quinta-feira, 16 de maio de 2013

Do virtual para o mundo real


Passar muito tempo no computador afasta prazeres da vida cotidiana

Definitivamente a internet mudou o conceito de contato, amizade, namoro e aquisição de conhecimento, além de também ter mexido com o conceito de tempo. As pessoas com menos de 30 ou 35 anos podem ter uma vaga lembrança de como eram suas vidas antes da internet, mas certamente as que são um pouco mais velhas que isso conheceram situações e sentimentos que a geração atual sequer pode imaginar.

Escrever uma carta era algo solene, exigia um ritual. Era preciso comprar envelope, selos, sentar-se à mesa ou à escrivaninha e, artesanalmente, falar sobre as novidades, sobre o estado de saúde, enviar notícias dos amigos e parentes. E depois, é claro, ir ao correio e postar a carta. Lá do outro lado, na outra cidade ou país, estava o destinatário, ansioso por notícias. Quando a carta chegava - geralmente em uma semana - as notícias ainda eram frescas. Enviar flores exigia também tempo, disposição e um carinho especial para se locomover até a floricultura, escolher o buquê e pagar a entrega, que geralmente só era possível se a outra pessoa morasse no mesmo bairro ou cidade.

É claro que as facilidades da internet são maravilhosas porque quase tudo acontece praticamente em tempo real: podemos ver as pessoas distantes, falar com elas sem gastar com telefonemas, escrever emails (as antigas cartas...), enviar documentos, pagar contas e mandar flores e presentes praticamente sem sair do lugar. Podemos conhecer museus, parques, cidades inteiras, fazer cursos, assistir a jogos, filmes e trabalhar, às vezes tudo ao mesmo tempo, bastando mudar de tela.

Transporte para o mundo real

A internet é algo mágico, tão mágico que para muitos é possível até sentir o estado de ânimo do interlocutor. Ela é quase a máquina de teletransporte! Mas quem passa horas, dias, semanas a fio ao computador, acaba esquecendo que no mundo real estão os cheiros, a brisa, o calor do sol, o contato da pele do amigo no abraço longo, o perfume das flores escolhidas com carinho, o verde vivo das árvores, a vibração da torcida no estádio e o som ao vivo da banda predileta.

Veja bem quantas horas por semana você economiza não precisando ir ao banco, por exemplo. Mas o que você faz com o tempo que gastaria se locomovendo ou na fila? Fica em joguinhos de internet ou em sites de relacionamento? Continua navegando sem muito rumo ou propósito?

É evidente que a internet é muito sedutora, milhares de profissionais se especializam todos os dias para capturar a atenção dos navegantes e, por ser sedutora, inovadora e criativa, fica-se sempre à espera de mais: mais imagens, mais notícias, mais conversa, mais fotos, e não necessariamente isso tudo tem um propósito definido. É a informação pela informação, não importando se vai ou não fazer diferença em nossas vidas, se vai acrescentar mais conhecimento que sabedoria, se vai nos tornar pessoas melhores ou nos preencher de bytes e nos esvaziar de emoções vividas em primeira pessoa. Por que enquanto nos divertimos com quem faz acontecer, deixamos de viver o que poderia nos fazer mais sensíveis e participativos.

Pois fica aqui a sugestão para quem não sabe ou não se lembra mais o que está perdendo quando vive a maior parte do tempo nas tramas da rede:

Marque um encontro real com o grupo que conheceu na internet, deixe que ouçam sua voz e permita-se rir ao vivo com aqueles com quem troca ideias virtualmente.

Experimente escrever uma carta e peça que alguém faça o mesmo para você. Use papel e caneta, coloque ali a sua letra (você ainda lembra da sua letra?) e suas emoções. Veja qual é a sensação de receber do correio algo que não seja uma conta para pagar ou um folheto de propaganda.

Faça uma visita à casa de um amigo ou parente, coloque os assuntos em dia tomando um cafezinho real com aquela pessoa que você só fala por telefone ou pela internet.

Vá pessoalmente (e não virtualmente) a um museu, sinta a emoção de ver ao vivo as obras de arte que você já viu na tela do computador.

Vá ao zoológico ou ao aquário de sua cidade conhecer o real tamanho dos animais, suas cores vibrantes, os sons que emitem e seus movimentos.

Faça passeios na natureza e tire suas próprias fotos ao invés de conhecer os lugares só pelas fotos que os outros tiraram. Veja as mudanças das cores do dia, da temperatura... Olhe o céu anoitecendo, curta o encanto de um pôr de sol.

Convide os amigos para vocês estudarem juntos ou para formar um grupo de estudos de interesse comum, ao invés de apenas comentarem pela internet sobre o que leram. Pode ser um momento agradável, de troca de conhecimento e informação, com pausa para um lanche e para relaxar, interagindo de forma mais dinâmica e corporal, e não apenas mental.

Essas são algumas das muitas coisas que você pode fazer quando abandona o mundo virtual por algumas horas no dia ou num fim de semana inteiro, para se dedicar àquela parte da vida que se comunica com calor. Além de arejar a mente, você protagoniza os fatos, está "lá" de verdade, se indignando, se emocionando e observando, além de fazer e ter história para contar.

Não resta dúvida de que a internet passou a ser fundamental no nosso dia-a-dia, afinal você está lendo esse artigo numa página virtual. Mas ela deve ser um meio, e não um fim em si mesma. A vida acontece com muito mais intensidade e possibilidades quando estamos nela de corpo presente.

Sobre o autor

Psicoterapeuta Holística, utiliza florais e técnicas da psicossíntese como apoio ao processo terapêutico. Presta atendimento individual e em grupo, e serviços de mentoring pessoal e profissional. .

Mato Grosso, 265 anos

 Comemorar a data não é ufanismo idiota, é festejar a riqueza construída

Depois de amanhã, 9 de maio, deveríamos comemorar com muita festa e orgulho o 265° aniversário de Mato Grosso, data que lembra o ano de 1748, quando o rei de Portugal, dom João V, através de Carta Régia determina a criação de duas Capitanias, “uma nas Minas de Goiás e outra nas de Cuiabá”.

A Capitania das Minas de Cuiabá virou a Capitania de Mato Grosso e para governá-la foi designado Dom Antonio Rolim de Moura, que tomou posse e permaneceu em Cuiabá por cerca de um ano, até que Vila Bela fosse construída.

Morou no centro histórico de Cuiabá, próximo à praça que tem o seu nome e que é popularmente conhecida como Largo da Mandioca.

Depois, chegou a ser o Vice-Rei do Brasil, o governante maior do país na época, já que El-Rey ficava em Portugal. Seria possível pensar na reconstrução da casa de Rolim de Moura, criando uma nova atração no centro histórico?

Sei que existem aqueles que acham que não temos nada a comemorar, pois em Mato Grosso faltam escolas, faltam hospitais, não tem esgoto, não tem estradas, não tem ferrovias, não tem, não tem... São os que só enxergam o que falta. E é importante que existam pessoas assim, em especial aqueles que nessa visão produzem uma critica positiva.

Eu já sou da turma que prefere enxergar aquilo que existe, em especial, aquilo que foi produzido pelo trabalho do povo, patrões e empregados, apesar de todas as dificuldades, apesar de tudo aquilo que nos falta.

Mato Grosso é hoje o maior produtor agropecuário do país, liderando o país em algodão, milho, girassol, soja e também é um dos maiores produtores de ouro, diamante, madeira, álcool, biodiesel, carnes de frango, suíno, peixe, gado, com um rebanho bovino de quase 30 milhões de cabeças.

Mato Grosso não produz armas, bombas atômicas, mísseis, aviões de guerra, como muitos daqueles que nos criticam. Mato Grosso é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e com muito orgulho ajuda a matar a fome de um planeta cada vez mais carente de alimentos.

Para chegar a esta posição, Mato Grosso contou com a extensão e diversidade produtiva de seu território e, principalmente, com o trabalho determinado e sofrido de sua gente em todos os seus cantos e recantos.

