quinta-feira, 14 de abril de 2011

Infestação de formigas suspende aulas

Escola infantil em SE suspende aulas devido a infestação de formigas

G1

As aulas na escola de educação infantil Monsenhor João Moreira, em Aracaju, estão suspensas desde terça-feira (12) por causa de uma infestação de formigas. A unidade atende 280 crianças com idades entre 4 e 5 anos.

A diretora de ensino da Aracaju, Maria Antonia de Arimatéia Freitas, disse ao G1 que um veneno foi aplicado na escola na manhã desta quinta-feira (14) e que a expectativa é de que as aulas sejam retomadas nesta segunda-feira (18). "Antes faremos uma avaliação para verificar se há condições de receber os alunos", afirma Maria Antonia.

A suspensão das aulas prejudica a rotina de famílias como a de Ana Lucia Oliveira de Andrade, de 35 anos. O seu filho de 5 anos está matriculado na escola. "Trabalho com venda de comésticos e deixo de sair de casa para visitar as clientes porque não tenho como levá-lo junto. " Segundo ela, há 15 dias, a atividades no colégio voltaram a ser suspensas por conta de outra infestação de formigas.

Novo prédio

O secretário municipal de Educação de Aracaju, Antonio Bittencourt Junior, afirmou que o terreno onde está o colégio possui uma grande área verde e as formigas migram para o prédio. "Nas condições atuais não dá para as crianças frequentarem."

Segundo ele, a Prefeitura busca um novo imóvel para deslocar a escola, no entanto, tem encontrado de dificuldades de localizar um espaço próximo à comunidade com tamanho compatível. O secretário disse ainda que a Prefeitura trabalha para que as crianças não fiquem sem aulas por mais de uma semana.

Prefeitura e IFMT unidas

Prefeitura e IFMT unidas em prol da criação de novos cursos

Da assessoria

Disponibilizar mão-de-obra qualificada no momento em que as empresas estão em fase de instalação em Rondonópolis é a preocupação dos organizadores da audiência pública, realizada na terça-feira (12). O Poder Público e o Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT se uniram para discutir com estudantes e empresários locais a necessidade da capacitação profissional.

O prefeito Zé Carlos do Pátio lembrou a chegada da Ferrovia no próximo ano, a elevação para nível 5 do Aeroporto Municipal Maestro Marinho Franco, além da vinda de empresas como a Facchini, Noble Group, Tecelagem Bezerra de Menezes e a ampliação da Santana Têxtil.

“Vivemos um momento ímpar, em que a cidade se consolida como pólo industrial. Porém, temos a obrigação de oferecer profissionais com conhecimento e capacidade para transformar uma empresa. Caso contrário, esses trabalhadores serão trazidos de outras cidades e estados e os moradores daqui não serão aproveitados”, disse.

Representantes de diversos segmentos estavam presentes durante as discussões.

Para o gerente de Projetos da Noble, a falta de pessoal capacitado na área elétrica, mecânica e até mesmo de produção obriga os diretores a contratar técnicos de fora do estado para suprir as necessidades da empresa.

Mostrar ao jovem a importância de estudar e de se preparar para o mercado de trabalho também é uma preocupação do secretário de Desenvolvimento Econômico de Rondonópolis, Valdemir Castilho Soares, o Biliu. “Eles precisam entender que se não estudarem e se qualificarem não vão ter a chance de ingressar no mercado e conquistar uma vaga de destaque. Cumprimos nosso papel no dia de hoje. Promover a discussão entre as classes para encontrar uma forma de atender tanto o empresário quanto o jovem que busca uma profissão”, explica.

Esta é a segunda audiência pública realizada pelo IFMT. A primeira aconteceu em 2009 para definir quais cursos o Instituto iria oferecer no campus de Rondonópolis. “Hoje, vamos ouvir do empresário o que ele precisa e as dúvidas dos adolescentes. Não adianta criar um curso que daqui a um ano não tenha público interessado” reforça o diretor do campus, Pedro José de Barros.

Outra opção é disponibilizar cursos técnicos rápidos, como uma forma de reciclagem para o pedreiro ou carpinteiro, por exemplo. Além de criar a parceria com as indústrias para que elas absorvam os estudantes de destaque.

O coordenador do Núcleo da Defensoria Pública de Rondonópolis, Valdenir Luiz Pereira, conta que é ex-aluno da IFMT. Segundo ele, aos 15 anos ingressou no curso técnico de eletrônica e graças a ele, aos 18 foi admitido por uma empresa de Cuiabá. “O que quero mostrar aos jovens, que ainda estão no ensino médio, é o quanto é indispensável a qualificação. Quando conquistei meu primeiro emprego, tive a oportunidade de frequentar uma universidade, também federal e concluir os cursos de Ciências Contábeis e Direito. Isso garantiu a realização dos novos sonhos”, completa.

O próximo passo agora é visitar os empresários e avaliar qual o tipo de profissional é mais procurado. Depois disso, definir qual curso oferecer. O reitor do IFMT, José Bispo Barbosa, acredita que em breve os estudantes vão contar com novas áreas de estudo e assim garantir um futuro melhor.

Passe livre para estudante

Vereador Miltão defende que maior número de estudantes sejam beneficiados

Da Assessoria

O Vereador Miltão Gomes da Costa (PMDB) solicitou do chefe do executivo municipal, prefeito Zé Carlos do Pátio, que aumente o número de estudantes a serem beneficiados com o uso do passe livre. Miltão explica que o benefício, oferecido para a comunidade estudantil, não tem atendido toda a demanda.

“Os critérios estabelecidos pela Secretaria de Transporte e Trânsito, comandada por Rodrigo Lugli, são muitos, deixando um número grande de estudantes sem receber o benefício”, defende o vereador peemedebista.

Miltão afirma que vai se reunir com o prefeito Zé Carlos do Pátio para solicitar um estudo sobre as possibilidades de aumentar o número de beneficiários do transporte gratuito. “Se for preciso mudar a lei, vamos mudar. O que não pode são os alunos ficarem sem receber o passe livre”, finaliza.

Desafio dos estados é

Desafio dos estados é valorizar o salário do professor

Por: Valeska Andrade

Orientação do Ministério da Educação, neste ano, diz que a remuneração mínima de um educador de nível médio, que cumpra jornada de 40 horas semanais, deve ser de R$ 1.187,08.

Este valor representa um aumento de 15,85% em relação ao piso do ano anterior. Há dois anos, desde que foi promulgada a Lei do Piso (Lei 11.738/2008), o governo federal tenta fazer com que estados e municípios invistam na valorização do professor.

Porém, não existem dados concretos sobre o alcance dessa lei, já que o piso é definido pelos estados. Levantamento do jornal Brasil Econômico mostra que a maioria dos estados consegue pagar um valor superior ao piso para docentes graduados.

Uma das metas do novo Plano Nacional de Educação é ter todos os professores da educação básica com formação específica de nível superior.

Fonte: Brasil Econômico (SP)

Custo para cumprir metas

na educação chega a R$ 80 bilhões

Por: Valeska Andrade

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o custo total para o cumprimento das metas do novo Plano Nacional de Educação (PNE 2) vai atingir o patamar de R$ 80 bilhões.

Segundo ele, a meta de investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, indicado no plano, cobrirá esses gastos.

Hoje, o investimento no segmento está próximo dos 5%do PIB. Nesta semana foi criada na Câmara dos Deputados uma comissão especial para discutir o projeto de lei enviado pelo executivo sobre o tema.

Um dos pontos polêmicos e que deverá ser alvo de emendas é justamente o que define um percentual mínimo para investimento público na área. Alguns parlamentares e entidades da sociedade civil querem que o patamar incluído no PNE seja ainda maior, na casa de 10%.

Fonte: Brasil Econômico (SP)

Diagnóstico precoce do autismo

Especialistas alertam para a importância de diagnóstico precoce do autismo

Por: Valeska Andrade 

No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde no último dia 02, especialistas e organizações alertaram os brasileiros para a necessidade do diagnóstico precoce.

O autismo é uma síndrome que afeta de maneira acentuada a capacidade do indivíduo falar, comunicar-se e interagir com outras pessoas e com o ambiente. Estima-se que dois milhões de brasileiros sejam autistas.

O transtorno é mais comum em homens do que em mulheres e os sinais aparecem, em sua maioria, antes dos 3 anos de idade. Aos 2 anos, se a criança não consegue falar, não se interessa em brincar com outras crianças ou não pede colo é um sinal de alerta , explica Marcos Mercadante, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo.

A doença não tem cura, mas o tratamento aumenta as chances de a criança ter mais independência na vida adulta.
Fonte: Jornal do Dia (AP)

Formação Tecnológica

Cefapro realiza encontro de Formação Tecnológica

Detalhes Publicado em Thursday, 14 April 2011 15:42 Reportagem de Kethulin Lopes . . O Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapro), do município de Pontes e Lacerda, realizam nos dias 18, 19 e 20 de abril, o 1º Encontro de Formação em Tecnologia Educacional Digital. O objetivo é apresentar e estreitar relações entre a tecnologia e a educação através da prática educacional.

“Queremos possibilitar a produção de conhecimento tecnológico, troca de experiências e a ampliação da utilização das tecnologias presentes em nosso meio”, destaca o diretor do Cefapro de Pontes de Lacerda, Sebastião Silva Mota. As orientações serão realizadas por meio de oficinas pedagógicas orientações para o melhor uso da Tecnologia no processo educacional.

Foram convidados para o encontro aproximadamente 800 profissionais que atuam nas Instituições públicas educacionais, Federal, Estadual e Municipal, além de representantes do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e Secretaria de Estado de Educação (SEDUC).
Outras informações pelo telefone (65) 3266-4513, em Pontes e Lacerda.

Fonte: Cefapro

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Noticia sobre Escola/MT

Escola recebe equipamentos e não tem sala para instalá-los

Laice Souza

A comunidade do Distrito da Guia, distante 30km de Cuiabá, está revoltada com a situação da única escola estadual da localidade. O telhado está quase caindo, o local não comporta o número de alunos, séries diferentes dividem o mesmo espaço em sala de aula e o inacreditável: equipamentos estão empilhados porque não há espaço para instalá-los. Os professores e os mais de 600 alunos da escola Filogonio Correa aguardam por uma solução da Seduc. Veja a matéria especial produzida por Rozane Ribeiro, Odilson Zardo e Júlio Cruz.

Opinião: A família e os limites da Escola''

Dá realmente uma agonia pensar em uma Educação focada para tornar a meninada compatível apenas com a lógica econômica, como se não houvesse outras referências importantes na vida em sociedade''

Por Flávio Paiva

Mês de março de 2011. Em uma grande Escola de Fortaleza os estudantes de nove e dez anos fazem prova de matemática, com nove páginas, uma predominância de referências de consumo em seus enunciados e até perguntas que não são de matemática.

O conteúdo gira em torno da chegada de portais de compras coletivas ao mercado "pet" (animais de estimação), das datas de vencimento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a ilustração de um termômetro, com base na qual o estudante deve dizer a temperatura indicada e se essa temperatura caracteriza ou não a existência de febre.

