Tríade Do AprenderPor: Edevânio Francisconi Arceno
RESUMO
A educação que outrora foi privilégio de poucos, se tornou com o passar do tempo, acessível a todos ou quase todos. Esta acessibilidade é resultado de lutas, dos muitos pensadores, questionadores e visionários que estavam à frente de seu tempo, pois entendiam que a educação não era simplesmente um privilégio, mas um direito. Hoje existe a necessidade de se criar leis que obriguem as pessoas a irem à escola. Muitas vezes vão para as aulas, sem ter a mínima vontade de aprender, estes (as) não aprendem de forma consciente. Existem ainda aquelas que querem e até acham que estão aprendendo. Este trabalho pretende confrontar os conceitos de aprendizagem, para que possamos aprender a aprender.
Palavras-chave: Querer; Desenvolver; Compreender.
1 INTRODUÇÃO
Lendo a introdução de uma entrevista com o professor Vicente Martins, sob o título, “Como desenvolver a capacidade de Aprender”, citada pela professora Íris Weiduschat, na agenda da disciplina de Didática e Avaliação, como anexo A, p.9, chamou-nos a atenção o relato sobre os três fatores que influenciam no desenvolvimento da capacidade de aprender.
Decidimos discorrer ainda que superficialmente, a respeito do que entendemos desta tríade de fatores composta pela Atitude de querer aprender, Desenvolver a aprendizagem e Compreender o que aprendeu.
Sabemos que algumas pessoas podem não concordar com a nossa opinião, inclusive até nós mesmos, amanhã ou depois poderemos discordar categoricamente, com algumas ou talvez todas essas afirmações, afinal nós recém concluímos a primeira fase de nossa licenciatura, além disto, descobrimos que nunca praticamos a verdadeira aprendizagem, porém nunca é tarde!
Esperamos que estas declarações possam contribuir e provocar uma análise introspectiva, questionando como tem sido a nossa maneira de aprender, como aprender mais e o que temos aprendido.
Se a nossa aprendizagem está improdutiva, calada, inexpressiva e conformada, não está bem, e necessita de socorro, temos que Aprender a Aprender, observando a Tríade do Aprender.
2 ATITUDE DE QUERER APRENDER
“Eu quero aprender”, quantos entram em uma instituição de ensino, desejando realmente Isto? Criou-se uma atmosfera de obrigatoriedade em relação à Escola, justificativas como ; porque todos vão, você tem que ir , tem que saber disto , daquilo , se não estudar não vai ter um bom emprego, não vai ser ninguém na vida ,etc.
Acreditamos que aqueles que ignoram tais ameaças , vislumbram a verdadeira essência da educação ,descobrem que podem e decidem fazer a diferença no meio em que vive , e através disto constróem um olhar crítico e tornam-se grandes questionadores e criadores das marchas.
Questionam o sistema ,o governo, a sociedade, as estruturas, a educação, a saúde, a segurança, etc. Estes são os transformadores conceituais de seu tempo, e tudo porque decidiram aprender a aprender, não que a verdadeira aprendizagem nos tranforme em rebeldes sem causa, pois que causa foge aos olhares críticos de quem verdadeiramente aprende.
Temos a tendência de nos cobrar demasiadamente, a ponto de achar que ao sairmos das estruras educacionais, temos a obrigação de saber tudo .
Se este for o nosso pensamento, infelizmente teremos que recomeçar a nossa caminha escolar, pois não conseguimos perceber a essência da educação, e conseqüentemente nunca seremos um diferencial em nosso meio,um questionador transformador.
Na educação não obtemos a espada , mas sim o segredo do fogo para forja-la, não desviamos ou anulamos correntes d’agua, mas a transformamos em energia, é na Escola que adquirimos a “Lupa” que nos ajudará a fazer a famosa leitura do mundo , tão defendida e incentivada pelo saudoso educador Paulo Freire.
Para entendermos a verdadeira aprendizagem, teremos que tomar a atitude, de querer aprender a aprender , não por imposição ou obrigação social, mas sim, “porque eu quero”!
3 DESENVOLVER O APRENDER
Como já dissemos anteriormente , quando decidimos aprender a aprender, entendemos que a importância não está somente nos peixes, mas também na forma de pescá-los. Qual a melhor vara, a isca certa, que lua é a mais indicada, qual o clima mais propício, em que condição a pescaria terá mais êxito, barco ou margem, enfim, são informações que contribuem para uma pescaria prazerosa, segura e produtiva.
Talvez possamos nos perguntar, tudo isto é necessário? Pode até não ser , mas esta é a visão de quem aprende a aprender e desenvolve a aprendizagem, não que se esforçem para isto , pois é com naturalidade que necessitam e procuram tais informações.
O diferencial não está no modo de como vêem , mas sim na forma, pois quem desenvolve a aprendizagem através do querer aprender a aprender, busca mais profundidade e com isto adquiri uma forma diferenciada e tridimensional de ver o mundo, ou seja, observam além do plano ,intrigados com o que tem por trás do que se vê.
Entendemos que aprender não é um evento, mas sim um processo, um processo infinito e progressivo , pois quanto mais aprendemos , mais sentimos a necessidade de aprender , pois através da aprendizagem adquirida ,descobrimos que ainda há muito mais à aprender .
4 COMPREENDER O QUE APRENDEU
O Desenvolvimento da aprendizagem nos impulsiona ao seguinte degrau, pois de que adianta sabermos qual a vara, a isca, a lua, o clima, o barco, enfim várias informações e não discernir suas conexões e finalidades, sem a compreesão deste desenvolvimento, jamais teremos uma pescaria prazerosa, segura e produtiva.
A compreensão das informações e conteúdos agregados durante nossa caminhada escolar é que irão direcionar a nossa “Lupa” para a leitura do mundo.
Certa vez , assistindo a um dos primeiros episódios de “Lost”, um dos sobreviventes estava tranquilíssimo e após o acidente disse aos outros que logo viria o resgate , pois eles (o Governo), localizavam a placa de um carro via satélite, quanto mais um avião.Um outro sobrevivente esclareceu, que somente localizavam o veículo através do satélite , porque sabiam em que área procurar, diferentemente do avião, que estava totalmente fora da rota!
Gostaríamos de usar este exemplo e fazer uma analogia com o nosso assunto, se não compreendemos o que aprendemos, estaremos tão sem ação quanto a equipe de resgate , pois temos o satélite, a tecnologia e os técnicos, porém faltam dados importantes que nos impedem de progredir, de ir além.
Como docentes temos o dever de disponibilizar dispositivos e ferramentas que auxiliem aos discentes progredirem na compreensão de sua aprendizagem, este é o desafio de quem almeja e atreve-se a ser um educador. No art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: [...] III - zelar pela aprendizagem dos alunos; (Inciso III art. 13, LDB). Primar pela aprendizagem do ensino é, antes de tudo, um compromisso profissional e papel social do educador.
5 CONCLUSÃO
Revendo os nossos conceitos subjetivamente construídos em nossa discência, temos a oportunidade de reconstruir o saber, não por orgulho, pois o orgulho não constrói, mas sim pelo desejo de colocar nas mãos de cada discente uma “Lupa”, que ampliará sua visão, porém com a “Lupa”, verão que a atual docência, necessita de uma reforma pedagógica, mas não é este o objetivo da Pedagogia do aprender a aprender, produzir reformadores?
Nenhum docente responsável repreenderá quem deseja aprender a aprender, pois o verdadeiro papel do Educador é intermediar a relação da potencialidade cognitiva do educando com o mundo de possibilidades a sua volta, através da Tríade do Aprender.
6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília. Art. 13, Inciso III.
wEIDUSCHAT. Iris.Agenda da Disciplina de Didática e Avaliação.Indaial:ASSELVI,2007.
Edevânio Francisconi Arceno
Prof. Marcos Neotti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/História (HID 0771) – Didática e Avaliação
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