sexta-feira, 25 de maio de 2012
Blog com críticas a merenda obriga escola a mudar cardápio
Iniciativa de menina de 9 anos foi vista por mais de 1,2 milhão de pessoas e ganhou apoio de chefs renomados
BBC Brasil
Uma menina escocesa de 9 anos provocou mudanças na alimentação de sua escola depois de fazer um blog que teve mais de 1 milhão de visitações e acabou rendendo um tuíte de apoio do conhecido chef Jamie Oliver. Martha Payne fotografava seus lanches com a permissão da escola e postava as fotos diariamente em seu blog "Never seconds" ("Nunca repetir o prato", em tradução adaptada), com comentários e notas sobre a comida.
Foto: ReproduçãoPost de ontem do blog Never Seconds trazia menu do dia
Entre os aspectos avaliados pela menina, estão a qualidade da comida, a quantidade de "garfadas" em uma porção e o número de fios de cabelo encontrados. A repercussão do blog fez com que o conselho municipal de Argyll, na Escócia, se pronunciasse sobre o assunto e fizesse uma visita à escola da menina.
O cardápio da merenda, segundo ela e seu pai, Dave, também melhorou, ainda que temporariamente. "Dá para ver no blog que a comida voltou a piorar", disse ele à BBC Brasil. Pai e filha foram convidados para um encontro realizado pelo chef escocês Nick Nairn, autor de diversos livros e apresentador de programas de TV, que também terá políticos e ativistas da alimentação saudável em escolas.
A ideia de criar o blog, segundo Dave Payne, surgiu quando Martha chegou em casa comentando sobre um texto "jornalístico" que teve que fazer para um trabalho escolar. "Ela chegou dizendo que queria escrever como uma jornalista todos os dias e achamos que um blog seria a melhor ideia", conta o pai.
Desde então, a menina, que vive com a família em uma fazenda, passou a postar fotos do que comia diariamente, com comentários sobre o cardápio. "A coisa boa deste blog é que meu pai entende por que eu estou com fome quando chego em casa", disse ela em um dos posts.
As primeiras fotos de Martha, de acordo com seu pai, foram reveladoras. As refeições, sempre em porções pequenas, incluíam pizza, hambúrgueres, frituras, poucas verduras e nenhuma fruta. "Para ela, as fotos eram completamente normais. Para mim, foram chocantes, terríveis. Quase tão chocante quanto isso era o fato de que as crianças achavam aquela comida normal. Ela reclamava um pouco em casa, mas eu não dei muita atenção", disse Dave.
Pouco depois do primeiro post de Martha, ele escreveu em seu perfil de Twitter sobre o blog da filha. "Na primeira meia hora, três pessoas tinham visto o blog. No dia seguinte, eram mais de 20 mil", conta. Agora, um mês depois, o "Never seconds" já contabiliza cerca de 1,2 milhão de visitantes.
Alertado por internautas sobre o projeto, o chef Jamie Oliver chegou a mandar uma mensagem para a menina através do Twitter: "Blog chocante, mas inspirador. Continue! Com amor, Jamie".
Mudanças
O sucesso do blog colocou o governo local em uma saia justa. Em uma entrevista à BBC escocesa, uma representante do conselho municipal de Argyll afirmou que o almoço servido na escola não tinha problemas. "Ela disse que não havia nada errado com a comida e que a culpa era de Martha porque ela escolheu os alimentos errados, mas ela escolhe tudo o que pode todos os dias", afirma Payne.
"Mesmo irritados, não quisemos dar mais entrevistas e nos envolver, mas depois disso a comida melhorou na escola. Coisas que ela nunca viu começaram a aparecer no cardápio. Membros do conselho foram visitar a escola com jornalistas e a comida era muito diferente." Os estudantes também passaram, a partir daquele dia, a ter direito a porções ilimitadas de salada, frutas e pão, além da opção de se servir novamente do que quisessem.
Martha chamou o blog de "Nunca pela segunda vez" porque não era permitido que ela repetisse o prato, o que frequentemente a deixava com fome. "Pela primeira vez eu vi no almoço tomates-cereja, rabanetes, cenouras e pedaços de pepino. Eu escolhi macarrão com queijo, purê de batatas, pepino e pimentões. O macarrão com queijo é sempre bom, mas eu comeria mais. Hoje me perguntaram pela primeira vez: 'É o suficiente para você?'", escreveu a menina no dia da visita.
Além de universidades, movimento pressiona por cotas raciais em concursos para juízes e procuradores em SP
A Frente de Luta Pró-Cotas Raciais no Estado de São Paulo se movimenta em diferentes direções. Acaba de lançar um abaixo-assinado, que será entregue às autoridades estaduais, reivindicando cotas nas universidades, nos concursos de acesso ao serviço público, incluindo processos de escolha de juízes, procuradores, cargos de confiança.
O texto do abaixo-assinado diz que “São Paulo é o Estado com maior população negra do Brasil, com cerca de 14,5 milhões de afro-brasileiros, que tiveram seus antepassados escravizados”. Isso representa 34,6% do total de 42 milhões de habitantes no território paulista. Por outro lado, ainda segundo o texto, os negros ganham menos para as mesmas funções, têm piores condições de vida e estão praticamente ausentes dos espaços de poder.
Na avaliação da frente, as cotas sociais utilizadas na USP, Unicamp, Unesp e Fatec, não resolvem o problema da desigualdade entre negros e não negros. “Vários estudos apontam que a adoção de cotas raciais é o único meio capaz de mudar o perfil elitista de seus cursos”, afirma.
Além do abaixo assinado, a frente está pressionando a Assembleia Legislativa para que aprove leis garantindo cotas raciais. Na segunda-feira foi realizada uma audiência pública naquela casa (veja foto abaixo), na qual os deputados prometeram unificar três projetos já existentes sobre o tema. Na USP existe um movimento para levar o assunto a debate no Conselho Universitário.
Boa parte das universidades públicas do País já adota cotas raciais. As escolas de São Paulo preferem as cotas sociais, que privilegiam alunos egressos da rede pública de ensino. Desde que o STF declarou a constitucionalidade das ações afirmativas e das cotas raciais, em abril deste ano, o movimento negro no Estado começou a se mobilizar para mudar o perfil paulista.
Cerca de setenta organizações do movimento negro e da área estudantil participam da frente, organizada há quase um mês.
O texto do abaixo-assinado diz que “São Paulo é o Estado com maior população negra do Brasil, com cerca de 14,5 milhões de afro-brasileiros, que tiveram seus antepassados escravizados”. Isso representa 34,6% do total de 42 milhões de habitantes no território paulista. Por outro lado, ainda segundo o texto, os negros ganham menos para as mesmas funções, têm piores condições de vida e estão praticamente ausentes dos espaços de poder.
Na avaliação da frente, as cotas sociais utilizadas na USP, Unicamp, Unesp e Fatec, não resolvem o problema da desigualdade entre negros e não negros. “Vários estudos apontam que a adoção de cotas raciais é o único meio capaz de mudar o perfil elitista de seus cursos”, afirma.
Além do abaixo assinado, a frente está pressionando a Assembleia Legislativa para que aprove leis garantindo cotas raciais. Na segunda-feira foi realizada uma audiência pública naquela casa (veja foto abaixo), na qual os deputados prometeram unificar três projetos já existentes sobre o tema. Na USP existe um movimento para levar o assunto a debate no Conselho Universitário.
Boa parte das universidades públicas do País já adota cotas raciais. As escolas de São Paulo preferem as cotas sociais, que privilegiam alunos egressos da rede pública de ensino. Desde que o STF declarou a constitucionalidade das ações afirmativas e das cotas raciais, em abril deste ano, o movimento negro no Estado começou a se mobilizar para mudar o perfil paulista.
Cerca de setenta organizações do movimento negro e da área estudantil participam da frente, organizada há quase um mês.
Professora será investigada por agressão a aluno cego
Docente teria maltratado garoto de 6 anos na saída de uma escola da zona sul de SP
Gheisa Lessa, da Agência Estado
SÃO PAULO - A Secretaria Municipal da Educação abriu apuração, nesta quinta-feira, 24, para averiguar a possível agressão que uma professora teria cometido contra um aluno de 6 anos de idade e deficiente visual, na saída de uma escola localizada na Rua São José do Rio Preto, no Grajaú, zona sul.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a professora foi vista pelo motorista da van escolar, que transportava o menino de 6 anos, maltratando a criança. O motorista afirma que a mulher agrediu o menino.
Ainda segundo relato do motorista, a professora disse que aquilo seria o castigo pelo menino não ter se comportado na sala de aula. A professora ainda teria ameaçado dizendo que, se isso ocorresse novamente, ela iria bater nele com o cinto.
O caso foi registrado no 85.º Distrito Policial de Jardim Mirna como maus tratos. Em nota, a Diretoria Regional de Educação (DRE) Capela do Socorro afirmou que vai averiguar os fatos envolvendo aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Bento Alves de Lima Neto e está à disposição para auxiliar a polícia no que for necessário.
Gheisa Lessa, da Agência Estado
SÃO PAULO - A Secretaria Municipal da Educação abriu apuração, nesta quinta-feira, 24, para averiguar a possível agressão que uma professora teria cometido contra um aluno de 6 anos de idade e deficiente visual, na saída de uma escola localizada na Rua São José do Rio Preto, no Grajaú, zona sul.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a professora foi vista pelo motorista da van escolar, que transportava o menino de 6 anos, maltratando a criança. O motorista afirma que a mulher agrediu o menino.
Ainda segundo relato do motorista, a professora disse que aquilo seria o castigo pelo menino não ter se comportado na sala de aula. A professora ainda teria ameaçado dizendo que, se isso ocorresse novamente, ela iria bater nele com o cinto.
O caso foi registrado no 85.º Distrito Policial de Jardim Mirna como maus tratos. Em nota, a Diretoria Regional de Educação (DRE) Capela do Socorro afirmou que vai averiguar os fatos envolvendo aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Bento Alves de Lima Neto e está à disposição para auxiliar a polícia no que for necessário.
OAB decide se inclui Filosofia do Direito no Exame de Ordem
Diretoria analisará proposta na 2ª-feira; neste domingo começa mais uma edição da prova
Estadão.edu
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidirá na próxima segunda-feira, 28, se inclui questões de Filosofia do Direito nas futuras edições do Exame de Ordem Unificado, obrigatório para bacharéis em Direito que desejam exercer a advocacia. A proposta, encaminhada à Diretoria da entidade, veio de uma comissão formada especialmente para discutir mudanças na prova.
O Colégio de Presidentes de Comissões do Exame da OAB acolheu a sugestão e quer colocar perguntas sobre Ética e Hermenêutica na prova. O argumento básico, segundo divulgou a Assessoria de Imprensa da Ordem, é que "o mundo atual exige cada vez mais a formação de um advogado que não seja mero repetidor de leis e normas, e sim uma pessoa que saiba interpretar as normas", e também "que possua uma conduta reta e adequada".
Se a proposta for aprovada, a Diretoria da OAB deverá estabeler quais conteúdos constarão das provas, o número de questões e a partir de que exame serão aplicadas as novas exigências.
Primeira fase
A OAB realiza neste domingo, 27, a primeira etapa do 7.º Exame de Ordem Unificado. Ao todo, estão inscritos 111.909 estudantes e recém-formados em Direito de todo o País. A prova objetiva tem 80 questões e deve ser resolvida em até cinco horas.
Os locais de prova já podem ser consultados pelos candidatos no site da OAB (www.oab.org.br) ou nos endereços eletrônicos das seccionais da OAB e da Fundação Getulio Vargas (http://oab.fgv.br).
As questões da etapa objetiva abrangem as disciplinas profissionalizantes obrigatórias que integram o currículo mínimo do curso de Direito. No mínimo 15% dos testes versam sobre o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina e Direitos Humanos.
Para se classificar para a segunda fase, o candidato deve acertar pelo menos 40 questões. A próxima etapa, de caráter prático-profissional, será realizada no dia 8 de julho. A prova é composta de quatro questões práticas sob a forma de situações-problema, valendo, no máximo, 1,25 ponto cada, e mais uma peça profissional, valendo cinco pontos, sobre tema da área jurídica de opção do examinando, sendo as opções as seguintes: Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Constitucional, Direito do Trabalho, Direito Empresarial, Direito Penal, ou Direito Tributário.
Estadão.edu
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidirá na próxima segunda-feira, 28, se inclui questões de Filosofia do Direito nas futuras edições do Exame de Ordem Unificado, obrigatório para bacharéis em Direito que desejam exercer a advocacia. A proposta, encaminhada à Diretoria da entidade, veio de uma comissão formada especialmente para discutir mudanças na prova.
O Colégio de Presidentes de Comissões do Exame da OAB acolheu a sugestão e quer colocar perguntas sobre Ética e Hermenêutica na prova. O argumento básico, segundo divulgou a Assessoria de Imprensa da Ordem, é que "o mundo atual exige cada vez mais a formação de um advogado que não seja mero repetidor de leis e normas, e sim uma pessoa que saiba interpretar as normas", e também "que possua uma conduta reta e adequada".
Se a proposta for aprovada, a Diretoria da OAB deverá estabeler quais conteúdos constarão das provas, o número de questões e a partir de que exame serão aplicadas as novas exigências.
Primeira fase
A OAB realiza neste domingo, 27, a primeira etapa do 7.º Exame de Ordem Unificado. Ao todo, estão inscritos 111.909 estudantes e recém-formados em Direito de todo o País. A prova objetiva tem 80 questões e deve ser resolvida em até cinco horas.
Os locais de prova já podem ser consultados pelos candidatos no site da OAB (www.oab.org.br) ou nos endereços eletrônicos das seccionais da OAB e da Fundação Getulio Vargas (http://oab.fgv.br).
As questões da etapa objetiva abrangem as disciplinas profissionalizantes obrigatórias que integram o currículo mínimo do curso de Direito. No mínimo 15% dos testes versam sobre o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina e Direitos Humanos.
Para se classificar para a segunda fase, o candidato deve acertar pelo menos 40 questões. A próxima etapa, de caráter prático-profissional, será realizada no dia 8 de julho. A prova é composta de quatro questões práticas sob a forma de situações-problema, valendo, no máximo, 1,25 ponto cada, e mais uma peça profissional, valendo cinco pontos, sobre tema da área jurídica de opção do examinando, sendo as opções as seguintes: Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Constitucional, Direito do Trabalho, Direito Empresarial, Direito Penal, ou Direito Tributário.
O nosso ensino médio, não é sequer “médio”, é ruim
Jacir José Venturi
Ano a ano, estamos enxugando gelo. Mais e mais gelo, quando nos reportamos ao Ensino Médio, que ostenta a taça de chumbo no espectro das mazelas da educação brasileira. Na faixa etária de 15 a 17 anos, apenas 47,7% mantêm adequada a relação idade/série e 1,9 milhão desses jovens abandonam a escola em cada período letivo.Com fulcro em dados divulgados pelo MEC na semana passada, o índice de reprovação em 2011 atingiu 13,1% − o dobro do percentual de doze anos atrás.
No Paraná, o contingente de reprovados cresceu de 11,5% para 12,6% de 2008 para 2011.É um quadro-negro. Qualquer indústria estaria em estado falimentar com tão elevado percentual de descarte. O colégio deve ser mais atraente, ou, de acordo com a pesquisa, o principal motivo de abandono e reprovação é que a “escola é chata”. O conteúdo é por demais clássico, acadêmico – sem se importar com os diversos tipos de inteligência e potencialidades do aluno.
Em todo o ranking comparativo com outros países, sempre pontuamos entre os últimos no quesito desempenho escolar. Para reverter esse quadro, o primeiro passo – e único que não exige dispêndios financeiros – é reduzir o conteúdo da atual grade curricular do Ensino Médio. Há poucas “quase unanimidades” entre os educadores e, e esta é uma delas.
Amiúde, debatemos com os professores das diversas disciplinas, e para a maioria há sobrecarga de conteúdos. Dessa rica convivência, ou fruto das visitas a outras escolas do Brasil ou exterior, ou das nossas leituras , é com convicção que afirmamos: por decorrência dos vestibulares, o nosso Ensino Médio necessita de uma assepsia, cujos vermes são os excessos da grade curricular.
É a hora e a vez de um bom discernimento para enxugar o programa do Ensino Médio. Destarte, alargaremos os horizontes e estaremos dando um primeiro passo em direção aos países com boa estrutura educacional. Que não pairem dúvidas, porém, quanto à obrigação primeira da escola: ministrar um bom ensino curricular, preparando o aluno para os concursos e a vida profissional. Reduzir o programa em 20% a 30% não implica em abaixamento no nível de aprendizagem, pois constituem penduricalhos desnecessários.
Uma vez implementada a redução e um melhor detalhamento dos conteúdos, há espaço e tempo para o início de um ciclo virtuoso: ofertar aos alunos ensinamentos mais atraentes e edificantes. Exemplos? Oficinas (parte delas optativas) de Artes, Filosofia, Sociologia, empreendedorismo, leituras, educação ambiental e financeira, informática, valores, cidadania, etc.
A atual geração dos jovens valoriza o lúdico, a multimídia, as práticas experimentais, a vivência dos fenômenos naturais e humanos, o diálogo entre as diversas disciplinas. Isto posto, estaremos mais próximos das palavras simples e plenamente inteligíveis do epistemologista suíço Jean Piaget: “Só se aprende o que tem sentido, o que é prazeroso”. Seria cômico se não fosse trágico: o nosso antigo 2.º grau não é “médio”, é ruim. Com as exceções reconhecidas pelas famílias.
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Jacir José Venturi
jacirventuri@hotmail.com
Professor aposentado da UFPR e PUCPR, palestrante, autor de livros, fazendeiro e enófilo.
Ano a ano, estamos enxugando gelo. Mais e mais gelo, quando nos reportamos ao Ensino Médio, que ostenta a taça de chumbo no espectro das mazelas da educação brasileira. Na faixa etária de 15 a 17 anos, apenas 47,7% mantêm adequada a relação idade/série e 1,9 milhão desses jovens abandonam a escola em cada período letivo.Com fulcro em dados divulgados pelo MEC na semana passada, o índice de reprovação em 2011 atingiu 13,1% − o dobro do percentual de doze anos atrás.
No Paraná, o contingente de reprovados cresceu de 11,5% para 12,6% de 2008 para 2011.É um quadro-negro. Qualquer indústria estaria em estado falimentar com tão elevado percentual de descarte. O colégio deve ser mais atraente, ou, de acordo com a pesquisa, o principal motivo de abandono e reprovação é que a “escola é chata”. O conteúdo é por demais clássico, acadêmico – sem se importar com os diversos tipos de inteligência e potencialidades do aluno.
