Uma das contribuições dos sumérios para o desenvolvimento da Humanidade foi
o
seu sistema de escrita: uma série de pictogramas (pequenos desenhos) faziam
referência aos
conceitos que pretendiam ser transmitidos. Daí se desenvolveu o conceito de
ideograma,
seguido pelo uso de sinais arbitrários para palavras e elementos fonéticos
ou de símbolos
que representavam o som de uma palavra ou de parte dela. Na China, os
ideogramas
proliferaram e foram padronizados. Em outras civilizações, os sinais
fonéticos foram os
únicos mantidos, a exemplo dos fenícios
que usamos hoje.
Desde então, a escrita vem sendo associada a civilização. A invenção,
que
convertia a palavra falada e tornava-a fixa e transmissível ao longo das
gerações, era uma
importante ferramenta, principalmente, para a árdua tarefa de administração
dos Estados
civilizados. A partir da escrita, o homem pôde organizar-se social e
culturalmente. E foi
além, pois, por meio da escrita, pôde criar e perpetuar sua identidade e
deixar registrada na
História a sua passagem.
Incorporada à existência do homem, a escrita nunca se tornou obsoleta.
Ao
contrário, torna-se cada vez mais importante para manter viva a essência
humana.
Hoje, com o uso de celulares, notebooks, câmeras fotográficas digitais e
internet,
entre outros aparatos modernos, as distâncias se encurtarem e o tempo tem
ficado mais
escasso. Hoje, trabalha-se mais e vive-se menos, mas não em anos de vida,
pois estes
aumentaram. Atualmente, pessoas com 80, 90 e até 100 anos de idade caminham
pelas ruas
das grandes metrópoles; mas, meio século atrás, um indivíduo com 50 ou 60
anos de idade
era considerado velho.
Uma epidemia do mundo moderno é o estresse, cujos principais sintomas
são
fadiga e falta de memória. É cada vez mais freqüente encontrar pessoas
entre 25 e 50 anos
com lapsos de memória. Ao contrário do que muitos pensam, essas falhas nem
sempre
têm origem patológica. Distração, ansiedade, estresse, depressão e até
mesmo bloqueios
emocionais podem desencadear lapsos de memória.
A memória divide-se em antiga e recente. A primeira é relacionada ao
processo de
aprendizagem, e a segunda, também chamada “memória de trabalho”, é ocupada
por fatos
do cotidiano, pouco relevantes para serem armazenados definitivamente. É
importante
saber que essa memória tem capacidade limitada; portanto, é preciso
administrar bem o que
é colocado nela para não sobrecarregá-la.
Apesar dos esforços da ciência, a melhor maneira de manter a memória afiada
é
a prevenção. Um dos recursos que podem e devem ser utilizados é a milenar
técnica da
1
, que desde 1000 a.C. davam forma ao alfabeto
1 Povo de origem semita canaanita que se estabeleceu no país de Canaã por
volta do
sXXVIII a.C. Os fenícios foram os maiores navegadores e comerciantes da
Antiguidade;
atribui-se a eles a invenção do alfabeto fonético. (Dicionário Houaiss da
Língua
Portuguesa)
Escreva! Deixe tudo registrado. Tenha uma agenda. Anote todos os
seus
compromissos e tarefas diárias. Você aliviará cérebro e se sentirá
revigorado, pronto para
assumir as tarefas mais importantes com eficácia e destreza.
Escrevendo, você também aprende a definir suas metas, traçar planos de
ação
e atingir seus objetivos. A partir do momento que você registra algo, seu
cérebro se
compromete e passa a atuar em prol da realização daquilo que foi
registrado. Ao escrever
um diário, por exemplo, você terá uma importante ferramenta para fazer
follow-up e
verificar se está agindo no sentido certo ou se é preciso mudar alguma
coisa. Colocar no
papel a sua reação depois de conquistar um objetivo desejado também é um
excelente meio
de induzir o cérebro a buscar a repetição desse momento. Da mesma forma,
extravasar, por
meio da escrita, sentimentos como ódio, raiva, medo e rancor libera mente e
coração de
sensações ruins e prejudiciais. Portanto, escreva!