Comemorar os 265 anos de Mato Grosso é festejar a grande obra do mato-grossense que ano passado produziu um superávit comercial de US$ 13,0 bilhões para o Brasil e que daria para construir vários hospitais, escolas, ferrovias, duplicações rodoviárias e melhorar em muito a qualidade dos serviços públicos.

Mato Grosso, no mês passado, entupiu literalmente o Brasil de grãos, mostrando ao mundo que o país não se preparou em termos de infraestrutura para tudo o que o estado produz, num descompasso que já custa muito caro aos brasileiros em termos econômicos, ambientais e de sacrifício de vidas humanas.

Comemorar os 265 anos de Mato Grosso não é ufanismo idiota nem deitar em berço esplêndido, é festejar a riqueza construída e, antes de tudo cobrar, em especial da União, tudo aquilo que o povo que a produz tem direito.

É ter vibrado domingo passado com Cuiabá e Mixto na final do campeonato mato-grossense de futebol, com o Dutrinha lotado, e ainda torcer unidos pelo Luverdense depois de amanhã na Taça do Brasil. A pobreza sempre foi o álibi dos maus governantes e agora Mato Grosso é rico sim.

Essa desculpa não vale mais. O mato-grossense tem que festejar com alegria, orgulho e muitas cobranças. O sucesso de Mato Grosso é a força do trabalho de seu povo unido na grandeza e diversidade de seu território, nas dimensões exatas exigidas pelo século XXI, o século da internet, da TV a cabo, do asfalto, do avião a jato.

Ainda que tenha muito a consertar, Mato Grosso é para ser festejado, imitado e, principalmente, aplaudido. Viva Mato Grosso!

JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é professor universitário em Cuiabá.

joseantoniols2@gmail.com

Secretário rebate sindicato e anuncia mais escolas em MT

Ságuas Moraes diz que, até o ano que vem, 100% das unidades estarão reformadasMary Juruna/MidiaNews
Secretário de Educação, Ságuas Moraes (PT): Governo não está alheio e investe muito no setor

LISLAINE DOS ANJOS

DA REDAÇÃO

O secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes (PT), negou que o dossiê montado pelos trabalhadores da educação e protocolado nos órgãos estaduais contenha alguma novidade do que já é de conhecimento da pasta (leia mais AQUI).

Moraes afirmou que o Governo do Estado está mapeando as escolas que ainda não passaram por reformas estruturais e que sabe dos problemas enfrentados por cada unidade.

"Estamos nos esforçando para chegar ao ano que vem com 100% das escolas estaduais atendidas com reformas estruturais, que são trocas de cobertura e do forro, da rede elétrica, construção de banheiros, cozinhas e refeitórios novos"

“Na verdade, tudo que está colocado no dossiê ou já está acontecendo, está em processo de licitação ou está previsto para ser feito até o ano que vem. A expectativa é de que, até o ano que vem, nós tenhamos 100% dos prédios das escolas estaduais totalmente novos ou reformados”, afirmou.

Em entrevista ao MidiaNews, o secretário de Educação observou que apenas 80 das 739 unidades de ensino existentes em Mato Grosso ainda não foram reformadas.

“Ou seja, apenas 10% não passaram por reformas. E eu me refiro à reforma estrutural, não a pequenos reparos. Estamos nos esforçando para chegar ao ano que vem com 100% das escolas estaduais atendidas com reformas estruturais, que são trocas de cobertura e do forro, da rede elétrica, construção de banheiros, cozinhas e refeitórios novos”, disse.

Dentre as unidades que não foram reformadas, segundo ele, 30 já tiveram as obras necessárias licitadas e dez estão passando pelo processo de licitação. Segundo Ságuas Moraes, o valor dessas obras está orçado em R$ 35 milhões.
“Na verdade, dessas 80 escolas, 40 já estão com ordem de serviço emitida ou com a obra sendo licitada. E nós ainda queremos atender a mais dez escolas ainda neste ano, que são unidades com situações de mais precariedade. Assim, sobrariam apenas 30 escolas para serem licitadas no próximo ano”, afirmou.

Um dos pontos criticados no dossiê se refere à climatização das unidades escolares, que não contariam com a rede elétrica adequada para suportar a instalação dos aparelhos de ar-condicionado, já adquiridos pelo Estado.
O secretário reconheceu a necessidade da climatização nas escolas, devido ao calor predominante na maior parte do ano no Estado, e afirmou que a meta da pasta é garantir, até agosto deste ano, a climatização de 60% das escolas estaduais, o que equivale a 450 unidades de ensino.

“Já temos mais de 100 escolas climatizadas e entrarão nessa lista mais 300 unidades. Nas escolas que estão sendo reformadas, a rede elétrica já é adequada para a climatização. As escolas novas ou que passaram por reformas e cuja rede elétrica não é preparada para a climatização, nós iremos liberar na conta da escola a verba necessária para fazer a readequação da rede elétrica. A previsão é de que até julho esse valor seja liberado”, disse.

Qualidade das reformas

O secretário de Educação rebateu a crítica feita pelos trabalhadores, por meio do sindicato, de que algumas reformas realizadas pela Seduc já apresentam problemas, o que sugere má qualidade na execução da obra.

"Na verdade, tudo que está colocado no dossiê ou já está acontecendo, está em processo de licitação ou está previsto para ser feito até o ano que vem"

Segundo ele, desde 2007, a execução e fiscalização das obras da Educação são feitas pela Seduc e não mais pela Secretaria de Infraestrutura, e que essa medida tem feito com que os problemas encontrados sejam menores.

Ságua Moraes criticou o modelo de licitação atual, em que a empresa que apresenta o menor preço acaba vencendo o certame e se tornando responsável pela execução da obra.

“Nós não podemos escolher a empresa que vai executar as obras, porque a licitação decide a empresa que vai ganhar. E a lógica do menor preço não significa maior qualidade também. É uma coisa que está sendo discutida na Lei de Licitação no Brasil, para que não apenas o menor preço seja considerado. Porque a empresa quebra, apresenta problemas no decorrer da obra”, explicou.

De acordo com Moraes, a pasta tem realizado uma média de 250 a 300 obras por ano, tendo aumentado a fiscalização para evitar prejuízos futuros.

Ele negou que alguma reforma já tenha apresentado problema na execução por completo, mas reconheceu que problemas pontuais já foram encontrados.

“Quando a empresa apresenta algum problema, a gente intervém com a nossa fiscalização, paralisa a obra e descredencia a empresa. Não podemos dizer que o problema está zerado, porque a empresa pode ser boa hoje, sofrer um problema financeiro e quebrar lá na frente. Mas, somos rigorosos nas intervenções e na fiscalização para que as reformas de má qualidade não aconteçam”, disse.

Orçamento comprometido

"O volume de necessidade de atendimento é muito grande na secretaria e isso tudo faz com que o nosso orçamento não seja ideal"

O orçamento deste ano da pasta de Educação é de R$ 1,647 bilhão. O valor, porém, está aquém do ideal, de acordo com o secretário, por estar totalmente comprometido com a folha de pagamento dos servidores do setor.

“Não é suficiente porque a gente gasta de 82% a 89% do orçamento com o pagamento da folha. O restante é usado para o custeio de manutenção das 739 escolas, investimentos de reforma, aquisição de equipamentos. Só de carteiras, nós temos que fazer a substituição de 40 mil unidades por ano”, disse.

“O volume de necessidade de atendimento é muito grande na secretaria e isso tudo faz com que o nosso orçamento não seja ideal. E à medida que há aumento no orçamento, há a reivindicação por aumento de salário também. Então, estamos sempre trabalhando no limite”, completou o secretário.

Segundo Ságuas Moraes, o valor ideal do orçamento da Educação seria aquele que permitisse à pasta comprometer, no máximo, 80% do orçamento com gastos da folha de pagamento bruta.

Dessa forma sobrariam mais verbas para a realização dos investimentos necessários nas unidades educacionais, uma vez que é impossível, segundo o gestor, diminuir a remuneração atual.

“A folha tem um crescimento vegetativo de 3% ao ano. E em uma crise mundial como a que acontece agora, você não tem como diminuir a receita e acaba indiretamente aumentando seus gastos com a folha. Com a receita baixa, você tem que manter a remuneração e reduzir a possibilidade de investimento”, justificou.

"À medida que há aumento no orçamento, há a reivindicação por aumento de salário também. Então, estamos sempre trabalhando no limite"

Investimentos

O secretário anunciou que, apesar do baixo orçamento, a pasta irá construir mais 30 unidades de ensino em todo o Estado, resultado de uma parceria realizada com o Ministério da Educação (MEC).

“Já está em processo de licitação a construção de mais 30 escolas no Estado. Temos hoje os recursos destinados para construir as novas escolas no valor de R$ 100 milhões. Esse é o investimento previsto para agora”, disse.

Outros R$ 10 milhões também já estão previstos para serem usados pela pasta, ainda em parceria com o MEC, para a construção de vinte novas quadras esportivas cobertas nas escolas, segundo Ságuas Moraes.

Presidente do SIntep-MT, Henrique Nascimento, protocola (dest.) dossiê no MPE

Trabalhadores denunciam precariedade nas escolas de MTDossiê com relatos e fotos das unidades estaduais foi protocolado em órgãos do GovernoMary Juruna/MidiaNews/Divulgação


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LISLAINE DOS ANJOS

DA REDAÇÃO


O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) protocolou em órgãos do Governo, na quarta-feira (15), um dossiê que revela as condições físicas das escolas estaduais.

São 264 páginas com relatos e fotografias que apontam o cenário atual a que estão expostos alunos e trabalhadores da Educação.

O documento foi primeiramente exposto à população na Praça Alencastro, em Cuiabá. Em seguida, o Sintep protocolou o dossiê no Palácio do Governo, Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e Assembleia Legislativa.

Mary Juruna/MidiaNews

Situação das escolas foi exposta em painéis na Praça Alencastro

O objetivo, segundo o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes do Nascimento, é cobrar dos gestores públicos um posicionamento imediato sobre os investimentos em Educação.

“Como a área deve ter recursos garantidos conforme a legislação, é necessário destinar recursos para construção de novas escolas e realizar reformas das já existentes. Muitos prédios já passaram por reformas recentemente e ainda apresentam problemas”, disse.

As denúncias são, em geral, de precariedade no espaço físico, insuficiência de redes elétrica e hidráulica, o que, segundo o sindicato, é de conhecimento do Governo Estadual.

Os trabalhadores apontam que esses “gargalos” afetam não somente a qualidade do ensino oferecido aos estudantes, mas também a aprendizagem dos alunos.

Problemas relatados


De acordo com o dossiê, faltam espaços nos prédios escolares para atendimento de alunos em salas de apoio pedagógico, salas de superação e sala de atendimento educacional especializado (educação especial), bem como espaços adequados nas escolas para práticas de esportes, artes, cultura, dança, teatro, cinema.

Problema de climatização por falta de infraestrutura adequada (rede de energia) e falta de laboratórios de ciências, informática, bibliotecas e sala de leitura nas unidades estaduais de ensino também foram relatadas.

Além disso, os trabalhadores afirmam serem comuns nas escolas a falta de infraestrutura da cozinha, refeitórios e telhado, bem como banheiros inadequados e quadra de esportes em péssimo estado de conservação ou a própria ausência destes espaços.

Mary Juruna/MidiaNews

Dossiê com relatos e fotos expondo a precariedade das unidades estaduais de ensino tem 264 páginas

O transporte escolar também foi citado no documento, uma vez que os trabalhadores e alunos afirmam ter dificuldades em utilizá-lo. Isso porque os veículos seriam antigos e sem condições mínimas de segurança.

“Precisamos de providência diante deste cenário tão prejudicial para nossos educadores e crianças”, afirmou Nascimento.

Exposição

Entre as escolas apresentadas na exposição da Praça Alencastro estava a Sebastião Patrício de Primavera do Leste (a 240 km da Capital).
O diretor da subsede do Sintep/MT, Edevaldo José, conta que 3 salas estão interditadas desde o início do ano por não apresentarem condições mínimas de uso.

São problemas de infiltração e proliferação de cupim pelas paredes que tornaram inviáveis o uso das salas de informática, vídeo e biblioteca.

Cerca de 500 alunos matriculados na unidade são prejudicados diretamente por esta situação. Um laudo do Corpo de Bombeiros atestou a interdição e o Ministério Público solicita providência.

“É um descaso do poder público. Os profissionais que passaram no concurso nem querem trabalhar nesta escola”, diz Edevaldo.

Outras situações semelhantes foram relatadas por educadores de todo o Estado, no campo ou cidade.

Dia D

A partir deste ano, os trabalhadores da educação de Mato Grosso realizarão sempre no dia 15 de maio manifestação em prol do ensino público de qualidade.

A data foi fixada no calendário a partir da deliberação da categoria na última assembleia geral realizada no dia 26 de abril.

Intitulado Dia D, a data tem o objetivo de cobrar melhorias na infraestrutura dos prédios destinados ao ensino público.

De acordo com o MEC Universidades recebem filhos do Enem que mal sabem assinar o nome

Roberto Boaventura da Silva Sá


Desde que o PT assumiu as matrizes de projetos políticos do PSDB, ditados por organismos internacionais, não tenho conseguido aceitar nenhum de seus encaminhamentos, invariavelmente, impostos ao país. Na verdade, sequer tenho concordado com pronunciamentos de seus agentes, em geral, autoritários.

Todavia, isso foi pontualmente quebrado! E justo com o ministro da Educação – Aloizio Mercadante – que arrebentou com a última greve e a carreira docente das federais, usando para tanto o Proifes, ou seja, um tipo de sindicatozinho de pelegos, forjado no primeiro mandato de Lula.
Mas como pude concordar com o ministro?

No último dia 08, Mercadante – um economista e não um professor de Língua Portuguesa –, ao anunciar a abertura das inscrições para o Enem/2013, sentiu-se na obrigação moral de destacar mudanças na redação, que é o ponto mais vulnerável do exame.

Como todos se recordam, na edição do Enem/2012, sem falar de todas as redações mal corrigidas, pelo menos duas delas ridicularizaram o processo seletivo em si.

Em uma, o candidato inseriu em seu texto, sem nexo algum, o hino do Palmeiras. Em outra, foi transcrita, também sem nexo, uma receita de miojo, um tipo de macarrão instantâneo para momentos de preguiça culinária.

Pois bem. Ao invés de ser atribuída a pontuação devida a ambas as redações – zero –, os corretores, no mínimo, generosos, numa escala de 1.000, aprovaram-nas com 500 e 560 pontos, respectivamente. Constrangimento.
Na verdade, aqueles dois candidatos – que talvez nem fosse um tão fanático torcedor do Palmeiras e o outro nem tão esfomeado como poderia parecer – queriam provar que as correções das redações do Enem não eram confiáveis. Provaram.

Aliás, de minha parte, dentre tantos outros problemas, numa série de aproximadamente vinte artigos sobre o tema, eu já havia afirmado isso; e afirmei antes da realização do primeiro Enem.

Naquele momento, eu disse que não teríamos nenhum tipo de controle sobre as correções das redações. Disse mais: que muitos corretores não tinham o menor preparo para a tarefa. Portanto, aqueles dois “meninos brincalhões” apenas comprovaram o óbvio.

Diante do vexame, Mercadante disse que, a partir de agora, haverá “maior rigor com a redação”. Para isso, os textos com deboche serão anulados. A discrepância entre as notas dos corretores será reduzida. As redações nota 1.000, com erros, terão de ser justificadas.

Mas Mercadante disse ainda o mais importante: que “o domínio da norma padrão da língua escrita precisa ser mais observado”.

Eis a centralidade do meu acordo com o ministro, pois as universidades já estão recebendo filhos do Enem com alfabetização semelhante à daquele deputado federal que, para assumir sua vaga, “aprendeu” às pressas a assinar seu próprio nome.

Aproveitando o clima, sugiro ao ministro que peça principalmente aos colegas de língua portuguesa de todos os cursos de Letras do Brasil que voltem a ensinar com esmero a norma padrão de nossa língua. Hoje, por conta das novas práticas pedagógicas, poucos são os que ensinam essa modalidade linguística. Daí o desastre geral.

Outra sugestão: pedir aos professores – de todos os níveis de ensino – que, por favor, passem a usar – sem vergonha alguma – a língua padrão, ou algo mais próximo disso, mesmo quando a manifestação se der no plano da oralidade.

Do que jeito que está, os alunos não diferenciam mais a expressão linguística de um professor, em sala de aula, do falar de outro trabalhador, do qual sequer se obriga a escolaridade básica.

ROBERTO BOAVENTURA DA SILVA SÁ é doutor em Ciência da Comunicação pela USP e professor de Literatura da UFMT.

Os bailes em Cuiabá


Wilson Carlos Fuá

Em Cuiabá existia aquelas festas dançantes chamadas de “brincadeiras dançantes” e matinês aos domingos, e através dos sons das Sonatas, dançavam grandes bailes, eram as famosas festas dos bairros, e que se transformavam em festa da cidade, dançavam-se o dia todo ao som de Renato e seus Bleu’s Caps, os Milionários, Demônios da Garoa, Roberto Carlos e toda a Jovem Guarda; The Fivers, etc.

E existia aqueles namoradores, os chamados bons de “bicarias”, esses conseguiam ter uma namorada em cada baile, quantos casamentos não saíram dali. Cuiabá era uma festa, as drogas não existiam, as bebidas eram simples e baratas, bebiam-se a famosa Cuba Libre e o Ponche ( mistura de vinho, maça cortada - em fervura), fumam-se apenas os cigarros: Continental, Hollywood e Hilton longo, maconha ? Ninguém ouvia falar.

Mas, existia um jovem, que tinha os seus problemas, e por isso recebia um monte de apelidos, o mais usado era de Dito Bode Expiatório (hoje denominado de bullyng). Ele recolhia-se dentro do seu interior, e seu corpo era sua moradia espiritual, era de uma tristeza de dar dó, e ficava sempre a olhar as danças do lado de fora, achando que ele nunca seria convidado, não se enturmava, vivendo sua vida deslocada, e achava que todas aquelas pessoas eram convidas e apenas ele não, e na sua tristeza “sapeava” pelas janelas todos aqueles jovens contemporâneos se divertindo, via todos encontrando os seus pares, parecia que as músicas eram excelentes para eles, e Dito ficava pensando porque só ele não era convidado para essas festas, as vezes até ele tentava entrar, mas sua introspecção era transformada em portaria imaginária que barra sua entrada.

Muitos como ele pensam que a vida é uma alegria em forma de festa, ficam parado no tempo esperando o seu convite, e operando o seu próprio observatório, pensa que tudo esta perfeito para os outros mas para ele não.

Quem é que vai lhe telefonar para convidar?

Até que, um dia, ele resolveu entrar de qualquer maneira nessa festa, chamada de farra da vida.

A festa da vida, tem poucas pessoas que pode viver com toda animação. E no baile da vida se conhece poucas pessoas, é uma sociedade formada por um círculo fechado, onde um tem o segredo do outro, eles são da mesma espécie, e é por isso que existe aquela alegria artificial calcinada por bebidas, se você entrar lá, ficará mais triste ainda.

Talvez através de passe mágica ou um milagre absolutamente inesperado – alguém lhe convida para entrar nessa sociedade restritamente limitada e cheia de segredos, onde está o mundo dos afortunado, o mundo dos bens sucedidos, e nessa festa da vida logo alguém pode lhe convidar para dançar, e como você veio de um mundo puro e simples, não conseguirá dar um passo certo.
Você já se sentiu ou está se sentindo assim?

Como você, muitas pessoas são humilhadas por ser honestas, não são convidadas para a festa da vida por seguir os passos da dança diferentemente.

Essa tal festa será que existe?

Dito Bode Expiatório existe sim senhor.

Como?

A festa não é para todos, mas ela existe sim.

Somos apenas operadores do observatório humano, pois na realidade observamos as ações alheias e não fazemos nada para mudar a nossa realidade. Somos eternos aprendizes e péssimos organizadores das nossas festas interiores, que na verdade é em nossas almas que estão todas as nossas virtudes interiores, sem definição da responsabilidade com a nossa vida, nada podemos fazer nada para que tudo possa acontecer um dia de forma correta e justa.

Todos querem a resposta sobre a vida. As pessoas estão muito preocupadas com as respostas, mas, no entanto não estão preparadas para fazer as perguntas. Existem pessoas procurando o sentido da vida em livros, como fosse possível encontrar todas as respostas, querem respostas, mas por não saber ler as mensagens periféricas, deixam passar muitas coisas simples que estão embutidas na verdadeira razão de viver, ou seja partilhar e acertar os passos da dança no baile da vida.

Não adianta ficarmos sempre querendo sentir o que os outros estão sentindo, pois realmente, temos que fazer a nossa festa, dentro da nossa realidade, sendo feliz e aguardando sempre o que a vida nos reserva para partilhamos. Estar vivo já é uma grande razão para ser feliz, quem nasce já teve a gigantesca sorte de poder viver, ninguém precisa de auxílios e bengalas, o importante é ser correto e justo, para não ter arrependimentos e não passar os dias vivendo como Dito Bode Expiatório.

Unemat em Várzea Grande


Alfredo da Mota Menezes

Foi aprovado pela Assembleia Legislativa que a Unemat ou universidade estadual terá direito a 2% da receita líquida do estado. Esse número ainda deve crescer até 2018 e, no final, ela terá 2.5% daquela receita. E não pode haver nem contingenciamento do recurso da universidade. É a independência financeira da Unemat. Não existem mais desculpas para não trazer essa universidade estadual para o Vale do Rio Cuiabá.

Ela está em todo o estado e não tem nem um tamborete no lugar onde pontuam Cuiabá e V. Grande. É aqui que se tem a maior fatia do ICMS, base maior da arrecadação do estado. Além disso, pensando no lado eleitoral, esta região é a que tem o maior número de eleitores. É incompreensível não ter essa universidade neste pedaço do estado.

Não cabem mais escusas como aquela do receio de Cáceres perder o reitorado da universidade. Uma sugestão? Por que não se faz um decreto de que a direção não sairá dali? Outra desculpa era que a Unemat não iria onde se tivesse a UFMT.

Em Sinop tem UFMT e Unemat.

Por que não levá-la para Várzea Grande? Ali é um lugar de gente pobre e só tem universidades particulares. O prefeito da cidade é do PMDB, o governador também. Quem fizer essa mexida será reconhecido eternamente pela população dali num lugar que, para criar mais apetite na classe política, se tem o segundo eleitorado do estado.

Foi no governo Jaime Campos que se criou a Unemat. Se o atual governador a levar para V. Grande, vai ficar melhor na foto ali do que o Jaime que a criou e não a levou para aquela localidade.

E, pensando ainda em voto, combustível que empurra a classe política, se diz que o Silval vai fazer outras obras em V. Grande como trincheira, VLT, estádio e até uma rodoviária. Se levar a Unemat fecharia o ciclo favorável em termos de votos futuros.
A parte tecnológica da UFMT vai para V. Grande, bem como a nova escola técnica federal. Parece que já se tem uma área para isso.

Por que não levar a Unemat para este mesmo local?

Ou, antes disso, por que não começar com poucos cursos sem aquela infraestrutura? Será que o dinheiro novo não daria para alugar um espaço enquanto não se constrói algo maior e definitivo? Fala-se ainda que em Várzea Grande será a sede do Parque Tecnológico. Todos que existem no Brasil estão ligados a uma universidade. É dali que saem pesquisas novas que municiam esses parques. Por que, mais uma vez, não acoplar o Parque e a Unemat?

Alguém poderia explicar quais os motivos que impedem a vinda desta universidade estadual para esta região? Onde é que é que está enterrada essa cabeça de burro que impede o governo dá um passo tão óbvio?



Com Bolsa Família, alunos do Norte e NE têm aprovação maior que média


UOL

Estudantes beneficiados pelo programa governamental Bolsa Família nas regiões Norte e Nordeste têm rendimento melhor do que a média brasileira no ensino médio das escolas públicas. A taxa de aprovação desses alunos é de 82,3% no Norte e de 82,7% no Nordeste, enquanto a taxa brasileira é 75,2%.