No mesmo mês de março de 2011. Em uma Escola de porte médio de Fortaleza um grupo de pais de crianças também na faixa de nove e dez anos escuta o vendedor de uma agência de viagens que explica a programação de uma excursão "pedagógica" para a cidade de Natal.

Concluída a explanação, um pai comenta que sentiu falta da inclusão do "maior cajueiro do mundo" no roteiro. O representante da agência esclarece que essa famosa atração potiguar está fora porque é "programa de índio". Diante de algumas reações esboçadas na platéia, ele se defende dizendo que esse cajueiro não passa de uma "lenda urbana".

Tão desconcertante quando o ensino que pressiona a infância ao enquadramento mental nos parâmetros de consumo e na falta de propriedade conceitual das disciplinas é ouvir que uma "lenda urbana", inspirada em uma árvore frutífera originária da região, presente em sua culinária mesmo antes do início da colonização e com destacada relevância econômica e social não cabe no roteiro de uma "viagem pedagógica".

Ao passo que uma balada, igual em qualquer lugar, é exibida como adequada para meninas e meninos de nove e dez anos, conforme explica o programa: "Curtiremos a valer com toda a turma ao som das baladas do momento e sob o comando de um DJ super animado".

Esses dois exemplos refletem três disfunções educacionais que merecem aprofundamento nas discussões sobre o compromisso da Escola com relação à família, independente do tamanho do estabelecimento de ensino e em qualquer que seja a configuração familiar, enquanto núcleo de aproximação pela afetividade:

a) Educação voltada para a indução ao consumismo (redução do horizonte social? / preparação para o mercado de baladas?);

b)Educação sem clareza de conceitos (saber a temperatura da febre é matemática ou ciências? / viagem pedagógica ou doutrina de consumo?); e

c) Educação para a consolidação da precocidade em nome da autonomia (extinção do período de latência? / pressão para a antecipação da puberdade?)

O contrassenso delineado nessas interrogações parece oculto em uma tendência de cumplicidade desenvolvida em pontos de interesses comuns entre educadores e vendedores, com a anuência de mães, pais e cuidadores. "Isso é um erro motivado pelo egoísmo dos pais que, no fundo, querem ver-se livres do cuidado responsável dos filhos para viver suas vidas" (Quiroga, OESP, 12/10/2010).

O problema é grave e deixa transparecer o transtorno resultante de uma certa incapacidade das famílias de estabelecerem os limites daEscola na Educação.

Por conta do descontentamento de muitas famílias com a qualidade do ensino, com as apostilas caras demais, com a anuência das Escolas a comportamentos voltados para o consumismo e para a idolatria da violência, notam-se alguns focos de crescente insatisfação ainda velados pelo medo social.

Mesmo assim, algumas famílias têm resolvido protestar, tirando os filhos da Escola para educar em casa, contrariando a legislação brasileira, que determina a matrícula em Escolas de ensino regular. Já existe até uma associação de famílias dispostas a lutar pela Educação domiciliar, que é a Aliança Nacional de Proteção à Liberdade de Instruir e Aprender (Anplia).

Dá realmente uma agonia pensar em uma Educação focada para tornar a meninada compatível apenas com a lógica econômica, como se não houvesse outras referências e razões importantes na vida em sociedade.

Quando uma Escola programa a ida de crianças para uma boate, ela está referendando institucionalmente a balada e tudo o que isso pode significar como redução do período de latência e preparação para o consumo de álcool e drogas, mesmo que na "balada infantil" nada disso seja vendido.

É o conceito que está em pauta nessas circunstâncias em que a Escola se submete aos interesses comerciais, quando o senso comum diz que os valores éticos são transmitidos pelo exemplo.

Pois bem, nessa "brincadeira" é que vem aumentando o sucesso das "galletitas mágicas", os biscoitos, brownies e cookies de maconha vendidos nas ruas em áreas de baladas portenhas. Com a entrada mais cedo das crianças nesse perfil de consumidor é provável que esse novo tipo de "guloseima" passe a ser vendido também nas calçadas Escolares.

Ao assumir decisões que cabem à família em casos como os das baladas, a Escola acaba confundindo a diversão infantil (mais associada à linguagem do brincar) com a oferta de lazer juvenil (que é uma antecipação da puberdade), conferindo à criança uma autoridade inadequada à sua maturidade.

A usurpação do período de latência por meio da indução ao consumismo prejudica o equilíbrio individual, o senso de equidade social e causa ruídos sensíveis nas famílias, para as quais resta a saia justa de vetar a ida dos filhos para a balada, alimentando a desconfiança na orientação da família voltada para as instituições de ensino, ou a de deixar a criança ir, correndo o risco de validar um tipo de atividade que ultrapassa as fronteiras do papelEscolar.

A saída mais razoável tende a ser a de vez por outra consentir com a ida da meninada a esse tipo de evento, mas ressalvando o entendimento de que é uma coisa do grupo de colegas, isentando a Escola para não ter que desautorizá-la.

Da mesma forma que existem famílias lutando judicialmente para educar os filhos em casa, existem aquelas que se sentem acobertadas pela "verdade moral" que está por trás da presença da Escola com crianças nas boates freqüentadas pelas "galeras", que estão reproduzindo mais e mais o conceito de "balada" nos aniversários infantis.

Alguns têm até batida de limão feita com todo o ritual de uma caipirinha, mas com a desculpa de não ter álcool. O chamado "som do momento" é o que a indústria da mesmice põe à venda na estação e isso nem sempre é do interesse de todas as crianças.

Atualmente, pode ser a brasileira Manu Gavassi, revelada ao público infanto juvenil com o clipe "Garoto Errado", veiculado no YouTube, ou pode ser o estadunidense Justin Bieber que, com marketing mais robusto, tem até um filme (Never Say Never) contando a sua "trajetória".

Tenho a impressão de que muitas dessas famílias não estão bem avisadas do que é empurrar os filhos a uma Educação sul-coreana, capaz de produzir indivíduos altamente autônomos, "inteligentes" e competitivos, mas que amarga uma estatística de quarenta casos de suicídios diários, numa proporção de trinta vítimas para cada cem mil habitantes. Que bom nível de vida será esse?

"Em nome da autonomia, muitas crianças são abandonadas à mercê de seus parcos recursos de autocontrole" (Rosely Sayão, FSP, Equilíbrio, 9/4/2009). O desafio é não cair nessa roubada. Entretanto, para que a Escola tome pé da sua parte no processo educativo, cabe à família explicitar as fronteiras dessa relação, por meio de um nexo afetivo acolhedor, impossível de ser estabelecido apenas pelo vínculo entre fornecedor e cliente.

Fonte: Diário do Nordeste (CE) 31/03/2011

Entrevista com Guiomar Namo de Mello - Desafios brasileiros

'Quem precisa de escola em tempo integral no Brasil é professor, não aluno'

Para melhorar o ensino público, país precisa formar mestres, diz a educadora Guiomar Namo de Mello

Nathalia Goulart

"Faltam foco e prioridade. Faltam medidas que se dirijam a questões estruturantes da educação"

Diretora da Escola Brasileira de Professores, que se dedica à educação inicial e continuada de docentes do ensino básico, Guiomar Namo de Mello está, é claro, preocupada com a formação dos mestres no Brasil. Contudo, ela não engrossa o coro daqueles que acreditam que a saída para o problema está em oferecer melhores salários. “Se você me perguntasse se o professor ganha mal, eu diria que sim. Mas para o que alguns fazem, é muito”, diz. Para a especialista, mais do que maiores vencimentos, os docentes precisam de melhor formação: saídos de escolas públicas ruins, apenas espalham seu desconhecimento aos alunos. “A formação do professor é uma questão estruturante. Sem ela, nenhuma melhora é possível”, sentencia Guiomar.

Aperfeiçoar a formação dos docentes e coordenar as ações de estados e municípios que quiserem promover reformas na área - ambas tarefas do governo federal - serão desafios do presidente que o país elegerá neste ano. Confirma a seguir os principais trechos da entrevista com a educadora.

A senhora costuma afirmar que, até o início dos anos 90, a educação não fazia parte da agenda estratégia dos governos. Hoje, ela já está entre as prioridades?

Os setores mais bem informados da sociedade se deram conta de que a educação é urgente em termos de desenvolvimento sustentável. Por isso, acredito que haja uma pressão maior por parte da população. No entanto, a educação vem sempre carregada de visões imediatistas e às vezes extremamente pessoais dos governantes. Na política, a educação está facilmente sujeita a uma certa pirotecnia, ou seja, os governos e os políticos em geral querem sempre faturar mais com o menor custo possível.

E, assim, faltam foco e prioridade. Faltam medidas que se dirijam a questões estruturantes da educação.

Quais são essas questões?

A qualidade da formação do professor, por exemplo, é uma questão estruturante. Sem ela, nenhuma melhoria é possível. E há pouca disponibilidade para atacar esse problema. É preciso mudar completamente os sistema de formação de professores, que ficou refém de um ensino superior. Mas não há disposição de se investir política e financeiramente para atrair os melhores para a carreira de professor.

O que fazer para formar um bom professor?

É preciso enfrentar os cursos de pedagogia, mas não vejo nenhum político se referindo a isso. Também temos que formar o professor em tempo integral, porque eles estão saindo do ensino médio analfabetos e chegam ao ensino superior para reproduzir a sua ignorância. Depois, vão para a escola pública e repetem o círculo vicioso da ignorância. Então, quem precisa de escola em tempo integral no Brasil é professor, não aluno. Nosso professor sai da escola pública: depois de uma formação deficitária no ensino superior particular, onde ele pode dar aula? No ensino público, de onde saiu. E ainda tem quem diga que é ele o culpado pela má qualidade do ensino. Ele não é culpado, mas apenas uma peça dessa engrenagem. Para enfrentar esse problema é preciso vontade política e recursos financeiros para investir na formação do professor. Se estivéssemos dispostos a fazer isso, poderíamos ter um ensino de qualidade.

No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2008, apenas 2,7% dos cursos de pedagogia alcançaram a nota máxima, igual a 5. O que precisa mudar no currículo dessas instituições?

Precisamos de um currículo onde o futuro professor não estude só a teoria. Ele precisa conhecer a prática desde o primeiro dia, como os médicos. O modelo de formação clínica é o melhor modelo para o professor. Ele não precisa estudar os recônditos da pedagogia. Ele precisa aprender como se ensina e como o aluno aprende. O professor é um artesão, ele não é um grande criador. Da mesma forma que o médico não é um criador. Ele tem que ser um excelente aplicador de conhecimento. A sala de aula é o foco e a referência do trabalho dele.

O currículo escolar praticado hoje é outra questão estruturante?
Sim. Hoje temos um ensino enciclopédico e precisamos acabar com essa crença. Precisamos saber para que finalidade queremos educar os jovens. Temos que educá-los para sobreviver em um mundo cada vez mais complicado, em que a informação está disponível para todos. Para isso, você precisa desenvolver competências que são básicas: saber falar, pensar, usar a linguagem, aplicar o conhecimento adquirido para entender o mundo ao seu redor. É preciso um ensino mais relevante. Ou a gente atende a esses desafios ou não melhoramos o ensino.

Muitos especialistas apontam que o salário do professor é um empecilho para o avanço da educação no Brasil. Como a senhora enxerga essa questão?
A remuneração é um fator a ser revisto. O salário precisa melhorar, mas só isso não resolve o problema. O aumento do salário tem que ser uma decorrência do aumento da responsabilidade do professor e do mérito. Se você me perguntasse se o professor ganha mal, eu diria que sim. Mas para o que alguns professores fazem, é muito. E para o que outros fazem, é pouquíssimo. Para corrigir isso, precisamos de mecanismos para diferenciar um do outro. O que não pode é aumentar o salário de todos.

A meritocracia é uma saída para isso?

A ainda que seja uma única medida, ela é interessante e pode fazer a diferença em São Paulo, onde foi aplicada. Porque se o professor quiser progredir só pelo tempo de trabalho - como normalmente ocorre - o salário dele aumenta em um determinado ritmo. Mas se ele quiser fazer um concurso sobre o conteúdo que ele ensina, ele pode ter um aumento substancial e buscar um atalho na carreira. Ele começa a ganhar mais antes do tempo previsto. Acredito que são esses os mecanismos que atraem os profissionais. Porém, é preciso lembrar que na educação não existe uma única saída. A solução tem que mexer em diferentes fatores. Sozinha a meritocracia não resolve muito. Por mais que incentive o professor, se ele não sabe como ensinar, ele precisa aprender.

Qual o maior desafio na área da educação que o próximo presidente, a ser eleito neste ano, deverá enfrentar?

A questão do professor talvez seja o abacaxi mais complicado para descascar, em todos esses aspectos. O presidente da República manda no ensino superior. E é no ensino superior que está o problema do professor. Não adianta desconversar. A questão da formação do professor é responsabilidade do Ministério da Educação – seja no ensino superior público federal ou nas faculdade e universidades particulares, que são autorizadas e supervisionadas pelo governo. Portanto não dá para se esquivar. Também precisamos lembrar que o governo federal não é o gestor do ensino básico no Brasil. Gestores são estados e municípios. Cabe ao governo federal liderar e coordenar políticas para estados e municípios que queiram promover reformas. E para isso é preciso haver um grande pacto federativo da educação. O presidente eleito precisa usar o respaldo que ganhará nas urnas para chamar estados e municípios e equacionar os problemas mais estruturantes da educação. É importante estabelecer um pacto federativo.

Portal de Periódicos da Capes/MEC

Portal de Periódicos ganha destaque como ação inovadora

O Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) está entre as dez iniciativas premiadas no 15.º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal. A solenidade de premiação está prevista para o dia 25 próximo, às 14h, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília. O evento marcará também o lançamento da 16.ª edição do concurso e do livro que relata as experiências premiadas em 2010.

Na escolha do Portal de Periódicos, o concurso levou em consideração aspectos como utilização eficiente dos recursos públicos e de mecanismos de controle e avaliação da gestão. Também foram considerados os resultados alcançados pelo portal na democratização do conhecimento científico no Brasil, com destaque para a expansão do acervo, do número de instituições usuárias e de acessos e downloads diários.

Nesta edição do concurso, que recebeu 117 inscrições, as equipes responsáveis pelas quatro melhores iniciativas serão premiadas com visitas técnicas à França e à Alemanha e cursos técnicos no Japão. Aos integrantes do quinto colocado será oferecida vaga no curso de especialização em gestão pública da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), condicionada a aprovação em processo seletivo. Da sexta à décima colocação, cada equipe terá direito a três vagas em cursos de desenvolvimento gerencial da Enap.

O 15º concurso teve a colaboração do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o apoio da Embaixada da França, da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GTZ). Lançado em 1996, o prêmio tem o propósito de estimular e divulgar iniciativas inovadoras de gestão em organizações do governo federal e valorizar a criatividade dos servidores públicos.

Portal — Lançado em novembro de 2000, o Portal de Periódicos reúne publicações de conteúdo científico, colocadas à disposição da comunidade. Em dez anos, o acervo passou de 1.882 títulos para 26.372. Em 2010, foram contabilizados 67.392.805 acessos.

Paraná - mudança na educação passa pelo ensino fundamental

Beto Richa diz que mudança na educação passa pelo ensino fundamental

O governador Beto Richa disse, em entrevista à repórter Lúcia Nórcio, publicada nesta seguna-feira (11) pela Agência Brasil, que para mudar a educação no Paraná "é preciso concentrar energias na melhoria do ensino fundamental, na expansão de vagas do ensino médio e na maior oferta de oportunidades de qualificação profissional".

Confira:

ABr - A educação foi apontada desde o início de campanha entre as prioridades, como a proposta número 1 do seu governo. O que está sendo feito nesse setor?

Richa - No início da gestão, nosso secretário da Educação, o vice-governador Flávio Arns, encaminhou a contratação emergencial de professores para evitar que faltassem mestres em sala de aula no início do ano letivo.

A falta de professores nas escolas estaduais era, infelizmente, uma rotina nos anos mais recentes, apesar do esforço dos profissionais de educação. Em janeiro, também pagamos salários atrasados de professores e outros profissionais da educação que deixaram de receber em outubro passado. Além disso, já autorizei a contratação de 3 mil professores que haviam passado no concurso público de 2007. O Flávio, que é professor, abriu as portas da Secretaria da Educação a seus colegas e, em diálogo permanente, estamos definindo as medidas adequadas para avançar na qualidade do ensino. Nosso entendimento é que é preciso concentrar energias na melhoria do ensino fundamental, na expansão de vagas do ensino médio e na maior oferta de oportunidades de qualificação profissional. Mas estou ciente que nada disso será possível se não houver também o reconhecimento do trabalho dos professores, com foco absoluto no aprendizado do aluno. Outro campo de atenção é na infraestrutura das escolas, que deve ser melhorada urgentemente.

Comissão Especial para o PNE

Comissão do Plano Nacional de Educação será instalada

A deputada Fátima Bezerra, presidente da Comissão de Educação e Cultura, ressalta a importância de uma Comissão Especial para se discutir o tema em entrevista à Rádio Câmara.

De acordo com a Agência Câmara, a comissão especial criada para analisar o Plano Nacional de Educação - PNE (PL 8035/10, do Executivo) será instalada nesta quarta-feira (13). Na mesma reunião, serão eleitos o presidente e os três vice-presidentes do colegiado. A comissão foi criada pelos líderes para acelerar a tramitação da proposta.

O projeto que estabelece o plano para o decênio 2011-2020 prevê que, ao longo do período, 7% do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ser investido em Educação. Esse mesmo percentual já estava previsto no PNE anterior (2001-2010), mas entidades que atuam na área denunciam que a meta não foi cumprida.

Pelos cálculos do Ministério da Educação (MEC), a implantação do novo plano custará um total de R$ 80 bilhões.
A edição de um novo plano nacional de educação a cada década está prevista na Constituição.

A reunião será às 14h30 no plenário 11.
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Número de graduados triplicou

Número de graduados triplicou nos últimos dez anos

A modernização da universidade brasileira corresponde ao avanço da educação, nos padrões da evolução detectada pelos organismos internacionais, que colocaram o país como um dos três que mais avançaram na última década”. A afirmação foi feita pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que está em Natal para proferir palestra na Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN) e inaugurar instalações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do estado.

De acordo com Haddad, apesar de determinados setores da sociedade insistirem em afirmar que a educação não acompanha o desenvolvimento econômico do país, o número de estudantes formados por ano na educação superior é o triplo do que se formava há dez anos (950 mil contra 350 mil). “O governo federal investe de forma sólida e constante na modernização e na ampliação do ensino superior nas universidades federais”, sustentou o ministro. “Dobramos as vagas de acesso, ampliamos a proporção de estudantes por função docente e investimos em inovações pedagógicas como os bacharelados interdisciplinares, entre outras ações.”

Na palestra que proferiu no seminário Motores do Desenvolvimento, na reitoria, Haddad informou que as universidades federais potiguares — UFRN e Universidade Federal Rural do Semiárido — estão conectadas e que o desenvolvimento da região Nordeste passa pela geração de mão de obra qualificada e pelo desenvolvimento de projetos de resgate da enorme dívida que o país tem com a região. “Não basta fazer a economia crescer. Nós já vivemos essa experiência no passado”, destacou. “É preciso crescer com a sustentabilidade da educação.”

Orçamento — Quanto ao orçamento da educação, o ministro assegurou ser intocável tudo o que foi comprometido em termos de docentes, técnicos e obras na esfera do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). “Quando há prioridade e vontade política, as universidades e institutos federais respondem aos desafios que o país precisa superar”, disse, ao participar da inauguração da Escola de Ciência e Tecnologia da UFRN.

Haddad salientou ainda que o Ministério da Educação (MEC) registra hoje cerca de 3,5 milhões de metros quadrados de obras. “O equivalente a 500 desses pavilhões de sete mil metros quadrados que estamos inaugurando agora”, disse.

Senado distribui publicações em braille

Senado distribui gratuitamente cerca de 150 publicações em braille
Obras como a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outras leis, estão entre os 150 títulos em braille publicados pelo Senado
Obras como a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outras leis, estão entre os 150 títulos em braille publicados pelo Senado. A informação foi dada por Paulo Roberto Pereira Brandão, consultor de sistema braille da Casa.

"O Senado tem uma política de distribuição gratuita desse material", ressaltou ele.

Paulo Roberto lembrou que a Casa tem um cadastro de entidades que recebem essas obras. O cadastro, ressaltou, pode ser feito por telefone: 0800-61-2211 (a ligação também é gratuita).

O consultor também disse que o Senado possui uma equipe com quatro revisores e dois transcritores de braille.

Paulo Roberto prestou essas informações durante audiência pública que acontece agora na sala 2 da Ala Nilo Coelho. A reunião é promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH).

Na sexta passada, dia 8 de abril, foi comemorado o Dia Nacional do Braille.

Fonte: Agência Senado 11/04/2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

Polícia investiga creche

Em São Paulo, polícia investiga creche que teria dopado alunos

Pais das crianças suspeitaram do comportamento dos filhos quando foram buscá-los na unidade, na sexta-feira

Uma creche municipal em São Manuel, no interior de São Paulo, está sendo investigada sob suspeita de dopar três crianças de aproximadamente três anos. Segundo a Polícia Civil, os pais das crianças suspeitaram do comportamento dos filhos quando foram buscá-los na unidade, na sexta-feira.

De acordo com Michela Aparecida Silva, titular da Delegacia de Defesa da Mulher, onde a ocorrência foi registrada, os pais relataram que os filhos tinham sonolência excessiva. Assustados, os responsáveis levaram as crianças para um pronto-socorro do município e a médica que os atendeu desconfiou que elas teriam ingerido alguma substância.

Em seguida, as crianças foram levadas para o hospital da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, onde foram medicadas e ficaram em observação. Todos foram liberados e passam bem. Um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso. Onze funcionários da creche e os pais das crianças serão ouvidos pela polícia.

