Pais devem estimular os filhos a
compartilharem e doarem seus brinquedos. Doação ensina a criança a se colocar
no lugar do outro.
O
Dia das Crianças está para chegar. Os pequenos já estão escolhendo o que querem
ganhar. As possibilidades são muitas. Os brinquedos estão cada vez mais
incrementados. Se, no ano passado, determinada boneca cantava cinco músicas,
esse ano ela canta sete. Pronto, é o suficiente para desejarem a nova versão,
com apenas um detalhe diferente.
É claro que as coisas não são
assim para todos. Há aqueles que nem possuem uma boneca velha, tamanha é a
pobreza em que vivem. Pobreza de dinheiro e de espírito, de pais que não
conseguem se preparar de modo a presentear seus filhos em datas como essa.
Em datas como essa, a comunidade
costuma se organizar e arrecadar brinquedos para distribuir para aqueles que
não têm. E convoca as famílias para doarem aqueles que não são mais usados.
Muitas crianças doam. Entre elas,
algumas de bom grado, outras contrariadas, quase que obrigadas. Têm aquelas que
não doam de jeito nenhum. Vão acumulando brinquedos que nunca usam (às vezes,
nem tempo teria para brincar com tantos), esquecidos num canto, perdendo peças
ou quebrando, ficando inúteis.
Parece que, ao tirar de uma
criança algo que lhe pertence, vai lhe fazer uma falta tão grande que não
poderá ser substituído por nada. E ao ser lembrada de que nunca brinca com
aquele brinquedo, a criança diz que brinca sim ou que um dia irá brincar, que
inclusive estava pensando nisso naquele momento.
Compartilhar é um aprendizado na
vida. As crianças nem sempre gostam de dividir ou dar suas coisas. Não é algo
que nasce espontaneamente. E não adianta chamá-las de egoísta – uma de suas
características é a de serem voltadas para si. Não só os pequenos, muitos
adultos também são assim.
Esse comportamento tem que ser
ensinado e estimulado na criança aos poucos. E ela vai aprender quando puder
perceber o outro como alguém de verdade, que também tem necessidades e desejos,
medos e vontades. No momento que conseguir sair de seus referenciais e se
colocar no lugar do outro.
E, é claro, que isso não é de uma
hora para outra. Ao convidar um filho a fazer uma doação de brinquedos para o
Dia das Crianças e ele se negar, não é motivo para dizer-lhe que é mau ou
coisas do tipo. Quem sabe poderia ser dito que, para ele, ainda é difícil se
separar de alguns objetos que não usa mais, mas que aos poucos, e quando for
mais fácil, ele poderá doar.
Além de mostrar que compreendemos
sua dificuldade, podemos ajudá-lo a ter a dimensão do outro. Uma das formas de
fazer isso é perguntar-lhe como se sentiria se não ganhasse nada no Dia das
Crianças, nem um brinquedo usado.
Isso o ajudará a imaginar o que
outras crianças, que não ganham nada, possam sentir nessa situação. E, é claro,
não é com uma conversa ou de um dia para outro que as coisas vão mudar. Como já
disse, é pouco a pouco.
Muitos também não doam por não
terem aprendido. São de famílias que não conseguem se desfazer das coisas ou
diante de campanhas assim, mesmo estimulando o filho a doar, os pais ficam com
pena de se desfazerem dos brinquedos. E nada é dado.
O momento é de compartilhamento.
Mesmo que a data seja comercial. Não custa nada darmos um pouco do que temos.
Muitos agradecerão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário