sábado, 13 de outubro de 2012

Gestos simples se tornam grandiosos e valiosos

Ana Emília 

Na unidade prisional feminina de Tangará da Serra, aconteceu no último dia 2, a tarde da beleza e cidadania a 34 mulheres encarceradas, evento organizado por um grupo de tangaraenses, representantes da sociedade civil e Poderes Constituídos. Doze profissionais (cabeleireiras, maquiadoras e manicures), de forma voluntária, passaram a tarde no cárcere elevando a auto estima daquelas mulheres que se encontram em situação de prisão. Foi emocionante, marcante e inesquecível e nos mostrou que atitudes singelas se tornam grandiosas e valiosas a outras pessoas. As reeducandas transbordavam de felicidade!
Transcrevo a fala de uma reeducanda. Ela transmite exatamente o espírito do trabalho que o Organismo Estadual de Políticas para as Mulheres vem desenvolvendo em Mato Grosso. E nesta de linha de eficácia, seriedade, comprometimento, em que, através de atitudes simples, mas grandiosa e marcante para estas mulheres segregadas que continuaremos no desenvolvimento das políticas para as mulheres deste Estado e através dos resultados honramos a confiança em nós depositada e o compromisso do governo do Estado com as mulheres de Mato Grosso.

"Boa tarde a todas senhoras, senhores e reeducandas!

Quero aproveitar esta oportunidade para expor o quanto estamos felizes com a chegada de um dia como hoje neste lugar, onde como em outras unidades prevalece a rotina. Privar um ser humano da sua liberdade é algo muito sério! Ninguém sai como entrou, somos completamente modificadas, umas para o bem aproveitando este tempo para reflexão de nossos erros. Sentindo o preço alto que se paga por cometer um ato indevido. Percebendo os verdadeiros valores da vida, como todos que amamos e precisamos e dinheiro nenhum compra. Infelizmente, alguns em sua revolta, em sua falta de visão no futuro, por só enxergar as dificuldades e obstáculos que encontrarão, optam por continuar no erro cada vez se afunda mais, pedem as esperanças e acabam por se acostumar com as duas opões que lhe restam: cadeia e morte. Mas hoje neste dia tão especial para todas nós o dia da ressocialização quero falar de sentimentos e pré-conceitos.

Todas aqui estamos pagando por nossos erros, ou por erros dos outros, todas as presas, seja aqui, seja no Paraná, seja em São Paulo, digo, porque são lugares que passei por diversas penitenciárias, como o famoso Carandiru, cheio de histórias de dor e sangue, como Tremembé onde estão os grandes bárbaros do século. Conheci muitas mulheres criminosas, frias, amarguradas, e muitas nem verão mais a rua, devido à idade, estado de saúde, etc. Nestes tantos anos aprendi ler olhos, e em todos os lugares que passei estes olhos gritam numa só voz: “eu estou arrependida”! “E agora quem me dará uma nova chance”?

E as que conseguem sair determinadas a não mais errar, com sonhos e planos e cheias de esperança, se deparam com uma sociedade de portas fechadas, que nos condenam pelo passado e não nos dá nova oportunidade. Somos julgadas e condenadas novamente mesmo quando já não devemos mais a justiça. E por isso estou aqui hoje em nome de todas para dizer que a falta de oportunidades para ex-presidiario pode sim gerar monstros. Mas a grande maioria são apenas mulheres, guerreiras, mães sofridas com saudades de seus filhos. São filhas que mal saíram da adolescência, sentem-se só, num submundo de horror onde muitas ainda têm vontade de chamar chorando por suas mamães. Todas, jovens, adultas, senhoras, choramos lágrimas pesadas da dor, da solidão, do abandono, do arrependimento.

Para todos aqui presentes, que não são privados de sua liberdade, hoje é somente uma confraternização e todos voltam pra suas casas.
Para nós será uma data inesquecível, onde nos sentiremos por algumas horas parte da sociedade. É a força da esperança que não vai morrer em nosso peito. Lembrem-se: precisamos reconquistar a responsabilidade. Somos nós mesmas que decidiremos até que ponto podemos ser livres. Obrigada a todos por fazerem que nos sintamos vivas e que podemos sim recomeçar.

Obrigada pelo carinho!"

Ana Emilia Iponema Brasil Sotero é professora, advogada, doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais, palestrante sobre violência de gênero, ex-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso e superintendente e gestora de políticas públicas para as mulheres de MT e escreve exclusivamente para este blog toda sexta-feira - soteroanaemilia@gmail.com - http://facebook.com/AnaEmiliaBrasil

Sociedade condenada

É preciso conhecer a história para não cometermos erros passados. Uma providência simples e, ao mesmo tempo, totalmente ignorada. Por isso continuamos a praticar tantos erros nossos conhecidos.
A filósofa russo-americana, Ayn Raed, uma judia fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920, mostrando uma visão com conhecimento de causa, escreveu o seguinte texto:

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada.

Quando compreender que o dinheiro flui para quem não negocia com bens, mas com favores.

Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência mais que pelo trabalho.

E que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você.

Quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício.

Então, poderá afirmar, sem termos de errar, que a sua sociedade está condenada.”

Quase um século é passado e o país descoberto, por acaso, por Cabral, apresenta características bem semelhantes às proféticas palavras da filósofa Ayn Raed.

Estamos às vésperas das eleições municipais, com debates tão primários entre os candidatos, acusações e xingamentos, que achei útil lembrar ao leitor aquelas profecias tão sábias.

Lendo o que escreveu a filósofa vemos desfilar na nossa memória carapuças adequadas, especialmente aos nossos políticos, com as honrosas exceções para confirmar a regra.

É o filme sem erros do mensalão, o maior assalto realizado por agentes públicos ao Tesouro Nacional, na sentença do Procurador Geral da República.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já julgou, e condenou os responsáveis pela parte financeira do escândalo.

O punido, como chefe da quadrilha, vendo-se abandonado pelo verdadeiro responsável pelo roubo, resolveu revelar o nome daquele que a opinião pública de há muito já sabia quem era.

Grandes turbulências políticas nós deveremos atravessar nos próximos dias.

É triste, mas verdadeira. A sociedade brasileira está condenada.



Gabriel Novis Neves

Collor paga jardineiro com dinheiro do Senado | Blog do Corumbá

Collor paga jardineiro com dinheiro do Senado | Blog do Corumbá

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Os ciclos da vida do homem contemporâneo

Olga Lustosa 

A vida do homem pode ser de curta ou longa, dependendo das circunstâncias e do mundo perigoso onde ele vive. Se pressupomos que a idade média do indivíduo é de cerca de 75 anos, o tempo de vida pode ser dividido em vários momentos desde o nascimento até o fim da vida. A cada ciclo da vida, a idade é um fator determinante para a atividade intelectual.

Dos 18 aos 25 anos a educação é reforçada e o cérebro é bombardeado com a aprendizagem de várias competências que respondem as curiosidades e que seguramente facilitarão a entrada na próxima fase da vida. Dos 30 aos 50 anos somos envolvidos na estruturação da vida pessoal e profissional e muitas vezes a uma velocidade vertiginosa e sem muito cuidado com o corpo ou inspiração espiritual. É um momento crucial onde nos tornamos escravos de nossas próprias ambições, com a vida demasiadamente atribulada e os meios utilizados para alcançar os resultados nem sempre levam em consideração o estado da alma, que no processo tende a ser esquecida.

Todavia, analisando a máquina humana, estes são os anos que precisaríamos de mais cuidado para apoiarmos os próprios sonhos, precisaríamos dar a nós mesmos permissão para nos estabelecermos como prioridade. Seria a hora de viver o que nos faria verdadeiramente felizes e realizados.

Entretanto estudos apontam que a virada hoje ocorre na maioria das vezes dos 50 aos 60 anos e então é uma viagem alucinada, por razões diversas que incluem tudo, desde a pressa de se viver o que não pode, o trabalho, vida difícil, consumo exagerado de bebidas alcoólicas, o divórcio e problemas econômicos. Esse desafio de enfrentar julgamentos e retomar a vida não se aprende na escola. A falha do corpo e da alma humana gera um processo difícil de juntar os elementos básicos, dar-lhes novamente função, ouvindo os sinais vitais do corpo, num processo de preenchimento do buraco espiritual, deixado pela angústia diante das escolhas que são feitas a cada dia pelo homem.

Nunca é tarde e a qualquer tempo o homem deve iniciar ou reiniciar a construção de sua existência. Sorte que o homem não nasce com comportamento acabado e por isso pode ser recuperado, tanto física quanto mentalmente, desde que o próprio corpo, alma e mente descartem os preconceitos e busquem a interação para uma vida mais proveitosa e gratificante, como um bilhete na mão para assistir a um grande espetáculo sobre novas crenças e hábitos que por anos foram bloqueados pelo ego.

O dinheiro, sem dúvida, é a força que move quase tudo o que fazemos no mundo civilizado, mas o nosso crescimento não precisa ser igual em riqueza financeira e riqueza interior. É preciso retomar o equilíbrio que esvaiu-se, que tornou impossível a missão de conciliar a realização dos sonhos, equilibrar-se em relacionamentos, estabelecer fronteiras, encontrar paz de espírito, saúde e segurança financeira. Mergulhar em si mesmo significa assumir as escolhas feitas e principalmente vive-las de modo intenso de forma que exista libertação de tudo que oprime.

Vê-se agora que a felicidade não é acidental, as ações tem efeitos cumulativos. Todavia “é preciso começar pelo mais escuro, buscar o vazio, e o negro, e o nu, e chegar progressivamente a luz”. Comte-Sponville (1997, p.13).

Olga Borges Lustosa é cerimonialista pública e acadêmica de Ciências Sociais pela UFMT e escreve exclusivamente neste blog toda terça-feira - olga@terra.com.br

 

APRENDIZ DE SI MESMO

A vida é uma soma de experiências e o passado é formado por partes integrantes de nós mesmos, ao rejeitar a história individual é rejeitar a sua existência, terá que viver várias vidas como aprendiz de você mesmo.
Sempre encontramos em nossos caminhos os marcadores de passos, vida sem avanços, com futuros recheados de nostalgias, sem constâncias nos seus desejos, andando de braços com a depressão, passeando de mãos dadas com forças que sacrifica e subjuga tudo, as vezes até o seu próprio ego, promovendo distorção de coisas e fatos para encaixá-los nos seus próprios preconceitos. Usando desculpas para comportamentos errados, vivendo como um desculpador: “ agi assim, por causa disso”; “ fiz isso por causa daquilo”.

Até entender que não temos poder sobre os acontecimentos no mundo, mas sim, apenas o poder sobre as maneiras de reagir no nosso próprio mundo.

Esse fato acontece todos os dias nas Lojas, uma senhora vazia de opção e com elevado poder aquisitivo, depois de olhar as vitrines, entrou e resolveu experimentar todas as roupas da loja para tentar achar o melhor para o seu corpo, e ela experimentou tantas e tantas, e todos os vestidos da loja, mas não foi suficiente para ela, após experimentar todos os vestidos e decidiu ficar sem nenhum. Aí ela pensou: “já não fazem mais vestidos como antigamente” ou “o meu padrão está muito superior”!

O dinheiro lhe dá opções, mas não dá a simplicidade para definir por uma simples escolha, e assim a insatisfação de realização do consumo é transitório, transforma as pessoas em almas vazias e sem amor próprio. E essa insatisfação e falta de prazer, leva muitas pessoas buscar alegrias artificiais e às vezes já é o começo da doença da alma.

As influências que vem de fora são muito maiores do que as que vêm de dentro, por isso devemos proteger os nossos caminhos espirituais, guiar a vida pela fé, “concretar” as nossas ações com pensamentos sólidos baseados em objetivos evolutivos, não deixando que as influências externas tomem conta das nossas decisões, para não se perder no meio do caminho, e não deixando que prejulgamento possa diminuir a soma de amigos, porque para encontrar outros substitutos leva muito tempo, dê uma olhadinha para traz, e verá que muitos companheiros de viagem se perderam pelo caminho, e por muitas vezes foi por sua própria falta de escolha ou por desamor das ações impensadas.

É muito difícil conviver com pessoas que não acreditam em sonho nenhum, pois elas tentarão sempre impor sobre seus sonhos o vazio da sua vida, mas ao simplificar a vida, você jamais será dominado pela meia verdade do pragmatismo, porque senão, com certeza sua vida será uma tragédia.

Até para desenvolver o poder da paciência, é necessário praticar o impulso dos sonhos. Quantas vezes caminhando pela vida os pneus dos nossos sonhos foram estourados e transformados em pedacinhos; e mesmo não tendo estepe, tivemos que seguir os nossos caminhos cumprindo acordos celestiais, sempre em busca daquilo que costumamos chamar de felicidade, porque o tempo não espera por aqueles que ficam parados em busca de carona no espetáculo da vida.


ECON. WILSON CARLOS FUÁ

Fale com o Autor:
fuacba@hotmail.com

Dia das Crianças – aprendendo a doar


Por Charlie, em 28 de setembro de 2009.

Pais devem estimular os filhos a compartilharem e doarem seus brinquedos. Doação ensina a criança a se colocar no lugar do outro.

 Faça uma criança feliz e doe um brinquedo no dia das crianças

O Dia das Crianças está para chegar. Os pequenos já estão escolhendo o que querem ganhar. As possibilidades são muitas. Os brinquedos estão cada vez mais incrementados. Se, no ano passado, determinada boneca cantava cinco músicas, esse ano ela canta sete. Pronto, é o suficiente para desejarem a nova versão, com apenas um detalhe diferente.

