sábado, 22 de março de 2014

Poetisa, educadora e escritora, com a força emblemática de seu nome, Maria é de Arruda Muller

Da Redação - Marianna Marimon

 Parar tentar entendê-la é preciso colocar-se em seu lugar, delinear por seus anseios, pela sua vida repleta de ações sociais, de educação, de poesia. Talvez, seja este seu ponto principal: era uma poetisa, e os poetas são atormentados pela realidade do mundo que não podem mudar, e recorrem ao papel para enfim, terem a liberdade almejada. As ruelas de Cuiabá eram ainda mais apertadas, afinal, no século XIX, as mulheres ainda ocupavam um papel de coadjuvantes na história. Mas, seu nome é Maria, e como toda Maria, rompeu com o que não cabia em seu coração de poeta e abrigou o mundo em um abraço maior que a sua vida. Educadora, poetisa, escritora. A segunda mulher a ocupar uma cadeira na Academia Mato-grossense de Letras em 1930, não é só Maria é Maria de Arruda Müller (1898-2003).

Sua vida foi longa e fechou seus olhos pela última vez aos 104 anos. Sua história revela toda a coragem que havia em seu coração e em sua vontade em ser mais do que as meninas que esperam sentadas no baile. Sua vontade era levantar e dançar sozinha para conquistar o mundo com as palavras, com a educação, e fez de Cuiabá, uma cidade melhor, que pode vivenciar toda a bondade que havia em ensinar para transformação das mentes e da cultura.

Desde o início demonstrou a vocação para aquilo que faria para o resto de sua vida, afinal, aos cinco anos de idade já havia sido alfabetizada pela mãe. Sua missão alcançou o resultado, e em 2002, em seu último ano de vida, antes de dar o suspiro final, recebeu do Ministério da Educação, a Ordem Nacional do Mérito Educativo, grau de Grande Oficial, como a mais antiga educadora do Brasil.

Maria de Arruda Müller vivenciou três séculos de história, e pode ver o mundo se transformar aos seus olhos questionadores, que viviam além do que a margem pode mostrar. Filha do coronel João Pedro de Arruda e de Adelina Ponce de Arruda e neta de Generoso Ponce, começou a vida profissional como auxiliar de professora. Casou com Júlio Muller, em abril de 1919, o então interventor do Estado de Mato Grosso. Teve sete filhos e uma enorme prole de netos, bisnetos e tataranetos.

Em 1916, nascia em Cuiabá, a revista feminista “A Violeta”, tendo em Maria uma das fundadoras. A revista ocupou o 2º lugar na história do país em longevidade na lista dos periódicos escritos e dirigidos por mulheres. A escritora e pesquisadora da literatura, Yasmin Nadaf mergulhou no universo feminino de A Violeta e lançou o livro “Sob o signo de uma flor – Estudo de A Violeta, publicação do Grêmio Literário Júlia Lopes – 1916 a 1950” de 1993.

Estas pesquisas evidenciaram que as escritoras de Mato Grosso, seguiam os cânones do Movimento Literário Romântico no Brasil. A revista que foi uma empreitada de Maria, reúne um significativo e legítimo volume da escrita de autoria feminina do Estado e revelava parte acentuada deste universo do passado. Um olhar destas mulheres sobre elas mesmas e o contexto social na qual estão inseridas. É difícil imaginar como produziam tanto em uma época em que as mulheres não eram consideradas intelectualmente. Maria rompeu paradigmas.

“Não era apenas um periódico literário, mas também abordou a política, a história, o feminismo, a moda para a mulher, a culinária, a campanhas educativas, de higiene e de saúde, a registros da sociedade mato-grossense, etc. Seu ecletismo temático foi tamanho que levou a revista à ambigüidade: de um lado o individualismo, o amor subjetivo, o culto à beleza da natureza, as flores, o luar, o pôr-do-sol, e de outro, o desejo de solidariedade, o amor à pátria, as lutas pelo progresso da região de Mato Grosso e pela educação e profissionalização da mulher. Isolou-se do real com signos como o da flor, e ao mesmo tempo dele se aproximou quando falou do Progresso, da Civilização e da Modernidade, que englobam a cultura, a educação, o saneamento, a comunicação, o transporte, a saúde, a realidade circundante”, acrescenta Yasmin em sua pesquisa.

A vida literária da época também ganhou o coração destas mulheres que realizavam saraus literários como o sarau do Grêmio “A Violeta falada”, entre outros encontros literários e políticos. E nossa icônica Maria Muller assinava suas publicações com diversos pseudônimos como Mary, Chloé, Vampira, Consuelo, Sara, Lucrécia, Ofélia e Vespertina.