Os números foram feitos com o cruzamento de dados de 2011 do MEC (Ministério da Educação) e do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e apresentados hoje (16) pela ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, no 14º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

"Os mais pobres tiveram um desempenho melhor do que a média", constata Tereza Campello. "Não só conseguimos garantir que essas crianças não saiam mais da escola, mas conseguimos garantir que elas consigam ir melhor na escola".

Ela atribui o rendimento ao fato de que os estudantes beneficiados pelo programa não podem ter uma taxa de frequência inferior a 85%. Para os demais alunos, a taxa é 75%.

"Além disso, esses estudantes são superestimulados, as famílias entendem que é um ganho muito grande", diz a ministra.

No Brasil, esses estudantes também se destacam. A taxa de abandono escolar brasileira no ensino médio era de 10,8% em 2011, mas entre os alunos beneficiados pelo Bolsa Família, a taxa foi de 7,1%. A taxa de aprovação entre os beneficiados foi de 79,9% em comparação à taxa nacional de 75,2%.



MT - Dossiê revela lado sombrio da educação em MT


Servidores da rede estadual de educação de todo o Mato Grosso foram às ruas centrais de Cuiabá nesta quarta-feira (15) para expor a insatisfação com os rumos que a área vem tomando nos últimos anos em relação aos investimentos – ou à falta deles – em infraestrutura, manutenção, programas de aperfeiçoamento pedagógico e profissional etc.

Munidos de um estudo de mais de 270 páginas, os profissionais da educação de Mato Grosso, não apenas estaduais mas também municipais, irão protocolar cinco cópias deste documento, que mostra o abandono das escolas públicas em em vários órgãos, incluindo Ministério Público Estadual, Assembleia Legislativa, Palácio Paiaguás, Tribunal de Contas do Estado e Secretaria da Educação.

À frente do movimento, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes do Nascimento, falou dos problemas enfrentados pelos profissionais, que, muitas vezes, veem crianças e adolescentes num ambiente de ensino em condições precárias, não só de estrutura e material mas também de saúde, higiene.

“Este dossiê mostra a realidade das escolas públicas no nosso Estado. Revelam como nosso trabalho, enquanto profissionais do ensino, é desvalorizado, diferente da propaganda institucional, que vende a ideia de que está tudo funcionando sem problemas. Nossas escolas são vítimas de sucessivos abandonos por parte dos governos, e com o governo atual isso também não mudou”, acusa Nascimento.

Da mesma maneira, a situação no interior não é das melhores. Segundo o líder sindical, cidades como Ribeirão Cascalheira e Pontes e Lacerda (622 km e 442 km distantes da Capital, respectivamente) sofrem com a falta de estrutura básica, como um teto para as salas de aula ou ainda a utilização de contêineres de metal, as famosas salas de lata, no dia a dia de trabalho e aprendizagem.

“Em Ribeirão Cascalheira o teto desabou em 2011 e até agora não consertaram. Em Pontes e Lacerda, a situação é um pouco pior. Existem dez salas de aula que, na verdade, são contêineres adaptados. Cada um custou R$7 mil para ser montado, sem contar o gasto com o aluguel destes espaços, que é de R$3 mil”, disse ele.

Reunidos no evento, chamado de “Dia D”, escolhido, a partir deste ano, como a data que será utilizada pela luta de uma educação de qualidade, a praça também contava com banners de fotos e informações de várias escolas de todo o estado.

Por Diego Frederici e Mayla Miranda

É possível combater o uso de drogas no Brasil?


JOEL MESQUITA


O objetivo neste ensaio é discutir a problemática do uso de drogas no Brasil. Nesse contexto, defende-se que falar sobre as perspectivas de futuro para o país inclui o debate dos problemas sociais existentes e de alguma forma tentar contribuir para a sua solução com propostas exequíveis em curto, médio e longo, prazos.

É conhecido que o país vive um momento de efervescência em todas as esferas, nas quais várias questões-problemas são conduzidas para o centro de discussões, sobretudo no campo político, através do Congresso Nacional, da Sociedade Civil Organizada, de Organizações não-Governamentais etc.

Sendo assim, ao se polemizar o futuro do país, faz-se necessário refletir, entre tantas temáticas que se apresentam relevantes e urgentes, como será possível sensibilizar e conscientizar esses segmentos sociopolíticos e combater o uso de substâncias psicoativas pela geração atual e futura.

Acredito que não abordar seriamente a questão, suas causas e consequências, favorece os traficantes e grupos de interesses mal-intencionados a continuar aliciando pessoas tanto para o uso quanto para o tráfico de drogas em âmbito nacional e internacional. É preciso não perder o rumo. Superar o medo e os riscos de pensar o problema é uma questão de bem-estar social.

Penso que uma ferramenta fundamental para vender essa ideia de superação do problema são as mídias sociais. Logo, devem-se explorar com maestria os instrumentos de comunicação de massa acessíveis à maior parcela dos jovens, a fim de dinamizar o debate sobre perspectivas de futuro. É necessário repensar o modo como o problema tem sido encarado. Problematizar é fundamental. É premente um empenho consensual.

O uso de drogas coloca em risco o futuro das gerações. Logo, põe em dúvida o futuro da nação. Sobre isso, creio que o Brasil tem um grande potencial a ser desenvolvido na criação de políticas públicas que convirjam para a conscientização, o combate, a repressão ao uso de entorpecentes, mais especificamente as drogas psicoativas, seja através de investimentos políticos, seja através de investimentos principalmente em educação.

Ao remeter essa discussão no cotidiano escolar, elegendo a temática como matéria obrigatória na grade curricular desde a Educação Infantil, acredita-se que o Brasil estará desenvolvendo a possibilidade de construir uma sociedade melhor, na qual os jovens sejam cada vez mais conscientes e tenham senso da responsabilidade de suas escolhas.

Agora, como fazer com que essas ideias ganhem tessitura e consistência? Poderá o problema ocupar a agenda de discussões voltadas para o processo de construção do futuro? Neste caso, a manutenção da coesão e da ordem, a defesa de um estilo de vida e demais assuntos precisam passar por uma definição clara dos objetivos das políticas sociais em longo prazo.

Como se configurará a sociedade dos próximos trinta anos? Se as coisas continuarem caminhando a passos tão curtos e lentos e se não houver uma agenda que reserve um espaço para o debate, não será absurdo dizer que a gravidade e o alcance do problema poderão ser dados como irreversíveis. É preciso ter clareza e definir desde já as prioridades para o futuro.

A sociedade brasileira sensibiliza-se e adere com facilidade a causas humanitárias. Ora, quando se tem objetivos claros e o problema se evidencia, os grupos sociais tendem a participar ativamente. E, quando estes se tornam referenciais de ações em níveis micro e macro, obviamente se adequando cada ação às especificidades locais, os resultados podem ser animadores. Em face disso, reitero que o Brasil tem um potencial a ser desenvolvido no combate ao uso de drogas.

Nessa perspectiva, delineia-se um futuro no qual os princípios humanitários sejam revelados através do processo de conscientização e de formação de uma sociedade em que as questões ligadas ao uso de entorpecentes sejam tratadas como uma questão de saúde pública. Caso isso não ocorra, a nação poderá perder o rumo, em vez de ter construído um futuro com equidade e oportunidade em todos os sentidos, envolvendo as perspectivas de dias melhores. Poder-se-á perder muito tempo na tentativa de corrigir amanhã um erro que ocorre hoje e ao qual não se dispensou a devida atenção e o tratamento requerido.

O Brasil é muito mais do que as drogas e, sem esse vício, será muito melhor. Há que se chegar a esse consenso. Mas, um consenso engendrado no debate, sem o qual não há democracia. Discutir a problemática das drogas e as perspectivas de futuro para a sociedade brasileira é primordial para a construção de um país melhor.

(*) JOEL MESQUITA – Cientista Social e Escrivão de Polícia e colaborador de HiperNotícias.