Em todo o ranking comparativo com outros países, sempre pontuamos entre os últimos no quesito desempenho escolar. Para reverter esse quadro, o primeiro passo – e único que não exige dispêndios financeiros – é reduzir o conteúdo da atual grade curricular do Ensino Médio. Há poucas “quase unanimidades” entre os educadores e, e esta é uma delas.
Amiúde, debatemos com os professores das diversas disciplinas, e para a maioria há sobrecarga de conteúdos. Dessa rica convivência, ou fruto das visitas a outras escolas do Brasil ou exterior, ou das nossas leituras , é com convicção que afirmamos: por decorrência dos vestibulares, o nosso Ensino Médio necessita de uma assepsia, cujos vermes são os excessos da grade curricular.
É a hora e a vez de um bom discernimento para enxugar o programa do Ensino Médio. Destarte, alargaremos os horizontes e estaremos dando um primeiro passo em direção aos países com boa estrutura educacional. Que não pairem dúvidas, porém, quanto à obrigação primeira da escola: ministrar um bom ensino curricular, preparando o aluno para os concursos e a vida profissional. Reduzir o programa em 20% a 30% não implica em abaixamento no nível de aprendizagem, pois constituem penduricalhos desnecessários.
Uma vez implementada a redução e um melhor detalhamento dos conteúdos, há espaço e tempo para o início de um ciclo virtuoso: ofertar aos alunos ensinamentos mais atraentes e edificantes. Exemplos? Oficinas (parte delas optativas) de Artes, Filosofia, Sociologia, empreendedorismo, leituras, educação ambiental e financeira, informática, valores, cidadania, etc.
A atual geração dos jovens valoriza o lúdico, a multimídia, as práticas experimentais, a vivência dos fenômenos naturais e humanos, o diálogo entre as diversas disciplinas. Isto posto, estaremos mais próximos das palavras simples e plenamente inteligíveis do epistemologista suíço Jean Piaget: “Só se aprende o que tem sentido, o que é prazeroso”. Seria cômico se não fosse trágico: o nosso antigo 2.º grau não é “médio”, é ruim. Com as exceções reconhecidas pelas famílias.
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Jacir José Venturi
jacirventuri@hotmail.com
Professor aposentado da UFPR e PUCPR, palestrante, autor de livros, fazendeiro e enófilo.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
A rotina de atividades do meu filho está adequada para ele?
por Renato Miranda
"Se as crianças, não se sentem demasiadamente cansadas e estão felizes no dia a dia, se conseguem brincar livremente por algum tempo, se não há nada pra fazer na ausência de uma ou outra atividade, então é bem melhor investir na qualidade dessas atividades e ajudar as crianças a se desenvolverem" Sob pressão o tempo todo! Essa parece ser a máxima para aqueles que diariamente procuram progredir em suas tarefas.
Como esse cenário é trivial à grande maioria das pessoas, adultos e jovens, parece ter no esporte competitivo e, por conseguinte a vida de atleta, um simulacro da própria vida. Treinamento, dedicação, desempenho, competitividade, exigência, desgaste e outros tantos termos peculiares ao esporte, são frequentemente incorporados em nosso dia a dia.
Neste texto vamos abordar em destaque, como as crianças podem se adaptar melhor a essa característica da vida atual. Não é preciso pensar muito para saber que muitas crianças, por volta dos oito anos de idade, já estão mergulhadas, literalmente, em uma rotina bastante exigente: escola em pelo menos um dos turnos do dia, prática de um ou dois esportes por semana (isso significa quatro treinos por semana em média), duas ou mais aulas de idioma estrangeiro no mesmo período, acompanhadas por outra atividade, como música ou outra atividade.
Se essa dita pressão de uma rotina repleta de atividades parece ser a tendência do comportamento atual, então nos resta aprender como prepararmos (crianças e adultos) para uma vida adaptável e saudável.
Primeiramente, é preciso reconhecer que atividades intelectuais, culturais e esportivas, quando permeadas em um ambiente capaz de gerar segurança e alegria para as crianças, são positivas em suas vidas. Regular essas atividades de modo que as características lúdicas de satisfação, funcionalidade (e aqui a infraestrutura e a qualidade profissional são pré-requisitos) e espontaneidade sejam garantidas, é primordial para que possamos usufruir dessa intensa rotina.
Quando pais reclamam que a rotina dos filhos está repleta de atividades, eu costumo sugerir:
Três perguntas essenciais
1ª Essa é a mesma percepção que eles têm?
2ª Eles conseguem ter algum tempo livre para brincarem?
3ª Se eles não estivessem em algumas dessas atividades o que eles estariam fazendo?
Se as crianças, não se sentem demasiadamente cansadas e estão felizes no dia a dia, se conseguem brincar livremente por algum tempo, se não há nada pra fazer na ausência de uma ou outra atividade, então é bem melhor investir na qualidade dessas atividades e ajudar as crianças a se desenvolverem.
O que precisamos fazer é estabelecer regras para que possamos equilibrar as exigências (tarefas) com as habilidades (cognitivas, físicas e emocionais) das crianças. Ou seja, há crianças com grandes habilidades linguísticas, nesse ponto não há problemas em estudar um idioma estrangeiro mais intensamente ou às vezes dois idiomas ao mesmo tempo.
Se ela (a criança) tem uma habilidade padrão, o ensino clássico de dois encontros por semana não é nada de excessivo.
Se a criança tem um ótimo vigor físico e adora esportes, pode perfeitamente praticar dois ou até mesmo três esportes por semana, desde que cada encontro não tenha carga física exagerada (acima de uma hora de exercícios). Se a criança não tem esse referido vigor, talvez uma ou outra atividade esportiva já seja o ideal.
E por fim equacionar as tarefas com as habilidades emocionais. Algumas crianças se sentem bem em serem desafiadas, gostam de provar o quanto são capazes e não se desgastam emocionalmente com a rotina de conviver com algum nível de tensão.
Se a criança não é muito encantada com as mais diferentes emoções advindas do esporte, é fundamental que o esporte tenha uma exigência emocional suave e regule muito bem a quantidade de participações em competições. Muitas crianças gostam de vivenciar o esporte (treinar, por exemplo) e não curtem competir.
Assim sendo, ao equacionar desafio e habilidade, damos um grande passo para que a criança crie um mecanismo tanto físico quanto psíquico que fará com que ela tenha um ótimo dinamismo para manter a operacionalidade das atividades em um alto nível de regulação, seja físico, intelectual e emocional.
Além disso, com o passar do tempo, a criança se tornará mais resistente e repleta de habilidades, fazendo com que sinta sua rotina como algo controlável e que em todo desafio uma positiva percepção de controle invadirá sua mente.
Caso contrário, se não houver essa preocupação com o que está escrito acima e lançarmos as crianças impulsivamente em uma rotina repleta de atividades, as mesmas se sentirão sem controle em quase todas as atividades e terão uma rotina de preocupação, medo e alta ansiedade.
Por fim, administrar essa nova realidade que pode ser tensa (estressante) ou não! É antes de tudo, preparar as crianças para atividades positivas, com bom senso, carinho e ensiná-las a dormir cedo para descansar bastante.
Regra principal: Pergunte: A criança está feliz? Se, sim vá firme!
"Se as crianças, não se sentem demasiadamente cansadas e estão felizes no dia a dia, se conseguem brincar livremente por algum tempo, se não há nada pra fazer na ausência de uma ou outra atividade, então é bem melhor investir na qualidade dessas atividades e ajudar as crianças a se desenvolverem" Sob pressão o tempo todo! Essa parece ser a máxima para aqueles que diariamente procuram progredir em suas tarefas.
Como esse cenário é trivial à grande maioria das pessoas, adultos e jovens, parece ter no esporte competitivo e, por conseguinte a vida de atleta, um simulacro da própria vida. Treinamento, dedicação, desempenho, competitividade, exigência, desgaste e outros tantos termos peculiares ao esporte, são frequentemente incorporados em nosso dia a dia.
Neste texto vamos abordar em destaque, como as crianças podem se adaptar melhor a essa característica da vida atual. Não é preciso pensar muito para saber que muitas crianças, por volta dos oito anos de idade, já estão mergulhadas, literalmente, em uma rotina bastante exigente: escola em pelo menos um dos turnos do dia, prática de um ou dois esportes por semana (isso significa quatro treinos por semana em média), duas ou mais aulas de idioma estrangeiro no mesmo período, acompanhadas por outra atividade, como música ou outra atividade.
Se essa dita pressão de uma rotina repleta de atividades parece ser a tendência do comportamento atual, então nos resta aprender como prepararmos (crianças e adultos) para uma vida adaptável e saudável.
Primeiramente, é preciso reconhecer que atividades intelectuais, culturais e esportivas, quando permeadas em um ambiente capaz de gerar segurança e alegria para as crianças, são positivas em suas vidas. Regular essas atividades de modo que as características lúdicas de satisfação, funcionalidade (e aqui a infraestrutura e a qualidade profissional são pré-requisitos) e espontaneidade sejam garantidas, é primordial para que possamos usufruir dessa intensa rotina.
Quando pais reclamam que a rotina dos filhos está repleta de atividades, eu costumo sugerir:
Três perguntas essenciais
1ª Essa é a mesma percepção que eles têm?
2ª Eles conseguem ter algum tempo livre para brincarem?
3ª Se eles não estivessem em algumas dessas atividades o que eles estariam fazendo?
Se as crianças, não se sentem demasiadamente cansadas e estão felizes no dia a dia, se conseguem brincar livremente por algum tempo, se não há nada pra fazer na ausência de uma ou outra atividade, então é bem melhor investir na qualidade dessas atividades e ajudar as crianças a se desenvolverem.
O que precisamos fazer é estabelecer regras para que possamos equilibrar as exigências (tarefas) com as habilidades (cognitivas, físicas e emocionais) das crianças. Ou seja, há crianças com grandes habilidades linguísticas, nesse ponto não há problemas em estudar um idioma estrangeiro mais intensamente ou às vezes dois idiomas ao mesmo tempo.
Se ela (a criança) tem uma habilidade padrão, o ensino clássico de dois encontros por semana não é nada de excessivo.
Se a criança tem um ótimo vigor físico e adora esportes, pode perfeitamente praticar dois ou até mesmo três esportes por semana, desde que cada encontro não tenha carga física exagerada (acima de uma hora de exercícios). Se a criança não tem esse referido vigor, talvez uma ou outra atividade esportiva já seja o ideal.
E por fim equacionar as tarefas com as habilidades emocionais. Algumas crianças se sentem bem em serem desafiadas, gostam de provar o quanto são capazes e não se desgastam emocionalmente com a rotina de conviver com algum nível de tensão.
Se a criança não é muito encantada com as mais diferentes emoções advindas do esporte, é fundamental que o esporte tenha uma exigência emocional suave e regule muito bem a quantidade de participações em competições. Muitas crianças gostam de vivenciar o esporte (treinar, por exemplo) e não curtem competir.
Assim sendo, ao equacionar desafio e habilidade, damos um grande passo para que a criança crie um mecanismo tanto físico quanto psíquico que fará com que ela tenha um ótimo dinamismo para manter a operacionalidade das atividades em um alto nível de regulação, seja físico, intelectual e emocional.
Além disso, com o passar do tempo, a criança se tornará mais resistente e repleta de habilidades, fazendo com que sinta sua rotina como algo controlável e que em todo desafio uma positiva percepção de controle invadirá sua mente.
Caso contrário, se não houver essa preocupação com o que está escrito acima e lançarmos as crianças impulsivamente em uma rotina repleta de atividades, as mesmas se sentirão sem controle em quase todas as atividades e terão uma rotina de preocupação, medo e alta ansiedade.
Por fim, administrar essa nova realidade que pode ser tensa (estressante) ou não! É antes de tudo, preparar as crianças para atividades positivas, com bom senso, carinho e ensiná-las a dormir cedo para descansar bastante.
Regra principal: Pergunte: A criança está feliz? Se, sim vá firme!
Saiba identificar a hora de engolir sapos no trabalho e aprenda a expor sua opinião
Simone Cunha
Do UOL, em São Paulo
Funcionário que não expõe ou contesta ideias pode ser encarado como desinteressado
Aprenda as dez técnicas mais efetivas para cativar pessoas no trabalho e ter sucesso
Enxergue os sinais de que você não tem futuro na empresa e saiba evitar a demissão
Você trabalha com um psicopata? Reconheça os sinais e evite problemas
Bom-senso é a palavra-chave se você não quer passar a vida engolindo sapos ou vivendo em crise com o seu chefe no ambiente de trabalho. “Isso não significa, necessariamente, aceitar tudo de forma passiva", diz o educador Celso Estrella, diretor da CriaCorp Desenvolvimento Empresarial. "Mas é importante absorver tais situações para buscar se aprimorar e evitar problemas”.
Como expor sua opinião
O líder nem sempre é o dono da razão e suas decisões podem, muitas vezes, levar a equipe ao erro. Neste momento, divergir é permitido. “Para isso, é fundamental ter argumentos irrefutáveis para comprovar que sua ideia pode ser melhor do que a sugerida pelo chefe, além de oferecer menos problemas para serem gerenciados ao longo do processo”, afirma a psicóloga Inês Cozzo Olivares, diretora e sócia-fundadora da T'AI Consultoria.
No momento de expor sua opinião, vale a dica: o tom da comunicação deve ser suave e de conciliação. Ainda assim, o gestor pode não aceitar o seu argumento e, nesse caso, não vale insistir. “Bater o pé não vai levar a nada produtivo, sem contar que o gestor tem o poder de te demitir”, afirma Mari Cordeiro, diretora executiva da M&S. Para ela, nada é mais castrador em uma empresa do que um gestor que não abre espaço para o diálogo e não respeita as pessoas. Mas como isso ainda acontece, é preciso ter jogo de cintura para não ser prejudicado por uma opinião. Cabe ao funcionário respeitar a hierarquia estabelecida pela empresa e atender com eficácia às solicitações do gestor do seu setor de trabalho. “A única exceção é um caso em que a ética e os valores da empresa correm risco de serem desrespeitados”, afirma Celso Estrella. Para ele, em um caso como esse, a tarefa deve ser rejeitada com diplomacia.
Quando engolir sapos vira um tiro no pé
Não é fácil ir contra a opinião daquele que detém o poder. Porém, se você se acostuma com situações como realizar tarefas frustrantes, aceitar levar uma bronca injusta e nunca opina sobre nada, pode estar dando um tiro no pé e atrapalhando sua ascensão profissional. “Aquele que sempre engole sapos tende a se considerar uma vítima”, afirma Inês. E isso pode causar um enorme estresse, comprometendo a saúde física, mental, emocional e psicológica. “Tais fatores podem levar ao comprometimento de resultados do negócio”, diz a psicóloga.
As atitudes de um funcionário que sempre aceita tudo e não expõe ou contesta ideias podem ser encaradas como falta de interesse. “O máximo que ele acaba conseguindo é se manter na posição atual, mas corre grande risco de ser dispensado”, diz Estrella. A psicóloga Mari Cordeiro acredita que os sapos nunca são engolidos totalmente. “Em algum momento, a coisa explode e os sapos são expelidos de alguma maneira. Dizendo o que deveria, mas da forma que não deveria”, diz ela. Ou seja, explodir ou implodir as emoções não é saudável. “O mais adequado é conversar com tranquilidade e tentar uma negociação”, afirma Mari.
Dicas para não acumular sapos nem se prejudicar no trabalho
1. Mantenha-se antenado a tudo o que acontece no seu setor, na sua empresa e no mercado.
2. Busque aprimoramento técnico com cursos e aprenda com os demais membros da equipe.
3. Procure aprimorar seu relacionamento interpessoal com leituras, vivências e até "feedback" de amigos.
4. Analise cada situação que vivenciar de contestações ou de sapos, ainda que como expectador, e busque entender o que aconteceu e que medidas preventivas poderiam ter evitado o fato.
5. Planeje sua vida profissional de modo objetivo, estabelecendo prazos das etapas a serem cumpridas e como alcançar cada uma delas.
6. Escolha quais pontos deseja realmente argumentar e monte sua estratégia com base em dados e fatos.
7. Não critique uma pessoa, critique o comportamento.
8. Se estiver com os ânimos à flor da pele, pare e pense sobre a situação. Identifique em que você pode ceder e escolha sua estratégia de argumentação.
9. Esteja aberto para as opiniões dos outros. Permita rever suas crenças, pois elas limitam sua visão.
Do UOL, em São Paulo
Funcionário que não expõe ou contesta ideias pode ser encarado como desinteressado
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Bom-senso é a palavra-chave se você não quer passar a vida engolindo sapos ou vivendo em crise com o seu chefe no ambiente de trabalho. “Isso não significa, necessariamente, aceitar tudo de forma passiva", diz o educador Celso Estrella, diretor da CriaCorp Desenvolvimento Empresarial. "Mas é importante absorver tais situações para buscar se aprimorar e evitar problemas”.
Como expor sua opinião
O líder nem sempre é o dono da razão e suas decisões podem, muitas vezes, levar a equipe ao erro. Neste momento, divergir é permitido. “Para isso, é fundamental ter argumentos irrefutáveis para comprovar que sua ideia pode ser melhor do que a sugerida pelo chefe, além de oferecer menos problemas para serem gerenciados ao longo do processo”, afirma a psicóloga Inês Cozzo Olivares, diretora e sócia-fundadora da T'AI Consultoria.
No momento de expor sua opinião, vale a dica: o tom da comunicação deve ser suave e de conciliação. Ainda assim, o gestor pode não aceitar o seu argumento e, nesse caso, não vale insistir. “Bater o pé não vai levar a nada produtivo, sem contar que o gestor tem o poder de te demitir”, afirma Mari Cordeiro, diretora executiva da M&S. Para ela, nada é mais castrador em uma empresa do que um gestor que não abre espaço para o diálogo e não respeita as pessoas. Mas como isso ainda acontece, é preciso ter jogo de cintura para não ser prejudicado por uma opinião. Cabe ao funcionário respeitar a hierarquia estabelecida pela empresa e atender com eficácia às solicitações do gestor do seu setor de trabalho. “A única exceção é um caso em que a ética e os valores da empresa correm risco de serem desrespeitados”, afirma Celso Estrella. Para ele, em um caso como esse, a tarefa deve ser rejeitada com diplomacia.