Foram 76 anos dentro das salas de aula: só saiu aos 96 por problemas de saúde, e também dedicou sua vida com o social e a política. Fundou o Abrigo Bom Jesus de Cuiabá (dos Velhos e das Crianças). Em 1942, revelando seu lado de ativista feminina, fundou a Sociedade de Proteção à Maternidade e Infância de Cuiabá. Presidiu a LBA – Legião Brasileira de Assistência durante a Segunda Guerra Mundial.

Como escritora, publicou em 1972 o livro 'Família Arruda'. Anos depois, em parceria com a amiga, musicista e poetisa Dunga Rodrigues, escreveu "Cuiabá ao longo de 100 anos". Outra obra de sucesso foi lançada em comemoração ao centenário de Maria de Arruda Müller. No ano de 1998 ela publicou "Sons Longínquos", uma coletânea de seus poemas. Sua atuação rendeu-lhe o seu nome no Colégio Liceu Cuiabano.

Um sopro de memória que nos leva para os caminhos de uma mulher que desbravou as letras para firmar seu espaço em uma sociedade machista e patriarcal. O seu olhar sobre o mundo tentou traduzir um pouco do seu universo particular em poemas, em textos, e abriu precedentes para que outras mulheres tivessem a coragem de buscar o seu lugar. Maria foi como muitas outras Marias, mas não deixou de ter a força significativa e emblemática que carrega o seu nome. Sua presença pode não ser mais física, mas suas palavras continuarão a embalar a esperança que há nos corações cuiabanos.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Musicista, escritora, historiadora e poetista: De Maria Benedita Deschamps Rodrigues para a eterna Dunga

Da Redação - Marianna Marimon

Suas mãos corriam apressadas pelo piano, mas com leveza e sensibilidade transmitiam o som que tocava dentro do seu coração. Todo o dia pela manhã, abria a janela para deixar o sol entrar e pedia mais um dia, porque sua vontade de viver era tamanha que não cabia só em Cuiabá. Em um baú guardava as recordações da infância, quando sonhava com o mundo que queria conquistar, e com uma imaginação em polvorosa estava sempre a trocar de nome. Chegou a se chamar Simiramis,Amarilis, Adeuzinda, até que então, ao ouvir uma história do tio José Rodrigues sobre um moço feio e todo torto, chamado Dunga, se divertiu tanto que só queria ser chamada assim. De Maria Benedita Deschamps Rodrigues para a eterna Dunga Rodrigues, pianista, escritora, poetisa e historiadora.

Dunga nasceu em 15 de julho de 1908 e faleceu em 6 de janeiro de 2002, no Dia de Reis. Quando criança, era muito espevitada e fugia sempre da casa da mãe para abrigar-se na avó, e se colocava na janela a pedir para qualquer adulto que passasse que a levasse. Nestas fugas, Dunga contou com a ajuda de Dom Aquino Côrrea, que naquela época ia até a Igreja do São Gonçalo a pé e dava a mão para a jovem menina e a auxiliava em sua empreitada. A musicista contava que tinha que dar pequenos trotes para acompanhar o passo largo dos padres.

A terceira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Matogrossense de Letras começou a estudar piano aos cinco anos de idade e ia até os domingos na escola de tanto que gostava de tocar. E sobre a literatura, dizia não se recordar muito bem porque começou a escrever. Não sabia se era pelo cérebro que havia absorvido muitas histórias ou se pelo estômago, é que quando estava no colégio Dunga começou a trocar composições com outros alunos por bolinhos de ‘queimada de rapadura’.

Mas, a relação com as letras também começou cedo, assim como a dedicação pela música. Dunga ia para a livraria de Chiquinho Côrrea e devorava livros de história e história moderna, ainda mais com a ‘graça’ que o pai fez ao dar crédito para que ela pudesse adquirir tais obras. Era a primeira filha de Firmo José Rodrigues e Maria Rita Deschamps Rodrigues.

Era considerada polêmica, afinal, nunca chegou a se casar e era totalmente independente. Quando tomou um copo de cerveja pela primeira vez no Clube Feminino, lembrava que todos os olhares se voltaram para ela, que calmamente virou a sua bebida e pronto, ficou por isso mesmo.

Sua paixão não era apenas tocar, mas também ensinar, tendo sido professora durante muitos anos. A relação com o piano ficou mais estreita ainda por morar no Bairro do Porto e tocar me todos os bailes, e considerava que talvez por isso, não tenha se casado, afinal, enquanto todos namoravam ela estava entretida com o instrumento musical.