Como fazer a boneca carinhosa

Boneca carinhosa

As medidas sugeridas podem ser ajustadas ao material que você tiver (para criar bonecas de tamanhos diferentes), mas mantenha a proporção.
Material

- Lã de carneiro não fiada* (ou estopa de algodão 100%)
- Fio de lã ou linha
- Tecido de algodão branco
- Tesoura de costura
- Agulha e fio de lã forte
- Tecido de algodão cor da pele
- Agulha de bordar
- Fio de bordar vermelho e azul
- Lápis
- Tecido de uma cor só para braços e pernas
- Fios coloridos para o cabelo

Desfie a lã de carneiro antes de usar, separando delicadamente as fibras densas. Um pente grosso pode auxiliar no processo.

Como fazer

1 Faça uma cabeça para a boneca formando com a lã não fiada uma bola firme com cerca de 9 cm de altura. Envolva a bola com um quadrado de lã não desfiada e elimine o excesso de linha - mas deixe um pouco de lã sobrando para dar estabilidade ao pescoço.

2 Envolva a cabeça com um quadrado de tecido branco e amarre com um fio de lã ou linha, deixando o excesso.

3 Escolha o lado da cabeça em que fará o rosto e alise o tecido na parte de trás, prendendo a cabeça com um fio de lã forte atrás e costurando no lugar.

4 Envolva a cabeça firmemente com o tecido cor da pele, com o fio do tecido correndo na vertical. Sobreponha as bordas na parte de trás da cabeça, vire a borda inferior e faça uma costura vertical. Amarre
o pescoço com um fio de lã forte e costure no lugar.

5 Puxe a borda superior do tecido cor da pele para trás da cabeça, vire para baixo da borda inferior e costure firmemente.

6 Costure as características faciais, mantendo expressões simples, com os fios de bordar vermelho e azul para os olhos e a boca. Costure através da cabeça, da frente até o lado, para fazer cada ponto.

7 Corte um pedaço de tecido de cerca de 24 x 6 cm para os braços. Dobre na metade do comprimento, juntando as pontas do lado direito. Corte um buraco para o pescoço na borda dobrada, como mostra a ilustração. Costure as mangas como mostra a figura e vire o lado direito para fora.

8 Corte outro pedaço do mesmo tecido para as pernas medindo cerca de 30 x 22 cm. Dobre na metade pela largura, juntando as pontas do lado direito e costure seguindo o comprimento para formar um tubo.

9 Dobre o tubo novamente para que a costura fique atrás. Desenhe o contorno da parte interna da perna no tecido e faça uma costura contínua, como mostra a ilustração. Corte o material entre as pernas, perto das costuras.

10 Dobre cada perna como se fosse passar um vinco no centro, e faça a costura da base da frente para trás, fazendo uma curva suave em direção à dobra. Corte o excesso de tecido e vire o lado direito para fora.

11 Monte a boneca. Passe o pescoço pelo buraco na borda dobrada da parte dos braços e costure para firmar o pescoço. Faça um pequeno saco com o tecido restante e encha-o com bastante lã. Isso vai formar o
corpo, ou estômago, da boneca. Costure-o firmemente na ponta da cabeça que forma o pescoço.

12 Coloque o enchimento na parte da perna e costure em volta da cintura. Prenda as pernas ao corpo, puxando a linha da cintura sobre o estômago. Puxe os fios para apertá-los e costure a parte das pernas ao
estômago.

13 Encha a parte dos braços e depois puxe o tecido para baixo para encontrar a parte de baixo na linha da cintura. Vire as bordas inferiores e costure no lugar.

14 Faça uma mão usando um pedaço de tecido cor da pele com cerca de 6 x 4 cm. Dobre ao meio no sentido da largura, juntando o lado direito, e desenhe o contorno de uma mão, como mostrado abaixo. Costure em volta do contorno, deixando uma abertura no pulso para o enchimento. Faça a mesma coisa com a outra mão.

15 Vire as bordas inferiores dos pulsos da parte dos braços, faça alguns pontos soltos, alinhave os pontos e segure. Vire o lado direito da mão para fora, encha levemente e costure na ponta do pulso.

16 Costure os fios do cabelo, prendendo-os firmemente. Faça alguns pontos largos em torno dos calcanhares para criar o formato dos pés.

Dicas
Coloque as características mais simples que puder.

Se acrescentar cabelo, prenda-o muito bem e use fios que não soltem fibras.
Escolha um tecido macio, lavável - atoalhado, flanela ou seda -, pois precisará ser lavado sempre.

Evite materiais sintéticos.

Se quiser acrescentar roupas ou chapéus, use cores lisas e evite cores berrantes.

Use tecidos coloridos que reflitam a diversidade racial.

Fonte: Livro "Brincadeiras Criativas Para o Seu Bebê"
Autores: Christopher Clouder e Janni Nicol
Editora: Publifolha
Páginas: 128
Quanto: 29,90
Onde comprar: No site da Livraria da Folha ou pelo telefone 0800-140090.

Brincar de boneca é um exercício saudável e fundamental para o desenvolvimento das crianças.

Crianças que brincam com bonecas se tornam pais amorosos; leia trecho Publicidade

da Folha Online

Brincar de boneca é um exercício saudável e fundamental para o desenvolvimento das crianças.

Durante a brincadeira, meninos e meninas podem tratar a boneca como uma amiga, descarregar suas frustrações ou cuidar dela como se fosse um bebê. As crianças começam a reconhecer qualidades humanas em uma boneca e elas se tornam reais: as meninas normalmente imitam as atitudes da mãe - brincando de mamãe e filhinha - enquanto os meninos tendem a transformar a boneca em um segundo eu.

Divulgação

Livro traz brincadeiras para bebês de três meses a dois anos
É isso o que afirmam Christopher Clouder e Janni Nicol, autores do livro "Brincadeiras Criativas Para o Seu Bebê", editado pela Publifolha.
Com base na filosofia educacional Waldorf/Rudolf Steiner, que segue a premissa de que as crianças passam por estágios específicos em que há uma propensão para aprender de certa maneira, o título apresenta brincadeiras divertidas e imaginativas que ajudam no desenvolvimento dos bebês de três meses a dois anos. Saiba mais sobre o livro.

"Tanto meninos quanto meninas precisam reencenar o cuidado que recebem, e brincar de boneca contribui para que as crianças se tornem pais amorosos", indicam os autores.

No trecho extraído do título, Clouder e Nicol ensinam aos pais como fazer uma boneca simples, mas importante para o desenvolvimento dos filhos.

Pesquisa comprova que criança que lê mais escreve melhor

Estudo comprova que criança que lê mais escreve melhor

da Livraria da Folha
Está comprovado que as crianças que leem e escrevem mais são melhores na leitura e na escrita. E escrevendo posts de blogs, atualizações de status, mensagens de texto, mensagens instantâneas, e todas as coisas semelhantes, motivam crianças a ler e escrever.

No mês passado, o "The Nacional Literancy Trust", Fundo Nacional de Alfabetização do Reino Unido, divulgou o resultado de uma pesquisa com 3 mil crianças. Eles observaram a correlação entre o engajamento das crianças com as mídias sociais e seu conhecimento da leitura e da escrita.

No resultado eles perceberam que as mídias sociais têm ajudado as crianças a se tornarem mais literatas. Além disso, a Eurostat, organização estatística da Comissão Europeia, recentemente publicou uma matéria mostrando a correlação entre educação e atividade online, que indicou que a atividade online aumentou com o nível de atividade formal (os fatores sócio-economicos estão, é claro, influenciando potencialmente).

Educadores indicam livros

Educadores indicam livros para formação intelectual das crianças
 da Livraria da Folha
Com que idade as crianças devem começar a ter contato com a leitura? Quais os livros que elas devem ler? Será que existe alguma ordem a ser seguida ou livros mais recomendados para uma determinada idade? Para ajudar a orientar pais que tenham este tipo de questionamento, dezoito educadores selecionaram 204 obras que consideram essenciais para serem lidas pelas crianças e jovens dos 2 até os 18 anos de idade. A ideia é que cada mês a criança leia pelo menos um livro. A lista completa está neste site.

Divulgação

O livro apresenta poemas sobre universos familiares às crianças, como o mar e o brejo.

Os educadores começam selecionando livros com histórias em formato de poesias, como "Bem-te-vi", onde o autor brinca de forma simples com as palavras envolvendo as crianças no jogo de rimas. O livro apresenta alguns poemas sobre universos familiares às crianças, como o mar, o brejo, os palhaços, entre outros.

Outra obra recomendada para ser lida ao bebês é o livro "Tanto, Tanto" mostra, de forma simples e bem-humorada, manifestações de afeto de uma família em relação ao seu bebê. A família retratada é negra, o que é ótimo para ampliar as referências étnicas e valorizar a diversidade. Considerado altamente recomendável para a criança pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, o livro foi incluído no Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE-99.

Aos 5 anos a indicação é por livros como "O Príncipe sem Sonhos", que conta a história de um príncipe dos dias de hoje, uma criança que tem tudo, mas precisa aprender a sonhar.

Divulgação

Lucas é um menino que viaja no tempo e conhece lugares e pessoas incríveis.

Aos 8 anos a imaginação pode ser estimulada com o livro *"Tudo É Possível", que conta a história de Lucas, um menino que viaja no tempo e conhece lugares e pessoas incríveis. Além de passar uma bela mensagem de confiança nos próprios sonhos, o livro faz uma ponte com a História do Brasil, pois a autora cita personagens históricos como o padre José de Anchieta e Santos Dumont.

Com 10 anos, os educadores sugerem obras como a coleção "Judy Moody", os livros, com capas coloridas e vibrantes contam histórias que têm tudo a ver com o universo feminino. Além disso, tratam de assuntos importantes abordados na escola, como meio ambiente, de forma divertida e despretensiosa. As obras atraem especialmente as meninas, pois narram, de maneira gostosa, as aventuras de uma garota e suas amigas. Para os meninos, o educadores recomendam as aventuras de "Chiclete, O Incrível Garoto que Encolhe". Estes livros atraem especialmente os meninos pois narram, de maneira gostosa, as aventuras de um garoto.

"Os Lusíadas", é leitura recomendada aos 15 anos de idade. O volume que marcou a consolidação da Língua Portuguesa foi adaptada pela editora Ática, mesclando episódios importantes da obra com as respectivas explicações. Para exaltar a grandeza da nação Portuguesa, Camões escolheu o gênero épico, o mesmo utilizado por Homero na Ilíada.

Aos 18 anos os jovens já estarão lendo livros mais densos como os clássicos "Crime e Castigo", escrito em meados do século 19, o enredo conta a trajetória de Raskólnikov, um jovem estudante pobre e desesperado que assassina uma mulher. Ou ainda "O Velho e o Mar", uma obra-prima do nosso tempo, que conta a história de um homem que convive com a solidão do alto-mar, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência e sua inabalável confiança na vida.

Educação precisa de "dinheiro novo"

Para colocar crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola, Educação precisa de "dinheiro novo"

Do UOL Educação
Em Brasilía

Para cumprir a obrigatoriedade de crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola até 2016, a Educação vai precisar de "dinheiro novo". Essa é a opinião de Carlos Eduardo Sanches, presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

Segundo Sanches, o orçamento da área poderia ser turbinado pelo Fundo Social do Pré-Sal. O artigo que definia 50% do fundo para a educação foi vetado ainda no governo Lula. Haverá discussão em torno dos percentuais na gestão Dilma.

