segunda-feira, 20 de junho de 2011

Políticas públicas e evasão escolar

A questão do aluno que tem dificuldade em acompanhar seu curso superior, normalmente por problemas financeiros, envolve três aspectos: políticas públicas; estrutura da instituição; dedicação do próprio aluno.

Quanto às políticas públicas, o Brasil tem acertado em programas como o ProUni e o Fies. O ProUni tem como finalidade a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação em instituições privadas de educação superior.

Os candidatos são selecionados pelas notas obtidas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O Fies é um programa do MEC destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes de instituições privadas, a juros subsidiados e com amortização em longo prazo. O acesso às bolsas está restrito aos alunos de baixa renda.

A estrutura da instituição é muito importante, na medida em que sejam oferecidos: bibliotecas com acervos adequados e suficientes, laboratórios de ensino bem equipados, instalações esportivas, convivência com professores pedagogicamente preparados, metodologia de ensino eficaz em currículos atualizados, e boa constituição de um núcleo de apoio para orientação de docentes e discentes.

Eventuais deficiências da formação básica podem ser sanadas com boas aulas práticas e excelente condução da teoria, permitindo atingir um patamar adequado de acompanhamento das disciplinas. Todas as boas instituições de ensino superior hoje contam com Centros Didáticos Pedagógicos, nos quais profissionais especializados prestam auxílio a alunos com dificuldades de aprendizagem, orientando as melhores formas de estudo e realizando triagem de problemas mais sérios que eventualmente devam ter encaminhamento a profissionais de saúde externos à escola, que podem ser encontrados inclusive em Postos de Saúde próximos.

Entretanto, raramente alunos procuram espontaneamente estes centros, e cada curso, através de seus professores ou coordenador, procura de forma distinta identificar o aluno em dificuldades de aprendizagem e encaminhá-lo.

Cursos da área de saúde, por exemplo, costumam ter docentes mais preparados para o reconhecimento de problemas posturais, oftalmológicos, de déficit de atenção e outros que interferem fortemente no aprendizado.

Identificar precocemente as deficiências e possíveis patologias, e agir decisivamente para aumento de compreensão constituem fatores fundamentais para garantir a efetividade da aprendizagem, tornando o processo confortável e evitando a evasão escolar, propiciando a formatura de um profissional qualificado e com condições plenas de realização.

Mas não se pode prescindir do empenho do próprio aluno, de sua dedicação e autodisciplina, e para isso é vital a importância que a família e a comunidade mais próxima atribuam à educação como elemento de progresso cultural, social e profissional. Superar dificuldades de aprendizagem é esforço conjunto, escola, família e aluno, sem o qual o país não superará o abandono escolar e não ampliará o conceito de cidadania.

Wanda Camargo assessoria@unibrasil.com.brPresidente da Comissão Central de Processo Seletivo da UniBrasil.

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