“A música está em toda a parte, no canto dos pássaros, na natureza, e até no barulho dos automóveis. Acho que é uma graça que Deus criou para gente”, narrou em um curto documentário sobre a sua vida, que está disposto na íntegra ao fim da matéria.

Entre suas publicações literárias constam: Reminiscências de Cuiabá, Roteiro Musical da Cuiabania, Marphysa: Romance de Costumes, Os Vizinhos, Cuiabá: Roteiro das Lendas, Cuiabá ao Longo de Cem Anos, Lendas de Mato Grosso, entre outros. Sobre estas lendas, causos e acasos diz que colecionou das estórias que escutou de Maria Euzébia.

Uma mulher sobretudo moderna, sem deixar o lado tradicional de uma cidade patriarcal como Cuiabá. Dunga Rodrigues era muito viajada, relembra a escritora e bibliófila Yasmin Nadaf, enquanto as mulheres ainda não saíam da capital do Estado, a musicista já tinha perambulado pelo Rio de Janeiro, que era seu destino certo e também pela Europa. “Ela viajou o mundo todo”, contou Yasmin.

Um dos momentos que retratam esta fusão de tempos e quebra de paradigmas, foi quando Dunga Rodrigues tocou em 1995, na posse de Yasmin como membro da Academia Matogrossense de Letras, ao lado de Abel Santos. Era a primeira vez que na história da Academia, o piano e a viola de cocho se encontravam para brindar com todos os que estiveram ali, um retrato do regional misturado com o clássico. Um momento que define um pouco do que foi Dunga Rodrigues.
Era considerada sempre uma mulher alegre e simples. Sua vontade de viver era maior do que a própria vida e filosofava sobre o tempo que tinha, as memórias saudosas da infância, a vida rica em poesia, literatura e música. “A vida é isso o que vivemos agora”, sentenciava. “É falar, conversar, caminhar em paz consigo mesmo e depois com os outros”, opinou.

“A juventude, eu finjo que conservo, é tão gostoso que não dá vontade de abrir mão. Cada um tem um caminho para a velhice, mas você quer se agarrar na juventude”, observou. Sobre o século XXI, sabia que devia aproveitar todos os momentos, pois, o caminho era inevitável, apesar de assegurar que quanto mais demorasse seria melhor. Ao definir a si mesma, a artista disse: “Dunga Rodrigues é metida a sabe de tudo, mas não sabe nada. Gosta dos seres humanos, dos pássaros, da natureza e da vida”.

A vontade que dá é voltar no tempo para poder ouvi-la tocar o piano, e dedilhar pelas teclas com a força de toda a sua vida, para traduzir um pouco de tudo o que possuía em seu coração. Todos a classificam em unanimidade como simples, com um bom humor inconfundível e parece que escuto a sua risada, pois, sabia que seria hoje, amanhã e para toda a vida, a Dunga Rodrigues, pianista e desbravadora de histórias e palavras, que chocou a sociedade cuiabana e se perpetuou eternamente como uma das mulheres responsáveis pela vida cultural efervescente, com seus saraus e recitais, atividades pelo Grêmio Julia Lopes e contribuições para a conservação e construção da história de Mato Grosso.

Todo o dia pela manhã, abria a janela e pedia um novo dia, porque viver para ela, nunca foi demais.

A palavra esclarece, o exemplo convence


Por Cândida Moraes
Profª Esp. Língua Portuguesa

Os mestres também são os pais. Suas atitudes se tornam exemplos para os filhos. Pais que mentem, mesmo com “aquelas constantes mentirinhas por uma boa causa”, criam filhos que também mentem.  É justificável a mentira “politicamente correta” ou a “piedosa” na educação dos filhos?

Não é tarefa fácil lidar com realidades que se originam de casa. Não vamos muito longe. Dois exemplos simples, digamos que frequentes.  O telefone toca ou alguém bate à porta. Pais que não querem ser incomodados, pedem  ao filho dizer que “não estão em casa”  ou  antes  de saírem de casa, fazem inúmeras promessas para evitar o choro de seu filho. O que o filho tem como exemplo? A incoerência. Os próprios pais que fomentam discursos sobre a verdade, na prática, se comportam de modo contrário.  

Há uma fase em que a criança relata fatos fantasiosos quando nada aconteceu. Consequência disto é que ela ainda não consegue dissociar fantasia e realidade. Muitas vezes os pais compreendem o feito como mentira.  É importante entender que há fantasia e não mentira, mas sem deixar de apontar para o seu filho o que é realidade.