O professor universitário Mozart Neves Ramos, conselheiro do CNE (Conselho Nacional de Educação) também defende aumento da participação da União no bolo da Educação. Para aplicar o conceito de qualidade mínima (CAQi), o governo federal deveria aumentar de R$ 8,7 bilhões para R$ 30 bilhões o investimento na área.

Sanches lembra também que é preciso diminuir a diferença de investimentos entre as unidades mais ricas e as mais pobres da Federação. "Atualmente, a diferença [para os anos iniciais do fundamental] entre o maior e o menor valor [do Fundeb de investimento por aluno] é 1,69, que é significativa", diz. "É o regime tributário que promove [a diferença]. É preciso uma reforma tributária que não cabe à Educação.

Em 2009, o investimento em Educação por parte da União atingiu 5% do PIB. A intenção é chegar à taxa de 7% nos próximos dez anos, segundo meta do PNE (Plano Nacional de Educação).

Ex-prefeitos foram condenados pelo TCU

Em 2010, 15 ex-prefeitos já foram condenados pelo TCU por irregularidades na merenda escolar

Rafael Targino
Em São Paulo

Um levantamento feito pelo UOL Educação mostra que, entre janeiro e agosto, 15 ex-prefeitos foram condenados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a devolver dinheiro para o governo federal por causa de irregularidades na distribuição de merenda escolar.

O valor devido pelos políticos chega a R$ 5,4 milhões, em valores da época das irregularidades. Neste ano, o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) está repassando a Estados e municípios R$ 0,30 por dia para cada aluno. Tomando por base esse valor, seria possível alimentar, em um dia, 18 milhões de crianças em idade escolar com a verba desviada a ser devolvida. Em 2010, o governo federal deve gastar R$ 3 bilhões em merenda.

Dos 15 casos, quatro estão no Maranhão, quatro na Bahia, dois em São Paulo e, o resto, dividido entre Goiás, Alagoas, Amapá, Pará e Pernambuco. Uma ex-prefeita de Caxias (MA), a 360 km da capital São Luís, é a que teve condenação no valor mais alto: cerca de R$ 2 milhões. Além de ter comprado alimentos com preços acima dos praticados no mercado, foram detectados problemas em notas fiscais.

As irregularidades identificadas pelo FNDE –que faz uma complementação do dinheiro da merenda aos municípios– e pelo TCU vão desde o superfaturamento de produtos à falta de prestação de contas. Segundo o fundo, um ex-prefeito de Dormentes (PE), a cerca de 700 km de Recife, forneceu quantidades menores de merenda do que o custeado pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar, que é do FNDE). No Pará e em Alagoas, há ex-prefeitos que deixaram de distribuir a comida para as escolas.

Para José Matias Pereira, professor de administração pública da UnB (Universidade de Brasília), o que estimula algumas autoridades a desviarem esse tipo de verba é a sensação de impunidade. “O alimento, às vezes, é a motivação para o aluno ir para a escola. Quando você pega um prefeito que se posiciona dessa forma [desviando recursos], na verdade, ele age dentro de um contexto e é motivado, principalmente, por interesses menores”, diz.
13 milhões O tempo para que um gestor público seja condenado pode passar de cinco anos. Um ex-prefeito de Ibirapitanga (BA), a 361 km de Salvador, por exemplo, teve problemas com contratos em 1998 e foi condenado somente em 2010. A demora no julgamento das ações acaba elevando o valor devido, já que as decisões exigem o pagamento com correção monetária. O valor a ser devolvido já pode ter passado de R$ 13 milhões.

Mesmo com a devolução, o dinheiro não volta necessariamente para o FNDE ou para o Ministério da Educação, já que o depósito precisa ser feito na conta única do Tesouro Nacional.

O professor também critica a demora em punir os responsáveis. “Se você me perguntar se um diretor de escola não sabe que os alunos estão sendo alimentados, sim, ele sabe. Essa informação teria que ir para um sistema de controle e ter prioridade”, afirma. Quem detectar irregularidades nas merendas pode denunciar o fato ao Ministério Público.

CGU acha fraudes na educação

CGU acha fraudes de quase R$ 14 milhões na educação em pelo menos 11 cidades do país

Da RedaçãoEm São Paulo
A CGU (Controladoria-Geral da União) descobriu fraudes nos recursos para a educação em pelo menos 11 municípios do país, durante fiscalização feita por sorteio. De acordo com o órgão, ao menos R$ 13,7 milhões deixaram de ser ou foram mal aplicados na área.

A maior parte dos desvios –cerca de R$ 13 milhões do total– ocorreu nos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Em um município de Pernambuco, por exemplo, houve o pagamento de salários a servidores que não exerciam o magistério e a compra de combustíveis, no posto do prefeito, com o dinheiro da educação. Segundo a CGU, o prejuízo foi de R$ 229,9 mil.

Já na prefeitura de Cachoeira do Piriá (PA), a CGU constatou que não foi comprovada a utilização de R$ 7,8 milhões do Fundeb. O problema foi descoberto quando foram conferidos os documentos apresentados pelo governo municipal para comprovar os gastos. No relatório da controladoria, a prefeitura não se manifestou.

A CGU também identificou problemas com o transporte escolar. No município de Santana do Matos (RN), a prefeitura gastou R$ 121,7 mil de recursos do MEC (Ministério da Educação) em um ônibus. Quando a controladoria questionou onde estava o veículo, descobriu-se que ele nem havia saído da sede da empresa onde foi comprado: segundo o governo da cidade, não havia motorista capacitado para dirigir o ônibus –e um concurso público ainda seria aberto para contratar um.

Fiscalização O MEC, a quem o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), gestor do Fundeb, está vinculado, diz que não é de responsabilidade do órgão fiscalizar a utilização do dinheiro repassado –e que essa tarefa cabe à própria CGU e ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Para Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o MEC poderia ter uma postura mais “proativa” na fiscalização do uso do dinheiro. “Há dois problemas: os conselhos de acompanhamento [do Fundeb] são muito desestruturados e o papel que deveriam fazer, não fazem a contento; além disso, a LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação] determina que o gestor da educação tem que ser o gestor do recurso, e isso não acontece”, afirma.

Ele diz, no entanto, que a situação poderia ser pior. “O Brasil tem um problema de transparência e de mecanismos de controles sociais. A CGU só descobriu esse problema do Fundeb porque há mais mecanismos de controle”, afirma.

Professores e o uso das tecnologias

Professores são inseguros para usar tecnologia

Estudo da Unicamp diz que 85% dos docentes não conseguem usar o computador nas aulas


Felipe Oda - Jornal da Tarde

Professores da rede pública não se sentem seguros para aplicar a tecnologia na sala de aula. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com 253 docentes de escolas estaduais paulistas mostra que 85% deles não sabem usar o computador e seus recursos como ferramenta pedagógica. E perdem, assim, uma boa chance de capturar a atenção de seus alunos, naturalmente interessados pelas novidades tecnológicas.

Segundo os docentes, a dificuldade é atribuída, em geral, à deficiência na formação profissional e à falta de tempo, além do pouco incentivo para se aprimorarem e a infraestrutura deficiente no local de trabalho. O secretário- adjunto da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, João Cardoso Palma Filho, contesta as queixas dos professores. “Também há muita resistência dos docentes com a tecnologia”, afirma Palma.

Os professores entrevistados na pesquisa da Unicamp não sabem, por exemplo, usar um software simples como o Power Point, e relatam problemas com navegadores de internet. “Fazendo cursos já é difícil acompanhar a tecnologia. Imagine sem eles”, diz a professora da rede municipal Ana Maria Perressim. “O que sei e uso em sala de aula (de computador) aprendi por conta própria.”

O estudo foi realizado em 27 escolas de Campinas, a 100 quilômetros da capital, entre 2009 e 2010, mas a pesquisadora do Núcleo de Estudos Avançados em Psicologia Cognitiva e Comportamental (Neapsi) da Unicamp, Cacilda Encarnação Augusto Alvarenga, afirma que os resultados da amostra “são semelhantes no resto do País.”

Uso da tecnologia na escola

Professor jovem tem mais domínio da tecnologia

Mais velhos podem até ser mais resistentes, mas não podem ser afastados das novas ferramentas
Felipe Oda - Jornal da Tarde

A pesquisa indica que os professores mais jovens, com menos tempo de formação e de experiência, têm mais intimidade com as novas tecnologias.

“Eles se sentem mais confiantes, preparados e motivados para usar essa ferramenta em sala de aula. Estão mais dispostos a romper desafios”, afirma Cacilda Encarnação Augusto Alvarenga, pesquisadora da Unicamp.

De acordo com Adriano Canabarro Teixeira, especialista em educação e tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os docentes mais jovens têm a vantagem de serem, na maioria das vezes, já usuários das tecnologias. “É uma geração mais acostumada”, afirma. “Geração que teve acesso à tecnologia”, diz Cacilda.

A discussão sobre “geração”, porém, é contestada por Márcia Padilha Lotito, da Organização dos Estados Ibero-Americanos. “Evidente que a ‘geração’ (idade do professor) facilita. Mas a tecnologia é muito complexa e pode ser estranha até mesmo para jovens”, ressalta. “Os mais velhos podem ser até mais resistentes, mas não podemos ser injustos com ninguém e afastá-los ainda mais das tecnologias”, completa Márcia.

A educadora acredita que a insegurança com computadores e seus recursos deverá ser superada com o tempo. Para ela, a incorporação das tecnologias pelas escolas é inevitável. “O sistema de ensino ainda não teve tempo de se organizar. Está em crise e passa por uma reestruturação. A tecnologia será incorporada”, afirma.

Chile põe publicidade em livro didático

Alunos de escolas privadas leem diariamente anúncios sobre as vantagens de ter determinados produtos; medida causa polêmica
João Paulo Charleaux, Especial para o Estado - O Estado de S.Paulo
SANTIAGO - Entre uma lição e outra, um anúncio de página inteira diz o quanto é bom ter o último modelo de celular e como é gostoso o cereal feito pela maior produtora de alimentos no mundo. Propagandas como essas são lidas diariamente em sala de aula por milhares de alunos menores de 12 anos de escolas privadas do Chile e têm provocado um debate nacional entre pais, educadores e autoridades, num dos países economicamente mais liberais da América do Sul.
Em livros de espanhol, sites de empresas privadas aparecem como "sugestões complementares de leitura". Os estudantes também veem banners, logotipos, embalagens, jingles e outras peças publicitárias dirigidas justamente às crianças, um público conhecido por seu apetite voraz de consumo e pelo poder de persuasão diante dos pais.
Num dos livros, o enunciado convida o estudante a cantar: "Meu primeiro Claro (celular) é a forma mais legal de falar com meus amigos." O conteúdo - difundido pela empresa no último Dia das Crianças - é apresentado a alunos da 5.ª série em um livro de Linguagem e Comunicação de uma das maiores editoras do Chile, a Santillana.
O Ministério da Educação defende o valor educativo dos textos publicitários, mas, diante das crescentes reclamações de pais e professores, começou a admitir pela primeira que talvez a iniciativa tenha ido longe demais. As editoras garantem que não recebem por divulgar os anúncios. Pelo contrário, pedem autorização às empresas.
Carmen Ureña, vice-diretora da editora Santillana, diz que "a utilização de marcas reais nos textos de Linguagem e Comunicação não constitui de forma alguma publicidade porque a editora não recebe dinheiro dessas empresas para que figurem no material pedagógico".
O ministro da Educação, Joaquín Lavín, defendeu-se dizendo que as propagandas pretendem somente "fazer com que as crianças enfrentem melhor a publicidade a qual estão expostas todos os dias, nas ruas e na televisão".
No entanto, depois de muita pressão, Lavín reconheceu que as peças publicitárias "deveriam ser fictícias, para que as crianças aprendessem sobre propaganda sem que fossem expostas a uma marca determinada".