É claro que as coisas não são assim para todos. Há aqueles que nem possuem uma boneca velha, tamanha é a pobreza em que vivem. Pobreza de dinheiro e de espírito, de pais que não conseguem se preparar de modo a presentear seus filhos em datas como essa.

Em datas como essa, a comunidade costuma se organizar e arrecadar brinquedos para distribuir para aqueles que não têm. E convoca as famílias para doarem aqueles que não são mais usados.

Muitas crianças doam. Entre elas, algumas de bom grado, outras contrariadas, quase que obrigadas. Têm aquelas que não doam de jeito nenhum. Vão acumulando brinquedos que nunca usam (às vezes, nem tempo teria para brincar com tantos), esquecidos num canto, perdendo peças ou quebrando, ficando inúteis.

Parece que, ao tirar de uma criança algo que lhe pertence, vai lhe fazer uma falta tão grande que não poderá ser substituído por nada. E ao ser lembrada de que nunca brinca com aquele brinquedo, a criança diz que brinca sim ou que um dia irá brincar, que inclusive estava pensando nisso naquele momento.

Compartilhar é um aprendizado na vida. As crianças nem sempre gostam de dividir ou dar suas coisas. Não é algo que nasce espontaneamente. E não adianta chamá-las de egoísta – uma de suas características é a de serem voltadas para si. Não só os pequenos, muitos adultos também são assim.

Esse comportamento tem que ser ensinado e estimulado na criança aos poucos. E ela vai aprender quando puder perceber o outro como alguém de verdade, que também tem necessidades e desejos, medos e vontades. No momento que conseguir sair de seus referenciais e se colocar no lugar do outro.

E, é claro, que isso não é de uma hora para outra. Ao convidar um filho a fazer uma doação de brinquedos para o Dia das Crianças e ele se negar, não é motivo para dizer-lhe que é mau ou coisas do tipo. Quem sabe poderia ser dito que, para ele, ainda é difícil se separar de alguns objetos que não usa mais, mas que aos poucos, e quando for mais fácil, ele poderá doar.

Além de mostrar que compreendemos sua dificuldade, podemos ajudá-lo a ter a dimensão do outro. Uma das formas de fazer isso é perguntar-lhe como se sentiria se não ganhasse nada no Dia das Crianças, nem um brinquedo usado.

Isso o ajudará a imaginar o que outras crianças, que não ganham nada, possam sentir nessa situação. E, é claro, não é com uma conversa ou de um dia para outro que as coisas vão mudar. Como já disse, é pouco a pouco.

Muitos também não doam por não terem aprendido. São de famílias que não conseguem se desfazer das coisas ou diante de campanhas assim, mesmo estimulando o filho a doar, os pais ficam com pena de se desfazerem dos brinquedos. E nada é dado.

O momento é de compartilhamento. Mesmo que a data seja comercial. Não custa nada darmos um pouco do que temos. Muitos agradecerão.

Ana Cássia Maturano, psicóloga e psicopedagoga, para o G1.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Seis universitários e secretário morrem em grave acidente em MT

Da Editoria - Marcos Coutinho
Seis universitários e um secretário municipal de Educação morreram e outros quatro estudantes ficaram feridos em um trágico acidente ocorrido por volta das 19 horas na rodovia MT-175, que liga Curvelândia a BR-174. Todos seriam do município de Curvelândia e estavam no ônibus que transporta todas as noites para Cáceres.

Quatro estudavam na Fapan: Welvis Coelho Flamini, 26 anos (Administração); Davi da Silva Rocha, 22 anos(Administração); João Deneir Ferrera, 20 anos (Sistemas de Informação); e Adriano dos Reis Zumba, 19 anos (Sistemas de Informação). O outro universitário morto, Fábio dos Santos Laranjeira, de 22 anos, cursava Matemática na Unemat e João Estevão, conhecido como "João Preto", que morreu no hospital. Também morreu o secretário de Educação do município, Gilson Goloni, de 50 anos.

Gilson Goloni estava em uma moto e teria atropelou um ciclista, parando para prestar socorro. O fato se deu às 18:30 horas na comunidade de Santa Rita, a três quilômetros de Curvelândia. O ônibus, transportando 40 alunos e dirigido por Wilson Roberto Alexandre, funcionário da secretaria municipal de Educação, parou ao ver o acidente.

O motorista conta que estava numa curva e ligou o sinal de alerta. Todos os alunos desceram para ver o que tinha acontecido. Em alta velocidade, veio uma camionete Hillux, placas NPJ 0869, de Cuiabá, e atropelou várias pessoas. Os seis morreram no local, três feridos graves foram encaminhados para o Hospital Regional de Cáceres e outros para o posto médico de Curvelândia.

O motorista da camionete é conhecido em Curvelândia, se chama Marcelo e fugiu do local a pé.
O diretor da Fapan, professor Elvys Ferreira, está em Curvelândia prestando assistência às famílias. Ele disse por telefone à reportagem do Diário de Cáceres que a cidade parou.

As pessoas se concentraram na praça a espera de informações. "Muito riste. Estamos em luto oficial por três dias. Eram alunos muito queridos. Lamentável"-afirmou.

A reitoria da Unemat também decretou luto por três dias suspendeu todas as atividades acadêmicas, inclusive o debate que aonteceria na noite desta quinta-feira, na Concha Acústica, com os três candidatos a prefeito de Cáceres.

Os corpos estão sendo encaminhados para o Instituto Médico Legal de Cáceres e serão sepultados na tarde de amanhã em Curvelândia, município que fica a 60 quilômetros de Cáceres. A ocorrência foi atendida pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros.

A tragédia abalou os alunos da Fapan, Unemat e Unopar. Dezenas de alunos se aglomeraram na frente do Hospital Regional em busca de informações. O clima era de muita tristeza e as informações desencontradas, o que deixava todos apreensivos. A lista com os nomes das vítimas só foi confirmada às 21 horas. Com informações do Diário de Cáceres.


 
Universidade do Estado decreta luto devido grave acidente com estudantes
Redação 24 Horas News


A Universidade do Estado de Mato Grosso decretou luto oficial por três dias, em razão do grave acidente ocorrido com o ônibus que transportava estudantes no trajeto Curvelândia-Cáceres e que provocou seis vítimas fatais, sendo um acadêmico da Unemat e quatro da Faculdade do Pantanal (Fapan).

O acadêmico da Unemat morto no acidente é Fábio dos Santos Laranjeiras, de 20 anos, estudante do 2º semestre do curso de Matemática. Os alunos da Fapan são Davi da Silva Rocha (22 anos) e Welvis Coelho Flamine (26), que cursavam Administração, João Deneir Ferreira (20) e Adriano dos Reis Zumba (19), do curso de Sistema de Informação. A sexta vitima foi o secretário de Educação de Curvelândia, Gilson Goloni.