Quando a criança entende que pode escapar de um problema usando a mentira como forma mais prática de solucioná-lo, pelo menos temporariamente, o faz sabendo que não deveria fazer mas sustenta a mentira até onde consegue.  Interpelação como: “Você rabiscou o documento?”  Por medo ela manterá a mentira. Não perguntem se a criança rabiscou seu documento, sabendo que é dela a grafia. É mais sábio afirmar quando se tem certeza: “Você rabiscou o documento!” 

Tomar providência, evitar a possibilidade de mentir, ensinar a criança refletir sobre o que fez e deixar bem claro que a mentira induz o erro constituem uma postura sábia. Evitem corrigir a criança publicamente, não expressem autoridade com agressividade. Nada de excessiva crítica, porque esse tipo de atitude obstrui a infância e destrói sonhos e esperanças. Coloquem limites, expliquem o porquê e cumpram com a palavra.

Muitas vezes pode ser doloroso para a criança aceitar, ou melhor, lidar com os “nãos”, porque é mais fácil para ela tentar manipular, usando a mentira com intuito de satisfazer suas vontades.  Os pais devem entender que a criança pode tentar mentir, omitir, fingir, enganar, até encenar vitimadamente com choramingo para conseguir o que deseja ou convencer. É nesse momento que os pais devem intervir, ensinar o que é correto, o que é bom e o que não faz bem. São eles que precisam orientar e ensinar princípios, regras que dirigem sua conduta, para que a mentira não se torne consciente, estrategicamente pensada. Mentiras  não corrigidas podem comprometer a conduta e atingir a formação de caráter da criança.

De casa para a escola, da escola para casa... A mentira também circula no ambiente escolar. Não é raro o professor que se depara com um aluno que mente.  A mentira pode ir de um resfriado inventado para justificar uma tarefa não realizada a uma Ferrari que os pais não possuem na garagem de casa. Escola e família devem evitar fugir à responsabilidade de corrigir inverdades de nossos filhos/alunos, para que não se torne mais difícil e complicado termos valores perdidos em relação à educação que receberam ou que se transformem em mentirosos compulsivos, que colocam em risco a integridade dos outros. Ao hábito de mentir se alia a frieza, o desrespeito e a agressividade.

Afinal, é fato que nós não nascemos sabendo o que é certo ou errado, o que nos faz bem ou mal, mas aprendemos com nossos pais. E pais que mentem são exemplos de que o filho também pode ter a mesma conduta. Pais que cuidam de que o exemplo seja positivo sem mentir nem encobrir a verdade, usam do desvelamento, assumem o que fazem e dizem, ensinam e educam filhos responsáveis, sabedores de que é preciso ter coragem e autoconfiança para fazer a opção pela verdade e pela ética.

Bullying. Não sofra. Fale.


Por Cândida Moraes
Profª Esp. Língua Portuguesa

O bullying é um tema que ultimamente vem sendo bem discutido com intuito de disseminar informações sobre o fenômeno e inibir ações de violência de forma direta ou indireta. Campanhas lançadas pela mídia deixam bem claro que o objetivo é alertar toda a sociedade para o grave problema que é essa violência entre pares.

Estudos mais aprofundados sobre o fenômeno têm sido desenvolvidos por especialistas, psicólogos, pedagogos voltados para a educação orientando que é um problema sério e que não deve ser tratado como brincadeira despretensiosa, mas caso de violência que estimula a delinquência, onde o espaço é ocupado por vítimas, agressores, culpados e inocentes. O fato não se restringe somente às escolas, mas às outras instâncias da sociedade.  Fora da escola, na rua, no trabalho, nos centros comerciais, enfim.

Quando nos referimos à violência nas escolas, logo pensamos em agressões a professores ou vandalismo. Esquecemos que as escolas têm experimentado uma violência mais cruel, silenciosa, por vezes ignorada por pais e professores.

O que antes era um conjunto de atitudes remediado pelo  “Não dê importância! Ignore. Logo eles se cansam!”  hoje recebe o nome  “bullying”. Uma prática perversa de exclusão, perseguição e humilhação. Violência  implícita que se amplifica nos apelidos inconvenientes usados para as pessoas conforme suas particularidades físicas, nas gozações que constrangem, na imposição física para obter vantagens, nas atitudes racistas e até mesmo homofóbicas.

O perfil de quem é agredido pode ser entendido por fugir, segundo seus agressores, dos padrões comuns à turma – o mais inteligente, o filhinho de papai, o mais pobre, o gordinho, o mais magrinho, o que usa óculos ou a cor da pele.  As velhas brincadeiras compreendidas somente como “sem graças”, na verdade afetam emocionalmente e podem deixar marcas profundas naquele que não consegue reagir, porque não é capaz de demonstrar seu sofrimento por conta de sua timidez.