O Professor


Gabriel Novis Neves


Fiz questão de comparecer ao almoço comemorativo do centenário de vida do professor Benedito de Figueiredo realizado há três anos.

Além de mestre e amigo, pela primeira vez participei daquele tipo de aniversário. Centenário de uma pessoa viva com lucidez intocável.

O almoço com o professor foi um dos pontos luminosos da minha vida.

Jamais esquecerei aquele ambiente aconchegante, repleto das nossas tradições.

Familiares, amigos, colegas de academia, alunos, gente simples, todos reunidos para prestar solidariedade à figura humana extraordinária do professor Ditão.

Jamais esquecerei seus últimos ensinamentos.

O nosso sábio encerrou a sua vida neste planeta aos cento e três anos, completados no dia vinte e oito de fevereiro deste ano.

Ditão, como era carinhosamente chamado pelos seus amigos, permaneceu elegantemente sentado durante toda a festa em sua velha cadeira de balanço conversando e ouvindo música regional.

Atendia com paciência, beijos e abraços as palavras carinhosas dos seus inúmeros convidados, retribuindo com o seu bom humor e uma palavra generosa a todos que foram cumprimentá-lo.

A identificação das pessoas presentes ao almoço era feita por parentes. Vítima de um glaucoma perdeu completamente a visão nos últimos anos da sua vida.

Lúcido, brilhante, alegre, aproveitou o máximo da vida para ensinar, principalmente, a sua arte de lidar com as letras.

Foi consultor gramatical permanente de várias gerações de jovens estudantes, professores e cultivadores da língua pátria.

Sua grande paixão nas letras era o plural das palavras. Foi ele o inspirador recente de antigos discípulos com relação à palavra gol.

Para o mestre plural de gol é gois, para desespero de muitos.

Antes de partir deste plano espiritual, respondeu à pergunta de uma neta, que desejava avaliar o seu estado de consciência. Ela perguntou ao avô qual era o plural de terça-feira. Ele respondeu: “- tudo no plural: terças-feiras”. Foram suas últimas palavras.

Despedida da vida e da gramática.

Atendendo ao seu pedido, chegado a mim pelo seu genro Walmir, convidou-me a sentar-se ao seu lado, segurou durante um longo tempo as minhas mãos e ministrou a sua última aula de sapiência.

Deixei que falasse, pois queria ouvi-lo.

Informalmente, com a simplicidade dos gênios fui anotando na minha memória os valores que nortearam a sua vida com dignidade.

Humildade, simplicidade, gratidão, reconhecimento, justiça, amizade e, principalmente, despojamento dos valores materiais.

Deixou que eu percebesse as suas duas grandes paixões - a família e os livros.

Esse foi um ato de extrema generosidade para comigo, o seu depoimento-testamento.

Na saída da festa do seu centenário, sabendo que eu era torcedor do Botafogo, disse-me que durante o tempo que estudou no Rio de Janeiro tornou-se torcedor do Botafogo.

Quis o destino que o nosso mestre Ditão nos deixasse em um domingo, após o nosso Botafogo conquistar o Campeonato Carioca de Futebol.

Ditão se apresentou a São Pedro segurando a Taça conquistada horas antes em Volta Redonda.

Talvez nem São Pedro soubesse ainda do resultado do jogo.

Prêmio do céu a um homem de bem.

Ah! Se eu pudesse escrever tudo que o Ditão me disse no nosso derradeiro encontro.
Sinto-me inibido em socializar tanto carinho recebido de um sábio.

Adeus Ditão!

Até o dia que concluir a vida que me existe, para continuar a conversa inesquecível.
Gabriel Novis Neves é médico.

Prioridade do ensino técnico


Luiz Gonzaga Bertelli

O governo federal vem elegendo o ensino técnico como o antídoto para atenuar um problema grave que preocupa o empresariado brasileiro: a escassez de mão de obra qualificada no mercado de trabalho.

A prova de que a preocupação ganhou ares vitais na administração federal é o crescimento no investimento reservado para o ensino profissional nos últimos anos.

Nos primeiros dois anos do governo da presidente Dilma, foram ampliadas de 5% para 9% as despesas com o ensino técnico profissionalizante e tecnológico. Os gastos passaram de R$ 3,6 bilhões, em 2010, para R$ 7,6 bilhões, em 2012. Setenta por cento desse montante vai para a manutenção de 365 escolas técnicas e para a expansão de toda a rede.

A quantidade de escolas também multiplicou-se nos últimos anos. De 2005 a 2012, foram construídas 222 escolas técnicas, com a criação de mais de 100 mil vagas para os jovens estudantes.

Priorizar o ensino técnico é uma alternativa acertada para que o país consiga se manter competitivo no comércio internacional.

A globalização exige estruturas tecnológicas mais complexas para as empresas, o que demanda uma parcela importante de funcionários capacitados para a realização de tarefas que exigem conhecimentos aprofundados. A falta de mão de obra, sentida hoje, é uma profunda ameaça, até mesmo, para a instabilidade econômica.

Não existem empresas competitivas sem um capital humano de qualidade que responda às demandas frequentes do mercado.

No ensino profissionalizante, o aluno aprende na prática, adquirindo a capacitação necessária para desempenhar as funções assim que sair da escola. Por isso, é grande a porcentagem de jovens que saem com o diploma técnico ou tecnológico e já ingressam rapidamente no mercado de trabalho. É o que se vê em São Paulo, com os alunos das Escolas Técnicas (Etecs) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs).

Apesar da maior atenção que o governo federal vem dando ao ensino técnico, o desenvolvimento tecnológico no país ainda deixa muito a desejar às nações consideradas mais privilegiadas e, até mesmo, entre os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Estamos largando atrás nesse processo, mas se os investimentos tiverem o foco correto ainda podemos dar a volta por cima e surpreender.


Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp

Educação, ciência e tecnologia na ONU

José de Paiva Netto

No dia 16 de maio, ocorre na sede da ONU, em Nova York, EUA, na aclamada Câmara do Ecosoc, um fórum da sociedade civil e do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas com a pauta “Construindo parcerias no campo da educação por meio da ciência, da tecnologia e da inovação”. O debate está sendo organizado por um comitê formado pela Legião da Boa Vontade, a Associação Mundial de Estagiários e Colaboradores Reformados da ONU e a Fundação Global de Desenvolvimento do Milênio, em suporte à Seção de ONGs do Departamento de Assuntos Socioeconômicos da ONU.

O ato solene de abertura contará com o presidente do Ecosoc, dr. Nestor Osorio. A LBV também fará uma apresentação, intitulada “Promovendo desenvolvimento e inclusão social por meio da educação e da tecnologia”.

O fórum terá ainda palestrantes de universidades de vários países e especialistas no uso das tecnologias da informação e comunicação aplicadas nas mais modernas formas de ensino.

BRASILEIRO DIRIGIRÁ A OMC

É um grande reconhecimento ao Brasil a escolha do diplomata Roberto Carvalho de Azevêdo, natural de Salvador/BA, para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a partir do mês de setembro deste ano até 2017. O anúncio formal pode ser feito hoje, em reunião do Conselho Geral da OMC, conforme nota do Itamaraty. Desde que foi criado, em 1995, será a primeira vez que um latino-americano presidirá o órgão.

Saudamos também sua digníssima esposa, a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, chefe da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas e outros organismos internacionais em Genebra, Suíça. Em 2011, tivemos a honra de contar com sua participação no painel temático organizado pela LBV, na Reunião de Alto Nível do Ecosoc, em Genebra.

CAMPANHA CORAÇÃO AZUL

Há alguns anos venho ressaltando em artigos e livros que o abominável tráfico de seres humanos deve ser fortemente combatido. É imensa a preocupação das mães com a segurança dos filhos. Muito oportuna, pois, a adesão de nosso país à Campanha “Coração Azul — Contra o tráfico de pessoas”, que o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) lançou na quinta-feira, 9/5, na sede do Ministério da Justiça, em Brasília/DF.

A Legião da Boa Vontade — coração azul que há mais de seis décadas pulsa pela Solidariedade no mundo — apoia essa ação e convida você a participar da corrente do Bem e compartilhar essa iniciativa.