O ônibus que faz o transporte diário dos acadêmicos para as universidades de Cáceres teria parado para dar socorro ao secretário de Educação, envolvido em acidente quando pilotava uma moto. Os acadêmicos desceram do ônibus para acompanhar a situação quando foram atingidos por uma caminhonete desgovernada. Além dos seis mortos no local, outras pessoas ficaram feridas.

A reitoria da Unemat, diretores, professores e funcionários acompanham de perto o atendimento as vítimas, realizado no Hospital Regional de Cáceres. “A Universidade vai apoiar os familiares das vítimas no que for necessário. Lamentamos esse trágico acidente que vitimou estudantes que tanto se esforçavam para ter uma qualificação em nível superior”, afirmou o reitor Adriano Silva.

Em respeito à memória das vítimas e aos familiares, ficam suspensas as atividades acadêmicas no campus de Cáceres da Unemat, nesta quinta e sexta-feira (04 e 05.10), só retornado às atividades normais na segunda-feira (08.10). Da mesma forma, o debate entre os candidatos a prefeito de Cáceres, que seria realizado na Concha Acústica do campus de Cáceres, nesta quinta-feira (04), também foi cancelado.

 

 

 

 

Musa inspira pesquisa

Ines Martins 

É comum atualmente vermos na mídia alguns jornalistas elegerem essa ou aquela personagem como “musa”. Confesso que isso me intrigou e me motivou a ir além. Então fui buscar seu verdadeiro sentido. A palavra grega mousa é um substantivo comum além de um tipo de deusa: significa literalmente "canção" ou "poema". Na mitologia grega, as musas (em grego Μοσαι) eram, segundo os escritores mais antigos, as deusas inspiradoras da música e, segundo as noções posteriores, divindades que presidiam os diferentes tipos de poesia, assim como as artes e as ciências.
Originalmente foram consideradas Ninfas inspiradoras das fontes, próximas das quais eram adoradas, e levaram nomes diferentes em distintos lugares, até que a adoração tracio-beócia das nove musas se estendeu desde Beócia ao resto das regiões da Grécia e ao final permaneceria geralmente estabelecida.

Nos poemas homéricos considera-se as musas deusas da música e da poesia que vivem no monte Olimpo. Ali cantam alegres canções nas reuniões dos deuses, e no funeral de Pátroclo cantaram lamentos. Da estreita relação existente na Grécia entre a música, a poesia e a dança pode também inferir-se que uma das ocupações das musas era o baile. Como lhes adoravam no monte Helicón eram naturalmente associadas com Dioniso e a poesia dramática, e por isto eram descritas como suas acompanhantes, companheiras de jogo ou amas-de-leite.

Outra característica das musas é seu poder profético, que lhes pertence em parte porque eram consideradas como ninfas inspiradoras e em parte por sua relação com Apolos, o deus profético de Delfos. Daí que instruíram, por exemplo, a Aristeu na arte da profecia. Como os poetas e os bardos obtinham seu poder das musas, e ainda que a ideia mais geral é de que, como as demais Ninfas, eram divindades virginais.

Enfim, para quem gosta de se aprofundar o tema além de nos proporcionar um conhecimento mais profundo sobre a origem da palavras e seus significados nos mostra como as pessoas mudam seu significado conforme a época e seus interesses. O que se lamenta no momento é o fato das musas eleitas pela mídia nesse nosso século emprestar sua beleza para desviar a atenção para encobrir os podres e as maracutaias. Que o diga a musa mais famosa do momento: A musa da CPI. Quem não a conhecia agora passou a conhecê-la. Então vem a pergunta, será mesmo uma musa? Bem, se assim entenderem, então estamos agora também elegendo, para completar o quadro, musas inspiradoras do mau caráter. Eu hein?!

Inês Martins é produtora cultura, escritora, autora do concurso literário "Casos Lembrados, Casos Contados", direcionado às pessoas com idade acima de 60, poetiza, palestrante da maturidade, vovó blogueira e escreve exclusivamente neste espaço toda quarta-feira - www.vovoantenada.com.br)

Tereza de Benguela, a rainha negra de Mato Grosso

Maria Rita 

Neste sábado a escola de samba Mangueira começa a etapa eliminatória para escolha do enredo de 2013. O tema é “Cuiabá: Um paraíso no Centro da América”. O projeto está em andamento e no próximo ano teremos violas de cocho e ganzás ao lado de atabaques e pandeiros na Sapucaí. Não é a primeira vez que Mato Grosso se vê representado no maior espetáculo do Brasil. Em 1994, a vida de Tereza de Benguela foi retratada na avenida pelo carnavalesco Joãosinho Trinta e a escola de samba Viradouro.

Tereza de Benguela foi rainha do quilombo do Quariterê, no período em que Vila Bela da Santíssima Trindade era a capital de Mato Grosso. Apesar da pouca representatividade na história oficial do país, Tereza é comparada ao líder negro Zumbi dos Palmares. Considerada um grande mito mato-grossense e símbolo da resistência negra no Brasil colonial.

O Quariterê surgiu praticamente com a fundação de Vila Bela, em 1752, e se localizava as margens do Rio Piolho, afluente do Rio Guaporé, a 100 km do vilarejo. Era considerado o maior quilombo da capitania e abrigava negros e índios. A agricultura era avançada, possuíam ferraria e produziam as próprias roupas. Tereza assumiu o controle do quilombo, após a morte de seu marido, o rei da aldeia. Ela governava uma espécie de monarquia parlamentarista e atuou com mão de ferro para manter grupo o unido. Torturava e mandava enforcar os infratores e súditos delatores da localização do quilombo.

Infelizmente não há muito mais registros históricos a respeito desta líder negra. Não se sabe, por exemplo, se nasceu livre ou se era uma escrava fugida. Também não há informação oficial alguma sobre sua aparência física. Até mesmo a morte desta rainha é fruto de suposição. Sabe-se, por registro oficial, que o quilombo do Quariterê foi invadido na madrugada 22 de julho de 1770. Quando um grupo de 30 homens armados sob o comando do sargento mor João Leme do Prado surpreendeu os fugitivos e se apossou do quilombo. Tereza assistiu seu império ruir.

Ela poder ter sido capturada e humilhada, com o passar dos dias teria adoecido e morrido “pasma”. Sua cabeça pode ter sido cortada e exposta a todos. Em outra hipótese ela teria assistido por dias a destruição do quilombo. Além disso, teria sido estuprada pelos soldados. Após dias em choque teria sofrido um colapso. Outra possibilidade seria a de ter comido terra para suicidar-se. Esta última hipótese é rechaçada pelos moradores de Vila Bela. Para eles a rainha morreu mesmo foi de ódio, pois não queria voltar à submissão.

A Viradouro e Joãosinho Trinta retrataram Tereza como a “rainha do Pantanal”. O quilombo do Quariterê não chegou a ser citado. Mas omissões históricas e geográficas a parte, foi um momento de holofote para um mito genuinamente mato-grossense. Faço votos para que o enredo sobre Cuiabá seja um evento positivo e que dê orgulho não só a capital, mas a todos os que residem no Estado.