O isolamento intencional é um dos primeiros sinais de quem sofre com bullying. A situação se agrava mais quando, para a vítima, a escola torna-se um ambiente angustiante, repentinamente as dificuldades surgem no aprendizado apontando para o baixo rendimento escolar, as ausências se tornam constantes e ainda há insistência para mudar de escola. Os sintomas se manifestam sob a forma de estado depressivo, sentimento de vingança, baixa autoestima, ansiedade, sentimentos negativos, problemas interpessoais, evasão escolar, déficits de atenção e concentração, stress, ideações suicidas, alterações do humor. Em razão disso, são vítimas que não se sentem amparadas, são inseguras porque também sentem dificuldades em ser aceitas pelo grupo.

Por outro lado, os agressores se definem bem.  São os líderes da turma, os mais fortes, os mais populares, os que não respeitam as diferenças e proliferam um repertório de gozações, humilhando os colegas mais frágeis. Os agressores são agentes que devem ser identificados, encaminhados a tratamento profissional, para que futuramente não se tornem adultos violentos com forte tendência para atitudes criminosas. A família deve estar atenta a esse tipo de comportamento.

Segundo especialistas, há dois caminhos para que o trabalho preventivo se efetive.

O primeiro caminho é pela educação; o segundo é impor limites através do diálogo e, principalmente, do exemplo. Importa dizer que limites nunca fez mal a alguém. Impor limites é educar. Não impô-los é investir no desrespeito às diferenças, é ser conivente, é contribuir para que ações violentas se disseminem até a delinquência, ao limiar da criminalidade.

É de máxima urgência o trabalho preventivo nas escolas e a esperança nesse instante é que não caminhem solitárias no processo de investimento e esforço permanente contra a prática do bullying no âmbito escolar. É fundamental a participação efetiva da família, o amparo da comunidade jurídica e o apoio de equipes de atendimento. O envolvimento dos pais, alunos e escola em busca de inibir as práticas de violência é indispensável no desenvolvimento de estratégias no combate a agressões veladas.

Não é demais reforçar a afirmação anterior de que o problema é muito sério e não surgiu recentemente na escola do bairro, nas escolas das cidades, nas escolas do nosso país. Bullying é um problema mundial e vai mais longe. Não se resolve da noite para o dia. Nenhuma escola está livre do bullying. E mais. Adultos não são testemunhas. Alunos sim.

Aos pais, fica a orientação de que sejam sempre abertos a ouvir, a conversar com seus filhos e a orientá-los sobre esse tipo de situação, deixando bem claro que não é normal a prática do bullying. Ainda devem se atentar às bruscas mudanças de comportamento de seus filhos no ambiente doméstico. Os filhos sentem-se mais confiantes quando percebem que o primeiro passo pode ser dado com a denúncia sem pressões, medo, julgamentos ou críticas.

Estão abertas as inscrições para 11ªedição do Parlamento Jovem

A Câmara dos Deputados abriu inscrições para a 11ª edição do programa Parlamento Jovem Brasileiro. O programa simula uma jornada parlamentar, em que os estudantes participam de debates e votações como se fossem deputados, conhecendo, com isso, o trabalho legislativo. O evento será realizado entre 21 e 26 de setembro nas dependências do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor) e nos plenários das comissões da Câmara. As inscrições podem ser feitas até 23 de maio.

O programa – que mantém uma fanpage  no Facebook –  é voltado para alunos do ensino médio ou técnico de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, com idade entre 16 e 22 anos. O jovem tem que estar matriculado no 2º ou no 3º ano do ensino médio ou no 2º, 3º ou 4º ano do ensino técnico, na modalidade integrada ao ensino médio. Para participar, é preciso elaborar um projeto de lei propondo mudanças para melhorar a realidade do País. O tema é livre, mas deve ter impacto nacional.

Os interessados devem entregar a ficha de inscrição na sua escola, junto com a proposta de projeto de lei, a cópia da identidade, a declaração de matrícula no ensino médio ou técnico e, em caso de menor de idade, o termo de autorização dos pais ou responsáveis. Esses documentos serão encaminhados aos coordenadores do programa nas secretarias de Educação dos estados, responsáveis pela primeira etapa da seleção.

Serão selecionados 78 projetos. O número de representantes jovens por estado é proporcional ao número de deputados de cada um deles. São Paulo, por exemplo, que tem o maior número de deputados na Casa, recebe 11 parlamentares jovens, enquanto o Distrito Federal e o Acre, que têm oito representantes, recebem um representante jovem.