Quando engolir sapos vira um tiro no pé
Não é fácil ir contra a opinião daquele que detém o poder. Porém, se você se acostuma com situações como realizar tarefas frustrantes, aceitar levar uma bronca injusta e nunca opina sobre nada, pode estar dando um tiro no pé e atrapalhando sua ascensão profissional. “Aquele que sempre engole sapos tende a se considerar uma vítima”, afirma Inês. E isso pode causar um enorme estresse, comprometendo a saúde física, mental, emocional e psicológica. “Tais fatores podem levar ao comprometimento de resultados do negócio”, diz a psicóloga.
As atitudes de um funcionário que sempre aceita tudo e não expõe ou contesta ideias podem ser encaradas como falta de interesse. “O máximo que ele acaba conseguindo é se manter na posição atual, mas corre grande risco de ser dispensado”, diz Estrella. A psicóloga Mari Cordeiro acredita que os sapos nunca são engolidos totalmente. “Em algum momento, a coisa explode e os sapos são expelidos de alguma maneira. Dizendo o que deveria, mas da forma que não deveria”, diz ela. Ou seja, explodir ou implodir as emoções não é saudável. “O mais adequado é conversar com tranquilidade e tentar uma negociação”, afirma Mari.
Dicas para não acumular sapos nem se prejudicar no trabalho
1. Mantenha-se antenado a tudo o que acontece no seu setor, na sua empresa e no mercado.
2. Busque aprimoramento técnico com cursos e aprenda com os demais membros da equipe.
3. Procure aprimorar seu relacionamento interpessoal com leituras, vivências e até "feedback" de amigos.
4. Analise cada situação que vivenciar de contestações ou de sapos, ainda que como expectador, e busque entender o que aconteceu e que medidas preventivas poderiam ter evitado o fato.
5. Planeje sua vida profissional de modo objetivo, estabelecendo prazos das etapas a serem cumpridas e como alcançar cada uma delas.
6. Escolha quais pontos deseja realmente argumentar e monte sua estratégia com base em dados e fatos.
7. Não critique uma pessoa, critique o comportamento.
8. Se estiver com os ânimos à flor da pele, pare e pense sobre a situação. Identifique em que você pode ceder e escolha sua estratégia de argumentação.
9. Esteja aberto para as opiniões dos outros. Permita rever suas crenças, pois elas limitam sua visão.
MEC altera forma de correção da redação do Enem
São Paulo
O Ministério da Educação (MEC) decidiu alterar a forma de correção da redação do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para 3 e 4 de novembro. A discrepância máxima entre as notas dadas pelos dois corretores cairá dos atuais 300 pontos para 200. Quando esse limite for ultrapassado, um terceiro corretor analisará a redação. Segundo a reportagem apurou, nos casos em que nem um terceiro corretor conseguir chegar a um consenso com os outros dois, a prova será submetida a uma banca examinadora, que dará a nota final.
O anúncio dessas e de outras mudanças será feito hoje em coletiva de imprensa pelo ministro Aloizio Mercadante e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa. Desta vez, o edital do processo contemplará um único exame, e não vários.
Na última edição do Enem, o Inep foi confrontado com processos judiciais de candidatos que criticaram as notas finais. Foi o caso de uma estudante carioca que recebeu três notas diferentes: 800 (do primeiro corretor), 0 (do segundo) e 440 (do terceiro). A mudança na forma de correção deverá aumentar o número de redações revisadas e exigir melhor treinamento.
Em entrevista logo após assumir o cargo, Mercadante já havia defendido uma nova forma de corrigir as redações. "Precisamos aprimorar o critério, pois sempre há componente subjetivo", disse na ocasião.
Cuiabá/MT - Equipes das escolas de Cuiabá recebem informações sobre recursos para Educação
Da Redação
Coordenadores pedagógicos e diretores das 94 escolas da rede de ensino da capital participam nesta quinta-feira (24-05), na Secretaria Municipal de Educação (SME), de um curso para atualização sobre as normas de utilização dos recursos do programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
O PDDE é um programa que presta assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas do Ensino Fundamental, com o objetivo de melhorar a infraestrutura física e pedagógica, o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo e didático, e a elevação dos índices de desempenho da educação básica.
No conteúdo da formação está a aplicação correta dos recursos pelas escolas, além dos procedimentos de prestação de contas.
O programa, implementado em 1995 pelo Governo Federal e executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) permite autonomia das unidades de ensino, tendo em vista que os investimentos são administrados pela comunidade e os gestores das escolas.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Alfabetização: Uma organização de métodos e metodologias
Elena Roque
Pesquisadora, Alfabetizadora,
Professora Formadora do CEFAPRO\Cuiabá na Alfabetização
Por que alfabetizar é uma tarefa tão difícil? Muitos professores preferem nem lecionar nos anos iniciais porque acham complicado alfabetizar.
É comum ouvir questionamentos do tipo: Por que meus alunos escrevem mais não leem?
Meus alunos não sabem nada. Não sei mais o que fazer para que meus alunos se interessem pela aprendizagem. e por aí vão os comentários.
Convido a pensar em qual seria a causa do fracasso escolar na alfabetização. De quem seria a culpa da não alfabetização na infância? Seria culpa da criança por ser desinteressada, preguiçosa, querer só brincar? Ou seria culpa do professor que não quer compromisso com seu trabalho? Talvez fosse culpa dos pais que não ensinam em casa e não acompanham a vida escolar dos seus filhos. Será que a culpa não é do sistema que fica facilitando muito para as crianças passarem sem saber? Ou poderia ser culpa dessas leis brandas que favorecem as crianças em todos os aspectos.
Mas não, nada disso, não há culpado. Na verdade é necessário compreender o que é alfabetização para daí buscar métodos e metodologias capazes de superar os desafios da aprendizagem.
Alfabetização é um processo. E como todo processo apresenta fases. O que justifica as três etapas do primeiro ciclo.
É a mesma coisa do desenvolvimento humano. De que a criança precisa para aprender a falar e a andar? Precisa de estímulo, de treino, de experimentação, de confiança no adulto que cuida dela, paciência, amor e muito carinho para mostrar suas emoções, reações e capacidades.
Na alfabetização também é assim. O alfabetizador precisa estimular a criança para que ela se abra à aprendizagem, precisa treinar a leitura e a escrita com a criança, precisa também passar confiança para que a criança não se feche no medo de errar e de acertar, deve ter paciência para repetir a mesma tarefa e a mesma fala quantas vezes necessárias for. O amor e o carinho são primordiais nessa fase. O amor e o carinho é que geram a confiança e estimulam o querer aprender, o querer fazer e o querer ser.
Existem muitos autores que discutem a alfabetização, porém tomemos o cuidado para não tornar esse processo em um ensino mecânico.
Alfabetizar “não é um método de ensino, voltado para como o professor deve ensinar, pelo contrário, é uma teoria psicológica da aprendizagem que tem como objeto a psicogênese da inteligência e dos conhecimentos, portanto, voltada para como o sujeito aprende”, como diz Magda Soares.
Alfabetizar é codificar e decodificar a escrita que se caracteriza num processo ativo no qual a criança, “desde seus primeiros contatos com a escrita, constrói e reconstrói hipóteses sobre a sua natureza e o seu funcionamento”.
O alfabetizador deve trabalhar o b - a BA e o seu significado.
Nesse entendimento faz-se necessário encontrar métodos adequados e metodologias atraentes para estimular na criança o querer aprender.
Tudo o que foi escrito até aqui pode ser que não esteja muito claro, por isso, vamos colocar em outras palavras.
Alfabetização é um processo no qual o alfabetizador tem um papel fundamental porque depende dele descobrir a forma que seu aluno aprende com mais facilidade e criar meios para facilitar essa aprendizagem.
Muitos problemas de aprendizagem são explicados atualmente, pela ausência ou uso inapropriado de estratégicas de estudo e pela não existência de hábitos de trabalho favoráveis à aprendizagem.
Como podemos, então, aprender a melhorar a nossa própria aprendizagem? A torná-la mais eficiente e produtiva? O que contribuirá para aprendermos melhor? Será que os indivíduos com problemas de aprendizagem podem ser ensinados a aprender melhor?
Sabemos que, na construção do conhecimento pelo indivíduo, estão presentes aspectos internos e externos a ele e que é no âmbito dessas estruturas que o sujeito constrói o conhecimento e, portanto, aprende.
Piaget demonstra bem que as estruturas da inteligência se desenvolvem na interação do sujeito com o meio que o sujeito é o construtor do seu conhecimento. Ao relacionarmos os estudos do Vygoskty, Piaget, Wallon e Emíllia Ferreiro, podemos considerar a questão da escrita e da leitura nas classes de alfabetização ou nas classes iniciais do primeiro ciclo do Ensino Fundamental como indiscutível.
A criança começa a questionar acerca da escrita desde que interage com objetos de leitura pela primeira vez, a partir de suas interações com o mundo e, principalmente, desde suas primeiras construções representativas a partir do lúdico.
Nessa perspectiva, o processo ensino aprendizagem na escola será construído a partir do nível de desenvolvimento real da criança, num determinado momento, em relação a um dado conteúdo curricular a ser desenvolvido, tendo em vista os objetivos e para aquele ano escolar e para cada grupo de criança que atende.
Até aqui apresentamos algumas ideias que podem ajudar os professores a influenciar positivamente na motivação de seus alunos e a melhorar os processos de aprendizagem de nossos alunos.
Não existe uma receita, tampouco há caminhos ou linhas de trabalho simples que garantam sua melhoria. É importante ter muito presente que os esforços e os conhecimentos teóricos são peças fundamentais para essa melhoria.
Portanto, cabe ao professor buscar conhecimento teórico, analisar cada dificuldade, diagnosticar para, então, atender individualmente cada aluno, oportunizando-o a construir a escrita e a leitura.
Podemos considerar essas preocupações metodológicas que seguem no quadro abaixo como ponto principal para resolver a problemática da alfabetização:
Caracterização da escola e do entorno
Perfil
do aluno
O que fazer
Metodologia
O ensinar
Em que contexto estou trabalhando?
Conheço a sua história?
O que eu preciso conhecer?
Quem é o meu aluno?
(Social/cultural/fase da vida)
O que ele precisa aprender nesse ciclo?
Como identificar o problema?
Que conteúdos trabalhar?
Como ensinar nesse contexto?
Como o meu aluno aprende?
Por que esse conteúdo?
Que relevância ele tem na vida do meu aluno?
Serve apenas para cumprir o programa curricular?
Espero ter contribuído e caso se interesse em discutir o assunto, comunique-se comigo pelo e-mail elenaroque2@yahoo.com.br
Pesquisadora, Alfabetizadora,
Professora Formadora do CEFAPRO\Cuiabá na Alfabetização
Por que alfabetizar é uma tarefa tão difícil? Muitos professores preferem nem lecionar nos anos iniciais porque acham complicado alfabetizar.
É comum ouvir questionamentos do tipo: Por que meus alunos escrevem mais não leem?
Meus alunos não sabem nada. Não sei mais o que fazer para que meus alunos se interessem pela aprendizagem. e por aí vão os comentários.
Convido a pensar em qual seria a causa do fracasso escolar na alfabetização. De quem seria a culpa da não alfabetização na infância? Seria culpa da criança por ser desinteressada, preguiçosa, querer só brincar? Ou seria culpa do professor que não quer compromisso com seu trabalho? Talvez fosse culpa dos pais que não ensinam em casa e não acompanham a vida escolar dos seus filhos. Será que a culpa não é do sistema que fica facilitando muito para as crianças passarem sem saber? Ou poderia ser culpa dessas leis brandas que favorecem as crianças em todos os aspectos.
Mas não, nada disso, não há culpado. Na verdade é necessário compreender o que é alfabetização para daí buscar métodos e metodologias capazes de superar os desafios da aprendizagem.
Alfabetização é um processo. E como todo processo apresenta fases. O que justifica as três etapas do primeiro ciclo.
É a mesma coisa do desenvolvimento humano. De que a criança precisa para aprender a falar e a andar? Precisa de estímulo, de treino, de experimentação, de confiança no adulto que cuida dela, paciência, amor e muito carinho para mostrar suas emoções, reações e capacidades.
Na alfabetização também é assim. O alfabetizador precisa estimular a criança para que ela se abra à aprendizagem, precisa treinar a leitura e a escrita com a criança, precisa também passar confiança para que a criança não se feche no medo de errar e de acertar, deve ter paciência para repetir a mesma tarefa e a mesma fala quantas vezes necessárias for. O amor e o carinho são primordiais nessa fase. O amor e o carinho é que geram a confiança e estimulam o querer aprender, o querer fazer e o querer ser.
Existem muitos autores que discutem a alfabetização, porém tomemos o cuidado para não tornar esse processo em um ensino mecânico.
Alfabetizar “não é um método de ensino, voltado para como o professor deve ensinar, pelo contrário, é uma teoria psicológica da aprendizagem que tem como objeto a psicogênese da inteligência e dos conhecimentos, portanto, voltada para como o sujeito aprende”, como diz Magda Soares.
Alfabetizar é codificar e decodificar a escrita que se caracteriza num processo ativo no qual a criança, “desde seus primeiros contatos com a escrita, constrói e reconstrói hipóteses sobre a sua natureza e o seu funcionamento”.
O alfabetizador deve trabalhar o b - a BA e o seu significado.
Nesse entendimento faz-se necessário encontrar métodos adequados e metodologias atraentes para estimular na criança o querer aprender.
Tudo o que foi escrito até aqui pode ser que não esteja muito claro, por isso, vamos colocar em outras palavras.
Alfabetização é um processo no qual o alfabetizador tem um papel fundamental porque depende dele descobrir a forma que seu aluno aprende com mais facilidade e criar meios para facilitar essa aprendizagem.
Muitos problemas de aprendizagem são explicados atualmente, pela ausência ou uso inapropriado de estratégicas de estudo e pela não existência de hábitos de trabalho favoráveis à aprendizagem.
Como podemos, então, aprender a melhorar a nossa própria aprendizagem? A torná-la mais eficiente e produtiva? O que contribuirá para aprendermos melhor? Será que os indivíduos com problemas de aprendizagem podem ser ensinados a aprender melhor?
Sabemos que, na construção do conhecimento pelo indivíduo, estão presentes aspectos internos e externos a ele e que é no âmbito dessas estruturas que o sujeito constrói o conhecimento e, portanto, aprende.
Piaget demonstra bem que as estruturas da inteligência se desenvolvem na interação do sujeito com o meio que o sujeito é o construtor do seu conhecimento. Ao relacionarmos os estudos do Vygoskty, Piaget, Wallon e Emíllia Ferreiro, podemos considerar a questão da escrita e da leitura nas classes de alfabetização ou nas classes iniciais do primeiro ciclo do Ensino Fundamental como indiscutível.
A criança começa a questionar acerca da escrita desde que interage com objetos de leitura pela primeira vez, a partir de suas interações com o mundo e, principalmente, desde suas primeiras construções representativas a partir do lúdico.
Nessa perspectiva, o processo ensino aprendizagem na escola será construído a partir do nível de desenvolvimento real da criança, num determinado momento, em relação a um dado conteúdo curricular a ser desenvolvido, tendo em vista os objetivos e para aquele ano escolar e para cada grupo de criança que atende.
Até aqui apresentamos algumas ideias que podem ajudar os professores a influenciar positivamente na motivação de seus alunos e a melhorar os processos de aprendizagem de nossos alunos.
Não existe uma receita, tampouco há caminhos ou linhas de trabalho simples que garantam sua melhoria. É importante ter muito presente que os esforços e os conhecimentos teóricos são peças fundamentais para essa melhoria.
Portanto, cabe ao professor buscar conhecimento teórico, analisar cada dificuldade, diagnosticar para, então, atender individualmente cada aluno, oportunizando-o a construir a escrita e a leitura.
Podemos considerar essas preocupações metodológicas que seguem no quadro abaixo como ponto principal para resolver a problemática da alfabetização:
Caracterização da escola e do entorno
Perfil
do aluno
O que fazer
Metodologia
O ensinar
Em que contexto estou trabalhando?
Conheço a sua história?
O que eu preciso conhecer?
Quem é o meu aluno?
(Social/cultural/fase da vida)
O que ele precisa aprender nesse ciclo?
Como identificar o problema?
Que conteúdos trabalhar?
Como ensinar nesse contexto?
Como o meu aluno aprende?
Por que esse conteúdo?
Que relevância ele tem na vida do meu aluno?
Serve apenas para cumprir o programa curricular?
Espero ter contribuído e caso se interesse em discutir o assunto, comunique-se comigo pelo e-mail elenaroque2@yahoo.com.br
UFMT sediará debate político no próximo sábado
Da Assessoria/ OAB MT
No próximo sábado (26 de maio), às 16h, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sediará um debate político com o tema Debatendo o Sistema de Voto e terá como debatedores o defensor do Sistema de Voto Distrital Puro, professor Bergas; o defensor do Sistema de Voto Distrital Misto, Déberson Ferreira Jesus; e o defensor do Sistema de Voto em Lista Fechada, juiz Marlon Reis. O mediador será o advogado membro da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MT Paulo Lemos.
O objetivo do debate é esclarecer dúvidas sobre essas três propostas de sistema de voto que estão sendo divulgadas, além de reduzir a chance de erro na escolha, aumentar a estabilidade da democracia, ouvir os três lados atualmente propostos como novos sistemas de voto e fazer o confronto das ideias.
No próximo sábado (26 de maio), às 16h, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sediará um debate político com o tema Debatendo o Sistema de Voto e terá como debatedores o defensor do Sistema de Voto Distrital Puro, professor Bergas; o defensor do Sistema de Voto Distrital Misto, Déberson Ferreira Jesus; e o defensor do Sistema de Voto em Lista Fechada, juiz Marlon Reis. O mediador será o advogado membro da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/MT Paulo Lemos.
O objetivo do debate é esclarecer dúvidas sobre essas três propostas de sistema de voto que estão sendo divulgadas, além de reduzir a chance de erro na escolha, aumentar a estabilidade da democracia, ouvir os três lados atualmente propostos como novos sistemas de voto e fazer o confronto das ideias.
Bolsas para pós-doutorado, doutorado e mestrado vão ser reajustadas em julho
A partir de 1.º julho próximo, serão reajustadas as bolsas de mestrado e doutorado, pós-doutorado e de iniciação científica, tecnológica e à docência, oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A bolsa de mestrado passa para R$ 1.350, a de doutorado para R$ 2.000, a de pós-doutorado vai a R$ 3.700 e a de iniciação científica a R$ 400.
A Capes e o CNPq assumem o compromisso de fazer novo reajuste no início de 2013 para recomposição dos valores das bolsas. Como o reajuste não estava previsto no orçamento de 2012, esta primeira parte da recomposição somente foi possível pelo remanejamento interno do orçamento das agências.
