Enviado por Ana Flávia
“Eu ouvi dizer oito vezes nesta Conferência que nós temos capacidade de decidir. Entretanto, não se falou nenhuma vez sobre a falta de interesse do jovem que tem (ou pode vir a ter) este direito garantido, em exercê-lo”, reflete o adolescente João Carlos Souza Freitas, de Pará de Minas (MG). Com apenas 16 anos, João consegue vislumbrar a importância da integração entre escola, família e comunidade no desenvolvimento das crianças e adolescentes. “Sem estrutura e conhecimentos é mais difícil que o adolescente se interesse pela participação política”.
Ele ressalta que hoje existem muitas mídias como a TV, o rádio e a internet que se renovam com incrível rapidez. No entanto, a escola não faz o mesmo. Insiste na monotonia. Para João, a escola é o espaço de excelência do jovem. Na escola o jovem pode obter informações, aprender, fazer amigos e se reunir. Todas estas atividades contribuem para a integração e, consequentemente, abrem mais oportunidades para o engajamento político. Mas, João não é do tipo que apenas critica. Ele aponta soluções. “Acredito que a escola deveria oferecer a inclusão por meio de mais atividades extracurriculares, dentro e fora de sua estrutura física”, sugere.
“Espero que a questão educacional para os jovens seja mais discutida. Pouco se falou da integração família-comunidade-escola e sua importância na formação infanto-juvenil”, enfatizou. João Carlos acredita que mais recursos governamentais deveriam ser alocados para a educação, pois assim a escola teria mais condições de auxiliar a família na formação dos jovens. Ele insiste na formação de base para retomar o tema da capacidade e necessidade de expressão das crianças e adolescentes. “A expressão do jovem. Isto é fato. Mas, este sujeito de direito necessita também de orientação, pois todo direito gera um dever. E os adolescentes precisam saber quais são os seus deveres”.
Para ele, o adolescente tem que ser estruturado a fim de participar de forma mais contundente das políticas públicas de seu município. Isto é um direito assegurado. Mas, ele também deve preservar o meio ambiente, conhecer passado histórico e cultural de sua cidade e País. “Tudo isso pode acontecer dentro da escola. Aliás, por meio deste olhar da participação, o adolescente pode se sentir mais atraído pela sala de aula”, exemplificou.
Outro ponto abordado pelo atento estudante foi a questão das crianças e adolescentes que vivem em cidades do interior. Ele percebeu que a maioria dos representantes que está na Conferência é de capital ou de grandes cidades. De acordo com João, o adolescente do interior sofre com a falta de informação e acesso aos seus direitos. “Isto deve ser mais bem observado.”, sugeriu. “Tenho vários sonhos em relação às crianças e adolescentes. Porém, dois são fundamentais para mim. O primeiro é que todos tenham alimentação. Este é um direito básico. O outro é que seja implantada, em breve, uma justiça itinerante em toda cidade do interior e zona rural com a finalidade de resolver os problemas dos jovens. As varas especiais demoram mais a ser implantadas e enquanto isso os direitos da criança e do adolescente são sistematicamente desrespeitados”, concluiu.
blog de Ana Flávia
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário