de linguagem que gera ação, mas é preciso ter autoridade para utilizá-la. Se um homem e uma mulher comparecem diante de mim para se casar, eu os mandaria procurar um juiz, pois eu não tenho autoridade para isso. Um juiz, porém, pode declará-los marido e mulher. E mesmo que no minuto seguinte à declaração do juiz um deles diga que mudou de idéia, a declaração feita pelo juiz já terá mudado a realidade jurídica daquelas duas pessoas: elas, agora, são marido e mulher. E para mudar essa condição, só mesmo uma nova declaração do juiz em um processo de divórcio.


A declaração cria realidade.


Eu lhe pergunto agora: quem tem mais autoridade sobre você? Você. Quando você tinha 5 anos, eram seus pais. Mas hoje é você.


Imagine que você tem 5 anos de idade e um indivíduo, que tem duas vezes o seu tamanho e cinco vezes o seu peso, aproxima-se e diz que você é estúpido. Se você não fosse estúpido, ficaria na hora!


Mas o que é, nesse exemplo, “ser estúpido”? É linguagem. Então, se é linguagem, isso pode ser recriado aqui e agora.


Hoje, você tem autoridade para declarar o que você é. E o que você declarar é o que passará a ser a sua realidade. Você pode fazer declarações com relação àqui¬lo que você quer ser ou gostaria de ser. Comece logo.


Faça pelo menos cinco declarações que con¬sidere as mais importantes. Vou lhe dar algumas di¬cas, que você pode aproveitar, mas pense também em outras.


— Eu declaro que sou inteligente.


— Eu declaro que sou próspero.


— Eu declaro que sou a força criadora da minha vida.


— Eu declaro que sou livre.


— Eu declaro que sou sincero comigo mesmo.


— Eu declaro que sou sadio.


Com as suas declarações, você cria o ser, que vai levá-lo a fazer a ação correspondente e, em conseqüência, o levará a ter o resultado da sua ação.
Primeiro você é, depois você faz, depois você tem.


As pessoas costumam dizer: “Ah, se eu tivesse dinheiro, faria o que os ricos fazem”.


Não é esse o caminho. As coisas funcionam assim:


1º. Você declara que é próspero.


2º. Você passa a fazer o que as pessoas prósperas fazem.


3º. Você tem prosperidade.


O segredo está na ordem das coisas. Não é ter-fazer-ser, como a maioria das pessoas pensa, mas ser-fazer-ter. Lembre-se disso.
 
Lair Ribeiro é palestrante internacional, ex-diretor da Merck Sharp & Dohme e da Ciba-Geigy Corporation, nos Estados Unidos
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No Brasil, 1 a cada 5 alunos do 3º ano não está alfabetizado




Karina Yamamoto
Do UOL, em São Paulo


Ao menos um a cada cinco estudantes no 3º ano do ensino fundamental da escola pública não atinge níveis mínimos de alfabetização em leitura, escrita e matemática. Esse número foi obtido com base nos dados da ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização), divulgados nesta quinta (17) pelo MEC (Ministério da Educação). A ANA é uma avaliação diagnóstica para o Pnaic (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa).

O MEC apresentou os resultados da ANA em percentuais por nível de proficiência (o quanto os alunos sabem): em leitura, 22,21% estão no nível 1 -- o que significa que 1 a cada 5 alunos não está no padrão mínimo. Na área de leitura, 34,46% deles estão nos níveis 1, 2 e 3 de escrita -- ou seja, 1 a cada 3 estudantes não atende o padrão mínimo. Já em matemática, o resultado é mais dramático: 57,07% estão nos níveis 1 e 2.

Para se ter uma ideia, uma criança que esteja no nível 3 de escrita já consegue escrever uma frase, mas não alcança a produção de um texto. Em leitura, um aluno no nível 1 consegue ler as palavras, mas não compreende o texto. No caso de matemática, o aluno abaixo do nível 4 não fazer contas com números de três algarismos, como 345 + 220.

Parâmetro dos professores

No programa de formação dos professores do Pnaic, os parâmetros são mais modestos -- apesar de a meta ser a excelência, com o nível 4.

Dentro do Pnaic, o aluno que estiver no nível 2 de leitura e de matemática e no nível 3 de escrita são considerados alfabetizados. Esse é o parâmetro utilizado no trabalho de formação dos professores das escolas públicas, segundo a coordenadora da formação de professores do Pnaic em Pernambuco, a professora Telma Ferraz Leal da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e o coordenador no Paraná, Emerson Rolkouski, da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

"Quando se fala em alfabetização, há várias formas de conceber [esse conceito]", diz Telma. Ela explica que, por exemplo, no senso comum, um aluno está alfabetizado quando reconhece as letras e forma palavras -- o que estaria no nível 1 de leitura. No entanto, dentro do Pnaic, há uma concepção de que deve haver leitura e produção de textos num nível mais avançado.

O mesmo vale para matemática: o nível 2 é considerado suficiente. Mas os professores são formados para atingir o nível 4, conta Emerson. "O percentual no nível 4 representa uma parcela que acertou as questões mais difíceis. Um aluno que chegue ao nível 4 é excepcional", diz o professor da UFPR.

A ANA foi aplicada a todos os alunos do 3º ano do ensino fundamental -- ano que finaliza o ciclo de alfabetização nos padrões do governo. O aluno dessa etapa teria oito anos, se não teve reprovação ou não deixou os estudos. Os resultados divulgados nesta quinta são de avaliações aplicadas em 2014 e o MEC cancelou a avaliação de 2015. Segundo a pasta, o cancelamento se deu por motivos pedagógicos. E especialistas chamaram a atenção para certo abandono do Pnaic.