Autor: Jon Talber [1]
Ensinar
a Pensar é Educar...
"Um animal irracional é domesticado pelo medo e recompensas, não
precisamos imitá-los..."
Será que
que toda inutilidade, que sabemos para nada servir, isso também precisamos
ensinar para as crianças?
Para pensar: Um lenhador, certa feita, comprou um machado
com cabo de ferro, por se dizer defensor do meio ambiente, quer dizer, das
árvores...
Dentro de um mundo que chamamos de “mundo das
aparências”, um cenário ideal criado pela sempre faminta indústria, ou processo
doutrinário, do “vender qualquer coisa”, onde se incluem objetos, ideias e
ideais, a construção de uma personalidade “batizada”, quer dizer condicionada,
tornou-se sua principal meta existencial.
Observe o mundo artificial que criamos para nossos pequenos. Os personagens não são de verdade, os objetos são modificados, ganham uma aparência bizarra, que categorizamos como engraçados. Quem define o que é engraçado, nós ou as crianças? Quem cria o conceito de engraçado, nós ou nossas crianças? Claro que não são elas, elas são os consumidores finais, o alvo de tais criações. Assim, se somos nós, não se trata tão somente de uma forma de condicioná-las? Idealizamos o engraçado, damos forma a esse engraçado, e a etapa seguinte é a tarefa de convencê-las de que aquilo é de fato engraçado, e está feito.
A mesma coisa é válida para as fantasias, os reinos mágicos, encantados, criados para entretê-las. O que esperamos obter com tal tradição? Isso ainda não temos como saber, e normalmente nos deixamos levar pela conversa dos “especialistas”, afinal de contas, eles devem saber. Mas, será que sabem? E só repetimos aquilo que um dia já herdamos de outros. E se há algum ensinamento educativo, ético, proveitoso, seja lá o que for, que tal prática verdadeiramente seja capaz de promover, aparentemente, a coisa ainda não logrou o desejado, pretendido e cognitivo efeito.
Para uma imensa, bem estruturada e sólida indústria, a mesma que cria tais fantasias, e seus espetaculares mundos abstratos, há um efeito, e este conhecemos bem, chama-se lucro. Pelo menos para eles a coisa já é um sucesso. E há todo um corpo docente, os criadores, e por trás deles uma espetacular máquina publicitária, a tentar nos convencer que essa é a coisa certa.
Diversão não precisa estar casada com ilusão. Diversão é uma coisa, é uma atividade lúdica com objetivos cognitivos claros, e disso toda criança carece, mas ilusão, mentiras, fantasias inexistentes, disso não precisam. Não se edifica uma realidade em cima de uma fantasia.
Fantasia é uma mentira disfarçada de sonho realizável, de coisa possível, que logo se torna uma necessidade, uma falsa necessidade em cima de uma falsa realidade, um objetivo utópico, inalcançável, uma porta de entrada para nossas futuras frustrações e o eterno sentimento de que nunca seremos capazes de nos realizarmos.
Uma criança, e mesmo um jovem, pré-adolescente, ou mais velho, desconhece os problemas dos seus pais, dos adultos, e o mais absurdo, desconhecem mesmo a sua própria fisiologia. Ocorre que, como adultos, tendemos a cultivar a falsa crença de que esse jovem é incapaz de compreender e assimilar as situações que já fazem parte de nosso cotidiano. Paradoxalmente, estamos cientes da sua formidável capacidade e potencial intelectual, quando lidam com as novas e complexas tecnologias, com invejável desenvoltura, coisa que, mesmo dotados de mais experiência de vida, não possuímos.
Onde está o erro? Ora, se os jovens são capazes de assimilar tecnologias complexas, por que não estariam aptos a compreenderem coisas infinitamente mais simples, como são os problemas estruturais e corriqueiros de uma família? Precisamos entender uma coisa: o fato de expormos um problema para eles, não quer dizer que irão interagir com o mesmo para solucioná-lo. Tal compartilhamento serve apenas como informação, para cientificá-los de que eles, os problemas, existem, que fazem parte da vida humana, que caminham lado a lado, de mãos dadas, com a parte não problemática.
Não somos nós, mas as autoridades, os regentes do conhecimento, que nos dizem o que fazer, o que pensar, o que sonhar, o que desejar, como se fossemos brinquedos sofisticados movidos aos seus impulsos, vaidades e ordens. Apenas seguimos o roteiro, obedientes, submissos, tementes de questionar o porquê de cada uma dessas coisas.
De perder é sempre o nosso receio, seja uma ideologia, seja uma crença, seja o que for. Apoiamos-nos na autoridade de uma tradição - tais coisas usamos como muletas - na esperança de que aquilo nos dê força para também dominarmos, nossos filhos, nossas relações, quem estiver em nosso entorno. Se o argumento deles nos controlam, então, usamos esse mesmo argumento na esperança de controlar os outros.
Nota de Copyright ©Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização expressa do autor.
