Laura Nabuco
A secretária estadual de Educação, Rosa Neide Sandes (PT), garante que apenas dois servidores da Seduc foram afastados de suas funções depois de apresentar atestados médicos emitidos pelo psiquiatra Ubiratan de Magalhães Barbalho, alvo de um escândalo nacional por vender os documentos. "Foi verificado que os atestados eram corretos. As pessoas realmente estavam doentes", afirma.
O comércio de atestados foi descoberto em janeiro deste ano e divulgado pelo Fantástico. As primeiras denúncias recaíram sobre servidores do Comando-Geral da Polícia Militar. Os promotores de Justiça Vinícios Gahyva Martins e Gustavo Dantas Ferra, responsáveis pelo caso, entrentanto, revelaram que um servidor da Seduc, com pré-nome Antônio Carlos, também se beneficiou do esquema. Mais tarde um levantamento feito pela secretaria estadual de Administração (Sad) em agosto de 2010 apontou a Seduc como a pasta que mais possuía servidores afastados sob a alegação de problemas de saúde.
Levantamento aponta que Seduc lidera o ranking dos licenciados
De acordo com Rosa Neide, o motivo de tantas licenças na pasta é o grande número de funcionários, uma vez que a Seduc é a maior secretaria do Estado em número de servidores. "A Seduc é a pasta que mais tem pessoas trabalhando, então é claro que tudo aqui sempre vai ser em grandes quantidades. Nós temos 36 mil servidores", pontua a petista.
Mesmo afirmando não haver qualquer irregularidade, a secretária ressalta que o trabalho de auditagem dos atestados da pasta ainda não foi concluído. Segundo ela, além das licenças concedidas por Ubiratan, os servidores que tiverem sido afastados por outros médicos também passarão pelo "pente fino" que está sendo realizado pela Sad. "Como aqui tem um número grande de pessoas, nós pedimos para a SAD olhar tudo, porque podemos ter outros problemas", explica.
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