Maria Rita Ferreira Uemura é jornalista, empresária, diretora da empresa de turismo de aventura Tribo do Remo e escreve exclusivamente para este blog toda quinta-feira (www.tribodoremo.com.br). e-mail: ferreirauemura@gmail.com

O papel da família na educação dos filhos

Ana Emília 

No última terça-feira, 31 de julho, a convite da secretaria municipal de Educação de Nova Mutum, tive a oportunidade de falar para 600 professoras e professores daquela rede municipal de ensino. O assunto que me coube explanar foi "O Papel da Família na Educação das Filhas e Filho", tema que me deixou extremamente feliz, pois demonstra a preocupação dos docentes com o envolvimento da família para uma educação integral de nossas crianças e adolescentes. Transcrevo minha palestra naquela oportunidade.
"A educação precisa acontecer no contexto familiar. É aí que os conceitos e valores são transmitidos de pais para filhos e ao contexto escolar cabe ampliar essas ações iniciadas na família. Quanto aos aspectos emocionais é muito importante o equilíbrio do ambiente familiar no comportamento das crianças e adolescentes. A família fornece a matriz dentro da qual o indivíduo é moldado e se desenvolve; é o cerne para que ligações emocionais mais fortes sejam formadas. É o primeiro grupo dinâmico ao qual a criança é exposta e, nele, ela tem suas primeiras experiências e transações interpessoais.

Diante de várias mudanças ocorridas na sociedade, com tantas informações e avanços tecnológicos, é possível observar também uma inversão de papéis e valores, em que a família ganha uma nova configuração, a mulher conquista cada vez mais seu lugar no mercado de trabalho, a criança também muda e consequentemente a escola e sua clientela. Mães e pais reagem diante dessas mudanças protegendo excessivamente seus filhos e filhas em vez de cultivar suas aptidões. Passam pouco tempo com as filhas e filhos e a educação oferecida muitas vezes é repleta de proteção, e esta nova configuração de família acaba por atribuir à escola o papel de educar.

Filhas e filhos necessitam de limites, da firmeza vinda de um “não”, isto é que vai lhes proporcionar facilidade ao lidar com a frustração, inerente a todas as pessoas em todo o decurso da vida. Colocando tarefas e os limites para os filhos e filhas quanto ao dinheiro, ao tempo, o respeito ao próximo, é necessário que os pais observem suas próprias posturas, uma vez que a criança aprende pelo modelo do adulto, e as atitudes valem mais que palavras. Quando algo não vai bem na esfera familiar, os sintomas aparecem na escola, tais como dificuldades de leitura, de aprendizagem; dificuldades em disciplina e na participação em grupos. Um lar desestruturado, sem limites, sem condições básicas, atrapalha o desenvolvimento escolar da criança.

Existindo um conflito emocional, a criança apresenta em seu corpo e comportamento aquilo que não está podendo ser dito em palavras. Quando algo não vai bem em sua casa, quando a estrutura familiar não possibilita harmonia, ou quando mães e pais não se interessam pelo que seu filho e sua filha fazem, o reflexo disso aparecerá na atividade escolar. É fundamental para um desenvolvimento emocional e social saudável de meninas e meninos, a parceira entre família e escola desde que cada um desempenhe seu papel com eficácia e seriedade.

Quando iniciarmos em nossos lares e escolas a equidade de gêneros, com uma educação não sexista, não homofóbica, não preconceituosa, não machista e não racista, explorando, debatendo e construindo a idéia e o sentimento de que as pessoas são mesmo diferentes entre si e que a diferença deve ser cultivada e respeitada, a violência que hoje vivenciamos será erradicada e mudanças de mentalidade e de comportamento ocorrerão”.

Ana Emilia Iponema Brasil Sotero é professora, advogada, doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais, palestrante sobre violência de gênero, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso e escreve exclusivamente para este blog toda sexta-feira - soteroanaemilia@gmail.com - http://facebook.com/AnaEmiliaBrasil

Olimpíadas e respeito

Ines Martins

A técnica da Seleção Feminina de Judô do Brasil, Rosicléia Campos, se emocionou no domingo ao desabafar sobre as críticas que os judocas brasileiros receberam ao longo dos Jogos Olímpicos de Londres e nos últimos anos, durante a preparação. Segundo ela, "o povo é ignorante" e faz criticas aos atletas sem conhecer o "trabalho". Ao sentir o choro da atleta, concluí que entre os destaques desta semana, particularmente, considerei mais saudável e relevante nos inspirarmos nos resultados das Olimpíadas. Dependendo da ótica de cada um, algum aprendizado positivo há de ficar dessa experiência, como, por exemplo, o de como podemos ser melhores, tanto como seres únicos que somos, mas também como cidadāos que devemos pensar no coletivo.
É muito triste para a gente ler depoimento de brasileiros que não sabem do que estão falando. Nosso país é um sem passado. Fica a dica: criticar sem propriedade é feio. Isso é coisa de ignorante, no sentido de ignorar o trabalho.

Já que estamos em periodo eleitoral, vai aqui entāo uma reivindicaçāo pública. Vamos investir mais, nos esportes e em outras áreas afins. Acredito que o investimento que se poderá fazer no turismo, na cultura, no esporte e no lazer, com muita seriedade e dever social, deve ser bem menor do que os gastos que o poder público tem tido na tentativa de conter a violência e agressividade do “pequeno” (?) infrator. Por isso, o choro dos atletas e o testemunho sem camuflagem nos mostra que além da emoção também ė visível a dor por disputarem com outros atletas que encontram em seus países de origem muito, muito mais incentivos do que eles encontram aqui.

Esse parâmentro eu faco com os países grandes, nao apenas no tamanho, mas na grandeza que têm em valorizar seus atletas. Agora, assistindo e vendo os resultados das Olimpíadas, me sinto certa de que podemos sim tirar boas lições desse megaevento. O que deu certo? O que deu errado? Como poderemos usar os benefícios estruturais que a realizacao da Copa-2014 está trazendo para a nossa cidade, de forma a darmos o maior proveito do bem público para o bem de todos?

Depois das críticas, Rosicleia chorou e lembrou os "sacrifícios" feitos por treinadores e atletas. "Só tenho o que agradecer, sou uma pessoa abençoada. Estou muito feliz de fazer parte desse grupo, dessa história. Por isso, minha revolta anterior. As pessoas que me criticam não sabem a cota de sacrifício. Fiz disso aqui uma razão de viver, meu marido e meus pais são todos cúmplices.” Eu, então, concluo dizendo que todos nós cidadāos também podemos ser cúmplices em desejarmos ter, uma cidade, um Estado, enfim, um país onde se possa usufruir de fato, do direito sagrado de ir e vir, sem termos que ostentar na face e nos olhos o medo de morrermos por nada. Pois a vida e o choro da Rosicleia pede muito mais…pede respeito.

Inês Martins é produtora cultura, escritora, autora do concurso literário "Casos Lembrados, Casos Contados", direcionado às pessoas com idade acima de 60, poetiza, palestrante da maturidade, vovó blogueira e escreve exclusivamente neste espaço toda quarta-feira - www.vovoantenada.com.br)

1000 mulheres pela paz

Ana Emília

Cuiabá está recebendo no Palácio da Instrução a exposição “1000 Mulheres Pela Paz ao Redor do Mundo”. Constituída de rostos, fotos e fatos, a exposição ficará à disposição do público até 10 de outubro. Evento promovido pela Associação Mulheres pela Paz, presidida por sua fundadora e coordenadora do projeto Clara Charf, hoje com 87 anos, ativista política, feminista e viúva do político e poeta Carlos Marighella e dirigida por Vera Vieira, coordenadora-executiva da Rede Mulher de Educação. A articulação local ficou sob a responsabilidade da competente professora mestra Madalena Rodrigues, fundadora e pesquisadora do Núcleo de Estudos Sobre Mulher e Relações de Gênero da Universidade Federal de Mato Grosso e membro do Fórum de Articulação de Mulheres de Mato Grosso.
Na solenidade de abertura houve a apresentação do painel temático: “A importância de dar visibilidade ao trabalho das mulheres” e “Mulheres e Homens pela Paz e Contra a Violência Doméstica”, além do lançamento do livro “Brasileira Guerreiras da Paz”, coordenado por Clara Charf.

As discussões de debates terão continuidade com oficinas, inclusive nesta sexta (28), com lideranças de movimentos sociais feministas e organizações não governamentais, objetivando construir uma metodologia para trabalhar a questão da violência doméstica com mulheres e homens, levando em conta a realidade de cada região brasileira; refletir sobre a amplitude do conceito de paz, voltado para a segurança humana e justiça, notadamente sua aplicação na questão da violência doméstica; aplicar a experiência e o trabalho das brasileiras indicadas ao Prêmio Nobel da Paz 2005, visando à segurança e à justiça para as mulheres; demonstrar, por meio da oficina e da exposição de fotos e histórico das 1000 mulheres indicadas ao Nobel da Paz 2005, como a experiência das mesmas poderá ser aplicada no cotidiano e conectar as ações brasileiras com as de outros países do mundo, visando estabelecer estratégias, utilizando o impacto no cotidiano do conceito ampliado de paz.

Iniciativa como esta é de extrema importância para a defesa dos direitos das mulheres de Mato Grosso, pois através da troca de experiências e com novas diretrizes a serem implantadas todas e todos que militamos na ceara dos direitos humanos das mulheres só temos que crescer e agradecer por tão impar e significativa oportunidade.

Ana Emilia Iponema Brasil Sotero é professora, advogada, doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais, palestrante sobre violência de gênero, ex-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso e superintendente e gestora de políticas públicas para as mulheres de MT e escreve exclusivamente para este blog toda sexta-feira - soteroanaemilia@gmail.com - http://facebook.com/AnaEmiliaBrasil

Em artigos, Rosângela trará toda semana o cotidiano do professor

Romilson Dourado 

A professora Rosângela Cadidé, com experiência de uma década em sala de aula em escola pública, vai trazer, a cada semana, um episódio sobre o cotidiano dos profissionais da educação. Ela passa a escrever artigo neste blog toda sexta-feira. Rosa, como é conhecida, é formada em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso e possui especialização em Recreação e Lazer.
Para ela, a profissão mais importante do mundo está cada vez mais desvalorizada e, o pior, com seus educadores desmotivados. Ela lembra que o Ministério da Educação está incentivando, em campanhas publicitárias, os jovens a escolher como profissão ser professor. "Mas, se perguntarmos aos nossos alunos, principalmente os que estão concluindo o Ensino Médio, se pretende escolher a vida de educador, é pouco provável que encontremos um disposto a isso". O principal motivo, comenta a professora, é a baixa remuneração.

"Alguns até fazem piadinhas como: 'Já viram professor bem sucedido financeiramente? Claro, que não! Se for bem sucedido financeiramente é porque tem algum vínculo com alguém da família que escolheu outra profissão".

Rosa observa que, além do professor não ter um salário digno de acordo com a importância de sua profissão, quando persiste, corre risco de vida no ambiente de trabalho. Em seus artigos, ele vai discorrer sobre esses e outros assuntos, que instiga a todos a repensar a educação no país.

"Sobre esse assunto (risco à integridade física do professor), a sociedade pouco conhece. O fato ocorre apenas nos bastidores da vida do profissional. Vivenciei e ouvi vários depoimentos de professores que passaram por várias situações que colocaram em risco suas vidas. Contarei esse cotidiano em episódios. Muitos vão pensar até se tratar de ficção, mas, infelizmente, são histórias baseadas em fatos reais e que possivelmente estão ainda acontecendo", comenta a educadora.

A cidade de costas para o Rio Cuiabá

Maria Rita
 

Lembro a primeira vez que vi o Rio Cuiabá. Eu tinha 13 anos e vim de férias para conhecer a cidade onde em breve eu iria morar com meus pais. Atravessamos de carro a ponte que liga a região do Porto a Várzea Grande. O tamanho do rio me impressionou. A cidade em que morava no interior do Paraná não possuía nada parecido.
Nesta mesma viagem fui levada à Passagem da Conceição e Bonsucesso. Adorei o Pacu e comi receosa a Piraputanga, pois não tinha ainda desenvolvido a capacidade de retirar os espinhos com a boca. Digo isso, pois diferente dos cuiabanos de nascimento, eu não tinha a cultura do peixe, mas rapidamente aprendi a valorizar as riquezas oriundas daquele rio. Mas o tempo foi passando e atravessar a ponte se tornou uma situação banal. Escola, trabalho e o cotidiano atribulado tornaram o Rio Cuiabá um coadjuvante na paisagem para mim. Nenhum dos meus amigos tinha o hábito de frequentar o rio, isso não pertencia ao nosso universo.

Quem passa pelas pontes observa uma cena triste. Lixo e esgoto se misturam às águas. Outro problema sério é que o Rio Cuiabá fica escondido na cidade. As pontes são os únicos pontos de onde é possível observar suas águas mansas. O planejamento urbano de Cuiabá e Várzea Grande, ou melhor, a falta dele, possibilitou que empreendimentos tomassem conta das margens e hoje quem pretende tomar banho, pescar ou usufruir de outra maneira tem que se dirigir a regiões distantes, pois não há áreas de lazer urbanas para tal finalidade.

Por conta disso é difícil acreditar que seja possível fazer turismo no Rio Cuiabá em Cuiabá. Mas para nossa surpresa tem muita gente interessada em passar o dia remando por suas águas. Escolhemos um roteiro que se inicia em Baús, distrito de Acorizal, e segue até o porto público de Nossa Senhora da Guia, em Cuiabá. São 16 quilômetros de expedição percorridos em cerca de cinco horas. Quando abrimos o passeio não tínhamos noção da demanda. O produto que lançamos causou um estranhamento inicial em nossos clientes já que normalmente descemos os rios cristalinos de Chapada. Muitos tiveram que ser convencidos de que o trajeto escolhido não é poluído, pois é visível que o problema do rio começa onde a concentração urbana da capital é maior.

Mas pouco depois de lançarmos a expedição já não tínhamos mais vagas. Lotamos de clientes cuiabanos e percebemos como a população da capital é carente deste convívio com o rio. Espero que o próximo prefeito promova políticas públicas para resgatar esta cultura por meio do desenvolvimento sustentável. Além disso, é vital que o governo, em qualquer instancia, desenvolva um programa de despoluição do Rio Cuiabá. Vale lembrar que primeiro veio o nome do rio e, depois, o da cidade. Não podemos e não queremos mais ignorar o maior ícone do meio ambiente e da cultura da capital.

Maria Rita Ferreira Uemura é jornalista, empresária, diretora da empresa de turismo de aventura Tribo do Remo e escreve exclusivamente para este blog toda quinta-feira (www.tribodoremo.com.br). e-mail: ferreirauemura@gmail.com

Trabalhos de Lucas representam o município na etapa estadual das Olimpíadas de Língua Portuguesa


Redação 24 Horas News

Dois textos da Escola Municipal São Cristóvão e dois da Escola Estadual Dom Bosco representam a educação pública de Lucas do Rio Verde na etapa estadual da 3º edição das Olimpíadas de Língua Portuguesa “Escrevendo o Futuro”.
Os quatro trabalhos foram escolhidos pela Comissão Julgadora Municipal que se reuniu no dia 13 de setembro deste ano e avaliou os textos apresentados pelas 12 escolas municipais e três estaduais. 

A seletiva estadual acontece em Cuiabá, até o dia 17 de outubro com a leitura e escolha dos trabalhos que irão representar o Estado de Mato Grosso na etapa nacional, que acontece em novembro, com local e data ainda não definidos.

Participam das olimpíadas estudantes de todo o País, com textos em diversos gêneros literários, abordando o tema “O lugar onde vivo”. Em Lucas do Rio Verde, os professores desenvolveram diferentes atividades didáticas, com o objetivo de preparar e incentivar os alunos a participarem da competição.

De acordo com a assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Ana Cristina Blessa, independente do resultado da competição, as olimpíadas conseguem motivar os alunos a ler e escrever. “É um recurso mais atraente, que consegue fazer com que os alunos participem das atividades e quem sabe, até tomem gosto pela leitura e escrita.”

Concorrem a etapa estadual, as alunas Thaiza de Carvalho Souto (categoria - Poema) e Vitória Karolin Ribas Batista (categoria - Memórias Literárias), ambas da Escola Municipal São Cristóvão e da Escola Estadual Dom Bosco, os alunos Djeison Rique Barazetti (categoria - Crônica) e Natália Duarte Bueno (Artigo de Opinião).

LBV abre vagas para crianças de 06 a 12 anos

Redação 24 Horas News

A Legião da Boa Vontade (LBV) mantém, na cidade de Cuiabá, o seu Centro Comunitário de Assistência Social, oferecendo de forma planejada, diária e sistemática, serviços de proteção social gratuitos e permanentes a usuários da assistência social e encaminhamentos necessários.


A instituição comunica que há vagas no Programa LBV Criança Futuro No Presente! para crianças de 06 a 12 anos, no horário inverso ao escolar, neste programa as crianças recebem alimentação completa, uniforme e participam de diversas oficinas, com acompanhamento de psicólogo, assistente social, educadoras sociais e professor de educação física. O programa tem como objetivo contribuir para o protagonismo de crianças em situação de vulnerabilidade social, considerando a história de vida e as singularidades delas, por meio de atividades que despertem competências e habilidades, que promovam a vivência de valores e integrem a família.

UFMT oferece mestrado em Educação, no Rondonópolis


Redação 24 Horas News


O Programa de Pós-graduação em Educação (PPGEdu) do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), campus universitário de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), oferece 19 vagas para o curso de mestrado em Educação, distribuídas em duas linhas de pesquisa: Linguagens, cultura e construção do conhecimento e Formação de professores e políticas públicas educacionais.
As inscrições podem ser feitas até o dia 11 de outubro. É cobrada uma taxa de R$ 100,00. Os interessados devem procurar a secretaria do PPGEdu, no ICHS, campus de Rondonópolis, das 8h às 11h e das 14h às 17h, munidos com os seguintes documentos: fotocópias dos diplomas de graduação e da documentação pessoal, curriculum-vitae conforme modelo Lattes/CNPq, memorial crítico e projeto de pesquisa. Os candidatos passarão por um teste de proficiência em idioma estrangeiro (inglês, francês ou espanhol). O resultado das inscrições deferidas será divulgado no dia 26 de outubro.

O processo de seleção será realizado por meio de prova escrita (dia 5 de novembro), análise do projeto de pesquisa e do curriculum lattes, e arguição (de 28 a 30 de novembro). 

O resultado final será divulgado no dia 11 de dezembro. Os candidatos selecionados deverão efetivar a matrícula no período de 11 a 13 de março 2013. O início das aulas está previsto para o dia 18 de março de 2013.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (65) 3410 4055.

Depressão infantil


Autor: José de Paiva Netto 

Recente levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra que, em todo o planeta, 20% das crianças e dos adolescentes apresentam sintomas de depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Os dados referentes ao Brasil sugerem que esse tipo de distúrbio se faz presente entre 8% e 12% da população infantojuvenil.

É um número preocupante. Saber lidar com essa problemática, que jamais esteve restrita a adultos e idosos, é providência urgente para pais e educadores.

O programa “Educação em Debate”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), que discute os principais assuntos da educação pela ótica da Espiritualidade Ecumênica, entrevistou o dr. Gustavo Lima, psiquiatra da Infância e da Adolescência, que nos aponta algumas causas da depressão nas fases iniciais da vida e como notá-las: “Primeira coisa — uma investigação clínica pormenorizada. Segunda coisa — é muito importante lembrar que os transtornos afetivos na infância e na adolescência são de causa multifatorial, ou seja, diversos fatores podem causar a depressão: genéticos, ambientais, entre outros. Entretanto, na nossa prática clínica, o que aumenta muito a chance de uma criança ficar deprimida são os ambientes familiar e escolar desfavoráveis”.



DIFERENÇA COMPORTAMENTAL

O que dificulta, de certa maneira, pais e educadores perceberem que o filho ou o educando está deprimido é o comportamento dessa patologia entre as faixas etárias: “Diferentemente dos adultos, as crianças não ficam deprimidas o tempo inteiro. Às vezes, os pais deixam de levar o filho para uma avaliação porque em algum momento do dia ele se divertiu. E isso não significa que não esteja deprimido”, esclareceu o especialista.

E alertou ainda: “É preciso, também, muito cuidado com os sintomas de ideação de morte, quando vêm à mente ideias suicidas. Quando você está diante de uma criança deprimida com esses sintomas, é muito importante uma avaliação médica e um tratamento com psicólogo. Em alguns casos, dependendo da gravidade, recorrer a tratamento farmacológico”.


PREVENÇÃO

Para o dr. Gustavo Lima — que é membro do Programa de Atendimento a Transtornos Afetivos do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP — existem algumas atitudes que podem ajudar a prevenir a depressão nas crianças: “Além de um acompanhamento pediátrico, cuidar das horas de sono e da alimentação, um ambiente familiar estruturado é fundamental. Outra coisa importante é uma escola que favoreça o desenvolvimento da criança, que consiga identificar as reais potencialidades dela. Então, saúde, bem-estar, ambientes familiar e escolar favoráveis, prestar atenção também em questões genéticas contribuem, e muito, para se prevenir a depressão infantil”.

Atentemos, pois, às elucidativas recomendações do dr. Gustavo Lima. E não descuidemos de proporcionar aos pequenos e aos jovens um espaço sadio, enriquecido por uma Espiritualidade Ecumênica orientada pelos melhores princípios éticos. Desde cedo, devemos ter consciência de que a prece, a meditação, a confiança em Deus ou nas forças da Natureza são eficientes recursos ao equilíbrio bio-psíquico-espiritual.

Mulheres sem câncer de mama

Autor: Dr. Guilherme Bezerra de Castro

O câncer de mama é uma das mais agressivas patologias humanas, não só pelo aspecto biológico, mas como uma entidade psico-social importante. A mama feminina é um órgão dinâmico, que se modifica ao longo do mês, embalada pelos hormônios sexuais, que regem o ciclo menstrual mensal.
 Como um roseiral com botões, a glândula mamária só se torna madura após a abertura das flores, o que só ocorre após uma gestação à termo, isto é, que chega ao final. Por isso o conceito de que engravidar e amamentar reduz o risco de desenvolver câncer no órgão. Por lógica, as estruturas mais frágeis, imaturas, são mais sensíveis às agressões que favorecem doenças. Portanto, se a mulher teve uma gestação que chegou ao final ou amamentou, ela terá uma mama mais madura, cheia de botões abertos, mais protegida e com menor chance de agressão.
O que não a protege 100%, pois mesmo assim ainda terá botões imaturos num universo de rosas abertas. A mama na mulher é substrato da sua feminilidade, maternidade, vaidade, beleza e sexualidade. Enfim, suporta uma carga imensa no psiquismo e socialização, mais que qualquer órgão no ser humano. A idade reduz a agressão hormonal mensal, mas traz um processo de substituição de tecido mamário pelo adiposo, tornando o órgão flácido e com conflitos internos devido a esse processo biológico.
A guerra travada pelos tipos de tecido em transformação é uma das causas, atualmente conhecidas, do aumento da incidência do câncer de mama a partir dos 40 anos de idade. Onde há conflito tecidual, ocorre fragilidade e o surgimento de um ambiente fértil para a transformação celular maligna. Pesquisadores em todo o mundo se debruçam na busca de dados que possam reduzir a incidência do câncer de mama, tornando-se a patologia humana mais estudada no momento. Por essa razão a medicina conseguiu reduzir a mortalidade, mesmo que a incidência tenha aumentado exponencialmente.
O incremento do número dos casos novos se deve em especial pelo ganho na expectativa de vida das mulheres, que em todo o mundo supera ao dos homens e a redução nos óbitos pela divulgação da existência do problema, tornando as mulheres mais atentas e diagnosticando com precocidade, o que favorece a redução das complicações presentes em situações de doença avançada. Como sabemos, ninguém morre de câncer de mama pela mama, mas sim pelas complicações da doença em outros órgão mais nobres, sob o ponto de vista biológico.
 O nosso grupo de estudos tenta contribuir com a melhora na abordagem à doença, desenvolvendo uma pesquisa com cientistas de diversas nacionalidades, que utilizam uma observação clínica, feita por mim, aqui em Mato Grosso, de que as índias brasileiras não possuem essa doença. O que parecia ser impensável mostrou-se tecnicamente comprovado e análises de DNA dessa população revelaram um surpreendente achado.
Sabemos que as células eucariontes (as que possuem núcleo), há milhões de anos atrás, estabeleceram uma parceria com algumas bactérias produtoras de energia e se agruparam numa simbiose, onde as primeiras oferecem condições satisfatórias de desenvolvimento com suprimento protéico, e as outras, em troca, produzem energia. Como toda produção de energia resulta em lixo tóxico, essas bactérias, chamadas mitocôndrias, possuem um mecanismo natural de eliminação dos resíduos. A esse processo denominamos antioxidação.
 As índias brasileiras possuem uma super-expressão de um gene responsável pela antioxidação celular, o que em síntese reduz agressões ao núcleo celular e a ocorrência de mutações responsáveis pela promoção inicial do câncer mamário. Encontra-se em andamento um estudo que propõe a inserção de novos hábitos alimentares que, espera-se, deverão reduzir a incidência da doença significativamente. No mês de outubro o mundo científico se movimenta em alerta contra a doença.
 As cidades se colorem de rosa para chamar a atenção para o problema, criando a sensação para as portadoras de que não estamos desatentos e vamos vencê-lo em breve. Por enquanto só podemos convencer as mulheres de não terem medo de desenvolverem câncer de mama, pois ainda esta é a nossa maior arma, não ter medo, pois dessa forma conseguem identificá-lo precocemente e eliminá-lo com segurança.

 

Regulamentação sai até quarta-feira

Lei prevê reserva de 50% das vagas para estudantes de escolas públicas

AGÊNCIA BRASIL

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse hoje (9) que a regulamentação da Lei de Cotas, sancionada no fim de agosto, deve sair até amanhã (10) e que as universidades terão que adaptar seus cronogramas para que a lei entre em vigor no começo de 2013.

A lei prevê que as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública, com distribuição proporcional das vagas entre negros, pardos e indígenas.

“Vamos tentar de hoje para amanhã. As universidades que já publicaram seus editais terão que fazer ajustes. A lei terá que ser rigorosamente cumprida”, disse Mercadante, antes de participar da reunião de trabalho entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da Irlanda, Michael Higgins, que está em visita oficial ao Brasil.

O decreto vai detalhar as regras e o cronograma de implementação do novo sistema de distribuição de vagas no sistema federal de ensino superior. As universidades e institutos federais terão quatro anos para implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido pela lei, mesmo as que já adotam algum tipo de sistema afirmativo na seleção de estudantes.

A regulamentação também deverá criar mecanismos para compensar eventuais diferenças entre alunos que ingressaram pelas cotas e os egressos do sistema universal, como aulas de reforço.