A primeira edição do Parlamento Jovem ocorreu em 2004. Em 2013, a décima edição alcançou recorde de inscrições, chegando a 1.631 projetos de lei encaminhados por estudantes de todo o País.

SERVIÇO
11ª edição do Parlamento Jovem Brasileiro
Inscrições: de 17 de março a 23 de maio
Evento: de 21 a 26 de setembro, na Câmara

Assessoria/Câmara dos Deputados

Gestão de governança nas Secretarias de Educação será o tema da Iª Reunião do Consed

Reunião de secretários estaduais de Educação de todo o país, acontece nos dias 20 e 21 de março, em Macapá-AP

Secretários de todos os estados do Brasil estarão reunidos nos dias 20 e 21 de março para a realização da Iª Reunião Ordinária do Fórum do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).  A Reunião acontecerá no Auditório do Ceta Ecotel, em Macapá, no Amapá.

O Consed realiza quatro reuniões ordinárias por ano, para a discussão de estratégias e ações que visam melhorias da educação pública. O primeiro encontro contará com secretários e representações dos 26 estados e do Distrito Federal.

A agenda dos dois dias é extensa, dentre assuntos propostos,  acontecerá a apresentação do relatório final da Pesquisa de Governança nas Secretarias Estaduais de Educação, além de cases de gestão nos estados. Também ocorrerá o lançamento do site para disseminação das boas práticas.

Como de praxe nas reuniões do Fórum, o primeiro dia de reunião será para aprofundamento do tema objeto da reunião. No segundo dia, teremos uma apresentação do panorama de gestão da educação no estado do Amapá, apresentado pela secretária Elda Gomes Araújo.

Educação no Amapá - A Secretária de Educação do Estado do Amapá tem como atual secretária a professora Elda Gomes Araújo. O Amapá possui 835 escolas, de acordo com o IDEB. A Secretaria de Educação é dividida em sete Coordenadorias e um Centro de Pesquisas Educacionais e tem como destaques o projeto “Nota Azul”, programa que nasceu com o intuito de incentivar os alunos no ambiente escolar a alcançarem bons resultados de aprovação no fim do ano letivo e que tem sido atingido suas metas premiando 75 alunos da Escola Estadual Maria Ivone no último ano.
Ascom/Consed

MT - Projeto Pixaim retoma as atividades

O projeto Caravana  Pixaim - que possibilita o debate sobre a diversidade racial e também promove a valorização da cultura negra  - será retomado em  13 escolas da rede estadual. As ações, promovidas pela Central Única das Favelas (Cufa) em parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) serão desenvolvidas no período de 24 de março a 4 de abril, beneficiando 3.339 alunos.

No total, 22 unidades escolares da rede estadual foram contempladas com as atividades do projeto iniciado em 2013 e  suspenso em decorrência do período de greve. No retorno desenvolverão nessas unidades oficinas de  penteados (trancinhas), apresentação de peça teatral com o tema "Cabelo Ruim" (obra da Jornalista/Escritora Neuza Baptista), além de bate-papo literário.

As práticas irão beneficiar estudantes dos municípios de  Rosário Oeste, Nobres, Diamantino, Alto Paraguai, Sapezal , Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Barão de Melgaço, Cáceres, Tangará da Serra, Dom Aquino e Rondonópolis.

O coordenador de projetos educativos da Seduc-MT, Guilherme Costa, explica que as atividades são destinadas aos estudantes do Ensino Fundamental e foram agendadas visando atender o maior número de alunos. Desde 2009, a Seduc é parceria do Projeto.
Confira abaixo o quadro de escolas e os horários:
1 Rosário Oeste - EE Marechal Rondon - 24/03 - Matutino - Ensino Fundamental - 110 alunos + conv.
Contatos: Gislaine/Coord. Ped. e Maria Aparecida/Ass. Ped.

2. Nobres - EE Pref. Mario Abraão Nassarden - 24/03 - Vespertino - Ens. Fund. + Méd - 230 alunos + conv.
Contatos: Jussara e Marinilda/ Prof. e Joaquim/Ass. Ped.


3. Diamantino - EE João Batista de Almeida - 25/03 - Matutino - Ens. Fund. - 110 alunos + conv.
Contatos: Janete/Prof. e Jamil/Ass. Ped.


4. Alto Paraguai - Alexandre Gomes S.Chaves - 25/03 - Vespertino - Ens. Fund. - 250 alunos + conv.
Contatos: Sulamita/Coord. Ped.