José de Paiva Netto é Jornalista, radialista e escritor.

Brasil protege mais de 44 mil crianças em situação de risco


Agência Brasil

Mais de 44 mil crianças em situação de risco estão acolhidas temporariamente no Brasil, disse o juiz do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do Mato Grosso, Gabriel Matos, nesta quinta-feira (16), no Encontro Nacional de Coordenadores da Infância do Ministério Público e do Poder Judiciário, que ocorre na sede do Ministério Público Federal, em Brasília. O evento se destina a debater metas que atendam aos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Matos disse que as crianças acolhidas só irão para adoção se não houver mais possibilidades de elas voltarem para suas casas. “É apenas uma situação temporária até que se perceba se há tranquilidade e segurança para que as crianças voltem para suas famílias”.

O juiz Gabriel Matos apresentou um estudo do CNJ, elaborado em âmbito nacional e regional, em que 5281 mil crianças e adolescentes estão registradas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Ele lamentou que grande parte delas não consegue ser adotada por estarem com mais de três anos de idade. “As pessoas querem crianças novas e o sistema não tem tantas criancinhas”, disse.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

‘Estamos criando uma falsa esperança dos royalties de petróleo para educação’, diz Cristovam Buarque

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


A definição sobre as regras de divisão das receitas dos royalties do petróleo ficou para fevereiro deste ano, após tumultuadas reuniões entre os parlamentares. A presidente Dilma Rousseff decidiu encaminhar uma Medida Provisória (MP) destinando 100% dos recursos arrecadados para a educação, sobre os novos campos licitados. Em entrevista exclusiva, o Senador Cristovam Buarque comenta sobre o destino e a empregabilidade destes recursos na educação - caso a MP seja aprovada - e qual deve ser a diretriz do Congresso. Sem ilusões, ele questiona o interesse de prefeitos e governadores pelo assunto: "Querem que este dinheiro vá para mão deles, para melhorar o cemitério, para cuidar da previdência e melhorar a frota de carros dos vereadores".

1X) NNpetro - Como será a distribuição dos recursos dos royalties para a educação? Quais serão os padrões estipulados para empregar o recurso? E qual é o primeiro passo?

Cristovam Buarque - A lei diz que 100% dos royalties do petróleo dos Estados e municípios irão para a educação, distribuídos na proporção de número de crianças. Nossa proposta é federalizar a educação de base. Na educação de base que está o nosso problema - se a educação de base melhora, a universidade melhora. Quando isso acontecer, os royalties irão para a federalização de base. Aí, o primeiro passo é uma carreira nacional de professores no Brasil. Não pode continuar com uma carreira municipal.

2X) Qual seria o impacto para a melhoria da educação?

É preciso lembrar que a medida provisória da presidente Dilma não reserva 100%, só 20%. Não é tanto quanto se precisa. Creio que estamos criando uma esperança falsa dos royalties do pré-sal para educação. Fui o primeiro a defender 100% dos royalties para educação, mas não podemos criar uma falsa esperança. Ninguém sabe quando esse dinheiro irá chegar e, principalmente, quanto será este dinheiro. O preço do petróleo pode variar e o custo de produção pode aumentar tanto que nem tenha royalties. Podem surgir restrições do uso do petróleo por razões ecológicas, além das dificuldades tecnológicas. Não podemos achar que a solução está nos royalties do petróleo para fazer a revolução educacional que o Brasil precisa.

Os recursos dos royalties não serão suficientes para a educação. Muito longe. Precisamos de 10% do PIB para educação. Os royalties do petróleo não vão chegar a 1%, e olha que é muito. É uma ilusão que estão vendendo ao Brasil. Só o custo dos professores, com salário de R$ 9 mil, já é muito superior. O impacto será na qualificação dos professores, melhoria dos salários e melhores equipamentos.

3X) O plano de distribuição e utilização deve ser bem traçado antes da verba ser destinada? Precisamos ainda estabelecer os padrões? Há alguma diretriz?

O plano não entrou no direcionamento para o setor da educação de base. Se decidir que é para biblioteca, será para biblioteca. Se decidir por capacitação de professor, será para capacitação de professor. Vão surgir regras claras. Toda lei precisa ser regulamentada, e, ao mesmo tempo, eu creio que precisa dar liberdade aos municípios. O recurso tem que ser diretamente para a educação. Não se pode asfaltar a rua de frente da escola e dizer que foi pra educação. A minha proposta é: quando o dinheiro chegar no município, cada um aplique como achar necessário. Mas pode ser que o Governo Federal queira regulamentar através do MEC a distribuição. Pela minha posição, os municípios escolhem onde será o investimento dentro da educação.

4X) O Brasil pode se espelhar em algum modelo de educação adotado por outro país que tenha como base os recursos do petróleo? Qual a reação o senhor espera do Congresso quando o assunto voltar à pauta?

A Noruega, quando descobriu o petróleo no mar do Norte nos anos 70, definiu o fundo soberano para onde o dinheiro dos royalties seria destinado. A diferença é que eles não tinham muito problemas com a educação, como nós, e puderam usar em outros setores. No nosso caso tem que ser educação, qualquer outro destino não estará suficientemente comprometido com o futuro.

Difícil saber. Às vezes, o governo monta um rolo compressor que destrói todas as alternativas. Neste caso, os prefeitos e governadores não querem que o dinheiro dos royalties vá para a educação. Eles querem que este dinheiro vá para mão deles, para melhorar o cemitério, para cuidar da previdência e melhorar a frota de carros dos vereadores. Eles querem o dinheiro solto e vão pressionar muito contra a nossa proposta. Por sua vez, o Governo Federal vai pressionar para que seja aprovado 20% da União. Ninguém sabe se os senadores vão despertar para importância do uso deste dinheiro para o futuro. E o futuro está na criança, na educação. Logo, o futuro do país está na educação. Estou otimista para lutar pela educação, mas sem ilusões. Vamos conseguir aprovar.
5X) Baseado na atual condição que o país se encontra, quanto tempo levaria para se ter uma diretriz formada?

Se for esperar pelos royalties não teremos uma melhora nunca, pois é pouco e ninguém sabe quando chega. A minha proposta de federalização da educação demoraria 20 anos para alcançar o Brasil inteiro. Federalizando por cidade, poderia ser feito 500 por ano.

Fonte: http://nnpetro.com.br/pt-br/noticia/estamos-criando-uma-falsa-esperan-dos-royalties-de-petr-leo-para-educa-o-diz-cristovam



segunda-feira, 13 de maio de 2013

MT - Escola Nadir de Oliveira amplia tempo em sala com oferta de EMIEP



Vinte e uma disciplinas técnicas e regulares e atividades no contraturno uma vez por semana integram a rotina de 250 estudantes matriculados no curso  técnico em vendas da Escola Estadual Nadir de Oliveira, em Várzea Grande.   
 Essa é a realidade dos estudantes atendidos pelo  Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP),  que agrega em um mesmo espaço Educação Básica e a formação para o exercício profissional.

Em 6 anos de implantação, o EMIEP foi implantado em  65 escolas (sendo 10 indígenas), de 41 municípios. Atualmente são disponibilizados 11 cursos técnicos, dentre eles informática, meio ambiente, agroecologia, administração,  vendas, entre outros.

“Penso que as minhas possibilidades sejam maiores com o curso profissionalizante. Minhas chances de chegar ao mercado de trabalho são maiores com esse curso”. A fala é da jovem Elimara Santana da Silva, 15 anos, aluna do primeiro ano do curso técnico da E.E.Nadir de Oliveira.

Há 33 anos na educação, a coordenadora pedagógica, Fátima Benedita de Anunciação, avalia que a escola vive em constante evolução para acompanhar as demandas dos estudantes, por isso a preocupação em encontrar alternativas para contemplar as especificidades apontadas. "É necessário sempre se reivintar".

Conforme a gerente do EMIEP, Maria Cristina da Luz, a Secretaria de Estado trabalha com perspectivas de ampliação e fortalecimento das ações ligados ao Ensino Médio Integrado. Ela pondera que no decorrer do processo de implantação dos cursos técnicos houve um atraso na entrega dos laboratórios destinados aos estudantes em razão do não cumprimento  do objeto pela empresa vencedora de processo licitatório, o que motivou a rescisão dos mesmos.

