quarta-feira, 22 de junho de 2011

Encontro sensibiliza profissionais para atuar com educação a distância

Redação 24 Horas News

O I Encontro de Educação à Distância da Universidade do Estado de Mato Grosso e Universidade Aberta do Brasil (Unemat/UAB), que terminou na noite dessa quinta-feira (16.06) em Cáceres sensibilizou professores e profissionais do ensino superior a atuarem com essa modalidade de ensino.

Durante dois dias, cerca de 150 pessoas puderam conhecer as principais diferenças entre as modalidades presencial e à distância, além de conhecer as novas tecnologias e a plataforma moodle, que é utilizada na UAB. Professores e pesquisadores que atuam no ensino à distância em várias regiões do País apresentaram aos participantes as vantagens e também os desafios que estão postos.

A coordenadora da UAB/Unemat, professora Fabíola Sartin Parreira Almeida, destaca a importância de sensibilizar as pessoas para virem a atuar no ensino à distância. O objetivo da Unemat é organizar e capacitar as pessoas para essa modalidade de ensino e aprendizagem, desmistificando conceitos que ainda persistem. O principal foco das palestras e mesas redondas foi no sentido de assegurar a qualidade dos cursos oferecidos nessa modalidade, que em nada deixam a desejar quando comparados ao ensino presencial.

HISTÓRICO

A Universidade do Estado de Mato Grosso iniciou o trabalho com a Educação à Distância em 1999 com a oferta de cursos de Pedagogia para professores em serviço e esteve desde então vinculada a Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), proporcionando até 2010 a formação de aproximadamente três mil professores atuantes na educação básica e infantil.

Em 2008, a Unemat passou a integrar o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Ligado ao Ministério da Educação, pela Secretaria de Ensino a Distância, este sistema tem por prioridade a formação de educadores, por meio do estímulo à articulação e integração de uma rede nacional de educação superior. O sistema é formado por Instituições de Ensino Superior em parcerias com estados e municípios brasileiros.

Atualmente a Unemat conta com cerca de mil alunos nos cursos de graduação e pós-graduação por meio desta modalidade de ensino.

Cidade do Piauí tem mais medalhas que 11 Estados em Olimpíada de Matemática

Município de 5.600 habitantes, que já havia ganhado o concurso Soletrando, teve 14 medalhistas em Matemática

Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro


Notícia anterior USP cria três novos cursos de EngenhariaPróxima notícia Unesp divulga aprovados para a segunda fase do vestibularTexto: enviar por e-mail Cidade do Piauí tem mais medalhas que 11 Estados em Olimpíada de MatemáticaMunicípio de 5.600 habitantes, que já havia ganhado o concurso Soletrando, teve 14 medalhistas em Matemática

corrigir Cidade do Piauí tem mais medalhas que 11 Estados em Olimpíada de MatemáticaMunicípio de 5.600 habitantes, que já havia ganhado o concurso Soletrando, teve 14 medalhistas em Matemática Seu nome* Seu e-mail* Mensagem

Pela quinta vez em cinco anos, Sandoel Vieira, 16 anos, saiu de Cocal dos Alves (PI) para receber uma medalha nas Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). No Theatro Municipal do Rio, ele recebeu na tarde desta terça-feira sua terceira medalha de ouro – as outras duas foram de bronze – e cumprimentou a presidenta Dilma Rousseff, ao lado de 499 alunos de todo o País.

Sandoel não veio sozinho. Estava no Rio acompanhado de mais três conterrâneos ainda mais jovens, que também obtiveram a premiação máxima da disputa: Clara Mariane Oliveira, 13, Antônio Wesley Vieira, 13 e José Márcio Brito, 15.

O município de 5.600 habitantes – de onde também saiu o vencedor do programa Soletrando – fica a 300 quilômetros da capital Teresina e tem apenas duas escolas públicas – uma municipal e outra estadual. Sozinha, a cidadezinha conseguiu 14 medalhas entre os 3.200 melhores do Brasil. Além das 500 medalhas de ouro, foram distribuídas ainda 900 de prata e 1.800 de bronze pelos resultados, entre 19,5 milhões de competidores, na sexta edição do evento.

A pequena cidade, sozinha, recebeu mais medalhas de ouro que 11 Estados do País. “É a água de lá”, brinca o professor da Universidade Federal do Piauí João Xavier da Cruz Neto. “Como se explica, qual seria a chance de sucesso de uma cidade pequena? Isso se deve à dedicação de dois professores”, afirmou o presidente da Olimpíada e diretor do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), Cesar Camacho.

O provável segredo está na existência de um grupo de estudo de matemática que promove reuniões duas vezes por semana com professores de matemática locais, Antônio Cardoso Amaral e Raimundo Brito, e aulas a cada duas semanas com professores da Universidade Federal do Piauí. “Treinamos problemas sobre assuntos de olimpíada de matemática e nos preparamos”, explica Sandoel. “Eu fico orgulhosa”, diz, quase inaudível, a tímida Clara.

Além de estudar Matemática, Antonio Wesley gosta de jogar videogames e mexer em computadores. “Não posso mexer direito (em computadores), tenho pouco acesso”, conta José Márcio, filho de lavradores, que estuda à noite e não tem computador. Campeão na Matemática, José Marcio pretende trabalhar em um universo mais abstrato que a lavoura de feijão dos pais, que tem pouco estudo. Ele pretende ser pesquisador de Matemática. “Esse prêmio nos dá novas perspectivas e abre possibilidades”, disse Sandoel.

A presidenta Dilma Rousseff acredita que “histórias de superação como as que aqui presenciamos são exemplo para o Brasil”. “Um país não é feito só de realizações concretas, pontes; uma das coisas mais importantes é o conhecimento, a capacidade do ser humano de a cada geração ir além. Aqui estão jovens que podem ir além e serão os instrumentos para que o Brasil vá além. O tamanho de nosso país tem a ver com o tamanho de nossos sonhos”, afirmou.

Dilma anuncia bolsas

Clara,André e Henrique, pentacampeões que vão representar o Brasil na Olimpíada Mundial de Matemática, na Holanda

A presidenta voltou a prometer a criação de um programa que vai distribuir 75.000 bolsas de estudo universitário – da graduação ao pós-doutorado – em universidades de elite do mundo, em países como os Estados Unidos, Alemanha, China e França, por exemplo.

A pentamedalhista de ouro Maria Clara Mendes Silva, mineira de 16 anos que ficou empatada em primeiro lugar neste ano com mais sete alunos, é uma candidata. “Quero estudar no MIT (Massachussetts Institute of Technology) ou em Harvard”, disse ela, que mora em Pirajuba e tem consciência de seu potencial.

Clara faz parte de um grupo de elite da OBMEP, que vem uma vez por mês ao Rio para treinamento em Matemática. Ao lado de André Macieira Costa, 16, e Henrique Fiúza, 15 – ambos de colégios militares – e mais três jovens, ela vai representar o Brasil na Olimpíada Mundial de Matemática, em julho, na Holanda.

Especialistas avaliam políticas de educação e saúde

O debate em torno da regulamentação da propaganda dirigida a crianças e adolescentes abriu o segundo dia de atividades do Seminário 20 Anos de Direitos de Crianças e Adolescentes.

“A gente não pode negar que nos dias de hoje existe uma educação informal controlada pela mídia”, afirmou Laís Fontenele, representante da Fundação Alana, para alertar sobre a necessidade de regulamentação das propagandas destinadas especificamente a crianças e adolescentes. De acordo com a especialista, as crianças têm passado mais tempo diante da televisão do que na escola e no convívio com seus familiares. Laís destacou também as conseqüências que o incentivo ao consumo não-consciente pode trazer à criança, como obesidade infantil, dificuldade de socialização, erotização precoce e incentivo ao uso de álcool e tabaco.

Aldaíza Sposati, pesquisadora da PUC-SP, destacou que “não é possível falar de política social achando que ela é desconectada da política econômica”. A pesquisadora afirma também que os governos regionais devem ter papéis mais claros na efetivação das políticas públicas para garantir a qualidade dessas ações.

O promotor de justiça e representante da ABMP, Oto de Quadros, fez uma análise do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), enfatizando a diferença de relação entre a justiça e a criança antes e depois do ECA, quando meninos e meninas deixam de ser “objetos” para se tornarem sujeitos de direitos. De acordo com sua avaliação, “quem propõe o rebaixamento da idade penal é intelectualmente desonesto”.

Elsa Giugliani, representante do Ministério da Saúde, apresentou alguns programas desenvolvidos pelo Governo Federal para garantir o direito à vida e à saúde estabelecidos pelo ECA. “Temos avançado, mas temos que avançar muito mais para garantir não só a sobrevivência, mas a qualidade de vida de brasileirinhos e brasileirinhas”, declara Elsa.

Maria de Salete, representando o UNICEF, foi enfática ao afirmar que por mais que os avanços tenham sido significativos, não podemos (sociedade civil) nos acomodar. A especialista apresentou dados referentes à educação, apontando significativas melhoras no que diz respeito a acesso ao ensino. Para a especialista, “a melhor maneira de avaliar os 20 anos da Convenção e os 19 do ECA é entendendo as dificuldades que nos cercam e nos alegrando com as vitórias conquistadas”.

Educomunicação: a notícia do ponto de vista da adolescência

Enviado por criancanoparlamento

Como seria uma rádio ou uma TV com a programação elaborada por adolescentes? Na Cidade dos Direitos, a hipótese vira realidade.

Um grupo formado por jovens de diversas partes do país, que veio à Brasília para participar da 8ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente, está fazendo uso das ferramentas da comunicação para tratar de assuntos relacionados aos direitos de acordo com a abordagem que julga necessária.

Monalyza Tomelin Schneider, designer e produtora de vídeo, explica que cerca de 40 adolescentes se dividem no trabalho da rádio e da TV, cujos programas, com duração média de 10 minutos, são apresentados diariamente na Cidade dos Direitos. A designer explica que os jovens procuram entender como os meios de comunicação podem auxiliá-los na garantia e defesa de seus direitos.

Santiago Plata Garcês, 16 anos, veio do Goiás. “Como transformar esta cidade [dos direitos] em realidade? Como esta iniciativa irá repercutir nos outros municípios?”, indaga Santiago. Para ele, o tema que deveria receber mais espaço na mídia é o direito à educação de qualidade, pois, no seu entendimento, somente uma boa educação é capaz de prevenir e combater outras violações de direitos. Além disso, o adolescente aponta a violência sexual contra crianças como um dos grandes problemas que devem ser enfrentados.

Jovens na mídia

“Marginalizada”. É assim que Santiago percebe a juventude sendo retratada pela mídia. “A mídia não fala, por exemplo, dos(as) jovens que participam da conferência. Fala, na maioria da vezes, de adolescentes que cometem algum tipo de infração, sem contar o que aconteceu com essa pessoa antes disso”, afirma. Nesse sentido, o adolescente acredita que a imprensa deveria noticiar mais ações protagonistas desenvolvidas por meninos e meninas, bem como apontar soluções para os problemas que a juventude enfrenta.

“Às vezes, o adulto e a mídia não dão espaço para o jovem opinar”, argumenta André de Lima Cordeiro, 16 anos, do Rio de Janeiro.

Sebastião Júnior Silva, 16 anos, do Distrito Federal, critica a falta de profundidade nas matérias sobre jovens. Júnior se sente ofendido quando o consumo de bebidas alcoólicas e drogas é associado apenas à juventude. Para ele, é necessário que a mídia aponte caminhos, e não fique apenas fazendo críticas.

Adolescente vê escola como agente estratégico na promoção dos direitos

Enviado por Ana Flávia

“Eu ouvi dizer oito vezes nesta Conferência que nós temos capacidade de decidir. Entretanto, não se falou nenhuma vez sobre a falta de interesse do jovem que tem (ou pode vir a ter) este direito garantido, em exercê-lo”, reflete o adolescente João Carlos Souza Freitas, de Pará de Minas (MG). Com apenas 16 anos, João consegue vislumbrar a importância da integração entre escola, família e comunidade no desenvolvimento das crianças e adolescentes. “Sem estrutura e conhecimentos é mais difícil que o adolescente se interesse pela participação política”.

Ele ressalta que hoje existem muitas mídias como a TV, o rádio e a internet que se renovam com incrível rapidez. No entanto, a escola não faz o mesmo. Insiste na monotonia. Para João, a escola é o espaço de excelência do jovem. Na escola o jovem pode obter informações, aprender, fazer amigos e se reunir. Todas estas atividades contribuem para a integração e, consequentemente, abrem mais oportunidades para o engajamento político. Mas, João não é do tipo que apenas critica. Ele aponta soluções. “Acredito que a escola deveria oferecer a inclusão por meio de mais atividades extracurriculares, dentro e fora de sua estrutura física”, sugere.

“Espero que a questão educacional para os jovens seja mais discutida. Pouco se falou da integração família-comunidade-escola e sua importância na formação infanto-juvenil”, enfatizou. João Carlos acredita que mais recursos governamentais deveriam ser alocados para a educação, pois assim a escola teria mais condições de auxiliar a família na formação dos jovens. Ele insiste na formação de base para retomar o tema da capacidade e necessidade de expressão das crianças e adolescentes. “A expressão do jovem. Isto é fato. Mas, este sujeito de direito necessita também de orientação, pois todo direito gera um dever. E os adolescentes precisam saber quais são os seus deveres”.

Para ele, o adolescente tem que ser estruturado a fim de participar de forma mais contundente das políticas públicas de seu município. Isto é um direito assegurado. Mas, ele também deve preservar o meio ambiente, conhecer passado histórico e cultural de sua cidade e País. “Tudo isso pode acontecer dentro da escola. Aliás, por meio deste olhar da participação, o adolescente pode se sentir mais atraído pela sala de aula”, exemplificou.

Outro ponto abordado pelo atento estudante foi a questão das crianças e adolescentes que vivem em cidades do interior. Ele percebeu que a maioria dos representantes que está na Conferência é de capital ou de grandes cidades. De acordo com João, o adolescente do interior sofre com a falta de informação e acesso aos seus direitos. “Isto deve ser mais bem observado.”, sugeriu. “Tenho vários sonhos em relação às crianças e adolescentes. Porém, dois são fundamentais para mim. O primeiro é que todos tenham alimentação. Este é um direito básico. O outro é que seja implantada, em breve, uma justiça itinerante em toda cidade do interior e zona rural com a finalidade de resolver os problemas dos jovens. As varas especiais demoram mais a ser implantadas e enquanto isso os direitos da criança e do adolescente são sistematicamente desrespeitados”, concluiu.



blog de Ana Flávia

Precariedade do sistema socioeducativo

Por Márcia Acioli , assessora política do Inesc

Está tudo errado. Adolescentes cometem atos infracionais, nem sempre violentos contra a pessoa, são encaminhados para cumprirem uma medida socioeducativa, cujo objetivo é educar para uma nova relação com a sociedade. O que pouca gente sabe é que as medidas mudam conforme a gravidade do ato. A depender do grau de violência ou prejuízo, corresponde uma medida diferente, que pode ser: Advertência; Obrigação de reparar o dano; Prestação de serviços à comunidade; Liberdade Assistida; Semi-liberdade e, por fim, a Internação. A medida privativa de liberdade é atribuída aos casos de maior gravidade e violência. A ideia central é de garantir aos adolescentes em conflito com a lei, um processo pedagógico que o habilite a conviver com a sociedade, a desenvolver suas potencialidades e a exercer sua cidadania.

No entanto, em grande parte do país, o que se observa é a prática abusiva da medida de internação, meramente punitiva que viola direitos. Quando as demais medidas são esquecidas em detrimento da privação de liberdade, fica caracterizada uma séria violação de direitos e o processo educativo é deixado de escanteio. A perspectiva da educação passa a não figurar nem no papel. Das instituições não são cobrados os projetos pedagógicos exigidos pela lei.

O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) nunca foi prioridade do poder público. O poder executivo não garante as estruturas físicas e materiais necessárias à execução das medidas, nem oferece servidores suficientes e qualificados para uma tarefa muito específica. Igualmente grave é o não cumprimento do dispositivo de municipalização do atendimento, garantindo que tanto a execução das medidas sócioeducativas quanto o atendimento inicial do adolescente sejam executadas na comunidade.

O mais grave neste quadro, é a absurda e inadmissível violação de direitos praticada pelo Estado. A negligência do Estado e a violência institucional não só ferem a lei como matam inúmeros adolescentes que estão sob a responsabilidade dos órgãos públicos. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente Art. 125 diz que... “É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança”. Adolescentes em prisões de adultos, instituições superlotadas, instalações inadequados, adolescentes sem atividades, sem contato com o sol, comida estragada, ambiente sujo, precariedade na higiene... são crimes do Estado e devem ser cobradas do Estado uma resposta imediata!
Ao analisar os recursos destinados ao SINASE na área federal é absolutamente constrangedor constatar que em meio a tanta precariedade, o Governo Federal liquidou apenas metade do que estava previsto. O desafio posto não é só luta por mais recursos, mas a execução eficaz em políticas bem desenhadas e articuladas.

Quando nos perguntamos onde deveríamos aplicar melhor os recursos públicos para assegurar os direitos da criança e do adolescente a resposta mais óbvia é na saúde, na educação, no esporte e na cultura. No entanto, a violência já está posta na sociedade e precisamos de um sistema regulador que garanta segurança pública. Diante disso é hora de enfim garantir “destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude” (ECA art. 4º), recuperar o teor pedagógico que fundamenta o ECA, e investir esforço na elaboração de políticas públicas universais que, articuladas, deem conta de proteger e garantir o desenvolvimento de todas as crianças e adolescentes. É hora de exigir do poder executivo a aplicação exemplar do SINASE e reparação do que é irreparável: a perda de preciosas vidas humanas, mortas por um sistema ineficaz, incompetente e desumano.

*Mestre em pedagogia pela Universidade de Brasília é assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)

Um novo ensino médio para romper as desigualdades

*Por Mozart Neves Ramos

A desigualdade e sua face educacional são fatos, infelizmente, tolerados no Brasil. No ensino médio, ela toma proporções acentuadas, como pode ser observado pela análise de resultados de avaliações de desempenho dos estudantes.

De acordo com o relatório "De Olho nas Metas", do movimento Todos Pela Educação, apenas metade dos jovens de 19 anos têm o ensino médio concluído.

Deles, somente 11% conseguiram aprender o conteúdo mínimo em matemática, e 29%, em português.

Por ser a etapa final da educação básica, o ensino médio carrega as carências e as ineficiências das etapas anteriores.

Falhas na alfabetização, no acesso à escola, no aprendizado durante o ensino fundamental e na conclusão das séries têm impactos preocupantes sobre as estatísticas. Sem enfrentar essas questões não é possível esperar que os brasileiros tenham acesso a educação de qualidade.

Além disso, o ensino médio sofre com um excesso de disciplinas e há pouca clareza sobre o que o país espera dos alunos nesse nível. Existem algumas iniciativas para dar outro rumo à etapa final da educação básica, como o Ensino Médio Inovador.

Proposto pelo MEC (Ministério da Educação), em consonância com o CNE (Conselho Nacional de Educação), ele pretende proporcionar ao estudante uma melhor articulação entre os diferentes saberes, alinhar a teoria à prática e promover atividades que estimulem o espírito empreendedor dos jovens.

É uma tentativa de instigar os alunos a desenvolver gosto pelos estudos e, ao mesmo tempo, de serem respeitados em sua diversidade cultural.

Nesse cenário, a escola deve prepará-los para a vida e para que possam romper com as desigualdades sociais, por meio de oportunidades educacionais, culturais e profissionais.

O ensino médio demanda nova organização das disciplinas e dos conteúdos e requer que eles estejam articulados com o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura. Só assim a educação poderá cumprir o papel de ser uma política compensatória para as disparidades do Brasil.

*MOZART NEVES RAMOS é conselheiro do Todos Pela Educação e membro do Conselho Nacional de Educação.



Artigo publicado em 28/02/2011 no jonal FOLHA DE S. PAULO

Juventude indígena no Brasil em situação de risco

* Por Ricardo Verdum

A violência contra os povos indígenas no Brasil é um tema recorrente nos estudos e avaliações sobre a situação dos direitos humanos no país. A academia também tem abordado o assunto a partir de diferentes perspectivas, especialmente, as ciências sociais e a saúde pública.

A violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a espoliação patrimonial, a dominação política e a violência institucional são algumas das formas de violência que ocorrem contra os povos indígenas no país.

De todas as formas e situações de violência vivida pelos indígenas, a mais dramática é sem sombra de dúvidas a dos Guarani Kaiowá no estado do Mato Grosso do Sul, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ai, a discriminação social e cultural e o não reconhecimento dos seus territórios e formas próprias de territorialidade estão na raiz do problema que vamos apontar a seguir.

O estudo Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil, realizado pelo Instituto Sangari com o apoio do Ministério da Justiça e lançado em fevereiro passado, embora não focado especificamente na situação dos povos indígenas, dá uma contribuição importante para o debate sobre a situação desses em relação à questão da violência e suas causas.

No tocante a morte por suicídio, o estudo encontrou índices exageradamente elevados em um conjunto municípios, que têm um fato em comum: a totalidade ou a maior parte dos suicídios aconteceram nas populações indígenas, principalmente entre os jovens.

Em 2008, dos 17 suicídios que aconteceram no município de Amambai, 15 foram de indígenas, sendo 9 suicídios juvenis. Em Dourados, também no Mato Grosso do Sul, foram registrados nesse ano 25 suicídios, sendo 13 de indígenas, dos quais 8 de jovens.

No estado do Amazonas, se destaca a cidade de São Gabriel da Cachoeira, situado na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, com mais de 90% dos habitantes de origem indígena. Em 2008 foi registrada a ocorrência de 9 suicídios, todos de pessoas identificadas como indígenas, das quais 7 situados na faixa etária jovem. Aqui o problema parece residir em outro lugar, pois a questão fundiária está praticamente resolvida. Avaliações preliminares indicam como causa a sensação de deslocamento, provocada por fatores como desarticulação familiar, falta de perspectivas de futuro, condições precárias de saneamento e habitação vivenciada na periferia da cidade, dificuldades para inserir-se no mercado de trabalho urbano, falta de alternativas construtivas de lazer, entre outros. Outra cidade com índices elevados em 2008 no estado do Amazonas é Tabatinga, na fronteira com a Colômbia e o Peru, com 14 suicídios, sendo 9 indígenas, dos quais 5 juvenis.

Em 2009, foram registrados casos de suicídios indígenas em 12 das 27 estados da federação. Dessas, quatro se destacam com mais de um caso: Mato Grosso do Sul, com 54; Amazonas, com 27; Roraima, com 9; e São Paulo, com 2.

Mato Grosso do Sul e Amazonas juntas concentraram 81% do total nacional de suicídios indígenas registrados.