Educadores lembram que, ao contrário do que ocorre nos canais de televisão, os estudantes não podem virar a página ou mudar de canal para fugir das peças quando estão em sala de aula.

Fáceis de decorar. A estudante María Jesús Manosalva, de 11 anos, estuda em uma das escolas mais tradicionais da cidade de Temuco, no sul do Chile. Em seu livro de espanhol há duas propagandas de empresas privadas que ocupam quase meia página cada uma.

"Os anúncios são bonitos, coloridos e fáceis de decorar. Eles ficam na cabeça. Eu gosto deles", disse María, que, como a maioria das crianças do Chile, é consumidora de todos os produtos anunciados em seu livro.

Em um dos exercícios, é apresentado um anúncio colorido de meias infantis. Ao lado, um questionário pergunta a marca, o nome, o tipo e o fabricante do produto, além de pedir para a aluna repetir o slogan por escrito e circular as palavras "você adora, você sonha".

"Quando vi a polêmica nos jornais me lembrei imediatamente dos livros que a minha filha usa. É um absurdo que isso esteja ocorrendo. Todos os amiguinhos de classe têm celular, consomem esses produtos. O que acontece aqui é influência sublimar em um público que ainda não dispõe de senso crítico", disse a mãe de María, Anita Mora Neumann.

"É muito preocupante que empresas comecem a lucrar no campo aberto das salas de aula, fazendo propaganda de graça para crianças que não têm a menor capacidade de filtrar esses estímulos", afirmou ao Estado Barbara Figueroa, diretora de Educação e Aperfeiçoamento do Sindicato Nacional dos Professores do Chile.

"Isso é algo que vai contra o próprio sentido da educação porque põe o lucro acima da formação dos alunos. Vamos estudar ações legais para proteger as crianças. Regular essa relação deveria ser uma das responsabilidades do Estado", disse Figueroa.

No Congresso. A conivência do Ministério da Educação já se tornou alvo de críticas também da oposição no Congresso. "Não é possível que avisos publicitários escondidos sejam aceitos pelo Ministério da Educação, com fotos e logotipos associados a empresas de celular, de alimentos e de bebidas", disse o senador democrata cristão Mariano Ruiz Esquide. "Essa ideia de que o mercado deve ser conhecido desde as mais baixas faixas etárias e em matérias que não são controladas por ninguém é um erro", acrescentou.

As discussões, que tiveram início entre pequenos grupos de pais descontentes, ganhou as páginas dos principais jornais do Chile e pode terminar com processos na Justiça e até mesmo a abertura de uma investigação parlamentar contra o Ministério da Educação.

TRECHOS

"Meu primeiro Claro (celular) é a forma mais legal de falar com meus amigos...

Meu primeiro Claro é estar longe e me sentir em casa. Se fala Claro, é claro que tem mais."

Escolas americanas investem em prevenção

Depois de Columbine, escolas americanas investem em prevenção à violência

Estudos mostram que aumento da vigilância por câmeras ou agentes não impede novos massacres

Nathalia Goulart Massacre em Columbine, 20 de Abril de 1999 (Divulgação)

Bastaram alguns minutos depois das primeiras notícias sobre o massacre na escola de Realengo, na zona Oeste do Rio, para que a tag Columbine entrasse nos trending topics do site de microblog Twitter. Diante de uma tragédia como a ocorrida no colégio municipal Tasso da Silveira, é inevitável relembrar o massacre ocorrida há quase doze anos no interior do estado americano do Colorado. Em 20 de abril de 1999, dois estudantes abriram fogo contra colegas matando 13 pessoas e deixando outras 25 feridas. Desde então, Columbine se tornou sinônimo de horror e tristeza.

O crime causou comoção no mundo todo e disparou um alerta nas escolas americanas, que partiram imediatamente em busca de mecanismos de prevenção a tragédias semelhantes. A maioria instalou mais camêras de segurança e aumentou o número de vigilantes, tanto dentro quanto do lado de fora de seus muros. As medidas, porém, caíram em descrédito assim que ficou comprovado que Columbine também contava com câmeras e seguranças na hora em que os dois jovens atiraram contra os colegas.

Estudos realizados posteriormente pelo professor Lynn Addington, criminalista da American University e especialista no caso de Columbine, mostraram que medidas excessivas de segurança, além de ineficientes, vêm sempre acompanhadas de altos custos. "O primeiro deles é financeiro, porque aumentar a verba para câmeras e outros dispositivos significa cortar recursos de outros lugares”, explica o professor em um de seus estudos. “Além disso, essas medidas comprometem a privacidade dos alunos e aumentam o medo na escola. As pesquisas de Addington revelaram que o excesso de aparatos de segurança cria nos alunos a sensação de que as escolas são inseguras.

Com o passar dos anos, estratégias alternativas de prevenção à violência ganharam terreno dentro das escolas. Como medidas de médio e longo prazo, os diretores e professores investiram em medidas para combater o bullying e em serviços de aconselhamento. Essa tendência se refletiu nos investimentos. Entre 1999 e 2008, a verba destinadas ao reforço da segurança foi reduzida em dois terços e o programa que colocou 6.300 policiais nas imediações de escolas foi demantelado pelo Departamento de Justiça em 2005. No mesmo período, as verbas destinadas a programas de aconselhamento quase dobraram.

Outra estratégia que ganhou impulso foi a melhoria do relacionamento entre diretores, professores e alunos. Um levantamento feito pelo Serviço Secreto logo após Calumbine analisou 37 massacres semelhantes e revelou um dado preocupante: os assassinos, quas sempre, contam a colegas sobre seus planos macabros antes de executá-los. Esses estudantes, porém, não reportam as conversas aos responsáveis pela escola ou às autoridades.

Conta-ataque - Especialistas avisam que, independentemente das estratégias adotadas, crimes como o desta quinta-feira são muito difícieis de serem evitados. Infelizmente, nenhuma comunidade está livre de uma tragédia do tipo, dizem eles. A solução é estar bem preparados para quando eles acontecerem.

A Swat (Special Weapons and Tatics, destacamento de elite da polícia americana) se debruçou sobre a sequência de acontecimentos em Columbine para definir estratégias mais eficientes de ação. "Percebemos que nenhuma tropa de elite é capaz de chegar a tempo de evitar o massacre", diz Mascos do Val, instrutor da Swat. Diante dessa constatação, a polícia criou o programa First Responder, ou Atirador Ativo, onde vigilantes e seguranças responsáveis pela escola são treinados para agir rapidamente. "O treinamento é rigoroso, com o objetivo de prepará-los para usar munições letais em situações de extrema gravidade e sob forte pressão", explica Marcos do Val.

Depois de Columbine, outros cinco grandes ataques contra estudantes foram registrados em escolas americanas, totalizando 53 mortes. Entre eles, está o massacre ocorrido na Universidade Virginia Tech, onde o sul-coreano Cho Seung-hui matou 32 pessoas em 2007.

Pesquisa sobre uso da internet ouviu mais de 2.500 crianças

Um quarto das crianças de 9 anos já possui celular
Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil ouviu mais de 2.500 crianças
Nathalia Goulart(Thinkstock)
Um quarto das crianças brasileiras de 9 anos já possui celular. Essa é uma das revelações da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e da Comunicação por Crianças no Brasil, divulgada nesta quinta-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) em parceria com o instituto Ipsos Public Affairs.
O levantamento detalhou o uso que as crianças entre 5 e 9 anos fazem das novas tecnologias. Foram realizadas 2.502 entrevistas com crianças de todo o país entre os dias 21 de setembro e 27 de outubro de 2009.

De acordo com o levantamento, 65% das crianças naquela faixa etária já usaram um telefone celular, enquanto 14% possuem um aparelho próprio. O celular é mais difundido entre as mais velhas: aos 9 anos, 24% da população já possui o aparelho. Aos 5, apenas 4%.

O celular é usado principalmente para a diversão - e não para a comunicação. Oitenta e oito por cento dos entrevistados que utilizam o aparelho aproveitam seu potencial para brincar com jogos, ante 64%, que declararam usá-lo para realizar ligações.

As crianças também utilizam o celular para ouvir música, atividade realizada por 60% dos entrevistados que têm contato com o telefone móvel. "Vale lembrar que, entre a população em geral, esse número é significativamente mais baixo: 25%", destacaram os responsáveis pela pesquisa.

Uso de smartphones pelas crianças já preocupa os pais

Smartphones reduzem controle dos pais sobre os filhos

Acesso à internet via celular atrapalha a fiscalização do conteúdo pelos adultos Uso de smartphones pelas crianças já preocupa os pais (Comstock)

Por questões sociais e de segurança, as crianças fazem uso de celulares - inclusive smartphones com acesso à internet - cada vez mais cedo. E os pais, que pareciam tranquilos com os aparelhos na mão da garotada, começam a se preocupar com o conteúdo que seus filhos acessam diretamente do telefone - sem passar pelo crivo de um adulto. Uma pesquisa britânica revela que o uso de smartphones já se tornou uma dor de cabeça para alguns pais, que temem o contato dos filhos com material pornográfico e publicidade inapropriada.

De acordo com o estudo, coordenado pela organização Mothers' Union for Sarah Teather, o que mais preocupa os pais são os anúncios que chegam através do celular. Cerca de 35% deles disseram que sentem seus filhos vulneráveis a essas publicidades e acreditam que a prática é errada. Produtos ligados a sites de redes sociais que convidam a criança a acessar páginas de conteúdo inapropriado por meio de um único clique ocupam o segundo lugar na lista de preocupações.

Apesar de ser uma tecnologia mais antiga quando comparada aos smartphones, por exemplo, a televisão também está entre as preocupações dos pais - 41% dos entrevistados disseram que seus filhos assistiram a programas adultos na televisão nos últimos três meses. E isso aconteceu antes da 21 horas, quando a classificação dos programas é livre.
Tuda essa exposição traz consequências, acreditam os pais. Nove em cada dez afirmaram que seus filhos estão crescendo mais rápido devido ao aumento da pressão comercial e sexual, causada principalmente por influência da internet e da televisão.

Para Reg Beiley, coordenador do estudo, os pais precisam estar mais atentos às novas tecnologias e ao relacionamento que mantêm com os filhos. "Os pais estão desapontados pelo fato de a regulamentação não ser mais suficiente. Eles estão percebendo que os tradicionais meios de controle, como a classificação dos programas de televisão, não funcionam mais", afirmou.