A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais nas pesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Na última avaliação trienal realizada pela Capes, registrou-se um crescimento de cerca de 20% no número de cursos de pós-graduação em relação à avaliação anterior. Hoje, são mais de 2.800 cursos de mestrado e 1.700 de doutorado.
Expansão – Nos últimos quatro anos, a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Em 2011, foram concedidas 72.071 bolsas de pós-graduação e 30.006 no Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid), num total de 102.077 bolsas. Já o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou de 63 mil para cerca de 81 mil bolsas.
O último reajuste de bolsas de pós-graduação no país ocorreu em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para os atuais R$ 1,2 mil e as de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.
A Capes e o CNPq assumem o compromisso de fazer novo reajuste no início de 2013 para recomposição dos valores das bolsas. Como o reajuste não estava previsto no orçamento de 2012, esta primeira parte da recomposição somente foi possível pelo remanejamento interno do orçamento das agências.
A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais nas pesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Na última avaliação trienal realizada pela Capes, registrou-se um crescimento de cerca de 20% no número de cursos de pós-graduação em relação à avaliação anterior. Hoje, são mais de 2.800 cursos de mestrado e 1.700 de doutorado.
Expansão – Nos últimos quatro anos, a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Em 2011, foram concedidas 72.071 bolsas de pós-graduação e 30.006 no Programa de Bolsa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid), num total de 102.077 bolsas. Já o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou de 63 mil para cerca de 81 mil bolsas.
O último reajuste de bolsas de pós-graduação no país ocorreu em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para os atuais R$ 1,2 mil e as de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.
Comissão de Educação vai discutir cumprimento do piso salarial de professores
A Comissão de Educação e Cultura realizará nesta terça-feira (22) audiência pública para discutir a implementação do piso nacional dos professores, previsto na Lei 11.738/08 e fixado, hoje, em R$ 1.451,00. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), pelo menos 13 estados não pagam esse valor.
De acordo com a Agência Câmara, o debate foi proposto pelo deputado Luiz Noé (PSB-RS). Ele citou a situação dos professores da rede estadual gaúcha, que recebem piso de R$ 791 – o menor do País. O governo do estado argumenta que o vencimento básico dos professores ficou “achatado” ao longo dos anos.
“Para inflar o salário, a remuneração total é composta por extras, como gratificações a abonos. Mas a Lei do Piso determina que o valor mínimo tenha como referência o vencimento inicial e não inclua na conta esses adicionais”, disse o deputado.
Foram convidados:
- o chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Carlos Pestana Neto;
- o secretário de Administração de Pernambuco, Ricardo Dantas;
- o prefeito de Cruz Alta (RS), Vilson Santos;
- o presidente da CNTE, Roberto Leão;
- o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.
A reunião será realizada às 14 horas, no Plenário 16.
De acordo com a Agência Câmara, o debate foi proposto pelo deputado Luiz Noé (PSB-RS). Ele citou a situação dos professores da rede estadual gaúcha, que recebem piso de R$ 791 – o menor do País. O governo do estado argumenta que o vencimento básico dos professores ficou “achatado” ao longo dos anos.
“Para inflar o salário, a remuneração total é composta por extras, como gratificações a abonos. Mas a Lei do Piso determina que o valor mínimo tenha como referência o vencimento inicial e não inclua na conta esses adicionais”, disse o deputado.
Foram convidados:
- o chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Carlos Pestana Neto;
- o secretário de Administração de Pernambuco, Ricardo Dantas;
- o prefeito de Cruz Alta (RS), Vilson Santos;
- o presidente da CNTE, Roberto Leão;
- o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski.
A reunião será realizada às 14 horas, no Plenário 16.
Projeto proíbe venda nas escolas de alimentos pouco nutritivos
Está em análise na Câmara projeto que estende as diretrizes da alimentação escolar às instituições privadas de ensino e veta o comércio no interior das escolas de alimentos de baixo valor nutricional. O Projeto de Lei (PL 3348/12), do deputado Rogério Carvalho (PT-SE), proíbe a venda de bebidas e alimentos que contenham, por exemplo, elevados teores de açúcar, de sal e de gordura.
Segundo a Agência Câmara, os estabelecimentos localizados em instituições públicas ou privadas de educação básica que descumprirem a determinação não serão licenciados nem terão seus alvarás renovados. A proposta altera a lei que trata da alimentação escolar (Lei 11.947/09).
O autor da proposta destaca que não existe legislação federal que defina que tipo de alimentos podem ser consumidos nas escolas. Para ele, é possível ampliar o alcance da lei em questão, que define como alimentação escolar “todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente de sua origem, durante o período letivo”.
“É imprescindível investir em políticas de prevenção da obesidade, que abranjam a infância e adolescência, enfatizando a prática regular de exercícios físicos e a introdução e manutenção de bons hábitos alimentares, proibindo-se nas escolas a presença e o comércio de certos alimentos”, defende o parlamentar.
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será distribuída às comissões temáticas.
Segundo a Agência Câmara, os estabelecimentos localizados em instituições públicas ou privadas de educação básica que descumprirem a determinação não serão licenciados nem terão seus alvarás renovados. A proposta altera a lei que trata da alimentação escolar (Lei 11.947/09).
O autor da proposta destaca que não existe legislação federal que defina que tipo de alimentos podem ser consumidos nas escolas. Para ele, é possível ampliar o alcance da lei em questão, que define como alimentação escolar “todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente de sua origem, durante o período letivo”.
“É imprescindível investir em políticas de prevenção da obesidade, que abranjam a infância e adolescência, enfatizando a prática regular de exercícios físicos e a introdução e manutenção de bons hábitos alimentares, proibindo-se nas escolas a presença e o comércio de certos alimentos”, defende o parlamentar.
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será distribuída às comissões temáticas.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Maria Thereza Freitas, da Universidade de Juiz de Fora/MG, estuda a escrita e a leitura dos jovens
A educadora Maria Thereza Freitas tem se dedicado a estudar a cultura da informática, especialmente como os professores de ensinos Fundamental e Médio se posicionam diante das possibilidades que o computador e a internet oferecem no campo do letramento e da aprendizagem. Veja entrevista concedida à Revista Nós da Escola, uma publicação da MultiRio.
Ao fazer uma reflexão sobre a leitura e a escrita de adolescentes em sites, blogs, e-mails, listas de discussões, a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e coordenadora do grupo de pesquisa Letramento, Interação e Conhecimento constatou que, ao divagarem sobre temas variados na internet, os jovens estão se voltando cada vez mais à expressão literária.
Os professores, no entanto, até por desconhecimento das possibilidades que o meio eletrônico oferece, encaram com um certo preconceito a forma peculiar da escrita “teclada”. Forma esta que, na opinião de Maria Thereza, é extremamente criativa. Seria importante, para ela, que os professores fizessem uma imersão no mundo virtual para “compreenderem melhor as práticas de leitura e escrita de seus alunos na internet e poder, assim, valorizá-las e integrá-las com o trabalho em sala de aula”.
Leia, abaixo, a entrevista concedida pela professora Maria Thereza Freitas para a equipe da Revista Nós da Escola, uma publicação da MULTIRIO.
De que maneira os jovens estão explorando o espaço virtual dos blogs?
Maria Thereza Freitas - Os blogs surgiram como um diário virtual e assim têm se constituído, mas aos poucos foram também assumindo outras características. Na atualidade as telas dos computadores são os lugares nos quais as pessoas projetam seus próprios dramas, dramas dos quais são os produtores, os diretores e os atores. As telas do computador são um novo lugar onde as pessoas expõem a sua privacidade para atrair a atenção de outros internautas. Isto é visível nas páginas do Blog, diários on-line nos quais as pessoas falam de tudo, principalmente de si mesmas, descrevendo suas rotinas, seus sonhos, esperanças, romances, angústias, frustrações, gostos e opiniões sobre o mundo. Nesse diário on-line as pessoas escrevem sobre si mesmas se expondo para que leitores penetrem em sua intimidade mostrada. Os jovens nesses diários on-line se projetam na tela e expõem sua privacidade para atrair a atenção de outros internautas ou buscar sua identidade numa interação com a própria língua, ou procurar a compreensão de si mesmos pelo exercício da escrita na qual se revelam. Revelação essa facilitada pela proteção da tela, pela liberdade de se expressarem para interlocutores virtuais, para alguém sem rosto.
Essa forma de escrita pode também estar sendo usada como um espaço literário autobiográfico ou mesmo como uma narrativa ficcional...
Maria Thereza Freitas - Divagando sobre temas variados encontra-se nos blogs pequenos contos, crônicas e até poesias. Na internet os jovens se envolvem em um jogo de simulação, imaginação e exposição que pode estar levando a uma proximidade com a literatura. Os jovens estão se voltando cada vez mais para o uso da linguagem escrita nas comunicações propiciadas pelo meio eletrônico. Com isto estão também se aproximando da leitura. Foi o que pude constatar por meio de uma pesquisa que coordenei, procurando compreender a leitura/escrita de adolescentes em chats, e-mails de listas de discussão e sites por eles construídos. Com a internet os jovens estão voltando à expressão literária, rudimentar embora, mas sujeita ao aprimoramento natural determinado pela própria necessidade de se exprimir.
Em que medida o comportamento dos jovens “blogueiros” se difere dos de outros jovens?
Maria Thereza Freitas - Penso que não se pode afirmar que os jovens blogueiros tenham um comportamento diferente de outros jovens. São jovens que se interessam por uma prática de escrita na qual encontram prazer e se encontram. Apesar de estarem falando de si mesmos estão em busca de um outro, de um interlocutor. Muitas vezes o autor de um blog pode estar escrevendo buscando reunir pessoas, formando um grupo ligado por interesses comuns (uma banda musical, um grupo que se reúne em algum canal de bate-papo da internet, um seriado televisivo etc). Assim, essa leitura/escrita, que propicia uma interação com o outro, contribui para a construção de conhecimentos e para a própria constituição da subjetividade. Entretanto, é preciso compreender a especificidade dessas intera-ções sociais possibilitadas pela internet. Não se trata de interações face a face, mas de um encontro virtual com o outro mediado pela leitura/escrita. A internet possibilita, pois, novos espaços de sociabilidade, inaugurando novas práticas de estar com o outro. Enquanto as interações sociais na realidade física se realizam de forma presencial, face a face, no mundo virtual elas são de natureza simbólica. Compreendo, assim, que os blogs podem estar propiciando aos jovens contemporâneos um espaço interativo que contribui para a constituição de sua subjetividade.
Os professores, embora estejam familiarizados com os blogs, têm a idéia de como explorá-lo?
Maria Thereza Freitas - Penso que de uma maneira geral os professores desconhecem os usos que seus alunos fazem da internet. Ignoram as práticas de leitura/escrita que a internet lhes possibilita e como eles a estão aproveitando. Existe até um certo preconceito em relação à internet por considerarem que nela se encontra de tudo e que os alunos não conseguem diferenciar o que presta e o que não presta. O preconceito se revela também na não aceitação da escrita telegráfica, abreviada, possibilitada pelas salas de bate-papo. Para um melhor conhecimento do uso da internet pelos seus alunos seria interessante que os professores realizassem em suas classes uma enquete sobre o assunto. De posse dos resultados passassem a visitar os sites por eles indicados, navegassem por entre os blogs que constroem, pelas listas de discussão mais freqüentadas, pelos chats por onde transitam. Essa emersão no virtual daria aos professores a oportunidade de compreenderem melhor as práticas de leitura/escrita de seus alunos na internet podendo valorizá-las e descobrindo formas de integrá-las com o trabalho em sala de aula.
Que usos interessantes o professor pode fazer dos chats com sua turma?
Maria Thereza Freitas - Tenho muito receio de uma escolarização ou pedagogização de uma prática sociocultural de leitura/escrita. O valor do chat está no seu uso prazeroso, na significação que lhe é atribuída por seus usuários: um bate-papo, um ponto de encontro entre amigos virtuais possibilitado pela escrita. Os interlocutores querem se comunicar, conversar. Essa interatividade é estabelecida mediada pelo computador, em tempo real e num espaço virtual. Para “conversar” neste espaço, os interlocutores se vêem compelidos a escrever. Uma escrita na qual não há uma preocupação com a correção, mas sim com a comunicação com o outro. Uma escrita teclada, em tempo real, abreviada, com características próprias. Pela especificidade do instrumento mediador da contempo-raneidade – o computador – os enunciados produzidos revestem-se de recursos propiciados por este instrumento e pela situação de produção. Os papeadores investem toda sua criatividade para conferir a seus interlocu-tores, nessa conversação escrita, o acesso ao sentido de forma mais global, favorecendo a condição ideal para uma interação social efetiva, tal como ocorre na relação face a face. Essa criatividade se manifesta na criação de códigos discursivos complexos, pois usam, ao mesmo tempo, o alfabeto tradicional, as caracteretas, os scripts e outros, que marcam a natureza processual e dinâmico-discusiva dessa “conversação”, aproximando-a da conversação face a face cotidiana, mas materializada na escrita “teclada”.
Essa conversa escrita ”teclada”, muitas vezes não é bem compreendida...
Maria Thereza Freitas - Ela é produzida de forma a tornar o discurso atraente, interessante e dinâmico para os interlocutores. A preocupação principal é manter o contato. Pela natureza da relação e pelas condições de produção, os interlocutores abrem mão de uma escrita rebuscada e formal, como a de um texto científico. É justamente por conhecerem esta escrita formal que eles a consideram inadequada para dar conta de veicular os sentidos específicos da interação que pretendem. A conversa escrita “teclada”, que se trava nas salas de bate-papo, reveste-se de características lingüístico-discursiva-processuais específicas, produzindo um novo estilo da língua que indica um novo gênero discursivo: a conversação nas salas de bate-papo. Por tudo o que foi dito não penso que o chat possa ser um recurso pedagógico. Ao transformá-lo nisso pode-se correr o risco de tirar dele o seu aspecto natural de prazer, de entretenimento. Talvez, o possível seja o aproveitamento do chat apenas como um meio de criar uma maior interlocução entre os colegas.
Que cuidados os professores devem ter na hora de incentivar atividades com blogs e chats?
Maria Thereza Freitas - É necessário que o professor compreenda bem o que é um blog e seus objetivos, o que é um chat com a finalidade de uma conversa teclada marcada por sua escrita especifica. Receio que uma forma de entretenimento seja usada com objetivos pedagógicos específicos. O chat por exemplo, pode ser usado para um relacionamento entre os colegas da própria turma ou até entre alunos de colégios diferentes mas sem a preocupação especifica de aprendizagem de conteúdos. Que ele seja usado dentro de sua finalidade: contato virtual entre os participantes. Quanto ao blog, tendo-se o cuidado de não torná-lo um objeto escolar, mantendo-se nele a espontaneidade, a liberdade de expressão, o gosto por escrever sobre si mesmo e ser lido por outros interlocutores, poderia ser uma excelente forma de desenvolver uma escrita pessoal e criativa.
Texto - Revista Nós da Escola, nº 23 / Publicada no site http://www.multirio.rj.gov.br/riomidia/
Ao fazer uma reflexão sobre a leitura e a escrita de adolescentes em sites, blogs, e-mails, listas de discussões, a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e coordenadora do grupo de pesquisa Letramento, Interação e Conhecimento constatou que, ao divagarem sobre temas variados na internet, os jovens estão se voltando cada vez mais à expressão literária.
Os professores, no entanto, até por desconhecimento das possibilidades que o meio eletrônico oferece, encaram com um certo preconceito a forma peculiar da escrita “teclada”. Forma esta que, na opinião de Maria Thereza, é extremamente criativa. Seria importante, para ela, que os professores fizessem uma imersão no mundo virtual para “compreenderem melhor as práticas de leitura e escrita de seus alunos na internet e poder, assim, valorizá-las e integrá-las com o trabalho em sala de aula”.
Leia, abaixo, a entrevista concedida pela professora Maria Thereza Freitas para a equipe da Revista Nós da Escola, uma publicação da MULTIRIO.
De que maneira os jovens estão explorando o espaço virtual dos blogs?
Maria Thereza Freitas - Os blogs surgiram como um diário virtual e assim têm se constituído, mas aos poucos foram também assumindo outras características. Na atualidade as telas dos computadores são os lugares nos quais as pessoas projetam seus próprios dramas, dramas dos quais são os produtores, os diretores e os atores. As telas do computador são um novo lugar onde as pessoas expõem a sua privacidade para atrair a atenção de outros internautas. Isto é visível nas páginas do Blog, diários on-line nos quais as pessoas falam de tudo, principalmente de si mesmas, descrevendo suas rotinas, seus sonhos, esperanças, romances, angústias, frustrações, gostos e opiniões sobre o mundo. Nesse diário on-line as pessoas escrevem sobre si mesmas se expondo para que leitores penetrem em sua intimidade mostrada. Os jovens nesses diários on-line se projetam na tela e expõem sua privacidade para atrair a atenção de outros internautas ou buscar sua identidade numa interação com a própria língua, ou procurar a compreensão de si mesmos pelo exercício da escrita na qual se revelam. Revelação essa facilitada pela proteção da tela, pela liberdade de se expressarem para interlocutores virtuais, para alguém sem rosto.
Essa forma de escrita pode também estar sendo usada como um espaço literário autobiográfico ou mesmo como uma narrativa ficcional...
Maria Thereza Freitas - Divagando sobre temas variados encontra-se nos blogs pequenos contos, crônicas e até poesias. Na internet os jovens se envolvem em um jogo de simulação, imaginação e exposição que pode estar levando a uma proximidade com a literatura. Os jovens estão se voltando cada vez mais para o uso da linguagem escrita nas comunicações propiciadas pelo meio eletrônico. Com isto estão também se aproximando da leitura. Foi o que pude constatar por meio de uma pesquisa que coordenei, procurando compreender a leitura/escrita de adolescentes em chats, e-mails de listas de discussão e sites por eles construídos. Com a internet os jovens estão voltando à expressão literária, rudimentar embora, mas sujeita ao aprimoramento natural determinado pela própria necessidade de se exprimir.
Em que medida o comportamento dos jovens “blogueiros” se difere dos de outros jovens?