Notas sobre O Autor:[1] Jon Talber é Pedagogo, Antropólogo e escritor de temas de auto-ajuda. Como pesquisador intinerante, estudou por mais de 30 anos as filosofias orientais e o comportamento das muitas culturas do mundo, seus sistemas educativos, doutrinas, dogmas, etc. Torna-se mais um colaborador eventual do nosso Site, onde pretende compartilhar parte daquilo que aprendeu ao longo de sua jornada.
Observação: O autor não possui Website ou página pessoal no Facebook ou em qualquer outra Rede Social.
Mais artigos do autor em: http://www.mundosimples.com.br
Observe o mundo artificial que criamos para nossos pequenos. Os personagens não são de verdade, os objetos são modificados, ganham uma aparência bizarra, que categorizamos como engraçados. Quem define o que é engraçado, nós ou as crianças? Quem cria o conceito de engraçado, nós ou nossas crianças? Claro que não são elas, elas são os consumidores finais, o alvo de tais criações. Assim, se somos nós, não se trata tão somente de uma forma de condicioná-las? Idealizamos o engraçado, damos forma a esse engraçado, e a etapa seguinte é a tarefa de convencê-las de que aquilo é de fato engraçado, e está feito.
A mesma coisa é válida para as fantasias, os reinos mágicos, encantados, criados para entretê-las. O que esperamos obter com tal tradição? Isso ainda não temos como saber, e normalmente nos deixamos levar pela conversa dos “especialistas”, afinal de contas, eles devem saber. Mas, será que sabem? E só repetimos aquilo que um dia já herdamos de outros. E se há algum ensinamento educativo, ético, proveitoso, seja lá o que for, que tal prática verdadeiramente seja capaz de promover, aparentemente, a coisa ainda não logrou o desejado, pretendido e cognitivo efeito.
Para uma imensa, bem estruturada e sólida indústria, a mesma que cria tais fantasias, e seus espetaculares mundos abstratos, há um efeito, e este conhecemos bem, chama-se lucro. Pelo menos para eles a coisa já é um sucesso. E há todo um corpo docente, os criadores, e por trás deles uma espetacular máquina publicitária, a tentar nos convencer que essa é a coisa certa.
Diversão não precisa estar casada com ilusão. Diversão é uma coisa, é uma atividade lúdica com objetivos cognitivos claros, e disso toda criança carece, mas ilusão, mentiras, fantasias inexistentes, disso não precisam. Não se edifica uma realidade em cima de uma fantasia.
Fantasia é uma mentira disfarçada de sonho realizável, de coisa possível, que logo se torna uma necessidade, uma falsa necessidade em cima de uma falsa realidade, um objetivo utópico, inalcançável, uma porta de entrada para nossas futuras frustrações e o eterno sentimento de que nunca seremos capazes de nos realizarmos.
Uma criança, e mesmo um jovem, pré-adolescente, ou mais velho, desconhece os problemas dos seus pais, dos adultos, e o mais absurdo, desconhecem mesmo a sua própria fisiologia. Ocorre que, como adultos, tendemos a cultivar a falsa crença de que esse jovem é incapaz de compreender e assimilar as situações que já fazem parte de nosso cotidiano. Paradoxalmente, estamos cientes da sua formidável capacidade e potencial intelectual, quando lidam com as novas e complexas tecnologias, com invejável desenvoltura, coisa que, mesmo dotados de mais experiência de vida, não possuímos.
Onde está o erro? Ora, se os jovens são capazes de assimilar tecnologias complexas, por que não estariam aptos a compreenderem coisas infinitamente mais simples, como são os problemas estruturais e corriqueiros de uma família? Precisamos entender uma coisa: o fato de expormos um problema para eles, não quer dizer que irão interagir com o mesmo para solucioná-lo. Tal compartilhamento serve apenas como informação, para cientificá-los de que eles, os problemas, existem, que fazem parte da vida humana, que caminham lado a lado, de mãos dadas, com a parte não problemática.
Não somos nós, mas as autoridades, os regentes do conhecimento, que nos dizem o que fazer, o que pensar, o que sonhar, o que desejar, como se fossemos brinquedos sofisticados movidos aos seus impulsos, vaidades e ordens. Apenas seguimos o roteiro, obedientes, submissos, tementes de questionar o porquê de cada uma dessas coisas.
De perder é sempre o nosso receio, seja uma ideologia, seja uma crença, seja o que for. Apoiamos-nos na autoridade de uma tradição - tais coisas usamos como muletas - na esperança de que aquilo nos dê força para também dominarmos, nossos filhos, nossas relações, quem estiver em nosso entorno. Se o argumento deles nos controlam, então, usamos esse mesmo argumento na esperança de controlar os outros.
Nota de Copyright ©Proibida a reprodução para fins comerciais sem a autorização expressa do autor.
Notas sobre O Autor:[1] Jon Talber é Pedagogo, Antropólogo e escritor de temas de auto-ajuda. Como pesquisador intinerante, estudou por mais de 30 anos as filosofias orientais e o comportamento das muitas culturas do mundo, seus sistemas educativos, doutrinas, dogmas, etc. Torna-se mais um colaborador eventual do nosso Site, onde pretende compartilhar parte daquilo que aprendeu ao longo de sua jornada.
Observação: O autor não possui Website ou página pessoal no Facebook ou em qualquer outra Rede Social.
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