Peitar os sindicatos

Hora de peitar os sindicatos
"Antes que a patrulha trate de pôr palavras na minha boca, eu me adianto. Não sou contra a existência de sindicatos, mas acho que eles devem ser vistos como defensores de seus próprios interesses. Seu peso no discurso público deve ser temperado por essa realidade " Luis Cleber

Manifestação sindical

A luta dos manifestantes não melhora em nada a qualidade da educação. Ao contrário, o ensino sofre com os atentados ao mérito

Quando se fala sobre a política da saúde em relação ao tabagismo, os representantes dos fabricantes de cigarro raramente são trazidos para o debate. Essa exclusão não se dá pelo seu desconhecimento da questão, já que eles claramente conhecem o produto mais do que a maioria de seus interlocutores, nem porque haja algum preconceito contra essas pessoas — entendemos que elas estão fazendo esse trabalho para sustentar suas famílias, e não por um desejo de matar milhões de pessoas por ano. Desconsideramos suas opiniões porque sabemos que elas não terão em mente o bem público, mas única e exclusivamente o ganho de sua empresa. São parte interessada na questão e, portanto, sabemos que seu julgamento será influenciado por vieses potencialmente conflitantes com o interesse comum.

Na área da educação, que é tão importante quanto a da saúde, não é assim. Se você tem frequentado a imprensa brasileira nas últimas décadas, sua visão sobre educação será provavelmente idêntica à dos sindicatos de professores e trabalhadores em educação. Você deve achar que o país investe pouco em educação, que os professores são mal remunerados, que as salas de aula têm alunos demais, que os pais dos alunos pobres não cooperam, que deficiências nutritivas ou amorosas na tenra infância fazem com que grande parte do alunado seja “ineducável” e que parte do problema da nossa educação pode ser explicada pelo fato de que as elites não querem um povão instruído, pois aí começarão os questionamentos que destruirão as estruturas do poder exploratório dessas elites. Não importa que todas essas crenças, exceto a última, sejam demonstravelmente falsas quando se cotejam décadas de estudos empíricos sobre o assunto (a última não resiste à lógica). Todas elas vêm sendo defendidas, ad nauseam, pelas lideranças dos trabalhadores da educação. E, como são muito pouco contestadas, acabaram preenchendo o entendimento sobre o assunto no consciente coletivo, e já estão de tal maneira plasmadas na mente da maioria das pessoas que todas as evidências apresentadas em contrário são imediata e automaticamente rechaçadas. É como se ainda negássemos a ligação entre o cigarro e o câncer de pulmão.

A sociedade brasileira parece não reconhecer que os sindicatos de professores pensam no bem-estar de seus membros, e não no da sociedade em geral. Incorporamos a ideia de que o que é bom para o professor é, necessariamente, bom para o aluno. E isso não é verdade. Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha de trabalhar mais: passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor — aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego, maior liberdade para montar seu plano de aulas e para faltar ao trabalho quando for necessário — é irrelevante ou até maléfico para o aprendizado dos alunos.

É justamente por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade (representada por seus filhos/alunos) e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos politicamente, convocando greves, passeatas, manifestando-se publicamente com estridência etc., da mesma maneira que a indústria tabagista ou de bebidas faz mais lobby do que, digamos, os fabricantes de fralda.

Uma das razões que tornam os sindicatos tão poderosos é que eles funcionam. Estudo do fim da década de 90 mostrou que, entre os professores brasileiros, a sindicalização era o fator mais importante na determinação do seu salário: os filiados tinham salários 20% mais altos que os independentes.

Outras pesquisas sobre o papel do sindicato dos professores trazem resultados curiosos. Estudo de um economista de Harvard tentando entender o porquê da queda da qualidade das pessoas que optaram pela carreira de professor nos EUA entre 1961 e 1997 encontrou dois fatores: um deles, que explica três quartos do problema, era a crescente sindicalização dos professores, causando compressão salarial (o outro fator era a emancipação feminina, já discutida aqui em artigo anterior). Quando um sindicato se “adona” de uma categoria, a tendência é que os salários de seus membros deixem de ser um reflexo de seu mérito individual e passem a ser resultado de seu pertencimento a alguma categoria que possa ser facilmente agregável e discernível — como ter “x” anos de experiência ou ter feito uma pós-graduação, por exemplo —, pois só assim é possível estabelecer negociações salariais coletivas, para milhares de membros. E só com negociações coletivas é que se torna possível a um sindicato controlá-las. Talvez seja por isso que os aumentos salariais tenham se provado ferramenta tão ineficaz na melhoria da qualidade da educação: as pessoas mais competentes parecem não fugir do magistério pelo fato de o salário ser alto ou baixo, mas sim por seu salário não ter nenhuma relação com seu desempenho. Nenhum ás quer trabalhar em lugar em que recebe o mesmo que os vagabundos e incompetentes. Talvez seja por isso que outro estudo mostrou, paradoxalmente, que a filiação a um sindicato afeta de forma significativamente negativa a satisfação dos professores com a sua profissão. É o preço a pagar pelo aumento salarial.

O outro estudo que conheço sobre o tema é do alemão Ludger Wossmann, que comparou dados de 260 000 alunos em 39 países. Uma de suas conclusões é que naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior (todos os estudos mencionados aqui estão na íntegra em twitter.com/gioschpe).

Quando ouvir um membro desses sindicatos se pronunciando, portanto, é mais seguro imaginar que suas reivindicações prejudicam o aprendizado do que o contrário. E, especialmente quando a questão for salarial, é preciso levar em conta que não apenas os professores são beneficiados por seu aumento, como os sindicatos também, já que são mantidos por cobranças determinadas através de um porcentual do salário.

Antes que a patrulha trate de pôr palavras na minha boca, eu me adianto: não sou contra a existência de sindicatos de professores, nem contra o lobby da indústria do cigarro, da bebida ou das armas. O direito de livre associação e expressão é um pilar inviolável de um estado democrático, e está acima até mesmo do aprendizado de nossos alunos. Só acho que os sindicatos e seus representantes devem ser vistos pelo que são: defensores de seus próprios interesses. Seu peso no discurso público deve ser temperado por essa realidade.

Esse insight causa dois impactos importantes. O primeiro é que nós, os defensores da melhoria educacional do país, estamos sós. O sindicato dos professores não é nosso parceiro e a união dos alunos deixou há muito de defender os interesses educacionais do alunado, trocando-o pela generosa teta do Erário e pelo triste mercantilismo da emissão de carteiras vale-desconto. Não podemos esperar por movimentos organizados para abraçar essa causa: precisamos criar nós mesmos essa união, que será inclusive boicotada pelo status quo.

O segundo é que, toda vez que uma organização com esses nobres fins se forma, o cacoete de buscar uma parceria com os representantes dos professores é o beijo da morte. Se quisermos defender exclusivamente o interesse do alunado, a relação com os sindicatos de trabalhadores da educação será provavelmente adversarial, talvez neutra, jamais colaborativa. Ou você já viu oncologista fazer parceria com a Souza Cruz ou o “Sou da Paz” de mãos dadas com a Taurus?

Gustavo Ioschpe é economistaFonte: Revista Veja - Educação

Crianças vão ser vacinadas

Crianças vão ser vacinadas contra a gripe A

Por: Valeska Andrade

Ao contrário do ano passado, neste inverno somente grupos de risco receberão a vacina contra a gripe A. São eles: gestantes, crianças entre seis meses e dois anos, idosos, indígenas e profissionais de saúde que atuam em postos e emergências.

Outra novidade é que a mesma vacina vai imunizar contra três tipos de gripe: a comum (influenza), a gripe A (H1N1) e uma variação do vírus da gripe A, chamado H3N2. A campanha começa, em todo o País, no dia 25 de abril e vai até 13 de maio.

O diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina, Luiz Antônio Silva, diz que as campanhas educativas vão continuar incentivando a higiene. “Estamos certos de que ela é a grande responsável pela prevenção da doença”.

Fonte: Diário Catarinense (SC)

Desafio dos estados é

Desafio dos estados é valorizar o salário do professor

Por: Valeska Andrade

Orientação do Ministério da Educação, neste ano, diz que a remuneração mínima de um educador de nível médio, que cumpra jornada de 40 horas semanais, deve ser de R$ 1.187,08.

Este valor representa um aumento de 15,85% em relação ao piso do ano anterior. Há dois anos, desde que foi promulgada a Lei do Piso (Lei 11.738/2008), o governo federal tenta fazer com que estados e municípios invistam na valorização do professor.

Porém, não existem dados concretos sobre o alcance dessa lei, já que o piso é definido pelos estados. Levantamento do jornal Brasil Econômico mostra que a maioria dos estados consegue pagar um valor superior ao piso para docentes graduados.

Uma das metas do novo Plano Nacional de Educação é ter todos os professores da educação básica com formação específica de nível superior.

Fonte: Brasil Econômico (SP)

Para a Formação do Professor

István Mészáros e a educação para além do capital

Escrito por Demetrio Cherobini

Um clássico, um engodo e uma aposta: tal é o que se encontra na edição brasileira de A educação para além do capital de István Mészáros, lançado primeiramente em 2005 e depois em 2008, pela Editora Boitempo. O clássico fica por conta do próprio texto de Mészáros, uma proposta consistente, coerente e radical a respeito de como os revolucionários do século XXI podem orientar seus esforços no campo da educação, a fim de superar a dominação exercida pelo capital sobre o sócio-metabolismo humano e realizar a "comunidade humana emancipada". O engodo, destaque negativo da publicação, cabe inteiramente ao prefaciador do livro, Emir Sader, que, desgraçadamente, tenta desviar a atenção do leitor para preocupações e objetivos diversos dos que estão contidos nas formulações do pensador húngaro. A aposta, o que resta disso tudo, é a de que os trabalhadores saibam ter a postura crítica necessária para perceber e superar as mistificações ideológicas que proliferam em nossos dias – até mesmo em torno das publicações progressistas - e tentam lhes perpetuar na condição de acomodação, entorpecimento e paralisia frente ao seu inimigo visceral.

Desde A teoria da alienação em Marx, escrito na década de 1960, até seus textos mais recentes, como O desafio e o fardo do tempo histórico, de 2007, o ponto-chave que orienta a reflexão filosófica de Mészáros é a realização da transcendência positiva da auto-alienação do trabalho. O mesmo se dá, evidentemente, em A educação para além do capital, concebido originalmente como uma conferência a ser proferida no Fórum Mundial de Educação, na cidade de Porto Alegre, em 2004. Nesse contexto, pode-se dizer que a crítica radical da alienação é o elemento decisivo para se entender não apenas a proposta, discutida nesse livro, de "contra-interiorização" da realidade histórico-social, que precisa se dar em ambientes formais e informais de aprendizagem, mas da teoria social e política do filósofo húngaro em sua totalidade.