Maria Thereza Freitas - Penso que não se pode afirmar que os jovens blogueiros tenham um comportamento diferente de outros jovens. São jovens que se interessam por uma prática de escrita na qual encontram prazer e se encontram. Apesar de estarem falando de si mesmos estão em busca de um outro, de um interlocutor. Muitas vezes o autor de um blog pode estar escrevendo buscando reunir pessoas, formando um grupo ligado por interesses comuns (uma banda musical, um grupo que se reúne em algum canal de bate-papo da internet, um seriado televisivo etc). Assim, essa leitura/escrita, que propicia uma interação com o outro, contribui para a construção de conhecimentos e para a própria constituição da subjetividade. Entretanto, é preciso compreender a especificidade dessas intera-ções sociais possibilitadas pela internet. Não se trata de interações face a face, mas de um encontro virtual com o outro mediado pela leitura/escrita. A internet possibilita, pois, novos espaços de sociabilidade, inaugurando novas práticas de estar com o outro. Enquanto as interações sociais na realidade física se realizam de forma presencial, face a face, no mundo virtual elas são de natureza simbólica. Compreendo, assim, que os blogs podem estar propiciando aos jovens contemporâneos um espaço interativo que contribui para a constituição de sua subjetividade.
Os professores, embora estejam familiarizados com os blogs, têm a idéia de como explorá-lo?
Maria Thereza Freitas - Penso que de uma maneira geral os professores desconhecem os usos que seus alunos fazem da internet. Ignoram as práticas de leitura/escrita que a internet lhes possibilita e como eles a estão aproveitando. Existe até um certo preconceito em relação à internet por considerarem que nela se encontra de tudo e que os alunos não conseguem diferenciar o que presta e o que não presta. O preconceito se revela também na não aceitação da escrita telegráfica, abreviada, possibilitada pelas salas de bate-papo. Para um melhor conhecimento do uso da internet pelos seus alunos seria interessante que os professores realizassem em suas classes uma enquete sobre o assunto. De posse dos resultados passassem a visitar os sites por eles indicados, navegassem por entre os blogs que constroem, pelas listas de discussão mais freqüentadas, pelos chats por onde transitam. Essa emersão no virtual daria aos professores a oportunidade de compreenderem melhor as práticas de leitura/escrita de seus alunos na internet podendo valorizá-las e descobrindo formas de integrá-las com o trabalho em sala de aula.
Que usos interessantes o professor pode fazer dos chats com sua turma?
Maria Thereza Freitas - Tenho muito receio de uma escolarização ou pedagogização de uma prática sociocultural de leitura/escrita. O valor do chat está no seu uso prazeroso, na significação que lhe é atribuída por seus usuários: um bate-papo, um ponto de encontro entre amigos virtuais possibilitado pela escrita. Os interlocutores querem se comunicar, conversar. Essa interatividade é estabelecida mediada pelo computador, em tempo real e num espaço virtual. Para “conversar” neste espaço, os interlocutores se vêem compelidos a escrever. Uma escrita na qual não há uma preocupação com a correção, mas sim com a comunicação com o outro. Uma escrita teclada, em tempo real, abreviada, com características próprias. Pela especificidade do instrumento mediador da contempo-raneidade – o computador – os enunciados produzidos revestem-se de recursos propiciados por este instrumento e pela situação de produção. Os papeadores investem toda sua criatividade para conferir a seus interlocu-tores, nessa conversação escrita, o acesso ao sentido de forma mais global, favorecendo a condição ideal para uma interação social efetiva, tal como ocorre na relação face a face. Essa criatividade se manifesta na criação de códigos discursivos complexos, pois usam, ao mesmo tempo, o alfabeto tradicional, as caracteretas, os scripts e outros, que marcam a natureza processual e dinâmico-discusiva dessa “conversação”, aproximando-a da conversação face a face cotidiana, mas materializada na escrita “teclada”.
Essa conversa escrita ”teclada”, muitas vezes não é bem compreendida...
Maria Thereza Freitas - Ela é produzida de forma a tornar o discurso atraente, interessante e dinâmico para os interlocutores. A preocupação principal é manter o contato. Pela natureza da relação e pelas condições de produção, os interlocutores abrem mão de uma escrita rebuscada e formal, como a de um texto científico. É justamente por conhecerem esta escrita formal que eles a consideram inadequada para dar conta de veicular os sentidos específicos da interação que pretendem. A conversa escrita “teclada”, que se trava nas salas de bate-papo, reveste-se de características lingüístico-discursiva-processuais específicas, produzindo um novo estilo da língua que indica um novo gênero discursivo: a conversação nas salas de bate-papo. Por tudo o que foi dito não penso que o chat possa ser um recurso pedagógico. Ao transformá-lo nisso pode-se correr o risco de tirar dele o seu aspecto natural de prazer, de entretenimento. Talvez, o possível seja o aproveitamento do chat apenas como um meio de criar uma maior interlocução entre os colegas.
Que cuidados os professores devem ter na hora de incentivar atividades com blogs e chats?
Maria Thereza Freitas - É necessário que o professor compreenda bem o que é um blog e seus objetivos, o que é um chat com a finalidade de uma conversa teclada marcada por sua escrita especifica. Receio que uma forma de entretenimento seja usada com objetivos pedagógicos específicos. O chat por exemplo, pode ser usado para um relacionamento entre os colegas da própria turma ou até entre alunos de colégios diferentes mas sem a preocupação especifica de aprendizagem de conteúdos. Que ele seja usado dentro de sua finalidade: contato virtual entre os participantes. Quanto ao blog, tendo-se o cuidado de não torná-lo um objeto escolar, mantendo-se nele a espontaneidade, a liberdade de expressão, o gosto por escrever sobre si mesmo e ser lido por outros interlocutores, poderia ser uma excelente forma de desenvolver uma escrita pessoal e criativa.
Texto - Revista Nós da Escola, nº 23 / Publicada no site http://www.multirio.rj.gov.br/riomidia/
O Ensino de Língua Inglesa na EJA
*[1]Marta Eterna de Souza Freitas
*Maviane Ramalho Machado Souza
*Regiane Aparecida Tavares da Silva
Quando tratamos de alunos de EJA sabemos que pode ser uma das experiências mais extraordinárias possíveis, pois estes carregam consigo um pré conceito de que posto o fato de que estão em idade escolar avançada ou diferenciada em relação aos outros alunos regulares tem um nível de conhecimento ou capacidade inferior de aprendizagem em relação aos alunos regulares, mas isto é pura ilusão, ao contrário do que se pensa, estes alunos carregam uma bagagem e conhecimento de mundo muito superior aos dos alunos da rede regular de ensino e ainda mais a sede do conhecimento. No entanto esta sede pode ser abafada muitas vezes por experiências frustrantes ou desilusões pedagógicas ligadas a atividades mal elaboradas ou apenas teorias soltas sem aplicações na prática curricular e extra.
Quando tratamos de língua inglesa na Eja, deve-se ter um enorme cuidado tendo em vista que a grande maioria dos alunos encontrados em sala de aula são fruto de provões ou até mesmo são alunos que não entram em uma sala de aula a mais de 20 anos podendo haver a possibilidade de nunca terem estudado uma língua estrangeira. Isto explica a grande dificuldade que nós educadores encontramos para trabalhar a língua estrangeira com estes alunos, mas devido a práticas e análises destas práticas aplicadas em sala de aula, pudemos perceber que estes alunos apreendem muito mais conhecimento e desenvolvem interesse quando esta prática é palpável, quando ele realmente sente que é capaz. A experiência de atividades na prática pedagógica curricular se faz de grande importância na medida em que através desta o aluno pode perceber o quanto é relevante o seu comprometimento em sala de aula para sua aprendizagem. A experiência a ser descrita a seguir deu-se na em uma sala de aula de educação de jovens e adultos com a disciplina de língua inglesa. Nesta turma haviam 20 alunos dos quais apenas 5 já estudaram em algum momento da vida a disciplina de língua inglesa e o restante jamais havia entrado em contato tão intrínseco com a língua a não ser naquele momento. A professora propôs aos alunos que os mesmos trabalhassem com um pequeno texto escrito em língua inglesa, propôs o trabalho com leitura e desafiou os alunos dizendo que até o final da aula, ou seja em duas horas, eles estariam lendo aquele texto em língua inglesa sozinhos, a reação dos alunos era prevista, todos eles duvidaram que isto seria possível, como leriam um texto em língua inglesa corretamente, sozinhos sendo que não tinham conhecimento e experiências nenhuma em relação a língua?.
Bom, a professora iniciou o trabalho com a leitura do texto pausadamente em voz alta, e pediu para que os alunos tentassem acompanhar a leitura com os olhos para que fossem se familiarizando com o som das palavras. Terminada a primeira leitura a professora explicou aos alunos que existe uma forma de transcrever os sons das palavras, ou seja, expor estes de maneira gráfica (escrever os sons), os alunos se admiraram com a informação pois não imaginavam que isto fosse possível. Ela mostrou aos alunos como fazê-lo, e retomando a leitura em voz alta lentamente ia lendo o texto, os alunos observavam, repetiam o som das palavras e transcreviam este som embaixo da palavra escrita em inglês, desta maneira, quando terminaram a transcrição eles tinham as informações necessárias para fazer a leitura de todo o texto, mesmo sem ter muita experiência ou contato com a língua. A professora conseguiu provar a eles que era possível fazer esta tarefa, e eles que nunca haviam lido se quer uma única palavra em língua inglesa sozinhos foram capazes de ler um texto inteiro, e ficaram maravilhados com a sua capacidade e com a experiência, tendo assim motivação para aprender mais sobre a língua.
Além disto pode-se fazer uso das novas tecnologias em aulas de língua estrangeira, para mostrar na prática para este aluno a importância do conhecimento desta língua no mundo social e econômico, tendo em vista que na grande maioria de eletro eletrônicos ou no mundo da web, ele terá uma contato muito íntimo com a língua e o domínio desta certamente facilitará e muito sua vida social e profissional. Portanto a inserção dos meios tecnológicos nas aulas também estimulam este aluno a usar a língua estrangeira para a comunicação entre ele e o mundo.
O professor deve ter a consciência pedagógica de que nada adianta preparar aulas tradicionais em que os alunos só pratiquem a pronuncia de palavras descontextualizadas, ou gramáticas soltas, é preciso criar situações para que eles pratiquem a comunicação e percebam a língua estrangeira como parte de seu cotidiano. O professor deve levar para a sala de aula práticas de ensino voltadas para a realidade do aluno, ou que tenham proximidade com a mesma, para que ele possa perceber a importância que a língua adicional tem em sua vida.
Da mesma maneira que esta atividade foi aplicada na língua inglesa, também outras atividades desta amplitude podem ser aplicadas em outras disciplinas com o mesmo intuito, ou seja, o de incentivar a aprendizagem nos alunos de EJA.
-----------------------------------------------------------------------------
[1] Marta E. de S. Freitas: professor da educação básica de Língua Espanhola, Maviane R. M. Souza: professora Especialista da educação básica de Língua Inglesa, Regiane A. T. Silva: professora da educação básica de Educação Física.
*Maviane Ramalho Machado Souza
*Regiane Aparecida Tavares da Silva
Quando tratamos de alunos de EJA sabemos que pode ser uma das experiências mais extraordinárias possíveis, pois estes carregam consigo um pré conceito de que posto o fato de que estão em idade escolar avançada ou diferenciada em relação aos outros alunos regulares tem um nível de conhecimento ou capacidade inferior de aprendizagem em relação aos alunos regulares, mas isto é pura ilusão, ao contrário do que se pensa, estes alunos carregam uma bagagem e conhecimento de mundo muito superior aos dos alunos da rede regular de ensino e ainda mais a sede do conhecimento. No entanto esta sede pode ser abafada muitas vezes por experiências frustrantes ou desilusões pedagógicas ligadas a atividades mal elaboradas ou apenas teorias soltas sem aplicações na prática curricular e extra.
Quando tratamos de língua inglesa na Eja, deve-se ter um enorme cuidado tendo em vista que a grande maioria dos alunos encontrados em sala de aula são fruto de provões ou até mesmo são alunos que não entram em uma sala de aula a mais de 20 anos podendo haver a possibilidade de nunca terem estudado uma língua estrangeira. Isto explica a grande dificuldade que nós educadores encontramos para trabalhar a língua estrangeira com estes alunos, mas devido a práticas e análises destas práticas aplicadas em sala de aula, pudemos perceber que estes alunos apreendem muito mais conhecimento e desenvolvem interesse quando esta prática é palpável, quando ele realmente sente que é capaz. A experiência de atividades na prática pedagógica curricular se faz de grande importância na medida em que através desta o aluno pode perceber o quanto é relevante o seu comprometimento em sala de aula para sua aprendizagem. A experiência a ser descrita a seguir deu-se na em uma sala de aula de educação de jovens e adultos com a disciplina de língua inglesa. Nesta turma haviam 20 alunos dos quais apenas 5 já estudaram em algum momento da vida a disciplina de língua inglesa e o restante jamais havia entrado em contato tão intrínseco com a língua a não ser naquele momento. A professora propôs aos alunos que os mesmos trabalhassem com um pequeno texto escrito em língua inglesa, propôs o trabalho com leitura e desafiou os alunos dizendo que até o final da aula, ou seja em duas horas, eles estariam lendo aquele texto em língua inglesa sozinhos, a reação dos alunos era prevista, todos eles duvidaram que isto seria possível, como leriam um texto em língua inglesa corretamente, sozinhos sendo que não tinham conhecimento e experiências nenhuma em relação a língua?.
Bom, a professora iniciou o trabalho com a leitura do texto pausadamente em voz alta, e pediu para que os alunos tentassem acompanhar a leitura com os olhos para que fossem se familiarizando com o som das palavras. Terminada a primeira leitura a professora explicou aos alunos que existe uma forma de transcrever os sons das palavras, ou seja, expor estes de maneira gráfica (escrever os sons), os alunos se admiraram com a informação pois não imaginavam que isto fosse possível. Ela mostrou aos alunos como fazê-lo, e retomando a leitura em voz alta lentamente ia lendo o texto, os alunos observavam, repetiam o som das palavras e transcreviam este som embaixo da palavra escrita em inglês, desta maneira, quando terminaram a transcrição eles tinham as informações necessárias para fazer a leitura de todo o texto, mesmo sem ter muita experiência ou contato com a língua. A professora conseguiu provar a eles que era possível fazer esta tarefa, e eles que nunca haviam lido se quer uma única palavra em língua inglesa sozinhos foram capazes de ler um texto inteiro, e ficaram maravilhados com a sua capacidade e com a experiência, tendo assim motivação para aprender mais sobre a língua.
Além disto pode-se fazer uso das novas tecnologias em aulas de língua estrangeira, para mostrar na prática para este aluno a importância do conhecimento desta língua no mundo social e econômico, tendo em vista que na grande maioria de eletro eletrônicos ou no mundo da web, ele terá uma contato muito íntimo com a língua e o domínio desta certamente facilitará e muito sua vida social e profissional. Portanto a inserção dos meios tecnológicos nas aulas também estimulam este aluno a usar a língua estrangeira para a comunicação entre ele e o mundo.
O professor deve ter a consciência pedagógica de que nada adianta preparar aulas tradicionais em que os alunos só pratiquem a pronuncia de palavras descontextualizadas, ou gramáticas soltas, é preciso criar situações para que eles pratiquem a comunicação e percebam a língua estrangeira como parte de seu cotidiano. O professor deve levar para a sala de aula práticas de ensino voltadas para a realidade do aluno, ou que tenham proximidade com a mesma, para que ele possa perceber a importância que a língua adicional tem em sua vida.
Da mesma maneira que esta atividade foi aplicada na língua inglesa, também outras atividades desta amplitude podem ser aplicadas em outras disciplinas com o mesmo intuito, ou seja, o de incentivar a aprendizagem nos alunos de EJA.
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[1] Marta E. de S. Freitas: professor da educação básica de Língua Espanhola, Maviane R. M. Souza: professora Especialista da educação básica de Língua Inglesa, Regiane A. T. Silva: professora da educação básica de Educação Física.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS X BULING
SILVANA SANDRI
A violência nas escolas é algo que tem aumentado consideravelmente, e, isso tem trazido preocupação tanto para os pais quanto aos educadores. Quando se fala em violência, o que vem à nossa mente é o conceito físico, onde um agride o outro a socos, ponta pés, e ou até mesmo atirando objetos, como por exemplo, mesas e ou cadeiras. Mas, no entanto, isso vem ocorrendo de forma que abrange muito o psicológico do agredido. Pois, este por muitas vezes é violentado por meio de insultos, apelidos, xingamentos, o que acaba ferindo mais fundo ainda. A pessoa que é agredida sente-se com a alma ferida, com o coração amargurado, e, sem saber como reagir à situação, esta acaba também por muitas vezes se tornando um agressor como forma de se proteger e ou se vingar daqueles que o agrediram. Tal violência tem ocorrido de forma tão habitual entre os jovens e adolescentes, que estes acabam por achar tudo normal e natural que quando fazem uso de palavras agressivas e são chamados atenção, costumam dizer que quem o está corrigindo é careta e que não compreendem suas linguagens. E, não se pode esquecer os meios de comunicação, que cada vez mais vem proporcionando programas que incentivam as crianças e adolescente a agirem de forma agressiva e até mesmo violenta em busca de conseguir algo que desejam. Até mesmo os desenhos animados vem com um certo grau de violência, fazendo com que as crianças desde pequenos vejam a vida como uma guerra constante, onde vence o mais forte. E, vendo dessa forma, o que sobra ao educador fazer para ajudar esses jovens a perceberem o mau que estão causando aos outros e a si mesmos?
“O educador social é um profissional que pode agir e interactuar na prevenção e resolução dos problemas de violência. Como profissional híbrido pode atuar de diferentes formas, designadamente com a família, com as crianças ou jovens, no meio onde se registrem focos de violência e mesmo elemento mediador. ( FERMOSO, 1998:93 )
De acordo com o autor, ao professor cabe o papel de auxiliar tanto o aluno quanto os pais, na tomada de medidas em busca de solucionar tal problema. Assim, pode se dizer que o educador age como intermediário da paz, entre os alunos e sua família, e entre todos os colegas de escola.
E, ao se tratar do bullying, em especial nas escolas, pode se constatar que o sexo masculino é o mais atingido, onde os meninos se desentendem com mais facilidade e acabam por usarem essa prática como forma de ataque e ou defesa. Mas, e a escola, por que não combate isso? Essa pergunta muitas vezes é feita por pais, sociedade em geral e por educadores, que se sentem na obrigação de fazer algo e que não conseguem reverter isso. É notado que a desigualdade social é um dos principais fatores na ocorrência do bullying nas escolas.
“A partir desse... de estar numa posição secundária na sociedade e de possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, porque além de serem pobres se sentem maltratados, vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são muito violentas e repletas de ódio...” ( ABRAMOVAY ET all, 199: 62 ).
Assim, ao educador cabe orientar aos seus alunos acerca do racismo, para que todos sejam tratados de forma igualitária , sem nenhuma discriminação. Sendo assim, todos verão uns aos outros como amigos, sem nenhuma necessidade de algum tipo de agressão. E a eles cabe observar e perceber que ninguém tem culpa de alguém ter mais ou menos dinheiro que o outro.
