sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Comentário sobre a sua postagem "Entrevista com Gustavo Ioschpe, especialista em Educação":

Comentário meu, sobre Gustavo Ioschpe

Este comentário abaixo, foi redigido e postado pelo Webmaster deste site. Quando voltei ao site da Revista VEJA o comentário não estava lá. Reencontrei-o hoje, 17 de julho de 2012 no Blog da Professora Iza Saliés. http://wwwizasalies.blogspot.com.br/2011/06/comentario-sobre-sua-postagem.html

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Venho para fazer: defesa a que fazem juz os professores/educadores. Evidentemente não estou defendendo os professores não educadores que "fingem dar aulas enquanto o poder público finge que os remunera".

Discordo da sua afirmação Gustavo Ioschpe, de que inexiste relação entre a remuneração do professor e a qualidade do ensino ministrado.

Em meados do século passado o salário de um professor equiparava-se ao de um juiz de primeira e segunda instancias, mas a escola pública não era inclusiva e destinava-se apenas à classe dominante. Esta situação gerou os altos índices de analfabetismo que o Brasil apresentou nas décadas de 60, 70.

Com o advento da Constituição de 1988 o ensino básico tornou-se obrigatório, as escolas lotaram e os salários dos professores continuaram em queda livre. Necessitou-se de uma hora para outra, de um contingente muito maior de profissionais dentro das salas de aula superlotadas.

A nova clientela da escola vem das classes que ocupam a base da pirâmide social e lá chegam carentes daquilo que meus pais denominavam de "educação de berço". Paralelamente a instituição família reconfigurou-se e expressiva maioria das crianças brasileiras desconhecem o significado de ser criado numa familia estruturada onde valores são repassados de geração em geração. São criados (não educados) por avós, tias, primos, vizinhos.

Alguns dos problemas citados por você Gustavo Ioschpe, são verídicos. Mas sua abordagem que desvincula investimento e educação de qualidade é completamente errônea e equivocada. Serve apenas para comodidade dos nossos políticos e administradores. Sua proposta de melhoria da educação brasileira precisa ser extirpada deste pensamento errôneo.

Não há professor que consiga ministrar boas aulas, tendo que trabalhar em dois ou três turnos, deslocando-se de uma escola para outra em intervalos mínimos, enfrentando violencia e ameaças físicas dos próprios estudantes. Estudantes que estão necessitando de psicólogos, assistentes sociais e aconchego humano que não tiveram desde que nasceram.

É como disse em seu comentário a Izabela de oliveira "...os culpados são os próprios alunos". Aos treze anos a Izabela ainda desconhece a mazela social que produziu e continuará produzindo este tipo de aluno.

Gustavo, não sou professor. Sou pai de aluno, acompanhei toda escolaridade do meu único filho nascido em 1987 e bacharelado em Sistemas de informação no ano de 2009.
Fui membro do colegiado da escola, participante ativo da Associação de Pais e professores, Conselheiro Municipal de Educação por 4 anos aqui em Belo Horizonte. Repense esta questão de desvincular investimento público e qualidade na Educação.

Intercalei a palavra "aluno" com a palavra "estudante" porque durante meu tempo como Conselheiro Municipal, estudantes secundaristas solicitaram ao Conselho que não se referisse a eles como "aquele que não tem luz". Eles haviam pesquisado a etimologia da palavra "aluno".

José Antônio

joseantonio400@hotmail.com
http://sites.google.com/site/filosofiapopular

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