Sem compreender isso, qualquer empreendimento que vise elucidar criticamente as proposições de Mészáros sobre as formas – atuais e vindouras - de mediar o sócio-metabolismo humano fica tremendamente prejudicado. A educação é importante para um projeto político-social alternativo porque a superação da alienação só pode ser feita por meio de uma atividade autoconsciente. Esta é, pois, a condição para passarmos de uma situação onde nos encontramos completamente fragmentados, cindidos, diminuídos, submissos às nossas próprias criações materiais e estranhos em relação aos nossos semelhantes, para uma outra, na qual poderemos nos desenvolver ao máximo e nos tornarmos ricos no sentido qualitativo da palavra: sujeitos que sentem intimamente a carência de uma multiplicidade de manifestações humanas de vida (Cf. Marx).

Mas quem lê desavisadamente o prefácio à edição brasileira de A educação para além do capital é induzido a crer que as preocupações de Mészáros são as mesmas de Sader, a saber: como fortalecer a esfera pública em contraposição ao domínio do privado. Vejamos, nesse sentido, o que afirma o politólogo brasileiro: "Talvez nada exemplifique melhor o universo instaurado pelo neoliberalismo, em que ‘tudo se vende, tudo se compra’, ‘tudo tem preço’, do que a mercantilização da educação. Uma sociedade que impede a emancipação só pode transformar os espaços educacionais em shoppings centers, funcionais à sua lógica do consumo e do lucro. O enfraquecimento da educação pública, paralelo ao crescimento do sistema privado, deu-se ao mesmo tempo em que a socialização se deslocou da escola para a mídia, a publicidade e o consumo" (Cf. SADER, 2005, 16).

Uma leitura atenta, contudo, vai nos mostrar que os termos de referência de Mészáros são completamente outros. Em primeiro lugar, porque não é o neoliberalismo que mercantiliza tudo – inclusive a educação -, e sim, em nosso contexto, o sistema do capital. Em segundo lugar, a questão realmente importante não é exatamente o "enfraquecimento da educação pública" em comparação com o crescimento do ensino privado. Ao colocar as questões desse modo, Sader tenta fazer-nos crer que a preocupação de Mészáros seria com um eventual fortalecimento do setor público em contraposição ao setor privado – seria, portanto, combater precipuamente o "neoliberalismo".

Mas o filósofo húngaro não é tão ingênuo assim e não mistifica dessa maneira o setor "público" (o Estado). Antes disso, está muito mais interessado em demonstrar como é o sistema do capital – e não somente o "neoliberalismo" -, com todas as suas contradições, incluindo-se aí o próprio Estado, que faz parte de sua base material e que deve ser superado em concomitância com esse complexo mais amplo no qual está inserido. A educação pode contribuir com esse propósito, desde que não se limite apenas ao âmbito formal de ensino – note-se, então, que não se trata de colocar a questão em termos de "público" e "privado" - e se volte para a formação das mediações materiais não antagônicas de regulação do sócio-metabolismo humano. E isso só pode ser feito se a educação em questão for radicalmente crítica, isto é, articuladora teórico-prática de negação e afirmação no sentido da construção do socialismo – ponto importantíssimo que nem sequer é tocado no curioso prefácio.

A preocupação de Mészáros, portanto, é em firmar uma educação revolucionária, e não meramente "pública" (ademais, em Para além do capital, o filósofo húngaro deixa bem claro que o objetivo dos socialistas é a socialização do poder de decisão sobre todos os âmbitos da atividade humana, e não a mera estatização das coisas – porque isto não elimina, em definitivo, o problema da alienação).

Em terceiro lugar, é um equívoco completo afirmar algo parecido com "a socialização se deslocou da escola para a mídia, a publicidade e o consumo". Na verdade, a socialização - isto é, o aprendizado das relações, normas e valores sociais, a internalização do mundo humano, a apropriação ativa das produções histórico-culturais - nunca poderia ter feito esse percurso porque ela é, na verdade, como a educação, "a própria vida", ou seja, se confunde com a própria vida, seja na escola ou fora dela. O referido prefácio, portanto, desvia o foco da nossa atenção para pontos que não são preocupações centrais de Mészáros. Constitui, na verdade, um tragicômico registro de um caso de prefaciador que apresentou como se fossem do prefaciado idéias que na verdade não lhe pertenciam (acreditamos que mistificação seja um termo bastante apropriado para designar o sentido desse tipo de operação intelectual).

A educação para a superação da alienação é, de acordo com Mészáros, a que se insere conscientemente na luta de classes. Aí, ela se desenvolve a partir da adoção crítica de um ponto de vista estruturalmente antagônico em relação ao sistema do capital. Essa nova práxis compreende tal perspectiva, os interesses que lhe são inerentes, articula-os em torno de uma ideologia capaz de proporcionar os devidos "estímulos mobilizadores" para as ações sócio-políticas da "classe com cadeias radicais" rumo à sua emancipação. É uma educação que está, pois, consciente de que só uma revolução pode libertar os trabalhadores da prisão configurada pelos processos alienados e alienantes de produção e reprodução do capital.

Nesse contexto, todas as mistificações sobre as relações dos homens com os produtos do seu trabalho, onde estes lhes aparecem como auto-constituídos e dotados de propriedades humanas, devem ser combatidas. A educação socialista é, por definição, uma educação desmistificadora dos processos atualmente estabelecidos de controle sócio-metabólico, realizados de acordo com as exigências do capital. É, pois, numa palavra, crítica radical dos fetiches de um sistema que vive de produzir fetiches – incluindo-se aí, evidentemente, o próprio fetiche do Estado.

O projeto socialista requer, assim, que nos orientemos a partir de um quadro estratégico adequado, de atuação nacional e internacional, com vistas a irmos para além do capital, e não meramente do capitalismo e seu regime jurídico garantidor da propriedade privada. A educação para além do capital é aquela que, concebendo-se como mediação indispensável, se integra conscientemente nesse projeto de transição que deverá fazer vir à luz uma sociedade capaz de proporcionar tempo disponível para a realização das potencialidades humanas. A educação é, portanto, na visão de Mészáros, parte de um projeto político-social - mediação coadunada com outras mediações - que precisa progressivamente negar a forma de sociabilidade atualmente cristalizada e afirmar uma alternativa viável em relação a ela. É esse movimento que constitui, pois, a crítica radical, a práxis revolucionária rumo à comunidade humana emancipada, a sociedade regulada pelos produtores livremente associados de que falava Marx.

É importante ressaltar tais questões, pois Mészáros volta a elas freqüentemente. É a crítica da ordem do capital que deve constituir a forma da educação transformadora. Isto exige uma ampla e profunda modificação de práticas e relações materiais – ou seja, dos sistemas de mediações atualmente estabelecidos -, que deve se dar com base no objetivo de transferir o poder de decisão sobre os processos sócio-metabólicos da humanidade para os produtores associados. Por isso, a reflexão sobre educação não pode se realizar meramente tendo-se em vista os ambientes formais de ensino, mas sim, sobretudo, as esferas informais de apropriação dos produtos históricos. Nessas duas "frentes de batalha", ela necessita se estabelecer como prática que é, assim como a revolução, auto-determinada e permanente.

O filósofo húngaro frisa constantemente que as formas de apropriação do mundo que o capital controla não se dão somente na escola ou na universidade, mas na vida como um todo. Por causa disso, a educação revolucionária não pode visar apenas os ambientes formais de ensino, mas sim se voltar para todas as outras atividades em que a interiorização ocorre, a fim de produzir uma contra-interiorização (ou contra-consciência) radical. Não mais hierárquica, fetichista, perdulária, destrutiva, e sim sustentável, cooperativa, consciente, emancipada, numa palavra, socialista. Por tal razão, uma educação alternativa só pode ser bem fundamentada se estiver amparada por uma teoria política concretamente produzida para fins específicos de confrontação de um determinado sistema de relacionamento social. Isto deve estar claro para os sujeitos envolvidos com atividades formais de ensino, pois eles necessitam ser capazes de fazer com que a sua instituição específica se abra para toda a sociedade, a fim de poder se articular com os movimentos materiais que visam superar a ordem do capital rumo à "nova forma histórica".

A teoria de Mészáros é, portanto, uma defesa intransigente e sem concessões de que as instituições de ensino e seus participantes – educadores, educandos, trabalhadores da educação, comunidade escolar – entrem numa relação dialética com os processos políticos e sociais que, em nosso tempo, visam à construção do futuro emancipado da humanidade. Isto não significa, contudo, que tal teoria não diga algo digno de poder ser utilizado para orientar ações dentro do âmbito da escola ou da universidade. Por exemplo: se a atividade organizada pelo sistema fetichista de exploração de trabalho excedente – isto é, o sistema do capital - é estruturada hierarquicamente, a prática superadora de tal conjunto de relações precisa se ordenar de modo diverso. Isto pode ocorrer tanto no que toca à própria estrutura institucional como no interior da sala de aula: um movimento progressivo de transcendência da forma da interiorização que se dá de acordo com a lógica do capital (hierárquica), para uma outra, não fetichista, horizontal, cooperativa, auto-determinada. É esse novo tipo de prática social que torna possível a generalização do pensamento crítico e a formação da consciência socialista de massa de que fala Mészáros.

Uma forma revolucionária de educação é, pois, segundo o filósofo húngaro, imprescindível para as classes trabalhadoras na sua luta contra o capital. Não uma educação que, impregnada de retórica mistificadora, contemporize com interesses escusos de partidos que desejam se perpetuar nos postos mais altos do Estado a partir de uma engenharia política hábil na conciliação entre as classes. Não uma educação que se dê meramente no âmbito "público", mas que seja capaz de criticar os próprios fundamentos da divisão entre o público e o privado. Não uma educação que fetichize o Estado, considerando-o como panacéia para todos os problemas, mas que combata suas contradições lá onde elas se enraízam. Finalmente: não uma educação apenas contra o setor privado, o neoliberalismo, o partido X ou Y, e sim uma educação contra o capital, suas personificações e seus ideólogos de todos os tipos - principalmente, os que exercem sua influência deletéria no interior da própria esquerda...

Ficha

Título: A educação para além do capital
Autor: István Mészáros
Editora: Boitempo
Ano: 2008 (2ª edição)
Páginas: 124

Sobre o autor: István Mészáros nasceu em Budapeste, em 1930. Em sua juventude, trabalhou em fábricas de aviões, tratores, têxteis, tipografias e até no departamento de manutenção de uma ferrovia elétrica. Aos dezoito anos, graças ao fato de haver se formado com notas máximas, ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Budapeste, onde pôde conhecer o filósofo György Lukács, de quem foi grande amigo e discípulo. Da Hungria, Mészáros foi para a Itália, onde trabalhou na Universidade de Turim. A partir de 1959, seu destino foi a Grã-Bretanha, onde lecionou em vários lugares: no Bedford College da Universidade de Londres (1959-1961), na Universidade de Saint Andrews, na Escócia (1961-1966), e na Universidade de Sussex, em Brighton, na Inglaterra (1966-1971). Em 1971, trabalhou na Universidade Nacional Autônoma do México, e em 1972 foi nomeado professor de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade de York, em Toronto, no Canadá. Em janeiro de 1977, retornou à Universidade de Sussex, onde veio a receber o título de Professor Emérito de Filosofia em 1991. Afastou-se das atividades docentes em 1995 e atualmente vive na cidade de Rochester, próxima a Londres.

Demetrio Cherobini é cientista social (UFSM) e mestre em Educação (UFSC).