Nas escolas também além de coisas boas que são oferecidas pelos educadores, existem também outras que são ofertados por outras pessoas, e que não trazem nenhum benefício ao estudante.
“O indivíduo enfrenta uma grande oferta de oportunidades: o uso de drogas, uso de bebidas alcoólicas, uso da arma de fogo aliada a inexistência do controle da polícia , da família e comunidade tornam o indivíduo motivado a concluir o ato delitivo. " Carências afetivas e causas sócio-econômicas ou culturais certamente aí se misturam, para desembocar nestas atitudes" . (COLOMBIER,1989,p.35) .
Mesmo com esse acervo de ofertas, nós ainda podemos enfrentar esse problema nas escolase vencermos, juntamente com toda a sociedade.
Ao observar vários alunos no pátio de diferentes escolas, em salas de aula e até nas aulas ao ar livre, foi possível constatar que o bullying ocorre com maior freqüência naquele espaço onde há um número pequeno de profissionais, e por conta disso a supervisão deixa a desejar, e ou até mesmo por um número de alunos acima do considerado normal, podendo haver uma super lotação, e assim, o número de profissionais da educação disponibilizado para aquele local torna-se insuficiente. E, isso pode contribuir e muito, com os “valentões” da escola, pois eles se sentem impune diante do que fazem e cada dia agem com mais violência. Mas, onde estão os educadores? Esta é mais uma das perguntas que recai sobre esses profissionais. E eu me proponho a respondê-la da forma que vejo nossa educação. Estamos aqui, mas no entanto, por muitos vezes não nos sentimos preparados para agir. São tantas as cobranças encima dos educadores, que estes por sua vez, assistem atos de violência entre colegas, e como não se sentem preparados para intervir, separar ou até mesmo julgar quem está certo ou errado, acaba por castigar todos os envolvidos, e até aquele considerado a vítima acaba por ser punido, e isso pode levá-lo a refletir e chegar a conclusão que fora injustiçado, e a achar que não vale a pena fugir das brigas, e assim ele também pode vir a se tornar um agressor. Sendo assim, é possível dizer que, cabe aos educadores antes de aplicar qualquer castigo, ouvir ambas as partes, dando a oportunidade para que cada um se defenda, e, assim poderá ser feita uma discussão em busca de constatar o culpado, não somente para puni-lo, mas ,para aproveitar o momento e mostrar que este precisa mudar seu comportamento, sua forma de agir, para que no futuro quando se tornar um adulto ele não venha ter problemas de relacionamento ou até mesmo de comportamento, tornando-se mais agressivo e ou até mesmo tendo problemas judiciais.De certa forma, a sociedade em geral tem deixado a desejar quando se fala em educação, pois, na maioria das vezes os pais tem confundido o real papel do educador na vida de seus filhos. E, como educadora,venho expressar minha insatisfação diante de tantas responsabilidades que tem recaído sobre essa profissão. Mas, ao mesmo tempo me sinto na obrigação de auxiliar tanto aqueles que são alvos de bullying quanto os autores de tal agressão. Nesse estudo, pode constatar que o melhor a se fazer nesse caso, é trabalhar com o auxilio do conselho tutelar, em busca de palestras, de apresentações de teatro ou de qualquer outro meio que venha facilitar a compreensão de todos acerca da necessidade sem e manter um relacionamento amigável. E, quanto aos autores do bullying, é muito importante que a punição não seja feita de forma física, nem pelos pais e de nunca por educadores, onde isso poderá acarretar somente mais violência. Nesse contexto, a escola pode utilizar-se desse “problema”, para envolver todos, tanto agressores quanto agredidos, aqueles que servem como testemunhas, professores, pais, todos em geral, que de uma forma ou outra são inseridos em todo e qualquer processo educativo, para que juntos estudem e discutam a melhor forma de se utilizar do tempo livre de cada um, em busca de atividades que envolvam muitas pessoas e tragam benefícios e prazer a todos. Também pode-se complementar dizendo que a amizade e o respeito com pessoas de diferentes personalidades é algo que pode trazer muitos benefícios e aprendizagens úteis a todos nós. Para concluir, venho dizer que não podemos deixar que nossas crianças se tornem marginais no futuro, simplesmente por falta de referências positiva em sua infância, então cabe a todos além de broncas e castigos dar carinho e afeto que todos merecem. Ainda quero dizer que esse trabalho é apenas uma abordagem ao tema que vem sendo muito discutido e que toda sociedade deveria se voltar para eles em busca da construção de cidadãos não somente críticos e conscientes de sua realidade, mas, também, honrados e amigos.
Bibliografia
ABRAMOVAY, Miriam ; et alli - Guangues , galeras, chegados e rappers. RJ, Ed. Garamond , 1999.
COLOMBIER,Claire; MANGEL,Gilbert; PERDRIAULT,Marguerite . A violência na escola. São Paulo, Ed.Summus,1989.
FERMOSO, P. ( 1998 ). La Violencia em La escuela: El educador- pedagogo social escolar. In Pantoja, L. ( Org ). Nuevos espaços de La edución social. Bilbao: Universidad de Deusto.
Silvana Sandri: Professora da Educação Básica do Estado de Mato Grosso. Graduada em Normal Superior “ Anos Iniciais” e Pós Graduada em Psicopedagogia e Gestão Escolar.
A violência nas escolas é algo que tem aumentado consideravelmente, e, isso tem trazido preocupação tanto para os pais quanto aos educadores. Quando se fala em violência, o que vem à nossa mente é o conceito físico, onde um agride o outro a socos, ponta pés, e ou até mesmo atirando objetos, como por exemplo, mesas e ou cadeiras. Mas, no entanto, isso vem ocorrendo de forma que abrange muito o psicológico do agredido. Pois, este por muitas vezes é violentado por meio de insultos, apelidos, xingamentos, o que acaba ferindo mais fundo ainda. A pessoa que é agredida sente-se com a alma ferida, com o coração amargurado, e, sem saber como reagir à situação, esta acaba também por muitas vezes se tornando um agressor como forma de se proteger e ou se vingar daqueles que o agrediram. Tal violência tem ocorrido de forma tão habitual entre os jovens e adolescentes, que estes acabam por achar tudo normal e natural que quando fazem uso de palavras agressivas e são chamados atenção, costumam dizer que quem o está corrigindo é careta e que não compreendem suas linguagens. E, não se pode esquecer os meios de comunicação, que cada vez mais vem proporcionando programas que incentivam as crianças e adolescente a agirem de forma agressiva e até mesmo violenta em busca de conseguir algo que desejam. Até mesmo os desenhos animados vem com um certo grau de violência, fazendo com que as crianças desde pequenos vejam a vida como uma guerra constante, onde vence o mais forte. E, vendo dessa forma, o que sobra ao educador fazer para ajudar esses jovens a perceberem o mau que estão causando aos outros e a si mesmos?
“O educador social é um profissional que pode agir e interactuar na prevenção e resolução dos problemas de violência. Como profissional híbrido pode atuar de diferentes formas, designadamente com a família, com as crianças ou jovens, no meio onde se registrem focos de violência e mesmo elemento mediador. ( FERMOSO, 1998:93 )
De acordo com o autor, ao professor cabe o papel de auxiliar tanto o aluno quanto os pais, na tomada de medidas em busca de solucionar tal problema. Assim, pode se dizer que o educador age como intermediário da paz, entre os alunos e sua família, e entre todos os colegas de escola.
E, ao se tratar do bullying, em especial nas escolas, pode se constatar que o sexo masculino é o mais atingido, onde os meninos se desentendem com mais facilidade e acabam por usarem essa prática como forma de ataque e ou defesa. Mas, e a escola, por que não combate isso? Essa pergunta muitas vezes é feita por pais, sociedade em geral e por educadores, que se sentem na obrigação de fazer algo e que não conseguem reverter isso. É notado que a desigualdade social é um dos principais fatores na ocorrência do bullying nas escolas.
“A partir desse... de estar numa posição secundária na sociedade e de possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, porque além de serem pobres se sentem maltratados, vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são muito violentas e repletas de ódio...” ( ABRAMOVAY ET all, 199: 62 ).
Assim, ao educador cabe orientar aos seus alunos acerca do racismo, para que todos sejam tratados de forma igualitária , sem nenhuma discriminação. Sendo assim, todos verão uns aos outros como amigos, sem nenhuma necessidade de algum tipo de agressão. E a eles cabe observar e perceber que ninguém tem culpa de alguém ter mais ou menos dinheiro que o outro.
Nas escolas também além de coisas boas que são oferecidas pelos educadores, existem também outras que são ofertados por outras pessoas, e que não trazem nenhum benefício ao estudante.
“O indivíduo enfrenta uma grande oferta de oportunidades: o uso de drogas, uso de bebidas alcoólicas, uso da arma de fogo aliada a inexistência do controle da polícia , da família e comunidade tornam o indivíduo motivado a concluir o ato delitivo. " Carências afetivas e causas sócio-econômicas ou culturais certamente aí se misturam, para desembocar nestas atitudes" . (COLOMBIER,1989,p.35) .
Mesmo com esse acervo de ofertas, nós ainda podemos enfrentar esse problema nas escolase vencermos, juntamente com toda a sociedade.
Ao observar vários alunos no pátio de diferentes escolas, em salas de aula e até nas aulas ao ar livre, foi possível constatar que o bullying ocorre com maior freqüência naquele espaço onde há um número pequeno de profissionais, e por conta disso a supervisão deixa a desejar, e ou até mesmo por um número de alunos acima do considerado normal, podendo haver uma super lotação, e assim, o número de profissionais da educação disponibilizado para aquele local torna-se insuficiente. E, isso pode contribuir e muito, com os “valentões” da escola, pois eles se sentem impune diante do que fazem e cada dia agem com mais violência. Mas, onde estão os educadores? Esta é mais uma das perguntas que recai sobre esses profissionais. E eu me proponho a respondê-la da forma que vejo nossa educação. Estamos aqui, mas no entanto, por muitos vezes não nos sentimos preparados para agir. São tantas as cobranças encima dos educadores, que estes por sua vez, assistem atos de violência entre colegas, e como não se sentem preparados para intervir, separar ou até mesmo julgar quem está certo ou errado, acaba por castigar todos os envolvidos, e até aquele considerado a vítima acaba por ser punido, e isso pode levá-lo a refletir e chegar a conclusão que fora injustiçado, e a achar que não vale a pena fugir das brigas, e assim ele também pode vir a se tornar um agressor. Sendo assim, é possível dizer que, cabe aos educadores antes de aplicar qualquer castigo, ouvir ambas as partes, dando a oportunidade para que cada um se defenda, e, assim poderá ser feita uma discussão em busca de constatar o culpado, não somente para puni-lo, mas ,para aproveitar o momento e mostrar que este precisa mudar seu comportamento, sua forma de agir, para que no futuro quando se tornar um adulto ele não venha ter problemas de relacionamento ou até mesmo de comportamento, tornando-se mais agressivo e ou até mesmo tendo problemas judiciais.De certa forma, a sociedade em geral tem deixado a desejar quando se fala em educação, pois, na maioria das vezes os pais tem confundido o real papel do educador na vida de seus filhos. E, como educadora,venho expressar minha insatisfação diante de tantas responsabilidades que tem recaído sobre essa profissão. Mas, ao mesmo tempo me sinto na obrigação de auxiliar tanto aqueles que são alvos de bullying quanto os autores de tal agressão. Nesse estudo, pode constatar que o melhor a se fazer nesse caso, é trabalhar com o auxilio do conselho tutelar, em busca de palestras, de apresentações de teatro ou de qualquer outro meio que venha facilitar a compreensão de todos acerca da necessidade sem e manter um relacionamento amigável. E, quanto aos autores do bullying, é muito importante que a punição não seja feita de forma física, nem pelos pais e de nunca por educadores, onde isso poderá acarretar somente mais violência. Nesse contexto, a escola pode utilizar-se desse “problema”, para envolver todos, tanto agressores quanto agredidos, aqueles que servem como testemunhas, professores, pais, todos em geral, que de uma forma ou outra são inseridos em todo e qualquer processo educativo, para que juntos estudem e discutam a melhor forma de se utilizar do tempo livre de cada um, em busca de atividades que envolvam muitas pessoas e tragam benefícios e prazer a todos. Também pode-se complementar dizendo que a amizade e o respeito com pessoas de diferentes personalidades é algo que pode trazer muitos benefícios e aprendizagens úteis a todos nós. Para concluir, venho dizer que não podemos deixar que nossas crianças se tornem marginais no futuro, simplesmente por falta de referências positiva em sua infância, então cabe a todos além de broncas e castigos dar carinho e afeto que todos merecem. Ainda quero dizer que esse trabalho é apenas uma abordagem ao tema que vem sendo muito discutido e que toda sociedade deveria se voltar para eles em busca da construção de cidadãos não somente críticos e conscientes de sua realidade, mas, também, honrados e amigos.
Bibliografia
ABRAMOVAY, Miriam ; et alli - Guangues , galeras, chegados e rappers. RJ, Ed. Garamond , 1999.
COLOMBIER,Claire; MANGEL,Gilbert; PERDRIAULT,Marguerite . A violência na escola. São Paulo, Ed.Summus,1989.
FERMOSO, P. ( 1998 ). La Violencia em La escuela: El educador- pedagogo social escolar. In Pantoja, L. ( Org ). Nuevos espaços de La edución social. Bilbao: Universidad de Deusto.
Silvana Sandri: Professora da Educação Básica do Estado de Mato Grosso. Graduada em Normal Superior “ Anos Iniciais” e Pós Graduada em Psicopedagogia e Gestão Escolar.
MT- Fórum define unidades que receberão curso de Formação
A elaboração do Plano Estadual de Formação para os profissionais da Educação de Mato Grosso e a definição de critérios de seleção das unidades de ensino que serão atendidas com os cursos ofertados foram pautas da 16º reunião do Fórum Estadual Permanente de Apoio à Formação Docente, realizada nesta quinta-feira (17.05), na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Cuiabá.
O encontro contou com a participação do coordenador geral de Apoio à Gestão Democrática dos Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (MEC), Walisson Maurício Araújo, e de representantes das entidades educacionais que compõe o Fórum. Na ocasião, a assessora técnica da Seduc, Rosângela Moreira, fez uma apresentação sobre as formações que serão ofertados via PDE Interarivo.
Segundo a superintendente de Formação da Seduc, Ema Marta Dunck Cintra, os educadores de Mato Grosso terão a disposição mais 100 novos cursos formativos de aperfeiçoamento, especialização e extensão em todas as áreas do conhecimento. “Além das formações: inicial e continuada previstas na plataforma Freire o Ministério da Educação (MEC) abre mais essa possibilidade via PDE”, disse.
Rosângela Moreira explicou que para participar das formações cada Escola deve se cadastrar no sistema SIMEC do Ministério e realizar o diagnóstico e as solicitações dos cursos por intermédio do PDE Interativo. Ela contou que até o momento 423 unidades de ensino já apresentaram seus “Planos de Formações, ou seja, suas necessidades formativas” via sistema. “Cabe agora ao Fórum validar esses planos”, afirmou.
Vagas e Critérios
O total de Escolas que apresentou demandas de formação no Estado resultou em 15.219 solicitações de vagas para cursos. Porém, Rosangela informou que para este ano o MEC ofertará via PDE 3.331 vagas para os professores de Mato Grosso. “A definição de quais unidades de ensino que terão seus profissionais atendidos precisa ser definido até o dia 30 deste mês”, ressaltou.
Para a secretária adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, Fátima Resende, o fato das Escolas poderem dizer para a Seduc e MEC quais cursos elas querem que seus profissionais façam democratiza a política de oferta de formação continuada, porém “o Fórum precisa definir critérios satisfatórios para contemplar as que serão atendidas primeiro”.
Entre os critérios que o Fórum deverá utilizar estão: baixo IDEB, o fato de seus profissionais não terem participado de formações anteriores, adequação dos cursos as necessidades da escola, entre outros. Walisson Araújo ressaltou que as unidades que não forem atendidas este ano poderão se inscrever para 2013. “A meta do MEC é reforçar a oferta de formação continuada ao máximo de educadores, nos próximos anos”, afirmou.
A superintendente Ema Marta destacou que após a seleção das Escolas, o processo de formação será conduzido pelas Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado. “As aulas serão ministradas pela UFMT, UNEMAT e IFMT nos pólos da Universidade Aberta do Brasil. (UAB)”, finalizou.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
O encontro contou com a participação do coordenador geral de Apoio à Gestão Democrática dos Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (MEC), Walisson Maurício Araújo, e de representantes das entidades educacionais que compõe o Fórum. Na ocasião, a assessora técnica da Seduc, Rosângela Moreira, fez uma apresentação sobre as formações que serão ofertados via PDE Interarivo.
Segundo a superintendente de Formação da Seduc, Ema Marta Dunck Cintra, os educadores de Mato Grosso terão a disposição mais 100 novos cursos formativos de aperfeiçoamento, especialização e extensão em todas as áreas do conhecimento. “Além das formações: inicial e continuada previstas na plataforma Freire o Ministério da Educação (MEC) abre mais essa possibilidade via PDE”, disse.
Rosângela Moreira explicou que para participar das formações cada Escola deve se cadastrar no sistema SIMEC do Ministério e realizar o diagnóstico e as solicitações dos cursos por intermédio do PDE Interativo. Ela contou que até o momento 423 unidades de ensino já apresentaram seus “Planos de Formações, ou seja, suas necessidades formativas” via sistema. “Cabe agora ao Fórum validar esses planos”, afirmou.
Vagas e Critérios
O total de Escolas que apresentou demandas de formação no Estado resultou em 15.219 solicitações de vagas para cursos. Porém, Rosangela informou que para este ano o MEC ofertará via PDE 3.331 vagas para os professores de Mato Grosso. “A definição de quais unidades de ensino que terão seus profissionais atendidos precisa ser definido até o dia 30 deste mês”, ressaltou.
Para a secretária adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, Fátima Resende, o fato das Escolas poderem dizer para a Seduc e MEC quais cursos elas querem que seus profissionais façam democratiza a política de oferta de formação continuada, porém “o Fórum precisa definir critérios satisfatórios para contemplar as que serão atendidas primeiro”.
Entre os critérios que o Fórum deverá utilizar estão: baixo IDEB, o fato de seus profissionais não terem participado de formações anteriores, adequação dos cursos as necessidades da escola, entre outros. Walisson Araújo ressaltou que as unidades que não forem atendidas este ano poderão se inscrever para 2013. “A meta do MEC é reforçar a oferta de formação continuada ao máximo de educadores, nos próximos anos”, afirmou.