“A Seduc irá agora realizar novo processo licitatório para a finalização desses espaços. Além dessa ação, temos  perspectivas de realização de processos de formação continuada dos professores e ainda  de cursos para complementação de docência para os que atuam com as disciplinas técnicas”, finaliza.

PATRÍCIA NEVES
Assessoria Seduc-MT

MT - Governo do Estado fortalece segurança e educação em Primavera do Leste

Mayke Toscano/Secom-MT
Silval assina convênios na comemoração de 27 anos de emancipação política do município
No 27º aniversário de emancipação política administrativa do município de Primavera do Leste, o governador Silval Barbosa, ao lado do prefeito Érico Piana, nesta segunda-feira (13.05), participou do ato de instalação do 11º Comando Regional da Polícia Militar, da Delegacia Regional da Polícia Judiciária, realizou a entrega de sete ônibus escolares e de assinou convênios e protocolos para instalação da Universidade do Estado de Mato Grosso, e da inauguração do Centro de Atendimento Empresarial (CAE), da Sicme. 
 As comemorações aconteceram na sede da Prefeitura Municipal, com um grande número de populares. O ato de instalação do comando se efetivou quando o cel. Genilson D’Ávila se apresentou ao comandante Geral da PM-MT, Cel. Adriano Denardi, que declarou instalada a nova CRC. O novo comando irá atender também os municípios de Paranatinga, Poxoréu, Gaúcha do Norte e Santo Antônio do Leste.

O governador Silval Barbosa destacou outras ações do Governo do Estado, e também do governo federal, que vão ajudar Primavera do Leste se consolidar como um polo regional. Entre os destaques, Silval Barbosa assinalou o convênio para instalação de cursos pela Unemat, que é uma reivindicação da população estudantil.

Na parte de logística, Silval ressaltou a localização estratégica do município. Com a inauguração do Terminal Intermodal de Rondonópolis, pela ALL, a conclusão da VR 158, até o terminal de Itaqui, em São Luis do Maranhão, e também a construção da FICO. “Com tudo isso, ajudando no escoamento, a produção vai ganhar competitividade logística”, enfatizou.

O prefeito Érico Piana, reconheceu e agradeceu a atenção que o Governo estadual tem com o município. “O governador tem apoiado o nosso desenvolvimento”. Segundo ele, o município tem em torno de 4 mil alunos matriculado na faculdade particular e a implantação da Unemat irá atender os jovens que não tem condições de pagar uma faculdade.

O secretário de Segurança Pública, em exercício, cel. Antônio Moraes, disse que a implantação do CRC da PM, assim como da Delegacia, está dentro do programa de expansão do governo do Estado, que até o final de 2014 deve instalar mais três comandos regionais.

O deputado federal Júlio Campos, que quando era governador de Mato Grosso criou o município, anunciou uma emenda parlamentar do senador Jaime Campos no valor de R$ 12 milhões, para a construção do hospital regional. O governador Silval Barbosa disse que esse hospital terá todo o apoio do Governo do Estado.

JOÃO BOSQUO
Redação/Secom-MT

MT - Vídeo de estudantes de Guiratinga concorre a premiação nacional

Divulgação
Vídeo de estudantes de Guiratinga concorre a premiação nacional
Um vídeo  sobre o projeto ‘Memórias da Vida em Vida: Inovar é preciso’, desenvolvido pelos estudantes do Ensino Médio Inovador da Escola Estadual Maria de Lourdes Ribeiro Fragelli, de Guiratinga, concorre à premiação nacional do Ministério da Educação (MEC).    
 O projeto – único matogrossense selecionado -  é um dos 14 escolhidos na 6ª edição do Prêmio Professores do Brasil que concorrem a uma honraria especial na internet, no Facebook. Para poder votar é necessário acessar a fanpage http://www.facebook.com/premioprofessoresdobrasil?fref=tse e curtir o vídeo com o título do projeto.

 A votação pode ser feita até o mês de setembro.

Em 2012, o idealizador da ação pedagógica, o educador João Antônio Pereira foi um dos 40 educadores brasileiros premiados na  6ª edição do Prêmio Professores do Brasil. “Desses 40 projetos, apenas 14 foram selecionados para a implementação dessa nova etapa para premiação. É importante dizer que apenas esse projeto contemplava ações do Ensino Médio Inovador, que ainda possui uma concepção nova e que prima pelo emprego de novas tecnologias. Isso nos mostra que estamos no caminho certo”.

Para dar vida ao projeto ‘Memórias de Uma vida em Vida’ os alunos do EMIEP foram estimulados a pesquisarem sobre personagens históricos e seus familiares, relatando distintos perfis sociais. A ação englobou o uso de tecnologias, como celulares, câmeras, blog e ainda na confecção de três edições de um jornal impresso.

A prática da ação pedagógica envolveu exercícios de pesquisa, entrevistas, produção de textos, análise documental. A riqueza do projeto, que apresentou ao MEC personagens do cotidiano da cidade batizadas como ‘Severinas’ resultou na premiação e na aquisição por 25 anos dos direitos autorais da obra pelo Governo Federal.

Para apresentação ao MEC, o professor selecionou os projetos de três estudantes, sendo dois moradores da zona rural da região de Guiratinga.

“A atividade resgata a autoestima dos alunos. Prova que é possível vencer, apesar  das adversidades. Tenho alunos que percorrem 120 km todos os dias para ir à escola. Conheço as adversidades e sei que é preciso estímulo. Sou uma prova viva de que é possível essa mudança”, relata o ex-cortador de cana, sargento aposentado do Exército Brasileiro e educador João Antonio.

Professor João Antonio está em Mato Grosso há quase 23 anos e desde então dedica-se ao ato de lecionar por acreditar que a ‘toda essa situação que vivenciamos hoje não é novidade. Acredito que a única forma de transformação real seja por intermédio da educação. É preciso encontrar contrapontos, chamar a atenção dessa garotada para que confiem e possibilitem mudanças significativas. A partir do momento que você sabe quem é, saberá onde quer chegar", finaliza.

Ainda em 2013, conforme o professor,produtores da  Revista Nova Escola deverão visistara instituição de ensino que atende a cerca de 500 alunos do Ensino Médio. 

PATRÍCIA NEVES
Assessoria Seduc-MT

MT - Formação para regentes de fanfarras começa na segunda-feira (13.05)

Cerca de 59 regentes de 19 Escolas de Cuiabá e Várzea Grande participam na segunda-feira (13.05) da aula inaugural da primeira etapa do curso de Formação de Regentes do Projeto Fanfarra e Banda Escolar 2013. A atividade ocorre das 15 às 17h no auditório da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O evento contará com a participação dos Corais do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Seduc, além de representantes da Secretaria de Estado de Cultura (Sec), da Orquestra do Estado, do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, entre outros.

Na ocasião serão apresentados relatos de experiências, apresentações culturais e informações sobre os horários do curso. A capacitação para os regentes foi iniciada em 2010, quando a primeira turma passou por formação com profissionais do Instituto Flauta Mágica.

Em 2012 foi realizada nova formação denominada Teoria Musical e Percepção Auditiva, dessa vez ministrada pelo Maestro Carlos Taubaté. Este ano essa mesma formação será ofertada com objetivo de preparar os regentes para o curso avançado. Essa ação promovida pela Coordenadoria de Projetos Educativos integra a política de música na Escola, atendendo à Lei Federal número 11.769/2008.

Também participam do lançamento direção e coordenação Pedagógica das Escolas contempladas, Assessores Pedagógicos de Cuiabá e Várzea Grande, servidores do Cefapro Cuiabá, da Seduc e convidados. Para o coordenador do Programa, Guilherme Luiz Costa “é de extrema importância a presença dos principais interessados citados”.

Outras informações pelos telefones (65) 3613 6414/3613 6321/3613 6306, ou por email guilherme.costa@seduc.mt.gov.br

Clique Aqui e confira a programação do evento.
ROSELI RIECHELMANN/VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT