quarta-feira, 22 de junho de 2011

Para professora de MT, o mundo é o maior recurso didático

Massa de modelar é um dos recursos usados na educação infantil

Autor: Arquivo da escola


Uma abelha pousada na flor, uma borboleta colorida que passa voando, um formigueiro, uma árvore, uma folha que cai dessa árvore, as minhocas que comem essa folha e deixam o solo fértil para as sementes germinarem... Na visão da professora Adenir Vendrame, de Juruena (MT), o maior recurso didático para os professores é o próprio mundo e, muitas vezes, os materiais pedagógicos estão no quintal da escola.

“O mundo infantil precisa de encanto para ser atingido, por isso que essa mediação com o mundo não pode ser somente com a palavra, tem que ser articulada com a arte de desenhar, pintar, recortar, encenar, tatear, contar histórias, cantar, dançar, assistir, sentir com todos os sentidos...”, ressalta a professora, que dá aulas no Centro de Educação Infantil Arco-Íris. Para ela, que é formada em pedagogia, tem especialização em educação ambiental e está há 16 anos no magistério, o professor tem que trazer a informação e proporcionar a construção do conhecimento com prazer.

De acordo com Adenir, os recursos didáticos são o “alimento” da pedagogia na educação infantil. “Assim como o corpo humano necessita ser bem alimentado para ser fisicamente saudável, por igual acontece nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais”, acredita. Segundo ela, as crianças que são estimuladas com aspectos didáticos que abrangem o desenvolvimento em todas as linguagens apresentam melhor aprendizagem, são mais críticos, conseguem dar opiniões e também são mais felizes.

“Para isso o nosso papel de educador é fundamental. É nossa didática que vai proporcionar esse desenvolvimento integral, que só acontece no ato de responsabilidade de nossa ação em proporcionar uma aula rica, mas fundamentada”, justifica. Em sua opinião, o ato de “fazer uma arte por fazer”, de forma descontextualizada, não vai adiantar nada. “A criança precisa entender porque está realizando tal atividade: pintando para que? Desenhando para que? E assim em todos os recursos pedagógicos”, enfatiza.

Ela diz que tem buscado desenvolver a maioria de suas aulas em projetos ou temas geradores, pois acredita que essas metodologias permitem a pesquisa. “Através da pesquisa, o conhecimento é construído com significado, ou seja, sempre há a construção e reconstrução do conhecimento numa linguagem dialógica com o mundo que o cerca”, destaca Adenir, que foi uma das vencedoras na terceira edição do Prêmio Professores do Brasil, em 2008, com o projeto Lendo a Floresta.

Ela gosta de utilizar a sucata como recurso, dentro dos temas desenvolvidos. Assim, quando trabalhou a cultura indígena, por exemplo, construiu o maracá, um instrumento musical, que foi muito apreciado pelas crianças. E na Semana da Criança, ela desenvolveu vários brinquedos a partir de sucata, como bilboquê e fantoches.

“Sabemos que as crianças gostam de utilizar materiais prontos, como brinquedos, jogos, vídeos etc, mas fica clara a satisfação delas quando confeccionam seu próprio material”, diz a diretora da escola, Célia Danelichen Rehbein. O resultado pode ser observado no carinho que as crianças dedicam ao brinquedo feito por elas, como a pipa e o catavento, ou até mesmo ao jardim que ajudam a cuidar, destaca Célia, que é formada em pedagogia, com pós-graduação em educação interdisciplinar e metodologia do ensino fundamental e tem 17 anos de magistério, 11 dos quais como gestora.

(Fátima Schenini)

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