Estimativas realizadas a partir de dados de população da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e do número de suicídios indígenas registrados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, a taxa nacional de suicídios indígenas chegaria a 20 para cada 100 mil indivíduos (quatro vezes a média nacional).

Nos dois estados onde foram registrados 81% dos suicídios indígenas, as taxas de suicídio adquirem proporções trágicas: o Amazonas apresenta uma taxa de 32,2 suicídios por cada 100 mil indígenas (seis vezes a média nacional); e o Mato Grosso do Sul uma taxa de 166 suicídios por cada 100 mil indígenas (mais de 34 vezes a média nacional).

Tomando especificamente a população indígena jovem, as taxas alcançaram a esfera do absurdo, sem comparação no contexto internacional: 101 suicídios para 100 mil indígenas no Amazonas; e 446 para igual valor no estado do Mato Grosso do Sul.

Deste modo, entendemos ser necessário e urgente uma rápida revisão das políticas públicas e ações implementadas, especialmente no Mato Grosso do Sul, onde ao longo dos últimos oito anos foi aportada parcela significativa de recursos federal, estadual e de agencias do Sistema Nações Unidas, entre outros.

Não basta distribuir cestas básicas e a incluir as famílias indígenas nas políticas de transferência de rende com condicionalidades (ex.: Bolsa Família). Como aponta Gersem Luciano Baniwa, liderança indígena Baniwa, povo que habita exatamente na região de fronteira Brasil-Colômbia, “os dilemas culturais enfrentados principalmente pelos jovens indígenas de hoje são gerados a partir da concorrência conflituosa de distintas visões de mundo, que provocam angústias, incertezas, choques culturais e até mesmo um vazio existencial que tem levado jovens indígenas a atitudes extremas, como a prática de suicídios, como os que ocorreram recentemente [2008] em São Gabriel da Cachoeira no estado do Amazonas”.

Por outro lado, enquanto o direito a terra não estiver solucionado, especialmente no Cone Sul do estado do Mato Grosso do Sul, onde estão os municípios com maior concentração indígena no Brasil e onde a violência alcança índices alarmantes, dificilmente o quadro de violência registrado nos últimos anos será diferente no governo da presidenta Dilma Rousseff.

* Ricardo Verdum é antropólogo e assessor de políticas públicas do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

MEC- Portal do Professor dá acesso a diferentes recursos pedagógicos

Portal do Professor foi criado em 2008 com o propósito de apoiar o processo de formação dos professores e permitir o armazenamento e circulação de um acervo variado de conteúdos educacionais multimídia, em diferentes formatos. Com sete seções diferentes (uma delas é o Jornal do Professor), ele é um recurso disponível a todos os professores, que pode ser utilizado como uma ferramenta de apoio e suporte ao trabalho pedagógico.

“Para muitos professores, usar este canal de comunicação para conhecer e participar de cursos de capacitação, disseminar suas experiências educacionais, conhecer e trocar ideias sobre o uso de recursos multimídia em diferentes formatos na sala de aula, ter acesso a materiais de estudo, contactar outros professores de diferentes locais, formação e interesses para trocas de experiências, pode ser uma oportunidade única”, ressalta a coordenadora do Portal, Carmem Prata.

Para acessar as informações disponíveis no Portal basta navegar por suas áreas e selecionar o que desejar. A primeira seção é Espaço da Aula: um lugar para criar, visualizar e compartilhar aulas de todos os níveis de ensino. As aulas podem ser acessadas por palavras-chave ou pela busca avançada.

Em Conteúdos Multimídia, há cinco opções:

Recursos Educacionais oferece milhares de materiais como áudios, vídeos, simuladores, imagens e outros para todos os níveis de ensino e componentes curriculares.

Coleções de Recursos disponibiliza as coleções de conteúdos agrupados por temas e níveis de ensino.

Em Sites Temáticos, o professor tem a seu dispor sites, blogs e materiais multimídia sobre diversos assuntos, como os blogs temáticos que agrupam as informações existentes no Portal e os sites com os materiais produzidos para o ensino médio.

A opção Cadernos Didáticos oferece materiais pedagógicos elaborados por secretarias estaduais e municipais de educação e também a Educopédia, uma plataforma online colaborativa de aulas digitais, onde alunos e professores podem acessar atividades autoexplicativas de forma lúdica e prática, de qualquer lugar e a qualquer hora.

A quinta opção oferece acesso à TV Escola, em tempo real.

Na seção Cursos e Materiais há links com informações educacionais diversas para subsidiar a formação dos profissionais da educação.

A seção Interação e Colaboração dá acesso às novas ferramentas da web 2.0, para que os professores possam interagir entre si. Ainda nesta área é possível acessar o canal do Portal no Youtube, para publicação das produções de professores e alunos.

Na seção Links há endereços eletrônicos de sites e portais nacionais e internacionais para auxiliar os professores. Há links como o do Portal Domínio Público, do Banco Internacional de Objetos Educacionais, de museus, bibliotecas digitais, jornais, revistas, planetários, entre outros.

A última seção é a Plataforma Freire, onde os professores em exercício nas redes públicas de ensino podem fazer suas pré-inscrições em cursos de licenciatura ou de formação continuada –aperfeiçoamento, extensão e especialização.

Luís Paulo de Carvalho Piassi (USP): escolha do material didático deve ser, sempre, do professor

É interessante que o professor tenha à sua disposição o maior número possível de recursos.

Doutor em educação e mestre em ensino de ciências, o professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), Luís Paulo de Carvalho Piassi, pesquisa o ensino de ciências com o uso de literatura, cinema e música.

Na linha de pesquisa intitulada Crítica da Cultura, realiza estudos sobre a ficção científica e fantástica, os gêneros do rock, suas relações e manifestações ideológicas na música, na literatura, no cinema e na moda. Na linha de pesquisa denominada Cultura e Ciência, investiga as representações socioculturais e ideológicas da ciência e tecnologia na literatura, na música e no cinema.

Um dos projetos de pesquisa de Piassi, que é bacharel e licenciado em física, é relativo à criação de um portal de ensino de ciências para professores de ensino fundamental e médio. É a Central Interativa de Ensino por Investigação, que procura oferecer ao professor acesso rápido e fácil a diferentes possibilidades em recursos didáticos.

Jornal do Professor – Qual é a importância dos materiais didáticos para a aprendizagem?

Luís Paulo de Carvalho Piassi – Os materiais ou recursos didáticos são ferramentas que podem auxiliar na relação didática professor-alunos, ou mesmo em atividades entre os alunos, de forma a incentivar, facilitar, as interações sociais entre os diversos atores do contexto escolar.

JP – Alguns materiais didáticos apresentam melhores resultados em uma disciplina do que em outra?

LPCP – A escolha do material deve ser, sempre, do professor e orientada por diferentes fatores ligados à disciplina, e não só a ela, mas também a características do grupo de alunos, do formato e duração das aulas, enfim, do contexto escolar de forma mais ampla.

JP – Quais os melhores para a área de ciências, especificamente?

LPCP – Não há fórmula pronta. Cada caso é um caso e o principal papel do professor é, nesse contato com cada turma, avaliar as necessidades e anseios dos alunos. Então, claro que é interessante que o professor tenha à sua disposição o maior número possível de recursos. Não para que necessariamente precise utilizar todos eles sempre, mas para que possa ter o menor número possível de limitações para as sua escolhas.

JP – Um de seus projetos de pesquisa na USP é voltado à formação continuada de professores na área de astronomia, atingindo aqueles que dão aulas de ciências no ensino fundamental e de física do ensino médio. Desde quando o senhor vem desenvolvendo esse projeto, conhecido pela sigla M.A R.T.E. (Ministrando Astronomia com Recursos Textuais e Experimentos)? Como é seu funcionamento?

LPCP – A ideia desse projeto surgiu em 2008 a partir de uma pesquisa com um grupo de professores em formação continuada sobre os temas que mais os interessavam e sobre os quais mais tinham dificuldades, em especial, no que se refere à implementação da nova proposta curricular em São Paulo. A partir dessa demanda, nosso grupo de pesquisa elaborou e implementou um curso de especialização em ensino de astronomia voltado para professores de física e de ciências do ensino básico. O desenvolvimento do curso tem gerado diversos trabalhos apresentados pelos professores em diferentes eventos da área de ensino de ciências como, por exemplo, a simpósio nacional de ensino de física. Ao final do curso os professores-participantes também deverão apresentar uma monografia, desenvolvida sob orientação de professores da universidade, que tratará de temas ligados à sua prática de sala de aula e ao mesmo tempo de questões que os interesse.

JP – Outro de seus projetos de pesquisa é relativo à criação de um portal de ensino de ciências para professores de ensino fundamental e médio: a Central Interativa de Ensino por Investigação. Como funciona?

LPCP – O cienciamao.usp.br é um portal que procura oferecer ao professor acesso rápido e fácil a diferentes possibilidades em recursos didáticos. Consiste basicamente de um buscador, por assunto, de recursos didáticos disponíveis em diversos sites como por exemplo de universidades e centros de pesquisa, revistas de ensino de ciências e de divulgação científica, sites específicos de experimentos didáticos, anais de eventos da área, etc. O acesso é livre e irrestrito e procuramos atualizar e ampliar nosso banco de dados constantemente.

JP – O que o senhor pensa a respeito da utilização, no ensino, de elementos como poesia, teatro, cinema e história em quadrinhos? E de que forma eles podem ser usados?

LPCP – Todos esses elementos fazem, ou ao menos podem fazer parte da cultura geral dos estudantes e trazer elementos dessa cultura geral para dentro da sala de aula é importante para contextualizar o conteúdo escolar relacionando-o com outros elementos culturais. Por outro lado, algumas vezes também, a sala de aula pode ser um incentivo ao primeiro contato do estudante com diferentes formas de cultura.

JP – De que modo o uso de filmes, documentários ou séries pode auxiliar os professores?

LPCP – Recursos audiovisuais são uma forma de linguagem que, se bem escolhidas, podem trazer para a sala de aula diferentes visões e interpretações para alguns temas bem como mostrar diferentes pontos de vista sobre algum assunto. Isso não falando apenas de conteúdos conceituais, de ciências por exemplo, mas também de implicações sociais e políticas que muitas vezes são desdobramentos da produção de conhecimento.

JP – Qual a contribuição que as histórias de ficção científica podem trazer para o aprendizado?

LPCP – Na minha opinião, a maioria das histórias de ficção científica não necessariamente tem como tema central a ciência ou conceitos científicos. O contexto de futuro ou de tecnologia muitas vezes é na verdade um pano de fundo para a discussões de questões mais profundas, por exemplo, de caráter sócio-político.

JP – Em sua opinião, os professores do ensino básico estão preparados para a escolha e utilização de materiais didáticos?

LPCP – De uma forma geral, posso dizer que essa questão ainda não é suficientemente discutida na formação inicial de professores. Talvez o assunto mereça uma atenção maior.

JP – Os recursos tecnológicos estão cada vez mais presentes e disponíveis nas escolas. Como eles podem ser usados pelos professores?

LPCP – Em primeiro lugar é preciso proporcionar aos professores o acesso e a intimidade com esses recurso, não só na sala de aula ou na escola, mas em seu cotidiano. O professor precisa se sentir seguro para incorporar as tecnologias à sua prática e isso se dá com a experiência.

JP – Como as instituições de ensino superior podem colaborar para que os professores se tornem mais capazes de decidir quais materiais didáticos utilizar em suas aulas?

LPCP – Propiciando o exercício dessas escolhas e a reflexão sobre elas durante a formação do professor.

JP – O Brasil tem programas de livros didáticos e há uma preocupação em ofertar obras de maior apoio pedagógico. O que deve constar num bom livro de apoio pedagógico a professores?

LPCP – Esse livro de apoio pedagógico não deve se resumir a uma coletânea de resoluções de exercícios. Deve oferecer um conteúdo de aprofundamento e de reflexão para o professor sobre a sua prática.

Para professora de MT, o mundo é o maior recurso didático

Massa de modelar é um dos recursos usados na educação infantil

Autor: Arquivo da escola


Uma abelha pousada na flor, uma borboleta colorida que passa voando, um formigueiro, uma árvore, uma folha que cai dessa árvore, as minhocas que comem essa folha e deixam o solo fértil para as sementes germinarem... Na visão da professora Adenir Vendrame, de Juruena (MT), o maior recurso didático para os professores é o próprio mundo e, muitas vezes, os materiais pedagógicos estão no quintal da escola.

“O mundo infantil precisa de encanto para ser atingido, por isso que essa mediação com o mundo não pode ser somente com a palavra, tem que ser articulada com a arte de desenhar, pintar, recortar, encenar, tatear, contar histórias, cantar, dançar, assistir, sentir com todos os sentidos...”, ressalta a professora, que dá aulas no Centro de Educação Infantil Arco-Íris. Para ela, que é formada em pedagogia, tem especialização em educação ambiental e está há 16 anos no magistério, o professor tem que trazer a informação e proporcionar a construção do conhecimento com prazer.

De acordo com Adenir, os recursos didáticos são o “alimento” da pedagogia na educação infantil. “Assim como o corpo humano necessita ser bem alimentado para ser fisicamente saudável, por igual acontece nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais”, acredita. Segundo ela, as crianças que são estimuladas com aspectos didáticos que abrangem o desenvolvimento em todas as linguagens apresentam melhor aprendizagem, são mais críticos, conseguem dar opiniões e também são mais felizes.

“Para isso o nosso papel de educador é fundamental. É nossa didática que vai proporcionar esse desenvolvimento integral, que só acontece no ato de responsabilidade de nossa ação em proporcionar uma aula rica, mas fundamentada”, justifica. Em sua opinião, o ato de “fazer uma arte por fazer”, de forma descontextualizada, não vai adiantar nada. “A criança precisa entender porque está realizando tal atividade: pintando para que? Desenhando para que? E assim em todos os recursos pedagógicos”, enfatiza.

Ela diz que tem buscado desenvolver a maioria de suas aulas em projetos ou temas geradores, pois acredita que essas metodologias permitem a pesquisa. “Através da pesquisa, o conhecimento é construído com significado, ou seja, sempre há a construção e reconstrução do conhecimento numa linguagem dialógica com o mundo que o cerca”, destaca Adenir, que foi uma das vencedoras na terceira edição do Prêmio Professores do Brasil, em 2008, com o projeto Lendo a Floresta.

Ela gosta de utilizar a sucata como recurso, dentro dos temas desenvolvidos. Assim, quando trabalhou a cultura indígena, por exemplo, construiu o maracá, um instrumento musical, que foi muito apreciado pelas crianças. E na Semana da Criança, ela desenvolveu vários brinquedos a partir de sucata, como bilboquê e fantoches.

“Sabemos que as crianças gostam de utilizar materiais prontos, como brinquedos, jogos, vídeos etc, mas fica clara a satisfação delas quando confeccionam seu próprio material”, diz a diretora da escola, Célia Danelichen Rehbein. O resultado pode ser observado no carinho que as crianças dedicam ao brinquedo feito por elas, como a pipa e o catavento, ou até mesmo ao jardim que ajudam a cuidar, destaca Célia, que é formada em pedagogia, com pós-graduação em educação interdisciplinar e metodologia do ensino fundamental e tem 17 anos de magistério, 11 dos quais como gestora.

(Fátima Schenini)

Educador analisa o Enem, os vestibulares e o ensino brasileiro Para se preparar para o Enem, descubra quais conteúdos já domina

Mateus Prado


Quem já resolveu algumas das últimas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), apresentadas na última coluna, tem uma visão mais clara do que será o exame. Agora, pós ter realizado essas provas, um bom exercício a ser feito é separar as questões por grupo, o que chamamos de classificar.

Cada um pode criar um critério de classificação que melhor lhe convir, esse critério não vai interferir no resultado final. O mais importante é que o aluno consiga criar de cinco a dez grupos diferentes de questões por cada área cobrada no Enem.

Como fazer isso? Vamos aos exemplos!

De posse das questões, os alunos podem criar grupos, na prova de matemática, por exemplo, de gráficos e tabelas, de sistema de medidas, de geometria, entre outros. Em humanas, é possível a criação de grupos de revoluções e grandes mudanças, de questões ligadas a terra e a território, de cidadania e direitos, entre outros.

Criados esses grupos, é hora de o aluno analisar seu desempenho e iniciar seu Plano Estratégico Situacional para a prova. O primeiro passo é eliminar o gasto de tempo para estudar os grupos de conteúdos em que se acertou todas ou a grande maioria das questões. Isso porque estes conteúdos você já tem relativo domínio, cada hora de estudo trará um resultado total menos significante do que as horas de estudo daqueles conteúdos que você tem conhecimento mediano ou o que não tem conhecimento.

Depois de identificar as áreas que você domina mais, passe para aqueles grupos em que seu rendimento é mediano. Você não acerta todas as questões, mas também não passa vergonha. Nesses conteúdos, a possibilidade de melhoria é maior. Cada hora de estudo poderá proporcionar um melhor resultado final do que ao estudar uma matéria que você adora e já domina.

Por fim, estude aqueles conteúdos que você errou um grande número de questões e que tem mais dificuldade de aprender. Se esses grupos são poucos, você não tem muito com o que se preocupar. Poucos são os cursos oferecidos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que o aluno precisa dominar tudo o que está nos nossos livros didáticos. Avalie qual o peso de errar certas questões no Sisu e se isso pode atrapalhar você a conquistar uma vaga em uma faculdade pública ou uma vaga pelo Prouni.

Feita essa avaliação, o aluno pode escolher, entre os conteúdos que o aluno tem mais dificuldade de aprender, aqueles em que errou mais questões nas provas, os que podem ser mais “fáceis” para aprender. Por exemplo, o aluno pode detestar física, mas estudar eletricidade básica, que, além de ser um dos conteúdos mínimos exigidos no Enem, é relativamente fácil, pode ser mais produtivo do que gastar tempo com outros conteúdos da máteria.

Claro que quem for prestar medicina ou algum outro curso muito concorrido não pode descartar nenhum conteúdo e precisará aprender tudo e mais um pouco.

Quanto aos conteúdos a serem cobrados, o aluno pode ficar tranquilo. Os que caíram nos últimos dois anos, nas quatro provas que o IG Educação disponibilizou no site, também serão os conteúdos deste ano. Para fazer cada questão, o examinador consulta a matriz de competências e habilidades que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) propôs. NÃO DÁ PRA FAZER QUESTÕES QUE FUJAM DA PROPOSTA DO ENEM.

Assim, fica mais fácil fazer um plano de estudos racional que leve em consideração as facilidades e dificuldades de cada um. Dessa forma, o aluno terá um bom quadro de seu desempenho e será capaz de identificar o que mais precisa estudar pra gabaritar no ENEM.

Minorias se unem contra ensino religioso obrigatório no Rio

Projeto de Lei do prefeito Eduardo Paes abre polêmica no Legislativo; religiosos pensam em recorrer ao STF para barrar a proposta

Flávia Salme, iG Rio de Janeiro

Notícia anterior Sindicato anuncia paralisação dos Institutos FederaisPróxima notícia Ensino religioso: Secretaria de Educação do Rio vai fazer pesquisa com...Texto: enviar por e-mail Seu nome * Seu e-mail
Se tudo sair como planeja o prefeito Eduardo Paes (PMDB), em breve as 1.063 escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro passarão a contar com ensino religioso. Para levar à frente a medida, a prefeitura terá de contratar 600 novos professores, o que deve causar um impacto orçamentário anual de aproximadamente R$ 12 milhões. Embora a lei determine a obrigatoriedade do ensino nas escolas públicas, a frequência será facultativa. Na Câmara Municipal o debate pega fogo.

Audiência pública realizada nesta terça-feira (14) mostrou que além de polêmica, a lei pode aumentar as pilhas de processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Representantes das minorias temem o aumento do preconceito entre estudantes e suas famílias e argumentam que a proposta fere o artigo 19 da Constituição, que garante o Estado laico.

Porém, o ensino religioso também está previsto no artigo 210 da Carta Magna e conta com o respaldo do artigo 33 da lei 9.394 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – cujo conteúdo levou o Ministério Público Federal a entrar com uma ação de inconstitucionalidade que foi acolhida pelo STF, mas ainda aguarda parecer final.

“O ensino religioso já existe nas escolas estaduais do Rio. E nós sabemos que todas as vezes em que os segmentos mais hegemônicos entram na escola, eles começam a fazer a cabeça de alunos para entrarem nas suas religiões e perseguirem as religiões de matrizes africanas”, reclama o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Ele afirma que se a pluralidade das diferentes religiões não for respeitada, irá recorrer ao STF. “Se houver cerceamento às religiões de matrizes africanas vamos recorrer ao Judiciário. Ou é para todo mundo ou não é para ninguém”.

Apresentado à Câmara no dia primeiro de abril, o projeto chegou com a recomendação de que fosse votado em caráter de urgência. Porém, depois do escândalo com a compra milionária dos automóveis Jetta para os parlamentares da Casa, os 51 vereadores optaram por não jogar lenha em mais nenhuma fogueira. Assim, foi o próprio líder do governo, Adilson Pires (PT), que retirou a proposta da pauta, para que fosse realizada uma audiência pública. Ainda não foi estabelecida nova data para a votação.

Em fevereiro, o Conselho Municipal de Educação emitiu um parecer contrário à proposta.

No projeto de lei nº 862/2011, o Prefeito Eduardo Paes explica que para cumprir “preceitos constitucional e infraconstitucional” os futuros professores de ensino religioso terão de ter como “formação mínima a licenciatura plena em Sociologia, Filosofia ou História, ou bacharelado em teologia desde que comprovada, também, licenciatura plena em outros campos específicos do conhecimento que constituam disciplinas obrigatórias do ensino fundamental”.

Audiência pública na Câmara Municipal do Rio reuniu representantes de diferentes religiões

Representante do Conselho Nacional de Educação (CNE) no Rio de Janeiro, o professor de Sociologia da Educação da UFRJ Luiz Antônio Cunha recomendou aos edis que aguardem a formação de uma comissão intercameral, que irá estudar a questão e propor normas que orientem a oferta do ensino religioso nas escolas públicas, antes de cabalarem votos a favor ou contra o projeto.

“Pesquisas realizadas por docentes da UFRJ e da USP mostram que o ensino religioso tem sido evocado como um mecanismo de controle individual e social supostamente capaz de acalmar os indisciplinados, de conter o uso de drogas, de evitar a gravidez precoce e as doenças sexualmente transmissíveis”, afirmou Cunha, sem no entanto sinalizar com uma data para a apresentação das normas indicativas.

O vereador Paulo Messina (PV), presidente da Comissão de Educação e Cultura na Câmara de Vereadores do Rio, apresentou uma emenda ao projeto. Ele quer que, além de opcional, o ensino religioso seja oferecido fora do horário mínimo das 800 aulas anuais de aula. "Isso limitaria a proposta a ser aplicada apenas nas escolas que oferecem horário integral o que hoje, no Rio, não passa de 200", disse o vereador, que é contra o projeto.

Ministro defende expansão como forma de capacitar mão de obra

Em cerimônia de posse dos novos reitores dos institutos federais de Brasília e do Paraná, o ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a necessidade da expansão e interiorização dessas instituições como forma de universalizar o acesso a educação técnica e profissional. O ministro reforçou a importância dos institutos federais para a capacitação profissional da mão de obra brasileira.

Uma das metas do Governo Federal é a implantação, até 2014, de 200 novos campi, dos quais 81 já foram contratados e estão em fase de implantação. A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica oferece cursos técnicos, superiores de tecnologia e licenciaturas em áreas como química e física e está presente em todos os estados brasileiros.

Segundo o ministro, os institutos, por terem uma estrutura administrativa menor, se adéquam melhor aos municípios de até 100 mil habitantes do que as universidades. O modelo da rede federal reforça o ensino técnico e cria vagas de ensino superior, possibilitando um crescimento econômico junto com a formação de recursos humanos.

Brasília – O novo reitor pro tempore do Instituto Federal de Brasília, Wilson Conciani, administrará 17 cursos oferecidos nos cinco campi atualmente em funcionamento (Brasília, Gama, Planaltina, Samambaia e Taguatinga), e deverá viabilizar a expansão para três novas unidades em São Sebastião, Riacho Fundo e Taguatinga Centro. O reitor definiu a estruturação da gestão do instituto como prioridade para o mandato.

Conciani é mestre em engenharia civil e ambiental pela Universidade Federal da Paraíba, doutor em geotecnia pela Universidade de São Paulo e atuou como pró-reitor de pesquisa e inovação no Instituto Federal de Brasília.

Paraná – Irineu Mário Colombo, doutor em história social e mestre em educação, assume a reitoria propondo priorização das atividades relacionadas ao ensino, extensão e pesquisa integrada à realidade regional, oferta de vagas para formação continuada e consolidação da estrutura física do instituto. Colombo já atuou como vereador, deputado estadual e federal e foi diretor de articulação e projetos especiais da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), onde contribuiu com os Programas Brasil Profissionalizado e de Expansão da Educação Profissional (Proep).

Qualidade da educação básica será avaliada em novembro

Entre os dias 7 e 18 de novembro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) aplicará as provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e da Prova Brasil. As avaliações vão aferir o conhecimento de estudantes brasileiros em matemática, com foco em resolução de problemas, e língua portuguesa, com ênfase em leitura. Portaria publicada na última sexta-feira (17), define a forma de aplicação dessas provas.

Participarão da Prova Brasil todas as escolas com 20 ou mais estudantes matriculados no quinto ano (quarta série) e no nono ano (oitava série) do ensino fundamental regular da rede pública, localizadas nas zonas urbana e rural. As escolas com esse perfil serão identificadas na base de dados do censo escolar, que considerará as informações prestadas até o dia 14 de agosto de 2011.

Já para a amostra do Saeb serão avaliadas as escolas que tenham de dez a 19 alunos matriculados no quinto ano (quarta série) e no nono ano (oitava série) do ensino fundamental regular público, e os estabelecimentos de ensino com dez ou mais estudantes no quinto ano (quarta série) e no nono ano (oitava série) do ensino fundamental regular da rede privada. As escolas com dez ou mais estudantes na terceira série do ensino médio regular das redes pública e privada também participarão da amostra.

Os resultados obtidos nas avaliações serão usados no cálculo das médias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de cada unidade escolar pública, município, unidade da federação e país.

Veja aqui a portaria que sistematiza o Saeb/Prova Brasil 2011 (Avaliação Nacional da Educação Básica – Aneb e Avaliação Nacional do Rendimento Escolar – Anresc).

Sancionadas novas regras de contratação temporária de professor para universidades federais

A presidente Dilma Rousseff sancionou na última sexta-feira (17) a Lei 12.425/11, oriunda da Medida Provisória 525/11, que ampliou a possibilidade de contratação temporária de professores por instituições federais de ensino superior. Com a alteração na Lei 8.745/93, que dispõe sobre contratação de pessoal por tempo determinado, o governo visa principalmente suprir a demanda decorrente da implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), até a realização de concursos públicos específicos.

Segundo a Agência Senado, a contratação de professor substituto ou visitante poderá ocorrer para suprir a falta de professor efetivo em razão de vacância do cargo; afastamento ou licença; ou nomeação para ocupar cargo de direção de reitor, vice-reitor, pró-reitor e diretor de campus. Segundo a nova lei, o prazo máximo do contrato temporário é de um ano, prorrogável pelo mesmo período.

Outra mudança é a ampliação do percentual máximo de professores temporários contratados, que passa de 10% para 20% do quadro total de docentes efetivos em exercício na instituição. Já a remuneração desses novos contratados não pode ultrapassar o valor da remuneração fixada para os servidores em fim de carreira das mesmas categorias.

A MP 525/11 foi aprovada pelo Plenário do Senado no último dia 14 após quase quatro horas de debate. A oposição tentou obstruir a votação alegando que a contratação temporária é inconstitucional. A base do governo argumentou que a medida atende a necessidade "concreta e urgente" e que a rejeição da MP poderia prejudicar as atividades do ensino superior.

Ministério da Educação do Japão oferece Bolsas de Estudo

O Ministério da Educação, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão oferece bolsas de estudo integrais em nível superior para brasileiros cursarem Graduação, Escola Técnica Superior ou Curso Profissionalizante a partir do mês de abril de 2012, no Japão.

Os candidatos devem ter concluído ou ter previsão de conclusão do ensino médio no corrente ano, ter menos de 21 anos de idade, domínio da língua inglesa e/ou japonesa, interesse pelo Japão e sua cultura e interesse em continuar os estudos superiores no país.

As inscrições para as bolsas estão abertas até o dia 30 deste mês.

Mais informações pelo telefone (11) 3254-0100 ou no site.

A Competição como Modelo de Ação

"Se competir é o único caminho que nos conduz à felicidade, então, viver em paz será impossível..."


Autora: Ester Cartago[1]


"Inteligência não é algo que se consegue no final da trilha, mas, antes disso, quando se dá o primeiro passo em direção a ela..." Quando observamos alguém que não conhecemos, logo também por força do nosso condicionamento, que chamamos de hábito, procuramos de alguma forma enquadrá-lo numa classe social, criando para ele um perfil, e o fazemos num primeiro momento, a partir dos estereótipos que nos ajudam a classificá-lo. Num primeiro olhar, verificamos sua etnia, depois o modo como se veste, depois seus gestos ou hábitos sociais, e se tivermos oportunidade, seu nível de conhecimento, e assim por diante.

O passeio público se torna antes de tudo, uma espécie de passarela onde todos podem se exibir, mostrar aquilo que aparentemente têm de melhor, e assim, o simples ato de caminharmos em lugares freqüentados por muitos, desperta em cada um o desejo de ser importante, de ser notado, de ser diferente a ponto de se destacar dos demais. E uma coisa aparentemente simples como ir às compras, por exemplo, se torna uma competição, pois estaremos disputando, de algum modo, uns com os outros, à preferência da atenção da maioria.


É certo que não podemos prescindir das relações em nosso viver, mas logo transformaremos este fato, que como todo fato é algo natural, num enorme problema. Mas será que nos damos conta, de que quase tudo em nossas vidas, em nossas relações, gira em torno de um modelo competitivo, uma eterna condição onde a disputa por alguma coisa é tudo que somos capazes de objetivar? Devemos estar tão envolvidos com a coisa, que sequer entendemos que haja algum problema nesse modo de viver.

Talvez seja algo natural já que ninguém se opõe, já que todos aceitam, já que nossos pais e as escolas ensinam; já que as chamadas instituições oficiais até estimulam essa prática, uma vez que isso quer significar determinação da parte do indivíduo, uma vez que vêem a ambição como algo saudável, e além de digno de ser praticado, algo que deva ser constantemente aperfeiçoado.

Objetivos bem definidos e qualidades pessoais que nos faculte a superaração de todos os nossos obstáculos, obrigatoriamente, será a principal diretriz que iremos adotar em vida, ao menos nas sociedades. Quais são nossos obstáculos, senão os mesmos que antes de nascermos já existiam nas mãos de outros? Se temos objetivos e planos para a nossa vida, certamente que não serão ideias pioneiras. O significado da vida decerto é aquele que damos a ela, pois a natureza da criação, que para todos nós é um verdadeiro e insolúvel mistério, nunca predestinou coisa alguma para quem quer que fosse.

Por não sabermos a destinação de nossas vidas, deixamos que outros a definam para nós. Assim a autoridade de todas as tradições, que acaba por criar as regras das sociedades, nos diz o que devemos fazer, o que devemos desejar, como devemos nos comportar, o que devemos cultuar, qual a finalidade do nosso inteiro viver. É um modelo onde cada espaço deve ser conquistado e aquilo que já possuímos deve a todo custo ser mantido. É a verdade de que devemos possuir, de que felicidade se consegue através das conquistas, do ter sempre mais, da sensação de que somos importantes.

Como podemos desejar a igualdade entre os povos, se nós próprios cultuamos o nacionalismo, o sucesso individual? Como podemos defender a igualdade étnica, se nos segmentamos através do cultivo sempre crescente das tradições de cada cultura, o separatismo das raças, uma vez que não abrimos mão de nossas conquistas? Não estamos criando antagonismos e comparações ao defendermos como uma propriedade nossa, coisas da nossa tradição, da nossa raça, dos costumes e os hábitos próprios de cada povo?

Não é de estranhar quando verdadeiras batalhas entre os líderes e filósofos sociais, são travadas para outorgar a propriedade de alguma tradição milenar, a uma ou outra etnia. Fazemos questão de enfatizar a que raça pertencemos, que tradições e cultos escolhemos como modelos para controlar nossas vidas. Vestimos roupas que identificam nossas origens e lutamos por defender nossos costumes, nossa culinária, nossos rituais, e com isso estamos em luta silenciosa contra todos que não façam parte do nosso grupo, que não adotem nosso modelo comportamental.

E o mundo se torna uma grande arena, onde a competição se torna a regra. Lutamos para impor nossas tradições, nossas preferências e opiniões, nossa religião e nacionalidade, nosso saber e estilo de vida. Estamos em disputa contra todos, mesmo com aqueles que moram em nossa casa. Competimos contra nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos, com quem quer que seja. Parece que nossa racionalidade se limita a uma designação genérica da espécie, pois nunca agimos de modo racional, sensato, nunca buscamos a conciliação entre nossas relações e sim, cada vez mais antagonismo é tudo que conhecemos.

Filosoficamente é muito fácil dissertar sobre a miséria e desencontros da humanidade, mas em casa somos contraditórios e na maioria das vezes, gentilmente falando, somos insensatos. Criamos filhos dentro de um ambiente competitivo, onde marido e mulher disputam cada qual, ao seu modo, seu próprio e indivisível espaço, onde irmãos disputam a preferência dos pais, dos professores, o destaque diante daqueles que residem na mesma casa.


Que mãe ou pai, salvo exceções, não se envaidece de seus filhos? Mas não farão todas as mães e pais e mesma coisa? Que filhos, excetuando-se os desvios naturais de comportamento, não se envaidecem dos seus pais? O fato é que, quando nossos filhos se tornam referência de comportamento, de aplicação nos estudos, de virtude, estamos automaticamente competindo com todas as outras famílias, e a recíproca é absolutamente verdadeira. Estamos assim, acentuando ainda mais as divisões que já são incontáveis, nas relações humanas.

Desde o berço, parece que a coisa mais importante na vida dos pais, se torna promover a superioridades dos filhos. Na ilusão de que os filhos representam uma continuidade da sua linhagem, uma espécie de perpetuação de si mesmo, mãe e principalmente o pai, se empenham em colocar os filhos em disputa direta com todos os outros, o objetivo é simples, impor a importância da família no meio social. Seja através da realização pessoal, seja através da obra dos filhos, tudo dá no mesmo, pois o que conta é a promoção da superioridade daquela estirpe.

Só podemos lograr vivenciar a harmonia, quando compreendemos que a existência do caos é uma evidência de que ela ainda não existe...




Se atualmente tendemos a criticar o crescente nível de indiferença que existe entre as pessoas, da falta de respeito em relação ao espaço de cada um, esquecemos que somos parte responsável por tal situação. Quase nunca nos interessa a igualdade entre indivíduos, uma vez que sempre desejamos nos destacar dentre a massa popular. Fazemos o mesmo com relação aos nossos filhos, quando os separamos em classes sociais, pelos objetivos profissionais, pelas ideologias que delegamos para eles. Há um sentimento generalizado de competição em tudo que fazemos.

Em nosso trabalho sempre queremos ser os melhores, em nossas relações também, e de forma bizarra, até nas desgraças pessoais. Ensinamos aos nossos filhos que devem lutar pelos seus objetivos, mas serão deles tais objetivos? Instigamos a competição, mas nunca contemplamos o respeito como forma de convívio. Ao obrigarmos que sigam profissões que nos agradam, nunca levamos em conta sua satisfação no que realizam. Evidentemente que os jovens precisam de orientação, mas orientar nada tem a ver com imposição de coisa alguma. Impor é tirar a liberdade, e sem liberdade, não há a menor possibilidade de respeito entre indivíduos.

Ao assumir a postura da individualidade, todos estarão criando em torno de si mesmos, um núcleo, que é a própria personalidade, que se encarregará de separá-lo de todos os outros da sua espécie. Poderão conviver uns com os outros, mas cada qual com a necessidade de expressar suas próprias ideias à respeito do mundo onde vivem, cada qual com ideais peculiares de um futuro, de objetivos particulares. Nasce assim o ser humano individual, antagônico pelo próprio estado da sua individualidade, nas suas relações com todos os outros da sua espécie.

Ele poderá até imitar outros em todos os aspectos, mas no final terá sua forma peculiar de expressar essa imitação, o que caracteriza uma vez mais seu individualismo, ou modelo comportamental ou personalidade. Isto é, embora imite, nunca será igual ao modelo original, uma vez que irá incorporar à imitação, suas particularidades, seus hábitos e manias, seus ideais.

Ao se constituir o núcleo familiar, nossa família como grupo social tende a se isolar das outras famílias. Compreender porque fazemos questão de nos isolarmos uns dos outros, tanto em ideologias, quanto em preferências e opiniões, em hábitos da tradição, é entender a maioria das causas dos conflitos humanos. Não podemos criar um mundo de igualdades, quando plantamos em nossos filhos a ideia de que tudo que existe nesse mundo, precisa ser conquistado à força, isto é, tomado de alguém, disputado com quem quer que seja. Ao fazermos isso, estamos criando “uma verdade”, de que todos que não apóiem nossas ideias, são nossos inimigos. Estamos promovendo a “verdade” de que a razão está do nosso lado, estamos instituindo à falta de respeito como um caminho necessário para se chegar ao sucesso, que no fim das contas, por maior que seja, será sempre temporário.

Autora: Ester Cartago
email: estercartago@yahoo.com.br
Veja mais detalhes sobre a autora nas notas abaixo.

Adolescentes indianas são suspensas por beber vodca durante aula e vomitar na classe

Da Redação*
São Paulo Comentários [5]

Estudantes escolheram vodca pela semelhança com a água
Três garotas indianas de 17 anos foram suspensas por ter tomado vodca durante a aula. As alunas da KB Patel Gujarati Kanya Uchchatar Madhyamik Vidhyalaya foram descobertas após uma delas vomitar durante a classe ao ingerir a bebida. O caso ocorreu na cidade de Indore, na região central do país.

Para enganar a escola, administrada pelo grupo conservador Gujarati Samaj, as meninas colocaram a vodca em uma garrafa de água. Duas teriam providenciado o produto e ofereceram para uma terceira, que experimentou álcool pela primeira vez. Ao ver a aluna vomitar, o professor observou que a voz das meninas estava devagar e elas pareciam embriagadas. Encontrou a garrafa de água ainda com resquícios de álcool.

Ao serem descobertas, uma das meninas chegou a ameaçar o professor caso fosse denunciada.

Segundo a direção, as três são de famílias ricas e influentes. A vodca foi roubada do bar do avô de uma das garotas. A escolha deveu-se à semelhança com a água.

*Com informações do jornal The Times of India

"Acesso à educação produz revolução pacífica", diz Dilma Rousseff em premiação no Rio

Daniel Milazzo
Especial para UOL Educação
No Rio de Janeiro

A presidente Dilma Roussef esteve na tarde desta terça-feira (21) no Rio de Janeiro para a premiação da 6ª OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas), realizada em 2010. Após cumprimentar um a um todos os 504 medalhistas de ouro, Dilma discursou e ressaltou o poder da educação na sociedade. "O acesso à educação produz uma revolução pacífica. A arma é a dedicação dos professores, dos diretores, e a sede de conhecimento dos alunos", disse a presidente.

A presidente Dilma cumprimenta Laura Ribeiro Franco, 13, deficiente visual, pelo prêmio da 6ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas Roberto Stuckert Filho/PR

A princípio, a presidente iria cumprimentar pessoalmente apenas os 21 estudantes medalhistas em mais de quatro edições da OBMEP. Mas foi Dilma quem mudou a organização do evento ao decidir distribuir abraços, beijos e posar para fotos com todos os premiados. "O Brasil precisa de bons exemplos, porque sem eles as pessoas podem pensar que não precisam lutar, que podem desistir. Hoje esses estudantes mostraram que é importantíssimo se esforçar, se empenhar", enalteceu Dilma.

Na última edição da OBMEP, se inscreveram mais de 19,6 milhões de estudantes de 44.717 escolas públicas em 5.518 municípios do país. O investimento federal foi de R$ 30,3 milhões. Além dos 504 medalhistas de ouro, 900 estudantes foram medalhistas de prata e 1.800, de bronze. Todos receberão bolsas de estudos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e poderão participar do PIC (Programa de Iniciação Científica Jr.) durante um ano. Os medalhistas de ouro poderão participar da Peci (Preparação Especial para Competições Especiais).

Dos seis representantes que o Brasil enviará para a Olimpíada Internacional de Matemática -- que ocorre em julho na Holanda -- três deles são estudantes de escola pública. No evento, realizado no Theatro Municipal, Dilma aproveitou para anunciar que o governo planeja oferecer 75 mil bolsas de estudo nos níveis de graduação e pós-graduação em diversas universidades espalhadas pelo mundo.

"Ainda há pobreza extrema no país e não podemos aceitar viver com ela. Mas conceder bolsas e combater a miséria não são coisas contraditórias. O Brasil precisa que atuemos em todas as áreas", defendeu Dilma.

Também participaram da premiação os ministros Fernando Haddad (Educação), Luiz Sérgio (Pesca), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Helena Chagas (Comunicação Social), além do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão.

Lula ensina geografia para Dilma
João Lucas Lopes Gambarra, de 16 anos, não se incomodava com o peso das seis medalhas que sustentava no pescoço. Ele foi medalhista em todas as seis edilções da OBMEP, sendo que levou o ouro em quatro delas, inclusive na última.

O estudante vem da pequena Quixaba, cidade do interior de Pernambuco (a 327 km da capital Recife), cuja população é de apenas 6.735 habitantes. "A Dilma me falou que sabia da cidade, porque o Lula já tinha dito para ela onde ficava", confidenciou o estudante.

Ele contou que dedica diariamente não mais que meia hora de estudo à teoria, mas que o principal da sua preparação para as Olimpíadas está na resolução de problemas. "É bastante esforço, mas depois é gratificante", disse. Ele ainda está indeciso entre a engenharia civil e a matemática pura como escolha profissional.

Estudantes recebem medalhas de ouro da olimpíada de matemática

Gilberto Costa
Da Agência Brasil
Em Brasília

Cerca de 500 estudantes de todo o país serão premiados hoje (21), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com medalhas de ouro da Obmep (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). A cerimônia será às 14h e terá a participação da presidente Dilma Rousseff e dos ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Fernando Haddad (Educação).

Esta é a sétima edição da Obmep, que teve a participação recorde de 19,6 milhões de alunos do ensino fundamental e do ensino médio, de 44,7 mil escolas públicas de quase todas as cidades brasileiras (5.518 municípios, 99,16% do total).

Na avaliação do diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), Ildeu Moreira, a olimpíada de matemática “estimula o interesse” pela disciplina, “renova as abordagens” dos professores e ajuda a “quebrar a ideia de que a matemática é só para alguns e só serve para poucos”.

De acordo com Moreira, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do MCT realizou pesquisa de opinião com mais de 5 mil alunos, 5 mil professores, além de centenas de pais e diretores de escolas para avaliar as olimpíadas. O dado preliminar é que para dois terços dos entrevistados a iniciativa estimula a estudar matemática.

Em outra avaliação foi verificado, segundo Ildeu Moreira, “correlação positiva” entre a participação de alunos na Obmep e os resultados das escolas na Prova Brasil, que fornece dados para a avaliação da qualidade da educação no país.

O diretor do MCT lembra que os resultados da olimpíada guardam relação com a estrutura da escola, com a organização, formação e disponibilidade dos professores. Segundo ele, os colégios militares e os institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia - que têm professores com dedicação exclusiva e processo seletivo para entrada de estudantes -, costumam acumular os melhores resultados.

Todos os alunos premiados receberão bolsa de iniciação científica júnior (R$ 100) do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e aqueles que chegarem à universidade poderão receber bolsa de mestrado da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para fazer a pós-graduação simultaneamente ao curso superior, informa Moreira.

As provas da olimpíada são aplicadas em duas fases. A primeira é objetiva (20 questões fechadas) e realizada nas escolas inscritas. A correção é feita pelos professores das próprias escolas, a partir das instruções e gabaritos elaborados pela organização da Obmep. Na segunda fase participam os alunos com melhores resultados (5% dos inscritos) para responder à prova discursiva (questões abertas, como problemas).

O site http://www.obmep.org.br/banco.htm tem bancos de questões das provas da olimpíada para que professores possam tirar sugestões de exercícios e alunos possam estudar. Segundo o MCT, a Obmep é a maior olimpíada de matemática do mundo.

Cresce evasão em universidades particulares de São Paulo

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Um em cada quatro alunos no ensino superior privado desistiu do curso na região metropolitana de São Paulo, aponta estudo das próprias instituições a ser divulgado hoje.

A taxa de evasão, de 27%, representa um aumento de 14% entre 2008 e 2009 (último período com dados disponíveis). Essa é a maior proporção de desistência registrada na década.

No mesmo período, a evasão nas instituições públicas chegou a ter queda.

Para as universidades pagas, o crescimento da desistência está ligado à chegada dos alunos das classes C e D ao ensino superior.

"Os estudantes vêm com dificuldades acadêmicas, não acompanham o primeiro semestre e desistem", afirma o diretor executivo do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), Rodrigo Capelato. Ele é o responsável pela pesquisa, feita a partir de dados do MEC (Ministério da Educação).

"As universidades ainda não sabem como reter esses alunos", completa Capelato. "Elas precisarão se reorganizar, criar setor que identifique as dificuldades financeiras e pedagógicas deles."

Para o pesquisador Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de Física da USP-São Carlos, "o estudante desiste ao perceber que o custo com as mensalidades e a manutenção não valem o que a universidade oferece".

INSATISFAÇÃO

Hipólito verificou nos dados do MEC que houve 878 mil inscritos para 656 mil vagas nos vestibulares das instituições privadas da região.

Mas 380 mil postos não foram preenchidos e 187 mil que estavam matriculados abandonaram o curso.

"Há gente que quer estudar, mas está insatisfeita com as escolas", afirma Hipólito, hoje consultor do Instituto Lobo.

Membro da Hoper Educação (da área de gestão universitária), Romário Davel afirma que o aumento da evasão está ligado ao crescimento de matrículas nos cursos de engenharia.

"Por ter conteúdo pesado de exatas, tradicionalmente a evasão na área é alta."

Não há discussão sobre retorno de Ságuas, garante Rosa Neide

Sissy Cambuim

Prestes a perder sua cadeira na Câmara Federal com a diplomação de Nilson Leitão (PSDB), o deputado Ságuas Moraes (PT) já aparece como cotado para reassumir o comando da secretaria de Estado de Educação (Seduc), no entanto, a secretária Rosa Neide Sandes (PT) garante que ainda não há nenhuma discussão no partido a esse respeito.

“No PT não existe essa discussão e nem ele, até agora, manifestou a vontade de voltar”, declarou a secretária. Em entrevista ao RDTV na manhã desta quarta (22), ela disse que está tranquila com a situação e afirma que, se Ságuas quiser voltar ao comando da Seduc, está disposta a continuar trabalhando com ele, como no passado.

Rosa Neide esclarece, contudo, que o deputado está recorrendo da decisão que deu posse ao tucano na Justiça e que as conversas sobre o posto de Ságuas no staff do governador Silval Barbosa (PMDB) só devem ser iniciadas depois de esgotadas todas as possibilidades do petista voltar à Câmara.

A secretária não descarta também a possibilidade do retorno do parlamentar ao setor da Educação acontecer na esfera federal, junto ao ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT), que atua como secretário especial no Ministério da Educação. “Onde ele estiver, fará um bom trabalho”, ressaltou a secretária.

Enquanto Ságuas e Rosa Neide vivem esse impasse, o PSD, cuja criação no Estado vem sendo liderada pelo presidente da Assembleia, José Geraldo Riva, já começa a pressionar o Governo pela titularidade da secretaria. A pasta, foi a única com a qual o PT, que compõe a base de Silval, foi contemplada no Executivo.

Essa, contudo, é uma questão que preocupa ainda menos Rosa Neide. “Confio no compromisso de Silval firmado com a presidente Dilma Rousseff (PT), o ministro da Educação, Fernando Haddad e com Abicalil para mantermos a política de educação alinhada ao governo federal, mantendo o PT na base”, comentou.

IFMT comemora o Dia Nacional do Químico

Da Redação

O Campus Rondonópolis do Instituto Federal de Mato Grosso irá comemorar nesta quarta-feira, dia 22 de junho, o Dia Nacional do Químico que foi celebrado no último sábado (18.06). A comemoração no campus tem o objetivo de apresentar aos alunos o campo de atuação do profissional na área, além de promover a integração entre os alunos dos cursos de ensino médio integrado de Química e Secretariado.

A abertura oficial está prevista para às 7h30, onde haverá apresentação do Coral de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Após a abertura, os alunos poderão participar de duas palestras, a primeira será a “Atuação do profissional da Química e do Conselho Regional de Química em Mato Grosso”, com o presidente do Conselho Regional de Química – 16ª Região, Ali Veggi Atala. Atala também é Diretor Geral do Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.

A segunda palestra tem o tema “Mercado empresarial e industrial na área de Química em Mato Grosso” com os seguintes palestrantes: o engenheiro agrônomo da Empresa Destefano, Ariel Orlando Destefano; o analista de RH da Empresa ADM, Fernando Augusto Farraco; o supervisor de Laboratório da empresa ADM, Marcos Rogério da Silva e representante da Cervejaria Petrópolis.

No evento terá também a exposição de Maquetes da Estação de Tratamento de Água (ETA) realizada pelos alunos do Curso Técnico em Química, onde será premiada as melhores maquetes.

Aulas recomeçam dia 20 em Várzea Grande

Após um mês de paralisação os professores da rede municipal de ensino de Várzea Grande, decidiram em assembleia geral realizada na manhã desta sexta (17), na sede Sindicato dos Trabalhadores do Ensino de Mato Grosso (Sintep), suspender a greve e retornar às atividades na próxima segunda (20). Durante a paralisação cerca de 18 mil estudantes da rede municipal foram afetados.

Cerca de 300 professores que participaram da reunião acataram parcialmente o reajuste de 15%. No entanto, o movimento foi suspenso somente por 30 dias. A categoria continua em estado de greve. Caso as reivindicações não sejam cumpridas os protestos podem voltar a ocorrer a qualquer momento.

O projeto de Lei que regulamenta o reajuste salarial dos profissionais da Educação do município foi aprovado pela Câmara de Vereadores na noite da última quarta (15). A categoria estava com suas atividades paralisadas desde o dia 16 de maio e esperava pela aprovação do projeto para cessar a greve. Além do piso, a categoria vai formar uma comissão para acompanhar a retomada do Grupo de Trabalho para revisão e aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

Segundo a presidente do Sintep-Subsede de VG, Maria Aparecida Cortez, o aumento já foi homologado pelo prefeito Murilo Domingos (PR), e os profissionais aguardam o início dos trabalhos e o cumprimento da Lei.

Para a educadora Doralice Ramos, a greve foi significativa e a categoria venceu mais uma etapa. “Espero que consigamos a implantação do piso salarial de R$ 1.312”, relata. Já Helton Fabiano Ferraz, disse que a paralisação foi válida, pois buscou melhores condições de trabalho, autonomia, respeito. “A greve, além de ser por recomposição salarial, chamou a atenção do poder público para a responsabilidade moral e ética que passa o município que está à deriva. Hoje, nem o executivo ou o legislativo têm condições morais para debater o assunto com a sociedade”, desabafa.


Regina Botelho – Da Redação

Seduc incentiva participação da comunidade nos Conselhos Escolares

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) incentiva a participação da população nos Conselhos Deliberativos das Escolas da rede estadual. O Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE) trata-se de um dos principais instrumentos da gestão democrática implantada nas unidades de ensino de Mato Grosso em 1998, por meio da Lei Estadual 7.040.

Para aumentar a participação de pais e alunos no Conselho de suas respectivas Escolas, o Governo do Estado promoverá campanhas de divulgação nos veículos de comunicação de Rádio e Televisão do Estado. Também encaminhará material institucional para divulgação nas 724 unidades de ensino.

De acordo com o coordenador de Monitoramento da Gestão Escolar da Seduc, Márcio Tadeu Magalhães a campanha deverá ser deflagrada em agosto e setembro deste ano. “Estamos na fase de elaboração do material que será veiculado. A ideia é informar a população sobre as funções desempenhadas pelo CDCE e a importância da participação popular”, disse.

Composição e função

O Conselho Deliberativo de cada escola é composto por professores, funcionários escolares, pais e alunos. Todos são eleitos para mandato de dois anos. Cada segmento é escolhido por seus representantes. Somente os pais que são escolhidos em Assembleia Geral da comunidade escolar.

Márcio Tadeu explica que cabe ao Conselho fazer a gestão financeira e administrativa das escolas, em parceria com a direção das unidades. Além disso, o CDCE também é uma instância de tomada de decisões e de planejamento. O Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas, que é elaborado a cada três, e contém todo o planejamento de ações que visam à melhoria da qualidade do ensino, “é feito com participação decisiva do Conselho”, citou.

Para exemplificar a importância do CDCE, o coordenador ressalta que todas as verbas recebidas e administradas pelas unidades durante o ano, são depositadas em conta gerenciada pelo Conselho. Tanto os recursos federais do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e demais verbas, quanto recursos estaduais do Programa Dinheiro na Escola (PDE) “são repassados para o Conselho e a gestão é feita em parceria entre o presidente do colegiado e o diretor”, explicou.

Exemplo

A Escola Estadual professor Agenor Ferreira Leão, localizada no bairro Tijucal, em Cuiabá, conta com CDCE há mais de 10 anos. Segundo o diretor da escola, Edson Evangelista dos Santos, a criação da instância contribuiu para maior participação da comunidade local no dia a dia da unidade.

“Antes as decisões eram tomadas de maneira isolada pela direção escolar. A partir da criação do Conselho, a comunidade passou a ter papel fundamental nas decisões. Com o CDCE a comunidade passou a vivenciar os problemas da escola e a participar no trabalho de busca por melhorias”, disse.

O diretor conta que o Conselho se reúne toda última terça-feira de cada mês para analisar e deliberar sobre assuntos do cotidiano escolar. “Debatemos e avaliamos sobre a prestação de contas, planejamento e questões disciplinares dos alunos e dos funcionários. Além disso, realizamos cinco assembleias gerais por ano com toda a comunidade escolar. Todas as decisões relacionadas à escola passam pelo CDCE”, finalizou.



VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

A gramática farisaica

Escrito por Gabriel Perissé

Totalmente desproporcionada a reação de alguns jornalistas, articulistas, escritores e formadores de opinião (ou apenas da sua imprópria opinião) na defesa da gramática normativa contra o perigoso livro didático Por uma vida melhor, cuja distribuição foi autorizada pelo MEC.

Falsa polêmica. O livro não ensina a "falar errado". Quem isso afirma não leu o livro, ou sequer entendeu corretamente a proposta. Talvez sofra de analfabetismo funcional. Talvez queira apenas exercer o papel de "puliça" lexical.

Vejamos, concretamente, no texto, o que os autores realmente escreveram:

"Você pode estar se perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?' Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito lingüístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião".

Como não lembrar de um artista que, com malícia, dizia que para falar errado era preciso saber falar errado?! Adoniran Barbosa cantava, saborosamente, comunicando o que era para comunicar:

As mariposa quando chega o frio/ Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá/ Elas roda, roda, roda e dispois se senta/ Em cima do prato da lâmpida pra descansá

O que é adequado para cada ocasião, para cada contexto?

É inadequado empregar a mesóclise "dar-lhe-ei o troco" na barraca da feira. Soa estranho e ridículo, ainda que num exame de língua portuguesa seja a única resposta de uma determinada questão. E é inadequado que um advogado escreva "a gente vamos" numa petição inicial, lembrando que talvez os pais desse advogado assim falem, mas não devem por isso ser processados.

O livro ensina abertura para a realidade/variedade lingüística e pede discernimento à pessoa com relação à adoção da norma culta. Ora, para que saiba a hora de adotá-la, precisará conhecê-la.

Ataques farisaicos

É possível que, afinal de contas, o alvo dos ataques ao livro tenha sido o ministro petista Fernando Haddad. Nada como um escândalo para queimar uma liderança política promissora que tanto desagrada setores da mídia vinculados ao PSDB.

E não esqueçamos o livro didático com problemas no mapa da América Latina que desmoralizou a Secretaria de Educação de São Paulo em 2009 (ver, no Observatório da Imprensa, "A educação que não está no mapa"). Por que não aproveitar a ocasião e, com espírito de vingança, denunciar agora o MEC do PT, vendo nesse livro um plano diabólico para manter os "brasileiro" na ignorância?

Títulos e expressões bombásticas mal conseguem disfarçar o desejo de, pegando o livro para Cristo, crucificar o próprio Haddad:

** "O assassinato da língua portuguesa" (IstoÉ, 25/05/2011)

** "Preconceito contra a educação" e "Os adversários do bom português" (Veja,

25/05/2011)

** "A pedagogia da ignorância" (O Estado de S.Paulo, 18/05/2011)

** "Livro escolar defende os erros de concordância" (O Dia, 13/05/2011)

Maurício Dias, na Carta Capital (25/05/2011), desmascarou os defensores da lei e da ordem cultas. Em seu artigo "Não há uma língua só", sem descartar o enraizado preconceito lingüístico que a autora do livro ‘maldito’ tinha mencionado, e agora se manifestou uma vez mais, Maurício detecta nas críticas exageradas, e enviesadas, a voz conservadora que reclama das políticas sociais adotadas por Lula. Aliás, essa voz já associava o falar popular do ex-presidente à incapacidade intelectual de governar o país.

Eliane Brum, para Época, escreve um texto sensato, deixando bem claro que, ao ler o capítulo inteiro em que a questão se apresenta (ler o capítulo inteiro é o mínimo que um bom jornalista deveria fazer no caso, e foi o que Eliane fez), "é fácil perceber que, em nenhum momento, os autores do livro afirmam que não se deve ensinar e aprender a ‘norma culta’ da língua. Pelo contrário. Eles se dedicam a ensiná-la".

No Estadão, Tutty Vasques atribuiu ao ministro Fernando Haddad uma frase como resposta a essa artificial confusão: "Quem escreve certo – e mesmo assim por linhas tortas – é Deus!". Seja essa frase verdadeira, ou apenas uma brincadeira inventada do humorista, constitui, afinal, uma bela resposta para tirar importância da polêmica forçada.

Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.
Website: http://www.perisse.com.br/

Ensino Médio: flexibilizar é estudar mais

A flexibilização do currículo do Ensino médio é uma excelente chance de o Brasil acertar as contas com essa etapa da escolaridade. O objetivo deve ser ampliar a formação geral, abrindo as possibilidades de escolha.

Aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no último dia 4/5, as novas diretrizes curriculares para o Ensino Médio nas áreas do trabalho, da tecnologia, da ciência e da cultura permitirão às escolas e aos sistemas de ensino escolher modelos mais voltados para a sua realidade local ou regional e proporcionar autonomia pedagógica, antiga aspiração da comunidade educacional.

O principal objetivo da flexibilização do currículo é permitir um avanço do país frente aos desafios que a educação tem que enfrentar para reverter a baixa qualidade oferecida nas escolas públicas e sua consequência mais perversa, a evasão.

Atualmente, de acordo com dados do IBGE, existem 10 milhões de alunos matriculados no Ensino Médio. Desse contingente, cerca de 40% abandonam o curso por desinteresse e 27% porque precisam trabalhar para complementar a renda familiar. Aqueles que resistem à falta de estrutura e de oportunidades chegam à idade adulta sem estar preparados – seja para o mercado de trabalho, seja para os exames vestibulares.

No Cursinho da Poli, em São Paulo, que tem grande parcela dos alunos provenientes da escola pública, lidamos cotidianamente com esse drama.
Preparar o aluno para entrar numa universidade de qualidade demanda, em primeiro lugar, sanar as lacunas de seu aprendizado. Para isso, todos os anos, oferecemos curso de matemática básica, física e história da arte, entre outros, que ajudarão o aluno a acompanhar a matéria na sala de aula.

Outro drama é a baixa empregabilidade desses alunos no mercado. Depois de 12 anos na escola, o jovem não está apto a conseguir um emprego nem na indústria, nem no comércio e muito menos em áreas em que é necessário qualquer tipo de especialização. O que faz um aluno que sonha em avançar nos estudos, mas ao mesmo tempo precisa ajudar no sustento da família e não está preparado para isso?

Daí a preocupação de o CNE atender aos anseios dos estudantes: é a premente necessidade de aproximar o educando de suas áreas de interesse, uma forma de interessá-lo mais, dar-lhe a possibilidade de estar mais presente e de se sair melhor na vida escolar.

Entretanto, é preciso que as experiências concorram para que os erros não sejam repetidos. Convém lembrar duas experiências que não chegaram a bom termo.

A primeira foi a divisão do nível médio em três modalidades: o Científico, o Clássico e o Magistério. Os egressos de uma ou outra modalidade tinham formação absolutamente específica, numa idade em que as vocações ainda não estavam suficientemente amadurecidas, prejudicando muito ou francamente impossibilitando qualquer tentativa de mudança de rumo.

A segunda, no período da ditadura militar, foi a conclusão, motivada pela imensa demanda de pessoal técnico, de que todo Ensino Médio deveria profissionalizar, levando a um descaso, maior ou menor, pelas matérias acadêmicas. As consequências dessa opção são sentidas até hoje na sociedade brasileira.

Será preciso discutir muito ainda para fundamentar e fortalecer a mudança do currículo em cada instituição, mas, desde já, ressalte-se que, em nenhuma hipótese, poderemos descuidar das matérias de base. Matemática, português, química, física, biologia, história, geografia, sociologia e filosofia devem ter seus conteúdos preservados. As novas medidas devem buscar acrescentar à formação cultura, conhecimento e instrução profissional. Neste momento, não se pode admitir nenhuma conta “de menos” na educação dos brasileiros.

Gilberto Alvarez Giusepone Jr.giba@cursinhodapoli.org.brProfessor e diretor do Cursinho da Poli em São Paulo.

MT- Educandário de Rosário Oeste corre risco de fechar por falta de verbas

Da Editoria - Marcos Coutinho

Por falta de apoio político e financeiro e pela falta de bom senso das autoridades públicas de um modo geral, o Educandário Espírita Allan Kardec, localizado no município de Rosário Oestes (128 km de Cuiabá), corre sério risco de fechar suas atividades a partir do próximo mês.

Sem verbas municipais ou estaduais, a escola, que tem as melhores notas dentre as demais daquele município, vai deixar 126 alunos carentes sem ter pra onde ir, ou seja, sem ter onde estudar.

Detalhe: o prefeito Joemil Araújo é do PMDB, mesmo partido do governador Silval Barbosa. Ou seja: a falta de compromisso é um descaso clássico, pois ambas as autoridades têm obrigação moral de manter o educandário aberto e, sobretudo, apliar os serviços a outros alunos carentes.

Em verdade, o descaso com o Alan kardec começou em 2009, quando a Prefeitura de Rosáiro cancelou um convênio com a escola, fato que forçou o encerramento de quatro turmas, num total de 238 alunos prejudicados.

Atualmente, o educandário sofre por falta de verbas até para pagar salários. Os professores já trabalham como voluntários porque não querem "deixar os alunos restantes na mão".

"O que está ocorrendo aqui em Rosário é um descaso muito grande do poder público. Como podem deixar uma escola fechar ? Será que para eles (os políticos) é melhor inaugurar mais celas nso presídios do que salas de aula ?", questionou uma revoltada professora voluntária.

Além o fechamento da escola, os alunos podem ser triplamente prejudicados porque, consequentemente, a padaria que funciona no educandário e uma oficina de costura também encerrarão suas atididades.

Além do serviço de ensino, a escola possui uma padaria que distribui os pães gratuitamente e uma oficina de capacitação que atende a população mais pobre da cidade.
Postado por Iza Aparecida Saliés às 18:13 0 comentários Enviar por e-mail

MT - Transparência na aplicação e investimentos dos recursos da Educação

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) torna público todos os dados referentes a receitas, despesas e investimentos dos últimos cinco anos realizados pela Pasta.

O material composto por gráficos apresenta de forma transparente todas as ações da Seduc-MT, no período (2007/2011). Cita por exemplo que 83,84% das receitas da Secretaria são aplicados na folha de pagamento dos profissionais da educação, e que os educadores da rede estadual possuem um dos melhores pisos salariais do país.

Também apresenta de forma clara os recursos que são utilizados para investimentos, como construção e reforma de escolas, além de demonstrar que boa parte dos aprovados no último concurso público já foram chamados e a totalidade será convocada ainda este ano.

Confira o material clicando aqui


VOLNEY ALBANO
Assessoria/Seduc-MT

O debate de direitos autorais na educação

Ricardo Carvalho

Desde a terça-feira 7, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo disponibilizou seu material pedagógico na internet sob licenciamento Creative Commons.

Desse modo, ficam disponíveis para download arquivos com os projetos pedagógicos e o material produzido pela pasta para toda a população, que podem ser usados inclusive por redes de ensino de outros estados e municípios. Creative Commons é uma licença flexível de propriedade intelectual que permite a utilização do conteúdo licenciado gratuitamente desde que para fins não comerciais.

Na prática, municípios menores, sem condições de desenvolver materiais didáticos para os ciclos de ensino sob sua responsabilidade, como o infantil, podem utilizar sem custos os arquivos disponibilizado pela secretaria paulistana. Além do mais, ressalta o pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso a Informação da Universidade de São Paulo (Gpopai), Pablo Ortellado, a iniciativa abre espaço para que os docentes aproveitem o material produzido pela pasta de educação.

“O grande avanço prático é a utilização desse material por redes de ensino municipais em cidades pequenas”, diz o pesquisador, para quem há também efeitos simbólicos na liberação das licenças de direitos autorais. “Antes, o Ministério da Cultura era o grande promotor desse tipo de política, mas isso foi interrompido. É muito importante que uma outra esfera retome esse debate”.

Segundo o pesquisador, também o Ministério da Educação deveria agir para fazer com que as obras adotadas pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) fossem licenciadas pela Creative Commons.

A intenção da Secretaria Municipal de Educação é que, de agora em diante, todo o material produzido ou comprado pela pasta esteja disponível para download. Para Bianca Santana, coordenadora do projeto de recursos educacionais abertos na Casa de Cultura Digital, o projeto da prefeitura de São Paulo contém uma “sólida segurança jurídica no estabelecimento da licença Creative Commons”. Ela diz que “mesmo projetos semelhantes, como o Folhas, do governo do estado do Paraná, são muito genéricos na parte jurídica”. O Folhas é uma iniciativa do governo estadual do Paraná que colocou em domínio público as publicações didáticas elaboradas pela pasta de educação.

A crítica de um suporte jurídico genérico também se aplica aos projetos do Ministério da Educação, diz Bianca. “No referente a licenças, o ministério tem iniciativas sem muita clareza. Mesmo alguns conteúdos disponíveis no Portal do Professor, no site do MEC, têm restrições de direitos autorais. É necessário avançar nesse sentido”, destaca.

MEC divulga lista de aprovados na primeira chamada do Sisu

Redação 24 Horas News

O Ministério da Educação divulgou na manhã desta quarta-feira a primeira lista de aprovados no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que seleciona alunos para vagas em universidades públicas com base na nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

As informações estão disponíveis no site do MEC. Os selecionados devem fazer as matrículas nos dias 27 e 28 de junho. A segunda lista de aprovados está prevista para ser divulgada em 2 de julho. Quem não foi chamado ainda poderá manifestar interesse por vagas remanescentes entre 2 e 7 de julho.

O Sisu oferece neste semestre 26.336 vagas em 48 instituições, sendo 19 universidades federais, quatro universidades estaduais, 23 institutos federais e dois centros federais de educação tecnológica. No momento da inscrição, os candidatos tiveram a opção de escolher dois cursos e selecionar um deles como primeira opção.