A superintendente Ema Marta destacou que após a seleção das Escolas, o processo de formação será conduzido pelas Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado. “As aulas serão ministradas pela UFMT, UNEMAT e IFMT nos pólos da Universidade Aberta do Brasil. (UAB)”, finalizou.
VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT
Ensino médio deveria ter, pelo menos, mais 2 milhões de alunos
Conclusão é do Inep, a partir do Censo Escolar 2011. Garantir aprendizagem na idade correta ainda é desafio
Priscilla Borges, iG Brasília
A última etapa da educação básica deveria receber, todos os anos, um contingente de, pelo menos, mais 2 milhões de alunos. A conclusão está no relatório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre o Censo Escolar 2011. Os dados mostram que, no ano passado, 8,4 milhões de alunos frequentaram a etapa.
“A estimativa é que a situação de equilíbrio da matrícula esteja em torno de 10,4 milhões de alunos, que corresponde à população na faixa etária de 15 a 17 anos, contra os atuais 8,4 milhões de matriculados”, afirma o resumo técnico do Censo Escolar 2011.
O aumento de matrículas no ensino médio, no entanto, por si só, não basta. Os técnicos do Inep que elaboraram as análises dos dados do Censo Escolar ressaltam que é preciso melhorar o fluxo escolar no ensino fundamental para garantir a expansão, já que essa é a etapa responsável pela demanda ao ensino médio.
O desafio de garantir a aprendizagem na idade é revelado, por exemplo, pela média de idade dos estudantes que concluem o ensino fundamental: 15,2 anos em 2011. O resultado já é melhor do que em 2002, quando a média de idade dos concluintes da 8ª série era de 18,8 anos.
As matrículas em cada etapa por idade do aluno ainda não foram divulgadas pelo Inep, mas estima-se que, entre os 8,4 milhões de estudantes matriculados no ensino médio, estejam muitos alunos mais velhos, fora da idade ideal. Em 2010, mais de um terço (34,5%) dos matriculados nessa etapa, 8,3 milhões, estavam atrasados.
“Historicamente, o sistema educacional brasileiro foi pouco eficiente em sua capacidade de produzir aprovados e, consequentemente, concluintes na idade correta. No entanto, a tendência atual mostra aumento no número de alunos que conseguem ultrapassar os anos iniciais do ensino fundamental”, diz o relatório do Inep.
Segundo o censo, o percentual de estudantes mais velhos do que deveriam – um sinal de que ainda não aprenderam e reprovam – matriculados no ensino fundamental caiu de 20% em 2000 para 3,9% em 2011. Educadores reclamam que muitos são aprovados sem aprender para que estes dados melhorem, mas especialistas contestam que ao menos há o ganho de manter a criança estudando. A população brasileira na faixa de 6 e 14 anos é de 29.204.148 crianças e, no ensino fundamental, há 30.358.640 alunos.
Educação de Jovens e Adultos
As dificuldades em garantir o fluxo escolar ideal se refletem também nos dados das matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA), que substituiu o antigo supletivo. O relatório aponta um fato curioso – e preocupante para o Inep – de que a idade média dos estudantes matriculados nas séries finais é menor do a média das séries iniciais.
Em 2011, os matriculados nas turmas das séries iniciais do ensino fundamental de EJA em todo o País tinham 38 anos, em média. Já nas séries finais, a média de idade caiu para 25 anos. A explicação, segundo o Inep, pode ser a matrícula de alunos que estavam – e ainda poderiam continuar – matriculados no ensino regular.
No resumo, os técnicos afirmam que “os anos iniciais não estão produzindo demanda para os anos finais do ensino fundamental de EJA. Considerando as idades dos alunos nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio de EJA, há fortes evidências de que essa modalidade está recebendo alunos provenientes do ensino regular”.
O número de alunos na educação básica caiu mais uma vez. O decréscimo foi de 1,1% em relação a 2010 (577.270 alunos). Há 50,9 milhões de estudantes matriculados em todas as etapas da educação básica. No entanto, a queda é maior quando considerada apenas a rede pública que perde um milhão de alunos por ano desde 2004. Desse total, 43 milhões estão na rede pública (que perdeu 2,1% dos alunos) e 7,9 milhões na rede privada, que cresceu 4,7%.
“Isso decorre, principalmente, da acomodação do sistema educacional, em especial na modalidade regular do ensino fundamental, com histórico de retenção e altos índices de distorção idade-série”, aponta o relatório do Inep. As redes municipais são responsáveis por quase metade das matrículas (45,7%), 23,3 milhões de alunos. As estaduais atendem a 19,4 milhões alunos (38,2%) e a federal, 257 mil (0,5% do total).
O ensino médio apresentou leve aumento de alunos: 43 mil a mais que em 2010, quando 8.357.675 frequentavam a etapa. Na EJA, a queda de matrículas dos últimos anos se manteve e ficou em 5,6%. A etapa possuía 3,9 milhões de estudantes.
De acordo com o Inep, em 2011, a contagem dos alunos foi mais precisa, porque as secretarias de educação precisaram enviar comprovantes de matrícula e frequência dos estudantes, para evitar a contagem dupla de matrículas.
Escolas privadas são menos equipadas que públicas
Dados do Censo Escolar quebram mito de que colégios particulares têm melhor infraestrutura e revelam desigualdade regional
Priscilla Borges, iG Brasília
As informações recolhidas pelo Ministério da Educação junto às 153 mil escolas de educação básica do País quebram um mito: o de que pagar uma mensalidade é garantia de acesso à melhor infraestrutura escolar.
Os dados do Censo Escolar 2011 mostram que a rede privada, proporcionalmente, está menos equipada com laboratórios de informática e internet, possui tão poucas quadras de esporte quanto a rede municipal e oferece o mesmo tanto de bibliotecas e laboratórios de ciências que a rede estadual.
De cada 10 colégios particulares, seis possuem laboratório de informática. Comparando com as escolas municipais urbanas, o número sobre para sete. Na rede estadual, 89% dos colégios oferecem acesso a computadores e, na federal, 95% deles.
No quesito internet, apesar dos números próximos, há menos colégios privados (84,5%) com acesso à banda larga do que públicos. Na rede federal, o acesso chega a 90,6% das escolas. Entre os colégios estaduais, 89,7% das escolas têm banda larga, e, na rede municipal, 86,1%.
A análise foi feita pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago Alves a partir dos microdados do Censo Escolar 2011, liberados há pouco mais de um mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
“Os números dos itens de infraestrutura desmentem o mito de que a escola privada tem sempre melhor infraestrutura que as públicas. É preciso considerar que as escolas privadas com infraestrutura de primeira são exceção e destinadas a uma minoria que pode arcar com mensalidades altas”, pondera.
Alves comenta que o item mais ausente na infraestrutura das escolas é laboratório de ciências. De cada cinco escolas urbanas, apenas uma oferece esse ambiente (22%). Nos colégios urbanos, a presença de laboratórios é comum a 67,7% da rede federal, a 34,7% da rede estadual, a 32,1% das escolas privadas e a apenas 6,9% das municipais.
Foto: Marina Morena CostaEstudantes brincam em quadra coberta de escola estadual do interior de São Paulo
Diferenças regionais
A falta de infraestrutura adequada nas escolas privadas ocorre, principalmente, nos Estados do Norte e Nordeste. Nas duas regiões, cerca de 69% dos estabelecimentos de ensino oferecem acesso à internet de banda larga, enquanto nas públicas a oferta supera os 73% em todas as redes.
Menos da metade das escolas privadas (43%) possui laboratórios de informática no Nordeste e, no Norte, está em 52%. Entre as públicas, a rede urbana municipal nordestina é que oferece a menor quantidade de computadores (56,6%). Laboratórios de ciências também estão em poucas escolas. Só existem em 17,9% das privadas nessas regiões e em menos de 4% das municipais.
Cidade X campo
Nas comparações dos números, Alves descarta as escolas rurais. Apesar de serem numerosas – 71,5 mil do total de 153 mil – poucas são privadas (354). Além disso, elas atendem menos estudantes e têm uma realidade muito específica para serem agrupadas nas análises gerais, segundo o pesquisador.
“É preciso separar a análise da área rural da urbana. Essas escolas são pequenas, têm poucas salas de aula e, claro, sofrem com a falta de muitos equipamentos disponíveis nas estruturas urbanas. Por isso, é danoso incluí-las nas comparações”, afirma.
Na opinião do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a preocupação com a infraestrutura das escolas não pode se esgotar apenas com a oferta dos insumos. “Não adianta apenas ter o insumo, é preciso usá-lo. O importante é discutir o projeto pedagógico da escola”, diz.
Priscilla Borges, iG Brasília
As informações recolhidas pelo Ministério da Educação junto às 153 mil escolas de educação básica do País quebram um mito: o de que pagar uma mensalidade é garantia de acesso à melhor infraestrutura escolar.
Os dados do Censo Escolar 2011 mostram que a rede privada, proporcionalmente, está menos equipada com laboratórios de informática e internet, possui tão poucas quadras de esporte quanto a rede municipal e oferece o mesmo tanto de bibliotecas e laboratórios de ciências que a rede estadual.
De cada 10 colégios particulares, seis possuem laboratório de informática. Comparando com as escolas municipais urbanas, o número sobre para sete. Na rede estadual, 89% dos colégios oferecem acesso a computadores e, na federal, 95% deles.
No quesito internet, apesar dos números próximos, há menos colégios privados (84,5%) com acesso à banda larga do que públicos. Na rede federal, o acesso chega a 90,6% das escolas. Entre os colégios estaduais, 89,7% das escolas têm banda larga, e, na rede municipal, 86,1%.
A análise foi feita pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago Alves a partir dos microdados do Censo Escolar 2011, liberados há pouco mais de um mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
“Os números dos itens de infraestrutura desmentem o mito de que a escola privada tem sempre melhor infraestrutura que as públicas. É preciso considerar que as escolas privadas com infraestrutura de primeira são exceção e destinadas a uma minoria que pode arcar com mensalidades altas”, pondera.
Alves comenta que o item mais ausente na infraestrutura das escolas é laboratório de ciências. De cada cinco escolas urbanas, apenas uma oferece esse ambiente (22%). Nos colégios urbanos, a presença de laboratórios é comum a 67,7% da rede federal, a 34,7% da rede estadual, a 32,1% das escolas privadas e a apenas 6,9% das municipais.
Foto: Marina Morena CostaEstudantes brincam em quadra coberta de escola estadual do interior de São Paulo
Diferenças regionais
A falta de infraestrutura adequada nas escolas privadas ocorre, principalmente, nos Estados do Norte e Nordeste. Nas duas regiões, cerca de 69% dos estabelecimentos de ensino oferecem acesso à internet de banda larga, enquanto nas públicas a oferta supera os 73% em todas as redes.
Menos da metade das escolas privadas (43%) possui laboratórios de informática no Nordeste e, no Norte, está em 52%. Entre as públicas, a rede urbana municipal nordestina é que oferece a menor quantidade de computadores (56,6%). Laboratórios de ciências também estão em poucas escolas. Só existem em 17,9% das privadas nessas regiões e em menos de 4% das municipais.
Cidade X campo
Nas comparações dos números, Alves descarta as escolas rurais. Apesar de serem numerosas – 71,5 mil do total de 153 mil – poucas são privadas (354). Além disso, elas atendem menos estudantes e têm uma realidade muito específica para serem agrupadas nas análises gerais, segundo o pesquisador.
“É preciso separar a análise da área rural da urbana. Essas escolas são pequenas, têm poucas salas de aula e, claro, sofrem com a falta de muitos equipamentos disponíveis nas estruturas urbanas. Por isso, é danoso incluí-las nas comparações”, afirma.
Na opinião do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a preocupação com a infraestrutura das escolas não pode se esgotar apenas com a oferta dos insumos. “Não adianta apenas ter o insumo, é preciso usá-lo. O importante é discutir o projeto pedagógico da escola”, diz.
Apenas 11% dos alunos sabem matemática ao fim do ensino médio, mostra anuário
Por: Lara Haje, da Agência Câmara
Brasília – O Anuário Brasileiro da Educação Básica-2012 mostra que o nível de aprendizagem entre estudantes brasileiros ainda é muito baixo, especialmente de matemática. Em 2009, apenas 11% dos alunos brasileiros mostram proficiência esperada na disciplina ao chegar ao 3º ano do ensino médio.
O lançamento do anuário foi realizado nesta quarta-feira (9) na Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Formulado pelo movimento Todos Pela Educação – que congrega sociedade civil organizada, educadores e gestores públicos em torno do direito à educação básica de qualidade –, o anuário é um panorama do setor, com compilação de análises e dos dados oficiais mais recentes.
De acordo com o Todos pela Educação, para que a educação do Brasil atinja o patamar dos países desenvolvidos até 2022, a meta é que 70% ou mais dos alunos tenham aprendido o que é adequado para a sua série em cada disciplina.
“Mesmo nos estados mais ricos e com investimento maior em educação, o nível de aprendizagem dos estudantes brasileiros é baixo, principalmente no ensino médio e especialmente em matemática”, aponta a diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscilla Cruz. No Sudeste, por exemplo, apenas 13,7% dos alunos alcançam desempenho adequado em matemática ao fim do 3º ano do ensino médio. Na Região Norte, esse percentual é de apenas 4,9% dos alunos.
Para ela, é importante que o País tenha um projeto claro que impulsione o aprendizado da disciplina. “A matemática é fundamental para se ter uma população preparada para o século XXI”, diz Priscilla. Ela destaca que o poder de compra da sociedade brasileira está crescendo, inclusive na classe D e E. “Estamos formando uma classe consumidora que não sabe fazer conta”, observa.
Mais jovens formados
A diretora do Todos pela Educação destaca, como positivo, o dado de que mais jovens têm se formado no ensino médio. Em 2009, o percentual de jovens de 19 anos que concluíram o ensino médio era de 50,9%; em 2003, esse percentual era de apenas 43,1%. “Mas o ritmo ainda é lento”, afirma Priscilla. “Estamos conseguindo avançar, mas não da forma que o País precisa e que os jovens precisam para atuar de forma cidadã e consciente”.
Essa também é a visão do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Segundo ele, o anuário mostra que o Brasil está melhorando no setor de educação, mas não está melhorando em velocidade suficiente para enfrentar “as exigências educacionais do mundo moderno”.
Outro dado relevante contido no anuário é a desigualdade educacional no Brasil. “Essa desigualdade educacional é berço da desigualdade socioeconômica do País, que é muito naturalizada, infelizmente”, ressalta Priscilla. “O brasileiro acha natural oportunidades diferentes entre classes sociais diferentes, regiões, raças, idades – e isso tem que ser desnaturalizado.”
Um exemplo dessa desigualdade é o próprio percentual de jovens de 19 anos que concluíram o ensino médio. Se na região Norte essa taxa era de 39,1% em 2009, na Região Sudeste o percentual era de 60,5%.
Para o secretário nacional de Educação Básica, Cesar Callegari, o anuário é uma fotografia da educação brasileira, que mostra evoluções, mas também “o enorme caminho a ser percorrido para se chegar à educação de qualidade para todos no País”. Callegari elogiou o movimento organizado da sociedade, que está ajudando a formar um pacto social pela educação de qualidade. Segundo ele, a base desse pacto é o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10 ). “O plano precisa ser votado; não podemos deixar que a discussão do plano fique reduzida ao financiamento da educação”, disse.
Royalties para educação
Na Comissão Especial do PNE, a votação tem sido atrasada pela polêmica em torno do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) a ser investido na educação. Hoje, a União, os Estados e os municípios investem juntos o valor de 5% do PIB no setor. No texto original do PNE, o governo sugeria 7%. Já o relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) prevê 8% de investimentos totais em educação; enquanto entidades da sociedade civil e outros deputados pedem investimento de, pelo menos, 10% do PIB em até dez anos.
De acordo com o secretário de Educação Básica, a porcentagem deve ser resolvida pelo Congresso Nacional. “Mas temos que ter a consciência de quanto o Brasil dispõe”, opinou. “Há muitas outras formas de avançar, melhorando a eficácia e eficiências dos recursos que temos hoje, e o PNE aponta várias dessas direções”, completou.
Conforme o presidente da Comissão de Educação, deputado Newton Lima (PT-SP), é primordial discutir de onde virão os recursos para investimentos na educação – “seja esse investimento de 8%, 9% ou 10% do PIB”. O deputado defende que 50% dos royalties do petróleo sejam destinados para as áreas de educação, ciência e tecnologia. A iniciativa já foi acatada pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator do projeto sobre as novas regras de distribuição dos royalties do petróleo. Lima pediu mobilização da sociedade civil para que os deputados aprovem a proposta.
Brasília – O Anuário Brasileiro da Educação Básica-2012 mostra que o nível de aprendizagem entre estudantes brasileiros ainda é muito baixo, especialmente de matemática. Em 2009, apenas 11% dos alunos brasileiros mostram proficiência esperada na disciplina ao chegar ao 3º ano do ensino médio.
O lançamento do anuário foi realizado nesta quarta-feira (9) na Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Formulado pelo movimento Todos Pela Educação – que congrega sociedade civil organizada, educadores e gestores públicos em torno do direito à educação básica de qualidade –, o anuário é um panorama do setor, com compilação de análises e dos dados oficiais mais recentes.
De acordo com o Todos pela Educação, para que a educação do Brasil atinja o patamar dos países desenvolvidos até 2022, a meta é que 70% ou mais dos alunos tenham aprendido o que é adequado para a sua série em cada disciplina.
“Mesmo nos estados mais ricos e com investimento maior em educação, o nível de aprendizagem dos estudantes brasileiros é baixo, principalmente no ensino médio e especialmente em matemática”, aponta a diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscilla Cruz. No Sudeste, por exemplo, apenas 13,7% dos alunos alcançam desempenho adequado em matemática ao fim do 3º ano do ensino médio. Na Região Norte, esse percentual é de apenas 4,9% dos alunos.
Para ela, é importante que o País tenha um projeto claro que impulsione o aprendizado da disciplina. “A matemática é fundamental para se ter uma população preparada para o século XXI”, diz Priscilla. Ela destaca que o poder de compra da sociedade brasileira está crescendo, inclusive na classe D e E. “Estamos formando uma classe consumidora que não sabe fazer conta”, observa.
Mais jovens formados
A diretora do Todos pela Educação destaca, como positivo, o dado de que mais jovens têm se formado no ensino médio. Em 2009, o percentual de jovens de 19 anos que concluíram o ensino médio era de 50,9%; em 2003, esse percentual era de apenas 43,1%. “Mas o ritmo ainda é lento”, afirma Priscilla. “Estamos conseguindo avançar, mas não da forma que o País precisa e que os jovens precisam para atuar de forma cidadã e consciente”.
Essa também é a visão do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Segundo ele, o anuário mostra que o Brasil está melhorando no setor de educação, mas não está melhorando em velocidade suficiente para enfrentar “as exigências educacionais do mundo moderno”.
Outro dado relevante contido no anuário é a desigualdade educacional no Brasil. “Essa desigualdade educacional é berço da desigualdade socioeconômica do País, que é muito naturalizada, infelizmente”, ressalta Priscilla. “O brasileiro acha natural oportunidades diferentes entre classes sociais diferentes, regiões, raças, idades – e isso tem que ser desnaturalizado.”
Um exemplo dessa desigualdade é o próprio percentual de jovens de 19 anos que concluíram o ensino médio. Se na região Norte essa taxa era de 39,1% em 2009, na Região Sudeste o percentual era de 60,5%.
Para o secretário nacional de Educação Básica, Cesar Callegari, o anuário é uma fotografia da educação brasileira, que mostra evoluções, mas também “o enorme caminho a ser percorrido para se chegar à educação de qualidade para todos no País”. Callegari elogiou o movimento organizado da sociedade, que está ajudando a formar um pacto social pela educação de qualidade. Segundo ele, a base desse pacto é o Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10 ). “O plano precisa ser votado; não podemos deixar que a discussão do plano fique reduzida ao financiamento da educação”, disse.
Royalties para educação
Na Comissão Especial do PNE, a votação tem sido atrasada pela polêmica em torno do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) a ser investido na educação. Hoje, a União, os Estados e os municípios investem juntos o valor de 5% do PIB no setor. No texto original do PNE, o governo sugeria 7%. Já o relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) prevê 8% de investimentos totais em educação; enquanto entidades da sociedade civil e outros deputados pedem investimento de, pelo menos, 10% do PIB em até dez anos.
De acordo com o secretário de Educação Básica, a porcentagem deve ser resolvida pelo Congresso Nacional. “Mas temos que ter a consciência de quanto o Brasil dispõe”, opinou. “Há muitas outras formas de avançar, melhorando a eficácia e eficiências dos recursos que temos hoje, e o PNE aponta várias dessas direções”, completou.
Conforme o presidente da Comissão de Educação, deputado Newton Lima (PT-SP), é primordial discutir de onde virão os recursos para investimentos na educação – “seja esse investimento de 8%, 9% ou 10% do PIB”. O deputado defende que 50% dos royalties do petróleo sejam destinados para as áreas de educação, ciência e tecnologia. A iniciativa já foi acatada pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), relator do projeto sobre as novas regras de distribuição dos royalties do petróleo. Lima pediu mobilização da sociedade civil para que os deputados aprovem a proposta.
Fernando Henrique Cardoso: "Educação significa aprender a perguntar e a pensar"
DEPOIMENTOS
O ex-presidente da República conta que descobriu o verdadeiro sentido da Educação quando entrou na Universidade de São Paulo
Para Fernando Henrique Cardoso, valorizar a Educação é dever dos governantes
Tive a Educação regular que todas as crianças e jovens de famílias de classe média tradicional (isto é, educadas) tiveram. Frequentei escolas primárias no Rio e em São Paulo, ambas privadas, e do mesmo modo, nas duas cidades fiz em escolas privadas o curso secundário.
O verdadeiro sentido da Educação se abriu para mim, entretanto, quando entrei na Universidade de São Paulo, em 1949. Naquela época alguns professores estrangeiros, sobretudo franceses, ainda davam as cartas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Também fiz curso de pós doutorado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris.
Aprendi, então, que Educação significa, mais do que transferência de informações, aprender a perguntar e a pensar: método. Mais vale ler um bom livro, qualquer que seja a orientação do autor, que abra a cabeça, do que perder tempo com dogmatismos ou muitas informações de utilidade duvidosa.
Passei grande parte de minha vida útil dedicando-me ao magistério. Na USP e, mais tarde nas universidades do Chile, de Stanford, Berkeley, Cambridge e na Universidade de Paris. Depois que deixei a Presidência da República voltei às aulas na Universidade de Brown, nos Estados Unidos onde fui professor visitante até há dois anos.
Como presidente, dei ênfase à expansão do Ensino Fundamental e técnico. O Brasil precisa muito que todas as crianças estejam nas escolas, que permaneçam nelas por mais horas do que o habitual e que as escolas as preparem para a vida. A vida moderna requer conhecimentos básicos de matemática, informática, português e pelo menos de uma outra língua. Mas, sobretudo história (com sabor sociológico) e algo de filosofia, ou melhor, de reflexão sobre a vida e as pessoas. Para isso é fundamental dispor de professores bem treinados, motivados, bem pagos e capazes de despertar o entusiasmo do aluno. Requisitos fáceis de mencionar e difíceis de serem efetivados.
De qualquer modo, para quem teve as oportunidades que tive de me educar é impensável não dar valor à Educação. Quando nasci metade dos brasileiros não sabia ler nem escrever. Agora serão dez por cento da população. Mas mesmo assim, os cursos ainda são precários. Acho que é dever de quem teve a oportunidade de se educar, principalmente dos governantes, valorizar a educação e entendê-la no verdadeiro sentido a que me referi: como um contínuo processo de aprendizagem, formal e informal, no qual mais vale saber indagar e refletir do que ter respostas feitas, como se a cabeça de cada um fosse um arquivo.
Fernando Henrique Cardoso foi presidente do Brasil de 1995 a 2002. É sociólogo e autor de vários livros sobre mudança social e desenvolvimento no Brasil e na América Latina. Atualmente ele preside o Instituto Fernando Henrique Cardoso, que preserva e dá acesso ao seu arquivo pessoal, além de promover o debate sobre democracia e desenvolvimento.
Daniela Biancardi: "Foi o teatro que me ofereceu uma educação criativa, ética e política"
Daniela trabalha com teatro e arte circense e por acreditar no poder educativo da arte, tem desenvolvido diversas atividades em comunidades carentes.
Em 2007, Daniela se tornou a primeira brasileira a excursionar com a ONG Palhaços sem Fronteiras, levando cultura para crianças da África do Sul e Lesoto.
Posso falar sobre como a Educação ainda me transforma por meio de dois caminhos: minha família e minhas escolas. Afinal, não paramos de aprender nunca, e portanto o verbo mudar, eu não colocaria no passado...
Tenho uma mãe extremamente participativa em tudo que faço. Neta de italianos, ela detinha um sítio como espaço de convívio e trabalho. Ela vivia cercada por muitos irmãos, primos, tios, aprendendo o sentido de compartilhar em casa, no trabalho pesado na roça desde cedo e como operária de uma fábrica mais a frente. Isso certamente foi um fator influente em minha educação. E com meu pai não seria diferente, filho de italiano operário e músico. Ainda assim, não romantizo esta fase de minha infância, pois sempre estive ciente dos momentos difíceis vividos pelos meus pais. A cultura machista estava arraigada em suas vidas, e tive que conviver com o alcoolismo de alguns tios e de papai. Mas sempre lembro que tive um pai e uma mãe muito criativos para avançar com sua subsistência.
Durante as décadas de 80 e 90, estudei em uma escola pública sem nenhum recurso artístico, cultural e científico para aprendizagem. Era um ambiente com mais de 30 crianças na sala de aula, móveis que eram resquícios da ditadura militar, paredes de cor bege, corredores frios, nenhuma imagem ou cor que celebrasse e localizasse a criança como ente fundamental e pulsante da comunidade escolar. Isto ainda me fere e tenho dificuldades de compreender porque a escola pública ainda sofre por falta de estrutura.
A escola pública, que deveria ser referência em nosso país, quase não sobrevive em alguns estados. Continua com esta estrutura que massacra uma geração de futuro e não nos enobrece, nos torna ainda mais ignorantes....
É sabido que temos ainda poucas escolas, que mais de 20 crianças numa sala só estrangula a rotina de um professor, que espaços frios impedem o convívio social pela ética e diálogo entre corpo docente e discente e não estimulam corpo nenhum ao criativo e pensante. Por que as escolas ainda não oferecem uma estrutura que no torne pulsantes e vivos para revolução de uma sociedade?
Fui entender outras práticas de aprendizagem que não a da cópia de lousa e professor gritando, nas escolas de Teatro. Foi o teatro que me ofereceu uma educação para um corpo criativo, ético, político e pedagógico. Ainda assim, não nego meus professores da infância, que mesmo numa estrutura quase indigna para o que deve ter uma escola, se desdobravam "em mil" para nos oferecer algo diverso. Todavia, sabemos que não se pode deixar tudo a cargo de um professor.
Hoje sou professora de uma escola de teatro, e ali nos deparamos com questões que dizem respeito ao convívio e formas de diálogo entre os aprendizes e orientadores. Acreditamos que uma escola se dá a partir desta relação, quando podemos refletir sobre a ampliação crítica a respeito do mundo por meio da arte.
Então, por que a arte não é mais presente nas escolas públicas? Por que o esporte não se torna rotina diária? Por que uma criança não aprende a tocar um instrumento desde cedo? Por que os pais não participam mais das atividades escolares? Por que o Brasil sofre carência de boas escolas e por que em cada estado a realidade se dá de forma distinta? Por que não se pode estudar história ou ciências outras por um caminho poético e criativo, por práticas que estimulem o aprendiz a de fato compreender estas ciências partindo de sua própria casa e escola. E que estas práticas gerem debates entre aprendizes e sua escola sobre o que vivemos no Brasil e mundo. Por que não existe um movimento ou grupo de estudantes em Brasília a questionar os governantes sobre seu futuro?
Espero que o espaço público "Escola" retome seu sentido no mundo e que, no Brasil, todo cidadão brigue por uma escola que não anule o ente e sim, que amplie sua dimensão crítica sobre a vida. Nós temos meios e pessoas que desejam esta mudança. Basta procurar por elas.
Daniela Biancardi trabalha com teatro e arte circense há anos. Formou-se na Escola Superior de Artes Célia Helena (SP), cursou a École Internationale duThéâtre Jacques Lecoq na França e a Kiklos Scuola na Itália. Atua como atriz, orientadora de teatro e coordenadora de projetos culturais e artísticos. Por seu engajamento social, desenvolvendo trabalhos em regiões carentes de São Paulo e no continente africano, recebeu o Prêmio Cláudia em 2011 na categoria Cultura.
Letra feia é um problema?
CALIGRAFIA
Por que algumas crianças têm letra bonita enquanto outras parecem ter dificuldade para desenhar as palavras?
Texto Adriana Carvalho
Aprender a escrita de mão na era do computador e da digitação ainda é importante?
Se seu filho está no Ensino Fundamental e não consegue fazer aquele traçado redondinho e perfeito das letras, não se alarme: ter letra bonita não é o essencial. Segundo os especialistas no assunto, a questão principal não é a beleza da letra. O importante é ajudá-lo a se exercitar para ter uma letra legível, para que ele possa efetivamente se comunicar por meio da escrita. "O cuidado precisa ser em ajudar a criança a ter uma letra legível, que possa ser compreendida por diferentes leitores, dentro e fora da sala de aula", diz Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila, de São Paulo.
Uma letra legível se conquista com a prática, ressalta a neurocientista Elvira Souza Lima. "A letra da criança precisa ser compreensível para que ela e os outros leiam. E isso só se consegue com treino. A criança que desenha muito dos 3 aos 6 anos geralmente consegue educar melhor o movimento", afirma Elvira, que é doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Sorbonne, em Paris.
Além de desenhar, exercícios de traçado e cópias de texto também ajudam a desenvolver os movimentos da mão. E para quem acha que a letra cursiva está ultrapassada por causa do uso cada vez mais freqüente da digitação e do computador, vale explicar: esse tipo de letra tem funções que vão além da comunicação escrita. A letra cursiva ajuda a criança a entender a divisão entre as palavras, a exercitar a memória e também a desenvolver habilidades para outras atividades, como o desenho de mapas e de gráficos. Veja abaixo algumas das principais dúvidas sobre o assunto e as respostas das especialistas:
Para ler, clique nos itens abaixo:
Crianças que têm dificuldade com o traçado podem ter algum problema de desenvolvimento motor?A cobrança de ter "letra bonita" pode prejudicar a criança?É correto que crianças misturem letras bastão e cursiva na escrita?Os cadernos de caligrafia estão em desuso?
Na era da digitação e da internet, qual a importância de aprender a escrever em letra cursiva?O tipo de letra de cada pessoa, de cada criança, pode ser considerado uma característica pessoal sua?
Abandono afetivo vai se tornar crime
Problema causa estrados emocionais em crianças e idosos
JOANICE DE DEUS
DIÁRIO DE CUIABÁ
Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou um pai a pagar uma indenização de R$ 200 mil à filha por abandono afetivo. Já na Câmara dos de Deputados, em Brasília, tramita Projeto de Lei do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) que sujeita pais que abandonarem afetivamente seus filhos a pagamento de indenização por dano moral. Da mesma forma, o projeto modifica o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) para prever também esse direito aos pais abandonados pelos filhos.
Trata-se de um problema bastante comum, que causa profundos estragos emocionais em crianças e idosos. Aos 12 anos de idade, Bruna sabe muito bem o que é isso. “Eu fico triste quando passo por ele na rua e ele nem me olha. Não fala comigo”, conta. Ela mora no Cristo Rei, em Várzea Grande, mesma região em que reside o seu genitor. A mesma atitude, segundo ela, é adotada pela avó paterna.
Os sentimentos de Bruna só não são mais fortes porque ela tem no avô materno a figura do pai. “Na escola, quando minhas colegas perguntam sobre o meu pai, eu falo que é meu avô”, comenta a garota, que, apesar da pouca idade, se expressa bem e lamenta o fato de não poder ter um relacionamento mais próximo com quem lhe deu a vida.
A mãe de Bruna, a auxiliar financeira Fernanda Pires, conta que se separou do marido quando a filha tinha apenas um ano. Até então, ele era um pai bastante presente. “Era um bom pai”.
Com a separação, ela lembra que, de início, dispensou ajuda financeira por parte do ex-companheiro, mas jamais imaginou que ele poderia agir com tamanha frieza em relação à própria filha. “Às vezes, do nada, ela chora. Ela sente muito a falta do pai, mas acho que não reclama para não me magoar”, acredita.
Em 2010, Fernanda Pires entrou com uma ação com pedido de pensão alimentícia para a filha, mas até então, segundo ela, o pai da garota não foi notificado porque não é localizado pela Justiça nem no trabalho ou em casa.
No entendimento de Fernanda, “não que o dinheiro vá resolver o problema da falta de afeição por parte do pai, mas ajudará no sustento e na educação da menina”.
ATENÇÃO - Em sua decisão, o STJ entendeu que não basta pagar pensão alimentícia. É preciso também dar atenção e acompanhar o crescimento dos filhos.
A professora de 38 anos que ganhou a ação no Superior Tribunal de Justiça, mora em Votorantim, no interior paulista (SP). O pai tinha cinco dias para recorrer da decisão, contados a partir data da publicação do acórdão no Diário da Justiça.
Se a professora ganhar também no Supremo Tribunal Federal (STF), o caso servirá de jurisprudência, ou seja, será uma referência para situações semelhantes.
Outro projeto de lei (PL 1235/11) que tramita na Câmara torna hediondo o crime de abandono definitivo de pessoa incapaz. O autor da proposta é o deputado Ratinho Júnior (PSC/PR). Só o abandono definitivo, quando o incapaz é despejado no lixo, em um saco plástico ou jogado em terreno baldio, por exemplo, é tratado como crime hediondo pelo projeto.
JOANICE DE DEUS
DIÁRIO DE CUIABÁ
Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou um pai a pagar uma indenização de R$ 200 mil à filha por abandono afetivo. Já na Câmara dos de Deputados, em Brasília, tramita Projeto de Lei do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) que sujeita pais que abandonarem afetivamente seus filhos a pagamento de indenização por dano moral. Da mesma forma, o projeto modifica o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) para prever também esse direito aos pais abandonados pelos filhos.
Trata-se de um problema bastante comum, que causa profundos estragos emocionais em crianças e idosos. Aos 12 anos de idade, Bruna sabe muito bem o que é isso. “Eu fico triste quando passo por ele na rua e ele nem me olha. Não fala comigo”, conta. Ela mora no Cristo Rei, em Várzea Grande, mesma região em que reside o seu genitor. A mesma atitude, segundo ela, é adotada pela avó paterna.
Os sentimentos de Bruna só não são mais fortes porque ela tem no avô materno a figura do pai. “Na escola, quando minhas colegas perguntam sobre o meu pai, eu falo que é meu avô”, comenta a garota, que, apesar da pouca idade, se expressa bem e lamenta o fato de não poder ter um relacionamento mais próximo com quem lhe deu a vida.
A mãe de Bruna, a auxiliar financeira Fernanda Pires, conta que se separou do marido quando a filha tinha apenas um ano. Até então, ele era um pai bastante presente. “Era um bom pai”.
Com a separação, ela lembra que, de início, dispensou ajuda financeira por parte do ex-companheiro, mas jamais imaginou que ele poderia agir com tamanha frieza em relação à própria filha. “Às vezes, do nada, ela chora. Ela sente muito a falta do pai, mas acho que não reclama para não me magoar”, acredita.
Em 2010, Fernanda Pires entrou com uma ação com pedido de pensão alimentícia para a filha, mas até então, segundo ela, o pai da garota não foi notificado porque não é localizado pela Justiça nem no trabalho ou em casa.
No entendimento de Fernanda, “não que o dinheiro vá resolver o problema da falta de afeição por parte do pai, mas ajudará no sustento e na educação da menina”.
ATENÇÃO - Em sua decisão, o STJ entendeu que não basta pagar pensão alimentícia. É preciso também dar atenção e acompanhar o crescimento dos filhos.
A professora de 38 anos que ganhou a ação no Superior Tribunal de Justiça, mora em Votorantim, no interior paulista (SP). O pai tinha cinco dias para recorrer da decisão, contados a partir data da publicação do acórdão no Diário da Justiça.
Se a professora ganhar também no Supremo Tribunal Federal (STF), o caso servirá de jurisprudência, ou seja, será uma referência para situações semelhantes.
Outro projeto de lei (PL 1235/11) que tramita na Câmara torna hediondo o crime de abandono definitivo de pessoa incapaz. O autor da proposta é o deputado Ratinho Júnior (PSC/PR). Só o abandono definitivo, quando o incapaz é despejado no lixo, em um saco plástico ou jogado em terreno baldio, por exemplo, é tratado como crime hediondo pelo projeto.
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