O
Professor Desmotivado, cria o Aluno sem Disciplina
"Para compreender a vida não se requer uma certa quantidade de
energia, mas de toda disponível..."
Lembre-se
sempre, o resultado das ações do potencial adulto que está naquela criança,
depende da qualidade da instrução que ora recebe
Quando se ensina alguma coisa, o que seja, ensina-se
também a colher com sabedoria os resultados, e também a se preparar para os
contratempos. Ambos fazem parte do aprendizado, e não apenas a maneira de se
fazer a coisa. Uma criança ainda requer de muita experimentação antes de ser
capaz de compreender cada coisa, por isso, a expectativa de resultados
insatisfatórios, ou parciais, assim como a perspectiva de resultados positivos
em qualquer empreendimento, deve fazer parte de sua instrução preliminar.
Não existe ilustração melhor do que
ensinar a fazer. Não existe ensinamento mais eficaz do que aprender fazendo.
Assim, mostrar como fazer, vale mais que dizer que pode ser feito. Ainda assim,
tudo começa com a demonstração de que aquilo pode ser realizado, desde que se
possua a devida habilidade, ou instrução.
Uma obra sem utilidade, para uma criança, vale tanto
quando uma pedra preciosa para uma galinha. Sua motivação é diretamente
proporcional à utilidade da coisa produzida, seja para si mesmo, seja para
outros. Do mesmo modo, enganá-la com falsas propostas ou promessas, equivale e
comprometer sua autoestima. Ocorre que ela não reage às frustrações como um
adulto, mas antes disso, tende a se sentir rejeitada, inferiorizada, sem
importância, já que vê no resultado do seu trabalho, a si mesmo.
Assim, seu trabalho representa sua pessoa, e a forma
como esse trabalho será recebido, rejeitado, criticado, utilizado, apreciado,
aceito, será também o modo como se sentirá como individuo. Ao sentir a
inutilidade do seu trabalho, assim também se sentirá como pessoa, e a mesma
coisa vale para a aceitação, ou crítica construtiva.
Uma crítica construtiva, longe de ser um elogio, ou
uma espécie de recompensa, tem mais valor se bem compreendida como função
motivadora. Comentar de forma clara sobre o trabalho, como, por exemplo,
discutir um texto escrito, de modo que ela perceba que o mesmo foi lido e
analisado, torna-se uma excelente forma de motivação, e abre espaço para a
crítica construtiva. Desse modo, ela tenderá a aceitar as ressalvas, correções,
como uma forma clara de orientação e nunca de rejeição.
Conhecer uma criança, não apenas seu nome, ou o nome
dos seus pais, mas, daquilo que não gosta, ou gosta, abre um espaço gigantesco,
para que o educador tenha acesso à mesma. Ela o permitirá, pois saberá que ele a
conhece, e por isso mesmo, deve saber o que é melhor para ela. Também, o
educador sensato, o deve demonstrar publicamente, que conhece cada uma delas.
Isso se consegue com comentários discretos, enfatizando ou ilustrando os gostos
pessoais de cada uma. Mentalmente ela dirá: “Nossa, ele ainda lembra de mim...”.
"Não existe incentivo maior e argumento
mais motivador para uma criança, que ouvir o educador chamar pelo ser nome."
Cuidado deve ter, entretanto, para
nunca, sob nenhuma circunstância ou alegação, criar ambientes competitivos entre
elas. Seja por preferir uma ou outra, seja por elogiar o pior ou melhor
desempenho de quem quer que seja. Motivar uma criança não deve ter como terreno
a desmotivação do restante do grupo, e é exatamente isso que ocorre, ao
preferirmos, ou destacarmos alguém, ou seu trabalho, de forma seletiva, ou
ostensiva.
Não existe
nenhuma mágica, é um simples fato, uma criança motivada é naturalmente
disciplinada...
O
educador consciente sabe como fazer para nivelá-las, sem destacar de forma
provocativa uma ou outra, sem fazê-las sentirem-se inferiores ou superiores aos
seus amigos, o que poderia incentivar a competição interna, a disputa por
preferências, a falta de entendimento e sintonia do grupo. Aquela que sabe mais,
ou que demonstra maior interesse, deve ser tratada com a devida atenção, mas sem
demonstração explícita de que há preferências, ou que as demais são inferiores,
ou preteridas.
Incentiva-se uma
criança claramente destacada no meio do grupo, de forma discreta e com
inteligência. Se ela é curiosa, deve ser incentivada de forma indireta a
desenvolver ainda mais sua curiosidade. Nesse caso, a mensagem deverá ser dada
para todo o grupo, e aqueles indivíduos mais interessados, entenderão que se
trata de uma orientação direcionada para eles.
Recompensas, elogios fáceis, promessas de sucesso,
práticas comuns usadas para motivar ou incentivar as crianças a realizarem suas
tarefas, obrigações, ou mesmo cuidados pessoais,
devem ser evitadas a todo
custo. Deverá o educador, substituir tudo isso, pelo simples reconhecimento
de um trabalho bem feito, ou interesse sincero pelo andamento de uma tarefa
ainda pendente. Deve estar disposto a ouvir as explicações das mesmas, de como
realizaram aquele trabalho, e mesmo, contribuir pessoalmente, com sugestões
individuais ou coletivas.
Outra forma
de elogiar, de dar novo ânimo ao grupo, de modo a não haver comparações, ou
despertar ciúmes, é ensiná-las a trabalhar em equipe, deixando claro que, para
uma tarefa dessa natureza, onde cada uma tem uma função, todas são igualmente
necessárias e importantes. Deve ainda enfatizar ao grupo, que o tamanho de uma
atividade, não quer dizer menos ou mais, mas igualmente importante. Use pequenos
contos como analogias, estes são excepcionais exemplos, elas gostam de ouvir, e
ainda aprenderão alguma coisa útil.
Na
formatação de uma equipe, o educador deve conhecer as capacidades e
personalidades de cada um, cuidando de não incluir num mesmo grupo, crianças de
temperamentos contrários. Conhecendo as disposições psicológicas e habilidades
individuais, poderá agrupá-las em equipes que se complementem.
Finalmente, não se motiva uma criança, comparando
seu resultado com o do seu colega, ou de um estranho. Mais eficaz e sensato, é
dar-lhe desafios sempre crescentes, e acompanhar de perto seu progresso, ou
dificuldades. E ao perceber o interesse do educador pelo seu trabalho, ela se
sentirá motivada e responsável, pois, como foi dito antes, para ela, o trabalho
e a sua pessoa, é uma só coisa.
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autorização expressa do autor.
Notas sobre O Autor:[1] Jon Talber é Pedagogo, Antropólogo e
escritor de temas de auto-ajuda. Como pesquisador intinerante, estudou por mais
de 30 anos as filosofias orientais e o comportamento das muitas culturas do
mundo, seus sistemas educativos, doutrinas, dogmas, etc. Torna-se mais um
colaborador eventual do nosso Site, onde pretende compartilhar parte daquilo que
aprendeu ao longo de sua jornada.
Observação: O autor não possui
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