5.Sapezal - EE Luiz Frutuoso da Silva - 26/03 - Matutino - Ens. Fund. - 236 alunos + conv.
Contatos: Drieli/Sec. e Roseli/Téc. da Ass. Ped.


6. Nova Mutum - EE Virgilio Correa Filho - 27/03 - Matutino - Ens. Fund. - 330 alunos + conv.
Contatos: Maria Rosi/Prof. e Alice/Ass. Ped.


7. Lucas do Rio Verde - EE Luiz Carlos Ceconello - 27/03 - Vespertino - Ens. Fund. - 423 alunos + conv.
Contatos: Aguina Cira/Sec. - Nadir Lazroto/Prof. e Ester/Ass. Ped.


8. Sorriso - EE Ignácio Schevinski Filho - 28/03 - Matutino - Ens. Fund. - 420 alunos + conv.
Contatos: Shirlei Ap. de Melo Faria/Prof. e Fernando/Téc. Ass. Ped.


9. Barão de Melgaço - EE Ciro Siqueira Gonçalves - 31/03 - Vespertino - Ens. Fund. - 90 alunos + conv.
Contatos: Enilza/Ass. Ped. - Sebastião Pereira/Artic. - Maria do Carmo/Dir. - Maurindo


10. Cáceres - EE Prof. Natalino Ferreira Mendes - 01/04 - Vespertino - Ens. Fund. - 320 alunos + conv.
Contatos: Odilma da Silva/Prof. - Alessandra/Téc. Ass.

11. Tangará da Serra - EE Ver. Manoel Marinheiro - 02/04 - Vespertino - Ens. Fund. - 200 alunos + conv.
Contatos: Adriana Germano/Prof. - Luzia e Eunice/Ass. Ped.

12. Dom Aquino - EE Vinicius de Moraes - 03/04 - Matutino - Ens. Fund. - 250 + conv.
Contatos: Valnair/Prof. - Deja/Dir. - Sonia/Ass. Ped.

13. Rondonópolis - EE Daniel Martins Moura - 04/04 - Vespertino - Ens. Fund. = 370 + conv.

Contatos: Marco Túlio/Dir. Rivelino/Seduc.Ass. Jurid.
Patrícia Neves
Assessoria Seduc-MT

MT - Inscrições para o Encceja terminam dia 31.03

Os interessados em fazer as inscrições para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) terão até dia 31 de março para realizarem o cadastramento pelo link itemaencceja3.inep.gov.br/ inscricaoEncceja. As provas acontecem no dia 1 de junho, em todo o país, nas localidades definidas para as provas.

O Encceja é o exame certificador de conclusão para estudantes do Ensino Fundamental. Para participar o candidato deve ter no mínimo 15 anos. Em Mato Grosso as provas acontecem nos municípios de Barra do Garças, Cáceres, Colider, Confresa, Cuiabá, Diamantino, Guarantã do Norte, Juara, Juína, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Várzea Grande e Vila Rica.
O local da prova será  informado no cartão de confirmação da inscrição ou no sistema de divulgação local de prova no endereço sitemaencceja3.inep.gov.br/localdaprova.

Na inscrição os candidatos deverão optar por uma ou mais áreas de conhecimentos que serão avaliadas  como; Língua Portuguesa , com Redação, Língua Estrangeira moderna, Educação Física e Educação Artística, Matemática, História e Geografia,  e Ciências Sociais.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep – informa que os candidatos com deficiência terão assegurados atendimento especial. E mais, que a certificação será emitida pela Secretaria de Estado de Educação, por isso na inscrição é necessário informar a qual secretaria pertence. No caso dos estudantes de Mato Grosso, a Seduc-MT.

Clique aqui para fazer sua inscrição

Assessoria/Seduc-MT

MT Membros do I Comitê Estadual de Educação Integral tomam posse dia 21.03

Nesta sexta feira, 21 de março, no auditório da Secretária de Estado de Educação (Seduc), das 8h às 18h, se realiza o I Encontro Comitê Estadual da Educação Integral de Mato Grosso. Na oportunidade se dada posse aos futuros membros do Comitê que tratarão da criação de programas e iniciativas que levem á concretização de políticas públicas de educação integral nas escolas do Estado.

O Comitê será formado por cerca de 20 entidades, entre elas estão a Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação – (MEC/SEB),  secretarias de Estado de Educação,  Saúde e  Cultura, incluindo órgãos federais, como a Universidade de Mato Grosso (UFMT-MT), e do Estado, como Assembléia Legislativa de Mato Grosso, entre outros.

Dentre os temas discutidos pelo futuro Comitê está o programa Mais Educação que desenvolve ações no contraturno do período escolar complementando a carga horária dos estudantes. Atualmente 375 escolas no Estado optaram por desenvolver o Programa. O Mais Educação trabalha com atividades nas áreas educativas, culturais e recreativas, como: acompanhamento pedagógico,  esporte e lazer, cultura e artes, cultura digital, ciências da natureza e educação econômica.

Segundo a professora Luzia Abich, gestora do Programa no Estado, o foco do Mais Educação não é assistencialista e sim, a definição de um modelo contemporâneo de educação integral. “Entende-se por meio do Programa que o território da educação escolar pode se expandir para além dos muros da escola, alcançando seu entorno suas múltiplas possibilidades educativas”.

Essa e outras políticas de educação em tempo integral serão temas de discussão pelo Comitê.
Confira a programação.

Assessoria/Seduc-MT

MT - Professor do Ceja Milton Curvo apresenta trabalho no México

Professor Joari Costa de Arruda


O trabalho científico do professor Joari Costa de Arruda, do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Milton Curvo, será apresentado no IX Congresso Mexicano de Etnobiologia, no México, de 27 de abril a 2 de maio. O estudo que trata sobre o Conhecimento e uso do babaçu nas comunidades quilombolas na Amazônia Meridional.  Natural da zona rural de Cáceres e ex-estudante da rede pública, pontua que o desenvolvimento de pesquisas figuram como um instrumento de estímulo aos estudantes.

Professor da rede desde 2011, busca incentivar os estudantes a desenvolverem trabalhos por meio de uma série de discussões, cujo o foco é o ambiental. Neste ano abordará dentro das Ciências da Natureza, a pesquisas em campo. “Nesse trimestre, por exemplo, nosso foco são as diferentes formas de produção de energia”, diz.
Quanto à participação no evento internacional ele cita que a experiência irá “permitir ingressar em salas de aula com novas perspectivas”.

Assessoria Seduc-/MT

Seduc/MT Formação busca a redução do analfabetismo

A troca de experiência dos coordenadores e alfabetizadores no processo de formação do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) é uma forma de expandir conhecimentos e contribuir para redução do analfabetismo em Mato Grosso. Com esse objetivo a alfabetizadora Maria Conceição dos Santos, de Chapada dos Guimarães, definiu a primeira de quatro etapas de capacitação que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realiza com voluntários que atuarão no PBA em 2014. A primeira formação, que ocorre no Hotel Fazenda Mato Grosso, termina nesta sexta-feira (21).




Maria Conceição, que atua como alfabetizadora há três anos, diz que se interessou pelo PBA a partir da experiência de uma amiga que dava aulas. Maria diz que já trabalhava em uma Biblioteca Municipal e por várias vezes  havia ensinado pessoas que passavam por lá e queriam entender o que os livros tinham a oferecer. “Enfrentei muita dificuldade, mas nunca desisti. Por vezes, tive que dar as aulas em minha casa. Mas, quando deparei com a grande necessidade de meus alunos, muitos envergonhados por não saberem assinar nome, ou pegar um ônibus, vi que era preciso continuar. E a cada dia me alegro ao ver a felicidade de uma pessoa que aprende uma palavra nova”, diz a alfabetizadora.
 



Coordenadora do programa no município de Nossa Senhora do Livramento, Lia Mara Ferraz, ressalta que o maior problema do analfabetismo está na zona rural. O impasse se agrava ainda mais por falta de apoio do município. “Mesmo diante de todas as dificuldades, a conquista das pessoas nos retribui. Hoje coordeno e acompanho o programa, mas já cheguei a dar aula para pessoas com idades variando entre 39 a mais de 90 anos. No programa alfabetizei meu avô, de 98 anos, a minha mãe também. Então é algo que não dá para explicar”, confirma Lia Mara.
 



Ângela Rita Christofolo de Mello, formadora de Juara desde 2004, diz que a capacitação contribui para disseminação das políticas públicas do Estado. Segundo Ângela, o público da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é apaixonado por conhecimento científico.  “Falar de alfabetização de jovens e adultos é complexo. A não evasão dos alunos depende também do alfabetizador, por isso, a importância da formação” diz Ângela Mello.
 Nesta primeira etapa, oito municípios - representados por 169 educadores - são contemplados com a formação. Na segunda etapa, que segue de 24 a 28 de março serão capacitados  alfabetizadores de Cuiabá e Várzea Grande. A 3ª e 4ª , realizadas em 31.03 a 04.04 e de 22 a 26.04, respectivamente, atenderá a cerca de 70 municípios do Estado.

ALINE MARQUES
Assessoria/Seduc-MT